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Instituto Industrial e Comercial da Matola

A FUNÇÃO DA AUDITORIA NO COMBATE A FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

O Caso: Irvines Moçambique, Lda.

Nome do Estudante: Hélio Daniel Siniquinha Tutora: Dra. Lúcia Macovela

Matola, Novembro de 2019


Hélio Daniel Siniquinha

A FUNÇÃO DA AUDITORIA NO COMBATE A FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

O Caso: Irvines Moçambique, Lda.

Trabalho de Fim do Curso apresentado junto


ao Curso de Contabilidade e Auditoria do
Instituto Industrial e Comercial da Matola,
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Técnico Médio em Contabilidade e
Auditoria.

Tutora: Dra. Lúcia Macovela

Instituto Industrial e Comercial da Matola

Matola, Novembro de 2019


Declaração de honra

Declaro, por minha honra, que o trabalho que submeto ao Instituto Industrial e Comercial da
Matola, em cumprimento dos requisitos para a obtenção do grau de Técnico Médio, nunca foi
apresentado para a obtenção de qualquer outro grau académico e que constitui resultado da minha
investigação pessoal e independente, tendo indicado no texto e na bibliografia as fontes que usei.

-----------------------------------------------------------------

(Hélio Daniel Siniquinha)


Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais, Vicente Bernardo e Julieta José Pene, pela oportunidade que
me deram de poder estudar e à minha irmã Sílvia Celeste Siniquinha pelo apoio e carinho prestado.
Agradecimentos

Agradeço a Deus, Guia Celestial pela vida e luz dos meus projectos.

Agradeço, igualmente. aos professores: Lúcia Macovela, Abiezer Mate, Sérgio Massicane, Hilário
Chilunga e a todos quantos de uma forma directa ou indirecta ajudaram na minha formação nesta
instituição de ensino.

Aos meus amigos e colegas do IICM, Lutero Machole, Faustino David, Lourino Zandamela,
Matilde Savela, que de alguma forma apoiaram nos estudos.

Por fim, agradeço a todos os meus amigos e conhecidos pelo apoio emocional, em especial a
Gerson Geraldo Chemane.
Resumo

O presente trabalho surge no âmbito do cumprimento duma das exigências desta instituição com
vista à obtenção do grau de Técnico Médio em Contabilidade e Auditoria e está dividido em três
partes, designadamente:
Primeira parte, que comporta a introdução, na qual estão apresentados os principais objectivos que
norteiam este trabalho, a descrição sumária das fases da pesquisa, a metodologia do trabalho
adoptada.
Segunda parte, que integra a revisão da literatura na qual estão descritas as principais actividades
teórico-práticas da contabilidade e auditoria realizadas nas organizações, bem como o perfil do
auditor, a importância da auditoria para as empresas, as causas e consequências, as formas de
prevenção e combate das fraudes; o estudo de caso, onde constam as diferentes fases da pesquisa
realizada na Irvines Moçambique Lda., os principais problemas e dificuldades sectoriais
enfrentados pelos gestores e colaboradores desta empresa.
Terceira e última parte, composta pela conclusão, na qual estão apresentadas: a síntese do trabalho
de campo, as recomendações, as propostas para solucionar os problemas da empresa e a
bibliografia consultada.
Espero que este trabalho seja um contributo valioso para a melhoria da qualidade dos serviços de
gestão prestados nas empresas.

Palavras-chave: Controlo Interno, Auditoria e Gestão de Tesouraria.


Índice

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 2
1.1 Contextualização ....................................................................................................... 2
1.2 Problema de estudo ................................................................................................... 3
1.3 Hipótese .................................................................................................................... 3
1.4 Pertinência e justificativa do tema ............................................................................ 3
1.5 Objectivos ................................................................................................................. 4
1.5.1 Objectivo Geral ..................................................................................................... 4
1.5.2 Objectivos Específicos .......................................................................................... 4
1.6 Metodologia .............................................................................................................. 5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 6
2.1 Conceito de Auditoria ............................................................................................... 6
2.2 Objectivos da Auditoria ............................................................................................ 6
2.3 Tipos de auditoria ..................................................................................................... 6
2.3.1 Auditoria Interna ................................................................................................... 6
2.3.2 Auditoria Externa .................................................................................................. 7
2.4 Procedimentos da Auditoria ...................................................................................... 7
2.5 Controlo Interno ........................................................................................................ 7
3 FRAUDES ........................................................................................................................ 9
3.1 Origem do termo fraude ............................................................................................ 9
3.2 Conceito de Fraude ................................................................................................... 9
3.3 Componentes da Fraude .......................................................................................... 10
3.4 Motivações dos agentes fraudadores ...................................................................... 12
3.5 Tipos de Fraudes ..................................................................................................... 13
3.5.1 Fraude Contabilística........................................................................................... 13
3.5.2 Fraude Operacional ............................................................................................. 13
3.5.3 Fraude Fiscal ....................................................................................................... 14
3.5.4 Fraude Financeira ................................................................................................ 14
3.6 Importância da audidoria na preservação das fraudes ............................................ 15
3.7 Causas das fraudes .................................................................................................. 16
3.7.1 Triangulo da fraude ............................................................................................. 17
3.7.2 Diamante da fraude ............................................................................................. 19
3.7.3 Forma de prevenção das fraudes ......................................................................... 20
3.8 Formas de combate às fraudes ................................................................................ 22
4 ESTUDO DE CASO ...................................................................................................... 23
4.1 Breve historial da empresa ...................................................................................... 23
4.2 Objectivo e Actividade ........................................................................................... 23
4.3 Processo de execução orçamental na Irvines Moçambique Lda. ............................ 24
4.3.1 Caixa.................................................................................................................... 24
4.3.2 Bancos ................................................................................................................. 24
4.3.3 Stocks .................................................................................................................. 25
4.3.4 Clientes ................................................................................................................ 25
4.3.5 Fornecedores ....................................................................................................... 26
4.3.6 Fiscalização ......................................................................................................... 26
4.3.7 Sistema ................................................................................................................ 26
4.4 Resultados na pesquisa e sugestão oriundas do resultado ...................................... 27
4.4.1 Caixa.................................................................................................................... 27
4.4.2 Bancos ................................................................................................................. 31
4.4.3 Stocks .................................................................................................................. 34
4.4.4 Clientes ................................................................................................................ 35
4.4.5 Fornecedores ....................................................................................................... 35
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 37
5.1 Conclusão................................................................................................................ 37
5.2 Recomendações....................................................................................................... 38
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 39
Índice de Tabelas

Tabela 1 - Exemplo simples da equação da fraude ....................................................................... 11

Tabela 2 - Saldo de caixa do mes de Março ................................................................................. 28

Tabela 3- Diário de caixa da Irvines Moçambique, referente ao mes de Março .......................... 30

Tabela 4 - Extracto da empresa Irvines Moçambique Lda. .......................................................... 32

Tabela 5 - Extracto do Banco ABC .............................................................................................. 33

Tabela 6 - Mapa de reconciliação bancária da empresa Irvines Moçambique, Lda. .................... 33

Tabela 8 – Resultado de Stocks .................................................................................................... 35

Índice de Figuras

Figura 1- Equação da Fraude ....................................................................................................... 11

Figura 2 - Motivações dos agentes da fraude............................................................................... 12

Figura 3- Triângulo da Fraude ..................................................................................................... 17

Figura 4 - Diamante da fraude ..................................................................................................... 19

1
1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

A auditoria surgiu devido à necessidade do controlo das contas, relatórios, demonstrações


financeiras, dados contabilísticos, ou seja, surgiu com o propósito de dar relevância aos números
e resultados, bem como à situação económica e financeira apresentada aos principais interessados
na informação contabilística.

Um bom estudo e conhecimento das auditorias interna e externa, é uma ferramenta indispensável
para o combate de erros e fraudes na empresa. O relatório de uma auditoria auxilia a empresa na
melhoria do seu desempenho para a obtenção de melhores resultados e minimizar desperdícios.

Com base nos estudos realizados em diversas organizações nacionais e internacionais, constatou-
se que uma parte de colaboradores das empresas, não está focada nos objectivos da empresa. Estes
podem cometer crimes financeiros, fazendo com que as informações divulgadas sejam distorcidas,
demonstrando uma situação que seja favorável ao seu interesse e, consequentemente, originando
as fraudes.

O principal propósito desta pesquisa é dar a conhecer a relevância da auditoria, as possibilidades


da sua aplicação nas descobertas de erros e fraudes; identificar as vantagens e desvantagens de um
trabalho de auditoria e a sua confiabilidade a fim de extinguir por completo a ocorrência de fraudes
e erros, conseguindo-se, deste modo, ter uma real noção do que acontece dentro de uma empresa.

2
1.2 Problema de estudo

Ao longo do tempo, tem se verificado um desenvolvimento e aperfeiçoamento no trabalho da


contabilidade. Mesmo assim há uma tendência de crescimento do índice de fraudes nas
organizações. Há empresas que têm como forma de motivação organizacional o aumento do salário
e a atribuição de bónus aos seus colaboradores, como forma de evitar fraudes. Mesmo com estes
benefícios, as fraudes prevalecem.

Afinal o que leva os colaboradores a cometerem as fraudes?

1.3 Hipóteses
Constituem hipóteses do trabalho:

 O fraco sistema de controlo interno por parte dos gestores.


 A obsessão pelo dinheiro.
 A insatisfação dos colaboradores para com os gestores.

1.4 Pertinência e justificativa do tema

O que motivou a pesquisa deste tema é o elevado índice de fraudes que ocorrem em diversas
empresas e organizações. Nas empresas públicas, as fraudes originadas por roubos contribuem
para o atraso no desenvolvimento económico do país. Nas empresas privadas, a fraude de grande
dimensão pode levar ao encerramento das suas actividades ou a endividar-se caso, pretenda
continuar operando no mercado.

3
1.5 Objectivos

1.5.1 Objectivo Geral


 Demonstrar a importância da auditoria no combate e na preservação de erros e fraudes.

1.5.2 Objectivos Específicos


 Identificar os intervenientes nas fraudes;
 Identificar as causas das fraudes nas organizações;
 Identificar as consequências das fraudes para as organizações;
 Apresentar as medidas a tomar para o combate das fraudes.

4
1.6 Metodologia

A escolha do delineamento deve considerar o pressuposto que orienta a pesquisa. Neste estudo,
definiu-se o seguinte pressuposto: A função da Auditoria no Combate à Fraudes nas Organizações
e vai cingir-se na descrição da importância da Auditoria para as Organizações públicas e privadas
com o intuito de apresentar possíveis soluções, visando eliminar ou minimizar os efeitos
resultantes da problemática hoje existente. Relacionar a ênfase dada ao aspecto legal e formal da
gestão e da avaliação da acção dos gestores e colaboradores públicos e privados.
Assim, a pesquisa poderá ser enquadrada na tipologia descritiva que, de acordo com Gil (2002,
p.45), tem como objectivo primordial a descrição das características de determinada população ou
fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
No que concerne aos procedimentos, refere-se a uma pesquisa bibliográfica que, segundo Martins
(1990, P.23), é a que se efectua para se resolver problema ou adquirir conhecimentos a partir de
consultas a livros, artigos, jornais, entre outros.
Tem como objectivo recolher, seleccionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas já
existentes sobre determinado assunto.
Assim, uma vez que o estudo consistiu na colecta, selecção, análise e interpretação da literatura
pertinente ao assunto, composta de livros, manuais, teses, dissertações, artigos científicos, sites
especializados de internet e mais, a pesquisa é de carácter bibliográfico. A mesma irá
circunscrever-se no esclarecimento sob ponto de vista teórico dos conceitos de sistemas de
controlo interno aliados a sua importância na gestão pública, uma vez que defendem o património
público, assegurando o cumprimento dos procedimentos previstos para prevenir, detectar e corrigir
fraudes.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Conceito de Auditoria

Segundo Audibra (1991, p. 33) & (Pinho, 2007, p. 3), auditoria é uma actividade de avaliação
independente e de assessoria da administração, voltada para o exame de avaliação da adequação,
eficiente e eficaz dos sistemas de controlo, bem como da qualidade do desempenho das áreas em
relação às atribuições e aos planos, metas, objectivos e políticas definidos para a mesma.

Para José Evaristo dos Santos (2002, p. 31), “Auditoria é um processo sistemático de obtenção e
avaliação objectivas de evidências sobre afirmações a respeito de acções e eventos económicos,
para aquisição do grau de correspondência entre as afinações e critérios estabelecidos, e de
comunicação dos resultados a usuários interessados.”

2.2 Objectivos da Auditoria

“O principal objectivo da auditoria é a emissão de relatórios baseados em procedimentos


contabilísticos, administrativos, financeiros ou patrimoniais, incluindo as movimentações de
pagamentos, demonstrações contabilísticas, ou seja, verificar e controlar o património. (COSTA,
2000, p.27).”

2.3 Tipos de auditoria

2.3.1 Auditoria Interna

A auditoria interna é uma área que foi criada para conferir e diagnosticar a execução dos trabalhos
realizados aos cuidados da administração, sendo exercida como um órgão da empresa, que
examinará e avaliará suas actividades, como um serviço a essa mesma organização. (SILVA, 2009,
p.16).

6
2.3.2 Auditoria Externa

A auditoria externa ou independente é o ramo de actividade que utiliza procedimentos técnicos


específicos com o objectivo de constatar um acto ou um facto e verificar se tem adequação apta
para inspirar características de contabilidade. (SILVA, 2009, p.16).

2.4 Procedimentos da Auditoria

Para realizar a auditoria interna ou externa são utilizados os mesmos procedimentos contabilísticos
da auditoria. Segundo Pinho (2007, p.39) a auditoria interna se difere da externa nos seguintes
pontos:
 Assessora a administração de entidade;
 Promove aperfeiçoamento dos controles internos;
 A divisão de trabalho se dá por áreas operacionais ou por produtos;
 A periodicidade dos exames é contínua.

2.5 Controlo Interno

O controlo interno é o planeamento organizacional, com métodos e procedimentos adoptados


dentro de uma empresa, com a finalidade de proteger e assegurar a confiabilidade dos dados
contabilísticos, promovendo a eficiência operacional, com o objectivo de evitar fraudes, erros e
crises nas empresas.
A Exposição de Normas de Auditoria nº 29 (ENA 29) estabelece que o sistema de controlo interno
de uma empresa se decompõe em dois grupos de controlo: os de natureza contabilística e os de
natureza administrativa.
O controlo contabilístico compreende o plano de organização e todos os sistemas, métodos e
procedimentos relativos a:
 Salvaguarda dos bens, direitos e obrigações;
 Fidedignidade dos registos financeiros.

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De acordo com Franco e Marra, (2000, p. 267), todos os instrumentos da organização destinados
à vigilância, fiscalização e verificação administrativa permitem prever, observar, dirigir ou
gerir os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzem reflexos em seu
património.
Com um controle interno bem executado a ocorrência de fraudes e erros é menor, auxilia no
trabalho de auditoria, com o objectivo de impedir, erros e irregularidades nas contas, dando maior
segurança ao auditor.

8
3 FRAUDES

3.1 Origem do termo fraude

Segundo Lopes de Sá (1982, p. 15), o termo fraude tem origem latina: “fraus”, e foi usado no seu
sentido próprio, para significar “dano feito a alguém” (assim o usou Tito Lívio em sua “Historia
de Roma”). Em sentido indeterminado o termo teve o significado de “crime, defeito” (como
aplicou Cicero).

As fraudes são comuns a qualquer tipo e tamanho de organização. Os fraudadores têm aprimorado
suas estratégias cada vez mais a fim de combater o controlo que encontram. Desde apropriações
indevidas de activos aos estruturados cybercrimes, os gestores de risco e
compliance officers têm se desdobrado para buscar novas soluções para esse antigo problema. De
outro lado, as empresas reagem constantemente aos ilícitos, criando um perpetuum mobile dos
riscos de fraude.

3.2 Conceito de Fraude

De acordo com Manual de Auditoria do Sistema CFC/CRCs do Conselho Federal de


Contabilidade (2007, p. 59), O termo Fraude refere-se a acto intencional de omissão ou
manipulação de transacções, adulteração de documentos, registos e demonstrações
contabilísticas. A fraude pode ser caracterizada por:
a) Manipulação, falsificação ou alteração de registos ou documentos, de modo a modificar
os registos de activos, passivos e resultados;
b) Apropriação inédita de activos;
c) Supressão ou omissão de transacções nos registos contabilísticos;
d) Registo de transacções sem comprovação; e
e) Aplicação de práticas contabilístico indevidas.
De acordo com Manual de Auditoria do Sistema CFC/CRC’s do Conselho Federal de
Contabilidade (2007, p. 60), O termo Erro refere-se a acto não-intencional na elaboração de
registos e demonstrações contabilísticas que resulte em incorrecções, que podem ser:

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a) Erros aritméticos na escrituração contabilística ou nas demonstrações contabilísticas;
b) Aplicação incorrecta das normas contabilísticas; e
c) Interpretação errada das variações patrimoniais.

Segundo Perez Junior et al. (2011, p. 32), Fraude é o acto intencional de omissão ou manipulação
de transacções, adulteração de documentos, registos e demonstrações contabilísticas. Enquanto
que Erro é o acto não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos
na elaboração de registos e demonstrações contabilísticas.

De acordo com Perez Junior et al. (2011) os auditores ao analisar as empresas a serem auditadas
devem atentar para alguns indícios de fraude, como:
 Empresas em declínio;
 Um número muito grande de transacções entre partes relacionadas;
 Caixa com saldo devedor;
 Declínio do mercado onde a empresa actua;
 Alta rotatividade de pessoal, principalmente na área financeira e contabilística;
 Responsável pelo departamento financeiro e contabilístico com férias atrasadas;
 Empresa em vias de descontinuidade; e
 Perda de licença para financiamento.

3.3 Componentes da Fraude

A fraude é um acto de decepção para ganhar vantagens ou propriedades de outro e que possuem
componentes que favorecem a sua ocorrência, entre estes poderiamos considerar com principais,
os seguintes:
a) Motivo – Deve haver um motivo para a fraude. Pode ser que o empregado esteja insatifeito
ou em dificuldades financeiras. Uma boa Administracao de Recursos Humanos deve
procurar manter empregados satisfeitos diminuindo pelo menos os motivos não financeiros
que provoquem a fraude.

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b) Atração – O ganho ou vantagem afiançada tem que ter uma atração para o perpetrador.
A atração pode se dar pelo dinheiro, por mercadorias ou simplesmente pela possibilidade
de encobrimento que a fraude proporciona .
c) Oportunidade – deve haver oportunidade adequada. Alguém pode desejar fraudar uma
organizacao e saber qual será exactamente o ganho. Contudo, se não tiver uma
oportunidade, a fraude nunca pode acontecer. A oportunidade tem uma relação directa com
a fragilidade ou inadequação de medidas preventivas e directivas que não forem suficientes
para cobrir os actos fraudulentos.
d) Meio – Esse elemento se refere às habilidades técnicas e outras do perpetrador. Não adianta
ter um motivo e uma atração se não tiver capacidade de perceber as fragilidades ou
inequações dos controles internos como meio para detectar a oportunidade de praticar a
fraude.

Diante dos principais componentes que favorecem a fraude pode-se elaborar uma equação que dá
origem à fraude. Essa equação tera a seguinte formação:

Motivo
+ Atracão + Oportunidade
+ Meio

=
Fraude

Figura 1- Equação da Fraude


Exemplo da aplicação da equação da fraude, que pode citar um funcionário:

Componente Descrição
Motivo Pagando altas quantias de pensão
Atração Dinheiro, mercadorias
Oportunidade Habilidades Técnicas e outras presentes
Meio Falta de controlo, possibilidade de encobrimento
Tabela 1 - Exemplo simples da equação da fraude

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Gil (1999, p. 19), coloca uma visão pouco diferente, considerando que, três vertentes devem ser
consideradas quanto à movimentação de agentes fraudadores:

a) Em relação à natureza da satisfação, que movimenta o agente fraudador em direcção ao


ataque agressivo, pode ser:
 Intelectual;
 Psicológica;
 Financeira;
 Material.
b) Em relação à aposta do agente agressor, na impossibilidade de ser descoberto, em face da:
 Fragilidade das medidas de protecção;
 Dificuldade na obtenção/ apuramento de provas;
 Fragilidade técnica dos responsáveis por investigação.
c) Em relação a expectativa de não ser punido, em virtude da eventualidade de ser provada
sua acção dolosa no evento, da organização em adoptar acções que conduzam ao
ressarcimento dos prejuízos ocorridos.

3.4 Motivações dos agentes fraudadores

Natureza da satisfação Aposta na impossibilidade Possibilidade de


com ataque agressivo: de ser descoberto, em face impunidade por:
da:
 Intelectual  Fragilidade das  Fraqueza na
legislação;
 Psicológica medidas de
 Descentralização
 Financeira, e; protecção; da sociedade
 Dificuldade na  Inexperiência
 Material.
obtenção/apuracao de das vítimas.
provas, e;
 Fragilidade técnica
dos responsáveis por
investigação.

Figura 2 - Motivações dos agentes da fraude

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3.5 Tipos de Fraudes

As fraudes podem ser comentidas contra empresas, por diversos intervinientes tais como:
funcionarios da própria empresa ou por terceiros. Entre os vários tipos de fraudes destacam-se os
seguintes:

3.5.1 Fraude Contabilística

Utilização proposital de práticas contábeis inadequadas e/ou omissões de informações com o


objetivo claro de mascarar as Demonstrações Financeiras.
Objetivos da farude contabilistica:
 Supervalorizar activos;
 Omitir passivos ou resultados para apresentação a agentes financeiros;
 Manipulação para provocar aumento/redução de cotação em Bolsa.

Exemplo de fraudes contabilisticas:

 Banco Nacional (KPMG)– contas fantasmas;


 Banco Económico (E&Y) – contas no exterior ñ aud
 Banco Noroeste (Price) – contas no exterior ñ aud
 Enron (Arthur Andersen) - Sociedade de Propósito Especial (SPE);
 Wordcom (Arthur Andersen) – despesas como activos;
 Xerox – Receitas impróprias;
 Parmalat – Saldos bancários inexistentes.

3.5.2 Fraude Operacional

Manipulação de dados e informações nos documentos e relatórios de controles internos das áreas
administrativa, compras, vendas e produção com o objetivo de esconder os desvios de recursos e
erros de conduta.

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a) Pirataria – para Gil (1999, p. 31) é a fraude com prejuízo intencional para a organização
quanto à disseminação de processos e de produtos, concretizada por profissionais internos ou
externos às entidades, junto ao mercado e, particularmente para a concorrência.
Segundo Gil (1999, p. 16), Pirataria é a modalidade de fraude de maior impacto nos negócios
organizacionais do século XXI, em face da preocupação e cuidado das entidades em tornar ou
transformar em software suas ideias, avanços e descobertas, como foram de maior facilidade de
protecção ao direito autoral das tecnologias decisivas a sua sobrevivência.

b) Corrupção – A corrupção está dividida em suborno e propina.


 Suborno: pode ser entendido como dinheiro ou favor, oferecido ou dado a alguém em
posição de confiança, para induzir a agir desonestamente.
 Propina: normalmente é o pagamento de uma percentagem para uma pessoa capaz de
controlar ou influenciar um negócio.

Objetivos das fraudes operacionais:

 Manipular concorrências, colectas de preços, quantidade de produtos de 1ª, 2ª, sucatas e


resíduos;
 Clientes fictícios, participação nas comissões, etc.

3.5.3 Fraude Fiscal

Sonegação da empresa por omissão de receitas, aumento das despesas.


Objectivos: Não pagar impostos.

3.5.4 Fraude Financeira

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Estelionato (com participação de falsários), fraude a seguros, cupons de dividendos de acções em
custódia, aluguer de contas bancárias, aluguer de cartões de planos de saúde, negociação de taxas
de juros, títulos de clientes em condição desfavorável para a empresa.
Objectivos: Desvio direto de recursos financeiros.

3.6 Importância da audidoria na preservação das fraudes

A realização do trabalho da auditoria é importante na preservação de fraudes para as empresas em


seis principais aspectos:
a) Aspecto administrativo: A auditoria contribui para a redução de ineficiência, negligência,
incapacidade e improbilidade de empregados e administradores.
b) Aspecto Patrimonial: Possibilita para melhor controlo dos bens, direitos e obrigações que
constituem o património.
c) Aspecto técnico: Contribui para mais adequada utilização das contas, maior eficiência dos
serviços contabilísticos, maior precisão das informações e a garantia de que a escrituração
e as demonstrações contabilísticas foram elaboradas de acordo com os princípios e normas
de contabilidade.
d) Aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros, fornecedores e financiadores contra
possíveis fraudes e dilapidações do património, permitindo maior controlo dos recursos
para fazer face a esses compromissos.
e) Aspecto económico: assegura maior exactidão dos custos e veracidade dos resultados, na
defesa do interesse dos titulares do património.
f) Aspecto ético: examina a moralidade do acto praticado, pois o registo poderá estar
tecnicamente elaborado e o facto legalmente comprovado. Porém, o acto da administração
poderá ser moralmente indefensável, cabendo a auditoria apontá-la para julgamento dos
titulares do património ou de seus credores.

Para Cassarro (1997, p. 21), a auditoria teve, tem e sempre terá uma razão básica para a sua
existência: a não - lealdade, não - contabilidade dos seres humanos. Para este autor, se todos
fôssemos leais e confiáveis, não existiriam fraudes, roubos, acções dolosas, não haveria
necessidade de controlos sobre as atitudes e o comportamento das pessoas.

15
A protecção que a auditoria oferece à riqueza património, evidencia a importância dessa
especialidade no campo da contabilidade.

Segundo Sá (2002, p 153), a realização de uma auditoria é muito importante em qualquer


organização para evitar falhas nos seguintes pontos:

 Omissão de lançamentos em registos;

 Lançamentos falsos em registos;

 Anotações falsas em registos;

 Erros nos cálculos em registos;

 Destruição ou "perda" de documentos;

 Falta de documentos;

 Existência de documentos falsos;

 Alteração de documentos originais;

 Duplicidade de documentos ou lançamentos;

 Falta de depósitos bancários ou caixa;

 Aumentos repentinos de custos ou despesas médias;

 Diminuição repentina de receitas médias;

 Pagamentos irregulares ou fictícios;

 Manutenção de dois jogos de livros de registo;

 Rasuras e espaços brancos nos registos.

3.7 Causas das fraudes

16
As fraudes nas organizações são causadas por diversas situações. É fundamental conhecer as
circunstâncias que podem motivar os indivíduos a cometerem fraude.

Os motivos que levam os colaboradores a cometerem as fraudes organizacionais são diversos,


sendo os principais destacados como:

 Vingança – Por serem tratados injustamente pela gerência;


 Ganância – Sempre se pode usar um determinado produto e/ou dinheiro extra;
 Necessidade – Despesas pessoais que excedem o salário;
 Oportunidade – Fácil dos recursos;
 Pressão dos colegas – Todos colaboradores exercem a mesma função;
 Falta de política clara – Definição do que é certo e errado;
 Benefícios adicionais – É a maneira como o empregador nos dá um aumento de salário;

 Falta de moral entre os funcionários;

 Maus-tratos – O mal pagamento dos colaboradores.

3.7.1 Triangulo da fraude

Segundo Cressey (1953), quem comete uma fraude possui em simultâneo o seguinte: pressão,
oportunidade e racionalização. Os determinantes referidos, justificam assim a motivação para os
incidentes de fraude.

Figura 33-Triangulo
Triângulodadafraude
Fraude

17
Atendendo a Albrecht, W. Steve et al (2009) e Biegelman e Bartow (2006), as razões que levam à
ocorrência de fraude são as seguintes:

Pressão ou incentivo

É o motivo pelo qual as pessoas cometem fraudes. A prática de actos fraudulentos pode ter origem
em diversos motivos: pressões financeiras; outras pressões. De todos os tipos de pressões
identificadas, a pressão financeira é o tipo que mais contribui para a maior ocorrência de fraudes.

Oportunidade

É a circunstância que permite a ocorrência da fraude. De acordo com Albrecht et al. (2009).
Verificaram-se através da revisão de literatura, a existência de seis factores que podem justificar a
oportunidade para a prática da fraude:
 Falhas nos controlos internos;
 Incapacidade de avaliar a qualidade de desempenho;
 Falha na punição dos fraudadores;
 Falhas no acesso a informações;
 Ignorância, apatia e incapacidade;
 Inexistência ou reduzidas provas de auditoria podem desencadear oportunidades à prática
de fraudes.

Racionalização

É a justificação da fraude como um ato aceitável ou justificável, avaliando os ganhos e as perdas


decorrentes da sua prática, de acordo com Albrecht et al. (2009) e Biegelman e Bartow (2006).
Racionalização ou atitude constitui o terceiro elemento do triângulo e refere-se ao comportamento
de muitos indivíduos quando são flagrados na prática de fraudes. Muitas vezes são os primeiros a
ficar indignados e a colaborar com os investigadores ou auditores para a descoberta dos culpados
pelo desvio. Com tal atitude, procuram esconder a sua própria desonestidade numa postura idêntica

18
àquele indivíduo que bate a carteira de alguém durante uma viagem de metrô e é ele o primeiro a
gritar "pega ladrão".

3.7.2 Diamante da fraude

O modelo referente ao Diamante de Fraude foi desenvolvido por Wolfe e Hermanson (2004). O
referido modelo surge como um complemento ao Triângulo de Fraude, uma vez que aos três
elementos anteriormente explicitados (pressão, oportunidade e racionalização), foi acrescentado
um quarto elemento. Com base na figura que se segue, verificamos que se trata do elemento
capacidade:

Figura 4 - Diamante da fraude


Figura 4 - Diamante da Fraude

Assim o fraudador é visto como um indivíduo que possui capacidade para reconhecer uma
oportunidade e aproveitá-la.

De acordo com o estudo de Turvey (2013) a capacidade dos fraudadores inclui, as características
pessoais e as habilidades necessárias ao reconhecimento da oportunidade e à prática da fraude.
Assim como explicitam Wolfe e Hermanson (2004) e Turvey (2013), existem seis características
que devem estar presentes para existir fraude:
 Cargo ou função (o cargo ou função exercidos numa organização podem proporcionar a
capacidade de criar ou desenvolver oportunidades de fraude, não disponíveis para outros);
 Inteligência e criatividade (o fraudador deve ser inteligente e criativo o suficiente para
aproveitar as fraquezas no controlo interno e daí obter vantagens);
 “Ego” (o fraudador deve ter um ego forte e uma grande confiança de que a fraude não será
detectada);

19
 Coerção (o fraudador deve ter capacidade para coagir os outros à prática e/ou ocultação
da fraude);
 Engano (o fraudador deve ter capacidade para mentir , ser eficaz e coerente para manter o
controlo das mentiras);
 Stress (o fraudador deve ser capaz de controlar o stress causado pela prática e ocultação
de fraude).

Também é referido no estudo de Wolfe e Hermanson (2004), que os auditores devem ter em
consideração os traços de personalidade e habilidades dos gestores e outros responsáveis na
avaliação do risco de fraude, para detectar ou evitar a sua ocorrência.

3.7.3 Forma de prevenção das fraudes

Existem diversas formas de prevenção das fraudes. A forma mais adequada de limitar as perdas
de fraude é evitar sua ocorrência. Esta lista de verificação é projetada para ajudar as empresas a
testar a eficácia das suas medidas de prevenção de fraudes. São medidas de prevenção de fraudes
as seguintes:
a) Fornecimento de treinamento antifraude de forma continua a todos os funcionários:
 Os funcionários compreenderem o que constitui fraude;
 Os custos de fraude para a empresa - incluindo lucros cessantes, publicidade adversa, perda
de emprego e diminuição da produtividade e moral;
 Dar a conhecer que os funcionários podem recorrer a empresa para aconselhamento quando
confrontados com decisões éticas incertas, e proporcionar segurança de modo a
acreditarem que eles podem falar livremente;

b) Existência de um mecanismo efectivo de “repórter de fraudes”:


 Treinamento de empregados a comunicar preocupações sobre delito conhecido ou
potencial;
 Existência de um canal de comunicação anónimo disponível aos empregados, tais
como uma linha de ajuda de terceiros;

20
 Dar segurança que os empregados podem informar actividade suspeita anonimamente
e/ou confidencialmente e sem medo de represálias;
 Existência de relatórios de políticas e mecanismos que se estendem para fornecedores,
clientes e outras partes externas;

c) Estabelecimento de medidas proactivas para detecção e divulgação empregados


fraudulentos:
 Realização de auditorias de fraude surpresas;
 Uso de software de auditoria para detectar a fraude. O software deve ser de
conhecimento de todos na organização;
d) Realização de avaliações de risco de fraude para identificar e atenuar as vulnerabilidades
da empresa a fraudes internas e externas proativamente;
e) Existência de fortes controlos anti-fraude no local e que operarem efetivamente, incluindo
o seguinte:
 Correcta separação de tarefas (segregação de função);
 Uso de autorizações;
 Salvaguardas físicas;
 Rotações de funções;
 Férias obrigatórias.
f) Existência de departamento de auditoria interna, recursos adequados e autoridade para
operar eficazmente e sem influência indevida de gerência sênior:
g) Existência de uma política de contratação que inclui o seguinte:
 Verificação de emprego anteriores;
 Antecedentes penal e civil;
 Verificações de crédito;
 Triagem de drogas;
 Verificação de referências.
h) Existência de programas de apoio a funcionários para ajudar na luta contra vícios, saúde
mental/emocional, família ou problemas financeiros:

21
i) Política de portas abertas que permite aos funcionários falar livremente sobre as pressões,
fornecendo gerenciamento a oportunidade de aliviar tais pressões antes que se tornem
agudas:
j) Realização de inqueritos anónimos para avaliar o moral dos funcionários.

3.8 Formas de combate às fraudes

 Criar inibição;
 Diminuir a tentação;
 Aumentar a conscientização;
 Políticas e procedimentos bem elaborados;
 Comprometimento - criar comprometimento na empresa, mas, ao mesmo tempo, criar um
impacto sobre os maus atos (bônus anual, benefícios);
 Coação efetiva – incluindo auditoria e procedimentos de controle – um sistema de alerta;
 Estabelecer uma política clara em relação a assuntos relacionados à integridade (tolerância
zero é altamente recomendada);
 Criar normas (como código de ética, código de conduta, etc.);
 Pré-seleção de candidatos (Background Checks);
 Filtragem periódica de funcionários;
 Conduzir inventários físicos com freqüência;
 Separar funções contabilisticas (Segregação de funções);
 Controlar pessoal que assina cheques;
 Controlar o caixa pequeno;
 Controlar os cartões de crédito da empresa;
 Documentar todos os relatórios de despesas;

22
4 ESTUDO DE CASO

4.1 Breve historial da empresa

A Irvines Moçambique, Lda. (Empresa de Produção e Comercialização de Pintos, Rações,


equipamento avícola, desinfectantes, vacinas, medicamentos, formação e assistência técnica),
criada através do Boletim nº 30. Série III, publicado a 16/04/2013.
A Irvines Moçambique, Lda., está presente no mercado Moçambicano há mais de 10 anos, tendo
investido em uma incubadora de alta tecnologia que produz actualmente 200000 pintos por
semana, com a visão de elevar o estado informal da Industria Avícola Nacional para um nível de
maior profissionalização através do fornecimento de insumos de qualidade.

4.2 Objectivo e Actividade

A Irvines Moçambique, Lda. aposta na qualidade e diversidade da oferta de seus produtos, é


responsável por produzir e distribuir todos os insumos usados na produção avícola,
nomeadamente:
 Pinto do dia Cobb;
 Ração Irvines;
 Equipamento avícola;
 Vacinas;
 Vitaminas;
 Medicamentos; e
 Formação e assistência técnica.
Fornecidos através das lojas e distribuidores oficiais bem localizados em todas as grandes cidades
e vilas do Sul de Moçambique.

23
4.3 Processo de execução orçamental na Irvines Moçambique Lda.

A empresa, foi submetida à auditoria interna entre o período de 01/05/2017 a 31/05/2017. Visando
aplicar um instrumento de pesquisa para levantar a situação da empresa e de como estão sendo
feitos os controlos, realizou-se uma visita em toda a entidade, junto ao gerente administrativo.
Cada cargo em específico da organização apresenta algumas ferramentas e controles existentes
para a execução do trabalho. Com base nisso, foram auditados os seguintes departamentos:
Logística; Faturamento/Balança; Supervisor de Produção; Departamento Financeiro;
Para descrever os processos de auditoria interna, identificando a sua importância, seus objectivos
e a regularização dos problemas identificados na empresa, foram analisados os seguintes tópicos
abaixo de acordo com os objectivos descritos:

4.3.1 Caixa

Procedimento realizado da seguinte forma:


 Composição física;
 Verificação da política utilizada para o controle de caixa;
 Documentação comprobatória dos pagamentos;
 Formas de contabilização dos fatos ocorridos;

4.3.2 Bancos

Procedimento realizado da seguinte forma:


 Verificação do saldo contabilísticos com os extractos;
 Conferência das origens das transacções bancárias ocorrida;
 Periodicidade das conciliações bancárias;

24
4.3.3 Stocks

Dado o facto de ser considerado stock, todos os bens adquiridos e/ou produzidos, a empresa
apresenta tanto produtos de sua industrialização, como os adquiridos para revenda, a auditoria nos
stocks consistirá em:
 Qual o procedimento adoptado para a aquisição dos produtos, tanto para revenda como para
a matéria-prima;
 Contagem física de alguns itens dos stocks. Caracterizará essa contagem por amostragem
de itens e conferência entre as planilhas de controlo com o sistema;
 · Verificação dos itens com data de validade;
 · Verificar os acessos no sistema do colaborador responsável pela contagem física do stock.
Que tipo de alteração ele pode fazer junto ao sistema no que se refere ao stock.

4.3.4 Clientes

A conta de clientes engloba todos os recebimentos pendentes, originados pela venda a prazo. Essas
vendas parceladas devem obedecer algumas políticas que devem ser pré-estabelecidas pela
organização, mencionadas a seguir:
 Políticas de prazo e taxas de juros aplicadas na venda, além da política de descontos;
 Formas de recebimento e emissão de comprovantes utilizados;
 Origem das duplicatas a receber;
 Certificação de recebimentos em duplicidade;
 Procedimentos utilizados em caso de devoluções;
 Verificação do período ocorrido em títulos em atraso;
 Verificação da validade dos títulos de cobrança, bem como quais os critérios adoptados
para cobrança e entrega de mercadoria.

25
4.3.5 Fornecedores

A auditoria dos fornecedores compreenderá a comprovação das contas que a empresa tem a pagar.
Ela deve obedecer alguns requisitos básicos em questão que serão analisados conforme descrição
abaixo.
 Documentos pendentes junto à empresa para realização dos pagamentos;
 Análise dos saldos contabilísticos pendentes;
 Origem das duplicatas a pagar.
 Verificar se esse documento está relacionado a algum documento fiscal;
 Verificação dos procedimentos pela compra a prazo e de juros em caso de pagamento em
atraso, bem como as formas de descontos a serem obtidas e a política do fornecedor em
caso de devolução.

4.3.6 Fiscalização

Para um bom controlo interno, as entidades necessitam também de estar submetidas a um


cronograma nos quais os colaboradores devam prestar contas a um superior. Esse procedimento
vai garantir a empresa no decorrer do seu desenvolvimento que ela trabalha dentro de uma
legislação legal.
Para isso, bastou verificar todo o controle fiscal. O objectivo é identificar a quem cabe a
responsabilidade de manter a empresa em conformidade com a legislação.

4.3.7 Sistema

Tendo em vista que a empresa trabalha com toda a contabilização informatizada, analisaram-se os
relatórios emitidos pelo sistema de informática utilizado na empresa, na execução da auditoria,
conciliaram-se os documentos físicos com as informações obtidos via sistema.

26
4.4 Resultados na pesquisa e sugestão oriundas do resultado

A conferência e a verificação de como as tarefas são realizadas, resultou na apresentação de


algumas falhas encontradas no processo e sugestão de melhorias para um melhor desenvolvimento
da empresa. Para isso, têm-se os resultados abaixo:

4.4.1 Caixa

Relativamente ao mês de Março de 2016, a Irvines Moçambique Lda., apresenta a seguinte


disposição de activos e passivos pagos e recebidos pela conta caixa da empresa. A empresa possui
uma boa administrativa e financeira.
Durante o período de conhecimento do sistema organizativo da empresa, foi confrontado com as
seguintes situações relativamente a conta caixa:
 Notas e moedas nacionais 3200.000.00;
 Moeda estrangeira adquirida, no dia anterior (USD 10.000 @ 60.00 (Cambio do dia);
 Vales de empregados a descontar no subsídio de férias e no subsídio de natal 200.000.00;
 Cheque devolvido pelo banco por falta de provisão, aguardando acordo com o cliente para
Carlota Pintos, Lda. para pagamento a prestações 1.000.000.00;
 Cheques pré – datados recebidos do cliente Gama, com vencimentos mensais de Março a
Setembro 700.000.00;
 Pagamentos efectuados de conta do sócio gerente António Ferreira aguardar pagamento
1.000.000.00;
 Senhas de combustível 1.800.000.00;
 Senhas de refeição 2.200.000.00;
 Selos de correio 200.000.00;
 Nota justificativa referente a uma diferença de caixa muito antiga (anterior ao actual
tesoureiro), rubricada por um gerente 100.000.00;
 Cheques para depósito no Banco ABC, recebidos há dois dias 8.000.000.00

27
Total resultante da contagem física 14.600.000.00

A folha de caixa evidencia um saldo de 14.650.000.00, tendo a diferença sido justificada pelo
tesoureiro como resultante de qualquer erro verificado em algum pagamento que tenha feito.

Saldo de caixa devidamente corrigido:

Ordem Descrição Valor


1 Itens à integrar na conta caixa
Notas e moedas nacionais 3200.000.00
Moeda estrangeira 1000 USD*60.00 600.000,00
Cheques para depósitos no Banco ABC 8000.000.00
Total 11.800.000,00
2 Itens à não integrar na conta caixa
Vales de empregados 2000.000.00
Cheque devolvido 1000.000.00
Cheques pré – datados 700.000.00
Pagamentos efectuados 1000.000,00
Senhas de combustível 1800.000.00
Senhas de refeição 2200.000.00

Selos de correio 200.000.00


Nota justificativa 100.000.00

Total 9.000.000.00

3 SALDO DE CAIXA (1-2) = 3 2.800.000.00

Tabela 2 - Saldo de caixa do mes de Março

28
Diário de correcção da conta caixa da empresa Irvines Moçambique, Lda. referente ao mês de
Março.

Maputo 02 de Março de 2016


1 4.5. Outros devedores
4.5.1.2. Adiantamento aos trabalhadores
2 1 a 1.1. Caixa
p/Adiantamento ao trabalhador
--------------------------------//------------------------------ 200.000.00
3 --4.1. Clientes
4.1.1. Clientes c/c
2 2 a 1.1. Caixa
p/Cheque devolvido pelo banco
-------------------------------//------------------------------- 1.000.000.00
3 --
4.1. Clientes
2 3 a 4.1.1. Clientes c/c
1.1. Caixa
p/Cheque pré-datado 700.000.00
4 ------------------------------//--------------------------------
4 --
2 a 4.5. Outros devedores
4.5.4. Devedores – Sócios, accionistas ou
proprietários 1.000.000.00
5 1.1. Caixa
p/pagamento efectuado pelo sócio
1 5 a -------------------------//-------------------------------------
-
4.9. Acréscimos e diferimentos 1.800.000.00
4.9.4. Gastos diferidos 4.700.000.00
1.1. Caixa

29
p/pagamento de combustível 4.700.000.00
5 -----------------------//--------------------------------------
a transportar…..
1 6
transporte …..
a Maputo 02 de Marco de 2016
5 4.9. Acréscimos e diferimentos 2.200.000.00
4.9.4. Gastos diferidos
1 7 1.1. Caixa
p/Senha de refeição
a --------------------------//------------------------------------
6 - 200.000.00
4.9. Acréscimos e diferimentos
2 8 4.9.4. Gastos diferidos
1.1. Caixa
p/Senha de refeição
-------------------------//------------------------------------- 100.000.00
6.8. Outros gastos e perdas operacionais 7.200.000.00
6.8.9.9. Outros
1.1. Caixa
p/Nota não justificada
---------------------//---------------------------------------
Total

Tabela 3- Diário de caixa da Irvines Moçambique, referente ao mes de Março

Todos os caixas apresentam um relatório do sistema das movimentações diárias ocorridas. Na


ordem dos pagamentos, é anexado com o documento, um comprovante de pagamento que gerou a
movimentação. Após estarem montados esses caixas, eles são todos enviados para o sector da
contabilidade que confere se realmente tem o comprovante de pagamento e se estão lançados nas
contas devidas. Após a conferência, são todos assinados pelo conferente e encaminhados

30
novamente ao financeiro, para que seja arquivado. Nessa conferência, a auditoria seleccionou
algumas datas para a verificação dos anexos. As datas escolhidas ocasionaram a identificação de
que quase na sua totalidade, os pagamentos e recebimentos, são realizados via transacções
bancárias.
 A contagem física do dinheiro no caixa da empresa e dos cheques não estava devidamente
correcta em todas as datas conferidas;
 Todos os documentos do caixa estavam com os dados da empresa (Razão Auxiliar)
devidamente preenchidos;

4.4.2 Bancos

Na análise bancária, conciliou-se duas contas correntes em datas diferentes. A conciliação foi
importante no processo de verificação para conferência dos factos ocorridos diariamente. Para isso,
obteve-se o seguinte resultado.
Na conta definida como a conta corrente XXXXX-X do banco BIM a reconciliação entre o extracto
bancário e o controle via sistema da empresa continham saldo nulo, ou seja, entre o relatório e o
documento estava correcta a reconciliação. Não se pode dizer o mesmo da conta corrente ZZZZZ-
Z do banco ABC. Entre o extracto e a razão, encontravam-se as seguintes diferenças relacionadas
abaixo.

No mês de Março a empresa Irvines Moçambique, Lda. Apresentava os seguintes registos da


empresa e do banco respectivamente:
Extracto da Empresa:
Data Descrição Debito Credito Saldo
2005
Jan. 2 Saldo inicial 250.000.00 _____ 250.000.00
6 Cheque nº 7450 ________ 100.000.00 150.000.00
15 Cobrança do saque nº 90 ________ 70.000.00 80.000.00
16 Talão de Deposito nº 901 / BCI 150.000.00 ________ 230.000.00
19 Cheque nº 7451 _______- 15.000.00 21.0005.00
22 Cheque nº 7452 _______ 5. 000.50 209.000.50
25 Transferência para BIM _______ 20.00 189.000.50
30 Transferência do BA p/ ABC 35.000.50 ______ 225.000.00

31
Tabela 4 - Extracto da empresa Irvines Moçambique Lda.

32
Extracto do Banco ABC
Data Descrição Debito Credito Saldo
2005
Jan. Saldo inicial 300.000.00 300.000.00
_________

9 Cheque nº 7449 50.000.00 250.000.00


12 Cheque nº 7450 100.000.00 150.000.00
14 Cobrança do saque nº 90 _________ 75.000.00 225.00000
15 Comissão de cobrança do saque nº 90 _________ 5.000.00 230.00000
20 Cheque nº 7451 _________ 51.000.00 281.000.00
25 Cheque nº 7452 _________ 275. 000.50
5.000.50

30 Juros de depósito 8.000.00 283.000.50


_________

Tabela 5 - Extracto do Banco ABC

Mapa de reconciliação Bancária da empresa Irvines Moçambique, Lda.


Data Operações Movimento da empresa Movimento do Banco
Débito Crédito Débito Crédito
02 Saldo Inicial 225.000.00 _______ _______ 283.000.50

15 Anulação do saque nº 90 70.000.00


Registo Correcto do Saque nº 90 75.000.00 _________

15 Registo da comissão do saque nº 90 _________ 5.000.00 _________


Anulação da comissão do saque nº 11 10.000.00

16 Anulação do talão de depósito nº 90 _________ 150.000.00 _________ _________

20 Anulação do cheque nº 7451 _________ _________ 51.000,00 _________


Registo correcto do cheque nº 7451 15.000.00

25 Registo da trans do Banco BIM _________ _________ 20.000.00 _________

30 Registo da trans do BA para o ABC _________ _________ _________ 35.000,50

30 Juros de depósitos 8.000.00 _________ _________ _________

Sub-Total 378.000.00 155.000.00 96.000.00 319.000.00

Saldo Reconciliado _________ 223.000.00 223.000.00 _________

Total 378.000.00 378.000.00 319.000.00 319.000.00


Tabela 6 - Mapa de reconciliação bancária da empresa Irvines Moçambique, Lda.

33
Os saldos contabilísticos confrontados com o extracto que apresentavam diferenças está
relacionada aos encargos de cobrança efectuados pelo banco e erros no registo das operações. Para
a certificação do saldo correcto é necessário verificar as transacções efectuadas pelo banco nas
respectivas datas e confortar com a informação existente na empresa.

4.4.3 Stocks

No trabalho pertinente a stocks, os seguintes resultados são apresentados.


 Os procedimentos adoptados para a aquisição dos produtos envolvem uma pesquisa de
preços junto ao fornecedor. Antes de qualquer fechamento de compra, são analisados todos
os orçamentos para então efectivar a compra.
 Os orçamentos são todos arquivados para melhor controlo das decisões tomadas na
empresa. A matéria-prima para revenda ocorre quando a empresa tem disponibilidade de
produtos no armazém.
 A contagem física de alguns itens do stock ocorreu após a escolha aleatória de alguns
produtos acabados. As planilhas de controlo com a quantidade de cada produto não
estavam em harmonia, ou seja, as quantidades que constam nas planilhas não condiziam
com a realidade do stock, quer dizer, na data de 01/06/16 referente ao equipamento avícola
há uma diferença entre a planilha de controlo e o stock existente no armazém.
 Todos os itens apresentavam a data de validade hábil para a comercialização dos produtos.
 Devido ao fraco sistema foi possível o colaborador responsável pelo stock alterar as
quantidades no sistema dos produtos comercializados. As baixas são feitas de acordo com
as vendas efectuadas.
 Nas datas auditadas, os relatórios não apresentaram a mesma composição dos saldos.

34
Data Item Planilha de Sistema Stock
Controlo
01/06/16 Pinto do dia Cobb; 146.000,00 146.000,00 146.000,00
01/06/16 Ração Irvines 62.000,00 62.000,00 62.000,00
01/06/16 Equipamento avícola; 564.000,00 564.000,00 554.000,00
05/06/16 Vacinas; 125.000;00 125.000;00 125.000;00
05/06/16 Vitaminas 57.000,00 57.000,00 57.000,00
05/06/16 Medicamentos 236.000,00 236.000,00 236.000,00

Tabela 7 – Resultado de Stocks

4.4.4 Clientes

Referente à auditoria em clientes, foram observados os seguintes aspectos:


 Políticas de prazo e taxas de juros aplicadas nas vendas vão depender do valor final da
compra de cada cliente; A taxa de juros cobrada em caso de atrasos é de 2% mais multa de
acordo com a documentação; Os descontos são realizados de acordo com as negociações
aprovadas pelo director ou em caso de eventuais problemas que podem aparecer após a
comercialização.
 Os comprovantes emitidos ao cliente após o pagamento das compras é o documento
autenticado junto ao banco.
 O controlo da conta cliente se faz somente via sistema. Para melhor acompanhamento das
contas a receber, o sector da logística emite semanalmente
um relatório do sistema e lança numa planilha a relação das contas a receber. É importante referir
que essa planilha é actualizada.

4.4.5 Fornecedores

Na auditoria das contas pendentes junto aos fornecedores, foram obtidas as seguintes informações.
 Foi certificado com alguns fornecedores, se o saldo pendente a receber, equivalia ao saldo a
pagar na empresa Rações Colina.

35
A verificação ocorreu em contacto via skype e telefone. Todas as solicitações realizadas
estavam em conformidade com os documentos fiscais.
 Todas as contas a pagar, pendentes a ser efectuados pela empresa apresentavam documentos
fiscais legais para a execução do pagamento;
 Observou-se no saldo dos contas a pagar que 43,15% do saldo em 31/05/2016 estavam
vencidos.
 As duplicatas a pagar, estavam todas relacionadas a uma nota fiscal, não havendo alguma
dúvida de fraude ou pagamento de possível pagamento em duplicidade.
 Os juros, de acordo com o pagamento em atraso, estão estipulados no documento. Porém, de
acordo com os analisados, os juros constatados nos documentos estão dentro das taxas de
juros e multas cobrados actualmente pelo mercado. As devoluções só ocorrem no caso de
algum defeito constado nos produtos adquiridos. Nesses casos, o fornecedor realiza a troca
desses produtos.

36
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusão

Para a empresa Ivirnes Moçambique Lda, a execução do exame foi fundamental para a
identificação de algumas falhas, fraudes e processos na execução das actividades da empresa. Com
uma análise mais minuciosa, foi possível identificar alguns processos que necessitou passar por
uma revisão. A auditoria interna tem também a função, de análise e verificação numa esfera da
organização.
Essa verificação engloba a questão orçamentária, os registos contabilísticos, operacionais,
patrimoniais e financeiros. Esses devem estar também inseridos dentro de alguns princípios, como
a legalidade, legitimidade, eficiência e eficácia.
No passado, a auditoria interna tinha como finalidade, apenas a conferência e verificação de
documentos. Hoje, ela é um complemento da contabilidade pela importância que ela atinge.
Durante todo o processo de auditoria, verificou-se também que os sócios não conseguem controlar
os grandes cargos sozinhos, assim colaboradores são contratados para auxiliarem na execução da
actividade.
Esse é mais um dos motivos para a existência do auditor. Ele existe porque o sócio não consegue
controlar sozinho todo o património. Sendo o trabalho que caracteriza ao director, colaboradores
são contratados para executá-los a fim de trazer mais certeza da realidade da empresa aos sócios.
Assim, todas as possíveis mudanças devido a algumas falhas, foram sugeridas, cabendo à empresa
aceitar ou não as mudanças.
A confirmação das melhorias sugeridas vai proporcionar a empresa benefícios para o
desenvolvimento. Embora não foram muitas as falhas encontradas, é importante para a empresa a
adesão das sugestões, uma vez que ela foi o principal foco analisado para a busca de melhorias.

37
5.2 Recomendações

Diante dos trabalhos realizados em diversas obras referentes à Auditoria Interna e controlos
internos no geral, verificou-se que a actividade de auditoria interna possui uma importância
fundamental para a obtenção de controlos internos funcionais, colaborando directamente com a
gestão administrativa e oferecendo maior segurança para a entidade, sendo de recomendar que os
Gestores Públicos tomem em consideração a importância dos sistemas de controlo internos na
gestão da “coisa” pública, pois, essa acção pode contribuir para o crescimento ordenado da
organização, evidenciando irregularidades na entidade e favorecendo uma gestão com bases
coesas.

Para a Ivirnes Moçambique Lda. recomenda-se:

 Que se criem mecanismos de fazer com que a informação financeira, possa ser identificada em
tempo útil na Sede da empresa, evitando situações de envio por correio, uma vez que a
contabilidade da Ivirnes Moçambique Lda. é centralizada;
 Que se verifique a possibilidade de se criar um outro instrumento, ligado a boas práticas de
governação corporativa, de modo a adequá-lo a outros já existentes na empresa (como é o caso
do Sistema Informático Report).
 Que os serviços de auditoria seja realizados frequentemente que a empresa busque
colaboradores bem qualificados.

38
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bibliografia básica

COSTA, Carlos Baptista da. Auditoria Financeira: Teoria e prática, Rei dos Livros, Lisboa, 7ª
edição, 2000.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Manual de Auditoria do Sistema CFC/CRCs.


Brasília. Editora DF, 2007.

CRESSEY, D.R, Other People’s Money: A Study in the Social Psychology of Embezzlement,
Glencoe: Free Press. 1953.

FRANCO, F; MARRA, E. Auditoria Contábil: Normas de Auditoria, Procedimentos e papéis de


trabalho, Programas de Auditoria, Relatórios de Auditoria. São Paulo. Editoras Altas. 3ª Edição.
2000.

GIL, A. De Loureiro. Como Evitar Fraudes, Pirataria e Conveniência. São Paulo. Editora Altas.
2ª Edição, 1999.

GIL, António Carlos. Como elaborar um projecto de pesquisa, São Paulo, Editora Atlas,
4ª.edição, 2002.

MARTINS, Gilberto de Andrade, Manual para elaboração de monografias: trabalhos


académicos, projectos de pesquisa, relatórios de pesquisa, dissertações, São Paulo, Editora Atlas,
1990.

SÁ, A. Lopes de. Fraudes Contabeis. São Paulo. Editora Ediouro, 1982.

SIGNIFICADOS. Significado de fraude, 2018. Disponível em:


<https://www.significados.com.br/fraude/>. Acesso em: 08 de Setembro de 2019.

39
SILVA, Moacir Marques da, Curso de auditoria governamental: de acordo com as normas
internacionais de auditoria pública aprovadas pela INTOSAI. São Paulo. Editoras Atlas, 2009.

TURVEY, Brent E. Occupation Fraud. In Forensic Fraud: Evaluating Law Enforcement and
Forensic Science Cultures in the Context of Examiner Misconduct. Consultada. 17 Outubro.
2019]. Disponível: https://books.google.pt/books?id=b6gzR06lsr0C&pg=PA88&dq=fraud+dia

WOLFE, David T.; HERMANSON, Dana R. – The fraud diamond: Considering the four
elements of fraud. s/l. The CPA Journal. 2004.

Bibliografia Complementar

Manual dos procedimentos financeiros. 2011 da Empresa Ivirnes Moçambique, Lda.


Relatório e Contas de 2017 da Ivirnes Moçambique, Lda.

Legislação

Decreto nº 70/2009, de 22 de Dezembro, aprova o sistema de contabilidade para o sector


empresarial.
Boletim nº 30. Série III, publicado a 16 de Abril de 2013- Criação da Empresa Irvines
Moçambique, Lda.

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