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Declaro, por minha honra, que o trabalho que submeto ao Instituto Industrial e Comercial da
Matola, em cumprimento dos requisitos para a obtenção do grau de Técnico Médio, nunca foi
apresentado para a obtenção de qualquer outro grau académico e que constitui resultado da minha
investigação pessoal e independente, tendo indicado no texto e na bibliografia as fontes que usei.
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Dedico este trabalho aos meus pais, Vicente Bernardo e Julieta José Pene, pela oportunidade que
me deram de poder estudar e à minha irmã Sílvia Celeste Siniquinha pelo apoio e carinho prestado.
Agradecimentos
Agradeço a Deus, Guia Celestial pela vida e luz dos meus projectos.
Agradeço, igualmente. aos professores: Lúcia Macovela, Abiezer Mate, Sérgio Massicane, Hilário
Chilunga e a todos quantos de uma forma directa ou indirecta ajudaram na minha formação nesta
instituição de ensino.
Aos meus amigos e colegas do IICM, Lutero Machole, Faustino David, Lourino Zandamela,
Matilde Savela, que de alguma forma apoiaram nos estudos.
Por fim, agradeço a todos os meus amigos e conhecidos pelo apoio emocional, em especial a
Gerson Geraldo Chemane.
Resumo
O presente trabalho surge no âmbito do cumprimento duma das exigências desta instituição com
vista à obtenção do grau de Técnico Médio em Contabilidade e Auditoria e está dividido em três
partes, designadamente:
Primeira parte, que comporta a introdução, na qual estão apresentados os principais objectivos que
norteiam este trabalho, a descrição sumária das fases da pesquisa, a metodologia do trabalho
adoptada.
Segunda parte, que integra a revisão da literatura na qual estão descritas as principais actividades
teórico-práticas da contabilidade e auditoria realizadas nas organizações, bem como o perfil do
auditor, a importância da auditoria para as empresas, as causas e consequências, as formas de
prevenção e combate das fraudes; o estudo de caso, onde constam as diferentes fases da pesquisa
realizada na Irvines Moçambique Lda., os principais problemas e dificuldades sectoriais
enfrentados pelos gestores e colaboradores desta empresa.
Terceira e última parte, composta pela conclusão, na qual estão apresentadas: a síntese do trabalho
de campo, as recomendações, as propostas para solucionar os problemas da empresa e a
bibliografia consultada.
Espero que este trabalho seja um contributo valioso para a melhoria da qualidade dos serviços de
gestão prestados nas empresas.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 2
1.1 Contextualização ....................................................................................................... 2
1.2 Problema de estudo ................................................................................................... 3
1.3 Hipótese .................................................................................................................... 3
1.4 Pertinência e justificativa do tema ............................................................................ 3
1.5 Objectivos ................................................................................................................. 4
1.5.1 Objectivo Geral ..................................................................................................... 4
1.5.2 Objectivos Específicos .......................................................................................... 4
1.6 Metodologia .............................................................................................................. 5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 6
2.1 Conceito de Auditoria ............................................................................................... 6
2.2 Objectivos da Auditoria ............................................................................................ 6
2.3 Tipos de auditoria ..................................................................................................... 6
2.3.1 Auditoria Interna ................................................................................................... 6
2.3.2 Auditoria Externa .................................................................................................. 7
2.4 Procedimentos da Auditoria ...................................................................................... 7
2.5 Controlo Interno ........................................................................................................ 7
3 FRAUDES ........................................................................................................................ 9
3.1 Origem do termo fraude ............................................................................................ 9
3.2 Conceito de Fraude ................................................................................................... 9
3.3 Componentes da Fraude .......................................................................................... 10
3.4 Motivações dos agentes fraudadores ...................................................................... 12
3.5 Tipos de Fraudes ..................................................................................................... 13
3.5.1 Fraude Contabilística........................................................................................... 13
3.5.2 Fraude Operacional ............................................................................................. 13
3.5.3 Fraude Fiscal ....................................................................................................... 14
3.5.4 Fraude Financeira ................................................................................................ 14
3.6 Importância da audidoria na preservação das fraudes ............................................ 15
3.7 Causas das fraudes .................................................................................................. 16
3.7.1 Triangulo da fraude ............................................................................................. 17
3.7.2 Diamante da fraude ............................................................................................. 19
3.7.3 Forma de prevenção das fraudes ......................................................................... 20
3.8 Formas de combate às fraudes ................................................................................ 22
4 ESTUDO DE CASO ...................................................................................................... 23
4.1 Breve historial da empresa ...................................................................................... 23
4.2 Objectivo e Actividade ........................................................................................... 23
4.3 Processo de execução orçamental na Irvines Moçambique Lda. ............................ 24
4.3.1 Caixa.................................................................................................................... 24
4.3.2 Bancos ................................................................................................................. 24
4.3.3 Stocks .................................................................................................................. 25
4.3.4 Clientes ................................................................................................................ 25
4.3.5 Fornecedores ....................................................................................................... 26
4.3.6 Fiscalização ......................................................................................................... 26
4.3.7 Sistema ................................................................................................................ 26
4.4 Resultados na pesquisa e sugestão oriundas do resultado ...................................... 27
4.4.1 Caixa.................................................................................................................... 27
4.4.2 Bancos ................................................................................................................. 31
4.4.3 Stocks .................................................................................................................. 34
4.4.4 Clientes ................................................................................................................ 35
4.4.5 Fornecedores ....................................................................................................... 35
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 37
5.1 Conclusão................................................................................................................ 37
5.2 Recomendações....................................................................................................... 38
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 39
Índice de Tabelas
Índice de Figuras
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
Um bom estudo e conhecimento das auditorias interna e externa, é uma ferramenta indispensável
para o combate de erros e fraudes na empresa. O relatório de uma auditoria auxilia a empresa na
melhoria do seu desempenho para a obtenção de melhores resultados e minimizar desperdícios.
Com base nos estudos realizados em diversas organizações nacionais e internacionais, constatou-
se que uma parte de colaboradores das empresas, não está focada nos objectivos da empresa. Estes
podem cometer crimes financeiros, fazendo com que as informações divulgadas sejam distorcidas,
demonstrando uma situação que seja favorável ao seu interesse e, consequentemente, originando
as fraudes.
2
1.2 Problema de estudo
1.3 Hipóteses
Constituem hipóteses do trabalho:
O que motivou a pesquisa deste tema é o elevado índice de fraudes que ocorrem em diversas
empresas e organizações. Nas empresas públicas, as fraudes originadas por roubos contribuem
para o atraso no desenvolvimento económico do país. Nas empresas privadas, a fraude de grande
dimensão pode levar ao encerramento das suas actividades ou a endividar-se caso, pretenda
continuar operando no mercado.
3
1.5 Objectivos
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1.6 Metodologia
A escolha do delineamento deve considerar o pressuposto que orienta a pesquisa. Neste estudo,
definiu-se o seguinte pressuposto: A função da Auditoria no Combate à Fraudes nas Organizações
e vai cingir-se na descrição da importância da Auditoria para as Organizações públicas e privadas
com o intuito de apresentar possíveis soluções, visando eliminar ou minimizar os efeitos
resultantes da problemática hoje existente. Relacionar a ênfase dada ao aspecto legal e formal da
gestão e da avaliação da acção dos gestores e colaboradores públicos e privados.
Assim, a pesquisa poderá ser enquadrada na tipologia descritiva que, de acordo com Gil (2002,
p.45), tem como objectivo primordial a descrição das características de determinada população ou
fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
No que concerne aos procedimentos, refere-se a uma pesquisa bibliográfica que, segundo Martins
(1990, P.23), é a que se efectua para se resolver problema ou adquirir conhecimentos a partir de
consultas a livros, artigos, jornais, entre outros.
Tem como objectivo recolher, seleccionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas já
existentes sobre determinado assunto.
Assim, uma vez que o estudo consistiu na colecta, selecção, análise e interpretação da literatura
pertinente ao assunto, composta de livros, manuais, teses, dissertações, artigos científicos, sites
especializados de internet e mais, a pesquisa é de carácter bibliográfico. A mesma irá
circunscrever-se no esclarecimento sob ponto de vista teórico dos conceitos de sistemas de
controlo interno aliados a sua importância na gestão pública, uma vez que defendem o património
público, assegurando o cumprimento dos procedimentos previstos para prevenir, detectar e corrigir
fraudes.
5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Audibra (1991, p. 33) & (Pinho, 2007, p. 3), auditoria é uma actividade de avaliação
independente e de assessoria da administração, voltada para o exame de avaliação da adequação,
eficiente e eficaz dos sistemas de controlo, bem como da qualidade do desempenho das áreas em
relação às atribuições e aos planos, metas, objectivos e políticas definidos para a mesma.
Para José Evaristo dos Santos (2002, p. 31), “Auditoria é um processo sistemático de obtenção e
avaliação objectivas de evidências sobre afirmações a respeito de acções e eventos económicos,
para aquisição do grau de correspondência entre as afinações e critérios estabelecidos, e de
comunicação dos resultados a usuários interessados.”
A auditoria interna é uma área que foi criada para conferir e diagnosticar a execução dos trabalhos
realizados aos cuidados da administração, sendo exercida como um órgão da empresa, que
examinará e avaliará suas actividades, como um serviço a essa mesma organização. (SILVA, 2009,
p.16).
6
2.3.2 Auditoria Externa
Para realizar a auditoria interna ou externa são utilizados os mesmos procedimentos contabilísticos
da auditoria. Segundo Pinho (2007, p.39) a auditoria interna se difere da externa nos seguintes
pontos:
Assessora a administração de entidade;
Promove aperfeiçoamento dos controles internos;
A divisão de trabalho se dá por áreas operacionais ou por produtos;
A periodicidade dos exames é contínua.
7
De acordo com Franco e Marra, (2000, p. 267), todos os instrumentos da organização destinados
à vigilância, fiscalização e verificação administrativa permitem prever, observar, dirigir ou
gerir os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzem reflexos em seu
património.
Com um controle interno bem executado a ocorrência de fraudes e erros é menor, auxilia no
trabalho de auditoria, com o objectivo de impedir, erros e irregularidades nas contas, dando maior
segurança ao auditor.
8
3 FRAUDES
Segundo Lopes de Sá (1982, p. 15), o termo fraude tem origem latina: “fraus”, e foi usado no seu
sentido próprio, para significar “dano feito a alguém” (assim o usou Tito Lívio em sua “Historia
de Roma”). Em sentido indeterminado o termo teve o significado de “crime, defeito” (como
aplicou Cicero).
As fraudes são comuns a qualquer tipo e tamanho de organização. Os fraudadores têm aprimorado
suas estratégias cada vez mais a fim de combater o controlo que encontram. Desde apropriações
indevidas de activos aos estruturados cybercrimes, os gestores de risco e
compliance officers têm se desdobrado para buscar novas soluções para esse antigo problema. De
outro lado, as empresas reagem constantemente aos ilícitos, criando um perpetuum mobile dos
riscos de fraude.
9
a) Erros aritméticos na escrituração contabilística ou nas demonstrações contabilísticas;
b) Aplicação incorrecta das normas contabilísticas; e
c) Interpretação errada das variações patrimoniais.
Segundo Perez Junior et al. (2011, p. 32), Fraude é o acto intencional de omissão ou manipulação
de transacções, adulteração de documentos, registos e demonstrações contabilísticas. Enquanto
que Erro é o acto não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos
na elaboração de registos e demonstrações contabilísticas.
De acordo com Perez Junior et al. (2011) os auditores ao analisar as empresas a serem auditadas
devem atentar para alguns indícios de fraude, como:
Empresas em declínio;
Um número muito grande de transacções entre partes relacionadas;
Caixa com saldo devedor;
Declínio do mercado onde a empresa actua;
Alta rotatividade de pessoal, principalmente na área financeira e contabilística;
Responsável pelo departamento financeiro e contabilístico com férias atrasadas;
Empresa em vias de descontinuidade; e
Perda de licença para financiamento.
A fraude é um acto de decepção para ganhar vantagens ou propriedades de outro e que possuem
componentes que favorecem a sua ocorrência, entre estes poderiamos considerar com principais,
os seguintes:
a) Motivo – Deve haver um motivo para a fraude. Pode ser que o empregado esteja insatifeito
ou em dificuldades financeiras. Uma boa Administracao de Recursos Humanos deve
procurar manter empregados satisfeitos diminuindo pelo menos os motivos não financeiros
que provoquem a fraude.
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b) Atração – O ganho ou vantagem afiançada tem que ter uma atração para o perpetrador.
A atração pode se dar pelo dinheiro, por mercadorias ou simplesmente pela possibilidade
de encobrimento que a fraude proporciona .
c) Oportunidade – deve haver oportunidade adequada. Alguém pode desejar fraudar uma
organizacao e saber qual será exactamente o ganho. Contudo, se não tiver uma
oportunidade, a fraude nunca pode acontecer. A oportunidade tem uma relação directa com
a fragilidade ou inadequação de medidas preventivas e directivas que não forem suficientes
para cobrir os actos fraudulentos.
d) Meio – Esse elemento se refere às habilidades técnicas e outras do perpetrador. Não adianta
ter um motivo e uma atração se não tiver capacidade de perceber as fragilidades ou
inequações dos controles internos como meio para detectar a oportunidade de praticar a
fraude.
Diante dos principais componentes que favorecem a fraude pode-se elaborar uma equação que dá
origem à fraude. Essa equação tera a seguinte formação:
Motivo
+ Atracão + Oportunidade
+ Meio
=
Fraude
Componente Descrição
Motivo Pagando altas quantias de pensão
Atração Dinheiro, mercadorias
Oportunidade Habilidades Técnicas e outras presentes
Meio Falta de controlo, possibilidade de encobrimento
Tabela 1 - Exemplo simples da equação da fraude
11
Gil (1999, p. 19), coloca uma visão pouco diferente, considerando que, três vertentes devem ser
consideradas quanto à movimentação de agentes fraudadores:
12
3.5 Tipos de Fraudes
As fraudes podem ser comentidas contra empresas, por diversos intervinientes tais como:
funcionarios da própria empresa ou por terceiros. Entre os vários tipos de fraudes destacam-se os
seguintes:
Manipulação de dados e informações nos documentos e relatórios de controles internos das áreas
administrativa, compras, vendas e produção com o objetivo de esconder os desvios de recursos e
erros de conduta.
13
a) Pirataria – para Gil (1999, p. 31) é a fraude com prejuízo intencional para a organização
quanto à disseminação de processos e de produtos, concretizada por profissionais internos ou
externos às entidades, junto ao mercado e, particularmente para a concorrência.
Segundo Gil (1999, p. 16), Pirataria é a modalidade de fraude de maior impacto nos negócios
organizacionais do século XXI, em face da preocupação e cuidado das entidades em tornar ou
transformar em software suas ideias, avanços e descobertas, como foram de maior facilidade de
protecção ao direito autoral das tecnologias decisivas a sua sobrevivência.
14
Estelionato (com participação de falsários), fraude a seguros, cupons de dividendos de acções em
custódia, aluguer de contas bancárias, aluguer de cartões de planos de saúde, negociação de taxas
de juros, títulos de clientes em condição desfavorável para a empresa.
Objectivos: Desvio direto de recursos financeiros.
Para Cassarro (1997, p. 21), a auditoria teve, tem e sempre terá uma razão básica para a sua
existência: a não - lealdade, não - contabilidade dos seres humanos. Para este autor, se todos
fôssemos leais e confiáveis, não existiriam fraudes, roubos, acções dolosas, não haveria
necessidade de controlos sobre as atitudes e o comportamento das pessoas.
15
A protecção que a auditoria oferece à riqueza património, evidencia a importância dessa
especialidade no campo da contabilidade.
Falta de documentos;
16
As fraudes nas organizações são causadas por diversas situações. É fundamental conhecer as
circunstâncias que podem motivar os indivíduos a cometerem fraude.
Segundo Cressey (1953), quem comete uma fraude possui em simultâneo o seguinte: pressão,
oportunidade e racionalização. Os determinantes referidos, justificam assim a motivação para os
incidentes de fraude.
Figura 33-Triangulo
Triângulodadafraude
Fraude
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Atendendo a Albrecht, W. Steve et al (2009) e Biegelman e Bartow (2006), as razões que levam à
ocorrência de fraude são as seguintes:
Pressão ou incentivo
É o motivo pelo qual as pessoas cometem fraudes. A prática de actos fraudulentos pode ter origem
em diversos motivos: pressões financeiras; outras pressões. De todos os tipos de pressões
identificadas, a pressão financeira é o tipo que mais contribui para a maior ocorrência de fraudes.
Oportunidade
É a circunstância que permite a ocorrência da fraude. De acordo com Albrecht et al. (2009).
Verificaram-se através da revisão de literatura, a existência de seis factores que podem justificar a
oportunidade para a prática da fraude:
Falhas nos controlos internos;
Incapacidade de avaliar a qualidade de desempenho;
Falha na punição dos fraudadores;
Falhas no acesso a informações;
Ignorância, apatia e incapacidade;
Inexistência ou reduzidas provas de auditoria podem desencadear oportunidades à prática
de fraudes.
Racionalização
18
àquele indivíduo que bate a carteira de alguém durante uma viagem de metrô e é ele o primeiro a
gritar "pega ladrão".
O modelo referente ao Diamante de Fraude foi desenvolvido por Wolfe e Hermanson (2004). O
referido modelo surge como um complemento ao Triângulo de Fraude, uma vez que aos três
elementos anteriormente explicitados (pressão, oportunidade e racionalização), foi acrescentado
um quarto elemento. Com base na figura que se segue, verificamos que se trata do elemento
capacidade:
Assim o fraudador é visto como um indivíduo que possui capacidade para reconhecer uma
oportunidade e aproveitá-la.
De acordo com o estudo de Turvey (2013) a capacidade dos fraudadores inclui, as características
pessoais e as habilidades necessárias ao reconhecimento da oportunidade e à prática da fraude.
Assim como explicitam Wolfe e Hermanson (2004) e Turvey (2013), existem seis características
que devem estar presentes para existir fraude:
Cargo ou função (o cargo ou função exercidos numa organização podem proporcionar a
capacidade de criar ou desenvolver oportunidades de fraude, não disponíveis para outros);
Inteligência e criatividade (o fraudador deve ser inteligente e criativo o suficiente para
aproveitar as fraquezas no controlo interno e daí obter vantagens);
“Ego” (o fraudador deve ter um ego forte e uma grande confiança de que a fraude não será
detectada);
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Coerção (o fraudador deve ter capacidade para coagir os outros à prática e/ou ocultação
da fraude);
Engano (o fraudador deve ter capacidade para mentir , ser eficaz e coerente para manter o
controlo das mentiras);
Stress (o fraudador deve ser capaz de controlar o stress causado pela prática e ocultação
de fraude).
Também é referido no estudo de Wolfe e Hermanson (2004), que os auditores devem ter em
consideração os traços de personalidade e habilidades dos gestores e outros responsáveis na
avaliação do risco de fraude, para detectar ou evitar a sua ocorrência.
Existem diversas formas de prevenção das fraudes. A forma mais adequada de limitar as perdas
de fraude é evitar sua ocorrência. Esta lista de verificação é projetada para ajudar as empresas a
testar a eficácia das suas medidas de prevenção de fraudes. São medidas de prevenção de fraudes
as seguintes:
a) Fornecimento de treinamento antifraude de forma continua a todos os funcionários:
Os funcionários compreenderem o que constitui fraude;
Os custos de fraude para a empresa - incluindo lucros cessantes, publicidade adversa, perda
de emprego e diminuição da produtividade e moral;
Dar a conhecer que os funcionários podem recorrer a empresa para aconselhamento quando
confrontados com decisões éticas incertas, e proporcionar segurança de modo a
acreditarem que eles podem falar livremente;
20
Dar segurança que os empregados podem informar actividade suspeita anonimamente
e/ou confidencialmente e sem medo de represálias;
Existência de relatórios de políticas e mecanismos que se estendem para fornecedores,
clientes e outras partes externas;
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i) Política de portas abertas que permite aos funcionários falar livremente sobre as pressões,
fornecendo gerenciamento a oportunidade de aliviar tais pressões antes que se tornem
agudas:
j) Realização de inqueritos anónimos para avaliar o moral dos funcionários.
Criar inibição;
Diminuir a tentação;
Aumentar a conscientização;
Políticas e procedimentos bem elaborados;
Comprometimento - criar comprometimento na empresa, mas, ao mesmo tempo, criar um
impacto sobre os maus atos (bônus anual, benefícios);
Coação efetiva – incluindo auditoria e procedimentos de controle – um sistema de alerta;
Estabelecer uma política clara em relação a assuntos relacionados à integridade (tolerância
zero é altamente recomendada);
Criar normas (como código de ética, código de conduta, etc.);
Pré-seleção de candidatos (Background Checks);
Filtragem periódica de funcionários;
Conduzir inventários físicos com freqüência;
Separar funções contabilisticas (Segregação de funções);
Controlar pessoal que assina cheques;
Controlar o caixa pequeno;
Controlar os cartões de crédito da empresa;
Documentar todos os relatórios de despesas;
22
4 ESTUDO DE CASO
23
4.3 Processo de execução orçamental na Irvines Moçambique Lda.
A empresa, foi submetida à auditoria interna entre o período de 01/05/2017 a 31/05/2017. Visando
aplicar um instrumento de pesquisa para levantar a situação da empresa e de como estão sendo
feitos os controlos, realizou-se uma visita em toda a entidade, junto ao gerente administrativo.
Cada cargo em específico da organização apresenta algumas ferramentas e controles existentes
para a execução do trabalho. Com base nisso, foram auditados os seguintes departamentos:
Logística; Faturamento/Balança; Supervisor de Produção; Departamento Financeiro;
Para descrever os processos de auditoria interna, identificando a sua importância, seus objectivos
e a regularização dos problemas identificados na empresa, foram analisados os seguintes tópicos
abaixo de acordo com os objectivos descritos:
4.3.1 Caixa
4.3.2 Bancos
24
4.3.3 Stocks
Dado o facto de ser considerado stock, todos os bens adquiridos e/ou produzidos, a empresa
apresenta tanto produtos de sua industrialização, como os adquiridos para revenda, a auditoria nos
stocks consistirá em:
Qual o procedimento adoptado para a aquisição dos produtos, tanto para revenda como para
a matéria-prima;
Contagem física de alguns itens dos stocks. Caracterizará essa contagem por amostragem
de itens e conferência entre as planilhas de controlo com o sistema;
· Verificação dos itens com data de validade;
· Verificar os acessos no sistema do colaborador responsável pela contagem física do stock.
Que tipo de alteração ele pode fazer junto ao sistema no que se refere ao stock.
4.3.4 Clientes
A conta de clientes engloba todos os recebimentos pendentes, originados pela venda a prazo. Essas
vendas parceladas devem obedecer algumas políticas que devem ser pré-estabelecidas pela
organização, mencionadas a seguir:
Políticas de prazo e taxas de juros aplicadas na venda, além da política de descontos;
Formas de recebimento e emissão de comprovantes utilizados;
Origem das duplicatas a receber;
Certificação de recebimentos em duplicidade;
Procedimentos utilizados em caso de devoluções;
Verificação do período ocorrido em títulos em atraso;
Verificação da validade dos títulos de cobrança, bem como quais os critérios adoptados
para cobrança e entrega de mercadoria.
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4.3.5 Fornecedores
A auditoria dos fornecedores compreenderá a comprovação das contas que a empresa tem a pagar.
Ela deve obedecer alguns requisitos básicos em questão que serão analisados conforme descrição
abaixo.
Documentos pendentes junto à empresa para realização dos pagamentos;
Análise dos saldos contabilísticos pendentes;
Origem das duplicatas a pagar.
Verificar se esse documento está relacionado a algum documento fiscal;
Verificação dos procedimentos pela compra a prazo e de juros em caso de pagamento em
atraso, bem como as formas de descontos a serem obtidas e a política do fornecedor em
caso de devolução.
4.3.6 Fiscalização
4.3.7 Sistema
Tendo em vista que a empresa trabalha com toda a contabilização informatizada, analisaram-se os
relatórios emitidos pelo sistema de informática utilizado na empresa, na execução da auditoria,
conciliaram-se os documentos físicos com as informações obtidos via sistema.
26
4.4 Resultados na pesquisa e sugestão oriundas do resultado
4.4.1 Caixa
27
Total resultante da contagem física 14.600.000.00
A folha de caixa evidencia um saldo de 14.650.000.00, tendo a diferença sido justificada pelo
tesoureiro como resultante de qualquer erro verificado em algum pagamento que tenha feito.
Total 9.000.000.00
28
Diário de correcção da conta caixa da empresa Irvines Moçambique, Lda. referente ao mês de
Março.
29
p/pagamento de combustível 4.700.000.00
5 -----------------------//--------------------------------------
a transportar…..
1 6
transporte …..
a Maputo 02 de Marco de 2016
5 4.9. Acréscimos e diferimentos 2.200.000.00
4.9.4. Gastos diferidos
1 7 1.1. Caixa
p/Senha de refeição
a --------------------------//------------------------------------
6 - 200.000.00
4.9. Acréscimos e diferimentos
2 8 4.9.4. Gastos diferidos
1.1. Caixa
p/Senha de refeição
-------------------------//------------------------------------- 100.000.00
6.8. Outros gastos e perdas operacionais 7.200.000.00
6.8.9.9. Outros
1.1. Caixa
p/Nota não justificada
---------------------//---------------------------------------
Total
30
novamente ao financeiro, para que seja arquivado. Nessa conferência, a auditoria seleccionou
algumas datas para a verificação dos anexos. As datas escolhidas ocasionaram a identificação de
que quase na sua totalidade, os pagamentos e recebimentos, são realizados via transacções
bancárias.
A contagem física do dinheiro no caixa da empresa e dos cheques não estava devidamente
correcta em todas as datas conferidas;
Todos os documentos do caixa estavam com os dados da empresa (Razão Auxiliar)
devidamente preenchidos;
4.4.2 Bancos
Na análise bancária, conciliou-se duas contas correntes em datas diferentes. A conciliação foi
importante no processo de verificação para conferência dos factos ocorridos diariamente. Para isso,
obteve-se o seguinte resultado.
Na conta definida como a conta corrente XXXXX-X do banco BIM a reconciliação entre o extracto
bancário e o controle via sistema da empresa continham saldo nulo, ou seja, entre o relatório e o
documento estava correcta a reconciliação. Não se pode dizer o mesmo da conta corrente ZZZZZ-
Z do banco ABC. Entre o extracto e a razão, encontravam-se as seguintes diferenças relacionadas
abaixo.
31
Tabela 4 - Extracto da empresa Irvines Moçambique Lda.
32
Extracto do Banco ABC
Data Descrição Debito Credito Saldo
2005
Jan. Saldo inicial 300.000.00 300.000.00
_________
33
Os saldos contabilísticos confrontados com o extracto que apresentavam diferenças está
relacionada aos encargos de cobrança efectuados pelo banco e erros no registo das operações. Para
a certificação do saldo correcto é necessário verificar as transacções efectuadas pelo banco nas
respectivas datas e confortar com a informação existente na empresa.
4.4.3 Stocks
34
Data Item Planilha de Sistema Stock
Controlo
01/06/16 Pinto do dia Cobb; 146.000,00 146.000,00 146.000,00
01/06/16 Ração Irvines 62.000,00 62.000,00 62.000,00
01/06/16 Equipamento avícola; 564.000,00 564.000,00 554.000,00
05/06/16 Vacinas; 125.000;00 125.000;00 125.000;00
05/06/16 Vitaminas 57.000,00 57.000,00 57.000,00
05/06/16 Medicamentos 236.000,00 236.000,00 236.000,00
4.4.4 Clientes
4.4.5 Fornecedores
Na auditoria das contas pendentes junto aos fornecedores, foram obtidas as seguintes informações.
Foi certificado com alguns fornecedores, se o saldo pendente a receber, equivalia ao saldo a
pagar na empresa Rações Colina.
35
A verificação ocorreu em contacto via skype e telefone. Todas as solicitações realizadas
estavam em conformidade com os documentos fiscais.
Todas as contas a pagar, pendentes a ser efectuados pela empresa apresentavam documentos
fiscais legais para a execução do pagamento;
Observou-se no saldo dos contas a pagar que 43,15% do saldo em 31/05/2016 estavam
vencidos.
As duplicatas a pagar, estavam todas relacionadas a uma nota fiscal, não havendo alguma
dúvida de fraude ou pagamento de possível pagamento em duplicidade.
Os juros, de acordo com o pagamento em atraso, estão estipulados no documento. Porém, de
acordo com os analisados, os juros constatados nos documentos estão dentro das taxas de
juros e multas cobrados actualmente pelo mercado. As devoluções só ocorrem no caso de
algum defeito constado nos produtos adquiridos. Nesses casos, o fornecedor realiza a troca
desses produtos.
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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusão
Para a empresa Ivirnes Moçambique Lda, a execução do exame foi fundamental para a
identificação de algumas falhas, fraudes e processos na execução das actividades da empresa. Com
uma análise mais minuciosa, foi possível identificar alguns processos que necessitou passar por
uma revisão. A auditoria interna tem também a função, de análise e verificação numa esfera da
organização.
Essa verificação engloba a questão orçamentária, os registos contabilísticos, operacionais,
patrimoniais e financeiros. Esses devem estar também inseridos dentro de alguns princípios, como
a legalidade, legitimidade, eficiência e eficácia.
No passado, a auditoria interna tinha como finalidade, apenas a conferência e verificação de
documentos. Hoje, ela é um complemento da contabilidade pela importância que ela atinge.
Durante todo o processo de auditoria, verificou-se também que os sócios não conseguem controlar
os grandes cargos sozinhos, assim colaboradores são contratados para auxiliarem na execução da
actividade.
Esse é mais um dos motivos para a existência do auditor. Ele existe porque o sócio não consegue
controlar sozinho todo o património. Sendo o trabalho que caracteriza ao director, colaboradores
são contratados para executá-los a fim de trazer mais certeza da realidade da empresa aos sócios.
Assim, todas as possíveis mudanças devido a algumas falhas, foram sugeridas, cabendo à empresa
aceitar ou não as mudanças.
A confirmação das melhorias sugeridas vai proporcionar a empresa benefícios para o
desenvolvimento. Embora não foram muitas as falhas encontradas, é importante para a empresa a
adesão das sugestões, uma vez que ela foi o principal foco analisado para a busca de melhorias.
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5.2 Recomendações
Diante dos trabalhos realizados em diversas obras referentes à Auditoria Interna e controlos
internos no geral, verificou-se que a actividade de auditoria interna possui uma importância
fundamental para a obtenção de controlos internos funcionais, colaborando directamente com a
gestão administrativa e oferecendo maior segurança para a entidade, sendo de recomendar que os
Gestores Públicos tomem em consideração a importância dos sistemas de controlo internos na
gestão da “coisa” pública, pois, essa acção pode contribuir para o crescimento ordenado da
organização, evidenciando irregularidades na entidade e favorecendo uma gestão com bases
coesas.
Que se criem mecanismos de fazer com que a informação financeira, possa ser identificada em
tempo útil na Sede da empresa, evitando situações de envio por correio, uma vez que a
contabilidade da Ivirnes Moçambique Lda. é centralizada;
Que se verifique a possibilidade de se criar um outro instrumento, ligado a boas práticas de
governação corporativa, de modo a adequá-lo a outros já existentes na empresa (como é o caso
do Sistema Informático Report).
Que os serviços de auditoria seja realizados frequentemente que a empresa busque
colaboradores bem qualificados.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bibliografia básica
COSTA, Carlos Baptista da. Auditoria Financeira: Teoria e prática, Rei dos Livros, Lisboa, 7ª
edição, 2000.
CRESSEY, D.R, Other People’s Money: A Study in the Social Psychology of Embezzlement,
Glencoe: Free Press. 1953.
GIL, A. De Loureiro. Como Evitar Fraudes, Pirataria e Conveniência. São Paulo. Editora Altas.
2ª Edição, 1999.
GIL, António Carlos. Como elaborar um projecto de pesquisa, São Paulo, Editora Atlas,
4ª.edição, 2002.
SÁ, A. Lopes de. Fraudes Contabeis. São Paulo. Editora Ediouro, 1982.
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SILVA, Moacir Marques da, Curso de auditoria governamental: de acordo com as normas
internacionais de auditoria pública aprovadas pela INTOSAI. São Paulo. Editoras Atlas, 2009.
TURVEY, Brent E. Occupation Fraud. In Forensic Fraud: Evaluating Law Enforcement and
Forensic Science Cultures in the Context of Examiner Misconduct. Consultada. 17 Outubro.
2019]. Disponível: https://books.google.pt/books?id=b6gzR06lsr0C&pg=PA88&dq=fraud+dia
WOLFE, David T.; HERMANSON, Dana R. – The fraud diamond: Considering the four
elements of fraud. s/l. The CPA Journal. 2004.
Bibliografia Complementar
Legislação
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