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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos


(FAGREFF)

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Aplicabilidade da Auditoria Financeira nas Organizações sem


Fins Lucrativos: Estudo de Caso na ESTAMOS - na Cidade de
Lichinga (2016-2019)

Stefelina Amado Taibo - no 711170033

Lichinga, Julho de 2021


Aplicabilidade da Auditoria Financeira nas Organizações sem
Fins Lucrativos: Estudo de Caso na ESTAMOS - na Cidade de
Lichinga (2016-2019)

Stefelina Amado Taibo - no 711170033

Trabalho de Fim do Curso a ser entregue à


Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e
Faunísticos da Universidade Católica de
Moçambique, para obtenção do grau de
Licenciatura.

Orientado Por:
________________________
(Mestre Pedro Fazenda)

Lichinga, Julho de 2021

II
ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA..................................................................................................III
DEDICATÓRIA.......................................................................................................................IV
AGRADECIMENTO.................................................................................................................V
RESUMO................................................................................................................................VII
ABSTRACT...........................................................................................................................VIII
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO.................................................................................................9
1.1. Contextualização..........................................................................................................9
1.2. Problematização.........................................................................................................10
1.3. Justificativa e Relevância...........................................................................................11
1.4. Objectivos...................................................................................................................12
1.4.1. Geral....................................................................................................................12
1.4.2. Específicos..........................................................................................................12
1.5. Questões de Investigação...........................................................................................12
1.6. Delimitação do Tema.................................................................................................12
1.7. Estrutura do Projecto..................................................................................................13
CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................13
2.1. Evolução dos Conceitos.................................................................................................13
2.2. Objectivo da Auditoria...................................................................................................14
2.3. Tipos de Auditoria Financeiro.......................................................................................15
2.3.1. Auditoria Interna.....................................................................................................15
2.3.2. Auditoria Externa...................................................................................................16
2.4. Normas de Auditoria Financeira....................................................................................16
2.5. Procedimentos e Técnicas da Auditoria Financeira.......................................................17
2.5.1. Testes de observância.............................................................................................17
2.5.2. Testes substantivos: demonstrativos.......................................................................18
2.6. Importância da auditoria nas Organizações sem fim Lucrativos...................................18
2.7. Necessidade da Auditoria Nas Organizações sem fim Lucrativos................................19
2.8. Estudos Realizados.....................................................................................................20
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................22
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................22
3.1. Abordagem da Pesquisa.................................................................................................22
3.2. Quanto aos Objectivos...................................................................................................22
3.3. Quanto aos Procedimentos Técnicos.............................................................................22
3.4. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados...............................................................23
3.4.1. Entrevista.......................................................................................................................23
3.4.2. Análise Documental.......................................................................................................23
3.5. População e Participantes..............................................................................................24
3.5.1. População................................................................................................................24
3.5.2. Participantes............................................................................................................24
3.6. Quadro de Categorias.....................................................................................................25
3.7. Análise de Conteúdo......................................................................................................25
3.8. Aspectos Éticos..............................................................................................................25
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS.........................................................27
4.1. Conceito de Auditoria do ponto de vistas das organizações sem fins lucrativos...........27
4.2. Tipos de auditoria financeira realizadas na ESTAMOS................................................28
4.3. Diferença entre a Auditoria Interna e Externa...............................................................28
4.4. Número de auditorias na empresa no período de 2016 a 2019......................................30
4.5. Áreas Abrangentes a Auditoria na Organização............................................................30
4.6. Período Estabelecido para a Realização da Auditoria Interna e Externa na Organização
31
4.7. Importância da Auditoria para a Organização...............................................................31
4.8. Documentos utilizados para a realização de uma Auditoria na Organizada..................32
CAPITULO 5: COM CLUSÕES E RECOMENDAÇÕES......................................................33
5.1. Conclusões.........................................................................................................................33
5.2. Recomendações..................................................................................................................34
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................35

II
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu Stefelina Amado Taibo, estudante inscrita na Faculdade de Gestão de Recursos Florestais


e Faunísticos, da Universidade Católica de Moçambique, pelo n°711170033, candidata a
Licenciatura em Contabilidade e Auditoria, no decurso da elaboração do trabalho de final de
curso, declaro por minha honra que esta foi por mim elaborada, é fruto da minha investigação
e acompanhamento do supervisor, as obras consultadas são devidamente citadas e
referenciadas no decurso da obra, nunca foi publicado ou apresentado por mim ou por alguém
nesta ou em alguma instituição.

————————————————
(Stefelina Amado Taibo)

————————————————
(Mestre Pedro Fazenda)

III
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe Deolinda Muzé Braimo e ao meu Pai que em Vida
Respondia por Amado Mussa Taibo de quem tanto me orgulho, devo a sabedoria e por me
terem mostrado a realidade da vida.

IV
AGRADECIMENTO

Primeiramente a Deus, de seguida aos meus Pais em Especial a Minha Mãe Deolinda Musé
Braimo, pela força, amor, carinho, compreensão, por ter depositado confiança em mim, pela
oportunidade proporcionada de estudar, por terem oferecido todas as condições para que
pudesse fazê-lo com sucesso e pelo apoio dado diante dos obstáculos que enfrentei.

Outrossim, ao meu Esposo Isildo Isac Lucas Mandava, ao meu supervisor Mestre Pedro
Fazenda e a todos que directa ou indirectamente motivarão a minha caminhada ate aqui.

V
APÊNDICE

"O sucesso é mais difícil de ser trabalhado do que o fracasso, o risco do sucesso é enterrar
nossos sonhos e se tornar uma máquina de trabalhar". Augusto Cury em o Vendedor de
Sonhos

VI
RESUMO

A presente obra é intitulada “Aplicabilidade da Auditoria Financeira nas Organizações sem Fins
Lucrativos: Estudo de Caso na ESTAMOS - na Cidade de Lichinga (2016-2019)”, a pesquisa teve
como objectivo Analisar a aplicabilidade da Auditoria Financeira na organização nas Organizações
sem fins lucrativos na Cidade de Lichinga, visando responder a questão de investigação, Ate que
ponto a Auditoria Financeira é aplicado para prestação de contas nas organizações sem fins lucrativos
na Cidade de Lichinga? Quanto a abordagem a pesquisa é de natureza qualitativa, quanto a objectivo é
exploratória e quanto ao procedimento técnico é pesquisa de caso. Para a recolha de dados aplica a
entrevista e a análise documental. A pesquisa conclui que a organização X, tem a consciência do valor
do trabalho do auditor traz a organização, ela reduz o índice de não cumprimento dos princípios
básicos e normas vigentes na contabilidade. Realizada auditoria interna e externa, não disponibiliza as
demostrações financeiras auditadas e o parecer. Admitindo que a organização guarda em seus arquivos
os documentos auditados e os relatórios, sabendo que compartilhando os seus recursos aplicados
mostrarão mais transparência, sendo mais-valia para a organização assim mostra na realidade onde foi
empregues os recursos, conquistando assim mais financiadores e a sociedade. Portando a auditoria é
importância e de interesse para os financiadores da organização que procuram actuar, colectiva e
formalmente, para o bem-estar de uma comunidade ou sociedade. A pesquisadora constata que a
organização sem fins lucrativos, não diferem muito das demais quando se trata dos factores de
avaliação e concretização dos objectivos, recomendando aos futuros investigadores a investigação
comparativa da aplicação da auditoria financeiras nos três sectores organizacionais (publico, privado e
sem fins lucrativos), de forma a conhecer os objectivos de aplicação da auditoria em cada um destes
sectores.
Palavras-chave: Auditoria. Procedimentos da Auditoria Financeira. Organizações sem fim
Lucrativos.

VII
ABSTRACT
The present work is entitled "Applicability of Financial Audit in Non-Profit Organizations: Case Study
at ESTAMOS - in the City of Lichinga (2016-2019)", the research aimed to analyze the applicability
of Financial Audit in the organization in non-profit organizations in the City of Lichinga, in order to
answer the research question, To what extent is Financial Auditing applied to accountability in non-
profit organizations in the City of Lichinga? The research approach is qualitative in nature, the
objective is exploratory and the technical procedure is case research. For data collection, apply the
interview and document analysis. The research concludes that organization X, is aware of the value of
the auditor's work brings the organization, it reduces the rate of non-compliance with basic principles
and regulations in force in accounting. An internal and external audit is carried out, it does not provide
the audited financial statements and the opinion. Admitting that the organization keeps the audited
documents and reports in its files, knowing that sharing its applied resources will show more
transparency, being an added value for the organization, so it actually shows where the resources were
used, thus conquering more funders and society. Therefore, the audit is important and of interest to the
organization's funders who seek to act, collectively and formally, for the well-being of a community or
society. The researcher finds that the non-profit organization does not differ much from the others
when it comes to the factors of assessment and achievement of objectives, recommending future
researchers to comparative research on the application of financial auditing in the three organizational
sectors (public, private and non-profit profit), in order to know the objectives of application of the
audit in each of these sectors.
Keywords: Audit. Financial Audit Procedures. Endless Profitable Organizations.

VIII
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

Com a evolução da ciência contabilística no mundo, que se tornou imprescindível a


administração das organizações, desenvolveu-se também, a técnica de Auditoria Financeira
que é uma das mais importantes ferramentas para o controle administrativo.

Neste sentido, Attie (2009), diz que a auditoria financeira surgiu devido a necessidade de
controlo ou exame de contas, relatórios, demonstrações, ou demais documentos financeiras
dentro de determinada entidade, algo que relevasse os números e resultados, bem como a
situação económica e financeira apresentada aos administradores de uma empresa.

Do ponto de vista de Costa (2017), a Auditoria Financeira surge no mundo pela necessidade
da avaliação constante, do património das entidades com vista a certificar a existência física
dos itens, ou artigos registados pela contabilidade, numa altura em que diversas organizações
encontravam-se em declínio pela falta de um instrumento que os ajudasse na detenção de
erros ou fraudes existentes. Dessa forma, a auditoria Financeira resume-se em controlar as
áreas-chave nas empresas, a fim de evitar situações que propiciem adulteração, desfalques e
cumprimento, através de testes regulares nos controles internos específicos de cada
organização.

Em dias actuais a auditoria Financeira tornou-se um instrumento indispensável nas


organizações, por ser verdade, as organizações e instituições moçambicanas adoptaram a
aplicação e realização da auditoria para realiza-lo em pelo menos, uma vez em cada exercício
económico, factor indispensável principalmente para as organizações não governamentais que
são a camada mais propensa a inserção prematura de suas actividades.

A auditoria Financeira é também aplicada nas organizações sem fins lucrativos, realidade
está, que torna-se a base para a realização do presente estudo, objectivando Analisar a
aplicabilidade da Auditoria Financeira nas Organizações sem fins lucrativos na Cidade de
Lichinga, com vista a compreender a temática em estudo no ponto de vista real e no seu
campo de actuação, recorrendo-se ao enfoque qualitativo e quanto ao procedimento técnico, o
estudo de caso simples.

9
1.2. Problematização

Em nossa sociedade, a influência e atuação de entidades sem fins lucrativos vem se ampliando
a cada dia, seja para atender demandas especificas, seja para assumir um papel que, muitas
vezes deveria ser de iniciativa do estado, como prover serviços de saúde, edução, treinamento
profissional entre outros. Elas surgem a partir de grupos de pessoas que se organizam com o
fim específico de atender interesses em comum sem a finalidade de lucro.

O propósito da aplicabilidade de Auditoria Financeira nelas, consiste na avaliação e exames


constante da aplicação dos fundos financiados e para a materialização dos objectivos traçados
em cada projecto na organização.

De acordo com Nabais (1993), a grande dificuldade das organizações sem fins lucrativos é
que não se realiza um agenciamento a fim de saber qual o retorno para a sociedade. As
Organizações sem Fins Lucrativos, fazem parte de uma parcela de mercado que é operado, em
grande maioria, por uma massa voluntaria que aplica seu tempo como investimento em um
projecto no qual acredita.

O grande desafio dessas organizações é buscar alternativas (doações ou financiamentos)


injetados pelos parceiros ou doadores para suprir suas necessidades e atender melhor suas
finalidades atreves de uma boa gestão financeira, devendo prestar relatórios da aplicação dos
recursos.

Para Almeida (2017), afirma que, as organizações sem fins Lucrativos devem garantir
transparência na utilização dos recursos recebidos de seus financiadores, assegurando que
esses sejam aplicados nas finalidades para as quais foram solicitados.

A aplicabilidade da auditoria financeira é uma peça fundamental para as organizações, deve


ser olhado como um relatório de prestação de contas de modo a atender as necessidades da
empresa e responder os recursos dos financiadores ou doadores.

Para Drucker (1994), as organizações sem fins lucrativos vêm acompanhadas de falhas em
processos, gestão e principalmente, controle financeiro e contabilidade que acabam
implicando directamente no desenvolvimento da instituição.

Sem a aplicabilidade da auditoria financeira eficiente a organização pode incorrer diversos


prejuízos, colocando em risco a continuidade da empresa e a perca de financiadores. Sem a
aplicabilidade da auditoria financeira eficiente não consegue tomar decisões com segurança,
10
não proporciona visão geral da sua situação, não sabe se os recursos financiados estão sendo
aplicados devidamente ou não e se esta obedecendo as normas. Para evitar isto, ganha
relevância o papel desempenhado pelo sector de auditoria financeira da organização. O sector
da auditoria financeira é responsável por examinar as demostrações financeiras, produzindo
informações claras e credíveis retratando a realidade da organização mostrando caminho para
tomada de decisão.

Nesta afirmação sintetiza-se a um dos maiores objectivos do uso da auditoria financeira e suas
técnicas de modo a reunir dados relevantes e verídicos para melhor transparência para a
prestação de contas para os interessados na informação.

Neste conjunto de abordagens, a presente pesquisa surge com vista a discutir ideias narradas
pelos autores e as que realmente se deparam no campo, diante de falta de tais evidências sobre
o que realmente tem acontecido, escolhemos a organização ESTAMOS, de uma forma
aleatória para ajudar-nos a responder a seguinte questão de partida:

 Ate que ponto a Auditoria Financeira é aplicado para a Prestação de Contas nas
organizações sem fins lucrativos na Cidade de Lichinga?

1.3. Justificativa e Relevância

A escolha do tema em análise, surge com o intuito de querer compreender a questão da


aplicabilidade da auditoria financeira no ponto de vista das organizações sem fins lucrativos,
partindo de uma discussão triangular entre o pensamento dos autores, o pensamento
académico e a realidade deparada no campo.

A pesquisa quanto é relevante em diferentes aspectos:

A nível pessoal, a pesquisa contribui na construção de um pensamento profissional no que


tange a matéria após os longos anos de carteira.

A nível académico, a pesquisa servirá de fonte ou base para a construção de pensamentos


tendo em conta a vida real dos factos, bem como na criação de debates ou desenvolvimento de
pesquisas relacionadas.

Na visão das organizações sem fins lucrativos, a pesquisa revela a importância da auditoria
financeira dentro das mesmas e o benefício de se manter o hábito de avaliação período dos
11
instrumentos financeiros dentro da organização, não só, como a necessidade da existência de
uma contabilidade organizada.

As organizações poderão espelhar-se a partir desta obra de forma a melhor desenharem suas
estratégias de gestão, melhorando sua percepção sobre a situação contabilística.

1.4. Objectivos

1.4.1. Geral
 Analisar a aplicabilidade da Auditoria Financeira para prestação de contas nas
Organizações sem fins lucrativos na Cidade de Lichinga.

1.4.2. Específicos

 Definir a auditoria financeira do ponto de vistas das organizações sem fins lucrativos
da cidade de Lichinga;
 Identificar as técnicas de auditoria financeira sem fins lucrativos;
 Discutir a importância da auditoria financeira para as organizações sem fins lucrativos;

1.5. Questões de Investigação

 Qual é o ponto de vista das organizações sem fins lucrativos no que concerne a definição
de auditoria financeira?
 Quais são as técnicas das auditorias financeiras nas organizações sem fim lucrativos na
cidade de Lichinga?
 Que importância exerce a Auditoria financeira para as organizações sem fins lucrativos na
cidade de Lichinga?

1.6. Delimitação do Tema

 Temática: a pesquisa centra-se na análise da Aplicabilidade da Auditoria Financeira nas


Organizações sem Fins Lucrativos: estudo de caso na ESTAMOS - na Cidade de Lichinga
(2016-2019), sintonizando o tema a partir de ideias de autores que antes discursaram sobre
o mesmo em comparação com a realidade vivida.
 Espacial: o horizonte espacial aplicável na presente obra, é a cidade de Lichinga.
Recorreu-se a esta cidade devido ao crescimento gradual das organizações sem fins
lucrativos que se instalaram e continuam surgindo no final dos últimos anos, factor que
contribui para a observação do tema em destaque.

12
 Temporal: A pesquisa vai analisar o período 2016 a 2019, recorreu-se a este período pelo
facto ser correspondeu aos últimos períodos económicos mais recentes e capazes de
fornecerem dados mais recentes possível para se analisar na presente pesquisa.

1.7. Estrutura do Projecto

O presente trabalho é incorporada pelos seguintes capítulos:

Capitulo 1 – Introdução: neste capítulo são apresentados os aspectos básicos da


pesquisa, desde a contextualização, a problematização, a relevância, objectos de
estudo e a delimitação do estudo.
Capítulo 2 – Fundamentação Teórica: contempla conceptualização das palavras-
chave da pesquisa, para a compreensão da linguagem nela abordada.
Capítulo 3 – Metodologia de Investigação: ilustra os aspectos metodológicos que
conduzirão a pesquisa, como a metodológica, o tipo de pesquisa, as técnicas e
instrumentos de colecta de dados, e o modelo de análise de dados.

CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Evolução dos Conceitos

A contabilidade é a ciência que estuda o património das empresas, seus fenómenos e


variações, tanto no aspecto qualitativo, quanto no quantitativo. Ela realiza os registos dos
fatos de natureza económico-financeira que afectam o património. Entretanto, os dados
gerados por ela necessitam ser avaliados e, para isso, se conta com uma técnica contabilística
chamada de auditoria (Iudícibus, Martins, Carvalho, 2005).

A auditoria surgiu na Inglaterra, no ano de 1.314, no século XIV, onde o governo já


empregava exames periódicos e sistemáticos das contas públicas devido à necessidade de
controlar os fatos contabilísticos, das movimentações financeiras e outros acontecimentos
dentro das empresas (Marques, 2010).

Com o desenvolvimento das práticas comerciais e da inter-relação entre as empresas com a


administração, surge a necessidade de alguém afirmar que os controles e as rotinas de trabalho
estão devidamente executadas e se os dados contabilísticos merecem confiança por
apresentarem informações económicas e financeiras da empresa (Santi, 1988).

13
A auditoria é o ramo da contabilidade que verifica a autenticidade das demonstrações
financeiras, examina os critérios e procedimentos contabilísticos adoptados em sua
elaboração, e se estes estão de acordo com os princípios fundamentais de Contabilidade e com
as normas de Contabilidade aceites (Franco & Marra 1992).

Para Bell e Johns (1942) definem auditoria como:


A verificação geral das contas de uma empresa para determinar sua posição financeira, o
resultado de suas operações e a probidade de seus administradores, com o fim de comunicar o
resultado do exame aos proprietários, accionistas, gerentes, conselheiros, bolsas e outros
órgãos oficiais, síndicos, actuais ou prováveis arrendatários, futuros interventores ou
compradores, juntas de credores, agências mercantis, hipotecários ou quaisquer outros
interessados. Para verificar se houve prestação justa de contas de um património e se os
negócios foram convenientemente administrados, para satisfação ao público, aos doadores etc.
Para verificar custos, lucros ou prejuízos de um negócio. Para descobrir e impedir fraudes
(p.55).

De acordo com Rivera (1955), a Auditoria “é o exame de todas as anotações contabilísticos, a


fim de comprovar sua exactidão, assim como a veracidade dos estados ou situações que as
ditas anotações produzem” (p. 41).

Já no ponto de vista de Holmes (1956), a auditoria é “o exame de demonstrações e registos


administrativos. O auditor observa a exactidão, integridade e autenticidade de tais
demonstrações, registos e documentos” (p. 30).

Attie (2010) instrui que a auditoria é uma especialização contabilística voltada a testar a
eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objectivo de expressar uma
opinião sobre determinado dado.

Neste sentido, os autores comungam nas ideias, cingindo que a auditoria se relaciona com a
revisão e verificação de documentos contabilísticos, registos, livros e listagens de contas,
utilizadas no processo de captação, representação e interpretação da realidade económico-
financeira da empresa.

2.2. Objectivo da Auditoria

No ponto de vista de Crepaldi (2000):


O objectivo do exame normal das demonstrações financeiras pelo auditor independente é a
emissão de um parecer que mostrará a realidade das demonstrações financeiras, o resultado
das operações e as modificações necessárias, de acordo com os princípios contabilísticos e as
normas de auditoria geralmente aceitas (p. 36).

14
Essas normas exigem que o auditor afirme se, em sua concepção, as demonstrações
financeiras estão apresentadas de acordo com princípios fundamentais de contabilidade e se
esses princípios foram aplicados de forma consistente em relação ao período anterior.

Para Crepaldi (2000), em outras palavras, “o objectivo da auditoria é investigar a precisão dos
registos contabilísticos e das demonstrações contabilísticos nos fatos que alteram o património
e a representação desse património” (p.36).

De acordo com Dantas (2010):


A auditoria pode ter por objecto fatos não registados documentalmente, mas que sejam
relatados pelos que exercem as actividades relacionadas com o património administrativo, do
qual informações mereçam credibilidade, desde que possam ser admitidas como segurança
pela evidência ou por indícios convincentes (p.02).

Casando os pensamentos dos autores pode-se debruçar que a auditoria é uma técnica
contabilística, que objectiva avaliar ou examinar os documentos financeiros na empresa ou
organização, podendo ser entendida como ramo da Contabilidade. Por outra, a auditoria
financeira faz com que o auditor emita uma opinião sobre as demonstrações financeiras que
estão razoavelmente apresentadas, de acordo com os princípios de contabilidade geralmente
aceitas.

2.3. Tipos de Auditoria Financeiro

A auditoria Financeira pode ser subdividida em Auditoria Interna e Auditoria Externa.

2.3.1. Auditoria Interna

"Auditoria é uma técnica autónoma entre as técnicas da Ciência Contabilística, razão pela
qual tem objecto perfeitamente identificado e definido, sendo este não apenas único, mas
também múltiplo, conforme o entendimento unanimemente consagrado nos dias de hoje."
(Jund, 2004, p. 26).

Para esse mesmo autor Jund (2004):


A auditoria interna é uma actividade de avaliação independente e de acessoriamente da
administração, voltada para o exame e avaliação da adequação, eficiência e eficácia dos
sistemas de controlo, bem como da qualidade do desempenho das áreas, em relação às
atribuições e aos planos, às metas, aos objectivos e às políticas definidas para as mesmas (p.
26).

Os dois autores comum nas ideia no ponto de vista que a auditoria interna e aquela feita pelo
funcionário da mesma empresa de modo a assegurar se o que foi plasmado como normas
estão sendo seguidas ou não.
15
2.3.2. Auditoria Externa

Na visão de Crepaldi (2000), a auditoria externa:

Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem como objectivo a emissão do parecer
sobre a adequação com que estes representam à posição patrimonial e financeira, o resultado
das operações, as mutações do Património Líquido e as origens e aplicações de recursos da
entidade auditada consoante as normas brasileiras de contabilidade (p. 07).

Compõe em uma formação de uma serie de procedimentos técnicos que tem como propósito a
emissão do parecer sobre adequação com que estes representam à posição patrimonial e
financeira da empresa auditada.

Neste sentido a diferença existente entre a auditoria Interna e Externa esta centrado em quatro
aspectos; primeiro a extensão do trabalho: a auditoria Interna e determinado pelos gestores da
empresa, ao passo que na Auditoria Externa e determinado pelas leis, normas, e princípios que
regulam a actividade ou exigidas no Pais. Segundo aspecto tem a ver com a direcção, a
auditoria interna o seu trabalho é conduzido para que o sistema de controlo interno e
contabilístico funcione correctamente, afim de os fatos apresentarem fidedignidade para,
assim, demonstrar aos administradores e gerência enquanto a auditoria Externa é determinado
pelo seu dever de cumprir uma data, os resultados obtidos no decorrer de todo o seu trabalho
examinado, para que estas informações representem aos terceiros (investidores, accionistas,
fornecedores, entre outros), a real situação contabilístico da empresa. O terceiro aspecto,
Responsabilidade, a auditoria Interna e um funcionário da empresa que trabalha em prol aos
resultados para apresentar aos seus superiores hierárquicos, ao passo que a auditoria externa e
um profissional independente, contratado para um determinado fim ou objectivo. E por fim o
aspecto metodológico, na auditoria Interna segue os procedimentos e normas internas, pois
como o mesmo é o funcionário, ele já conhece a cultura da empresa, ao passo que na auditoria
externa verifica se a empresa está trabalhando em consonância com as normas, princípios e
leis.

2.4. Normas de Auditoria Financeira


A auditoria financeira em Moçambique é regida por normas, ou seja, regras que são definidas
pelos órgãos reguladores da contabilidade do país. Eles são os responsáveis por regulamentar
a profissão e suas actividades e devem estabelecer normas a serem cumpridas pelos
profissionais no desenvolver de seus trabalhos, bem como a auditoria interna e externa,
indicando como ela deve ser feita, quais os métodos, a validade e a finalidades da mesma.

16
Segundo Franco e Marr (1992):
Normas de auditoria são entendidas como regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da
profissão contabilístico, em todos os países, com o objectivo de regulamentar o exercício da
função do auditor, estabelecendo orientações e directrizes a serem seguidas por esses
profissionais no exercício de suas funções (p. 51).

Crepaldi (2013), afirma que a auditoria interna deve estar estruturada em procedimentos
técnicos, objectivos, sistemáticos e disciplinados, pois assim consegue agregar o valor ao
resultado da organização, apresentando suporte para o aprimoramento dos processos de gestão
e dos controles internos, por meio de orientações de soluções para as não conformidades
demonstradas nos relatórios.
2.5. Procedimentos e Técnicas da Auditoria Financeira
Para a realização dos procedimentos, se faz necessária a colecta de informações e a observação de
tudo o que ocorre dentro da empresa para, então, proceder o parecer técnico, nos relatórios de
auditoria.

Segundo Bell e Johns (1942):


A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada em razão da complexidade e do
volume das operações, por meio de provas selectivas, testes e amostragens, cabendo ao
auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser,
determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que
sejam válidos para o todo (p. 55).

Crepaldi (2013), conceitua que “os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que
permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes para fundamentar sua opinião
sobre as demonstrações contabilísticas auditadas e abrangem os testes de observância e os
substantivos” (p. 399).

Para Scotini, Graziani e Lourenço (2012), os procedimentos de auditoria são considerados um


conjunto de métodos técnicos através dos quais o auditor consegue evidências ou provas que
sejam satisfatórias e apropriadas para basear o seu parecer sobre as demonstrações
contabilísticas auditadas.

Neste caso, os testes de observância conduzem a obter segurança dos controles internos
estabelecidos pela administração da empresa, verificando se estes estão em efectivo
funcionamento. Verifica também o cumprimento dos funcionários e administradores, devendo
ser considerados os procedimentos de: inspecção, observação, confirmação e investigação.

2.5.1. Testes de observância

17
Segundo (Crepaldi, 2013). Testes de observância são “os procedimentos empregados pelo auditor,
a fim de determinar se cumprem correctamente certos procedimentos de controlo interno,
estabelecidos pelo sistema da empresa” (p. 419).
A finalidade do teste de observância é contribuir com uma aceitável segurança quanto à
concretização utilizada nos procedimentos previstos nos controles internos administrativos.
Previamente apontado pela administração das normas internas, o teste de observância visa a
alcançar a segurança dos controles internos da entidade e as boas condições para seu cumprimento
e funcionamento.

2.5.2. Testes substantivos: demonstrativos


Nos testes substantivos, o auditor interno reúne provas documentais das demonstrações
financeiras e informações económico-financeiras, de acordo com os Princípios de
Contabilidade, proporcionando veracidade para a realização do relatório.

Segundo Crepaldi (2013), conceitua:


Os testes substantivos são aqueles empregados pelo auditor, com a finalidade de obter provas
suficientes e convincentes sobre as transacções económico-financeiras, saldo e divulgações
nas demonstrações financeiras, em consonância com os Princípios de Contabilidade, que lhe
proporcionem fundamentação razoável para a emissão do relatório (p. 421).

Nestes moldes, os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência,


exactidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informação da entidade. As
informações que fundamentam os resultados da Auditoria financeira são denominadas de
“evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer
base sólida para as conclusões e recomendações à administração da entidade.

Segundo Crepaldi (2013) enfatiza que a finalidade dos testes substantivos, em sua maioria, é
garantir a existência dos elementos patrimoniais, direitos e obrigações em certa data, a
veracidade de ocorrência dos fatos, a verificação dos registos e, por último, a mensuração,
apresentação e divulgação de todas as informações analisados em conformidade com as
Normas Brasileiras de Contabilidade.

2.6. Importância da auditoria nas Organizações sem fim Lucrativos

Para Crepaldi (2013), a importância da auditoria Financeira é verificar se o trabalho está


sendo executado de forma adequada, de acordo com a necessidade da empresa, para o avanço
e sua continuidade, no sentido de alcançar melhores resultados. É auxílio para futuras
modificações das actividades operacionais já existentes. A escolha da ferramenta da auditoria
18
interna traz importante papel para a gestão das empresas, em todas as áreas administrativas
que contribuam para o aumento do património.

Rodrigues e Muller (2013) expõem que, na auditoria financeira, os principais objectivos são
revisar e avaliar o controlo, acompanhar e monitorar o efectivo cumprimento das directrizes
adoptadas pela empresa, controlar e resguardar o património da entidade.

Attie (2010), entende que “o trabalho de auditoria financeira deve ter como objectivo geral
assessorar a administração no desempenho eficiente de suas funções, fornecendo-lhe a
análise, avaliações, recomendações e comentários sobre as actividades auditadas” (p. 198).

A auditoria financeira desenvolve actividades que contribuem para a gestão do negócio e


permite a verificação com riqueza de detalhes de todas as actividades realizadas, facilitando o
trabalho em processos e operações a curto, médio e longo prazo com eficácia.

Um estudo de Lopes (2010) ensina que a auditoria financeira torna-se um componente


relevante para gestão interna da empresa, agindo de forma benéfica e eficaz na procura de
uma correcta gestão de recursos, sendo alicerçada em evidências e proporcionando aos
gestores a correcta valoração das técnicas utilizadas na gestão do negócio.

Assim, conforme Pinheiro (2005), o sucesso da auditoria financeira passa por um processo de
transformação, incorporando auditores motivados e comprometidos com a conquista da
empresa, tendo a responsabilidade de contribuir para a manutenção de um controle interno
sadio e sustentando os principais objectivos da empresa. Neste conjunto de procedimentos, o
desempenho da auditoria interna constituirá um ponto de excelência para formar quadros
altamente qualificados, garantindo um sistema de controlo, activo na empresa, além de uma
conduta ética irrepreensível.

2.7. Necessidade da Auditoria Nas Organizações sem fim Lucrativos

Na opinião de Crepaldi (2000, p. 47): A auditoria actualmente é um meio indispensável de


confirmação da eficiência dos controles e factor de maior tranquilidade para a administração e
de maior garantia para investidores, bem como para o próprio fisco, que tem na auditoria o
colaborador eficiente e insuspeito, que contribui indirectamente para melhor aplicação das leis
fiscais. A principal vantagem da auditoria externa é sua independência, pois não se envolve
com o ambiente de trabalho, evitando embaraços e possíveis constrangimentos. O trabalho de
auditoria abrange, além de factores técnicos, factores psicológicos: as pessoas, ao saberem
19
que há um controlador, inibem qualquer iniciativa de cometer irregularidades. As principais
áreas de actuação do auditor são: saldo das contas do balanço, contabilidade, sistema de
informática, folha de pagamento e facturamento da área financeira. É importante calcular o
custo – benefício da operação; às vezes, o risco é tão pequeno que não compensa a
contratação de auditores e o custo do controle torna-se mais caro.

De acordo com Unerman e O´Dwyer (2010), "as ONGs desempenham uma actividade
essencial para promover a sustentabilidade social, económica e ambiental como auxiliar os
mais pobres da sociedade a lidar com os impactos desproporcionais que a insustentabilidade
pode ter sobre eles".

A partir da ineficácia do Estado em prover serviços, permitiu-se que as ONGs avançassem em


sua participação, aumentando a sua captação de recursos humanos e financeiros (Salamon e
Sokolowski, 2016).

Portanto, existe a necessidade da auditoria nas ONGs, para a verificação do controlo interno e
para assegurar os saldos demonstrados pela organização. Essa auditoria tem o intuito de testar
a eficiência e eficácia do património da organização, e ela pode auxiliar o processo de
divulgação de certas informações financeiras, para aumentar ou zelar pela credibilidade da
organização perante a sociedade e na prestação de contas aos doadores.

2.8. Estudos Realizados


2.8.1. Revisão Empírica
Neste ponto, far-se-á uma reflexão em torno de estudos realizados ao nível internacional e
nacional sobre a temática em causa. Como são tantos, optou-se por mencionar apenas três que
si assemelham com o tema em apreço.

Silva (2008), em sua pesquisa de final de curso, intitulado “A Importância da Auditoria


Interna na Gestão dos Recursos: Um Estudo de Caso Em Uma Rede Concessionárias de
Veículos.” Pesquisa desenvolvida em Florianópolis, com o objectivo de analisar a estrutura
organizacional e os sistemas de Controlos Internos de uma empresa do ramo automobilístico.
Estudo de carácter descritivo com uma abordagem qualitativa a partir de um estudo de caso
em uma rede de concessionárias de veículos. Determinou que 66% das respostas obtidas em
relação aos controles internos são adequadas, que 20% são adequadas precisando ser
aprimoradas, que 6% são adequadas com fraquezas e 8% são inadequadas. Destaca-se que a
Auditoria Interna é indispensável para alcançar o sucesso empresarial, visto que as empresas
20
necessitam de ferramentas que as auxiliem no seu processo de gestão, detectando e
prevenindo possíveis falhas, bem como avaliando e examinando as actividades
desempenhadas pela mesma.

Ferreira (2014), em sua pesquisa intitulada “A importância da auditoria interna como


ferramenta de gestão para as empresas”, trabalho de Conclusão de Curso em Ciências
Contábeis na Universidade de Rio Verde, Rio Verde, debruça que o papel da administração
das empresas vem, ao longo do tempo, sofrendo várias mudanças, tanto nas actividades
quotidianas, quanto em processos que visam resultados em longo prazo. Sendo assim, o
administrador, por si só, não conseguiria dar suporte a todos os controles internos da empresa.
Este estudo teve como finalidade verificar a auditoria interna utilizada como ferramenta de
apoio na gestão das empresas, permitindo um melhor acompanhamento e a supervisão das
actividades exercidas nas empresas, facilitando e auxiliando no controle da gestão, com
intuito de preservar os bens patrimoniais, analisar e acompanhar todas as actividades operadas
da organização de forma geral e específica em cada departamento existente. O objectivo desta
pesquisa é desenvolver e informar o leitor sobre a importância da auditoria interna como
ferramenta de gestão para as empresas. A metodologia utilizada nesta pesquisa é o método
dedutivo. Quanto aos objectivos, enquadra-se como uma pesquisa exploratória, utilizando
estudo de jornais, revistas, livros, artigos científicos. Este estudo visa a colaborar e auxiliar no
melhor entendimento dos principais factores que a auditoria interna possui e suas
funcionalidades dentro das organizações, demonstrando, de forma clara, a importância desta
ferramenta, bem como seus benefícios aos empresários.

21
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1. Abordagem da Pesquisa


De acordo com a natureza da pesquisa, recorreu-se a pesquisa qualitativa, esta que do ponto
de vista de Silvestre e Araújo (2012), consiste em ter descrições detalhadas de uma realidade,
ou fenómeno que acontece dentre de uma sociedade.

Segundo Diehl e Tatim (2004), a abordagem qualitativa é focalizado ao estudo dos


acontecimentos sociais, usando instrumentos não matemáticos ou estatísticos para a sua
análise de dados.

A aplicação deste enfoque de pesquisa foi vantajosa para a pesquisa pois auxiliou a mesma na
maior aproximação dos pesquisadores ao campo de estudo de forma a colher os dados
directamente no local de sua actuação.

3.2. Quanto aos Objectivos

A tipologia de pesquisa quanto aos objectivos será exploratória, que segundo Ramos e
Naranjo (2014), este tipo de estudo:
Efectuam-se normalmente, quando o objectivo é examinar um tema ou problema de
investigação, pouco estudado ou que não foi abordado antes. Isto é, quando a revisão da
literatura revelou que a unicamente pistas não investigadas e ideias vagamente relacionadas
com um problema em estudo (p.53).

Segundo Diehl e Tatim (2004), a pesquisa exploratória é aplicada em temáticas em que não se
tem dados aprofundados, ou seja, um assunto que não se sabe descrever, assim o pesquisador
procura se familiarizar e fazer a descoberta do fenómeno.

Segundo Gil (2000), a pesquisa Exploratória proporciona maior familiaridade com o


problema, pode envolver levantamentos bibliográficos, entrevistas com pessoas peritas na
matéria e estudo de caso.

3.3. Quanto aos Procedimentos Técnicos

Quanto ao procedimento técnico para a pesquisa foi aplicada a pesquisa de caso simples que
segundo Yin (2001), é uma investigação empírica que indica um fenómeno no seu ambiente
real.

22
Segundo Gil (2000), o Estudo de Caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.

Para Ludke e Andre (1999), o estudo de caso se assemelha mais a uma abordagem
metodológica de pesquisa que a um tipo de procedimento. E composto de três fases: um
exploratório; outra de sistematização de colecta de dados e delimitação do estudo e a última
de análise e interpretação das descobertas.

Trata-se, como os termos indicam, do estudo decerto caso singular visando descoberta de
fenómenos em determinado contexto. Enfatiza a interpretação de fenómeno específico e busca
retratar a realidade de maneira complexa e profunda.

3.4. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados

No processo de recolha de dados foi aplicada a técnica de entrevista e análise documental,


abaixo descritas.
3.4.1. Entrevista
A entrevista foi semi-estruturada, com base no instrumento que é o guião de entrevista.
Segundo De Ketele (1999) “a entrevista é um método de recolha de informações que consiste
em conversas orais, individuais ou de grupos com varias pessoas cuidadosamente
selecionadas, cujo grau de pertinência, validade, fiabilidade é analisado na perspectiva dos
objectivos da recolha de informações” (p.20).

Na perspectiva de Marconi e Lakatos (1996), “esta técnica utiliza os sentidos na obtenção de


determinados aspectos da realidade. Consiste em ver, ouvir e examinar fatos ou fenómenos”
(p.90).

Sendo a entrevista uma técnica de compilação de informação com base em interacções com os
gestores das empresas, sendo que possibilitou uma interacção directa e também houve a
possibilidade de criar-se novas questões durante conversa.

3.4.2. Análise Documental

Para Carmo e Salvador (1978) a análise documental é um processo que envolve selecção,
tratamento e interpretação da informação existente em documentos (escritos, áudios ou
vídeos) com o objectivo de eduzir algum sentindo. No processo de investigação é necessário
23
que o investigar recolha informação de trabalhos anteriores, acrescente algum valor e
transmita a comunidade científica para que os outros possam fazer o mesmo no futuro.

Segundo Sanchez e Vega (2003), a análise documental encarrega-se da análise sobre o


conteúdo do documento, orientando-se basicamente na representação, organização e
localização das informações. Nesta técnica, consistiu na análise de documentos existentes nas
empresas relativamente a aspectos das demonstrações financeiras das mesmas, a fim de
averiguar o crescimento da empresa, a situação financeira.

3.5. População e Participantes

3.5.1. População

Segundo Silva e Minezes (2005), “População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de


indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo.

Segundo Gil (2000), participantes é o subconjunto do universo ou da população, por meio do


qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população.

Nesta ordem de ideias, a população dessa pesquisa abrangeram a todos os Funcionários do


sector da auditoria e finanças da Organização em Estudo, de modo a buscar e garantir a
qualidade dos resultados.

3.5.2. Participantes

Do ponto de vista de Segundo Gil (2000), participantes consistem numa parcela retirada da
população de forma a reduzir o numere de entrevistados numa pesquisa, sendo esta parte,
representativa da população em estudo.

Assim sendo, para a presente pesquisa, a amostra é formada pelo chefe do sector – o
profissional responsável na cedência da informal. Todavia o critério ou método utilizado na
selecção dessa amostra foi o julgamento (amostragem intencional e não probabilística), uma
vez considerado pelo pesquisador, que as informações necessárias à realização da pesquisa
estão na posse dessas pessoas, tendo em vista que se trata de informações disponibilizadas
pela Contabilidade e requeridas via credencial para a administração das empresas.

24
3.6. Quadro de Categorias

Para Armando (1979), quadro de categorias é um método de apresentar os dados em colunas


verticais ou fileiras horizontais, que obedece à classificação dos objectos ou materiais da
pesquisa.

É bom auxiliar na apresentação dos dados, uma vez que facilita, ao leitor, a compreensão e
interpretação rapidamente a massa de dados, podendo, apenas com uma olhada, apreender
importantes detalhes e relações. Todavia seu propósito mais importante é ajudar o
investigador na distinção de diferenças, semelhanças e relações, por meio da clareza e
destaque que a distribuição lógica e a apresentação gráfica oferecem às classificações No
quadro de categorias iram-se apresentar de forma sistematizadas informações colectadas
dentre as subcategorias, as questões aplicadas e número de entrevistados que responderão as
questões.

3.7. Análise de Conteúdo

Segundo Salvador (1978), salientam que, “qualquer plano de análise de conteúdo pressupõe a
elaboração de um conjunto de procedimento que permitam a segurar a sua fidedignidade e
validade” (p.109).

A análise de conteúdo constitui-se de um conjunto de técnicas e instrumentos empregados na


fase de análise e interpretação de dados de uma pesquisa, aplicando-se, de modo especial, ao
exame de documentos escritos, discursos, dados de comunicação e semelhantes, com a
finalidade de uma leitura crítica e aprofundada levando à descrição e interpretação destes
materiais, assim como a inferências sobre suas condições de produção e recepção (Moraes
apud Engers, 1994, pag.03).

Deste o modelo de análise de conteúdo será aplicado a partir do momento que o pesquisador
vai procurar analisar as respostas dos entrevistados, por meio de comparações, avaliação da
fala dos entrevistados, e a relação dos dados com as teorias.

3.8. Aspectos Éticos

Segundo Dubrin (2003), “a ética pode ser o estudo dos juízos de apreciação referentes a
conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal”. Ou ainda, segundo o mesmo autor, um
conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano.

25
Já para Dubrin (2003, pag.69), “define a ética como as escolhas morais que uma pessoa faz é
o que essa pessoa deveria fazer. E o que ela considera como certo e errado ou como bom ou
mau”.

É transformar valores em acção. Nesta pesquisa foram tomados em consideração os aspectos


éticos de uma pesquisa, dentre a ocultação da identificação dos entrevistados, a indicação das
obras consultadas, fontes utilizadas, com todo sigilo profissional.

26
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

4.1. Conceito de Auditoria do ponto de vistas das organizações sem fins lucrativos

No decurso da investigação dirigimo-nos ao campo de pesquisa de forma a colher os dados


para a mesma, neste processo, de forma a conhecer o ponto de vista do objecto de estudo, no
que tange a definição de auditoria financeira, questionamos se o mesmo já havia ouvido a
cerca da mesma e o que o mesmo entendia por auditoria.

Assim sendo, obtivemos a seguinte resposta:

 É a avaliação dos relatórios estabelecidos pela organização no que tange ao seu


cumprimento.

De acordo com Bomfim (2013), de um modo geral, as organizações ou sociedades estão


divididas em três sectores:

Primeiro – é o Governo ou sector Público, esta tem como responsabilidade resolver as


questões sociais;

Segundo – é o sector privado, que se caracteriza por assuntos individuais e em como meta
principal o alcance de lucros; e

Terceira – é composto pelas organizações não governamentais e sem fins lucrativos, também
designadas por sociedade civil que possuem particularidades como o de gerar serviços de
carácter público, ou seja, configura uma junção entre o primeiro e o segundo sector buscando
resolver as carências sociais, melhorando a qualidade de vida de das pessoas.

Conforme Araújo (2005, cit. em Bomfim, 2013, p. 17), as organizações sem fins lucrativos
são agentes não económicos e não estatais que procuram actuar, colectiva e formalmente, para
o bem-estar de uma comunidade ou sociedade.

Ainda de acordo com Bomfim (2013), cada um dos sectores acima citados usam da auditoria
Financeira de forma a atender os seus objectivos.

Relativamente a definicao de Auditoria, do ponto de vista Almeida (2017), a auditoria


financeira é:
Um processo objectivo e sistemático, efectuado por um terceiro independente, de obtenção e
avaliação de prova em relação as asserções sobre acções e eventos económicos para verificar o

27
grau de correspondência entre esses asserções e os certeiros estabelecidos, comunicando os
resultados aos utilizadores da informação financeira (p. 3).

De acordo com Guerreiro (2012), a auditoria Financeira designa-se ao trabalho realizados de


forma a aferir a veracidade das informações constituídas nos relatórios financeiros de uma
empresa ou organização. Para o mesmo autor, as organizações sem fins lucrativos necessitam
de maior transparência de suas actividades e de seus recursos captados, como meio de manter
e conquistar novos investidores para assim não perder os benefícios dispostos.

4.2. Tipos de auditoria financeira realizadas na ESTAMOS

De forma a conhecer as auditorias realizadas na organização, questionamos se alguma vez na


organização foram realizadas a auditoria financeira nesta organização, obtendo resposta
positiva para a questão, procurou-se saber os tipos de auditoria que haviam sido realizadas na
organização, desta feita obtivemos a seguinte resposta do entrevistado:

 Frequentemente é realizada a Auditoria Interna pela autoria da organização, mais


anualmente auditoria Externa, por intermédio dos financiadores do projecto.

De acordo com Almeida (2017), existem uma variedade de auditórios realizáveis dentro de
uma organização sendo que a auditoria financeira ocorrem de duas grandes maneiras, a
indicar:

 Auditoria Interna – é uma função de avaliação independente, tradicional efectuada por


profissionais que são funcionários da organização, estabelecida dentro da mesma com o
intuito de examinar e avaliar as suas actividades.
 Auditoria Externa – diferente da auditoria interna, esta é realizada por um profissional
ou empresa contratada e sem laços com a organização estudada, deforma a avaliar
severamente se a demonstrações financeiras espelham a verdadeira situação da empresa e
que não seja influenciado na sua decisão.

Como se pode observar as organizações sem fins lucrativos tal como as demais organizações
exercer os dois grandes tipos de auditoria, a interna pelos profissionais e funcionários da
empresa e a externa pelos profissionais enviados pelos financiadores.

4.3. Diferença entre a Auditoria Interna e Externa

28
Concernente a diferença entre a contabilidade interna e contabilidade externa, do ponto de
vista o objecto de pesquisa:

 Auditoria Interna compete aos procedimentos de avaliação de controlo interno dentro da


organização e a auditoria externa, segue padrões técnicos para verificar a confiabilidade
das informações financeiras da organização.

A auditoria externa difere da auditoria interna pelo simples facto de a interna ser realizada por
um profissional ou conjunto de profissionais funcionários da empresa auditada, exercendo no
sentido de minimizar prováveis erros nas demonstrações financeiras, por outro lado, a
auditoria externa é exercida por profissionais ou empresas contratada que não tenham
directamente algum laço com a empresa (Almeida, 2017).

Alencar (1984, cit. em Valério, 2003), auditoria interna é aquela, executa por iniciativa
própria ou por meio de departamentos específicos dentro de uma empresa ou organização. Na
visão do mesmo autor, no sector público, a auditoria interna é efectuada por meio dos órgãos
de controlo interno.

Em sua pesquisa Hames (2004), apresenta um quadro comparativo da auditoria interna e


auditoria externa:

Quadro 1: Auditoria Interna VS auditoria Externa

Item Auditoria Interna Auditoria Externa

Assessorar a administração da Opinar sobre as demonstrações


Objectivo empresa no efectivo financeiras
desempenho de sua função
Há relação de dependência com Independente com responsabilidade
Profissional responsabilidade trabalhista civil e contratação por período pré-
entre as partes determinado
Facultativa, excepto nas Obrigatória entre determinadas
Existência empresas estatais empresas
Empresa Accionistas, financiadores, órgãos
A quem Interessa governamentais e credores
Relatório de recomendações e Parecer sobre demonstrações
Produto Final sugestões à administração financeiras

Fonte: Hames (2004).

29
A auditoria externa, é aquela executada por intermédio de profissionais habilitados ou
organização especializada sem vinculação com a empresa auditada (Valério, 2003).

Neste conjunto de ideias fica definido que quando os serviços de auditoria são prestados por
funcionarios da empresa auditada ‘e definida por auditoria interna e sera externa quando o
serviço de auditria for prestada por um alguem fora da empresa.

4.4. Número de auditorias na empresa no período de 2016 a 2019

Em relação ao número de auditorias realizadas no período de 2016 a 2019, a resposta foi a


seguinte:

 Neste período foram realizadas 04 (quatro) auditoria, para cada final do ano ou
princípio do ano é realizada uma auditoria referente ao período subsequente.

A auditora financeira tal como as demonstrações financeiras devem ser exercida pelo menos
uma vez em cada período económico de forma a certificar que o período económico anterior
esteja devidamente dentro das normas estabelecidas, subforma de preventiva (Almeida, 2017).

O número de auditorias realizáveis numa organização dependera das políticas estabelecidas


pela própria entidade, por tanto é necessário que em cada período económico tenha-se
realizado pelo menos uma auditoria. Em análise a organização ESTAMOS, percebe-se que
em cada ano realiza pelo menos uma auditoria externa.

4.5. Áreas Abrangentes a Auditoria na Organização

As áreas Abrangentes a auditoria na ESTAMOS são de Acordo com o Entrevistado:

 As auditorias são muitas vezes abrangentes a área financeira, onde os agentes


financiadores procuram examinar se os relatórios financeiros a eles enviados
correspondem a realidade da organização e se os princípios ditados estão a ser
cumpridos.

Do ponto de vista de Valério (2003), o termo auditoria abrange a diversas áreas


organizacional e podem ser implementadas em todos os departamentos ou áreas da
organização, por tanto a empresa define as áreas mais propensas e necessárias a auditoria.

Neste conjunto de ideias percebe-se que a auditoria pode abranger a diversas áreas da empresa
e a organização ESTAMOS, implementa a mesma na área financeira, de forma a espelhar a
30
realidade dos gastos realizados para a concretização dos seus objectivos aos olhos dos
financiadores.

4.6. Período Estabelecido para a Realização da Auditoria Interna e Externa na


Organização

Quando questionado ao entrevistado, qual era o período estabelecido para a realização da


auditoria interna, o mesmo respondeu que:

 O período eleito para a realização da auditoria interna na organização é Semestral.

Por outro lado questionamos o período estabelecido para a realização da auditoria externa,
sendo dito que o período é “anual”.

O período para realização da auditoria pode ser mensal, trimestral, semestral ou anual de
acordo com as politicas estabelecidas pela organização (Valério, 2003). Desta feita,
determinamos que a organização ESTAMOS, realiza as auditorias internas semestralmente,
enquanto a realização da auditoria externa acontece de forma anual.

4.7. Importância da Auditoria para a Organização

Quando questionado ao entrevistado no que tange a importância da auditoria para a empresa a


mesma respondeu que:

 A auditoria salvaguarda o património contra riscos provocados por falhas irregulares e


para melhor confiabilidade das informações e apoio na tomada de decisões.

De acordo com Paulo (1999, cit. em Hames, 2004), a auditoria é de grande importância para a
entidade por que é parte essencial do sistema global do sistema interno, levando ao
conhecimento da alta administração no retrato fiel do desempenho da empresa, seus
problemas, pontos críticos e necessidades de providências, sugerindo soluções para as
mesmas.

De acordo com Almeida (2017), a compreensibilidade, a relevancia, a fiabilidade e a


comparablidade são as quatro principais carateristicas da informacao financeira que a toram
util para os seus utilizadores, assim sendo, a importancia da auditoria parte do pressuposto de
garantia na estaelizacao destes principios.

31
Neste conjunto de ideias a auditoria financeira para as organizações sem fins lucrativos é
indispensável para a garantir a compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a
comparabilidade das informações financeiras, servindo ainda como forma preventiva de erros
que poderão causar declínio para a organização prejudicando ou igualando a zero os esforços
dos financiadores que pretendem ajudar a sociedade civil no seu bem-estar.

4.8. Documentos utilizados para a realização de uma Auditoria na Organizada

De acordo com o objecto de pesquisa, para a realização da auditoria financeira na organização


são preparadas os seguintes dados:

 Relatórios financeiros semestral e ou anual e as reconciliações bancárias, extractos


bancários, balancetes, entre outros.

De acordo com Almeida (2017), o objecto de estudo da auditoria Financeira é o conjunto de


documentos financeiros demonstrativos das operações da organização.

Para Borges, Mota, Oliveira e Pontes (2018), o objecto de estudo da auditoria financeira são
os processos, bancos de dados e a servidores financeiros instalados e mantidos na
organização. De acordo com os mesmos autores, a realização da auditoria deve ser delimitada
ao que foi definido no objectivo e documentado no programa de trabalho, com a aplicação das
técnicas e testes previamente definidos. O Plano Anual de Auditoria é detalhado que se
destina a estabelecer a natureza, extensão, profundidade e oportunidade dos comportamentos
a adoptar, com vista a atingir o nível de segurança desejável, tendo em conta a determinação
do risco da auditoria e a definição dos limites de materialidade.

Neste conteste definiu-se que o objecto de auditoria financeira na ESTAMOS são os relatorios
financeiros elaborads no decurso do periodo anual, como as reconciliacoes bancarias,
extractos bancarios e balancetes.

32
CAPITULO 5: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

Chegado a este estágio da investigação são apresentados os resultados alcançados no decurso


da investigação, a revisão bibliografia constituiu factor importante para elaboração de
questões de forma a colher os dados e chagar a esta fase.

A apresentação da concretização dos dados será feita de acordo com os objectivos


preestabelecidos na pesquisa, desta feita, no que tange ao primeiro objectivo de “Definir a
auditoria financeira do ponto de vistas das organizações sem fins lucrativos da cidade de
Lichinga”, conduzido pela questão “Qual é o ponto de vista das organizações sem fins
lucrativos no que concerne a definição de auditoria financeira?”, determinamos que a
auditoria a luz as organizações sem fins lucrativos é definida como o trabalho realizados de
forma a aferir a veracidade das informações financeiras no que tange aos projectos sociais
realizáveis sem fins lucrativos pela organização de forma que os investidores façam a
comparação entre os factos relatados e a realidade vivida.

No que tange ao segundo objectivo “Identificar as auditorias realizadas nas organizações sem
fim lucrativos” a partir da questão “Quais são as auditorias realizadas nas organizações sem
fim lucrativos na cidade de Lichinga?” determinamos que as organizações sem fins lucrativos
exercem as auditorias internas para a minimização dos erros prováveis nos relatórios
contabilísticos feita a partir de funcionários da organização e a auditoria externa exercida por
profissionais sem ligação a organização do interesse dos financiadores destas organizações e
dos seus projectos.

No terceiro objectivo “Discutir a importância da auditoria financeira para as organizações sem


fins lucrativos”, por meio da questão “Que importância exerce a Auditoria financeira para as
organizações sem fins lucrativos na cidade de Lichinga?” constatamos que, a auditoria
salvaguarda o património contra riscos provocados por falhas irregulares e para manter fiáveis
as informações financeiras. Para as organizações sem fins lucrativos, a auditoria é
indispensável para garantir a compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a
comparabilidade das informações financeiras, servindo ainda como forma preventiva de erros

33
que poderão causar declínio para a organização prejudicando ou igualando a zero os esforços
dos financiadores que pretendem ajudar a sociedade civil no seu bem-estar.

A concretização dos objectivos específicos remete a materialização do objectivo geral da


pesquisa de “Analisar a aplicabilidade da Auditoria Financeira na prestação de contas nas
Organizações sem fins lucrativos na Cidade de Lichinga”, chegando a conclusão percebeu-se
que a entidade tem a consciência do valor do trabalho do auditor traz a organização, ela
realizada auditoria interna e recebe auditoria externa, mas não e disponibilizado as
demostrações financeiras auditadas e o parecer. Admitindo que a organização guarda em seus
arquivos os documentos auditados e os relatórios, sabendo que compartilhando os seus
recursos aplicados mostrarão mais transparência, sendo mais-valia para a organização assim
mostra na realidade onde foi empregue os recursos conquistando assim mais financiadores e a
sociedade. Porem a transparência e um factor que precisa ser melhorando na prática através da
divulgação das prestações de contas seja auditadas ou não, pois a percepção da importância e
intrínseca na maioria dos gestores da Organização.

5.2. Recomendações

Uma vez conhecida a importância da auditoria para as organizações sem fins lucrativos,
podemos constatar que estas organizações não diferem muito das demais quando se trata dos
factores de avaliação e concretização dos objectivos, por outro lado, a investigação em apenas
uma organização pode limitar o processo de generalização dos resultados, por ser verdade,
recomendamos aos futuros investigadores a investigação comparativa da aplicação da
auditoria financeiras nos três sectores organizacionais (publico, privado e sem fins lucrativos),
de forma a conhecer os objectivos de aplicação da auditoria em cada um destes sectores.

34
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO

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APÊNDICE

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