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Natacha Emílio Cobre

Estudo dos Riscos, Medidas de Prevenção e Sugestões de Redução – Caso de Estudo Empresa
Bakhresa Grain Milling Lda., Nacala - Porto

(Gestão de Recursos Humanos, 3º ano – Laboral)

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação


Nacala – Porto, 2022
2II

Natacha Emílio Cobre

Estudo dos Riscos, Medidas de Prevenção e Sugestões de Redução – Caso de Estudo Empresa
Bakhresa Grain Milling Lda., Nacala - Porto

O trabalho é de caracter avaliativo referente a cadeira de


Pratica Técnico Profissional em HST a ser entregue no
Departamento do Instituto Superior de Transporte, Turismo
e Comunicação orientado pelo:

Docente: dr. Alexandre Américo

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação

Nacala – Porto, 2022.


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III

Índice
Introdução.....................................................................................................................................4

1. Riscos profissionais ..................................................................................................................5

2. Formação, informação e consulta aos trabalhadores ................................................................5

3. Acidentes de trabalho ...............................................................................................................6

4. Doenças profissionais ...............................................................................................................6

5. Caso da Empresa Bakhresa Grain Milling Moçambique, Lda., Nacala, Porto. .....................10

5.1. Historial da Empresa ...........................................................................................................10

5.2. Riscos associados a empresa em estudo ..............................................................................11

5.2.1. Manuseio de grãos ............................................................................................................11

5.2.2. Armazenamento a granel de grãos de trigo ......................................................................11

5.2.3. Moagem de trigo ..............................................................................................................12

5.2.4. Transporte e logística .......................................................................................................12

5.2.4.1 Repetitividade.................................................................................................................12

5.2.4.2. Postura inadequada ........................................................................................................12

5.2.5. Medidas de prevenção dos riscos .....................................................................................13

5.2.5.1. Ginástica laboral ............................................................................................................13

5.2.5.2. Conscientizar os colaboradores sobre a ergonomia ......................................................13

5.2.5.3. Verificar a iluminação do ambiente de trabalho ...........................................................13

5.2.6. Sugestões de eliminação/redução dos riscos ....................................................................14

Conclusão ...................................................................................................................................15

Referências bibliográficas ..........................................................................................................16


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Introdução

O presente trabalho surge no âmbito de estudo e identificação dos Riscos Profissionais que os
profissionais da empresa Bakhresa Grain Milling Lda., Nacala – Porto, estão expostos durante a
execução das suas actividades laborais. Far-se-á o levantamento dos tipos de riscos existentes
dentro da empresa olhando aquilo que é o ramo de actividade que a empresa dedica-se assim como
estabelecer medidas de prevenção e propor possíveis sugestões de modo a reduzir ou eliminar os
riscos.

Em empresas como a Bakhresa Grain Milling Moçambique, Lda., existem fatores determinantes
de riscos que causam incidentes/acidentes de trabalhos que poem em causa a integridade física do
trabalhador.

O objectivo deste trabalho é fazer um estudo sobre os riscos que os profissionais da empresa
Bakhresa estão expostos, propor medidas de prevenção e sugestões para a redução dos mesmos.

Para a realização do presente trabalho, usou-se a metodologia de observação direta que permitira
identificar os tipos de riscos que os trabalhadores estão expostos e o nível de exposição dos mesmo
face aos riscos laborais, assim como a revisão bibliográfica que permitira fazer uma abordagem
em um contexto aberto a respeito dos tipos de riscos, sua forma de prevenção e outros aspectos
importantes para a materialização do presente trabalho.
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1. Riscos profissionais

Para Roxo (2006:21) “a noção de risco profissional surge, assim, associada a acontecimentos
determinados que violentem a integridade física (acidentes de trabalho), ou a certas situações
agressivas para o estado de saúde dos trabalhadores (doenças profissionais) e relacionada com a
necessidade de cobrir as despesas com a recuperação do estado de saúde (a reabilitação para
permitir o reingresso ao trabalho) e de indemnizar o dano provocado (a perda da capacidade de
ganho resultante) ”.

Segundo Oliveira (2006:25) o risco é a “…combinação da probabilidade e da consequência da


ocorrência de acontecimento perigoso, ou seja, probabilidade de existir um dano, tendo em conta
a amplitude do próprio dano”.

Para a mesma autora, perigo é a” propriedade ou capacidade intrínseca de uma coisa, sendo esta,
potencialmente, causadora de danos” (Oliveira, 2006:26).

Sobre a avaliação de riscos refere” exame sistematizado do processo de trabalho, tendo como
objetivo identificar, qualificar e quantificar o risco para a segurança, higiene e saúde do
trabalhador” (Oliveira, 2006:26).

Para Oliveira (2006:26) a prevenção é um “conjunto de disposições ou medidas que devem ser
tomadas no licenciamento e em todas as fases de atividade da empresa, do estabelecimento ou do
serviço.

2. Formação, informação e consulta aos trabalhadores

A formação é um instrumento de aquisição de competências e comportamentos desejados, tendo


um papel decisivo no controlo das causas que estão associadas á ocorrência de acidentes, através
de uma formação base adequada, que poderá ser completada com uma formação profissional
completa e ajustada aos riscos que envolvem cada tarefa no sentido de os eliminar e/ou limitar as
suas consequências. A formação em segurança, higiene e saúde no trabalho, de acordo com
Oliveira e Macedo (1996:17):” deve incluir a vertente prevenção, isto é, fornecer aos operadores
a informação necessária sobre os riscos do trabalho que executam, sobre os meios que podem
(devem...) usar para reduzir a probabilidade de acidentes, sobre as normas e regras a cumprir
aquando da execução das suas tarefas e que os predisponha a adotar uma atitude preventiva em
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todas as circunstâncias”. A formação é uma ferramenta indispensável á prevenção dos riscos


profissionais, com implicações na redução dos acidentes de trabalho.

É de extrema importância que as entidades empregadoras prestem a devida formação/informação


aos trabalhadores, e que a mesma seja adequada às funções desempenhadas, pois desta forma, será
possível proporcionar os conhecimentos e criar as competências, prevenir os riscos associados às
suas tarefas, interiorizar comportamentos adequados e possibilitar um melhor conhecimento do
processo produtivo (Gaspar,2002).

3. Acidentes de trabalho

Os acidentes de trabalho são a consequência dos riscos inerentes a uma determinada atividade
profissional, ocorrendo de forma inesperada e violenta e que, por vezes, provocam lesões no
trabalhador e podem originar danos no património. As causas podem classificar-se por humanas,
materiais e organizacionais (Gaspar, 2002).

Segundo Oliveira (2006:26) acidente de trabalho é “…aquele que se verifica no local e no tempo
de trabalho, produzindo, direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença
de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte”.

Segundo O´Mahony (2003:165) sempre que ocorre um acidente “deve redigir-se um procedimento
documentado para a gestão dos acontecimentos que se seguem imediatamente aos acidentes”.
Todas as organizações devem ter um procedimento definido para orientação dos trabalhadores,
para que sempre que haja uma ocorrência seja registada/notificada, e os TSHST possam intervir,
analisar e tomar medidas quer preventivas quer de controlo de danos. A articulação com a saúde
ocupacional é fundamental.

Os acidentes de trabalho acarretam quase sempre efeitos e consequências indesejáveis para o


trabalhador, para a família, colegas, empresa e Pais. Essas consequências podem ser uma
incapacidade parcial ou total, temporária ou permanente.

4. Doenças profissionais

Doença Profissional (Reis, 2009:102) define-se como: “doença contraída em consequência da


exposição contínua do trabalhador a um determinado risco profissional”. No essencial, são todas
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as doenças que o trabalhador possa vir a contrair como consequência direta do exercício das suas
funções profissionais.

A forma de se distinguir uma doença profissional de um acidente de trabalho é o contexto em que


um e outro sucedem. Enquanto um acidente ocorre de forma quase que imediata, a doença
profissional ocorre de uma forma lenta e vai progredindo no tempo, devendo-se á exposição de
forma contínua a um determinado risco pelo trabalhador. Assim, são consideradas doenças
profissionais todas aquelas que constam na lista de doenças profissionais (Reis,2009).

Tendo em consideração a temática do presente estudo, considerou-se pertinente efetuar uma


abordagem baseada em autores às tipologias de riscos profissionais existentes, de forma a obter-
se uma melhor perceção dos vários riscos a que os trabalhadores/trabalhadoras podem estar
expostos diariamente.

Ao risco de acidente estão subjacentes as condições de segurança e conforto a que o trabalhador


está sujeito, na realização das suas tarefas laborais, bem como a interação que este possui com
máquinas ou equipamentos de trabalho. Neste sentido, as lesões mais vulgares, consequência das
situações anteriormente mencionadas, são (Cprg,2005): quedas e entorses; queimaduras;
eletrocussões; esmagamento por objetos ou pessoas, asfixia ou sufocação; perda de visão; perda
de líquidos; doenças variadas provocadas por falta de higiene, etc.

Os riscos químicos são os agentes ambientais causadores de doenças profissionais, devido á sua
ação química sob o organismo dos trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma sólida,
como líquida ou gasosa e podem ser transmitidos aos trabalhadores por via respiratória, via
digestiva, via cutânea e transferência através da placenta. Assim sendo, os agentes químicos
responsáveis pelos riscos químicos são (Cprg,2005): partículas e aerossóis (Poeiras, fumos,
fumaça, névoas, neblinas); gases; vapores.

Para Neto et al (2017:9) ” os riscos químicos podem ser agrupados em sete categorias que a seguir
se listam: partículas, poeiras e aerossóis; riscos devidos a substâncias cancerígenas, mutagénicas
e tóxicas para a reprodução; riscos de alergias e sensibilização; substâncias explosivas e
inflamáveis; substâncias e misturas com os efeitos na saúde desconhecidos ou recém-
desconhecidos; riscos químicos específicos de processos de trabalho e locais de trabalho; e riscos
multifatoriais relacionados com substâncias perigosas”.
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Os riscos biológicos são provocados por agentes biológicos que penetrando no organismo do
Homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele; são responsáveis por algumas doenças
profissionais, podendo dar origem a doenças menos graves como infeções intestinais ou simples
gripes, ou mais graves, como a hepatite, meningite ou sida. A transmissão destas doenças é feita
por (Cprg,005): fungos; bactérias; vírus.

Para Neto et al (2017:9) ” os riscos biológicos podem ser agrupados em quatro categorias: riscos
biológicos de substâncias específicas, riscos biológicos inerentes a locais ou processos de trabalho
específicos, riscos biológicos decorrentes de práticas de gestão e prevenção de riscos, e riscos
biológicos ocupacionais ligados a fenómenos sociais e ambientais”.

Quanto aos Riscos Ergonómicos, são aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos
e que são subjacentes á execução das atividades laborais. Estes fatores podem produzir alterações
no organismo e no estado emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua saúde, a sua
segurança e a sua produtividade. Alguns dos exemplos de riscos ergonómicos são, nomeadamente
(Cprg,2005): movimentos repetitivos; transporte manual de cargas; atividades monótonas; esforço
físico intenso; posturas inadequadas ou forçadas; imposição de ritmos excessivos de trabalho em
turnos e trabalho noturno.

A maioria das lesões musculosqueléticas relacionadas com o trabalho desenvolvem-se ao longo


do tempo. Normalmente, não existe uma causa única para estas lesões; resultam frequentemente
da combinação de vários fatores. As causas físicas e os fatores de risco organizacionais incluem
(Eu-Osha, 2008):

 Movimentação de cargas, especialmente quando isso induz a movimentos de torção e de


flexão;
 Movimentos repetitivos ou com esforço;
 Posturas incorretas e estáticas;
 Ambientes com má iluminação ou temperaturas baixas e exposição a vibrações;
 Trabalho em ritmo acelerado;
 Estar de pé ou sentado, na mesma posição, muito tempo.
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Cada vez mais os dados apontam para uma correlação real entre as lesões musculosqueléticas e os
fatores de risco psicossociais (especialmente quando conjugados com riscos físicos), incluindo o
elevado volume de trabalho ou pouca autonomia e a pouca satisfação no trabalho.

Os riscos psicossociais são os aspetos de programação de organização e gestão do trabalho, que


em interação com os seus contextos sociais e ambientais, têm potencial para causar dano
psicológico, social ou físico (Agência Europeia para a segurança e saúde no trabalho, 2005).

Os riscos psicossociais podem relacionar-se com o conteúdo do trabalho, a carga e ritmo do


trabalho, o horário de trabalho, o controlo, o ambiente e equipamentos, cultura e função
organizacional, relações interpessoais no trabalho, o papel na organização, desenvolvimento da
carreira e interação trabalho-casa (Cox 1993, citado por Leka et al., 2015)
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5. Caso da Empresa Bakhresa Grain Milling Moçambique, Lda., Nacala, Porto.

5.1. Historial da Empresa

A Bakhresa Grain Milling (Mozambique) Limitada foi constituída em 2007 no Distrito de Nacala
Porto. Nossas atividades de negócios incluem manuseio de grãos, armazenamento a granel de
grãos de trigo, moagem de trigo, fabricação de sacos tecidos, bem como operação de transporte e
logística.

Temos um moinho de trigo bem estabelecido e ultramoderno, com capacidade de moagem diária
de 500 toneladas. Os silos de grãos de trigo junto ao moinho têm capacidade de armazenamento
de 45.000 toneladas.

Em outubro de 2012, a Bakhresa Moçambique lançou uma nova unidade de 'sacos tecidos de
polipropileno' de última geração. A divisão de embalagens é especializada na produção de sacos
tecidos de qualidade premium em vários tamanhos e qualidades, tanto impressos quanto lisos, para
atender às amplas necessidades do mercado nos setores industrial e agrícola. Investimos nas mais
recentes máquinas e equipamentos da Starlinger com integração para trás e para frente relacionada
à embalagem e costura.

Por fim, nossa divisão de transporte desempenha um papel importante em nossa cadeia de
suprimentos, garantindo que as matérias-primas cheguem rapidamente às nossas instalações, além
de garantir que nossos produtos sejam distribuídos aos nossos consumidores em perfeitas
condições. Garantimos uma entrega fiável e atempada ao mercado em Moçambique e países
vizinhos. Nossa frota é gerenciada através de nossa oficina interna, equipada com baias de serviço
e equipamentos específicos operados por profissionais mecânicos bem treinados seja moagem de
trigo, embalagem ou transporte, todos os membros de nossa equipem têm amplo conhecimento e
experiência em seus respetivos campos.

Temos especialistas em moagem, engenheiros mecânicos, engenheiros elétricos, contadores


credenciados, especialistas em gestão de frotas e MBAs na equipe que se dedicam a fornecer
farinha de trigo de alta qualidade a um preço acessível.
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5.2. Riscos associados a empresa em estudo

Em empresas do tipo a Bakhresa Grain Milling, Lda., Nacala Porto, com responsabilidade de
atuação em certos ramos de atividade como manuseio de grãos, armazenamento a granel de grãos
de trigo, moagem de trigo, fabricação de sacos tecidos, bem como operação de transporte e
logística, existem vários tipos de riscos associados para cada ramo de atividade em que os
colaboradores estão expostos, uma das atividades envolve o manuseio de grãos.

5.2.1. Manuseio de grãos

O manuseio de grãos requer uma grande atenção de modo que as condições sejam adequadas para
que não ponha em causa a saúde dos trabalhadores. Uma das responsabilidades da empresa é zelar
pelo ambiente saudável e adequado de manuseio de grãos.

Quando as condições de manuseio de grãos são inadequadas a probabilidade de causar acidentes


é maior, neste tipo de risco podem estar envolvidos os seguintes ruídos, calor intenso, vibrações,
danos matérias, podem acorrer também acidentes diversos em decorrência do manuseio de
máquinas, radiações não ionizantes.

Existe também dentro deste processo de manuseio de grãos o risco químico que pode estar
envolvido com a grande dimensão de poeiras, que quando combinado com outros componentes
normalmente encontrados em um ambiente de manuseio de grãos, pode resultar em explosões de
pó. Explosões de poeira de grãos são eventos de alto impacto que pode resultar em morte de
trabalhadores e ferimentos graves, perda de instalações e tempo de inatividade operacional
significativo.

5.2.2. Armazenamento a granel de grãos de trigo

Neste tipo de ambiente a existência de riscos associados ao confinamento do ambiente de


armazenamento, uma vez que são espaços ou locais que precisam de muita atenção e não envolve
a movimentação dos profissionais. Estes ambientes confinados podem causar alguns riscos como
a explosão pela grande dimensão de poeiras e pode causar problemas ergonómicos e lesões do
trato respiratório.
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5.2.3. Moagem de trigo

Esse tipo de processamento industrial pode ser responsável pela geração de poeiras explosivas,
que, por definição, são matérias sólidos extremamente finos. Essa poeira apresenta alta capacidade
inflamável e explosiva quando entra em contato com o ar. Isto é, quanto mais fina e quanto maior
sua capacidade de suspensão mais explosiva será.

Logo fica bem claro que para este tipo de ambiente predomina o risco a explosões que podem advir
pela grande dimensão de poeiras. Também os colaboradores estão subpostos a obter problemas
respiratórios, aperto no peito, falta de ar, que pode culminar em asma.

5.2.4. Transporte e logística

Neste tipo de ambiente de transporte e logística os colaboradores estão expostos a vários riscos,
um dos riscos pode estar associado a fatores humanos a associação entre os indivíduos, o ambiente
de trabalho e o trabalho.

O trabalho de transporte e logística deve estar desenhado de modo a seguir os padrões ergonómicos
que dessa forma sejam levados em consideração a limitação humana e os pontos fortes de
desempenho nas atividades.

Estes riscos ergonómicos que podem estar associados a várias posturas de trabalho como por
exemplo:

5.2.4.1 Repetitividade

A Repetitividade dos movimentos e das atividades laborais pode provocar a fadiga e desgaste,
tanto físico quanto psicológico dos colaboradores. No aspeto físico, ela compromete o sistema
musculosquelético, podendo surgir lesões e inflamações. Como exemplo podemos citar dores
cronicas na coluna.

5.2.4.2. Postura inadequada

Uma postura incorreta pode ocasionar lesões, fadiga e enfraquecimento de certas regiões do corpo
como pulso, ombros, coluna e lombar. Assim, há um comprometimento do sistema oste muscular,
que pode desencadear o surgimento de dort.
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No caso de trabalho feito em pé, o ideal é que a configuração de todos os móveis seja de tal forma
que leve em consideração a altura e essas necessidades.

5.2.5. Medidas de prevenção dos riscos

Em todas as organizações e atividades que envolve o ser humano, sempre estarão envolvidos com
os riscos profissionais oriundas das atividades, mas o mais importante é saber que podem ser
estabelecidas algumas práticas para a prevenção dos mesmos.

Os riscos ergonómicos podem comprometer seriamente a saúde do colaborador. Assim, surgem


prejuízos no seu desempenho, o que prejudica toda a cadeia produtiva da empresa. Dessa forma,
evitar e prevenir os riscos ergonómicos não é só uma necessidade mas também uma exigência da
legislação trabalhista moçambicana. Para evitar estes riscos deve-se adotar as seguintes medidas:

5.2.5.1. Ginástica laboral

A ginástica laboral atua como uma grande aliada da ergonomia nas empresas e contribui
diretamente para que o trabalhador obtenha as condições físicas e psicológicas necessárias para a
execução de suas tarefas.

Os exercícios terão com base os movimentos dos trabalhadores no seu dia-a-dia. Assim eles
poderão melhorar a postura e a capacidade muscular. Com uma vida mais activa, é possível
melhorar também o foco e a disposição. Quando estamos mais dispostos e alegres, também nos
concentramos mais.

5.2.5.2. Conscientizar os colaboradores sobre a ergonomia

É importante que seja implantada uma cultura na empresa, e todos os sectores que trate a
ergonomia como um fator principal. Para isso, uma campanha de comunicação interna, como
palestras e o desenvolvimento de informativos que traga informações sobre o assunto.

5.2.5.3. Verificar a iluminação do ambiente de trabalho

É importante que a iluminação do ambiente de trabalho seja adequada, não apenas com luz
artificial, mas se possível, também com a luz natural. Por isso, é importante que o ambiente
contenha janelas, as quais devem estar sempre abertas, favorecendo também circulação do ar.
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5.2.6. Sugestões de eliminação/redução dos riscos

Para reforçar os trabalhadores sobre a importância da eliminação e ou redução dos riscos é


essencial que sejam estabelecidos alguns princípios a nível interno de modo que previnam-se de
futuros acidentes. A empresa em estudo tem a sua estrutura interna que somente lida com assuntos
que dizem respeito a segurança dos trabalhadores individual assim como no âmbito coletivo.

Uma das responsabilidades desta estrutura é velar e garantir o cumprimento de uso do equipamento
de proteção individual e garantir que os equipamentos de proteção individual assim como colectiva
estejam em condições de uso.

Nos armazéns de granel de trigo deve-se continuamente estabelecer um plano de verificação das
condições de armazenamento e o número dos trabalhadores necessários para cada dia ou durante
uma actividade, estes locais confinados são necessário que a iluminação seja adequada de modo a
facilitar o trabalho dos profissionais.

A empresa possui uma máquina que serve para controlar e minimizar a quantidade de poeira dentro
da fábrica, esta é uma das boas práticas para a prevenção dos acidentes e eliminação dos riscos,
uma vez que maior quantidade de poeira poderá causar uma transformação causando assim
explosões de poeira.

Ainda mais importante e que a empresa mantem o local de trabalho limpo e organizado, quando
esses descudos se juntam a intensidade das rotinas de trabalho, o resultado pode ser perigoso para
todos. Quanto a esse ponto, trata-se de cuidados simples, mas que fazem toda a diferença.

O outro ponto importante é a forma como a empresa exige o uso de equipamentos de proteção
individual e mantem informado os profissionais através de alguns sinais nas paredes sobre os riscos
que estarão expostos em causa de negligência no uso de equipamentos de proteção individual.
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Conclusão

Levando-se em consideração estes aspectos é importante que as empresas garantam a saúde e o


bem-estar dos seus colaboradores e que não observem isso como uma prática que pode afetar os
seus custos, mas do contrário, esta prática poderá garantir oque toda empresa deseja, uma boa
produtividade por parte dos colaboradores.

Além disso, é necessário que se tomem medidas de modo a reduzir os riscos e se abster delas, estas
medidas podem envolver o uso de equipamento de proteção individual, sinalizações em ambientes
de alto risco, formação e informação dos colaboradores a respeito das consequências que a
exposição ao risco poderá trazer para a empresa assim como a sua saúde, organização e controle
dos equipamentos de proteção colectiva, manutenção de equipamentos de trabalho e outras práticas
necessárias para a redução dos riscos no ambiente de trabalho.
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Referências bibliográficas

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Edições Almedina.
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