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O JÚRI:
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DECLARAÇÃO DE HONRA
Declaro que este Trabalho de Diploma nunca foi apresentado na sua essência para a obtenção de
qualquar grau académico e ele constitui o resultado da minha pesquisa pessoal.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Allah, meu Criador, Protector e Salvador, todo louvor, honra
e gloria são para ELE.
Aos meus pais, irmãs e familiares, pela compreensão dos momentos ausentes; aos amigos e
colegas, pelo apoio e incentivo recebidos; às grandes amizades conquistadas durante o curso e, a
doutora Joana Ribisse, por sua orientação atenciosa, prestativa e paciente.
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AGRADECIMENTOS
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ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
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LISTA DE TABELA
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RESUMO
A auditoria interna é uma função de avaliação, criada dentro da organização para examinar,
verificar e administrar todos os procedimentos e políticas internas referentes a análise do
sistema de contabilidade e controlos financeiros internos; assegurando-se, assim, de que todos
esses procedimentos estão de acordo com as regras e políticas das empresas. O presente
trabalho busca fundamentos para esclarecer questionamentos referentes á detecção de fraudes
e erros no decorrer dos trabalhos de auditoria e á prevenção dos mesmos.
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ABSTRACT
Internal audit is an assessment function, created within the organization to examine, verify and
manage all internal procedures and policies related to the analysis of the accounting system and
internal financial controls, thus ensuring that all these procedures are in accordance with to
company rules and policies. The present work seeks to clarify questions regarding the detection of
fraud and errors during the audit work and the prevention thereof.
The general objective of this work is to demonstrate the importance of internal auditing in
preventing and combating fraud in organizations, using books and articles in the Accounting area,
mainly with regard to the audit theme. Its specific objective is to identify the current internal
control practices in the organization; present the best practices, propose better mechanisms and
analyze any existing failures in the organization. The qualitative methodology was used, with a
descriptive approach, through a field study, and a questionnaire (an interview) was used in the data
collection. One of the results obtained showed that internal audit is a tool for administrative control
and systematic verification of the efficiency and effectiveness of operational activities, the
evaluation of internal controls of administrative and operational activities and processes, analyzing
the deficiencies and risks involved, aiming at the protection of employees. Assets and rights of the
organization against fraud, embezzlement and embezzlement.
It is concluded that the role of the internal auditor is fundamental in preventing and combating
fraud. Taking into account that the internal auditor must analyze, interpret, suggest and document
all physical, financial, accounting and operational information to support the results planned by
the organizations.
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Índice
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1. Contextualização ......................................................................................................................... 1
1.2. Contabilidade .............................................................................................................................. 2
1.3. PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................................................. 4
1.4. OBJECTIVOS ............................................................................................................................. 5
1.4.1. OBJECTIVO GERAL ............................................................................................................ 5
1.4.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 5
1.5. QUESTÕES DE PESQUISA...................................................................................................... 5
1.6. DELIMITAÇÕES DA PESQUISA ........................................................................................... 6
1.7. JUSTIFICATIVA DA RELEVÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO .............................................. 6
1.8. ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................... 7
CAPÍTULO II ............................................................................................................................................. 9
ENQUADRAMENTO TEORICO............................................................................................................. 9
2.1. Auditoria Interna e Auditoria Externa ................................................................................... 13
2.2. As diferenças entre a Auditoria Interna e Auditoria Externa .............................................. 14
2.3. Vantagens e Benefícios da Auditoria ....................................................................................... 18
2.4. Autonomia Profissional ............................................................................................................ 19
2.5. Modalidades de Auditoria Interna .......................................................................................... 19
2.6. Hierarquia da Auditoria Interna ............................................................................................. 21
2.7. Importância da Auditoria Interna para a Organização ........................................................ 21
2.8. Normas relativas ao relatório da auditoria interna ............................................................... 22
2.9. Qual a formação necessária para ser Auditor Interno (Perfile do Auditor) ....................... 23
2.10. Qualidades do Auditor Interno ............................................................................................ 25
2.12 . Responsabilidade pelos Controlos Internos ...................................................................... 28
2.13. Características de um Sistema de Controlo Interno ...................................................... 31
2.14. Plano de Organização ....................................................................................................... 32
2.15. Sistema de Autorização e Procedimentos de Escrituração............................................ 32
2.16. Práticas Salutares (Boas Práticas) ................................................................................... 33
2.17. Pessoal Qualificado ........................................................................................................... 33
CAPÍTULO III – METODOLOGIA ...................................................................................................... 34
3.1. Método ou Abordagem de Pesquisa ......................................................................................... 34
3.2.Modalidade de Pesquisa ............................................................................................................. 34
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3.3.Instrumento de Recolha de Dados ............................................................................................. 35
3.4. Sujeitos da pesquisa ................................................................................................................... 36
CAPÍTULO IV - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA ........................... 37
4.1. APRESENTAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA ............................................................ 37
4.2. ANÁLISE QUALITATIVA DOS DADOS DA PESQUISA ............................................. 45
4.3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS DA PESQUISA ........................................................... 47
4.4 CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 50
4.5 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................... 51
5. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES ........................................................................................... 53
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 54
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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
Com o avanço da economia e do desenvolvimento das organizações empresariais, os processos
tornaram-se de difícil compreensão, dificultando o acompanhamento dos administradores. Esse
crescimento económico gerou a necessidade de adoptar controlos nas organizações para facilitar e
verificar melhor a veracidade das informações, demonstrações e procedimentos internos. A
administração de uma organização tem o dever de apresentar informações fiáveis à avaliação
pública. O parecer dos auditores externos sobre essas informações é um elemento decisivo e de
extrema importância no que se traduz em sinônimo de confiabilidade às informações prestadas.
Nesse contexto, cada esforço eficazmente estudado, cada economicidade realizada nos processos
produtivos fará grande diferença, como também, cada erro, fraude, desvio, falha e perda será um
fardo cada vez mais pesado e difícil de suportar e recuperar na organização.
Assim, a partir desta pesquisa será possível identificar a importância da auditoria interna na
prevenção e combate à fraudes nas organizações.
Será possível, também, destacar a importância de uma auditoria interna nas organizações e sua
relação com quem a administra, poderá enfocar a necessidade de controlos internos adequados a
cada organização para atingir objetivos traçados pelas organizações, citar o trabalho de um auditor
dentro de uma organização. Por considerar um tema de extrema relevância no contexto
organizacional e por não poder falar em auditoria, sem lembrar que ela é parte integrante de todas
as ações de controlo interno das empresas.
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1.2. Contabilidade
A contabilidade é uma ciência social, que visa à proteção de um conjunto de elementos que
compõem o patrimônio das entidades, assim como também é uma fornecedora de informações da
situação econômica e financeira da organização. Diante da tamanha importância destas
demonstrações, percebeu-se por parte dos investidores financeiros a necessidade de um
profissional que não tivesse vínculos com a empresa para comprovar a situação real das
demonstrações contabilísticas.
A auditoria ainda não é bem absorvida e compreendida pela maioria dos seus usuários, talvez pela
divulgação, ou quem sabe, até porque suas necessidades vão além dos objectivos do trabalho do
auditor. Um facto de suma importância, que precisa ser analisado, é a expectativa que a maioria
das pessoas tem em relação à detecção de fraudes e erros por parte do auditor.
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Cumpre ao auditor, ao se deparar com sinais que alertam possíveis erros e fraudes, gastando todos
os esforços necessários a averiguações do assunto e, ao constatar erros relevantes ou fraudes, emitir
relatórios e encaminhá-los à administração da organização inclusive sugerindo medidas
correctivas.
Desde, então surge a reflexão acerca do papel da auditoria e a sua responsabilidade diante do
quadro económico e social.
As normas de auditoria diferem dos procedimentos de auditoria, uma vez que os procedimentos se
relacionam com actos a serem praticados, enquanto as normas tratam das medidas de qualidade na
execução desses actos e dos objectivos a serem alcançados através dos procedimentos. As normas
de auditoria dizem respeito não apenas às qualidades do auditor, mas também à avaliação pessoal
pelo exame efectuado.
A auditoria interna passou a ser um instrumento amplo no controlo dos administradores, através
de suas actividades de trabalho, serve à administração como meio de identificação de todos os
processos internos e políticas definidas pela organização, assim como sistemas contabilísticos e de
controlo interno e verifica se estão efectivamente a serem ou não seguidos e que as transações
realizadas estão reflectidas em concordância com os critérios previamente definidos.
O auditor interno, por sua formação, tem capacidade de revisar controlos administrativos e
gerenciais de qualquer actividade na empresa. Contudo, esta capacidade não pode ser estendida a
avaliação de performance de actividades profissionais ou técnicas, que requeriam estudo e
conhecimento especializado, a menos que ele detenha.
Fala-se do trabalho do auditor, quer seja ele interno ou externo, citando também algumas de suas
habilidades (ATTIE, 2006), como por exemplo:
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Ser empreendedor: Não basta, ao auditor, encontrar, no dia-a-dia, erros e fraudes. O mais
importante é associá-los ao desenvolvimento da instituição em prol do alcance de sua
missão, de seus objetivos e metas.
Ser atualizado – O auditor deve estar constantemente familiarizado com o que há de mais
moderno em termos de auditoria e controlos internos, pois a atualização constante deve ser
uma tônica em seu trabalho diário, para corrigir rumos da empresa, devendo possuir uma
postura de eterno curioso.
1.3. PROBLEMATIZAÇÃO
A actual capacidade de disponibilização de água potável aos moçambicanos quer pelo provedor
público como pelo provedor privado está ainda muito longe de atingir os níveis aceitáveis de
satisfação das necessidades pois, ela não tem sido proporcional a expansão e a densidade
populacional das cidades.
Esta capacidade, pode ser incrementada através de conjugação de sinergias entre os sectores
públicos e o sector privado, e de se criarem condições de âmbito legal, visando a participação do
sector privado no processo de abastecimento de água potável aos moçambicanos. Dai, a Shine
Water viu como oportunidade o fornecimento de água á população de Magoanine, pois nenhum
provedor se encontrava lá instalado.
A Shine Water & Serviço Limitada desempenha um papel importante no provimento do recurso
precioso à população. A melhoria da eficiência na gestão de abastecimento de água não só
contribui para o aumento do índice de cobertura de água potável em diferentes pontos de Maputo
bem como contribui para o alcance de desenvolvimento sustentável (ODS6) no que respeita o
acesso universal equitativo e seguro de água.
A Shine Water & Serviço Limitada, é uma Sociedade Comercial por quotas de responsabilidade
limitada, localiza-se no Bairro de Magoanine B, número cento e sessenta e seis (166), na cidade
de Maputo.
A Shine Water (S.W) é uma empresa privada, que se dedica ao fornecimento de água potável
destinada ao consumo humano e tem prestado serviços na área de contabilidade a outras empresas.
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Ela sofreu situações de fraude e desvios entre os anos 2016 e 2017, pelos seus trabalhadores, daí
que surgiu a seguinte pergunta de pesquisa:
Até que ponto a auditoria interna pode contribuir na detecção de erros e fraudes nas organizações?
Estudo de caso da empresa Shine Water e Serviços, Lda.
1.4. OBJECTIVOS
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1.6. DELIMITAÇÕES DA PESQUISA
O estudo terá a sua delimitação caracterizada como uma pesquisa bibliográfica. Cervo e Bervian
(1983, p. 55 apud, 2003, p.86) definem a pesquisa bibliográfica como:
A pesquisa bibliográfica tem como objectivo reunir o material teórico desenvolvido sobre um
determinado tema, ou seja, é um estudo de referências publicadas e reconhecidas, como os livros,
artigos científicos, documentos e alguns websites (internet).
Para alcançar os objectivos deste trabalho, fez-se necessário efectuar algumas pesquisas no terreno
(trabalho de campo) e a livros, artigos ou documentos que dizem respeito as Normas de Auditoria,
onde contém as especificações e conceitos.
Este trabalho tem importância acadêmica, pois há poucos estudos nesta área, a falta de pesquisa
em auditoria interna é citada por Lelis (2012) que comenta sobre a contribuição da pesquisa a
literatura desta área, devido aos poucos artigos e estudos sobre a qualidade do trabalho da auditoria
interna.
A escolha do tema surgiu da necessidade dos estudantes e acadêmicos terem retorno sobre a
funcionalidade da auditoria interna e comprovar, se os objectivos estão sendo alcançados dentro
das organizações, ou seja, se a teoria, as normas e leis conhecidas pela sociedade acadêmica
funcionam de facto na prática, dentro das organizações e empresas.
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No âmbito económico, a função da auditoria interna é de fornecer garantia independente de que os
processos de gestão de risco, governança e controlo interno de uma organização estão a operar de
forma eficaz. A auditoria serve para evitar e prevenir de todas as formas possíveis as fraudes e
roubos, garantindo assim, que cada organização consiga atingir seus objectivos e metas, de tal
forma que siga com as regras escritas por lei, cumprindo com os seus direitos e obrigações (por
exemplo, pagamento de impostos).
A relevância teórica desta Pesquisa é que ela contribui com novos conhecimentos que
complementam os já acumulados sobre a formação profissional dos auditores. Em termos da
relevância prática do Trabalho, acredita-se que a formação profissional tratada neste trabalho pode
elevar as habilidades dos auditores, o que beneficia a eles mesmos e às empresas (organizações).
Em último ponto, os consumidores também seriam beneficiados, porque lhes seriam prestados
serviços justos e de alto padrão de qualidade.
Promovendo assim, o progresso a uma nova cultura de valorização do profissional, caso concreto
o auditor interno dentro das referidas organizações, destacando-o como um instrumento importante
na prevenção e identificação de irregularidades, entre outras relevantes atribuições e actividades
do mesmo.
O presente trabalho está estruturado em quatro (4) capítulos: I. Introdução; II. Enquadramento
Teórico; III. Metodologia; e por ultimo, IV. Apresentação e Análise Qualitativa dos Dados de
Pesquisa.
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No primeiro capítulo apresenta-se a introdução sendo expostas todas as orientações iniciais do
trabalho. O tema está sendo apresentado, assim como a contextualização, a problematização, os
objectivos (geral e específicos), a questão de pesquisa, a justificativa e a estrutura do trabalho.
No segundo capitulo, evidencia-se a parte do enquadramento teórico. É neste capítulo que estão
inseridas as teorias que se relacionam com o tema.
No terceiro capítulo, está exposta a metodologia de tal maneira que seja possível a compreensão
do método de pesquisa. O instrumento de recolha de dados usado para fazer a pesquisa foi a revisão
da literatura, algumas pesquisas electrónicas e uma entrevista semi-estruturada.
No quarto capítulo, encontram-se as considerações finais, um breve relato das análises e resultados
da pesquisa (o desenvolvimento da pesquisa, com o levantamento das falhas existentes nos
processos atuais da organização e as sugestões de melhorias para as deficiências encontradas).
Estão também expostas as referências que representam as fontes de pesquisas bibliográficas
utilizadas para desenvolver o trabalho.
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CAPÍTULO II
ENQUADRAMENTO TEORICO
Neste capítulo, estão inseridos os principais conceitos teóricos necessários para o desenvolvimento
deste trabalho. Iniciando pelo conceito, a origem, a evolução e a importância da auditoria interna.
Fala-se, também, do conceito de auditoria externa, das diferenças entre a auditoria interna e
externa, o controlo interno.
O termo auditoria é da origem latim audire (ouvir). Para os ingleses Auditing representava os
procedimentos de revisão de escrituração e evidenciação dos registos contabilísticos.
Conceitua Franco e Marra (2001) que a auditoria compreende o exame de documentos, livros e
registos, inspeções e obtenção de informações e confirmações internas e externas, relacionadas
com o controlo do patrimônio, objectivando mensurar a exatidão desses registos a das
demonstrações contabilísticas deles concorrentes.
O termo auditor provém do inglês (to audit) que uma vez traduzido para o português, significa
examinar, corrigir, ajustar, certificar. Assim, o nome auditor é dado a quem pratica a técnica da
auditoria. Ele foi surgindo no final do século XIII, no reinado de Eduardo I, na Inglaterra. O auditor
examinava as contas e, caso estas não refletissem a realidade dos fatos, seu parecer era motivo de
punição. Naquela época, o propósito da auditoria era associado à identificação de irregularidades,
com o objetivo de punir os infratores. Era grande a confiança depositada no auditor.
O cargo de auditor foi criado em 1314, na Inglaterra, visto a grande potência económica que o país
exerceu na época colonial e que séculos depois, com a eclosão da Revolução Industrial, se tornou
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o berço do capitalismo. Desde então, a auditoria praticada actualmente, provém do final de século
XVIII na Inglaterra devido a transformações económico-financeiras decorridas naquela época.
Em 1929, devido à quebra de Bolsa de Valores nos Estados Unidos, grande parte dos investidores,
para continuarem a investir em entidades, mercados de capitais, dentre outros, passaram a exigir
as práticas das auditorias para maior segurança e credibilidade nas informações contabilísticas e
as suas demonstrações. A influência britânica nas práticas contabilísticas e na economia dos
Estados de Unidos, em função do povo que fundou o país do seu próprio crescimento durante o
seculo XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, explica as práticas e metodologias
adoptadas, e a responsabilidade que os auditores exercem hoje nas entidades em todo o planeta.
Em 1930, com o surgimento do American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), que
teve a importância decisiva para o desenvolvimento das práticas contabilísticas e de auditoria.
Actualmente, auditoria interna é definida como uma técnica de controlo de gestão que, mediante
a análise, verificação e avaliação independente das actividades da empresa, e da eficácia, eficiência
e em conformidade com o funcionamento das demais técnicas do controlo, tem em vista auxiliar
os gestores e os demais serviços no desempenho das suas funções e responsabilidades.
Auditoria Interna é o conjunto de procedimentos que tem por objectivo examinar e adequar a
eficiência dos controles, e também uma revisão das operações das empresas, para verificar se ela
enquadra as normas pertinentes.
A existência da auditoria interna remota desde a antiguidade, com o surgimento do comércio entre
os povos. Alguns pesquisadores mencionam que no ano 4.000 a.C. já havia auditores de impostos
na Babilônia; as primeiras contratações de auditores internos por empresas privadas ocorreram no
final do século XIX, nas estradas de ferro americanos.
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A função teve grande desenvolvimento a partir da criação, em 1941, em New York (Nova Iorque),
do Institute of Internal Auditors, que já em 1990 contava com cerca de 40.000 associados em todo
o mundo.
O surgimento do auditor interno nas empresas foi decorrência de vários factores, tais como:
Segundo Attie (2006), “A importância que a auditoria interna tem em suas actividades de trabalho
serve para a administração como meio de identificação de que todos os procedimentos internos e
políticas definidas pela companhia, os sistemas e de controlos internos estão sendo efectivamente
seguidos, e todas as transações realizadas estão refletidas contabilisticamente em concordância
com os critérios previamente definidos” (p 52).
Do latim fraus, uma fraude é uma acção que é contrário áquilo que é verdade e áquilo que é
correcto e honesto. A fraude é cometida com vista a prejudicar uma pessoa ou uma organização.
A fraude também pode ser definida como sendo um crime ou ofensa de deliberadamente enganar
outros com o propósito de prejudicá-los, usualmente para obter propriedades ou serviços dele ou
dela injustamente. A fraude pode ser efetuada através de auxílio de objectos falsificados, isto é, a
fraude é um esquema ilícito ou de má fé criado para obter ganhos pessoais.
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A NBCT 12 – Normas Brasileiras de Contabilidade relativas à Auditoria Interna -, item 12.1.4,
conceitua erro e fraude:
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Segundo Maximiniano (1993), uma organização é uma combinação de esforços individuais que
tem por finalidade realizar propósitos colectivos. Por meio de uma organização torna-se possível
perseguir e alcançar objectivos que seriam inatingíveis para uma pessoa.
Auditoria Externa Independente é a técnica que visa obter elementos de convicção que permitam
julgar se as Demonstrações de uma entidade, bem como os registros contábeis foram efectuados
de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e refletem adequadamente a situação
económico-financeira do património, os resultados do período examinado e as demais situações e
informações nelas demonstradas e constantes das notas explicativas.
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Instituições financeiras;
Empresas comerciais;
Entidades sem fins lucrativos;
ONG’s – organizações não-governamentais;
Condomínios comerciais e residenciais
Construtoras;
Hospitais.
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Normalmente realizada por profissionais Por profissionais de uma entidade
Realização da própria Organização. contratada.
Segundo OLIVEIRA (2001), as principais diferenças entre essas duas funções, podem ser
sumarizadas da seguinte forma:
a) Propósito do trabalho
A auditoria interna visa elaborar sugestões para o aprimoramento da gestão operacional,
salvaguardar os activos da empresa e tornar mais eficientes os controlos internos. Na auditoria
externa independente, sua preocupação é verificar se as demonstrações contabilísticas condizem
com os princípios fundamentais da contabilidade e se os saldos das contas refletem com
propriedade a posição patrimonial e financeira do cliente.
d) Dependência Profissional
O auditor interno, por ser funcionário da empresa e, consequentemente, dependente do emprego,
pode sofrer restrições para a emissão de relatórios com críticas às práticas empresariais ou decisões
do alto escalão. Para diminuir o grau de dependência, o auditor interno deve ocupar um cargo de
nível hierárquico superior, de preferência subordinado ao alto escalão de comando da empresa.
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Conclui-se que o trabalho de auditor precisa ter forte respaldo por parte da direção da empresa. É
claro que, como é um departamento que irá aturar com outros departamentos para verificar se os
trabalhos desenvolvidos estão de acordo com o desejo da direção, somente a própria direção pode
outorgar à auditoria a autoridade necessária para o desempenho dessa função. Por outro lado, o
auditor deve ser um profissional capacitado a atender aos desejos da direção á qual assessora.
A auditoria externa, por ser independente, sofre menores restrições, tendo maior autonomia para
reportar as suas críticas e opiniões.
e) Formato relatório
O relatório da auditoria interna não é padronizado, podendo variar de empresa para empresa, ou
mesmo depende do responsável pelo gerenciamento do departamento. Diferente do auditor
externo, o seu relatório não pode fugir aos modelos padronizados pelos órgãos normativos da
actividade – Conselho Federal de Contabilidade, Ibracon, Banca Central. Comissão de Valores
Mobiliários entre outros.
Mesmo com interesses em comum no trabalho do auditor externo e interno, existem diferenças
fundamentais, sendo as principais de acordo com CREPALDI (2011):
a) Extensão dos trabalhos: o escopo dos trabalhos feitos pelo auditor interno normalmente
é determinado pela gerência, enquanto a extensão do exame do auditor externo é
determinada pelas normas usuais reconhecidas no país ou requeridas por legislação
específica;
b) Direção: o auditor interno dirige seus trabalhos para assegurar que o sistema contábil e
de controlo interno funcionam eficientemente, a fim de que os dados fornecidos à
gerência apresentem os fatos com exatidão. Os trabalhos do auditor externo, entretanto,
são determinados por seu dever de fazer com que as demonstrações a serem apresentadas
a terceiros, como por exemplo, a acionistas, investidores, fornecedores, à fiscalização,
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reflitam com propriedade a situação de uma empresa em certa data, e os resultados das
operações do período examinado;
c) Responsabilidade: a responsabilidade do auditor interno é para com a gerência, ao passo
que a responsabilidade do auditor externo geralmente é mais ampla. É evidente que o
audito interno, sendo funcionário da empresa, não tem a condição de total independência
que possui o auditor externo;
d) Métodos: não obstante as diferenças apontadas, os trabalhos de ambos são efetuados em
geral por métodos idênticos. O auditor interno segue mais as rotinas de cunho interno,
pois ele tem domínio da cultura da empresa, enquanto o auditor externo observa mais o
cumprimento das normas associadas às leis de forma bem ampla, ele tem melhor
domínio dos aspectos de interesse coletivo. (CREPALDI, 2011, p.39).
Serão apresentadas as diferenças básicas num quadro comparativo entre auditoria externa e interna,
segundo Crepaldi (2016):
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Número de áreas cobertas Maior Menor
pelo exame durante um
período
Intensidade dos trabalhos Menor Maior
em cada área
Continuidade do trabalho Período Continuo
Fonte: Crepaldi (2016)
a) Para Empresas:
Fiscaliza a eficiência dos controlos internos;
Assegura maior correção e confiança nos registos contabilísticos;
Opina sobre a adequação das demonstrações;
Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos;
Possibilita a apuração de omissão nos registos das receitas e nos recebimentos;
Contribui para a obtenção de melhores informações sobre a real situação económica,
patrimonial e financeira das empresas;
Aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controlos internos;
Contribui para soluções dessas falhas.
b) Para os Investidores
Contribui para maior exatidão das demonstrações;
Aumenta a credibilidade das demonstrações e notas explicativas;
Assegura maior transparência nas informações sobre a empresa;
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Contribui para a maior proteção dos bens e direitos da empresa;
Auxilia na identificação de passivos contingentes e ocultos.
c) Para a Sociedade:
Para a sociedade, compreendendo os trabalhadores e toda população, directa ou indirectamente
relacionada com as empresas que atuam no país, a auditoria oferece os seguintes pontos:
2.4.Autonomia Profissional
O auditor interno, não obstante sua posição funcional, deve preservar sua autonomia profissional.
Os auditores internos somente são independentes quando podem exercer suas funções de auditoria
de forma livre e objectiva. A independência permite aos auditores internos exercerem julgamento
imparcial e sem tendenciosidade, que é essencial à realização de uma boa auditoria. Isto se
consegue através de adequado status na organização e objetividade na consecução de suas
actividades.
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O enfoque financeiro cobre, prioritariamente, as áreas de tesouraria, aplicações financeiras,
captação de recursos, envolvendo avaliação de liquidez e rentabilidade, ultimamente, vir buscando
focalizar também a atividade de planeamento e controle dos resultados.
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Os citados pesquisadores são taxativos ao afirmar que os auditores internos começaram a aumentar
a sua importância para as empresas a partir do momento em que dedicam boa parte de seus esforços
para as actividades de auditoria das operações e análises do desempenho gerencial.
O relatório de Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o trabalho ou a quem
este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo.
O auditor interno deve reunir-se com os representantes de níveis adequados da administração para
discutir conclusões e recomendações, com a finalidade de reduzir ao mínimo as possibilidades de
mal entendidos.
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Os relatórios devem ser objectivos, claros, concisos, construtivos e oportunos; declarar as
finalidades, âmbito e resultado de auditoria e, se necessário, o parecer do auditor.
Os relatórios podem conter recomendações para melhorias potencias e, se necessário, dar ciência
de desempenho satisfatório e de providências corretivas tomada. Os pontos de vista de sector
submetido a exame, com respeito às conclusões do auditor e suas recomendações, podem ser
incluídos no relatório de auditoria. (ATTIE, 2011, p.49)
O auditor interno deve acompanhar o trabalho, para se certificar de que foram tomadas as
providências necessárias a respeito do que foi descoberto durante a auditoria.
2.9. Qual a formação necessária para ser Auditor Interno (Perfile do Auditor)
O auditor interno deve manter a sua qualificação técnica, atualizando-se quanto ao avanço das
normas, procedimentos e técnicas aplicáveis à auditoria, adequando-se e adaptando-se às novas
exigências do mercado. Existe a necessidade de o auditor ter um programa de educação continuada,
ampliando os seus conhecimentos técnicos, além de realizar auditorias periodicamente, de modo
a não perder o senso de perceção, estando assim capacitado a realizar o seu trabalho com excelente
qualidade e poder satisfazer plenamente os seus clientes.
O profissional desta área deve estar permanentemente atualizado, através de estudos contínuos,
adequando-se e adaptando-se às novas exigências do mercado. O auditor, no exercício das
atividades de auditoria, deve possuir um conjunto de conhecimentos técnicos, experiência e
capacidade para as tarefas que executa, conhecimentos de disciplinas específicas para o adequado
cumprimento do objetivo da auditoria. A competência profissional 23 é adquirida pela aplicação
prática dos conhecimentos técnicos. O somatório de conhecimento e experiências obtidas entre
várias situações contribui para o desenvolvimento profissional.
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Para um bom desempenho, o Auditor Interno deverá obter, dos órgãos de gestão da empresa, a
definição, em documento formal, os objetivos, as responsabilidades e a autoridade da função.
a) Posição hierárquica;
b) Autorizar o acesso a registos, pessoal e bens patrimoniais da empresa;
c) Âmbito da função;
d) Objetivos estratégicos da função.
a) Capacidade de argumentação;
b) Comunicação;
c) Auditoria;
d) Ética;
e) Organização;
f) Sociologia;
g) Fraude;
h) Processamento de dados;
i) Computadores;
j) Contabilidade;
k) Legislação;
l) Impostos;
m) Métodos quantitativos;
n) Marketing;
o) Ferramentas de extração de dados;
p) Informática;
q) Estatística e;
r) Economia;
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2.10. Qualidades do Auditor Interno
O auditor interno deve possuir um conjunto de princípios fundamentais para que as ações
realizadas tenham sucesso na empresa e, fundamentalmente, junto dos operacionais responsáveis
pelo exercício quotidiano de tarefas essenciais para a empresa.
O auditor interno deverá possuir características e qualidades nas quais se deverão destacar a
competência, a integridade, a capacidade de compreensão do meio e das suas condicionantes,
espírito crítico, e saber estimular o diálogo entre os vários intervenientes da gestão.
Por vezes, entende-se controle interno como sinónimo de auditoria interna. É uma ideia totalmente
equivocada, pois a auditoria interna equivale a um trabalho organizado de revisão e apreciação dos
controles internos, normalmente executado por um departamento especializado, ao passo que o
controle interno se refere a procedimentos de organização adotados como planos permanentes da
empresa.
25
Cassimo
A importância do controle interno fica patente a partir do momento em que se torna impossível
conceber uma empresa que não disponha de controlos que possam garantir a continuidade do fluxo
de operações e informações proposto.
A confiabilidade dos resultados gerados por um fluxo que transforma simples dados em
informações a partir das quais os empresários, utilizando-se de sua experiência administrativa,
tomam decisões com vistas no objectivo comum da empresa, assume importância.
Um facto interessante em relação ao controle interno é a sua relação com a Auditoria Interna. É
comum confundi-los, entretanto, a diferença entre as duas vertentes são significantes. Enquanto o
controle interno está voltado para a execução dos objetivos da empresa, a auditoria interna está
mais relacionada a um “trabalho organizado de revisão e apreciação dos controles internos”.
(ATTIE, 2010, p.148)
O controlo interno tem limitações inerentes à sua operacionalização. Para a análise das rotinas e
das normas, é necessário que o auditor compreenda o ambiente de controlo e esteja atento às
limitações que podem existir, dentre elas:
Após o conhecimento dessas limitações, o auditor deve planejar a auditoria de modo a reduzir os
riscos de auditoria. Quanto melhor for o controle, mais segurança terá o auditor na execução de
seu trabalho e uma avaliação desses controles internos se configura tarefa essencial.
Por analogia, toda empresa possui controles internos. A diferença básica é que estes podem ser
adequados ou não. A classificação pode ser dada analisando-se a eficiência dos fluxos de operações
e informações e os seus custos/benefícios. A implantação ou aprimoramento de um tipo de controle
26
Cassimo
interno é tanto viável quanto positiva for a sua relação custo/beneficio. O grau máximo de
avaliação do benefício deve ser atribuído à importância e qualidade da informação a ser gerada.
Quanto ao custo, vale lembrar qua sempre que possível se deve utilizar o conceito de custo de
oportunidade que é muito mais amplo. (ATTIE, 2011, P.185)
27
Cassimo
É possível constatar a importância do controle interno “a partir do momento em que se verifica
que é ele que pode garantir a continuidade do fluxo de operações com as quais convivem as
empresas”. (CREPALDI, 2011, p.385).
Completando estas afirmações, ALMEIDA (2010, p. 5) enfatiza que “com a grande expansão dos
negócios, percebeu-se a necessidade de dar maior importância a normas ou aos procedimentos
internos, devido ao facto de o administrador, não poder supervisionar pessoalmente todas as
atividades”.
Colella e Cook & Winkle afirmam que a responsabilidade pelos controles internos cabe à
administração.
Para Colella (1979, p.5), “cabe à administração, a responsabilidade pela criação e a manutenção
do controle interno. Contudo, a responsabilidade do auditor em relação ao controlo interno limita-
se a:
28
Cassimo
Cook e Winkle (1979, p.133) destacam que “a administração tem a responsabilidade de projetar e
manter um sistema de controle interno capaz de produzir demonstrações financeiras fidedignas.
Embora o auditor independente possa assessorar a administração no projeto de seu sistema inicial
e fazer sugestões para seu aperfeiçoamento, evidentemente a responsabilidade por esse sistema
cabe à administração”.
Considerando-se que dentro de uma empresa há diferentes funções, tarefas, actividades e planos
organizacionais com distribuição de responsabilidades, a administração deve fazer revisões para
verificar se os empregados desempenham suas funções conforme o sistema de controle interno
exige, cabendo ao auditor acompanhar o funcionamento do mesmo, verificando se o sistema está
correctamente aplicado, relacionando as falhas observadas e propondo sugestões e recomendações
para saná-las, no intuito de facilitar o atingimento dos objetivos estabelecidos pelo controle interno
que segundo Attie (1998, p. 117), são quatro:
Segregação de função;
Sistema de autorização e de aprovação;
Determinação de funções e responsabilidades;
Rotação de funcionários;
Manutenção de contas de controlo;
Seguro;
Legislação;
Diminuição de erros e desperdícios;
Contagem físicas independents;
Alçadas progressivas.
29
Cassimo
Principais meios para a precisão e a confiabilidade das informações e dos relatórios contabilísticos,
financeiros e operacionais:
Documentação confiável;
Conciliação;
Análise;
Plano de conta;
Tempo hábil;
Equipamento mecânico.
Seleção;
Treinamento;
Plano de carreira;
Relatórios de desempenho;
Relatório de horas trabalhadas;
Tempos e métodos;
Custo-padrão;
Manuais internos;
Instruções formais.
Supervisão;
Sistema de revisão e aprovação;
Auditoria interna.
Em sentido amplo, o controle interno inclui, portanto, controles e podem ser peculiares tanto à
contabilidade como à administração, como segue:
31
Cassimo
As delimitações que indicam se certos planos especiais de organização de determinados métodos
e procedimentos podem ser classificados como controles contabilísticos ou administrativos
variam, naturalmente, de acordo com circunstâncias específicas.
2.14.Plano de Organização
Dentro de um plano de organização, deve haver uma independência estrutural das funções de
operação, custódia, contabilidade e auditoria interna. Essa independência requer uma separação de
funções e ainda a integração e a coordenação entre os departamentos, possibilitando o trâmite
normal e a eficiência do trabalho, ou seja, os registros existentes fora de cada departamento servem
como controles das atividades dentro do departamento.
32
Cassimo
2.16.Práticas Salutares (Boas Práticas)
O emprego de práticas edificantes no cumprimento das actividades de cada departamento resultará,
em sua maioria, na eficiência dos controles internos, devendo as mesmas assegurar integridade das
autorizações, registros e custódias. Isso se faz por meio de divisão de funções e responsabilidades,
de forma que um trabalho tenha seu começo executado por um funcionário e seja concluído por
outro. Essa prática favorece a possibilidade de descoberta de fraudes ou erros. No intuito de
verificar se o funcionamento do controle interno está conforme as expectativas, este deve estar sob
constante supervisão, pois “por mais sofisticados que sejam os controles internos, estes serão
sempre vulneráveis à má fé e à desonestidade, variando tão-somente quanto ao grau de
intensidade”. (Guimarães, 2001, p. 64).
2.17.Pessoal Qualificado
É extremamente importante a prática, dentro de uma organização, de treinamentos, cursos de
aperfeiçoamento e reciclagem, de forma que as pessoas que nela trabalham possuam informações
adequadas para a execução de sua tarefa. Além disso, competência, zelo, responsabilidade e
honestidade compõem a qualificação do profissional.
33
Cassimo
CAPÍTULO III – METODOLOGIA
De acordo com GIL (2002), a Metodologia de Investigação tem em vista a descrição dos
procedimentos a seguir na pesquisa, ou a elaboração de um plano conducente a realização de um
trabalho científico.
Existem vários tipos de pesquisa e, segundo VERGANA (2007) os tipos de pesquisa não são
mutuamente exclusivos na medida em que um determinado projecto pode ser feita de várias
pesquisas.
A pesquisa usada para este Trabalho é a pesquisa qualitativa, aquela que busca compreender o
comportamento dos consumidores, estudando as suas particularidades e experiências individuais,
este é o principal motivo que incentiva a utilização desta pesquisa.
Segundo Gil, citado por Silva (2004), a pesquisa qualitativa é uma relação dinâmica entre o mundo
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de
significados são básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e
técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para a colheita de dados e o pesquisador
é o sujeito-chave. A pesquisa qualitativa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar os seus
dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
3.2.Modalidade de Pesquisa
A modalidade de pesquisa usada para este Trabalho, é o estudo de caso. Empregou-se esta tecnica
pela sua condição de proporcionar informações que muitas vezes não ficaram claras o suficiente
34
Cassimo
por meio de diálogos ou registros formais. Assim observando a situação no próprio local onde ela
ocorre, podem-se constatar problemas de forma mais realista.
De acordo com GIL (2002), o estudo de caso refere-se a um estudo profundo e exaustivo de um
ou poucos objectos de forma que permitiu seu amplo e detalhado conhecimento.
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um
procedimento utilizado na investigação social, para a colecta de dados ou para ajudar no
diagnóstico ou no tratamento de um problema social.
A entrevista, de acordo com MARCONI e LAKATOS (2001) é uma conversa feita face a face de
forma metódica que proporciona ao entrevistador colher verbalmente a informação de que
necessita para a investigação.
Decidiu-se entrevistar o proprietário, pois ele é o responsável pela empresa e tem o mínimo de
domínio das coisas que acontecem dentro da organização, e o contabilista, que também possui o
cargo de auditor, ele é que controla, auxilia no processo de administração, registra as transações,
realiza as análises, as classificações, conciliações contabilísticas e financeiras, incluindo o controlo
fiscal.
36
Cassimo
CAPÍTULO IV - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DA
PESQUISA
4.1.APRESENTAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA
Para análise e desenvolvimento da pesquisa fez-se a elaboração de um estudo de caso para melhor
demonstrar a aplicabilidade das questões levantadas pelo trabalho.
Nesta parte do trabalho apresenta-se um breve historial da empresa em estudo, como forma de dar
a conhecer alguns aspectos relevantes sobre a mesma, incluindo a sua visão, missão, seus produtos
e colaboradores. É nesta parte também, que se explica como ocorreu a fraude na organização.
O nome da empresa em estudo é Shine Water & Serviços Limitada, Sociedade Comercial por
Quotas de responsabilidade limitada, localiza-se no Bairro de Magoanine B, número cento e
sessenta e seis (166), na cidade de Maputo.
A Shine Water & Serviços, Lda., publicada no B.R III Série, número 17 de 26 de Abril de 2012,
titular do Alvará número 6023/11/01/PS/2012, situada no Bairro de Magoanine B, quarteirão 27,
número 166 é uma empresa de direito privado, licenciado para o exercício de prestação de serviços
nas áreas de Administração e Gestão, Contabilidade e Auditoria e fornecimento de água potável
destinada ao consumo humano. Esta é a sua outra evidência com maior destaque.
A S.W conta com 7 (sete) depósitos de 10.000 (dez mil) litros de água, sendo 6 (seis) aéreos e 1
(um) subterrâneo, com uma capacidade de armazenar 80.000 (oitenta mil) litros de água, que
abastece a cerca de seiscentas (600) famílias diariamente.
A água é examinada trimestralmente pelo Laboratório Nacional e Higiene de Águas e Alimentos
do Ministério da Saúde, onde prova que a água é recomendável (boa), de acordo com os parâmetros
de potabilidade, recomendados ao consumo humano, pelo que, pode ser consumida sem nenhuma
preocupação (beber, cozinhar, lavar e demais utilidades).
A Visão da Shine Water é tornar-se referência no atendimento aos seus clientes, usando técnicas
de fornecimento de água muito avançadas sem prejudicar o meio ambiente.
A sua Missão é de fornecer melhor qualidade e quantidade de água. Como valores, a Shine Water
transmite confiança, respeito, integridade e assiduidade.
37
Cassimo
A empresa é composta por pessoal especializado e com longa experiência no trabalho, com um
número total de (10) dez trabalhadores, assim distribuídos:
Um (1) Director Geral;
Dois (2) no Sector Administrativo;
Sete (7) no Sector Operacional.
A fraude e desvios ocorreram devido a falsificação dos livros de recibos. O livro de recibo é
composto por três cópias, a primeira, é a original (que é entregue ao cliente), a segunda, é uma
cópia (que é arquivada no processo individual do cliente) e a terceira, chamada de canhoto (consta
do próprio livro de recibo). O trabalhador, julgando-se de esperto usava de forma fraudulenta, a
original e a primeira cópia com o valor real da factura e voltava a preencher o canhoto com um
valor diferente da original, beneficiando-se da diferença para o seu uso pessoal. Um exemplo
prático dessa situação: um cliente paga a factura no valor de 800.00mts, o trabalhador preenche o
valor na folha original e na cópia de 800.00mts e usa o químico e canhoto com um outro valor, de
200.00mts.Nestes termos o cliente já tinha a situação regularizada. Enquanto, o canhoto, que era
o principal elemento de contabilização para a caixa, que tinha um valor inferior ao real.
A fraude e os desvios na S.W. afectam o alcance dos objectivos da organização, a sua credibilidade
no mercado como também a confiança nos colaboradores. Após um estudo comparativo quer do
período em análise (seis meses) quer das receitas arrecadadas, concluiu-se haver disparidades
razão pela qual, se procedeu a auditoria interna que culminou com a descoberta da fraude.
Com a auditoria interna e com a confrontação quer dos documentos da contabilidade quer dos
documentos individuais, quer da receita arrecadada, constatou-se divergências numéricas, o que
culminou com a detenção do individuo.
Para a recolha de informação foi realizada uma entrevista ao Proprietário da S.W, bem como ao
Contabilista.
Segundo o trabalho, a primeira questão de pesquisa foi: Que importância é dada a auditoria interna
na organização? À esta questão nosso interlocutor respondeu nos seguintes termos: a auditoria é
uma actividade que engloba os processos, sistemas e responsabilidades dos gestores de uma
38
Cassimo
determinada organização, com o intuito de verificar sua conformidade com certos objectivos,
políticas institucionais, regras ou normas.
A relação feita entre as respostas e a definição do autor BOYNTON (2002), pode-se concluir que,
a auditoria é um processo de verificação de operações de uma organização ou empresa, com o
objectivo de certificar aquilo que está correcto ou de poder identificar falhas que necessitem de
correcções.
Com isto, a auditoria interna diante das constantes mudanças e o crescimento das empresas,
encontra-se a necessidade de gerar informações confiáveis e seguras. Por sua vez a auditoria
interna, se torna uma ferramenta indispensável neste processo, pois ela avalia a eficiência das
informações alimentadas pelos gestores da empresa.
39
Cassimo
“As organizações precisam de auditoria porque é uma função independente e objectiva que fornece
garantia sobre á eficácia da gestão de riscos. Agrega valor ao negócio e melhora o funcionamento
da entidade. Ela fornece uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar, e avaliar o
gerenciamento de riscos, o controlo interno e a governança corporativa”, disse o contabilista da
S.W.
Com as respostas dadas, foi possível concluir que a auditoria é uma actividade independente, que
a sua finalidade é dada em desenvolver, auxiliar, organizar os objectivos de uma entidade. A fim
de auxiliar o processo de tomadas de decisões a procura de melhores resultados. Ela tem como
objectivo observar, questionar e propor alterações e procedimentos de melhoria da organização.
A terceira questão da pesquisa foi a seguinte: “Que contributo a auditoria interna presta á
organização de modo a minimizar a ocorrência de erros e fraudes?”
“A auditoria interna é essencial para todas as organizações que pretendem crescer e ter processos
internos eficientes. A auditoria interna tem um papel muito importante dentro das organizações a
fim de apoiar a gestão nas tomadas de decisão, além de identificar que todos os processos internos
e políticas definidas pela empresa estão sendo seguidos. É importante ter um profissional auditor
dentro das organizações, pois ele é responsável por garantir a conformidade de produtos, serviços
e processos internos de uma empresa, atestando, através de levantamentos e relatórios precisos”,
disse o proprietário da S.W.
“Como um princípio geral, os auditores externos devem ser capazes de usar evidências e relatórios
obtidos da função de auditoria interna para auxilia-los, informar seu entendimento da organização
40
Cassimo
e seu ambiente de controlo e ajudar a identificar e avaliar os riscos de distorção relevante”,
respondeu o contabilista.
Foi possível concluir que, por um lado, a auditoria interna trabalha com a identificação de
irregularidades nos processos em uma organização, essa identificação é fundamental para que a
organização consiga melhorar os seus processos e por consequência agregar qualidade ao seu
produto. Por outro lado, ter um auditor na organização, ajuda a analisar as informações e consegue
tratar os dados disponíveis transformando em informações para a tomada de decisão, assegurando
a qualidade e fidedignidade das informações.
A quarta e última questão, Quais são os métodos utilizados para a prevenção e combate às fraudes
nas organizações?
O proprietário citou alguns dos métodos que podem ajudar muito na prevenção a fraudes nas
organizações são:
41
Cassimo
Foi possível concluir que, os métodos utilizados para a prevenção e combate às fraudes nas
organizações variam de caso a caso, pois existem casos mais tensos e prejudiciais a cada
organização podendo levá-la á falência. Neste caso concreto, foi possível verificar que se deve
sempre fazer uma análise dos funcionários ou colaboradores existentes na organização. É
importante ter um controlo interno, ter regras, deixar bem claro as funções e cada um, dar um
treinamento, pois assim o funcionário terá mais conhecimento e vontade de crescer junto com a
organização.
Nesta parte do trabalho, fez-se um estudo das actuais práticas de controlo interno da organização.
Com base nas deficiências encontradas nos processos de controlo interno algumas sugestões ou
mecanismos são propostas.
Tem-se por indispensável, como primeira medida, a informatização dos processos através da
implantação de um sistema de informação gerencial, para a eliminação da repetição das
actividades, melhoria da qualidade e do fluxo das informações que consequentemente afecta nas
tomadas de decisões e nos processos internos, maior confiabilidade, credibilidade, controle da
execução e acessos a tais informações, além de permitir a gravação e recuperação dos dados,
42
Cassimo
podendo ser consultados a qualquer momento sem ter que efectivamente buscá-los fisicamente nos
arquivos e agregar valor a empresa no que tange a modernidade e sua competitividade empresarial.
Após a descoberta de diversas fraudes, concluiu-se que existe fragilidades nos processos. Na
realização das entrevistas com o proprietário e o contabilista, percebe-se alguns obstáculos
enfrentados diariamente.
Com base nos questionários aplicados e nas respostas apresentadas pelo entrevistado (contabilista)
foi constatado que não existiu um controle interno eficiente nem um sistema informatizado que
agilizou as actividades exercidas.
Verificou-se, também, que a S.W não possui um manual de procedimentos internos detalhando as
actividades por funções, com isso as atribuições e responsabilidades de cada funcionário não estão
bem definidas.
43
Cassimo
necessária a atualização do responsável pela execução de tal atividade com treinamentos
específicos.
De acordo com Dias (2010) os manuais devem ser de fácil e rápida compreensão, para que
qualquer pessoa ao ler o manual de controles internos, entenda:
É importante que estes manuais sejam actualizados sempre que necessário, ou alterado alguma
regra, pois estes facilitam o entendimento dos funcionários quanto as suas responsabilidades.
Através da sugestão acima proposta fica mais fácil designar para cada funcionário suas funções.
Segregar as funções é um factor relevante para a eficiência e confiabilidade das informações, pois
como já foi dito anteriormente mesmo quando se tem funcionários de confiança não se está livre
de risco e irregularidades, além de possíveis fraudes.
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Cassimo
4.2. ANÁLISE QUALITATIVA DOS DADOS DA PESQUISA
Com a pesquisa feita para a elaboração deste trabalho, constatou-se que as organizações passaram
a dar importância à auditoria interna depois que passaram por uma fiscalização ou uma fraude,
onde conseguiu-se notar que a auditoria interna é uma ferramenta essencial que auxilia a alta
administração com informações exactas e ajuda no controlo interno e na elaboração de controlos
contabilísticos, financeiros e outro tipo de controlo.
Neste trabalho procurou-se mostrar a importância da auditoria interna nas organizações, frente a
uma nova realidade de um ambiente globalizado, sua contribuição significativa para a gestão eficaz
dos negócios.
Nas organizações a auditoria interna deve ser de um "agente visionário", com atitudes e voltadas
para alcançar resultados, e não somente exercer actividades de controlos internos. O profissional
desta área deve estar permanentemente actualizado, através de estudos contínuos, adequando-se e
adaptando-se às novas exigências do mercado alvo.
Conclui-se, através da pesquisa realizada neste trabalho, que a auditoria interna é uma ferramenta
que auxilia a administração da empresa, assegurando que os controlos internos e rotinas de trabalho
estejam sendo habitualmente executadas e que os dados contabilísticos merecem um voto de
confiança ou não.
Em 2016, com a ocorrência de fraudes na S.W foi possível verificar que o controle interno era
muito fraco, dando chance aos trabalhadores a terem ideias cada dia mais fraudulentas.
45
Cassimo
Após a descoberta da fraude e desvios, do ano seguinte (2017), o administrador tomou algumas
medidas de prevenção e foi melhorando a sua forma de organização.
Começou por punir o seu trabalhador que trabalhava de má-fé, foi fazendo um acompanhamento
aos livros de recibos, verificando e dando atenção a cada processo individual de cada cliente.
O administrador conseguiu perceber que não deve-se dar total confiança aos seus trabalhadores,
pois nem todos querem crescer junto com a empresa. Conseguiu perceber também que a sua
empresa não tinha um controle interno adequado.
São falhas desse tipo que faz com que empresas pequenas, meso as grandes, começam a valorizar
e dar importância ao departamento de auditoria, ou mesmo um simples auditor, seja ele interno ou
externo.
O estudo fez com que a empresa conseguisse ultrapassar essa situação, visto hoje, com controles
internos bem definidos, uma organização adequada e apropriada e faz um controle diário com os
trabalhadores.
Juntamente com os controles internos que são um conjunto de processos, constituídos de sistemas,
métodos e regras específicas, atualmente aprimoradas com o desenvolvimento das tecnologias de
informação, atingindo uma escala de confiabilidade de seus resultados.
Tendo em conta a importância da auditoria interna, foi possível notar que a auditoria interna e o
controlo interno estão ligados por um laço que juntos fortificam a organização de qualquer
organização ou empresa.
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Cassimo
4.3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS DA PESQUISA
Os resultados obtidos nesta pesquisa deram-se através do objetivo geral e dos objetivos
específicos, onde foi possível esclarecer a importância da auditoria interna, a sua contribuição em
organizações e a diferenciação entre auditores internos e auditores externos.
Mostrou-se a princípio a relação da contabilidade com a auditoria, para que dessa forma pudesse
trazer o entendimento acerca do papel da auditoria e a classificação da auditoria externa e interna.
Para que seja possível trazer um entendimento de forma mais clara sobre a auditoria interna e
externa nas organizações ou instituições privadas, retratando suas principais características, foram
evidenciadas as singularidades entre as auditorias interna e externa em um quadro, facilitando esse
entendimento de forma objectiva.
A realização deste trabalho permitiu, também, verificar a importância dos sistemas informatizados
para o processo operacional da organização, dos manuais internos para padronização,
conhecimentos e aplicação por todos os funcionários, a segregação de funções para redução de
risco e irregularidades, além de possíveis fraudes e de uma rotina bem administrada e planejada.
Entende-se que os objetivos propostos foram alcançados, tendo em vista o conhecimento adquirido
sobre o assunto, através do referencial teórico e das sugestões de melhorias efetuadas.
Considerando a actividade de auditoria, foi questionado quais seriam as principais fraudes, bem
como suas consequências, que poderiam acorrer no contexto operacional da empresa.
47
Cassimo
Essas actividades são responsáveis pela saída e entrada de dinheiro, representando riscos de
desvios, podendo ocorrer fraudes também para com esta operação.
Ao se verificar quais as principais acções que a empresa desenvolve para evitar as fraudes citadas,
foi constatado que são realizados diversos controles e cruzamento de informações, porém por
questão de ética e sigilo não foi possível apresentar o detalhamento de tais acções. Considerando
o exemplo: “Normalmente as pessoas vão ao médico uma vez por ano, mesmo não se sentindo
doentes, só para fazerem exames e confirmarem a saúde aparente”, foi questionado se a auditoria
interna tem algo parecido com o exemplo dos exames, mas neste caso, para confirmar a aparente
saúde da empresa e de quanto em quanto tempo se recomenda uma auditoria interna. A resposta
foi positiva em comparação de ambas, sendo que para cada actividade ou cada tipo de negócio vai
exigir um "tempo" específico, porem é recomendado o teste no mínimo 2 vezes por ano.
Ao levantar a hipótese de que a auditoria interna teria mesmo o papel de prevenir o aparecimento
de uma fraude na empresa em questão, se obteve uma resposta negativa, pois foi considerado que
a auditoria não irá prevenir o aparecimento e sim possibilita a descoberta, se ocorrer. Analisando
qual seria a área da empresa que representa maior dificuldade para desenvolvimento das
actividades de auditoria, foi observado que no ramo de negócio em que a organização está inserida,
a maior dificuldade é na auditoria operacional, pelo número de clientes.
De forma geral, o tipo de "fraude" que possui maior probabilidade de incidência em uma empresa
desse ramo seria no mínimo duas: desvio do valor de pagamento e falsificação ou alteração de
registros.
Espera-se que após esta pesquisa a empresa adopte novas condutas para um melhor controlo
interno, adquira um sistema informatizado para auxiliar na funcionalidade dos controles e
acompanhe as evoluções tecnológicas e do mercado para que se tenha um diferencial competitivo
que possa agregar valor a empresa visando o alcance das metas e seus objetivos.
48
Cassimo
É de ressaltar que foi dada mais ênfase na auditoria interna, pois esse é o foco principal desta
pesquisa. No tocante à responsabilidade do auditor na detecção de irregularidades, o auditor não é
responsável pela detecção de fraudes e erros. A responsabilidade da detecção de ilícitos é de
competência primária dos gestores ou administradores da organização. Com isto, não cabe ao
auditor resolver, e sim, dar sua opinião de forma independente.
No que diz respeito à importância do auditor interno, ele desempenha suas funções diminuindo os
indicadores de ilícitos. Deste modo, destaca-se a importância da auditoria na questão de avaliar a
situação da empresa para uma maior eficiência operacional e administrativa, onde o auditor
trabalha para trazer conformidade das normas internas e proteção aos bens da organização.
Assim, no contexto atual em que se encontram as empresas, o auditor é visto como peça-chave e
tem-se tornado um instrumento indispensável para avaliar a eficiência dos gestores e zelar pela
credibilidade das informações geradas. Com relação às práticas de ilícitos, é necessário fazer uma
distinção entre erros e fraudes cometidas no âmbito interno.
Assim é visto que a contribuição da auditoria garante uma maior solidez da empresa e
consequentemente abre portas para novos empregos. O auditor contribui com a fiscalização dos
controles, diminuindo a ocorrência de fraudes e ilícitos.
Pôde-se observar que o caminho traçado para obter as informações sobre o papel do auditor e sua
importância dentro das organizações foi alcançado. Vale ressaltar que a temática vai além do
apresentado nesse trabalho, pois o trabalho do auditor conta com as participações de todos os
departamentos da organização.
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Cassimo
4.4 CONCLUSÕES
Neste trabalho, procurou-se mostrar a importância da auditoria interna nas organizações como a
importância do auditor interno dentro de uma organização.
O papel da auditoria interna é muito importante para revisão e apreciação dos controles internos,
executado por departamentos especializado e utilizando suas técnicas, onde o auditor precisa
conhecer tais controles, para a minimização de risco de fraudes (ATTIE, 2011).
Analisou-se uma empresa, a Shine Water, que através dos dados coletados, obteve-se algumas
considerações para com o problema em questão. Concluiu-se que a empresa não possui um
Departamento de auditoria interna constituída, mas sim que os controlos são realizados com
escopo de auditoria.
O objectivo principal foi alcançado, pois o principal factor que contribui para o aparecimento de
fraude neste ramo é a dificuldade de desenvolvimento da actividade de auditoria na parte de
controlo operacional, por causa do grande número de usuários (clientes) da empresa. Os objectivos
específicos também foram alcançados com sucesso
Dentre os principais resultados, verificou-se que a principal acção que a empresa desenvolve para
evitar as fraudes é o cruzamento de informações, sendo recomendada a auditoria interna.
Através da revisão de literatura pode-se concluir que a auditoria interna é uma ferramenta de
controlo administrativo e de verificação sistemática da eficiência e eficácia das atividades
operacionais enfocando a avaliação dos controlos internos das atividades e processos
administrativos e operacionais, analisando as deficiências e riscos envolvidos, visando a proteção
dos bens, direitos e obrigações da empresa contra fraudes e desvios, por exemplo.
50
Cassimo
auxiliando na prevenção, tomadas de decisões e registro de fluxos contabilísticos, proporcionando
ao administrador uma visão mais clara da contabilidade da empresa.
Ressalta-se, ainda, que a auditoria interna é de suma importância para as organizações, pois
desempenham um papel de grande relevância, ajudando a eliminar desperdícios, simplificando
tarefas, servindo de ferramenta de apoio à gestão e transmitindo informações aos administradores
sobre o desenvolvimento das actividades executadas.
Conclui-se, também, que o papel do auditor interno é fundamental no combate à fraude. Levando
em consideração que o auditor interno deve obter, analisar, interpretar e documentar todas as
informações físicas, financeiras, contabilísticas e operacionais para dar suporte aos resultados
almejados pelas organizações.
Entretanto, mesmo diante do trabalho desenvolvido por esse profissional, a empresa não fica isenta
da ocorrência de possíveis fraudes ou erros, ficando claro também que esse profissional de
auditoria não é responsável primário na detecção de ilícitos. Portanto, para evitar a ocorrência de
ilícitos, cabe aos gestores investir cada vez mais na implantação de sistemas informatizados, isto
é, ter um controlo interno adequado com a sua activadade, capazes de detectar a ocorrência de
erros ou fraudes que prejudiquem o desenvolvimento da empresa, trabalhando sempre de forma
preventiva, assim como colocando como princípio da sua empresa a ética e a moral, tanto para
com os próprios gestores, como para os colaboradores.
4.5 RECOMENDAÇÕES
Espera-se que após a pesquisa feita e com as recomendações, a S.W consiga adoptar novas
condutas para melhorar o controlo interno, que possa adquirir um sistema informatizado para
auxiliar na funcionalidade dos controles e consiga criar um departamento de auditoria interna, que
possa acompanhar as evoluções e desenvolvimento da empresa.
Melhorando o controlo interno, no sentido de, ter um controlo mais rígido e eficaz. É muito
importante ter um controlo interno, ter regras, deixar bem claro as funções de cada funcionário, se
possível dar uma formação ou um treinamento, pois assim o funcionário terá mais conhecimento
e motivação em querer desenvolver junto com a organização.
51
Cassimo
Adquirindo um sistema informatizado, criará uma implantação de um sistema de informação
gerencial, para a eliminação da repetição das actividades, melhoria da qualidade e rapidez nas
informações, tornando-as mais eficientes e eficazes que afectará nas tomadas de decisões e nos
processos internos da organização.
Tendo uma auditoria na empresa, pode por exemplo, ajudar a entender e identificar quais são os
principais factores de risco do negócio do ponto de vista operacional e de controles internos, pode
contribuir para identificar falhas ou inconsistências contabilísticas e contribuir para o crescimento
da empresa dentro de um ambiente saudável e extremamente competitivo.
A auditoria interna mostra o real desempenho da empresa, suas falhas, seus problemas, e mostra
soluções para solução para os pontos críticos.
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5. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
Como a pesquisa se desenvolve em várias etapas, é necessario fazer a previsão de tempo necessário
para se passar de uma fase para a outra. Como, também, determinadas fases são desenvolvidas
simultaneamente, é necessário ter a indicação de quando isso ocorre.
Para tanto, convém definir um cronograma que indique com clareza o tempo de execução previsto
para as diversas fases, bem como os momentos em que estas se interpõem. Esse cronograma, numa
representação bastante prática (conhecida como gráfico de Gannt), é constituído por linhas, que
indicam as fases da pesquisa, e por colunas, que indicam o tempo previsto.
2020 2021
N° Actividades
Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril
Elaboração do projecto de
1 investigação x
Submissão do projecto à
2 Direcção do curso x
3 Aprovação do projecto x
4 Recolha de dados x
5 Apresentação e análise de dados x
Estruturação e Esboço da
6 monografia x x
Redação da monografia (I
7 versão) x
Redação da monografia (II
8 versão) x x
9 Análise das entrevistas x x
Redação da monografia (III
10 versão) x x
Submissão da monografia à
11 Direcção do Curso x
12 Entrega do trabalho x
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti (2010. 517 p.). Auditoria: um curso moderno e completo: textos,
exemplos e exercícios resolvidos. 7ª Edição. São Paulo: Atlas
ATTIE, William (2006). Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3ª Edição. São Paulo: Atlas
BOYNTON, William C; JOHNSON, Raymond N; KELL, Walter G.; tradução José Evaristo dos
Santos (2002). Auditoria. São Paulo: Atlas. Disponível em 07/06/2020 in https:
//www.nucleodoconhecimento.com.br/contabilidade/auditoria-interna
COLELLA, Victor (1979). Auditoria: Controle Interno e Estoques. São Paulo: Saraiva
COOK, John W.; WINKLE, Gary M (1979). Auditoria: Filosofia e Técnica. São Paulo: Saraiva
CREPALDI, Sílvio Aparecido (.2011. 770 p.). Auditoria Contábil: teoria e prática. 7ª Edição. São
Paulo: Atlas
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto (2001). Auditoria Contábil. São Paulo: Atlas
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GASS, Armando. Papel da Auditoria Interna. Disponível em 04/01/2021 in
http://www.crcrs.org.br/comissoes/audinterna
GIL,António Carlos (2002). Como elaborar um projecto de pesquisa. 4ª Edição. São Paulo: Atlas
GLEIM, Irvin N (2013). Conceitos básicos de Auditoria Interna Parte 1, 17ª Edição
GUIMARÃES, Rafaela dos Santos. A importância do controle interno para o êxito das empresas.
Revista Brasileira de Contabilidade, Rio de Janeiro
MORAIS, Georgina & MARTINS, Isabel (2013). Auditoria Interna Função e Processo, 4ª Edição.
Lisboa:Áreas, Editoras
OLIVEIRA, Luís Martins (2001). Curso Básico de Auditoria. São Paulo: Atlas
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