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Danilo César Paque

Abordagem da prevenção no Mundo e em Moçambique

(Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos)

Universidade Rovuma

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação

Nacala-Porto, Setembro de 2023


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Danilo César Paque

Abordagem da prevenção no Mundo e em Moçambique

Trabalho de carácter avaliativo na cadeira de


Gestão de Prevenção, do curso de Licenciatura
em Gestão de Recursos Humanos, 3º ano.

Orientadora: Dra. Inês Tereza Simango

Universidade Rovuma

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação

Nacala-Porto, Setembro de 2023


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ÍNDICE

1. Introdução.............................................................................................................................3
1.1. Objectivos.........................................................................................................................5
1.1.1. Geral..............................................................................................................................5
1.1.2. Específico......................................................................................................................5
1.2. Metodologia......................................................................................................................5
2. Conceitos básicos..................................................................................................................6
2.1. Perigo e risco.....................................................................................................................6
2.2. Acidente e incidente..........................................................................................................6
2.3. Doenças profissionais.......................................................................................................6
2.4. Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho.........................................................................6
3. Prevenção..............................................................................................................................7
3.1. Conceito de Prevenção......................................................................................................7
3.2. Tipos de prevenção...........................................................................................................8
3.2.1. Prevenção Universal......................................................................................................8
3.2.2. Prevenção Selectiva.......................................................................................................8
3.2.3. Prevenção Indicada........................................................................................................8
3.2.4. Prevenção Ambiental....................................................................................................8
4. Prevenção dos Acidentes......................................................................................................9
4.1. Tipos de medidas de prevenção......................................................................................10
4.1.1. Acções de prevenção indirectas..................................................................................10
4.1.2. Acções de prevenção informativas..............................................................................11
4.2. Equipamentos de protecção............................................................................................11
4.2.1. Equipamentos de protecção Colectiva........................................................................11
4.2.2. Equipamentos de protecção individual........................................................................12
5. Direito à Protecção, Segurança e Higiene no Trabalho......................................................12
6. O papel dos trabalhadores e dos Empregadores na prevenção de acidentes......................13
7. Conclusão...........................................................................................................................14
8. Referências bibliográficas..................................................................................................15
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Lista de Siglas

 AT - Acidentes de Trabalho;
 EPI - Equipamentos de Proteção Individual;
 Equipamento de Proteção colectivo
 HST Higiene e Segurança no Trabalho
 GRH Gestão de Recursos Humanos
 RH- Recursos Humanos
 RHS Recursos Humanos e Segurança
 OIT – Organização Internacional do trabalho.
 OMS – Organização Mundial de Saúde.
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1. Introdução
O presente trabalho tem como tema " Abordagem da prevenção no Mundo e em
Moçambique". Mais de metade da vida do homem é passada no exercício de uma atividade
profissional. Todos os acidentes de trabalho, sem exceção, constituem um problema a nível
nacional e mundial, com consequências económicas e sociais graves. Os acidentes laborais,
até os mais simples, acarretam custos para os países, para as organizações, para as famílias e
têm consequências graves para a saúde e bem-estar da população em geral.

A prevenção de acidentes no trabalho trata-se de um conjunto de medidas


implementadas para reduzir riscos e danos aos profissionais. Tais medidas são baseadas nas
normas de Saúde e Segurança do Trabalho para promover um ambiente de trabalho seguro e
saudável. É papel da empresa aplicá-las, conscientizar seus colaboradores e buscar melhorias
na gestão para que haja, de facto, a prevenção desses acidentes.

A prevenção de acidentes é muito importante para manter a saúde do trabalhador e a


segurança do ambiente. Inclusive, a forma como ela é estruturada e o quanto se investe nisso,
também impacta na credibilidade da empresa perante o mercado.

Portanto, tomar as medidas de prevenção e segurança necessárias para evitar


acidentes, é benéfico para todos os envolvidos na rotina. Dessa maneira, é importante atender
aos critérios de fiscalização, garantindo a integridade de toda a equipe.
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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Analisar a abordagem da prevenção no mundo e em Moçambique;

1.1.2. Específico
 Identificar os principais factores que estão na origem de acidentes de trabalho;
 Descrever os tipos de medidas de prevenção contra acidentes no trabalho;
 Descrever as Acções de prevenção no mundo e em Moçambique;
 Propor algumas medidas de prevenção contra acidentes no trabalho no mundo e em
Moçambique;

1.2. Metodologia
Para o desenvolvimento do presente trabalho, a recolha de informação ou de dados recorreu à
consulta bibliográfica e as paginas na internet, relacionados com a matéria seguida da análise
da informação para a sua harmonização e posteriormente a sua compilação. Ou seja a recolha
de informações baseou-se na utilização de informação já existente em documentos
anteriormente elaborado com o objectivo de obter dados relevante para responder as questões
de investigação do conteúdo.
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2. Conceitos básicos

2.1. Perigo e risco


Comecemos, pois, pelos conceitos de perigo e risco que, não raras vezes, são
utilizados como se de sinónimos se tratassem apesar de terem significados diferentes.
Enquanto o perigo “é uma característica intrínseca das instalações, dos materiais, dos
processos, das situações” (Oliveira e Macedo, 1998, p.10), o risco “é a relação entre o
perigo e medidas de prevenção e protecção para o controlar” (Oliveira e Macedo, 1998,
p.10). Isto significa que o perigo existe, independentemente de qualquer condição, o risco,
por sua vez, pode ser limitado e controlado.

2.2. Acidente e incidente


Interessa, igualmente, distinguir os conceitos de acidente e incidente, que,
erradamente, são usados muitas vezes para explicar a mesma situação. Como acidente temos
todo o “acontecimento súbito ou anómalo, produzido durante a realização de uma actividade
económica, originando na vítima uma ou mais lesões que podem implicar a morte, invalidez
(temporária ou permanente) ou a necessidade de tratamentos médicos e/ou medicamentosos”
(Counhago, 1992, p.9).

Por sua vez, considera-se incidente “quando não há prejuízos humanos, mas apenas
materiais” (Counhago, 1992, p.19). Enquanto o acidente de trabalho implica a produção de
um dano humano, o incidente, também designado por quase acidente, surge nas mesmas
circunstâncias mas não produz consequências para as pessoas. Os incidentes merecem, no
entanto, ser alvo de estudo e análise a fim de se prevenirem futuros acidentes.

2.3. Doenças profissionais


Pode definir-se como doenças profissionais as “doenças provocadas pelo trabalho
ou estados patológicos derivados da acção continuada de uma causa que tenha a sua origem
no trabalho ou no meio em que o trabalhador tenha de prestar os seus serviços” (Damião,
1995, p.94).

2.4. Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho


A Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho (SHST) pode ser considerada, pois, “uma
ciência, de raiz multidisciplinar e de aplicação universal” (Oliveira e Macedo, 1998, p.18),
que deve acompanhar todas as etapas da actividade produtiva, envolvendo todos os
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intervenientes, cujo objecto é actuar sobre a diversidade de riscos profissionais que envolvem
o trabalho no sentido de o tornar seguro

Segundo afirmação de Michael (2000). A Higiene no Trabalho (HT) é vista como


uma ciência prevencionista e vem sendo aperfeiçoada dia-a-dia. Ela tem como objectivo
principal de actuar no ambiente de trabalho, com finalidade de detectar o tipo de agente
prejudicial, quantificar sua intensidade e tomar as medidas de controlo necessárias (p.25).

3. Prevenção

3.1. Conceito de Prevenção


Normalmente, quando falamos de prevenção, na área da Segurança, Higiene e Saúde
no Trabalho, estamos a falar de um conjunto de actividades que têm em vista a prevenção de
acidentes e doenças profissionais.

Podemos definir Prevenção, como o conjunto de práticas de análise e controle dos


riscos que, desenvolvidas de forma continuada, num espírito de melhoria contínua, têm vista
a evicção da sinistralidade labora (Damião, 1995, p.87).

Assim, podemos classificá-la de duas formas.

a) Prevenção primária: cujo objectivo é a antecipação dos riscos, evitando a sua


revelação, com vista à tomada de medidas infraestruturais que os eliminem. Podemos
também chamar-lhes de medidas de prevenção directas.

b) Prevenção secundária: cujo objectivo é a identificação e na analise de riscos com vista


à sua eliminação ou limitação, de forma a diminuir drasticamente o seu potencial
nocivo. Porque este tipo de medidas não são tomadas na fase de projecto, mas já no
decurso da actividade, também lhe podemos chamar de medidas de prevenção
indirectas.

Qualquer uma destas formas de prevenção assenta no combate ao risco na sua origem.
Não se trata de combater os efeitos do risco, mas de combater o factor que origina o próprio
risco. Assim, a prevenção é um processo sempre inacabado. É um caminho que se escolhe no
sentido de se atingir uma eficácia cada vez maior no combate ao risco.
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Exemplos: Redução do ritmo de trabalho com vista à prevenção de lesões músculo-


esqueléticas, insonorização de máquinas e equipamentos, captação dos poluentes aéreos na
origem, piso anti-derrapante.

3.2. Tipos de prevenção

3.2.1. Prevenção Universal


A Prevenção Universal é dirigida à população geral sem prévia análise do grau de
risco individual. Toda a população é considerada como tendo o mesmo nível de risco em
relação ao abuso de substâncias e como podendo beneficiar dos programas de prevenção. Os
programas de prevenção universal variam no tipo, estrutura e duração. Os seus componentes
contemplam a informação e o desenvolvimento de competências entre outros.

3.2.2. Prevenção Selectiva


A Prevenção Seletiva é dirigida a subgrupos ou segmentos da população geral com
características específicas identificadas como de risco para o consumo de substâncias
psicoativas. O risco é avaliado em função dos fatores que o grupo apresenta em relação ao
abuso de substâncias, não sendo avaliado o grau de risco individual. Os programas de
prevenção seletiva são de média ou longa duração, variam no tipo e estrutura e os
componentes contemplam a informação e o desenvolvimento de competências, entre outros.

3.2.3. Prevenção Indicada


A Prevenção Indicada dirige-se a indivíduos com comportamentos de risco, que
exibem sinais de uso de substâncias psicoativas ou que apresentam outros comportamentos de
risco ou problemáticos de dimensão subclínica. É avaliado o nível de risco individual. Os
programas de prevenção indicada são de longa duração, variam no tipo e estrutura e os
componentes contemplam tal como nos níveis anteriores a informação e o desenvolvimento
de competências, entre outros (Cunha, 1994, p.35).

3.2.4. Prevenção Ambiental


Mais recentemente tem sido desenvolvida outra abordagem em prevenção, designada
Prevenção Ambiental, que visa a alteração das normas sociais, através de estratégias globais
que intervêm ao nível da sociedade e dos sistemas sociais. Estas estratégias preconizam a
transformação dos ambientes culturais, sociais, físicos e económicos, que interferem com as
escolhas individuais do uso de substâncias psicoativas. Neste âmbito, inserem-se medidas
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legislativas nacionais e internacionais relativas ao consumo e venda de substâncias


psicoativas ilícitas e lícitas, como por exemplo, a taxação fiscal de produtos como o álcool e
o tabaco, a exposição a mensagens publicitárias, o controlo da idade de venda dos mesmos ou
ainda medidas em contextos particulares, como o meio escolar, que regulamentam o seu uso
para toda a comunidade escolar (alunos, professores, profissionais e responsáveis pelos
alunos (Cunha, 1994, p.35).

4. Prevenção dos Acidentes


Segundo Chiavenato (1998) Prevenção de acidente e de incidente é o conjunto de
actividades destinadas a impedir males, evitando assim custos adicionais desnecessários a
operação através da preservação dos meios em pessoal e material. Ao tratarmos de prevenção
de acidentes, não podemos nos referir somente ao homem ou mesmo a maquina, mas, de uma
maneira global, ao homem que opera a maquina, a maquina que será operada e mantido pelo
homem, e ao meio no qual se desenvolve essas actividade, seja o meio no qual se desenvolve
essas actividade, seja o meio ambiente na cabine ou mesmo o meio social em que vive esse
homem (p.56).

São três os elementos, definidos no trinómio “Homem, Meio e Maquina”, que


constituem a base e o objecto de toda a actividade de prevenção e, envolvendo pelo menos
dois deles, os acidentes que uma análise efectiva desses três elementos seja levada a efeito
para, a partir dai, serem postas em práticas medidas correctivas eficazes e objectivas.
Normalmente, um acidente é o resultado imediato de uma decisão errada, sendo que podem
contribuir para esse aspecto falhas no treinamento ou planeamento, deficiências de ordem
psicológicas, ou até mesmo determinadas características individuais que podem ocasionar
uma diminuição no estado de preocupação com as situações de risco, fazendo com que esse
seja até mesmo ignorado (Fernandes,1996, p.89).

A Organização Internacional de Trabalho (1996), propõe que mudança significativa


deve ser realizadas nas organizações, no sentido de resultarem no aumento da produtividade
nas organizações e na drástica redução dos acidentes, bem como de sua gravidade. Tais
mudanças podem se tornar mais efectivas quanto melhor e mais integrado for o trabalho
conjunto de profissionais, trabalhadores, governo, entidades e a sociedade em geral, no
sentido de reforçar as condicionantes culturais e sociais e de melhorar as condições de
trabalho existente nas organizações, através da prevenção dos acidentes. Tendo em vista que
as causas de acidentes se devem a falhas humanas e falhas materiais, a prevenção de
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acidentes deve ser: a eliminação da pratica de actos inseguros, a eliminação das condições
inseguras (p.38).

Os primeiros poderão ser eliminados inicialmente através de selecção profissional e


exames médicos adequados e posteriormente através da educação e treinamento e as
segundas, através de medidas de engenharia que garantam a remoção das condições de
insegurança no trabalho.

São necessários esforços concertados, tanto a nível internacional como nacional, para
lidar com a «invisibilidade» das doenças profissionais e corrigir o resultante défice de
trabalho digno. A prevenção eficaz das doenças profissionais exige uma melhoria contínua
dos sistemas de Segurança e Saúde de Trabalho, bem como dos programas de inspecção e
prevenção e dos sistemas de indemnização em todos os Estados-membros da Organização
Internacional de Trabalho, de preferência na base de um esforço de cooperação entre governo
e organizações de trabalhadores e de empregadores. É também necessário um maior esforço
no sentido de compilar dados relevantes para melhorar as estratégias preventivas das doenças
profissionais.

4.1. Tipos de medidas de prevenção


Segundo Chiavenato (1998) "designam-se as medidas construtivas - estruturais
destinadas a prevenir os riscos de trabalho, tomadas logo na fase do projecto, isto é, antes do
inicio da actividade labor. Como exemplo destas medidas, podem referir-se: Definição de
percursos especiais de evacuação (portas); Volumetria adequada do local de trabalho e
Revestimento do chão e paredes" (p.76).

4.1.1. Acções de prevenção indirectas


Trata-se da aplicação de equipamentos, de sistemas ou de medidas de protecção que
eliminem os riscos de trabalho, os limitam ou limitem as suas consequências e existem
basicamente 2 tipos de acções indirecta.

1º De protecção individualizada (óculos, mascaras, tampões auriculares, capacetes,


vestuários, calcados, luvas, etc.)

2º De protecção não individualizada. Estas podem agrupar-se em 3 subtipos: 1º


protecção por fixação ao local, em que o trabalhador não pode estar na área de risco (Ex: as
alavancas de accionamento de uma prensa estão afastadas do local da prensagem); 2º
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protecção por interposição ou cobertura, para que não seja possível que as partes do corpo em
risco possam ser lesadas, especialmente as mãos e pés (Ex: bainhas de serras de cortes) e

3º protecção por reacção de aproximação, em que através de sensores de área de risco


fica inacessível pelo trabalhador quando a aproximação é demasiada (Ex: interruptores
automáticos que desligam as maquinas quando é realizada alguma operação não prevista e
que acarreta riscos).

4.1.2. Acções de prevenção informativas


São dirigidas aos trabalhadores e a terceiros, com o objectivo de que tomem as
atitudes e comportamentos adequados face aos riscos a que estão expostos. Estas acções de
prevenir são de 2 tipos:1º Informativas propriamente ditas (cartazes com mensagens, figuras
ou códigos avisadores de perigo, folhetos ou brochuras com recomendações de segurança,
avisos sonoros ou visuais sobre perigos, etc). E 2º Formativas (cursos de formação
profissional ligados a HST, debates, palestras, conferencias sobre prevenção, etc).

4.2. Equipamentos de protecção


De acordo com o entrevistado para garantir o bem-estar e a integridade física dos
trabalhadores, as empresas devem investir em medidas de segurança que diminuam
drasticamente os riscos e os perigos de trabalho aos quais os seus colaboradores estão
sujeitos.

4.2.1. Equipamentos de protecção Colectiva


Os equipamentos de protecção colectiva, vulgarmente designados por EPC, são
equipamentos utilizados de forma colectiva, destinados a proteger a saúde e a integridade
física dos trabalhadores (Damião, 1995).

A protecção colectiva tem prioridade relativamente à protecção individual, pelo que é


essencial assegurar que a protecção colectiva existe sendo adequada à situação em causa
(alínea h) do ponto 2 do artigo 15º da Lei 102/2009 de 10 de Setembro). Tendo em conta o
número 10 do artigo 15º da Lei 102/2009 de 10 de Setembro, é obrigatório fornecer os
equipamentos de protecção necessários à realização do trabalho. Quanto aos trabalhadores,
estes têm a obrigação de utilizar os equipamentos de protecção adequados ao seu trabalho
(alínea c) do número 1 do artigo 17º).

Possíveis equipamentos de protecção colectiva:


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 Sistemas de ventilação;
 Protecção de circuitos e equipamentos eléctricos;
 Sensores de presença;
 Extintores e mangueiras de combate a incêndio;
 Detectores de fumo;
 Caixas de primeiros socorros para cada equipa;
 Sistemas de sinalização.

4.2.2. Equipamentos de protecção individual


Quando os riscos existentes não puderem ser evitados ou suficientemente limitados,
em primeiro lugar, por medidas, métodos ou processos de prevenção inerentes à organização
do trabalho e em segundo lugar, por meios de protecção colectiva, a utilização de
equipamentos de protecção individual (EPI) é essencial.

Segundo a Directiva 89/656/CEE, o Equipamento de Protecção Individual é “qualquer


equipamento destinado a ser usado ou detido pelo trabalhador para sua protecção contra um
ou mais riscos susceptíveis de ameaçar a sua segurança ou saúde no trabalho, bem como
qualquer complemento ou acessório destinado a esse objectivo” (Damião, 1995, p.76).

Os EPI representam a terceira linha de defesa do trabalhador perante o risco de


acidente, sendo que os EPI devem ser utilizados quando os riscos existentes não puderem ser
evitados ou suficientemente limitados, em primeiro lugar, por medidas, métodos ou processos
de prevenção inerentes à organização do trabalho e em segundo lugar, por meios técnicos de
protecção colectiva.

Os diferentes tipos de EPI a seleccionar devem ter em linha de conta as funções ou tarefas
realizadas pelos trabalhadores, os níveis de risco presentes na organização, devem ser
dimensionados em função da sua categoria, classe de risco e dados antropométricos dos
trabalhadores.

5. Direito à prevenção, Segurança e Higiene no Trabalho


A Convenção n° 187, da Organização Internacional de Trabalho, (OIT) ratificada pelo
Governo moçambicano, na Declaração da Filadélfia (2008), assente no pressuposto de
salvaguardar a dignidade do trabalhador na qualidade a pessoa humana, exigindo que os
estados membros deviam desenvolver programas concretos, com vista a proteger de forma
eficaz, a vida humana e a saúde dos trabalhadores em todas as profissões, como sendo um
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direito fundamental da massa laboral consagrado igualmente no n° 2 do artigo 85, da


Constituição da República de, (2004).

O mesmo espírito podemos encontrar no artigo 5° do Diploma Legislativo n° 120/71,


de 13 de Novembro, que regula condições de segurança no trabalho para o sector da
construção e engenharia civil, no qual determina que, deverá existir nas obras em condições
de poder ser fornecido prontamente e em bom estado de conservação, o equipamento de
protecção individual nomeadamente capacete rígido, botas altas de borracha ou com
protecção metálica consoante o risco identificado, mascara e óculos, cintos de segurança,
luvas, aparelhos de respiração automática, equipamento limpo e em condições de satisfazer
cabalmente ao fim a que se destina.

De acordo com o regulamento interno em vigor na empresa, todo o trabalhador deve


trajar equipamento de protecção individual durante as actividades laborais na obra, em plena
inspecção de qualidade e segurança, em caso de ser interpelado sem estar devidamente
equipado as medidas são severas que podem conduzir a interdição da execução da obra e
produção de um relatório pouco abonatório para empresa, medida que implica perder
credibilidade no mercado.

6. O papel dos trabalhadores e dos Empregadores na prevenção de acidentes


A participação activa das organizações de trabalhadores e de empregadores é
essencial para o desenvolvimento de políticas e programas nacionais de prevenção de
doenças profissionais. Os empregadores têm o dever de prevenir as doenças profissionais,
através da tomada de medidas de prevenção e de protecção assentes na avaliação e no
controlo dos riscos no trabalho. Através de uma participação e de um diálogo social eficazes,
os dirigentes, os supervisores, os profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho, os
trabalhadores, os representantes dos trabalhadores para a saúde e segurança e os sindicatos
têm papéis importantes a desempenhar. Os trabalhadores e as suas organizações têm o direito
de participar, a todos os níveis, na formação, supervisão e implementação de políticas e
programas de prevenção (IDCT, 1999).
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7. Conclusão

Este trabalho procurou abordar sobre a abordagem da prevenção no Mundo e em


Moçambique. A prevenção de acidentes deve ser o objectivo de qualquer nível hierárquico,
organização e procedimento de trabalho. Minimizar ou eliminar os riscos de qualquer
actividade não é um privilégio, mas uma meta a ser atingida e perpetuada por todos nós em
nosso dia a dia de trabalho. Os acidentes de trabalho, muitas vezes, são gerados por práticas
inseguras. Eles ocorrem nos momentos em que agimos sem pensar. A partir do momento que
agirmos de forma segura e correcta antes mesmo de iniciarmos nosso trabalho, não teremos
mais acidentes. Temos que criar o hábito de praticar segurança em todos os momentos do
nosso trabalho e de nossa vida.

Existem várias medidas e ferramentas que são utilizadas na prevenção, as quais devem
ser seguidas por todos a qualquer momento durante o percurso laboral. Seja qual for sua
função, desde uma área administrativa a uma operacional, o mais interessado na sua saúde e
segurança tem que ser você mesmo. Pensando nisso, aqui vão algumas dicas sobre as medidas
e ferramentas mais utilizadas para que você possa se resguardar e se manter em pleno estado
físico.

Conclui-se que, as medidas de prevenção devem obedecer a seguinte hierarquia:


medidas de protecção colectiva; medidas administrativas ou de organização do trabalho; e
medidas de protecção individual. Como exemplos das medidas, temos respectivamente:
medidas que eliminem ou reduzam a formação de agentes prejudiciais à saúde; substituição
de produtos tóxicos por outros de menor toxidade; e utilização de equipamentos de protecção
individual.
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8. Referências bibliográficas
 Alberto fonseca, i. F. (2002). Higiene e segurança no trabalho. Programa nacional de
qualificação de chefias intermédias.
 Araújo, R. P (1981). Sistemas de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho: Uma
Ferramenta Organizacional.
 Cunha, M., Trabalho e Formação Profissional, 1994.
 Chiavenato, Idalberto (1999). Gestão de pessoas: o novo papel dos Recursos
Humanos nas Organizações. 6ª ed. Rio de Janeiro: Campus.
 DAMIÃO, Elisa (1995). Manual de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, UGT –
União Geral de Trabalhadores, Lisboa.
 Decreto-lei 109/2000 de 30 de Junho, que define o regime de organização e
funcionamento das actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho.
 IDCT (1997). Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho,
Livro Verde dos Serviços de Prevenção das Empresas, Lisboa, 1997.
 Mendonça, a. L. (2013). Métodos de avaliação de riscos. Algarve.
 Rodrigues, a. M. (2014). Manual de segurança de uma P.M.E. setubal: Instituto
Politecnico de Setubel.

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