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Belita Herminio
Luis José
Nicetty Mandongue
Zainadine Momade
AMOSTRAGEM EM AUDITORIA
Belita Herminio
Luis José
Nicetty Mandongue
Zainadine Momade
AMOSTRAGEM EM AUDITORIA
Índice
Introdução..................................................................................................................................5
Objetivos....................................................................................................................................5
Amostragem em Auditoria.........................................................................................................6
Definição....................................................................................................................................6
Tipos de Amostragem................................................................................................................7
Amostragem estatística..............................................................................................................7
Fases da Amostragem..............................................................................................................11
Risco de amostragem...............................................................................................................12
Conclusão.................................................................................................................................22
Referências Bibliográficas.......................................................................................................23
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1. Introdução
A auditoria desempenha papel vital nos negócios, sua opinião confere credibilidade às
afirmações feitas pelas entidades nas demonstrações contábeis e em relatórios operacionais
internos e constitui importante fonte de informação para a tomada de decisões.
Para obter evidências suficientes e apropriadas que lhe proporcionem base razoável para a
formação de sua opinião, o auditor necessita verificar e testar as transações ocorridas na
entidade, examinar documentos e livros, bem como avaliar os sistemas de controle interno e
as demonstrações contábeis.
A amostragem tem assumido um importante papel no trabalho de auditoria. O auditor para
garantir a credibilidade das informações financeiras analisa diversos documentos e utiliza
procedimentos para obter prova de auditoria suficiente e adequada para fundamentar a sua
opinião. Devido à diversidade de documentos a analisar, principalmente quando a população
é de grande dimensão, o auditor utiliza a amostragem como forma de reduzir o custo e o
tempo dessa análise, independentemente do tipo de amostragem utilizado.
De acordo com a ISA 530 - Amostragem em Auditoria, a amostragem em auditoria
independentemente de ser estatística ou não estatística, é a aplicação de procedimentos de
auditoria a menos de 100% dos itens de uma determinada rubrica de demonstração financeira,
com a finalidade de avaliar e tirar conclusões acerca das caraterísticas dessa rubrica.
A amostragem e os testes são, assim, fulcrais para o auditor emitir um parecer acerca da
fidelidade das demonstrações financeiras. Através de avaliações a procedimentos internos aos
documentos, e à consequente circularização com os clientes e fornecedores, o auditor
consegue concluir o seu trabalho.
1.1. Objetivos
Neste contexto, o presente trabalho tem como principal objetivo Estudar a amostragem em
auditoria. O Trabalho apresenta como objetivos específicos:
Identificar os tipos de amostragem utilizados pelos auditores;
Identificar os fatores levados em consideração na determinação da amostra;
Identificar os métodos de seleção de amostra utilizados pelos auditores;
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2. Amostragem em Auditoria
2.1. Definição
De acordo com Corrar e Theóphilo (2009, p. 19), amostragem consiste ``em fazer inferências
e generalizações acerca de características de uma população com base na análise de apenas
alguns de seus elementos´´.
Amostragem é uma técnica de seleção de elementos de uma população para se estimar
propriedades e características da população. (Pedrosa e Gama, 2007)
E Auditoria ``é um exame das operações, atividades e sistemas de determinada entidade, com
vista a verificar se são executados ou funcionam em conformidade com determinados
objetivos, orçamentos, regras e normas´´. (Tribunal de Contas de Portugal, 1999).
Esta técnica (amostragem) é utilizada em auditoria para obtenção de evidências a partir da
aplicação de procedimentos de auditoria sobre alguns itens representativos de uma população
a fim de fundamentar a opinião dos auditores sobre as demonstrações contábeis sem a
necessidade de se conhecer todo o universo analisado (Boynton et al., 2002).
A amostragem em auditoria fornece ao auditor uma base adequada para concluir sobre as
características de uma população com base no exame de evidências sobre essa característica a
partir de uma amostra da população. (AICPA, 2014, p. 7)
A amostragem assume um importante papel no trabalho do auditor, pois segundo a
International of Federation of Accountants (2015, p.508) na sua ISA 530, o auditor ao utilizar
a amostragem tem como finalidade proporcionar uma base razoável para que possa tirar
conclusões acerca da população onde a amostra é selecionada.
Na opinião de Cerejeira (1997, p. 8) a amostragem é um processo inerente à auditoria, pois
permite tirar conclusões acerca de uma população apenas analisando a sua amostra.
Para Boynton et al.(2002) a amostragem em auditoria é a “aplicação de procedimentos de
auditoria a menos de 100 % dos itens de uma população (um saldo de conta ou classe de
transações, por exemplo), para avaliação de algumas características da população em
questão”
Segundo o Tribunal de Contas (1999), o auditor ao utilizar uma amostra para analisar a
população, essa amostra tem que ser representativa da população, ou seja, deve conter
características semelhantes à da população. Além disso, o Tribunal de Contas ( 1999) referiu
ainda que a amostra deve ser estável, obtendo assim resultados idênticos independentemente
do tamanho da amostra.
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Para além do caráter representativo, a amostra tem ainda função protetiva, corretiva e
preventiva. A amostra protetiva é a amostra que pretende maximizar o valor de cada item
contido na amostra. Quanto à amostra corretiva, estas são definidas como sendo amostras
cujo objetivo é maximizar o número de erros contidos na amostra para que estes possam ser
corrigidos. A amostra de caráter preventivo tem com objetivo aumentar o grau de incerteza
na mente dos auditados quanto aos itens que serão auditados no futuro, de modo a prevenir a
ocorrência de possíveis fraudes nestas áreas ou em áreas relacionadas. (Ijiri & Kaplan,
1969,p.4)
Segundo alguns autores como Carmelo, (2006) e Costa, (2017), o processo de amostragem
pode apoiar-se em métodos estatísticos ou em métodos não estatísticos, podendo qualquer um
deles proporcionar provas suficientes para o auditor, de acordo com os objetivos específicos
de cada auditoria.
Uma amostra para ser classificada como amostra estatística deve cumprir os seguintes
pressupostos: o tamanho da amostra deve ser objetivo e quantificado, os membros da amostra
devem ser selecionados de forma aleatória e o resultado da amostra deve ser analisado
matematicamente.
Como vantagem de amostragem não estatística Almeida (2013) refere que além da sua
utilização requerer menos tempo no planeamento, seleção e avaliação dos resultados, o
auditor pode basear-se na sua experiência e expectativas em relação a eventuais distorções na
rubrica em análise.
Relativamente às desvantagens de amostragem não estatística Almeida (2013) mencionou
que na amostragem não estatística é obrigatório o julgamento por parte do auditor não só para
definir a dimensão da amostra mas também para avaliar os resultados. Uma outra
desvantagem mencionada pelo mesmo autor é que na amostragem não estatística não se
consegue determinar o risco de controlo e o risco de amostragem.
Segundo Silva & Lopes ( 2018, p. 36), a escolha entre a amostragem estatística e não
estatística deve ter em consideração os seguintes pontos:
Natureza da pesquisa;
Tipo de população;
Magnitude relativa dos erros amostrais versus não amostrais;
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De acordo com (Arens & Loebbecke, 2000; Curto, 2017; Reis, 2015), os métodos não
probabilísticos mais utilizados são:
Amostragem dirigida
Amostragem por blocos
Amostragem ao acaso
E os métodos probabilísticos mais comuns são:
Amostragem aleatória
Amostragem sistemática
Probabilidade proporcional ao valor
Amostragem estratificada
Na seleção dirigida, a seleção de itens para a amostra é feita de acordo com critérios de
julgamento estabelecidos pelo próprio auditor. (Arens & Loebbecke, 2000)
A seleção dirigida (Directed Sample Selection), de acordo com Reis (2015) é a técnica onde
se seleciona os itens para a amostra que se pretende examinar, assegurando que todas as
unidades de amostragem da população alvo de análise sejam selecionadas. O mesmo autor
ainda acrescenta que esta técnica permite que o auditor projete uma amostra representativa da
população, pois permite selecionar itens para a amostra de acordo com as suas caraterísticas.
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A seleção por bloco (Block Selection) é definido de acordo com Curto (2017) e Reis (2015),
como sendo uma técnica em que se seleciona partes (blocos) sequenciais da população , que
se pretende que seja representativa do universo.
A seleção aleatória (Random sampling) segundo Reis (2015) é uma técnica de fácil
aplicação e consiste em selecionar amostra através da geração de números aleatórios.
Para Curto (2017) no método de amostragem aleatória simples todos os elementos da
população independentemente da combinação têm igual hipótese de serem incluídas na
amostra. Este método é utilizado pelos auditores quando não é necessário salientar um ou
mais tipos de itens da população.
A seleção das amostras neste método é feita com ou sem reposição de populações finitas ou
infinitas. Quando a seleção é com reposição, cada elemento pode ser devolvido à população
podendo ser inserido a amostra mais do que uma vez. Na seleção sem reposição, cada
elemento escolhido é inserido uma vez na amostra, motivo pela qual este método é bastante
utilizado em auditoria.(Curto, 2017, p. 35).
A seleção sistemática De acordo com Costa (2017) esta técnica é aplicada em populações
cujas partidas que a constitui estejam ordenadas de forma sequencial. Segundo Gil (1996, p.
98), a amostragem sistemática é uma variação da amostragem aleatória simples. Sua
aplicação requer que a população seja ordenada de modo tal que cada um de seus elementos
possa ser unicamente identificado pela posição. Para a extração de uma amostra sistemática, é
necessária uma listagem da população ou os seus elementos devem ser ordenados de tal
forma que possam ser identificados pela posição (Corrar; Theóphilo, 2009, p. 33).
Qualquer que seja o tipo de amostra utilizado, o auditor deve sempre utilizar fases distintas:
determinar o tamanho apropriado da amostra, selecionar ou identificar a amostra e aplicar
procedimentos de auditoria apropriados aos itens selecionados e avaliando os resultados da
amostra.
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Conforme referido por Cerejeira (1997), o auditor ao basear as suas conclusões em amostras,
incorre em risco, chamada de risco de amostragem, que numa amostragem estatística pode
ser medido e controlado.
A International of Federation of Accountants (2015) na sua ISA 530, define o risco de
amostragem como sendo ``o risco da conclusão do auditor baseada numa amostra possa ser
diferente da conclusão se toda a população estivesse sujeita ao mesmo procedimento de
auditoria´´.
De acordo com AICPA (2014, p.19) o risco de amostragem ``é o risco de que a conclusão do
auditor com base numa amostra possa ser diferente da conclusão que ele alcançaria se o teste
fosse aplicado da mesma forma toda a população´´.
Na fase de planeamento da auditoria a equipa recolhe informações sobre o ambiente
económico da entidade, a complexidade das transações e outras operações relevantes. É nesta
fase que os auditores consideram o RA, uma vez que se verifica a natureza da entidade e os
seus objetivos.
Deste modo, o processo de amostragem é motivado por: uma análise de custo benefício que
relacione os custos associados a uma análise integral com a probabilidade de uma opinião
inapropriada; por o facto de o trabalho de auditoria estar subordinado à questão da relevância,
ou seja, as demonstrações financeiras podem conter erros desde que estes não sejam
relevantes.
Segundo Curto (2017), um auditor tem duas formas de controlar o risco de amostragem:
ajustar a dimensão da amostra e utilizar um método apropriado para selecionar os itens a
incluir na amostra. O auditor deve ter em consideração o cálculo da dimensão da amostra, a
seleção dos elementos respetivos e a avaliação dos resultados obtidos. No entanto, estes
resultados podem não ser representativos devido a dois tipos de erros: erro de não
amostragem (risco de não amostragem); e erro de amostragem (risco de amostragem) (Curto,
2017).
O risco de não amostragem é o risco do auditor falhar na deteção dos erros da amostra (Curto,
2017). Tal pode acontecer por erros humanos, por aplicação de procedimentos inadequados,
por interpretação errada dos resultados e por utilização de informações incorretas (Boynton et
al., 2002).
O risco de amostragem é o risco de as conclusões do auditor não estarem corretas, porque a
amostra não é representativa do universo que se pretende caracterizar (Curto, 2017).
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A auditoria é conduzida sob a forma de testes executados sobre uma população que se quer
validar. Estes testes são efetuados recorrendo a procedimentos de revisão e dividem-se em
dois tipos: testes de conformidade ou de controlo e testes substantivos (Carmelo, 2006).
De acordo com Santi (1988, p. 13), os testes de observância, como também são denominados
os testes de controle , ``é o conjunto de procedimentos de auditoria destinados a confirmar se
as funções críticas de controle interno, das quais o auditor dependerá nas fases subsequentes
da auditoria, estão sendo efetivamente executadas´´.
Os testes de conformidade (ou testes de controlos) têm como objetivo confirmar se os
procedimentos contabilísticos e as medidas de controlo interno encontram-se em
funcionamento. (Cerejeira, 1998). De acordo com Curto (2017) os testes de controlo têm por
objetivo confirmar se os procedimentos contabilísticos existem, se são suficientes e
adequados para detetar e prevenir distorções, e se estão a funcionar ao longo do exercício.
Desta forma podemos afirmar que os testes de controle têm como objetivo a verificação e
avaliação dos controles internos, se estes estão de acordo com os processos requeridos pela
administração e se são suficientemente seguros e confiáveis para a devida salvaguarda do
patrimônio.
tabulação das diversas áreas das demonstrações financeiras (contas a receber de clientes,
contas a pagar a fornecedores, receita de vendas, custo das vendas, e assim por diante) e os
processos que afetam os saldos dessas áreas das demonstrações financeiras (vendas, contas a
receber, recebimentos, compras, contas a pagar, pagamentos, folha de pagamento, etc.).
Reis (2015) chama a atenção para que quando existirem distorções materiais, pode ser
necessário: aguardar conclusões de outras áreas; alongar os testes em áreas específicas;
aumentar a amostra; requerer a revisão da população; ou qualificar a opinião.
Segundo Cunha e Beuren (2006), a amostragem nos testes de controle tem a finalidade de
verificar a taxa de desvios aplicada a um determinado tipo de controle.
Sua aplicação não se relaciona a valores monetários e sim à aplicação de procedimentos
necessários que irão servir de base à valoração e mensuração das transações ocorridas.
Plano de Amostragem Para Testes de Controle.
SEQUENCI DESCRIÇÃO
A
1º passo Determinação dos objetivos e procedimentos de auditoria.
2º passo Definição da população e da unidade de amostragem.
3º passo Especificação dos Atributos de Interesse
4º passo Determinação do tamanho da amostra.
5º passo Determinação do método de seleção da amostra.
6º passo Execução do plano de amostragem.
7º passo Avaliação dos resultados da amostra.
Segundo Boynton et al. (2002, p. 462), os objetivos e procedimentos de auditoria devem ser
determinados visando verificar se os controles relacionados às classes de transações foram
desenhados adequadamente e se são executados conforme desenhados. Para cada transação
pode-se elaborar mais de um plano de amostragem. Por exemplo, para transações de compras,
um plano pode ser utilizado para testes de controles que afetam o risco de controle referente à
afirmação de existência ou ocorrência enquanto outro se dirige à afirmação de integridade.
De acordo com o item 5, da NBC-TA nº. 530 citado por Pereira (2013), População é o
conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor
deseja concluir. No caso dos testes de controle, a população é definida pela classe de
transações que está sendo testada.
Por exemplo, se o objetivo do auditor for testar a eficácia de controles relacionados com a
afirmação de integridade de transações de compras num determinado período, ele deve obter
evidências de que todos os pedidos de compra aprovados naquele período foram registrados.
Assim, a população seria todos os pedidos de compras do período analisado.
A unidade de amostragem, conforme o item 5, da NBC-TA nº. 530 citado por Pereira(2013),
é cada um dos itens individuais que constituem uma população. A unidade de amostragem
deveria ser o pedido de compra.
Segundo a NBC-TA n°. 530, item 7 conforme citado por Pereira (2013), o tamanho da
amostra deve permitir reduzir o risco de amostragem ao nível mínimo aceitável. Portanto,
quanto menor for o risco que o auditor quer se sujeitar maior será o tamanho da amostra.
Conforme o item A11, da referida norma, o tamanho da amostra pode ser determinado
mediante aplicação de fórmula com base em estatística ou por meio do exercício do
julgamento profissional.
No caso dos testes de controles em que se pretende identificar a quantidade de elementos de
uma amostra ou população possuidores de determinadas características em relação ao total
deles, o tamanho da amostra é calculado a partir de proporções.
Conforme Corrar e Theóphilo (2009), o cálculo da proporção amostral é dado pela fórmula:
x
p=
n
Sendo:
p = proporção dos elementos com determinada característica;
x = número de elementos com a característica estudada;
n = número de elementos da amostra.
As fórmulas para determinar o tamanho da amostra são:
N . Z 2 . p .q
a) Para população finita: n= 2 2
e ( N−1 ) + z p . q
2
z . p.q
b) População infinita: n= 2
e
IC= p ± z
√ pq
n
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Níveis de Confiança
Oliveira (2004), aponta três métodos de amostragem que podem ser aplicados a testes de
controles, quais sejam:
Amostragem casual ou por conveniência: baseia-se no princípio de que qualquer
ponto de amostragem é suficiente, o que significa aceitar como válido qualquer
localização/tempo.
Amostragem por julgamento: é um método no qual a seleção dos elementos da
população é fundamentada apenas no juízo, na capacidade e/ou na experiência do
pesquisador.
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É feita uma seleção entre conglomerados exatamente do mesmo modo que se selecionam
indivíduos de uma população na amostragem aleatória. Portanto, eles podem ser obtidos
utilizando-se números aleatórios ou Amostragem Sistemática como mecanismo de
levantamento dos elementos.
Após o plano de amostragem ter sido desenhado, os itens da amostra são selecionados e
examinados, para que a natureza e a frequência dos desvios sejam determinadas. Desvios
incluem falta de documentos, ausência de assinaturas (ou rubricas) que indiquem que
determinado controle foi realizado, registros contábeis e preços não autorizados e erros
aritméticos encontrados pelo auditor ao reexecutar os controles.
De acordo com o item 15, da NBC-TA nº. 530 citado por Pereira (2013), o auditor deve
avaliar os resultados da amostra e se o uso da amostragem de auditoria forneceu base
razoável para conclusões sobre a população que foi testada
Exemplo: Um auditor realizou uma pesquisa para estimar a proporção de processos indevidos
e o cálculo do tamanho da amostra, que considerou N = 40.000, 90% de Nível de Confiança e
Margem de Erro de 4%, resultou no valor n = 419 processos dentre os quais, a partir das
constatações de auditoria, 260 se mostraram inconformes.
Com esses dados, ele pode calcular um intervalo com o mesmo grau de certeza para a
proporção populacional de processos indevidos, da seguinte forma: Primeiro calcula-se a
proporção amostral:
x 260
p=
= =0,62
N 419
O intervalo de confiança, com 90% de certeza, para o parâmetro populacional será:
IC= p ± z
√ pq
n
=0,62± 1,64
√0,62(1,64−0,62)
419
=0,62 ±1,64.0,023=0,62± 0,039=( 0,62−0,038 ;0,62+0,039 )=
Então, com 90% de confiança, a verdadeira proporção de processos incorretos está entre 0,58
e 0,66.
Segundo Cunha e Beuren (2006, p. 71), os testes substantivos são aplicados para verificação
e avaliação dos valores monetários envolvidos nos saldos de grupos e contas.
SEQUENCIA DESCRIÇÃO
1º passo Determinação dos objetivos e procedimentos de auditoria.
2º passo Definição da população e da unidade de amostragem.
3º passo Determinação do tamanho da amostra.
4º passo Determinação do método de seleção da amostra.
5º passo Execução do plano de amostragem.
6º passo Avaliação dos resultados da amostra.
Segundo Crepaldi (2012, p. 372), os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto
à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade.
Enquanto nos testes de controles a amostragem é utilizada para obter informação sobre uma
taxa de ocorrência de desvios em relação aos controles estabelecidos, nos testes substantivos,
a amostragem é utilizada para obtenção de informações sobre quantias monetárias.
Nos testes substantivos, a população consiste na classe de transações ou saldo de conta a ser
testado. De acordo com Crepaldi (2012, p. 390), o auditor precisa determinar se a população
da qual a amostra vai ser extraída é apropriada para o objetivo de auditoria específico.
A unidade de amostragem nos testes substantivos é uma unidade monetária. Por exemplo, se
o objetivo for determinar se o saldo registrado de contas a receber não contém erros ou
irregularidades relevantes e a evidência a ser examinada for documentos comprobatórios das
transações de vendas contabilizadas, então um lançamento no diário de vendas seria uma
unidade monetária.
Conforme já referido, o desenho de uma amostra deve ser considerado cuidadosamente para
que ela seja, simultaneamente, eficiente e eficaz. Em amostras estatísticas, isso é obtido
mediante consideração explícita de fatores-chave cujo relacionamento é colocado em termos
matemáticos. Considerações dos mesmos fatores em amostragem não estatística podem
ajudar a produzir amostras mais eficientes e eficazes,
De acordo com Boynton et al. (2002, p. 497), o método de seleção mais comum em
amostragem PPT é seleção sistemática. Quando a amostragem clássica de variáveis é
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utilizada, tanto a amostragem aleatória simples quanto a seleção sistemática podem ser
utilizadas na escolha dos itens que comporão a amostra.
3. Conclusão
4. Referências Bibliográficas
Aicpa. (2014). Audit Sampling : Audit Guide. (Wiley, Ed.). New York: American Institute
ALMEIDA, M. C. (2003). Auditoria: um curso moderno e completo, São Paulo, Atlas S.A.
Boynton, William C., JOHNSON, Raymond N., KELL, Walter Guerry.(2002).Auditoria. São
Paulo.
Costa, C.B.da (2010). Auditoria Financeira: Teoria & Prática.(9ª Ed), Lisboa, Portugal.
Costa, C. B. (2017). Auditoria Financeira - Teoria & Prática. (R. dos Livros, Ed.) (11a ed).
Instituto Português de Auditores Internos (IPAI).
Crepaldi, S.(2012).Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática.(8. Ed). São Paulo, Brasil.
Cunha, P.R. da., & BEUREN, I.M.(2006).Técnicas de amostragem utilizadas nas empresas
de auditoria independente estabelecidas em Santa Catarina. Brasil
Dănescu, T., & Anca-Oana, C. (2012). Opportunity and Necessity in Audit Sampling
Nonstatistical Sampling Method. Procedia Economics and Finance.
Ijiri, Y., & Kaplan, R. S. (1969). The Four Roles of Sampling in Auditing:
Representative,Corrective, Protective and Preventive. Management Science Research Report.
Swanepoel, E.(2011).An Empirical Survey of Certain Key Aspects of The Use Of Statistical
Sampling by South African Registered Auditors Accredited by The Johannesburg Securities
Exchange.