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A PRIVAÇÃO DO BRINCAR NA INFÂNCIA: UMA ANÁLISE A

PARTIR DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO.


Ana Claudia Ferreira Vieira
Claudia Otília da Silva
Daniela Faustino dos Santos
Eduarda Laureano Dantas
Instituição: FACULDADE METROPOLITANA
e-mail:aninha22teacher@gmail.com
e-mail:claudiaotilia70@gmail.com
e-mail:daniela.dafyne09@hotmail.com
e-mail:eduardadantas684@gmail.com
Orientadora1: Lucineide Inez da Silva Campos
Instituição: FACULDADE METROPOLITANA
e-mail:prof.inezcampos@gmail.com
Resumo
O presente trabalho objetivo de modo geral analisar os impactos da privação do
brincar na vida e educação das crianças a partir da opinião de profissionais da educação
e de forma específica busca identificar os principais elementos cognitivos desenvolvidos
através da ação do brincar, verificar a importância da brincadeira no processo de
aprendizagem e refletir sobre o espaço da brincadeira no planejamento dos professores.
A pesquisa é de natureza qualitativa, do tipo exploratória, no qual o instrumento de
coleta de dados utilizado foi entrevisto semiestruturada aplicada com 8 profissionais de
Educação atuantes no município de Jaboatão dos Guararapes. Conclui-se que as
entrevistadas reconhecem o brincar como uma ação importante na vida das crianças e
que A possibilidade dessa ação de forma livre influencia positivamente no

1
Autoras: Ana Claudia Ferreira da silva, Claudia Otilia da Silva, Daniela Faustino dos Santos e Eduarda
Laureano Dantas, graduandas do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Metropolitana da
Grande Recife.
2
Orientadora: Lucineide Inez da Silva Campos é professora da Faculdade Metropolitana, Pedagoga pela
UFPE (2016), Mestra em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (2019. Possui experiência
como pesquisadora na linha de pesquisa em política Educacional, planejamento e gestão da educação,
desenvolve pesquisas nas áreas de Legislação Educacional, Ensino Médio, Juventudes e Qualidade da
escola, do ensino e da educação.
desenvolvimento cognitivo, contudo muitas vezes não consegue criar essas
possibilidades diante do planejamento e do engessamento escolar.

Palavras-chave: Infância; Brincar; criança; Educação;

THE DEPRIVATION OF PLAYING IN CHILDHOOD: AN ANALYSIS BASED


ON EDUCATION PROFESSIONALS

ABSTRACT
The presentworkaims in a general waytoanalyzetheimpactsofdeprivationofplaying in
thelifeandeducationofchildrenfromtheopinionofeducationprofessionalsand in a
specificway it
seekstoidentifythemaincognitiveelementsdevelopedthroughtheactionofplaying,
toverifytheimportanceofplaying in thelearningprocessandreflectonthespaceof play in
teachers' planning. The researchisof a qualitative, exploratorynature, in whichthe data
collectioninstrumentusedwas a semi-structured interview appliedwith 8
Educationprofessionalsworking in themunicipalityof Jaboatão dos Guararapes. It
isconcludedthattheintervieweesrecognizeplaying as animportantaction in
thelivesofchildrenandthatthepossibilityofthisaction in a
freewaypositivelyinfluencescognitivedevelopment, however, many times they are
unabletocreatethesepossibilities in the face ofplanningandschoolimmobilization.

Keywords:Infancy; To play; child; Education;

1. INTRODUÇÃO
A privação do brincar na infância é um tema de crescente preocupação na
atualidade, despertando o interesse de acadêmicos, profissionais da saúde e educadores.
O brincar é uma atividade essencial para o desenvolvimento saudável das crianças, e sua
privação pode ter impactos significativos em diversos aspectos de suas vidas. Neste
contexto, é pertinente explorar as visões de alguns autores renomados que discutem essa
questão e destacam a importância do brincar na infância.
Um autor importante nesse debate é Lev Vygotsky, psicólogo e educador russo do
século XX. Vygotsky acreditava que o brincar desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. Segundo ele, por meio do
brincar, as crianças constroem significados, exploram diferentes papéis e interagem
como mundo ao seu redor. O brincar permite que elas experimentem e internalizem
conceitos, promovendo a imaginação, a criatividade e a resolução de problemas.
Jean Piaget, psicólogo suíço conhecido por suas teorias sobre o desenvolvimento
infantil. Piaget argumentava que o brincar é uma forma de atividade simbólica na qual
as crianças representam situações reais ou imaginárias. Ele destacava que o brincar
permite que as crianças experimentem diferentes papéis e compreendam o mundo de
maneira mais abstrata. Além disso, o brincar proporciona oportunidades para a criança
explorar a autonomia, a tomada de decisões e o desenvolvimento de habilidades sociais.
Ainda na área da psicologia, é relevante mencionar o trabalho de Donald Winnicott,
psicanalista britânico. Para Winnicott, o brincar é essencial para o desenvolvimento do
self e da criatividade das crianças. Ele enfatizava a importância do espaço transicional,
um espaço intermediário entre a realidade interna e externa, no qual as crianças
brincam. Esse espaço possibilita a experimentação, a expressão de sentimentos e a
construção da identidade. A privação desse espaço transicional pode levar a dificuldades
no desenvolvimento emocional e no estabelecimento de relações interpessoais
saudáveis.
Além desses autores, há uma extensa literatura que aborda a privação do brincar na
infância. Estudos científicos têm mostrado que a falta de oportunidades de brincar
livremente pode ter consequências negativas para o desenvolvimento cognitivo,
emocional e social das crianças. A sobrecarga de atividades estruturadas, o uso
excessivo de tecnologia e a diminuição dos espaços e tempos dedicados ao brincar têm
contribuído para essa privação.
Portanto, com base nas visões de autores como Vygotsky, Piaget e Winnicott, e na
pesquisa atual sobre o assunto, é possível afirmar que a privação do brincar na infância
é uma questão de grande relevância e preocupação. O brincar desempenha um papel
fundamental no desenvolvimento global das crianças, contribuindo para o aprendizado,
a imaginação, a socialização e a construção da identidade.
É nesse contexto que este estudo objetiva de modo geral analisar os impactos da
privação do brincar na vida e educação das crianças a partir da opinião de profissionais
da educação e de forma específica busca identificar os principais elementos cognitivos
desenvolvidos através da ação do brincar, verificar a importância da brincadeira no
processo de aprendizagem e refletir sobre o espaço da brincadeira no planejamento dos
professores. O problema de Pesquisa que norteia este estudo é: Quais os impactos da
privação do brincar na vida e educação das crianças na opinião de profissionais de
Educação?
1. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A importância do Brincar no desenvolvimento infantil


De acordo com Vygotsky (1991) o brincar é essencial para o desenvolvimento
cognitivo da criança, pois os processos de simbolização e de representação levam ao
pensamento abstrato. A criança ao brincar com uma folha de papel, por exemplo, ao
dobra-la em formato de avião está simbolizando e representando o que é um avião, e
para que serve aquele objeto para ela, ou seja, a criança ao brincar traz para seu mundo
exterior a assimilação do que já conhece e adquiriu, com isso consegue alcançar o
pensamento abstrato.
Estudiosos da área da psicologia apontam a importância do brincar como o
desenvolvimento cognitivo, Piaget (1978) afirma que “a atividade lúdica é o laço
obrigatório das atividades intelectuais da criança. “Vygotsky(1991), por sua vez,
colabora com esse pensamento quando afirma que esta é uma situação imaginária criada
pela criança na qual ela pode, no mundo da fantasia, satisfazer desejos até então
impossíveis para a sua realidade.
Nesse sentido, brincar se constitui enquanto um direito das crianças, no artigo 7°
da Declaração Universal Dos Direitos das Crianças enfatiza que: “Toda criança terá
direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantir a
ela o exercício pleno desse direito. ’’ (ONU, 1959). Além de ser um direito por lei o
brincar é para todos, é despertando através de uma brincadeira que a criança se
reconhece e se desenvolvi para a vida. "É no brincar e talvez apenas no brincar que a
criança ou o adulto fluem sua liberdade de criação e podem utilizar sua personalidade
integral e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu." (WINNICOT,
1975).
Além disso, a brincadeira é um fator do desenvolvimento emocional e da
construção da personalidade da criança. Com isso devemos estar atentos, com a
exposição de comportamentos que não influencia a fase da infância. Para Friedmann
(1996) e Dohme (2002) as crianças têm diversas razões para brincar, uma destas razões
é o prazer que podem usufruir enquanto brincam. Além do prazer, as crianças também
podem, pela brincadeira, exprimir a agressividade, dominar a angústia, aumentar as
experiências e estabelecer contatos sociais.
O brincar é a ludicidade em ação, buscando imaginações, afetividade em seu
meio social, que provoque a liberdade de expressar sua linguagem corporal. Por isto que
a brincadeira deve ser considerada de suma importância para o desenvolvimento da
criança para a vida. E sua inexistência pode causar lacunas que impossibilitem
estruturar a personalidade e lidar com frustrações durante o seu convívio social.
Despertar os educadores para a relevância das construções teóricas sobre o brincar,
contribui para a elaboração de perspectiva da infância, do mundo, da sociedade, da
cultura, do saber e do valor, para a educação, certamente incentivará o interesse dos
professores em analisar e aplicar as brincadeiras em seu plano de aula. Wallon (1971,
p.91) defende, em sua teoria, o caráter contagioso das emoções. “A emoção necessita
suscitar reações similares em outrem e, (...) possui sobre o outro um grande poder de
contágio. ”
Nas bases teóricas da psicanálise Freud (1996), traz à tona a importância da fase
da infância para o desenvolvimento humano, quando uma criança não passa de forma
segura pelas etapas de desenvolvimento, ou então é deixada lacunas neste processo,
podem ocasionar traumas que permanecerão no decorrer da vida daquele indivíduo.
Portanto, se faz necessário um olhar mais empático para esta importante fase,
observamos em vários ambientes a privação da infância, porém também é notado que
mesmo em meio ao universo adulto, a criança tenta romper esse espaço de privação, a
bolha superficial ora criada por regras que rodeiam o nosso mundo rotineiro.
Segundo a teoria psicológica da aprendizagem de Piaget, a criança passa por
quatro fases de desenvolvimento até chegar na adolescência. Esses estágios estão
relacionados com a capacidade cognitiva do ser humano, ou seja, com a construção do
conhecimento na psique. São eles:
1. Estágio Sensório motor (0 aos 2 anos) o próprio nome já indica que
nessa fase as sensações e a coordenação motora da criança são
desenvolvidas. Ainda que a capacidade de cognição seja limitada
nesse momento, ela começa a perceber o mundo ao seu redor dando
início ao reconhecimento de objetos.
2. Estágio pré-operacional (dos 2 aos 7 anos) com o desenvolvimento
da fala, a criança começa a nomear os objetos que a rodeiam ao
mesmo tempo em que a ter uma capacidade mental de lembrar deles
(representação mental). O raciocínio começa também a ser
desenvolvido embora esteja em sua fase inicial.
3. Estágio das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) essa fase está
relacionada com a capacidade cognitiva de resolução concreta de
alguns problemas. Nela, a criança começa a ter uma capacidade maior
de interpretação e, portanto, já consegue resolver alguns problemas
básicos. Alguns conceitos são interiorizados, por exemplo, dos
números e das operações matemáticas.
4. Estágio das operações formais (dos 11 aos 14 anos). Já na
adolescência o raciocínio lógico se desenvolve e o indivíduo já
começa a pensar por si só, ao mesmo tempo em que tem a capacidade
de criar teorias e refletir sobre as possibilidades do mundo. Trata-se,
portanto, de uma fase de autonomia.
Conforme Piaget (1980)“A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser
humano”. O teórico ressalta que através do brincar a criança reflete, imagina e durante
esse momento de brincadeiras ela aprende a explorar o mundo a ser criativa com as
coisas ao seu redor, quando permitimos que ela saia daquele padrão que foi
estabelecido, dando a ela a possibilidade de expressão permitindo suacriatividade e
autonomia.
Conforme alguns teóricos, compreendemos que é na brincadeira que as crianças,
têm a liberdade de expor seus sentimentos emocional, afetivo e quando privamos elas,
desse direito estamos tirando a possibilidade dessa criança de ter seu desenvolvimento
físico, intelectual, emocional e futuramente ter vários problemas na sua vida tanto no
ambiente familiar, como no meio educacional.

1.2 Bases legais sobre a privação do brincar na infância

A privação do brincar na infância é uma questão que está relacionada aos direitos
das crianças e ao seu desenvolvimento saudável. Embora não exista uma legislação
específica que trate diretamente da privação do brincar, existem bases legais e
documentos internacionais que respaldam o direito das crianças ao brincar e ao lazer.
Alguns deles incluem: Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC): Adotada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas em 1989, a CDC estabelece uma série de
direitos fundamentais para as crianças. O Artigo 31 da convenção reconhece o direito
das crianças ao descanso, ao lazer, ao jogo e às atividades recreativas, afirmando que
os Estados Partes devem respeitar e promover esse direito.
Em 1959, é divulgada a declaração Universal dos Direitos da Criança: Aprovada
pela Assembleia Geral das Nações Unidas, essa declaração estabelece princípios
básicos para a proteção dos direitos das crianças. O princípio 7 reconhece o direito da
criança ao jogo e à recreação.
Um marco no direito das crianças e adolescentes é o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). No contexto Brasileiro, o ECA é a legislação que estabelece os
direitos das crianças e dos adolescentes. Embora não aborde especificamente a
privação do brincar, o ECA reconhece o direito da criança à liberdade, ao respeito e à
dignidade, bem como o direito ao lazer e à cultura, que inclui o direito de brincar.
Além dessas bases legais, é importante observar que vários estudos e
organizações internacionais, como a Unicef, têm destacado a importância do brincar
para o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social das crianças. Essas
evidências científicas e as diretrizes internacionais podem ser utilizadas para embasar
argumentos e ações em defesa do direito ao brincar na infância.
Destarte, a privação da infância pode ocasionar vários problemas no decorrer dos
estágios da vida desta criança, podendo refletir no seu psicossocial, em sua
aprendizagem e no seu cognitivo.
1.3 Desenvolvimento cognitivo e sua relação com o brincar

É fundamental o brincar no desenvolvimento da criança, construindo o seu


cognitivo e sua relação social. Vygotsky (1988), afirma que o social é imprescindível no
desenvolvimento da criança, e que a cultura e a linguagem fornecem ao pensamento os
elementos essenciais para sua evolução. De acordo com o teórico é indispensável o
sociável, a criança vai se construindo aos poucos nesse processo de interação social, que
possibilita vários aspectos, social, cultural, físico e mental, tudo isso constituído pelo
brincar que se desenvolve durante a infância até a vida adulta.
Segundo Vygotsky (1996), a brincadeira deve ser entendida como toda atividade
que envolve uma situação imaginária com regras. Para ele o brincar é uma atividade
social, na qual é na brincadeira que a criança desperta a imaginação e relaciona com sua
realidade. Por sua vez, quando a criança está brincando ela cria situações imaginárias,
no qual podendo assumir um papel de adulto, reproduzindo o que viu no cotidiano na
brincadeira. Nesse momento ela pode apresentar comportamentos diferentes que foram
reflexos decorrentes de formas culturalmente desenvolvidas dos homens se
relacionarem e com o seu convívio social.
A bibliografia “Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem”(2008), escrita
por Vitor da Fonseca, aborda a teoria de Henri Wallon, sobre o desenvolvimento
humano e a educação. Henri Wallon identifica a existência de cinco estágio distintos no
desenvolvimento humano, são eles: estágio impulsivo emocional (0 a 1 ano), estágio
sensório - motor e projetivo (1 a 3 anos), estágio do personalismo (3 a 6 anos), estágio
categorial (6 a 11 anos) e estágio da puberdade e adolescência (11 anos em diante), as
fases do desenvolvimento estão descritas até a adolescência, porém ele afirma que a
construção do eu é um processo sem fim. O teórico evidencia a importância da
afetividade e da motricidade no processo do desenvolvimento e aprendizagem infantil,
considera a importância das emoções para a cognição humana e o quanto são
importantes no processo da tomada de decisões, destaca também a importância do meio
social no qual a criança se desenvolve.
Em sua teoria considera que o desenvolvimento da criança está integrado ao
meio em que vive e aos aspectos afetivos e motores. “Wallon (2007), a criança vai se
construindo como um ser social cognitivo, aos poucos." Por isso ele ressalta a
importância de incluir nas práticas educativas a brincadeira para que as crianças se
comuniquem com o meio e construa sua personalidade. “Wallon (2007) toda atividade
da criança é lúdica, desde que não seja imposta. ”
Ou seja, a criança necessita do meio social para se desenvolver e seu
desenvolvimento se dá a partir do contato com o outro através das brincadeiras e a
teoria, Wallon nos permite refletir e reconhecer que a falta do brincar na infância pode
acarretar vários problemas na vida futura das crianças, como exemplos podemos citar o
amadurecimento precoce, falta de criatividade, dependência dos pais, desenvolvimento
prejudicado, timidez e dificuldade de relacionamento.
Wallon considera que é a partir da imitação da realidade que a criança irá
assumir papéis com os quais se identifica e expressar seus sentimentos. De acordo com
(WALLON, 2007, p.65).
A criança repete nas brincadeiras as impressões que acabou de viver,
reproduz, imita. Para as menores, a imitação é a regra das brincadeiras. A
única acessível a elas enquanto não puderem ir além do modelo concreto,
vivo, para ter acesso à instrução abstrata. Pois, inicialmente, sua compreensão
é apenas uma assimilação do outro a si e de si ao outro, na qual a imitação
desempenha precisamente um grande papel. [...] A imitação não é qualquer
uma, é muito seletiva na criança.
No livro “Pedagogia do Oprimido” do autor Paulo Freire (1968), é possível
observar a proposta de um novo método de ensino, uma educação libertadora e crítica,
que busca formar um sujeito crítico, sujeitos protagonistas da sua própria história, algo
diferente do tradicional, fora da bolha outrora instruída e seguida como lei. Ela vem
expressar superação e liberdade, traz como simbologia o papel do opressor e
do oprimido, e a busca pela liberdade, porém também relata sobre o medo de tê-la.
Com isso, é possível observar que para que o brincar seja respeitado e
compreendido como um direito, se faz necessário que o educador tenha o conhecimento
e através do mesmo venha a repensar suas práticas pedagógicas, no momento que há
uma perspectiva ampla da notabilidade de haver uma boa relação, e respeito entre
professor e aluno, surge uma conscientização necessária acerca de que o professor não é
o detentor do saber, com o fim de que ambos, educandos e mestres compõem aquele
ambiente de ensino, tornando possível o respeito mútuo ao espaço do outro, visto que
o fato da educação ser ofertada de maneira forçosa, pode ocasionar vários problemas no
desenvolvimento daquelas crianças, que estão diariamente inseridas naquele ambiente
escolar, vindo a acarretar traumas que perpetuam no decorrer de sua vida.
Se faz necessário ter em mente, qual tipo de educação o educador está
proporcionando aos seus educandos, e em quais momentos esse tipo de pedagogia
adotada, está interferindo ou ajudando na preservação da infância destas crianças,
refletir sobre essas privações e se conscientizar de tal modo, a rever suas práticas.
É sempre repensar a educação, tornando a escola um lugar agradável e
acolhedor, ter sempre a noção da coletividade, que sempre complementa o outro, para
assim formar a sociedade, saber olhar o outro como semelhante, ir além dos paradigmas
impostos.

3. METODOLOGIA

3.1 Classificação da pesquisa


Para o desenvolvimento da metodologia foram realizadas estratégias que
oferecem a realização da pesquisa caracterizada como qualitativa, que visa examinar
evidências baseado em dados verbais e visuais, para compreender quais são os impactos
da privação do brincar na vida e educação das crianças, segundo Denzin e Lincoln
(2006), a pesquisa qualitativa envolve uma abordagem interpretativa do mundo, o que
significa que seus pesquisadores estudam as coisas em seus cenários naturais, tentando
entender os fenômenos em termos dos significados que as pessoas a eles conferem.
É uma pesquisa exploratória, de acordo com (GIL, 1991, p. 45). As
pesquisas exploratórias “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema”.
Os procedimentos utilizados para a coleta de dados consistem em uma pesquisa
bibliográfica e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica foi utilizada para o
levantamento e revisão das obras publicadas por Wallon, Vygotsky, Piaget eFreud, com
base em artigos textos, livros e dissertações. A pesquisa bibliográfica compreende a
identificação, localização, compilação e fichamento das informações e ideais mais
importantes de um texto. Segundo Cervo (1983, p. 55) a pesquisa bibliográfica “busca
conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existente sobre
um determinado, tema ou problema.
A pesquisa de campo, por sua vez, foi realizada através de questionário para o
levantamento de informações e opiniões dos profissionais da área de educação sobre o
tema abordado. A pesquisa de campo é uma atividade realizada por pesquisadores na
natureza ou no local onde o fenômeno estudado naturalmente acontece, podendo ser
realizada a aplicação de questionário. De acordo com Gil: “Pode-se então afirmar que o
objetivo de uma pesquisa de campo é entendera diferença entre um indivíduo e outro, a
partir da análise da interação entre as pessoas de um grupo ou comunidade, extraindo
dados diretamente por meio da realidade dos indivíduos. ”(GIL, 2002)

3.2 Instrumento de coleta de dados, Campo de Pesquisa e Sujeitos

O instrumento de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada a partir do


seguinte roteiro: Para você qual a importância do brincar no desenvolvimento da
criança? Você acha que a brincadeira na infância prejudica o desenvolvimento infantil?
Em que aspecto? Social, psíquico, emocional, cognitivo? Explique. Qual o espaço que a
brincadeira tem em seu planejamento? Em seu dia a dia na escola e na sala de aula?
Você acha que ao privar a criança de brincar é possível causar traumas/ bloqueios que
prejudique sua vida adulta? Quais? A pesquisa foi realizada em escolas dos municípios
de Jaboatão dos Guararapes e Cabo Agostinho. No qual os sujeitos foram:
Código Formação Tempo de Rede Atuante
atuação

P1 Graduada 12anos Privada Professor

P2 Graduada 7 anos Privada Professor

P3 Graduada 25 anos Privada Professor

P4 Graduada 15 anos Privada Professor

P5 Graduada 8 anos Privada Professor

P6 Pós-graduada 5 anos Privada Pública Professor

P7 Pós-graduada 10 anos Privada Professor

P8 Pós-graduada 3 anos Privada Coordenadora


pedagógica

4. ANÁLISE E RESULTADOS

A primeira pergunta questionada as professoras foi qual o espaço que a


brincadeira tem em seu planejamento? Em seu dia a dia na escola e na sala de aula? A
P2 respondeu:
Existem várias formas de brincar, a brincadeira livre e
existe a brincadeira direcionada dirigida. Em meu planejamento,
na maioria das vezes a brincadeira ela é direcionada ela é
dirigida, infelizmente a gente se depara com os conteúdos que
tem que aplicar com eles, seguir um cronograma dentro da
escola, e a brincadeira ela ganha um aspecto direcionado, ela
perde um pouco da liberdade, o ideal seria a criança brincasse
livremente para que ela aprendesse lidando com vários aspectos
da brincadeira, que a gente fosse apenas um mediador, que a
gente fizesse parte também da interação da brincadeira. Lógico
que nós como professor, está ali brincando, deixe que a criança
use livremente sua imaginação, leve ali para um momento no
parque, que na aula ao iniciar, faça uma brincadeira, mas como
disse a maioria das vezes, as brincadeiras da escola são
direcionadas, tem um propósito, eu quero alcançar um objetivo,
ao menos tempo que eu estou direcionando, eu estou tolhendo
também um pouco da liberdade do prazer, lógico que as
brincadeiras direcionadas, elas têm um prazer, mas ela não tão
prazerosa quando ela é livre, quando ela permite que a criança
use da própria essencial.

A partir desta fala é possível observar que, quando o planejamento do professor


é excessivamente engessado, com horários rigorosos e uma agenda repleta de atividades
acadêmicas, o tempo dedicado à brincadeira é reduzido. As crianças podem se sentir
pressionadas a seguir um cronograma apertado e a cumprir metas acadêmicas, deixando
pouco espaço para a espontaneidade e a liberdade de explorar e brincar. Além disso, o
engessamento do planejamento muitas vezes resulta em uma ênfase desproporcional nos
aspectos cognitivos do aprendizado, negligenciando outras áreas igualmente
importantes, como as habilidades sociais e emocionais. As brincadeiras em grupo, por
exemplo, são uma maneira valiosa de as crianças aprenderem a compartilhar, colaborar,
resolver conflitos e desenvolver empatia. Sem tempo adequado para brincar, essas
oportunidades de aprendizado são reduzidas. A professora ainda continua:
Então nesse sentido, eu gosto muito de brincar, eu gosto
de parar e ouvir as crianças, eu gosto daquele momento da roda,
que você pergunta, eu gosto quando a gente usa objetos
fantoches, e a criança vai brincando, vai usando a imaginação,
vai curtindo, vai se envolvendo vai mostrando todas as suas
habilidades, todo seu conhecimento, então ela vai explorando
cada vez mais, e a gente está ali torcendo com elas, mas eu acho
que elas deveriam ter mais liberdade de brincar, hoje eu olho as
crianças perderam um pouco da essência de brincar, eu sou da
época que a gente brincava livremente, onde a gente subia na
árvore, no muro, brincava de pega – pega, de se esconder. Hoje
as crianças brincam, mas é menos, o tempo também é reduzido,
às vezes eles não entendem o sentindo, eu observo que tem
criança que não sabe nem correr, elas já estão com 8,9, 10 anos
e tem dificuldade para correr, que é uma coisa bem simples, que
a gente fazia naturalmente quando era mais novo, então perder
essa essência, e vem o outro lado, que é apresentação das telas,
onde as crianças estão se sentindo mais individuais, mas eu acho
que a brincadeira seria essencial na vida delas. (P2)
É importante ressaltar que o engessamento do planejamento do professor não é
necessariamente culpa individual dos educadores, mas muitas vezes é resultado de
pressões externas, como currículos padronizados e avaliações rigorosas. No entanto, é
fundamental encontrar um equilíbrio entre as atividades acadêmicas estruturadas e as
oportunidades de brincar livremente. Os educadores podem desempenhar um papel
crucial ao reconhecer a importância da brincadeira e do tempo livre na escola. Eles
podem buscar maneiras de integrar o jogo e a exploração criativa ao currículo,
adaptando atividades para torná-las mais envolventes e divertidas. Além disso, é
essencial que os educadores tenham flexibilidade em seus planejamentos, permitindo
que as crianças tenham tempo suficiente para brincar e explorar seus interesses.
Ao valorizar a brincadeira e permitir que as crianças tenham tempo e espaço
para isso, o engessamento do planejamento pode ser mitigado. Dessa forma, as crianças
terão a oportunidade de desenvolver habilidades importantes por meio da brincadeira,
aproveitando ao máximo sua experiência escolar. Em sua teoria Wallon ressalta a
importância tanto dos aspectos sociais quanto afetivos dentro do processo da
aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo depende tanto dos aspectos biológicos
quanto sociais. Segundo Henri Wallon (2007), toda atividade da criança é lúdica, desde
que não seja imposta. Para ele, é imprescindível que a criança tenha oportunidade de
brincar, porque é através do corpo que ela estabelece a primeira comunicação com o
meio. A P2 traz em suas palavras a importância deste brincar livre sem o
direcionamento dirigido, sem se preocupar com os conteúdos a serem aplicados. O
brincar onde a criança consegue expressar-se livremente, permitindo que a criança use
sua própria essência e mostre suas habilidades, seus conhecimentos.
Quando questionadas sobre qual é a importância do brincar no desenvolvimento
da criança. A Professora 1apontou que o brincar no desenvolvimento infantil é tão sério
que é reconhecido como direito pelo ECA (estatuto da criança e do adolescente). Não se
ensina uma criança a brincar, porque a brincadeira é algo natural na criança e evolui à
medida que o desenvolvimento cognitivo nas crianças acontece. A linguagem da
brincadeira permite que a criança aprenda muitas coisas e adquira habilidades essenciais
para o seu completo desenvolvimento. Já a P2 apontou que a brincadeira é algo inerente,
segundo Freud, a brincadeira é um estado de prazer, e a gente estar sempre buscando ter
prazer, é através da brincadeira que a gente aprende a lidar com toda a situação da nossa
vida.
Então a brincadeira é algo que transforma, com a ausência da brincadeira leva
a pessoa ter inúmeros problemas no futuro. No que se refere a importância do brincar
todas as professoras concordaram da importância no desenvolvimento da criança, que
sua ausência pode causar vários traumas futuros. Segundo Vygotsky (1987, p.37)
conceitua:
O brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação,
fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de
interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas
formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.

Desta forma compreendemos que a partir da brincadeira a criança desenvolve


suas potencialidades, juntamente com suas habilidades cognitivas, motoras, social e o
físico. O brincar é uma forma de se expressar livremente, descobrir suas limitações, que
possibilita a construção da aprendizagem, autonomia e a criatividade. De acordo com
Oliveira (2010, p. 15) O brincar da criança, desde o seu nascimento até aos seis anos de
idade, tem um significado especial.
Para a psicologia do desenvolvimento e para a educação, em suas
múltiplas ramificações e imbricações, uma vez que: é condição de todo o
processo evolutivo neuropsicológico saudável, que se alicerça neste começo;
manifesta a forma como a criança está organizando sua realidade e lidando
com suas possibilidades, limitações e conflitos, já que, muitas vezes, ela não
sabe, ou não pode, falar a respeito deles; introduz a criança de forma
gradativa, prazerosa e eficiente ao universo sócio histórico-cultural; abre
caminho e embasa o processo de ensino/aprendizagem favorecendo a
construção da reflexão, da autonomia e da criatividade.
Neste sentido percebemos a importância do brincar, o quanto ele auxilia a
criança a aprender a construir valores para vida. A partir disto sabemos que a
brincadeira agregar de alguma forma, onde a criança aprende brincando favorecendo o
seu desenvolvimento infantil. Foi exposto no questionário, a seguinte pergunta: Você
acha que a ausência da brincadeira na infância prejudica o desenvolvimento infantil?
Em que aspecto? Social, psíquico, emocional, cognitivo? Explique. P4 relatou:
Toda criança precisa brincar na infância pois o processo do
brincar auxilia no desenvolvimento das funções motoras e
cognitivas. Através da brincadeira elas interagem e evoluem no
falar, na postura e no pensamento. Quando brincam as crianças
viajam em seu mundo imaginário e estímulos sensoriais
significativos são impulsionados, favorecendo novas
aprendizagens. O brincar é um momento de interação
descontraído que impulsiona o interesse e a criatividade.
Quando esta é privada, acaba amadurecendo precocemente, sua
imaginação e criatividade ficam limitadas, e tornam-se mais
dependente, insegura e com dificuldades de se relacionar suas
emoções e tantas outras habilidades. No social, dificuldade de se
relacionar e resolver conflitos psíquicos, amadurecimento
precoce, no emocional insegura, timidez, ansiedade no cognitivo
do pensamento criativo.

Kishimoto (2017) diz: que o brinquedo, a brincadeira, e o jogo mostra a


verdadeira personalidade do ser humano, pois são momentos de liberdade onde eles se
divertem e extravasam seus pensamentos valores e comportamentos. Compreendo que
é por meio do brincar, que as crianças podem desenvolver várias habilidades
importantes como sua personalidade, criatividade onde irão ter experiências únicas
através do brincar. Mas quando há essa ruptura, faz com que a criança não desenvolva
sua capacidade de expressão, por meio da brincadeira. Fazendo com que a criança não
consiga manifestar questões inconscientes em que por algumas das vezes não consiga
ainda se expressar por palavras.
Sendo assim o brincar uma forma de comunicação, por meio a qual a criança
desenvolva seus aspectos social, psíquico, emocional e cognitivo. P1 ressalta em sua
fala:
Penso que a ausência da brincadeira prejudica o
desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional de
crianças e adolescentes. É através da brincadeira que crianças e
adolescentes aprendem sobre o mundo e si mesmo. Também é
na brincadeira que elas desenvolvem habilidades de que
precisam para estudar, trabalhar e se relacionar tais como:
confiança, auto estima, resiliência, habilidades sociais como
também a lidar com situações que apresentam
desafios.Geralmente as brincadeiras tendem a ajudar a diminuir
o estresse, a ansiedade, a irritabilidade e ainda pode aumentar a
alegria como também a autoestima em suas vidas.
Vygotsky (1984, p.97) afirma: A brincadeira cria para as crianças uma ‘‘zona de
desenvolvimento proximal’’ que não é outra coisa senão a distância entre o nível de
desenvolvimento real, determinando pela capacidade de resolver independentemente um
problema e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de
um problema sob a orientação de um adulto ou com colaboração de um companheiro
mais capaz. Foi exposto no questionário, a seguinte pergunta: Você acha que a ausência
da brincadeira na infância prejudica o desenvolvimento infantil? Em que aspecto?
Social, psíquico, emocional, cognitivo? Explique. P4 relatou:
Toda criança precisa brincar na infância pois o processo
do brincar auxilia no desenvolvimento das funções motoras e
cognitivas. Através da brincadeira elas interagem e evoluem no
falar, na postura e no pensamento. Quando brincam as crianças
viajam em seu mundo imaginário e estímulos sensoriais
significativos são impulsionados, favorecendo novas
aprendizagens. O brincar é um momento de interação
descontraído que impulsiona o interesse e a criatividade.
Quando esta é privada, acaba amadurecendo precocemente, sua
imaginação e criatividade ficam limitadas, e tornam-se mais
dependente, insegura e com dificuldades de se relacionar suas
emoções e tantas outras habilidades. No social, dificuldade de se
relacionar e resolver conflitos psíquicos, amadurecimento
precoce, no emocional insegura, timidez, ansiedade no cognitivo
do pensamento criativo.
Na sua fala P1 ressalta, que quando a criança ela não tem o direito de brincar lá
na frente poderá ter lacunas que talvez não possam ser preenchidas. Pois além do
brincar ser essencial para o desenvolvimento da criança, é de extrema importância para
a criação de laços afetivos e emocionais, trabalhando de forma contínua e proveitosa
essa aprendizagem. Foi indagada também no questionário a seguinte questão: Você acha
que ao privar a criança é possível causar traumas/bloqueios que prejudique sua vida
adulta? P6 respondeu:
Sim, quando a criança é privada em
desenvolver as brincadeiras, a sua imaginação e
criatividade não são trabalhadas e desenvolvidas. Na
fase adulta pode se frustrar com os obstáculos da
vida.

Em concordância, com a fala da entrevistada P6 é possível afirmar que quando


observamos o universo infantil, vemos uma particularidade em cada criança, e que durante
essa infância vem sendo moldada suas preferências, negações, anseios, medos entre outros e
a medida que são formadas para viver em comunidade, são impostas normas e
condicionamentos para controlar seu jeito, e manias comportamentais, impor esse controle,
não olha a criança em sua essência como individuo participativo no desenvolvimento da sua
aprendizagem.
Segundo Emília Ferreiro: Por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos
ouvidos que escutam, há uma criança que pensa. Com isso é possível refletir sobre o papel
do educador e sua sensibilidade de olhar como seres pensantes e dar a eles o direito de
vivenciar a sua infância.
Sobre o questionamento P7 entra em concordância com a fala de P6, a mesma
relata que: a criança pode sentir dificuldades de socializar e de demostrar afeto, seja um
abraço ou aperto de mão. É possível observar que dia após dia, é vivenciado em sala de aula
pelos educadores, situações que confirmam como é prejudicial submeter as crianças a essa
privação.
Seguimos com a fala de P8 que ressalta vários pontos importantes e também
preocupantes, cita: o amadurecimento precoce, a falta de criatividade, a dependência dos
pais, o possível desenvolvimento prejudicado, timidez e a dificuldade de relacionamento.
Tudo isso pode ser adquirido em razão a essa ausência de cuidado com a preservação da
infância. A privação do brincar na infância surge também a partir do momento que
educadores buscam aplicar apenas conteúdo, e não proporciona um meio e uma aula mais
lúdica, ensinar de maneira prazerosa, não repreensiva, aquilo que desperta prazer é algo mais
favorável, não apenas trabalhar o conteúdo, mais a cada dia trabalhar em sua metodologia de
ensino, ouvir mais os anseios dos alunos, entender qual o papel da escola e do educador na
vida dessas crianças, na formação da sociedade, como Rubem Alves, afirma em seu livro
Essencial, que: Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar
as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as
perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No geral, as entrevistadas reconhecem o brincar como uma ação importante na


vida das crianças e que a possibilidade dessa ação de forma livre influencia
positivamente no desenvolvimento cognitivo, social e em sua vida como um todo,
contudo muitas vezes não consegue criar essas possibilidades diante do planejamento e
do engessamento escolar.
É de suma importância que os educadores compreendam o brincar na
infância é um ato de aprendizagem, onde se desenvolve habilidades motoras,
competência social e suas reflexões e estabilidade emocional, com isso podemos
ressaltar que o brincar é a construção de conhecimento sobre si mesma e sobre o
mundo, além de ser um direito a liberdade garantida por lei, é algo que não podemos
deixar de lado, e sim ter uma visão mais ampla dentro do processo de ensino e
aprendizado.
Apesar de todas as teorias enfatizarem que o brincar é o melhor espaço para
desenvolvimento da aprendizagem e vida das crianças, trazendo à tona a
importância de uma boa infância como Vigotsky explora identificação das
possibilidades que constroem a gênese das funções psíquicas superiores, que são
resultantes da influência cultural nessa aprendizagem e no desenvolvimento
humano, com tudo isso podemos ter a compressão de uma psicologia e, de modo
consequente, uma forma de refletir e rever o aprendizado dos educandos, dirigida
para esta relação existente entre o sujeito e o meio social, as escolas ainda estão
distantes dessa compreensão e de tomarem as crianças como sujeitos de diretos.

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Apêndice A – Questionário aplicado


1. Para você qual a importância do brincar no desenvolvimento da criança?

2. Você acha que a brincadeira na infância prejudica o desenvolvimento infantil?


Em que aspecto? Social, psíquico, emocional, cognitivo? Explique.

3. Qual o espaço que a brincadeira tem em seu planejamento? Em seu dia a dia na
escola e na sala de aula?

4. Você acha que ao privar a criança de brincar é possível causar traumas/


bloqueios que prejudique sua vida adulta? Quais?

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