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Belita Herminio
Luis José
Nicetty Mandongue
Zainadine Momade

AMOSTRAGEM EM AUDITORIA

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação


Nacala-Porto, Junho de 2022
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Belita Herminio
Luis José
Nicetty Mandongue
Zainadine Momade

AMOSTRAGEM EM AUDITORIA

O presente trabalho é de carácter


avaliativo a ser apresentado na
cadeira de Auditoria Interna,
curso de Gestão de empresas 3º
ano, Laboral.

Docente: Dr. Eddy Nuray Ntumi

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação


Nacala-Porto, Junho de 2022
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Índice
Introdução..................................................................................................................................5

Objetivos....................................................................................................................................5

Amostragem em Auditoria.........................................................................................................6

Definição....................................................................................................................................6

Tipos de Amostragem................................................................................................................7

Amostragem estatística..............................................................................................................7

Amostragem não estatística........................................................................................................8

Diferença entre os tipos de amostragem....................................................................................9

Métodos de seleção de amostra..................................................................................................9

Fases da Amostragem..............................................................................................................11

Risco de amostragem...............................................................................................................12

Testes de controlo e testes substantivos...................................................................................13

Amostragem nos Testes de Controle........................................................................................15

Determinação dos Objetivos e Procedimentos de Auditoria....................................................15

Definição da População e da Unidade de Amostragem...........................................................15

Especificação dos Atributos de Interesse.................................................................................16

Determinação do Tamanho da Amostra...................................................................................16

Determinação do Método de Seleção da Amostra...................................................................18

Amostragem Não Probabilística em Testes de Controles........................................................18

Amostragem Probabilística em Testes de Controles................................................................18

Execução do Plano de Amostragem.........................................................................................19

Avaliação dos Resultados da Amostra.....................................................................................19

Amostragem nos Testes de Substanciais..................................................................................20

Determinação dos Objetivos e Procedimentos de Auditoria....................................................20

Definição da População e da Unidade de Amostragem...........................................................20

Determinação do Tamanho da Amostra...................................................................................21


4

Determinação do Método de Seleção da Amostra...................................................................21

Execução do Plano de Amostragem.........................................................................................21

Avaliação dos Resultados da Amostra.....................................................................................21

Conclusão.................................................................................................................................22

Referências Bibliográficas.......................................................................................................23
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1. Introdução

A auditoria desempenha papel vital nos negócios, sua opinião confere credibilidade às
afirmações feitas pelas entidades nas demonstrações contábeis e em relatórios operacionais
internos e constitui importante fonte de informação para a tomada de decisões.
Para obter evidências suficientes e apropriadas que lhe proporcionem base razoável para a
formação de sua opinião, o auditor necessita verificar e testar as transações ocorridas na
entidade, examinar documentos e livros, bem como avaliar os sistemas de controle interno e
as demonstrações contábeis.
A amostragem tem assumido um importante papel no trabalho de auditoria. O auditor para
garantir a credibilidade das informações financeiras analisa diversos documentos e utiliza
procedimentos para obter prova de auditoria suficiente e adequada para fundamentar a sua
opinião. Devido à diversidade de documentos a analisar, principalmente quando a população
é de grande dimensão, o auditor utiliza a amostragem como forma de reduzir o custo e o
tempo dessa análise, independentemente do tipo de amostragem utilizado.
De acordo com a ISA 530 - Amostragem em Auditoria, a amostragem em auditoria
independentemente de ser estatística ou não estatística, é a aplicação de procedimentos de
auditoria a menos de 100% dos itens de uma determinada rubrica de demonstração financeira,
com a finalidade de avaliar e tirar conclusões acerca das caraterísticas dessa rubrica.
A amostragem e os testes são, assim, fulcrais para o auditor emitir um parecer acerca da
fidelidade das demonstrações financeiras. Através de avaliações a procedimentos internos aos
documentos, e à consequente circularização com os clientes e fornecedores, o auditor
consegue concluir o seu trabalho.
1.1. Objetivos
Neste contexto, o presente trabalho tem como principal objetivo Estudar a amostragem em
auditoria. O Trabalho apresenta como objetivos específicos:
 Identificar os tipos de amostragem utilizados pelos auditores;
 Identificar os fatores levados em consideração na determinação da amostra;
 Identificar os métodos de seleção de amostra utilizados pelos auditores;
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2. Amostragem em Auditoria
2.1. Definição

De acordo com Corrar e Theóphilo (2009, p. 19), amostragem consiste ``em fazer inferências
e generalizações acerca de características de uma população com base na análise de apenas
alguns de seus elementos´´.
Amostragem é uma técnica de seleção de elementos de uma população para se estimar
propriedades e características da população. (Pedrosa e Gama, 2007)

E Auditoria ``é um exame das operações, atividades e sistemas de determinada entidade, com
vista a verificar se são executados ou funcionam em conformidade com determinados
objetivos, orçamentos, regras e normas´´. (Tribunal de Contas de Portugal, 1999).
Esta técnica (amostragem) é utilizada em auditoria para obtenção de evidências a partir da
aplicação de procedimentos de auditoria sobre alguns itens representativos de uma população
a fim de fundamentar a opinião dos auditores sobre as demonstrações contábeis sem a
necessidade de se conhecer todo o universo analisado (Boynton et al., 2002).

A amostragem em auditoria fornece ao auditor uma base adequada para concluir sobre as
características de uma população com base no exame de evidências sobre essa característica a
partir de uma amostra da população. (AICPA, 2014, p. 7)
A amostragem assume um importante papel no trabalho do auditor, pois segundo a
International of Federation of Accountants (2015, p.508) na sua ISA 530, o auditor ao utilizar
a amostragem tem como finalidade proporcionar uma base razoável para que possa tirar
conclusões acerca da população onde a amostra é selecionada.
Na opinião de Cerejeira (1997, p. 8) a amostragem é um processo inerente à auditoria, pois
permite tirar conclusões acerca de uma população apenas analisando a sua amostra.
Para Boynton et al.(2002) a amostragem em auditoria é a “aplicação de procedimentos de
auditoria a menos de 100 % dos itens de uma população (um saldo de conta ou classe de
transações, por exemplo), para avaliação de algumas características da população em
questão”

Segundo o Tribunal de Contas (1999), o auditor ao utilizar uma amostra para analisar a
população, essa amostra tem que ser representativa da população, ou seja, deve conter
características semelhantes à da população. Além disso, o Tribunal de Contas ( 1999) referiu
ainda que a amostra deve ser estável, obtendo assim resultados idênticos independentemente
do tamanho da amostra.
7

Para além do caráter representativo, a amostra tem ainda função protetiva, corretiva e
preventiva. A amostra protetiva é a amostra que pretende maximizar o valor de cada item
contido na amostra. Quanto à amostra corretiva, estas são definidas como sendo amostras
cujo objetivo é maximizar o número de erros contidos na amostra para que estes possam ser
corrigidos. A amostra de caráter preventivo tem com objetivo aumentar o grau de incerteza
na mente dos auditados quanto aos itens que serão auditados no futuro, de modo a prevenir a
ocorrência de possíveis fraudes nestas áreas ou em áreas relacionadas. (Ijiri & Kaplan,
1969,p.4)

2.2. Tipos de Amostragem

Segundo alguns autores como Carmelo, (2006) e Costa, (2017), o processo de amostragem
pode apoiar-se em métodos estatísticos ou em métodos não estatísticos, podendo qualquer um
deles proporcionar provas suficientes para o auditor, de acordo com os objetivos específicos
de cada auditoria.

2.2.1. Amostragem estatística

Uma amostra para ser classificada como amostra estatística deve cumprir os seguintes
pressupostos: o tamanho da amostra deve ser objetivo e quantificado, os membros da amostra
devem ser selecionados de forma aleatória e o resultado da amostra deve ser analisado
matematicamente.

A amostragem estatística é mais apropriada quando a população é constituída por um grande


número de transações idênticas e o sistema de controlo interno é bom. (Colbert, 1991).
De acordo com o Carmelo, (2006),Costa, (2017) e Tribunal de Contas (1999), a amostragem
estatística é baseada em métodos matemáticos, mais concretamente em cálculos
probabilísticos, que são utilizados não só para determinar o tamanho da amostra e a seleção
dos componentes que a integram, mas também para fazer a avaliação dos seus resultados.
Segundo (Almeida, 2013) a utilização de ferramentas estatísticas permite ao auditor
especificar o risco de auditoria e a dimensão da amostra é o reflexo deste risco, na medida em
que aumentando ou diminuindo a amostra, aumenta-se ou diminui-se o risco.
Conforme refere (Costa, 2017, p. 307), a amostragem estatística tem as seguintes vantagens:
 Facilita a determinação de uma amostra eficiente;
 Mede a suficiência da matéria de prova;
 Facilita a avaliação dos resultados da amostra;
8

 Permite a quantificação dos riscos de amostragem.


As desvantagens de amostragem estatística segundo Almeida (2013) estão associados com os
custos adicionais às empresas, na medida em que exige a formação em áreas estatísticas.
Além disso a utilização de amostragem estatística exige que o auditor tenha conhecimentos
de métodos estatísticos.

2.2.2. Amostragem não estatística

A amostragem não estatística é aquela em que o auditor determina o tamanho da amostra, a


seleção das partidas que a integram e a avaliação dos resultados. É um critério que se baseia
na apreciação, juízo e critérios próprios do auditor, assim como na sua capacidade e
experiência profissional (Curto, 2017). Assim também defende Carmelo (2006) e Costa,
(2017),

Apesar dos argumentos plausíveis à utilização de técnicas de amostragem estatística, a


amostragem não estatística é a mais utilizada devido ao facto de serem de aplicação muito
fácil e mais práticas (Costa, 2017). O mesmo defende Monteiro & Pontes (2002).

Deste modo, a amostragem não estatística permite aproveitar a experiência e o conhecimento


da entidade e requer menos tempo de planeamento, seleção e avaliação dos resultados. No
entanto, não permite quantificar objetivamente e controlar o risco de amostragem e os
resultados não são verificáveis por outro auditor (Carmelo, 2006).

Como vantagem de amostragem não estatística Almeida (2013) refere que além da sua
utilização requerer menos tempo no planeamento, seleção e avaliação dos resultados, o
auditor pode basear-se na sua experiência e expectativas em relação a eventuais distorções na
rubrica em análise.
Relativamente às desvantagens de amostragem não estatística Almeida (2013) mencionou
que na amostragem não estatística é obrigatório o julgamento por parte do auditor não só para
definir a dimensão da amostra mas também para avaliar os resultados. Uma outra
desvantagem mencionada pelo mesmo autor é que na amostragem não estatística não se
consegue determinar o risco de controlo e o risco de amostragem.
Segundo Silva & Lopes ( 2018, p. 36), a escolha entre a amostragem estatística e não
estatística deve ter em consideração os seguintes pontos:
 Natureza da pesquisa;
 Tipo de população;
 Magnitude relativa dos erros amostrais versus não amostrais;
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 Considerações estatísticas e operacionais;


 Vantagens e desvantagens de cada abordagem.
2.2.3. Diferença entre os tipos de amostragem
Amostragem não estatística Amostragem estatística
Dimensão da Determinada pelo julgamento Determinada pela teoria das
amostra do auditor probabilidades.
Seleção da amostra Qualquer método que, A amostra deve ser selecionada
segundo o auditor, seja aleatoriamente, de modo a que cada
representativo da população. elemento da população tenha a mesma
probabilidade de ser selecionado.
Avaliação Baseado no julgamento do A inferência estatística é usada para
auditor. suportar o julgamento.
Fonte: Almeida (2013)

2.2.4. Métodos de seleção de amostra

De acordo com (Arens & Loebbecke, 2000; Curto, 2017; Reis, 2015), os métodos não
probabilísticos mais utilizados são:
 Amostragem dirigida
 Amostragem por blocos
 Amostragem ao acaso
E os métodos probabilísticos mais comuns são:
 Amostragem aleatória
 Amostragem sistemática
 Probabilidade proporcional ao valor
 Amostragem estratificada

Na seleção dirigida, a seleção de itens para a amostra é feita de acordo com critérios de
julgamento estabelecidos pelo próprio auditor. (Arens & Loebbecke, 2000)
A seleção dirigida (Directed Sample Selection), de acordo com Reis (2015) é a técnica onde
se seleciona os itens para a amostra que se pretende examinar, assegurando que todas as
unidades de amostragem da população alvo de análise sejam selecionadas. O mesmo autor
ainda acrescenta que esta técnica permite que o auditor projete uma amostra representativa da
população, pois permite selecionar itens para a amostra de acordo com as suas caraterísticas.
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A seleção por bloco (Block Selection) é definido de acordo com Curto (2017) e Reis (2015),
como sendo uma técnica em que se seleciona partes (blocos) sequenciais da população , que
se pretende que seja representativa do universo.

Na seleção ao acaso (Haphazard Sampling), segundo Reis (2015) embora a seleção da


amostra feita através desta técnica não é feita de modo estruturada, deve-se evitar erros
contínuos ou previsibilidade conscientes.
De acordo com Curto (2017), nesta técnica o auditor seleciona itens da população sem levar
em consideração caraterísticas relevantes como valor e origem e sem preocupar-se com os
enviesamentos resultantes desta seleção.

A seleção aleatória (Random sampling) segundo Reis (2015) é uma técnica de fácil
aplicação e consiste em selecionar amostra através da geração de números aleatórios.
Para Curto (2017) no método de amostragem aleatória simples todos os elementos da
população independentemente da combinação têm igual hipótese de serem incluídas na
amostra. Este método é utilizado pelos auditores quando não é necessário salientar um ou
mais tipos de itens da população.
A seleção das amostras neste método é feita com ou sem reposição de populações finitas ou
infinitas. Quando a seleção é com reposição, cada elemento pode ser devolvido à população
podendo ser inserido a amostra mais do que uma vez. Na seleção sem reposição, cada
elemento escolhido é inserido uma vez na amostra, motivo pela qual este método é bastante
utilizado em auditoria.(Curto, 2017, p. 35).

A seleção sistemática De acordo com Costa (2017) esta técnica é aplicada em populações
cujas partidas que a constitui estejam ordenadas de forma sequencial. Segundo Gil (1996, p.
98), a amostragem sistemática é uma variação da amostragem aleatória simples. Sua
aplicação requer que a população seja ordenada de modo tal que cada um de seus elementos
possa ser unicamente identificado pela posição. Para a extração de uma amostra sistemática, é
necessária uma listagem da população ou os seus elementos devem ser ordenados de tal
forma que possam ser identificados pela posição (Corrar; Theóphilo, 2009, p. 33).

Na seleção pela probabilidade proporcional ao tamanho (Probability Proportional to Size)


de acordo com Reis (2015) a seleção da amostra ``é semelhante à amostragem sistemática,
mas que neste método a seleção é feita de acordo com o valor monetário em vez do número
do elemento´´.
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As principais vantagens do método da probabilidade proporcional ao tamanho (PPS)de


acordo com (Curto, 2017, p. 41) são:
 Fácil aplicabilidade;
 A dimensão da amostra tende a ser menor quando a taxa de erro da população é baixa;
 A estratificação da população é feita automaticamente, de acordo com o valor relativo
dos elementos que a constitui.
Segundo o autor as desvantagens deste método são:
 A necessidade de acumular os valores dos itens a analisar;
 Os saldos das contas que sejam nulos não têm hipóteses de ser selecionados mesmo
que contenham erros. Quanto aos saldos de valor reduzido, e eventualmente
subestimados, têm também uma probabilidade reduzida de serem incluídas na
amostra;
 Inabilidade para os saldos de valor negativo serem incluídos na amostra;
 Não deve ser aplicado nos testes aos saldos de contas do passivo quando existe a
suspeita de estarem subavaliados, pois quanto maior é a subvalorização menor é a
probabilidade de serem incluídos na amostra. ( pp. 41–42)

A seleção estratificada consiste na divisão entre a população e a dimensão da amostra.


Na análise da população o auditor deve estratificar a sua população, evidenciando as suas
diferentes caraterísticas, com a finalidade de reduzir a variação dos itens dentro de cada
estrato, permitindo assim a redução da dimensão da amostra sem o aumento do risco de
auditoria. (Reis, 2015,p.20)
Segundo Andrade (1988, p. 41), a amostragem estratificada consiste em dividir a popu1ação
heterogênea em subpopulaç6es ou grupos homogêneos sobre cada uma das quais se aplica o
processo de amostragem aleatória independentemente. Estas subpopulações são definidas
como estratos. Após a estratificação, cada estrato será tratado como uma população à parte,
para cálculo do tamanho da amostra e seleção.

2.3. Fases da Amostragem

Qualquer que seja o tipo de amostra utilizado, o auditor deve sempre utilizar fases distintas:
determinar o tamanho apropriado da amostra, selecionar ou identificar a amostra e aplicar
procedimentos de auditoria apropriados aos itens selecionados e avaliando os resultados da
amostra.
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Segundo o Tribunal de Contas (1999), para determinar o tamanho apropriado da amostra


devemos selecionar uma amostra específica devemos perceber se essa amostra é de facto
representativa da população. Monteiro & Pontes (2002) referem que independentemente da
técnica de amostragem escolhida, o auditor necessita de efetuar juízos acerca de um conjunto
de aspetos com influência direta no tamanho da amostra, nomeadamente:
 Dispersão na população;
 Nível de risco que está disposto a aceitar;
 Erro tolerável;
 Expectativa de erro na população;
 Exatidão;
 Nível de confiabilidade; e
 Tamanho da população.
De acordo com Cerejeira (1998) salienta, ainda que, uma amostra deverá ser suficientemente
grande para ser representativa da população e, ao mesmo tempo, suficientemente pequena
para ser eficiente.
Ao selecionar a amostra, esta deve ser aleatória, ou seja, cada elemento da população deve ter
a mesma probabilidade de ser selecionado (Cerejeira, 1998).
Deste modo o auditor deve utilizar processos, como tabela de números aleatórios, seleção
casual, seleção sistemática e seleção em bloco (Monteiro & Pontes, 2002).
Por último, avaliar os resultados, Segundo a ISA 530, o auditor deve avaliar os resultados da
amostra para saber se o que obteve está de acordo com o que esperava.
Para avaliar os resultados, o auditor deve realizar uma avaliação quantitativa e qualitativa dos
resultados antes de emitir a sua opinião (Monteiro & Pontes, 2002).
No caso da amostragem estatística, a avaliação quantitativa do resultado é efetuada com o
auxílio de quadros e cálculos, enquanto que na amostragem não estatística é através do
julgamento do auditor.
No âmbito da avaliação quantitativa, o auditor deve comparar os valores auditados com os
registados e verificar os erros encontrados. A avaliação qualitativa consiste em averiguar se
os desvios correspondem efetivamente a erros de irregularidade ou negligência, sempre com
base no julgamento do auditor. Isto é, após a avaliação quantitativa, o auditor deve procurar a
natureza dos erros detetados (Monteiro & Pontes, 2002).

2.4. Risco de amostragem


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Conforme referido por Cerejeira (1997), o auditor ao basear as suas conclusões em amostras,
incorre em risco, chamada de risco de amostragem, que numa amostragem estatística pode
ser medido e controlado.
A International of Federation of Accountants (2015) na sua ISA 530, define o risco de
amostragem como sendo ``o risco da conclusão do auditor baseada numa amostra possa ser
diferente da conclusão se toda a população estivesse sujeita ao mesmo procedimento de
auditoria´´.
De acordo com AICPA (2014, p.19) o risco de amostragem ``é o risco de que a conclusão do
auditor com base numa amostra possa ser diferente da conclusão que ele alcançaria se o teste
fosse aplicado da mesma forma toda a população´´.
Na fase de planeamento da auditoria a equipa recolhe informações sobre o ambiente
económico da entidade, a complexidade das transações e outras operações relevantes. É nesta
fase que os auditores consideram o RA, uma vez que se verifica a natureza da entidade e os
seus objetivos.

Deste modo, o processo de amostragem é motivado por: uma análise de custo benefício que
relacione os custos associados a uma análise integral com a probabilidade de uma opinião
inapropriada; por o facto de o trabalho de auditoria estar subordinado à questão da relevância,
ou seja, as demonstrações financeiras podem conter erros desde que estes não sejam
relevantes.

Segundo Curto (2017), um auditor tem duas formas de controlar o risco de amostragem:
ajustar a dimensão da amostra e utilizar um método apropriado para selecionar os itens a
incluir na amostra. O auditor deve ter em consideração o cálculo da dimensão da amostra, a
seleção dos elementos respetivos e a avaliação dos resultados obtidos. No entanto, estes
resultados podem não ser representativos devido a dois tipos de erros: erro de não
amostragem (risco de não amostragem); e erro de amostragem (risco de amostragem) (Curto,
2017).

O risco de não amostragem é o risco do auditor falhar na deteção dos erros da amostra (Curto,
2017). Tal pode acontecer por erros humanos, por aplicação de procedimentos inadequados,
por interpretação errada dos resultados e por utilização de informações incorretas (Boynton et
al., 2002).
O risco de amostragem é o risco de as conclusões do auditor não estarem corretas, porque a
amostra não é representativa do universo que se pretende caracterizar (Curto, 2017).
14

Os procedimentos para determinar o risco são complementados por outros processos de


auditoria, tais como testes aos controlos e testes substantivos (Dănescu & Anca-Oana, 2012).

2.5. Testes de controlo e testes substantivos

A auditoria é conduzida sob a forma de testes executados sobre uma população que se quer
validar. Estes testes são efetuados recorrendo a procedimentos de revisão e dividem-se em
dois tipos: testes de conformidade ou de controlo e testes substantivos (Carmelo, 2006).
De acordo com Santi (1988, p. 13), os testes de observância, como também são denominados
os testes de controle , ``é o conjunto de procedimentos de auditoria destinados a confirmar se
as funções críticas de controle interno, das quais o auditor dependerá nas fases subsequentes
da auditoria, estão sendo efetivamente executadas´´.
Os testes de conformidade (ou testes de controlos) têm como objetivo confirmar se os
procedimentos contabilísticos e as medidas de controlo interno encontram-se em
funcionamento. (Cerejeira, 1998). De acordo com Curto (2017) os testes de controlo têm por
objetivo confirmar se os procedimentos contabilísticos existem, se são suficientes e
adequados para detetar e prevenir distorções, e se estão a funcionar ao longo do exercício.
Desta forma podemos afirmar que os testes de controle têm como objetivo a verificação e
avaliação dos controles internos, se estes estão de acordo com os processos requeridos pela
administração e se são suficientemente seguros e confiáveis para a devida salvaguarda do
patrimônio.

Em contrapartida, os testes substantivos visam confirmar o adequado processamento


contabilístico (no que se refere à totalidade, exatidão e validade dos dados), o valor e o
suporte documental dos saldos e das transações (Cerejeira, 1998).
Os testes substantivos são realizados para se obter prova de desvios materialmente relevantes
nas demonstrações financeiras. Neste caso, interessam os valores monetários que podem
variar de documento para documento e por este motivo se designa de amostragem por
variáveis (Curto, 2017).
De acordo com Santi (1988, p. 52), os testes substantivos, como também são denominados os
procedimentos substantivos, ``é o conjunto de procedimentos de auditoria destinados a obter
competente e razoável evidência da validade e propriedade do tratamento contábil das
transações e saldos´´.
O auditor deve identificar quais são os processos e controles que podem impactar de forma
significativa as demonstrações financeiras. Essa identificação pode ser feita mediante a
15

tabulação das diversas áreas das demonstrações financeiras (contas a receber de clientes,
contas a pagar a fornecedores, receita de vendas, custo das vendas, e assim por diante) e os
processos que afetam os saldos dessas áreas das demonstrações financeiras (vendas, contas a
receber, recebimentos, compras, contas a pagar, pagamentos, folha de pagamento, etc.).
Reis (2015) chama a atenção para que quando existirem distorções materiais, pode ser
necessário: aguardar conclusões de outras áreas; alongar os testes em áreas específicas;
aumentar a amostra; requerer a revisão da população; ou qualificar a opinião.

2.6. Amostragem nos Testes de Controle

Segundo Cunha e Beuren (2006), a amostragem nos testes de controle tem a finalidade de
verificar a taxa de desvios aplicada a um determinado tipo de controle.
Sua aplicação não se relaciona a valores monetários e sim à aplicação de procedimentos
necessários que irão servir de base à valoração e mensuração das transações ocorridas.
Plano de Amostragem Para Testes de Controle.
SEQUENCI DESCRIÇÃO
A
1º passo Determinação dos objetivos e procedimentos de auditoria.
2º passo Definição da população e da unidade de amostragem.
3º passo Especificação dos Atributos de Interesse
4º passo Determinação do tamanho da amostra.
5º passo Determinação do método de seleção da amostra.
6º passo Execução do plano de amostragem.
7º passo Avaliação dos resultados da amostra.

2.6.1. Determinação dos Objetivos e Procedimentos de Auditoria

Segundo Boynton et al. (2002, p. 462), os objetivos e procedimentos de auditoria devem ser
determinados visando verificar se os controles relacionados às classes de transações foram
desenhados adequadamente e se são executados conforme desenhados. Para cada transação
pode-se elaborar mais de um plano de amostragem. Por exemplo, para transações de compras,
um plano pode ser utilizado para testes de controles que afetam o risco de controle referente à
afirmação de existência ou ocorrência enquanto outro se dirige à afirmação de integridade.

2.6.2. Definição da População e da Unidade de Amostragem


16

De acordo com o item 5, da NBC-TA nº. 530 citado por Pereira (2013), População é o
conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor
deseja concluir. No caso dos testes de controle, a população é definida pela classe de
transações que está sendo testada.

Por exemplo, se o objetivo do auditor for testar a eficácia de controles relacionados com a
afirmação de integridade de transações de compras num determinado período, ele deve obter
evidências de que todos os pedidos de compra aprovados naquele período foram registrados.
Assim, a população seria todos os pedidos de compras do período analisado.

A unidade de amostragem, conforme o item 5, da NBC-TA nº. 530 citado por Pereira(2013),
é cada um dos itens individuais que constituem uma população. A unidade de amostragem
deveria ser o pedido de compra.

2.6.3. Especificação dos Atributos de Interesse

Um atributo é a evidência da eficácia (ou ineficácia) do controle testado. Com base no


conhecimento da estrutura de controles internos, o auditor deve ser capaz de identifica-lo. Por
exemplo, se o controle exigir aprovação do pedido de compra pelo gerente do departamento
demandante antes de ser encaminhado para a área de compras, o atributo pode ser
especificado como “aprovação do pedido de compras pelo gerente”.

ATRIBUTO DESCRIÇÃO DO ATRIBUTO


1 Solicitação do pedido de compra efetuada pelo departamento solicitante.
2 Existência de orçamentos.
3 Aprovação do pedido de compras por pessoal autorizado
4 Verificação da nota fiscal de entrada, da concordância entre o pedido de
compra, orçamento e a própria nota fiscal de entrada.
5 Concordância entre detalhes de lançamentos no registro de entradas, no
sistema contábil, no sistema de controle patrimonial e a nota fiscal de compra
Fonte: Pereira(2013)
Verifica-se que a determinação de atributos de interesse segue a evidência documental, que
possibilita ao auditor testar as transações ocorridas.

2.6.4. Determinação do Tamanho da Amostra


17

Segundo a NBC-TA n°. 530, item 7 conforme citado por Pereira (2013), o tamanho da
amostra deve permitir reduzir o risco de amostragem ao nível mínimo aceitável. Portanto,
quanto menor for o risco que o auditor quer se sujeitar maior será o tamanho da amostra.
Conforme o item A11, da referida norma, o tamanho da amostra pode ser determinado
mediante aplicação de fórmula com base em estatística ou por meio do exercício do
julgamento profissional.
No caso dos testes de controles em que se pretende identificar a quantidade de elementos de
uma amostra ou população possuidores de determinadas características em relação ao total
deles, o tamanho da amostra é calculado a partir de proporções.
Conforme Corrar e Theóphilo (2009), o cálculo da proporção amostral é dado pela fórmula:
x
p=
n
Sendo:
p = proporção dos elementos com determinada característica;
x = número de elementos com a característica estudada;
n = número de elementos da amostra.
As fórmulas para determinar o tamanho da amostra são:

N . Z 2 . p .q
a) Para população finita: n= 2 2
e ( N−1 ) + z p . q

2
z . p.q
b) População infinita: n= 2
e

Onde: n = tamanho da amostra;


N = tamanho da população;
z = número de desvios padrões da distribuição normal;
e = erro máximo admitido;
p = proporção de ocorrência da variável em estudo;
q = proporção de não-ocorrência da variável em estudo (q=1− p ¿

O erro máximo permitido é expresso em um intervalo de valores denominado intervalo de


confiança, o qual contém o verdadeiro parâmetro populacional e, de acordo com Oliveira
(2004), em estimação de proporções é dado por:

IC= p ± z
√ pq
n
18

Onde: z = número de desvios padrões da distribuição normal;


p = taxa de desvios da amostra;
q = proporção de não-ocorrência da variável em estudo (q=1− p ¿
n = tamanho da amostra
Segundo Oliveira (2004), o fator z é a quantidade z de desvios padrão tal que, numa
distribuição normal, entre –z e z esteja compreendido um determinado percentual da
população.
O nível de confiança relaciona-se à certeza da afirmação. Assim, diz-se que “o nível de
confiança é a chance de a única amostra examinada ser uma daquelas que resultarão em um
intervalo de confiança que inclui o verdadeiro valor populacional” (Oliveira, 2004, p. 69).

Níveis de Confiança

Níveis de Confiança Usuais Fator z


90% 1,64
95% 1,96
99% 2,58
Fonte: Oliveira (2004, p. 74)
2.6.5. Determinação do Método de Seleção da Amostra

Após conhecer o tamanho da amostra, necessita-se definir o método de seleção da amostra, E


pode ser probabilística e não probabilística. Entretanto, de acordo com o item 8, da NBC-TA
nº. 530 citado por Pereira (2013), o auditor deve selecionar itens para a amostragem de forma
que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada.

2.6.5.1. Amostragem Não Probabilística em Testes de Controles

Oliveira (2004), aponta três métodos de amostragem que podem ser aplicados a testes de
controles, quais sejam:
 Amostragem casual ou por conveniência: baseia-se no princípio de que qualquer
ponto de amostragem é suficiente, o que significa aceitar como válido qualquer
localização/tempo.
 Amostragem por julgamento: é um método no qual a seleção dos elementos da
população é fundamentada apenas no juízo, na capacidade e/ou na experiência do
pesquisador.
19

 Amostragem por quotas (ou proporcional): este tipo de amostragem é uma


amostragem por julgamento melhorada. Por meio dela tenta-se obter uma amostra
com as mesmas características da população, em determinados aspetos.
Segundo Boynton et al. (2002), outra técnica de amostragem não estatística bastante usual em
testes de controles é a amostragem haphazard, que é a seleção de itens à vontade, sem
consideração de valor, mês de ocorrência da transação ou quaisquer outras características.

2.6.5.2. Amostragem Probabilística em Testes de Controles

Os principais tipos de amostragem probabilística que podem ser utilizados em testes de


controles são: amostragem aleatória simples, amostragem sistemática, amostragem
estratificada( Já explicadas anteriormente) e amostragem por conglomerado, que consiste
Conforme Andrade (1988, p. 33), ``na disposição dos itens da população em subgrupos
heterogêneos (conglomerados) que sejam tão semelhantes à população total quanto possível
´´.

É feita uma seleção entre conglomerados exatamente do mesmo modo que se selecionam
indivíduos de uma população na amostragem aleatória. Portanto, eles podem ser obtidos
utilizando-se números aleatórios ou Amostragem Sistemática como mecanismo de
levantamento dos elementos.

2.6.6. Execução do Plano de Amostragem

Após o plano de amostragem ter sido desenhado, os itens da amostra são selecionados e
examinados, para que a natureza e a frequência dos desvios sejam determinadas. Desvios
incluem falta de documentos, ausência de assinaturas (ou rubricas) que indiquem que
determinado controle foi realizado, registros contábeis e preços não autorizados e erros
aritméticos encontrados pelo auditor ao reexecutar os controles.

2.6.7. Avaliação dos Resultados da Amostra

De acordo com o item 15, da NBC-TA nº. 530 citado por Pereira (2013), o auditor deve
avaliar os resultados da amostra e se o uso da amostragem de auditoria forneceu base
razoável para conclusões sobre a população que foi testada

Segundo Swanepoel (2001), na amostragem não estatística, a avaliação dos resultados da


amostra é feita utilizando-se somente o julgamento profissional e os resultados da amostra
20

não são estendidos à população. Já na amostragem probabilística, são utilizados fórmulas ou


quadros estatísticos para extrapolar a taxa de desvio da amostra para a população.
De acordo com Oliveira (2004, p. 182), para se estender os resultados da amostra para a
população é necessário estabelecer o intervalo de confiança (IC).

Exemplo: Um auditor realizou uma pesquisa para estimar a proporção de processos indevidos
e o cálculo do tamanho da amostra, que considerou N = 40.000, 90% de Nível de Confiança e
Margem de Erro de 4%, resultou no valor n = 419 processos dentre os quais, a partir das
constatações de auditoria, 260 se mostraram inconformes.
Com esses dados, ele pode calcular um intervalo com o mesmo grau de certeza para a
proporção populacional de processos indevidos, da seguinte forma: Primeiro calcula-se a
proporção amostral:
x 260
p=
= =0,62
N 419
O intervalo de confiança, com 90% de certeza, para o parâmetro populacional será:

IC= p ± z
√ pq
n
=0,62± 1,64
√0,62(1,64−0,62)
419
=0,62 ±1,64.0,023=0,62± 0,039=( 0,62−0,038 ;0,62+0,039 )=

Então, com 90% de confiança, a verdadeira proporção de processos incorretos está entre 0,58
e 0,66.

2.7. Amostragem nos Testes de Substnciais

Segundo Cunha e Beuren (2006, p. 71), os testes substantivos são aplicados para verificação
e avaliação dos valores monetários envolvidos nos saldos de grupos e contas.

Plano de Amostragem Para Testes Substanciais.

SEQUENCIA DESCRIÇÃO
1º passo Determinação dos objetivos e procedimentos de auditoria.
2º passo Definição da população e da unidade de amostragem.
3º passo Determinação do tamanho da amostra.
4º passo Determinação do método de seleção da amostra.
5º passo Execução do plano de amostragem.
6º passo Avaliação dos resultados da amostra.

2.7.1. Determinação dos Objetivos e Procedimentos de Auditoria


21

Segundo Crepaldi (2012, p. 372), os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto
à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade.
Enquanto nos testes de controles a amostragem é utilizada para obter informação sobre uma
taxa de ocorrência de desvios em relação aos controles estabelecidos, nos testes substantivos,
a amostragem é utilizada para obtenção de informações sobre quantias monetárias.

2.7.2. Definição da População e da Unidade de Amostragem

Nos testes substantivos, a população consiste na classe de transações ou saldo de conta a ser
testado. De acordo com Crepaldi (2012, p. 390), o auditor precisa determinar se a população
da qual a amostra vai ser extraída é apropriada para o objetivo de auditoria específico.

Se o objetivo do auditor for testar a existência de super avaliação de contas a receber, a


população pode ser definida como a listagem de contas a receber.
Por outro lado, se o objetivo for testar a existência de subavaliação de contas a pagar, a
população não deve ser a listagem de contas a pagar, mas, sim, pagamentos subsequentes,
faturas não pagas, extratos de fornecedores, relatórios de recebimentos de mercadorias ou
outras populações que forneceriam evidência de auditoria de que as contas a pagar estariam
subavaliadas.

A unidade de amostragem nos testes substantivos é uma unidade monetária. Por exemplo, se
o objetivo for determinar se o saldo registrado de contas a receber não contém erros ou
irregularidades relevantes e a evidência a ser examinada for documentos comprobatórios das
transações de vendas contabilizadas, então um lançamento no diário de vendas seria uma
unidade monetária.

2.7.3. Determinação do Tamanho da Amostra

Conforme já referido, o desenho de uma amostra deve ser considerado cuidadosamente para
que ela seja, simultaneamente, eficiente e eficaz. Em amostras estatísticas, isso é obtido
mediante consideração explícita de fatores-chave cujo relacionamento é colocado em termos
matemáticos. Considerações dos mesmos fatores em amostragem não estatística podem
ajudar a produzir amostras mais eficientes e eficazes,

2.7.4. Determinação do Método de Seleção da Amostra

De acordo com Boynton et al. (2002, p. 497), o método de seleção mais comum em
amostragem PPT é seleção sistemática. Quando a amostragem clássica de variáveis é
22

utilizada, tanto a amostragem aleatória simples quanto a seleção sistemática podem ser
utilizadas na escolha dos itens que comporão a amostra.

2.7.5. Execução do Plano de Amostragem

Depois de selecionada a amostra, o auditor efetuará a aplicação dos procedimentos de testes


substantivos que julgar adequados para testar os saldos da conta auditada. Na ocorrência de
diferenças, o auditor registra o valor contábil e o valor de auditoria nos papéis de trabalho,
que serão utilizados para a avaliação dos resultados da amostra.

2.7.6. Avaliação dos Resultados da Amostra

O auditor, ao identificar distorções em uma amostra probabilística, deve projetá-la para a


população total, todavia, segundo a NBC-TA nº. 450 – Avaliação das Distorções
Identificadas, uma projeção não representa um valor a ser ajustado, pois é uma mera
estimativa do efeito na população total e normalmente requer que a entidade investigue e
apure o efeito efetivo para se proceder ao ajuste efetivamente necessário.
23

3. Conclusão

Do trabalho realizado é notório concluir a importância da amostragem em auditoria. O


decorrer do trabalho de auditoria é necessário que a empresa tenha um bom sistema de
controlo interno.
A amostragem em auditoria permite ao auditor tirar conclusões sobre uma determinada
população analisando apenas uma amostra A utilização da amostragem nos trabalhos de
auditoria tem sido fundamental, uma vez que a sua utilização independentemente da
abordagem adotada proporciona aos auditores provas suficientes de acordo com os objetivos
específicos de cada auditoria.
O processo de amostragem pode apoiar-se em métodos estatísticos ou em métodos não
estatísticos, podendo qualquer um deles proporcionar provas suficientes para o auditor, de
acordo com os objetivos específicos de cada auditoria.
A principal vantagem da sua aplicação é o facto de através da amostragem o auditor/ revisor
consegue consumir menos recursos e menos tempo, direcionando a sua análise para o que é
realmente relevante. Contudo há sempre o risco de não serem analisados erros que não fazem
parte da amostra selecionada, mas que, no entanto, fazem parte da população.

Com resultados obtidos verificamos que a amostragem é utilizada devido a diversidade de


documentos e transações a ser analisados, mas em casos de populações pequenas a sua
utilização não é apropriada. A amostragem permite a poupança de recurso e de tempo,
contudo há sempre o risco de não serem detetados erros que fazem parte na população, mas
que não foram selecionados para a amostra. A amostragem estatística e a amostragem não
estatística são utilizadas tanto nos testes aos controlos como nos testes substantivos.
24

4. Referências Bibliográficas

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