Você está na página 1de 33

RUÍDO E VIBRAÇÃO

1
Sumário

NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3

LEGISLAÇÃO SOBRE HIGIENE OCUPACIONAL ............................................ 4

RUÍDO ................................................................................................................ 5

NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXOS 1 E 2 ............................... 13

NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 01........................................... 16

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA ..................................... 16

SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E


COLETIVOS ..................................................................................................... 19

VIBRAÇÕES .................................................................................................... 22

NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 8 ................................... 27

NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 09 E 10 .................................. 28

SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DEPROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA 29

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 31

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
INTRODUÇÃO
A diversidade dos processos de produção, os mais variados agentes
presentes nos ambientes laborais e os diferentes tipos de equipamentos levam
aos riscos ambientais/ocupacionais que diferem entre si em características como
intensidade, duração e espectro, não só entre as indústrias, mas também dentro
de uma mesma indústria.
A exposição aos riscos ocupacionais pode trazer perda na qualidade de
desempenho do trabalho do empregado, que resulta, inclusive, no
comprometimento da sua qualidade de vida e saúde, incluindo-se os
acometimentos por adoecimentos e acidentes de trabalho.
Várias são as situações em que o trabalhador não percebe a evolução de
sua doença relacionada ao trabalho, vindo a perder a eficiência no rendimento
laboral, com casos em que ocorrem os aumentos sintomáticos de absenteísmo
e, até mesmo, afastamentos temporários, chegando ao extremo de
afastamentos por invalidez em pessoas relativamente jovens.
Esse é um ônus caro que pode ser evitado com o monitoramento da saúde
do empregado, através do conhecimento dos riscos ambientais locais e
buscando-se ações de bloqueio para os riscos cujas ocorrências forem
comprovadamente acima dos limites permissíveis.
Os riscos físicos expõem uma troca de energia surpreendente entre o
organismo e o ambiente, mas, se a quantia for excedente ao que o organismo
pode resistir, as doenças podem aparecer.

3
LEGISLAÇÃO SOBRE HIGIENE OCUPACIONAL
Definição e histórico
Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Higiene
Ocupacional-HO, é a ciência e a arte dedicada a antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientes, existentes
ou que venham a existir no ambiente de trabalho, visando à
preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores.
(FANTAZZINI E OUTRO,2007).
Doenças industriais são conhecidas desde Hipócrates (Grécia antiga
aproximadamente ano 400 AC). Até há evidências mostrando que as doenças
ocupacionais foram reconhecidas pelos antigos egípcios.
Com o tempo, as ligações entre a ocupação e os problemas de saúde
aumentaram e as associações se fortaleceram. Em paralelo a isto, técnicas
foram desenvolvidas para avaliar e controlar os riscos.
Os primeiros estudos sobre a saúde dos trabalhadores datam do século
XVI, mas o principal marco ocorreu em 1700 com a publicação da obra De morbis
artificum, de Bernardino Ramazzini.
Desde então, os estudos evoluíram, principalmente após a Revolução
Industrial, quando surgiram as primeiras leis trabalhistas visando
proteger o trabalhador de acidentes e possíveis doenças ocupacionais
em suas relações de trabalho (PACHECO JÚNIOR, (1995).
Em consequência da evolução das operações industriais e das técnicas
de trabalho os conhecimentos avançam significativamente e a legislação dos
diversos países, torna-se mais rigorosa. Isto propicia uma redução relativa da
incidência dos acidentes do trabalho e dos casos de doenças ocupacionais, mas
as ocorrências acidentárias, dificilmente deixarão de existir e têm causado, ao
longo dos anos, transtornos a saúde dos trabalhadores e às instituições.
Os custos dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais são de tal
monta que, afora os prejuízos aos trabalhadores também afetam, sobretudo, a
saúde financeira das empresas e dos cofres públicos.
Por isso, empresas, governantes, os próprios trabalhadores e vários
segmentos sociais comprometem-se cada vez mais em definir meios que
reduzam e previnam as ocorrências indesejáveis à segurança e higiene do
trabalho, bem como a eliminação de seus efeitos.

4
RUÍDO
Todos os dias acontecem várias situações que envolvem som ou ruído,
mas nunca percebemos ou paramos para decifrar o que está acontecendo. E
esse é o problema quando o assunto é ruído no ambiente de trabalho, onde, hoje
em dia, passamos a maior parte do nosso tempo.
Segundo Russo, Toise e Pereira (1984), o ruído é uma superposição
de vários movimentos vibratórios, com frequências e intensidades
diferentes.
Seus componentes não são harmônicos entre si, comportando-se como
um todo único.
Geralmente, a sensação auditiva subjetiva provocada por ele é
desagradável e perturbadora, principalmente quando se apresenta intenso e
inesperado. Leal (2008, S.P) relata que os riscos físicos se caracterizam por:
a) Exigirem um meio de transmissão (em geral o ar) para propagarem sua
nocividade.
b) Agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte
do risco.
c) Em geral ocasiona lesões crônicas, mediatas.
Com isso podemos ter uma noção do quanto o ruído é um problema na
vida dos empregados e dos empregadores, porque ele não prejudica apenas
quem está operando a máquina ou outro equipamento, pois, por ser o meio de
transmissão o ar, o ambiente todo apresenta o ruído, afetando todos os
empregados que estão lá.

Conceitos gerais relacionados ao ruído


Existem algumas explicações que precisam ser entendidas para que fique
mais fácil compreender o ruído.
Som: é uma vibração que se dissemina através do ar em forma de ondas
e é compreendida pelo ouvido humano.
O som é confortável aos nossos ouvidos. Dependendo da frequência e da
intensidade, ele pode ser relativamente danoso.
Ruído: é uma vibração que se dissemina através do ar em forma de ondas
e é compreendida pelo ouvido humano. Ao contrário do som, o ruído é
insuportável aos nossos ouvidos.

5
Dependendo da frequência e da intensidade, ele pode ser relativamente
danoso.
Frequência: é a quantia de ondas de um som difuso no período de 1
segundo. Os sons agudos são considerados os de alta frequência, já os sons
graves são considerados os de baixa frequência.
Nossos ouvidos são mais vulneráveis em algumas frequências do que em
outras. A forma de medida da frequência é o Hertz (Hz).
Intensidade: é a ação ou pressão que o som desempenha em nossos
ouvidos. É chamado como altura ou volume.
Podemos diferenciar os sons de alta e baixa intensidade da seguinte
forma: um sítio onde só existe a tranquilidade do mato e nada mais tem sons de
baixa intensidade, enquanto uma fábrica onde tem máquinas ruidosas tem sons
de alta intensidade.
Então, conhecendo a diferença, conseguimos entender que quanto maior
os valores da intensidade, mais o ruído torna-se uma ameaça para o empregado.
A forma de medida da intensidade é o decibel (dB).
Outros limites de Ruído Na Europa, a Diretiva 2003/10/CE, de agentes
físicos (ruído) também coloca deveres dos empregadores em cada país da
seguinte forma:
_ O empregador é obrigado a avaliar os riscos associados à exposição ao
ruído.
_ Proteger os funcionários da exposição ao ruído por:
_ Eliminar e controlar os riscos associados ao ruído
_ Fornecer proteção auditiva adequada
_ Fornecer informações adequadas, instrução e treinamento a
funcionários sobre os riscos, medidas de controle, proteção auditiva e práticas
de trabalho seguras.
_ Fornecer vigilância em saúde (verificações auditivas) para os
empregados que estão em risco.
_ Realizar manutenção de equipamentos, em especial em qualquer
equipamento que seja fornecido para controlar o ruído.
_ Rever a avaliação de risco e as ações apropriadas regularmente
(normalmente pelo menos a cada dois anos) (ALVINO et al., 2009).

6
Os regulamentos especificam os valores-limite e os valores de exposição
que desencadeiam a ação, conforme segue:
_ Os valores de exposição inferiores que desencadeiam a ação: a
exposição diária ou semanal pessoal ao ruído de 80dB (ponderada pela
frequência A) e pressão acústica de pico de 135 dB (ponderada pela frequência
C).
_ Os valores de exposição superiores que desencadeiam a ação: a
exposição diária ou semanal pessoal ao ruído de 85 dB (ponderada pela
frequência A) e pressão acústica de pico de 137 dB (ponderada pela frequência
C).
_ Valores-limite de exposição: a exposição diária ou semanal de pessoal
ao ruído de 87dB (ponderada pela frequência A) e pressão de acústica de pico
de 140 dB (ponderada pela frequência C).
Limites de ruído se tornaram mais rigorosos durante as últimas duas
décadas. Na Europa, o limite de 85 dB (A) Lep,d é usado, enquanto que um limite
de 90 dB (A) é especificado no Canadá.
Nos EUA um conjunto mais complexo de critérios é utilizado, que
correlaciona dose com nível de pressão sonora e tempo. Isto é conhecido como
um conceito duplicação de 5 dB e é largamente desacreditada fora dos EUA.
Do ponto de vista prático, o padrão adotado em uma empresa, ou
nacionalmente, e até que ponto esse padrão é alcançado por medidas de
controle de engenharia, depende de uma interpretação do banco de dados de
avaliação de risco, e depois sobre o que é considerado “razoavelmente possível”
de ser implementado.
Um estudo da legislação de diferentes países constatou que a maioria
utiliza o parâmetro de 85 dB(A) ou 90 dB(A), para o critério normatizado para um
período de 8 horas de exposição nas atividades ruidosas.
O mesmo levantamento faz referência para que num futuro próximo,
nenhum país adote como nível de critério, valores inferiores a 85 dB(A),
em função de razões socioeconômicos (INTERNATIONAL INSTITUTE
OF NOISE CONTROL ENGINEERING, 1997).
Normas e legislações que fazem recomendações sobre o problema do
ruído em ambientes de trabalho estabelecem limites baseados em
relações entre exposição ocupacional a determinado nível de pressão
sonora e os benefícios que o individuo e a sociedade auferem do

7
trabalho realizado nessas condições. Deverá ser avaliado critérios
levando em consideração fatores médicos, legais, sociológicos e
econômicos (BISTAFA, 2011).

Conceito de som e ruído


Entende-se por ruído um agente contaminante de tipo físico; é um som
indesejável e, desta forma, incômodo.
É definido como o som ou grupo de sons de tal amplitude que pode
ocasionar adoecimentos ou interferência no processo de comunicação.
Quanto à diferença entre som e ruído, sabe-se que o primeiro pode ser
quantificado, enquanto que o segundo é considerado um fenômeno subjetivo.
De modo objetivo, é considerado todo sinal acústico aperiódico,
originado da superposição de vários movimentos de vibração com
diferentes frequências, as quais não apresentam relação entre si, de
modo subjetivo é considerada toda sensação de desagrado,
desconforto e/ou de intolerância decorrente de uma exposição sonora.
(MESQUITA et al., (2013).
Som é conceituado com ondas mecânicas longitudinais que podem se
difundir em meio liquido, gasoso ou sólido.
Considera-se mecânicas em função da necessidade de meio de
propagação e longitudinais em virtude das partículas responsáveis por
sua propagação oscilar no sentido paralelo em direção a sua
transmissão.(MAIA,2002).
Nas frentes de serviço, o som com elevação excessiva do nível de
pressão sonora é bastante para danificar a audição, sendo indesejável
pelas pessoas, motivo pelo qual é considerado como ruído (OSHA,
2013).
Os colaboradores nas atividades industriais, no lazer ou mesmo enquanto
estiverem em suas residências com o chorar de uma criança considera-se tudo
isso como ruído.
Entretanto o diferencial entre som e ruído está apenas na percepção
subjetiva das pessoas, em função de pertencer a um mesmo fenômeno
físico (PORTELA, 2008).
Em resumo, ruído é uma sensação sonora desagradável, pode ser
mensurado, não desejado ou inútil e Som é uma variação de pressão sonora
capaz de sensibilizar os ouvidos.

8
Doenças e sintomas que o ruído causa no organismo
O ruído, sem que notem, causa uma série de problemas à saúde. Brito
(1999, p. 16) deixa claro em seu estudo sobre o assunto: O corpo
humano começa a responder aos ruídos a partir de 85 dB.
Essa reação ao ruído leva nosso organismo a ter diferentes respostas,
como: dilatação da pupila; aumento da produção de hormônios da tireoide;
aumento de batimento cardíaco; contração dos vasos sanguíneos; aumento da
produção de adrenalina; baixo rendimento no trabalho; ansiedade; tensão;
irritabilidade; insônia; alteração nos ciclos menstruais; impotência; nervosismo;
baixa concentração; cansaço; aumento da pressão sanguínea; acidentes e
outros.
Os efeitos do ruído são inúmeros, mas existe um facilmente demonstrável,
que é a interferência com a comunicação oral.
Esta acontece principalmente nas frequências de 500, 1000 e 2000 Hz,
as denominadas bandas de oitava.
Quando existe um som que possui níveis semelhantes aos da voz
humana, e este é emitido nas frequências da voz, ocorre uma espécie de
“mascaramento” que pode dificultar a comunicação oral, propiciando, assim, um
aumento do número de acidentes de trabalho.
A vulnerabilidade da orelha humana à ação do ruído pode desencadear
uma perda auditiva. Quando ocorre uma lesão auditiva neurossensorial, surge a
possibilidade de vários outros sintomas, entre eles:
· Zumbidos.
· Dificuldade no entendimento da fala.
· Outros (algiacusia; sensação de plenitude auricular; dificuldade de
localização da fonte sonora).
Na audição, os efeitos podem ser: Perda Auditiva Temporária (TTS) –
ocorre quando o indivíduo é exposto a ruído intenso mesmo que por pouco
tempo, e faz com que o limiar auditivo sofra alteração. Essa redução é
temporária, e a audição volta ao normal após um período de repouso auditivo.
Trauma Acústico – é considerado como uma perda auditiva repentina,
quando ocorre uma única exposição de ruído de impacto como explosões,
produzindo lesões irreversíveis na cóclea, pois os níveis sonoros excedem os
limites fisiológicos dessa estrutura.

9
Perda Auditiva Permanente (PAIR) – é decorrente da exposição a ruídos
de alta intensidade por longos períodos. É também irreversível, pois há
destruição de células auditivas.
A PAIR pode acarretar dificuldades para perceber sons agudos, como
telefone, campainhas, relógio e outros.
Rapidamente a lesão também começa a comprometer as frequências das
áreas de conversação, afetando, assim, o reconhecimento da fala.
O ruído não demonstra que está chegando à vida das pessoas, por isso
precisa ser tratado com muita cautela.

Avaliação do ruído
Conforme Saliba (2013, p. 205), a avaliação do ruído pode ser feita
com os seguintes objetivos:
Avaliação Ocupacional: Esse tipo de controle visa constatar os possíveis
riscos de dano auditivo e seu controle.
Avaliação do ruído para caracterização da insalubridade: A perícia
visando à possível caracterização da insalubridade tem como base legal a NR
15, Anexos 1 e 2, e na maioria das vezes é realizada em perícias judiciais.
Avaliação para fins de aposentadoria especial: Essa avaliação é realizada
para fins de comprovação junto ao INSS da exposição a níveis de ruído
prejudiciais à saúde.
O critério utilizado são as normas da NR 15, ACGIH, e da Previdência
Social (Decreto nº 3.048/99).
Avaliação para fins de conforto: O critério utilizado nessa avaliação está
regulamentado na NR 17 da Portaria nº 3.214/78 e nas normas da ABNT, em
especial, NBR 10152, que serão mais detalhadas no capítulo VII – Ergonomia.
Avaliação da perturbação do sossego público: Nessa avaliação, a
regulamentação em legislação municipal, estadual ou federal e as normas
técnicas pertinentes encontram-se, em especial, nas normas da NBR 10151 e
10152 da ABNT, que sugerimos aos leitores que fossem consultadas.

10
Processos para caracterização de exposição ao ruído
Para ser constatada a exposição ao ruído de um trabalhador, precisa ser
realizado o levantamento do ambiente de trabalho englobando a função do
trabalhador, o que ele faz durante sua jornada de trabalho, quais são as
máquinas e os equipamentos que ele opera, quais são os EPIs que ele utiliza,
entre outras informações necessárias.
Depois de realizado o levantamento de informações, são efetuadas as
medições em cada operador ou em cada grupo homogêneo, que é um grupo de
trabalhadores que realiza a mesma atividade.
Após as medições concluídas, são expostos os resultados e é averiguado
o que precisa ser feito para melhorar o ambiente de trabalho e quais são os tipos
de EPI que o operador terá que utilizar caso o ruído passe do seu limite de
tolerância estabelecido pela NR 15.

Instrumentos para avaliação do ruído


Os homens são capazes de detectar de onde vêm as ondas sonoras e
distingui-las, mas com o aumento repentino de barulho em todos os lugares não
é possível fazer afirmações precisas sobre um determinado som.
Foi justamente pensando nisso que o mercado de aparelhos de
medidas e precisão passaram a oferecer aparelhos, cuja função é
medir a intensidade do som, como o decibelímetro e o dosímetro de
ruído (SANCHES, 2012).
O decibelímetro dá o resultado do nível de pressão sonora na hora em
seu leitor digital.
Esse aparelho é o mais utilizado para comprovar a existência do som no
ambiente de trabalho.

11
O dosímetro de ruído é colocado no cinto ou no cós da calça do
trabalhador, e próximo ao seu ouvido fica o microfone conectado a um cabo que
leva as informações até o dosímetro.
Esse aparelho pode ser utilizado em diversos trabalhadores em um dia,
contando que as medições realizadas em cada trabalhador seja o suficiente de
informações necessárias do seu dia de trabalho.

Lembrando que a calibração de todos os aparelhos de medição é


importante e as aferições precisam ser realizadas periodicamente.
Essas aferições, depois de realizadas, devem ser certificadas pelo
fabricante, assistência técnica autorizada ou laboratórios credenciados para
esse objetivo.

12
NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXOS 1 E 2
A Norma Regulamentadora nº 15, em seus anexos 1 e 2, traz os limites
de tolerância para os ruídos contínuos ou intermitentes e de impacto.
Anexo 1

Veja o que diz a Norma Regulamentadora nº 15 (2014) sobre o ruído


contínuo ou intermitente:
1) Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de
aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.

13
2) Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em
decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito
de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser
feitas próximas ao ouvido do trabalhador.
3) Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os
limites de tolerância fixados no Quadro deste anexo.
4) Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será
considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível
imediatamente mais elevado.
5) Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para
indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.
6) Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de
exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos
combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações:
C1 + C2 + C3 + Cn T1 T2 T3 Tn
Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Na
equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível
de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este
nível, segundo o quadro deste anexo.
7) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis
de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção
adequada, oferecerão risco grave e iminente.
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos

14
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

Anexo 2
O anexo 2 da Norma Regulamentadora nº 15 (2014) trata sobre o ruído
de impacto:
1) Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de
energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a
1 (um) segundo.
2) Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com
medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de
resposta para impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear).
Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído
contínuo.
3) Em caso de não se dispor de medidor do nível de pressão sonora com
circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de
resposta rápida (FAST) e circuito de compensação "C". Neste caso, o limite de
tolerância será de 120 dB(C).
4) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem
proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(LINEAR),
medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C),
medidos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e
iminente.
O grau de insalubridade afixado para os ruídos contínuos ou intermitentes
e de impacto é de 20%.

15
NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 01
A NHO 01 tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a
avaliação da exposição ocupacional ao ruído, que implique risco potencial de
surdez ocupacional.
Ela se aplica à exposição ocupacional a ruído contínuo ou intermitente
e a ruído de impacto, em quaisquer situações de trabalho, contudo não
está voltada para a caracterização das condições de conforto acústico
(FUNDACENTRO, 2001).
Vamos ver o que diz a Norma de Higiene Ocupacional NHO 01
(FUNDACENTRO, 2001) referente aos ruídos contínuos, intermitentes
e de impacto: Ruído contínuo ou intermitente: todo e qualquer ruído
que não está classificado como ruído de impacto ou impulsivo.

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA


O programa de Proteção Auditiva traz benefício a quem é portador de
perda auditiva ou não. Tem como objetivo prevenir as perdas auditivas
e até estabilizar as perdas já acentuadas em decorrência da exposição
ocupacional ao ruído (NETO, 2014).
O ponto inicial do PCA é a inspeção no ambiente de trabalho, verificando
cada função e analisando cada posto de trabalho, identificando onde possa
existir o ruído.
Na fase de avaliação ocupacional do ruído será feita uma avaliação
sistemática e repetitiva dos níveis de ruído, definindo a dose e o LEQ
em cada posto de trabalho (grupo homogêneo da exposição) (SALIBA,
2013).
Conforme Saliba (2013, p. 463), vamos entender agora como proceder
nos casos de cada dose: Dose > 0,5 < 1,0 Nesse caso, a NR 9 exige
“Nível de Ação”.
Segundo o subitem, esse nível representa o valor acima do qual devem
ser iniciadas as ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que
as exposições a ruído ultrapassem os limites.
As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a
informação ao trabalhador e o controle médico.

16
Dose > 1,0 Nesse caso, devem-se, prioritariamente, estudar medidas de
controle na fonte e na trajetória.
Se essas medidas forem suficientes para reduzir a intensidade do ruído
abaixo do limite (dose < 0,50), devem-se apenas monitorar os riscos
periodicamente.
Se essas medidas não forem suficientes para reduzir a dose a < 1, devem-
se adotar medidas de controle no homem, tais como limitação do tempo de
exposição e o uso de EPIs.
No caso dos EPIs, após a seleção deve-se calcular sua atenuação,
conforme explicado anteriormente.
Caso sua atenuação reduza a intensidade abaixo do Limite de Tolerância,
deve ser implantado o seu uso.
O treinamento para o uso correto, Ruído de impacto ou impulsivo: ruído
que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo,
a intervalos superiores a 1 (um) segundo.
A orelha humana está constituída conforme descrição a seguir:

A orelha externa, ou seja, a parte que podemos ver recebe as ondas de


pressão e as transmite ao longo do canal auditivo até uma membrana – tímpano,
que está situada dentro do crânio para proteção.
O tímpano vibra em resposta às ondas de pressão sonora e essa vibração
é transmitida através dos 3 pequenos ossos do ouvido médio do martelo, bigorna
e estribo para outra membrana, a janela oval do ouvido interno.
O ouvido médio também contém a trompa de Eustáquio, que oferece uma
abertura para a garganta e assim mantém a orelha média à pressão atmosférica.

17
Esta equalização de pressão é necessária porque o tímpano é necessário
para responder às rápidas e pequenas flutuações na pressão, e não à pressão
absoluta.
A janela oval, por sua vez, passa as vibrações para a cóclea, um órgão
em forma de caracol que contém líquido e cerca de 25.000 células receptivas
(terminações nervosas).
As vibrações geram ondas de pressão no líquido da cóclea, e estas
estimulam as terminações nervosas que transmitem sinais elétricos
correspondentes ao cérebro.
Cada célula receptiva responde a um tom e, portanto, é capaz de analisar
e separar uma mistura de sinais de entrada em seus componentes de frequência
individual.
Esta facilidade permite que o ouvido humano identifique notas individuais
entre a saraivada de sons.

Som Audível
Duas das principais características do som são a frequência e
intensidade. O número de ondas de pressão / vibrações por segundo é
conhecido como a frequência, e é expresso na unidade Hertz (Hz), quanto mais
flutuações por segundo maior a altura do som.
A faixa de frequência do ouvido humano é normalmente citada como
sendo entre 20 Hz e 20.000 Hz (20 KHz).
A nota dó na música está em aproximadamente 260 Hz (as opiniões de
músicos variam entre 255-278 Hz), e dobrando, a frequência aumenta o tom uma
oitava, então a oitava acima de dó (260 Hz) tem uma frequência de 520 Hz.
Por intensidade (I) entendemos a amplitude (tamanho) das ondas de
pressão e é definida como a quantidade média de energia que passa através de
uma unidade de área na unidade de tempo e é expressa em watts por metro
quadrado (Wm2).
Torna-se muito complicado citar os níveis de ruído em medidas de
pressão sonora (Pa) ou intensidade (Watts/metro2), pois os números são muito
difíceis de controlar.

18
Portanto, está citado com um nível de referência (neste caso, o limiar de
audição) e usado como uma escala logarítmica para o resultado, e um número
muito mais gerenciável pode ser produzido.
Este é o chamado decibel, que é um décimo de um Bel. O decibel (dB)
não tem dimensões, como tal; é apenas uma unidade de comparação disposta
em uma escala logarítmica, de modo que o aumento do número corresponde a
uma multiplicação de intensidade.
O volume de ruído é uma função tanto da intensidade quanto da
frequência.

SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E


COLETIVOS
Chegamos ao final do estudo sobre o ruído. A seleção dos equipamentos
e medidas de controle deve ser feita conforme os resultados obtidos e o que
melhor encaixa.
As medidas de controle do ruído podem ser consideradas basicamente
de 3 (três) maneiras distintas: na fonte, na trajetória e no homem. As
medidas na fonte e na trajetória deverão ser prioritárias, quando viáveis
tecnicamente (SALIBA, 2013).
Vamos verificar, agora, os Equipamentos de Proteção Individual e os
Equipamentos de Proteção Coletivos para eliminação ou neutralização do ruído.
Equipamentos de Proteção Individual – EPI Os profissionais de segurança
no trabalho e empregadores devem entender que o controle no homem, que é a
utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), é a última saída que
deve ser tomada.
Os EPIs podem servir de complemento para as medidas adotadas na
fonte e na trajetória, e também quando essas adotadas não forem o bastante
para reparar o problema.

19
Deve-se ressaltar que a simples utilização do EPI não implica a
eliminação de o risco do trabalhador vir a sofrer diminuição da capacidade
auditiva.
Os protetores auriculares, para serem eficazes, deverão ser usados de
forma correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela
capacidade de atenuação, que deverá ser devidamente testada por órgão
competente.
O uso constante do protetor é importante para garantir a eficácia da
proteção (SALIBA, 2013).
Equipamentos de Proteção Coletivos – EPC Os EPCs, ou medidas de
controle, são mais eficientes do que os EPIs e também não geram tantos
transtornos ao trabalhador.

Medidas de controle na fonte


Saliba (2013, p. 206) relata que são várias as medidas de controle na
fonte que podem ser adotadas a fim de evitar que o ruído faça parte do
dia a dia do trabalhador:
- Substituir equipamento por outro mais silencioso;
- Balancear e equilibrar partes móveis;
- Lubrificar eficazmente rolamentos, mancais etc.;
- Reduzir impactos, na medida do possível;
- Alterar o processo;
- Programar as operações, de forma que permaneça o menor número de
máquinas funcionando simultaneamente;
- Aplicar material de modo a atenuar as vibrações;
- Regular os motores;
- Reapertar as estruturas;

20
- Substituir engrenagens metálicas por outras de plástico ou celeron.

Medidas de controle na trajetória


Quando as medidas de controle na fonte foram estudadas, mas chega-se
à conclusão de que não será viável, entra-se no processo de verificação de
medidas de controle no meio.
Vamos entender melhor o processo de medidas de controle na
trajetória que Saliba (2013, p. 207) demonstra:
- Evitar a propagação – por meio de isolamento.
- Conseguir um máximo de perdas energéticas por absorção.
O isolamento acústico pode ser feito das seguintes formas:
1 – Evitando que o som se propague a partir da fonte;
2 – Evitando que o som chegue ao receptor. Isolar a fonte: Significa a
construção de barreira que separe a causa do ruído do meio que o rodeia, para
evitar que esse som se propague.
Isolar o receptor: Construção de barreiras que separem a causa e o meio
do indivíduo exposto ao ruído.
Deve-se ressaltar que a simples utilização do EPI não implica a
eliminação de o risco do trabalhador vir a sofrer diminuição da capacidade
auditiva.
Os protetores auriculares, para serem eficazes, deverão ser usados de
forma correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela
capacidade de atenuação, que deverá ser devidamente testada por órgão
competente.
O uso constante do protetor é importante para garantir a eficácia da
proteção (SALIBA, 2013).

21
VIBRAÇÕES
A vibração no meio industrial é bem comum e seu acompanhamento deve
ser levado em conta, assim como qualquer outro agente.
As consequências que ele gera na saúde humana são significativas,
sendo essencial avaliação e monitoramento.
A vibração é um deslocamento oscilatório de um corpo em razão de forças
desequilibradas de elementos rotativos e movimentos intermitentes de uma
máquina ou equipamento.
É representado um movimento oscilatório e periódico caso o corpo vibre,
abrangendo deslocamento em um determinado tempo.
Vamos entender dois tipos de vibrações ocupacionais que são muito
presentes nos ambientes industriais: vibração de corpo inteiro e vibração
localizada ou de mão e braço.
• Vibração ocupacional de corpo inteiro: Essas vibrações são passadas
ao corpo em uma totalidade, frequentemente por meio da superfície de
sustentação, como os pés, costas, nádegas de um indivíduo assentado.
Normalmente, ocorrem em trabalho com máquinas pesadas: tratores,
caminhões, ônibus, aeronaves, máquinas de terraplanagem, grandes
compressores, máquinas industriais.
• Vibração ocupacional localizada ou de mão e braço: Essas vibrações
abrangem certas partes do corpo, em especial mãos e braços.
Normalmente, ocorrem em operações com ferramentas manuais
vibratórios: marteletes, britadores, rebitadeiras, compactadores,
politrizes, motosserras, lixadeiras, peneiras vibratórias, furadeiras
(HABRA, 2015, p. 5).
Os materiais mais utilizados para fazer o isolamento acústico são cortiça
e lã de vidro, que são absorventes de som. Esses materiais devem ser utilizados
para envolver as barreiras isolantes de som.
Percebem como vários dos tipos de medidas de controle são os EPCs
que auxiliam a empresa a não terem gastos com os EPIs, e não ter o desgaste
dos profissionais de segurança no trabalho e lideranças na imposição ao seu
uso faz toda a diferença?
Sempre devemos ter em mente que os EPCs e as medidas de controle
precisam estar sempre em primeiro lugar. Só salvo quando estes saem muito

22
caro financeiramente ou deem muito trabalho para a sua instalação, aí sim, entra
o uso do EPI.

Doenças e sintomas que a vibração de corpo inteiro causa no organismo


Um indivíduo exposto à vibração de corpo inteiro pode apresentar vários
problemas de saúde físicos definitivos ou também alterações no sistema
nervoso.
A região espinhal, o sistema circulatório e urológico e o sistema nervoso
central são afetados se o trabalhador tem exposição frequente à vibração.
Sintomas de alteração constantemente ocorrem ao longo da exposição ou após,
que são insônia, dor de cabeça, tremores e cansaço, mas após um período de
descanso os sintomas devem desaparecer.
De acordo com Saliba (2013, p. 214), os efeitos constatados em grupos
sujeitos a circunstâncias rigorosas de vibração foram os seguintes:
“Problemas na região dorsal e lombar, gastrointestinais, sistema
reprodutivo, desordens no sistema visual, problemas nos discos
intervertebrais, degeneração na coluna vertebral”.

Doenças e sintomas que a vibração localizada ou de mão e braço causam


no organismo
Os efeitos predominantes da exposição à vibração nas mãos e braços
podem ser de ordem neurológica, osteoarticular, muscular e vascular.
O desenvolvimento da doença nas suas múltiplas fases em
decorrência da exposição diária, em vários meses, pode ser notado por
meio da apresentação demonstrada a seguir por Saliba (2013, p. 224):
- Formigamento ou adormecimento leve e intermitente, ou ambos, são
frequentemente ignorados pelo paciente porque não interferem no trabalho ou
em outras atividades.
São os primeiros sintomas da síndrome.
- Mais tarde, o paciente pode experimentar ataques de branqueamento
de dedos, confinados primeiramente às pontas; entretanto, com a continuidade
da exposição, os ataques podem se estender à base do dedo.
- O frio frequente provoca os ataques, mas há outros fatores envolvidos
com o mecanismo de disparo, como a temperatura central do corpo, a taxa

23
metabólica, o tônus vascular (especialmente cedo, pela manhã) e o estado
emocional.
- Os ataques de branqueamento geralmente duram de 15 a 60 minutos,
mas, nos casos avançados, podem durar uma ou duas horas.
A recuperação se inicia com um rubor, uma hiperemia reativa,
especialmente vista na palma da mão, avançando do pulso para os dedos.
- Nos casos avançados, devido aos repetidos ataques isquêmicos, o tato
e a sensibilidade à temperatura ficam comprometidos.
Há perda de destreza e incapacidade para a realização de trabalhos
minuciosos.
- Prosseguindo a exposição, o número de ataques de branqueamento se
reduz, sendo substituído por uma aparência cianótica dos dedos.
- Finalmente, pequenas áreas de necrose da pele aparecem na ponta dos
dedos (acrocianose).

Processo para caracterização de exposição à vibração


No passado, até poucos anos atrás, a avaliação de vibração no corpo
humano era pouco realizada, visto que, normalmente, quando se está num
ambiente com vibrações elevadas, o nível de pressão sonora é bastante
elevado.
A avaliação da atividade por meio da dosimetria de ruído já
caracterizava a atividade como insalubre (HABRA, 2015).
Para os dois tipos de vibração existentes, temos os instrumentos de
medição, que fazem os levantamentos de valores que precisamos para obter os
valores a indicar se existe mesmo a exposição à vibração ou não.
Deve ser feita uma antecipação de quais máquinas ou ferramentas que o
operador usa; quais são suas atividades; quanto tempo o trabalhador fica
exposto em cada procedimento que executa; verificar qual o tempo das pausas
que ele faz e o tempo de exposição integral diário.
Depois de fazer o levantamento, deve ser instalado o instrumento de
medição no trabalhador para evitar a influência do trabalho rotineiro do operador.
É importante ressaltar que o trabalhador precisa estar ciente do que esse
aparelho mede, o porquê que ele vai ser controlado e a importância de ele
executar suas atividades normalmente, como faz todos os dias para evitar que a

24
medição não tenha problemas e que seja realmente como o trabalhador está
exposto.
Quando as medições forem encerradas, os valores da medição serão
comparados aos limites de exposição que são indicados na NR 15 em seu anexo
nº 8, que será estudado logo abaixo.

Instrumentos para avaliação da vibração


Para que a medição seja realizada dentro do solicitado pelas Normas
NHO 09 e NHO 10, devem ser analisados os procedimentos de medição e tudo
o que está relacionado aos aparelhos conforme essas Normas, pois a NR 15, no
seu anexo nº 8, deixa claro que todos os procedimentos técnicos devem ser
acompanhados nas normas da FUNDACENTRO.
A seguir, vamos conhecer quais são os equipamentos de medição para
cada tipo de vibração: A NHO 10 (FUNDACENTRO, 2013) deixa claro
que: Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição
ocupacional à vibração em mãos e braços devem atender aos
requisitos constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras
revisões e complementações e estarem ajustados de forma a atender
aos seguintes parâmetros:
- circuito de ponderação para mãos e braços (Wh);
- MEDIDOR DE VIBRAÇÃO ACOPLADO AO ACELERÔMETRO DE MÃO
E BRAÇO diz que:
Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional
à vibração de corpo inteiro devem ser integradores, atender aos requisitos
constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões e
complementações e estar ajustados de forma a atender aos seguintes
parâmetros:
- circuitos de ponderação para corpo inteiro;
• Wk para o eixo “z”;
• Wd para os eixos “x” e “y”;
- fator de multiplicação “fj” em função do eixo considerado;
• fx = 1,4;
• fy = 1,4;
• fz = 1,0;
- medição em rms.

25
- fator de multiplicação em função do eixo considerado:
f j = 1,0 para os eixos “x”, “y” e “z”; - medição em rms.

A NHO 09 (FUNDACENTRO, 2013) diz que: Os medidores a serem


utilizados na avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo
inteiro devem ser integradores, atender aos requisitos constantes da
Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões e
complementações e estar ajustados de forma a atender aos seguintes
parâmetros:
- circuitos de ponderação para corpo inteiro;
• Wk para o eixo “z”;
• Wd para os eixos “x” e “y”;
- fator de multiplicação “fj” em função do eixo considerado;
• fx = 1,4;
• fy = 1,4; • fz = 1,0;
- medição em rms.

26
NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 8
A Norma Regulamentadora nº 15 (2014), no seu anexo nº 8, referente a
vibrações, diz que deve: Estabelecer critérios para caracterização da condição
de trabalho insalubre decorrente da exposição às Vibrações de Mãos e Braços
(VMB) e Vibrações de Corpo Inteiro (VCI).
Os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e VMB
são os estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO.
Caracterização e classificação da insalubridade Caracteriza-se a condição
insalubre caso seja superado o limite de exposição ocupacional diária a VMB
correspondente a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada
(aren) de 5 m/s2.
Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos
limites de exposição ocupacional diária a VCI: a) valor da aceleração resultante
de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2; b) valor da dose de vibração
resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75.
Para fins de caracterização da condição insalubre, o empregador deve
comprovar a avaliação dos dois parâmetros acima descritos.
As situações de exposição a VMB e VCI superiores aos limites de
exposição ocupacional são caracterizadas como insalubres em grau médio.
A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição,
abrangendo aspectos organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador
no exercício de suas funções.

27
A caracterização da exposição deve ser objeto de laudo técnico que
contemple, no mínimo, os seguintes itens:
a) Objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos;
b) Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realizada
de acordo com o item 3 do Anexo 1 da NR-9 do MTE;
c) Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da
exposição e representatividade da amostragem;
d) Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de
calibração;
e) Dados obtidos e respectiva interpretação;
f) Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação;
g) Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente
existentes e indicação das necessárias, bem como a comprovação de sua
eficácia;
h) Conclusão. O grau de insalubridade para vibração, conforme inspeção
em local de trabalho, tem o percentual de 20%.

NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 09 E 10


Vamos verificar, agora, o que dizem as Normas de Higiene Ocupacional
(NHO) da FUNDACENTRO sobre as vibrações.

Norma de Higiene Ocupacional – NHO 09: avaliação da exposição


ocupacional a vibrações de corpo inteiro
Esta norma técnica tem por objetivo estabelecer critérios e
procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional a vibrações
de corpo inteiro (VCI), que impliquem possibilidade de ocorrência de
problemas diversos à saúde do trabalhador, entre os quais aqueles
relacionados à coluna vertebral (FUNDACENTRO, 2013).

Norma de Higiene Ocupacional – NHO 10: avaliação da exposição


ocupacional a vibrações em mãos e braços
Esta norma técnica tem por objetivo estabelecer critérios e
procedimentos para avaliação da exposição ocupacional a vibrações

28
em mãos e braços que implique risco à saúde do trabalhador, entre os
quais a ocorrência da síndrome da vibração em mãos e braços (SVMB)
(FUNDACENTRO, 2013).

SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DEPROTEÇÃO INDIVIDUAL E


COLETIVA
Chegamos, agora, ao ponto de escolher as melhores maneiras e opções
de proteger o trabalhador em suas atividades que são expostas à vibração.
Vejamos a seguir algumas opções para auxiliar o trabalhador em sua jornada.

Equipamento de Proteção Individual – EPI


O EPI mais conhecido e mais utilizado para vibração é a luva antivibração,
mas devemos lembrar que só o uso da luva não é indicado, pois ela auxiliará na
diminuição do impacto do equipamento transmitido à mão.
É importante ressaltar que a vibração acaba deixando o trabalhador
exposto a outros riscos, que deverão ser analisados e levantados os tipos de
EPI, como o ruído e a poeira.

Equipamento de Proteção Coletiva – EPC


Saliba (2013, p. 230) selecionou algumas medidas de controle que são
eficientes no combate à vibração: Medidas de controle para vibrações
de corpo inteiro:
- assentos com suspensão a ar;
- cabines com suspensão;
- calibração adequada do pneu;
- utilização de bancos com descanso para os braços, apoio lombar e
ajuste do assento e do apoio das costas;
- limitação do tempo de exposição;
- implantação de programa de supervisão médica. Medidas de controle
para vibrações de mão e braço:
- usar ferramentas com características antivibratórias;
- utilizar luvas antivibração;

29
- executar práticas adequadas de trabalho que permitam manter as mãos
e o corpo do trabalhador aquecidos bem como minimizar o acoplamento
mecânico entre o trabalhador e a ferramenta vibratória;
- limitar o tempo de exposição;
- implantar programa de supervisão médica.
Entre outras medidas de prevenção, podemos sempre colocar em pauta
os treinamentos com os operadores, sua conscientização sobre os riscos que
estão expostos, quais os problemas que podem causar à sua saúde e também
à implantação de sinalizações de segurança.

30
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Noise.
Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2013.
AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO.
Perspectivas 1: novos riscos emergentes para segurança e saúde no trabalho.
Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias,
2009. Disponível em: . Acesso em: 13/5/2013
ALVINO, M. et al. Guia indicativo de boas práticas para aplicação da Diretiva
2003/10/CE “Ruído no Trabalho”. Luxemburgo: Serviço das Publicações da
União Europeia, 2009.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Emprego e Salário.
Segurança e saúde no trabalho, legislação - normas regulamentadoras. Brasília,
2012. Disponível em: Acesso em: 18 abr. 2015.
CASTELO BRANCO, Nuno A. A.; FERREIRA, José Reis; ALVES-PEREIRA,
Mariana. O aparelho respiratório na doença vibroacústica: 25 anos de
investigação. Rev Port Pneumol, Lisboa, v. 13, n. 1, p. 129-135, jan. 2012.
Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2013.
ESTEFEN, S. F. Collapse behaviour of intact and damaged deepwater pipelines
and the influence of the reeling method of installation. Journal of Constructional
Steel Research, London, v. 50, n. 2, p. 99-114, 1999.
FANTAZZINI, Mario Luiz; OSHIRO, Maria Cleide S. Técnicas de avaliação de
agentes ambientais: Manual do SESI. Brasília: 2007. Disponível em: . Acesso
em 20 jan.. 2014.
FERREIRA, J. R. et al. Drive respiratório anormal na doença vibroacústica. Rev
Port Pneumol, Lisboa, v. 12, n. 4, p. 369-374, jul. 2012. Disponível em: . Acesso
em: 30 ago. 2013.
FERREIRA JÚNIOR, M. PAIR - Perda Auditiva Induzida por Ruído-Bom Senso
e Consenso. São Paulo: VK. 1998. 120 p.
HIRST, Adrian. Manual do aluno. Princípios básicos em higiene ocupacional.
2010. Disponível em: . Acesso em: 20 Jan. 2014.
HEPNER, G. Estudo analítico de abandono e recolhimento de dutos rígidos.
UFRJ-RJ, 2008. (Projeto final, Requisito para obtenção do diploma de
engenheiro naval).

31
INTERNATIONAL INSTITUTE OF NOISE CONTROL ENGINEERING.
International INCE working party report on upper limits on noise in the workplace.
Noise News International, Poughkeepsie, v. 5, n. 4, p. 203-216, 1997.
JOACHIM,E. Poluição sonora industrial: ruídos gerados por válvulas de controle,
suas causas e soluções. Revista brasileira de saúde ocupacional. 71. 31-7, 1983.
KITAMURA, Satoshi & CAMPOY, M.G. Contribuição ao estudo da audiometria
normal. Revista brasileira de saúde ocupacional. 1990, p. 18-46
LIMA, B.S. . Otimização de Fundações Estaqueadas. Dissertação de
Mestrado,Publicação G.DM-151A/07, Departamento de Engenharia Civil e
Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 118 p.,2007.
LORD, H. W; GATLEY, W. S; EVENSEN, H. A. Noise control for engineers. New
York: McGraw-Hill, 1980. MAIA, Paulo Alves. Estimativa de Exposições Não
Contínuas a Ruído. V.1. Ed. São Paulo: FUNDACENTRO, 2002.
MARCONI, M. A; LAKATOS. E. M. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Atlas, 2001.
MENDES, René. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995.
MORAES, Giovanni. Normas regulamentadoras comentadas: legislação de
segurança e saúde no trabalho. 7. ed. Rio de Janeiro: GVC, 2009. 365 - 367p.
NORMA de higienie ocupacional: NHO – 01. São Paulo: Fundacentro, 1995.
OLIVEIRA, Soares Bernardo Garcia de. A systematic review of the interventions
to promote the wearing of hearing protection. Sao Paulo Med. J., São Paulo, v.
125, n. 6, p. 359-361, Nov. 2007. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2008.
OSHA - Occupational Safety and Health Administration. Occupacional safety and
health standards: Occupacional noise expore. Whashington DC. Office of the
federal register,2000.
PACHECO JÚNIOR, Waldemar. Qualidade na segurança e higiene do trabalho:
série SHT 9000: normas para a gestão e garantia da segurança e higiene do
trabalho. São Paulo: Atlas, 1995.
ROCHA, Renato et al., Efeito de estresse ambiental sobre a pressão arterial de
trabalhadores. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 36, n. 5, p. 568-575, out. 2011.
Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2012.
Wikimedia Commons. Propriedade wikimédia foundation,1995.
YIN, Robert K. Estudo de Casos: Planejamento e Métodos. São Paulo: Editora
Bookman, 2005, 212p.

32

Você também pode gostar