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Raquia Suluho Momade

Higiene do Trabalho
Gestão Logística e de Transportes

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação
2023
Raquia Suluho Momade

Higiene do Trabalho

Trabalho de Investigação Cientifica da


Cadeira de Higiene e Segurança no
Trabalho, a ser apresentado do Instituto
Superior de Transporte, Turismo e
Comunicação, como requisito parcial para
avaliação, cadeira lecionada por:
Dra. Maria Francisca

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação
2023
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Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 3
2. Fundamentação Teórica ...................................................................................................... 4
2.1. Conceitos ..................................................................................................................... 4
2.1.1. Prevenção e Proteção ............................................................................................ 4
2.2. Princípios Gerais de Higiene e Dominios .................................................................... 4
2.3. Higiene e Segurança no Trabalho ................................................................................ 4
2.4. Ruido ............................................................................................................................ 5
2.4.1. Problemas causados pelo ruído............................................................................. 5
2.5. Vibrações ..................................................................................................................... 6
2.6. Ventilação Industrial .................................................................................................... 7
2.7. Ambiente térmico ........................................................................................................ 7
2.8. Radiações ..................................................................................................................... 7
2.9. A qualidade do ar interior ............................................................................................ 8
2.10. Condições ambientais de trabalho ............................................................................ 9
2.11. Iluminação ................................................................................................................ 9
2.12. Riscos Químicos....................................................................................................... 9
2.13. Riscos Biológicos ................................................................................................... 10
3. Conclusão ......................................................................................................................... 11
4. Referencias Bibliográficas ................................................................................................ 12
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1. Introdução
A garantia de segurança e saúde nos locais de trabalho é um direito de todos os trabalhadores
e também um imperativo constitucional.
Nos dias de hoje é comummente aceite que o sucesso das organizações está intimamente
relacionado com a qualidade das condições de trabalho que as entidades empregadoras
providenciam aos seus colaboradores. Desta forma, as condições de Segurança e Saúde no
Trabalho, tornam-se importantes para o aumento da motivação dos colaboradores, o que, por
sua vez, resulta num potencial aumento da competitividade, num aumento da produtividade, e
na redução do absentismo com a diminuição de ocorrência de acidentes e doenças
profissionais.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), anualmente, ocorrem por
todo o mundo cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e são declaradas 160 milhões de
doenças profissionais, de que resulta a morte de dois milhões de pessoas.
Desta forma, a Segurança e Saúde no Trabalho surge cada vez mais, não só como uma
obrigação legal, mas principalmente, como uma necessidade, a vários níveis, intensificando-
se a sua importância nas organizações.
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2. Fundamentação Teórica
2.1. Conceitos
2.1.1. Prevenção e Proteção
Prevenção e protecção são duas realidades complementares e não exclusivas. A primeira pode
ser definida como “conjunto de medidas e acções cautelares tendentes a eliminar ou limitar as
consequências de um acidente antes que este se produza”; a segunda, por seu turno, é
entendida como o “conjunto de medidas e acções destinadas a preservar ou minimizar as
consequências de um acidente quando este acontece”.

2.2. Princípios Gerais de Higiene e Dominios


Em 1989 foi publicada pela Comissão Europeia a Directiva 89/ 391/ CEE, de 12 de Junho –
designada por Directiva Quadro – que veio introduzir e definir um quadro de execução de
medidas destinadas a promover a melhoria da Segurança e Saúde dos Trabalhadores.
 Prevenir o acidente é mais barato do que corrigir as consequências possíveis de não o
ter feito;
 A filosofia preventiva, prevista na lei sobre Higiene e Segurança no Trabalho, visa a
obtenção de níveis elevados de segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores em
cada local de trabalho, reduzindo ou eliminando os riscos de acidente, o mais possível.

A Directiva Quadro expressa, claramente, a responsabilidade intransferível dos empregadores,


de assegurarem a segurança e a saúde dos trabalhadores em todos os aspectos relacionados
com o trabalho, o que pressupõe, desde logo, que a prevenção deve ser gerida nos próprios
locais de trabalho, em função de todos os riscos existentes e sobre todos os intervenientes,
privilegiando as medidas que conduzam à eliminação dos riscos.

2.3. Higiene e Segurança no Trabalho


A higiene e segurança do trabalho estão relacionadas a um conjunto de leis, normas,
procedimentos técnicos e educacionais que visam à proteção de integridade física e mental do
trabalhador, preservando-o dos riscos à saúde, inerentes as tarefas do cargo e ao ambiente
onde são executadas.

Para Matos (1998), a higiene e segurança do trabalho têm como objetivo a redução das perdas
decorrentes dos acidentes de trabalho, tanto do ponto de vista humano como financeiro da
previsibilidade do comportamento da atividade produtiva na empresa. Ela é responsável então
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pela preservação da saúde do trabalhador através de um programa de prevenção de acidentes e


enfermidades ocupacionais, melhorando a qualidade de vida e de trabalho do mesmo.

2.4. Ruido
O ruído é um problema que se alastra a praticamente todos os ambientes de trabalho, desde
call centers a escolas, passando por escritórios, embora, naturalmente, tenha uma particular
incidência na indústria e na construção civil.

Segundo a Agência Europeia para a Higiene e Segurança do Trabalho, um em cada cinco


trabalhadores europeus têm que levantar a voz pelo menos metade das vezes que querem falar
quando estão no trabalho e sete por cento sofrem de problemas de perda de audição derivados
das suas ocupações profissionais.

O ruído é medido em decibéis (dB) – quanto mais alto for o número, mais intenso é o som.
Existem várias técnicas para medir o som, normalmente identificadas adicionando uma letra
depois do dB; por exemplo dB(A).

Quanto mais tempo estivermos expostos a barulho intenso, mais provável é irmos sofrer de
perdas auditivas. Por isso, a medição do ruído e os limites de ruído no local de trabalho são
habitualmente estipulados em relação com o tempo de exposição ao ruído.
2.4.1. Problemas causados pelo ruído
O ruído não precisa de ser excessivamente alto para originar problemas no local de trabalho.
O ruído pode interagir com outros riscos do local de trabalho, aumentado os perigos para os
trabalhadores. Por exemplo:
 Aumentado o risco de acidentes, ao impedir a audição de eventuais sinais de perigo;
 Aumentado o risco de perda de audição, ao aumentar a exposição a alguns produtos
químicos;
 Sendo um factor causal num stress relacionado com trabalho. A exposição ao ruído
pode colocar os trabalhadores perante diferentes riscos:
Perda de audição
O barulho excessivo danifica as células capilares da cóclea, parte integrante do ouvido
interno, provocando perda de audição.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, “Em muitos países, a perda de audição provocada
pelo excesso de ruído é a mais prevalente e irreversível doença industrial” (1997).
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Segundo o Grupo de Estudo SIHI da Universidade de Maastricht, “estima-se que o número de


pessoas na Europa com deficiências auditivas é superior à população em França” (1999).

2.5. Vibrações
Na prática, é muito difícil evitar o fenômeno de vibração. A vibração geralmente ocorre
devido a efeitos dinâmicos das tolerâncias de manufatura, folgas, rolagem e contato entre
partes de uma máquina ou de forças de desbalanceamento de partes rotativas ou de
movimento alternado. Em muitas situações vibrações insignificantes podem excitar a
ressonância de partes de máquinas, causando amplitudes de vibração significativamente
maiores.
A vibração de um corpo é descrita como um movimento oscilatório em torno de uma posição
de referência. O número de vezes que o movimento de um ciclo ocorre em um período de um
segundo é chamado de Frequência que pode ser medida em Hertz (Hz).

O movimento pode ser constituído e um movimento de componente único ocorrendo em uma


única frequência, como um diapasão ou em muitos componentes em diferentes frequências
simultâneas, como o exemplo de um pistão em movimento.

Assim como o som pode ser uma música agradável ou um ruído incômodo, as vibrações no
corpo humano podem ser agradáveis ou desagradáveis.

A exposição do corpo inteiro a vibração pode causar dano físico permanente ou distúrbios no
sistema nervoso. A exposição diária do corpo à vibração durante um número de anos pode
resultar em danos físicos sérios, por exemplo, Lombalgia isquêmica que é uma condição que
afeta a região inferior da coluna
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2.6. Ventilação Industrial


Sendo certo que a sanidade do ar respirado no posto de trabalho deve ser garantida, antes de
mais, pela utilização de produtos não prejudiciais à saúde ou pela modificação do processo, há
situações em que tal não é possível.

Nesse caso, recorre-se à ventilação para renovação contínua do ar (Ventilação Geral), ou para
captação do(s) elementos(s) poluente(s), junto da respectiva fonte de emissão
(Ventilação/captação Localizada).

A definição da solução técnica adequada, pressupõe um conhecimento pormenorizado do


processo e dos poluentes libertados e requer a realização de um projecto consciencioso,
dirigido para a optimização dos caudais necessários ao controlo efectivo dos contaminantes.

2.7. Ambiente térmico


Por razões bioquímicas, a temperatura interna do corpo humano deve manter- -se entre os
36,2°C e os 37,8°C. É neste intervalo de temperaturas que as principais funções do organismo
e em particular o sistema nervoso central encontram o seu ponto de desempenho óptimo.

Pode dizer-se que o principal problema relacionado com o ambiente térmico dos locais de
trabalho, está na satisfação das condições necessárias à manutenção de um ambiente térmico
neutro, assegurando a manutenção da temperatura interna do corpo dentro daqueles limites
(homeotermia).

O trabalho em condições de ambiente térmico quente ou frio, além do desconforto, pode


conduzir a situações de stresse térmico.

A manutenção de um ambiente térmico neutro, exige o controlo de 4 factores (principais) que


intervêm nas trocas de calor efectuadas entre o homem e o ambiente em que está inserido. São
eles: a temperatura, humidade e velocidade do ar e o calor radiante.

2.8. Radiações
Consoante a forma como interagem com a matéria, as radiações são classificadas como
ionizantes ou não ionizantes.

Ambas podem ter efeitos nocivos na saúde dos indivíduos expostos, dependendo a severidade
dos danos, entre outros factores, da quantidade de radiação absorvida e do tempo de
exposição.
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Na tabela seguinte caracterizam-se, simplificadamente, os tipos de radiação e os respectivos


efeitos no Homem:

A prevenção dos riscos associados às radiações passa fundamentalmente por:


– Definição e identificação das áreas de trabalho de acordo, com o risco de exposição;
– Redução do tempo de exposição;
– Observação e exame físico regular dos locais de risco;
– Exame médico periódico e, se necessário, excepcional, dos trabalhadores expostos;
– Adopção de equipamentos de protecção individual adequados ao tipo de radiação que se
pretende evitar e às partes do corpo a proteger.
2.9. A qualidade do ar interior
O desenvolvimento das condições de conforto nos locais de trabalho, nomeadamente
mediante a instalação de equipamentos de climatização central, tem propiciado um número
cada vez mais crescente de pessoas que se expõem ao ar através de sistemas de
condicionamento e ventilação do ar por meios mecânicos, com consequências ao nível da
qualidade do ar interior que se respira.

Segundo a American Society of Heating Refrigerating and Air-Conditioning Engineers,


“entende-se por qualidade aceitável do ar aquele que não contenha substâncias contaminantes
em quantidades tais que resultem nocivas para a saúde e cuja qualidade seja considerada
satisfatória por, pelo menos, 80% das pessoas expostas no mesmo local de trabalho”.

A má qualidade do ar interior pode afetar a saúde dos colaboradores, manifestando-se


mediante os seguintes sintomas: irritação dos olhos e da epiderme, dores de cabeça, secura da
pele e/ou das mucosas, aparecimento de processos alérgicos, doenças infeciosas, nos olhos
(irritação, comichão, lágrimas), nariz (comichão, mucosidade, gotejamentos,
congestionamentos, espirros), garganta (dores inflamação secura), pulmões (sensação de
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aperto torácico, sensação de asfixia, tosse seca), cabeça (dores, sonolência, dificuldade de
concentração, tonturas), cutâneos (eritema-rubor cutâneo-erupções, secura), para além de
outras doenças mais graves como infeções pulmonares, asma, rinites, dermatoses, tendo como
resultado mal-estar, stress, absentismo e perdas de produtividade.

2.10. Condições ambientais de trabalho


As dimensões dos locais de trabalho devem permitir que os trabalhadores realizem as suas
tarefas em condições de segurança e saúde, tendo em conta:
 Área útil de trabalho
A área útil mínima de trabalho por trabalhador deverá ser 1,80m2, após terem sido
considerados os espaços ocupados por móveis, objetos, máquinas e vias de circulação, de
acordo com a Portaria n.º 987/93, de 6 de Outubro, artigo 2.º.
 Cubagem mínima de ar
Segundo a Portaria n.º 987/93, de 6 de Outubro, artigo 2.º, a cubagem de ar mínima por
trabalhador deverá ser 11,50m3, podendo ser reduzida até 10,50m3.

2.11. Iluminação
Segundo a referida Portaria, deve dar-se primazia à iluminação natural em relação à
iluminação artificial e existir iluminação de emergência no caso de avarias. A iluminação não
deve também afetar a visão dos colaboradores, provocar encadeamento ou fadiga visual.

2.12. Riscos Químicos


A exposição a substâncias perigosas pode ocorrer a todo o momento no local de trabalho, quer
estejamos a falar de um escritório, de uma fábrica, de um armazém, entre muitos outros.

As substâncias perigosas podem causar diversos tipos de danos, desde cancros a problemas da
capacidade de reprodução ou deficiências congénitas, asma e problemas cutâneos.

Os danos causados pelas substâncias perigosas podem ocorrer na sequência de uma única e
curta exposição ou em resultado da acumulação a longo prazo de substâncias no organismo.

É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos que
podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar-lhe a saúde. Os danos físicos relacionados à
exposição química inclui, desde irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves,
indo até aqueles de maior severidade, causado por incêndio ou explosão.
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2.13. Riscos Biológicos


Estes tipos de riscos relaciona-se com a presença no ambiente de trabalho de microrganismos
como bactérias, vírus, fungos, bacilos, etc., normalmente presentes em alguns ambientes de
trabalho, como: Hospitais, Laboratórios de análises clínicas, Recolha de lixo, Tratamento de
Efluentes líquidos.
Os riscos biológicos também podem ter origem no contacto com os resíduos alimentares, nas
pragas urbanas, por acumulação de sujidade e através do ar contaminado.

Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são
responsáveis por algumas doenças profissionais, podendo dar origem a doenças menos graves
como infeções intestinais ou a simples gripe, ou mais graves como a hepatite, meningite ou
Sida.
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3. Conclusão
No término desta pesquisa, é seguro concluir que a gestão da área da Segurança e Saúde do
Trabalho é uma área cada vez mais entendida como importante, e tendo em conta que
havendo uma sua “boa” gestão traz vantagens no âmbito geral de gestão organizacional.

Entretanto, terminada esta pesquisa, verificamos que uma gestão eficaz da segurança e saúde
no trabalho é um dos principais factores de êxito duradouro de qualquer empresa. Líderes de
segurança também enfatizaram que essas acções são mais eficazes quando direccionadas a
incidentes e acidentes menores com alto potencial de perda futura.

Dai que é preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a
segurança no ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz necessário
resgatar o valor humano. Pois, a partir do momento que a organização está preocupada com a
higiene e a segurança do trabalhador, ele está sendo valorizado.

E quando os colaboradores percebem o facto de serem valorizados, reconhecidos, isso os


torna mais motivados para o trabalho. Pois, a partir do momento que a organização está
preocupada com a higiene e a segurança do trabalhador, ele está sendo valorizado. E quando
os colaboradores percebem o fato de serem valorizados, reconhecidos, isso os torna mais
motivados para o trabalho.
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4. Referencias Bibliográficas
ARAÚJO, Giovanni M. (2008) Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional (Normas
Regulamentadoras Comentadas). Rio de Janeiro: Verde Editora.
Bureau Internacional do Trabalho, Genebra, 1996, Organização Internacional do Trabalho –
Introduction to Occupational Health and Safety;
Freitas, Luís Conceição, 2011 – Manual de Segurança e Saúde do Trabalho. Lisboa, Edições
Sílabo Lda;
Moreira, Arlindo – Manual Prático Segurança e Saúde no Trabalho em Ambiente de
Escritório, Editora Lidel;
Cabral, Fernando – Manual de Prevenção de Riscos Profissionais - Verlag Dashofer;
Quintas, Paulo – Manual de Direito da Segurança e Saúde no Trabalho - Coleção Manuais
Profissionais 2014 - 3ª Edição.

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