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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Auditoria Externa como Ferramenta para Detecção de Fraudes


nas Organizações-Um Estudo de Caso na Cidade de Lichinga
(2016-2018)

Sofia Severino Muacirola N° 711180044

Lichinga, Julho de 2020


Auditoria Externa como Ferramenta de Detecção de Fraudes nas
Organizações-Um Estudo de Caso na Cidade de Lichinga (2016-
2018)

Sofia Severino Muacirola N° 711180044

Monografia apresentada na Faculdade de Gestão de


Recursos Florestais e Faunísticos da Universidade Católica
de Moçambique como exigência parcial para a obtenção do
grau de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Orientado por:

Mestre Delfina Maria das Neves

Lichinga, Julho de 2020


DECLARAÇÃO

A presente pesquisa foi elaborada pela autora na Universidade Católica de Moçambique,


Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos. O trabalho é da sua autoria excepto
para as citações que aqui foram referenciadas. Nunca foi submetido a nenhuma outra
universidade. Nenhuma parte deste trabalho deverá ser reproduzida sem a permissão da autora
ou da Universidade Católica de Moçambique.

A Estudante

–––––––––––––––––––––––
Sofia Severino Muacirola

I
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, pós sem ele não
teria forças para essa longa caminhada.

De forma grata e grandiosa dedico aos meus queridos pais, irmãos, toda minha família a quem
eu rogo todas noites minha existência.

II
AGRADECIMENTOS

Agradecer a Deus em primeiro lugar por ter dado saúde e força para superar as dificuldades.

Aos meus pais por terem dado a vida, pelo amor e incentivo incondicional, aos meus irmãos.

À Universidade, seu corpo docente, pelo ambiente criativo e amigável, a minha supervisora,
Mestre Delfina Maria das Neves pela orientação, pelo apoio na elaboração deste trabalho.

A todos que directa ou indirectamente fizeram parte da minha formação, o meu muito
obrigado.

III
LISTA DE TABELA

Tabela 01: Caracterização do Objecto de Estudo…………………………………………….…25

IV
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BAÚ Balcão de Atendimento Único

CMCL Conselho Municipal da Cidade de Lichinga

DF’s, Demostrações Financeiras

EDM Electricidade de Moçambique

EP Empresa Pública

INE Instituto Nacional de Estatística

SIDA Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional

V
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Perfil Sociodemográfico dos Entrevistados…………….………...............25


Gráfico 02: Faixa etária dos entrevistados……………………………..……...…………….....26

Gráfico 03: Ocupação ou exercício de função na empresa……………………………..…......26

VI
RESUMO

A presente pesquisa tem como tema “Auditoria Externa como Ferramenta de Detecção de
fraudes, nas organizações da Cidade de Lichinga”. Tem como probblema: De que forma a
Auditoria Externa pode contribuir no Processo de Detecção de Fraudes, dentro das
organizações na Cidade de Lichinga? A sociedade, encontra-se maioritamente estruturada
numa óptica económica de mercado, o que exige, a função de auditoria seja cada vez
interveniente no diagnosticar de determinadas situações, como é caso da viabilidade da
empresa, na denúncia de fraudes e em actos ilegais, na apreciação da economia, eficiência e
eficácia das organizações. Assim sendo, para responder ao problema traçou-se seguinte
objectivo geral: analisar a contribuição da Auditoria Externa como Instrumento no Processo
de detecção de Fraudes nas organizações da cidade de Lichinga. A pesquisa adoptou a
abordagem qualitativa de carácter exploratório e descritivo, com as técnicas de recolha de
dados como o questionário e entrevista. Faz a população deste estudo um total de (6)
colaboradores da Empresa em estudo na Cidade de Lichinga, assim sendo a pesquisa de
campo chegou a seguintes resultados, a eficiência do sistema do controlo interno como um
todo deve permitir detectar não somente irregularidade de actos intencionais, como também
erros de actos não intencionais. As fraudes provocam, além de altas perdas financeiras, outras
consequências por mais devastas, provocam um clima de insegurança e desconfiança entre os
colaboradores e suas chefias. Sugere-se a organização, a necessidade de maior rigor no
acompanhamento do grau de cumprimento de recomendações deixadas pelos auditores.
Também se recomenda a responsabilização dos infractores.
Palavras-Chave: Auditoria, Fraude, Organizações.

VII
ABSTRACT

This research has as its theme "External Audit as a Fraud Detection Tool, in the organizations of the
City of Lichinga". Problems: How can the External Audit contribute to the Fraud Detection Process,
within organizations in the City of Lichinga? The society is mostly structured in an economic market
perspective, which requires the audit function to be increasingly involved in diagnosing certain
situations, such as the company's viability, in reporting fraud and in illegal acts, in appreciation of the
economy, efficiency and effectiveness of organizations. Therefore, in order to answer the problem, the
following general objective was outlined: to analyze the contribution of the External Audit as an
Instrument in the Fraud Detection Process in organizations in the city of Lichinga. The research
adopted an exploratory and descriptive qualitative approach, with data collection techniques such as
the questionnaire and interview. The population of this study makes a total of (6) employees of the
Company under study in the City of Lichinga, therefore the field research reached the following
results, the efficiency of the internal control system as a whole should allow not only to detect
irregularities in acts intentional, as well as errors of unintentional acts. Fraud causes, in addition to
high financial losses, other consequences, even more devastating, cause a climate of insecurity and
distrust among employees and their managers. It is suggested the organization, the need for greater
rigor in monitoring the degree of compliance with recommendations left by the auditors.
Accountability of offenders is also recommended.
 Keyword: Audit, Fraud, Organizations.

VIII
EPIGRAFE

“Forjar números e maquiar balanço contabilísticos não virou moda. Sem foi. Empresas
fraudam, executivos mentem, auditores omitem, analistas recomendam. Como diz o velho
adagio popular, papel aceita tudo”.

Tom Coelho

IX
Índice
DEDICATÓRIA.....................................................................................................................................II

AGRADECIMENTOS..........................................................................................................................III

LISTA DE TABELA............................................................................................................................IV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS............................................................................................V

LISTA DE GRÁFICOS.........................................................................................................................VI

RESUMO.............................................................................................................................................VII

ABSTRACT........................................................................................................................................VIII

EPIGRAFE............................................................................................................................................IX

CAPÍTULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS...................................................................................1

1.1. Contextualização.....................................................................................................................1

1.2. Problematização......................................................................................................................2

1.3. Justificativa.............................................................................................................................3

1.4. Objectivos do Estudo..............................................................................................................4

1.5. Questões de Pesquisa..............................................................................................................4

1.6. Delimitação do Estudo............................................................................................................4

1.7. Estrutura de Trabalho..............................................................................................................5

CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................6

2.1. Conceptualização.........................................................................................................................6

2.1. Aspectos Conceptuais da Auditoria.............................................................................................6

2.2. Auditoria Externa........................................................................................................................7

2.3. Auditoria Interna..........................................................................................................................8

2.4. Conceitos sobre a Fraude.............................................................................................................8

2.5. Ferramenta de Auditoria Externa para Detecção de Fraudes.....................................................10

2.6. Auditoria Externa Como Ferramenta eficaz para as Organizações no Combate à Fraude..........11

2.7. Estudos Realizados....................................................................................................................12

CAPÍTULO III. METODOLOGIA DE PESQUISA............................................................................16

3.1. Conceito de Metodologia...........................................................................................................16


3.2. Tipo de Pesquisa........................................................................................................................16

3.2.1 Quanto a Abordagem...............................................................................................................16

3.2.2. Quanto aos Objectivos............................................................................................................17

3.2.3. Quanto aos Procedimentos e Técnicas....................................................................................17

3.3. Técnicas de Recolha de Dados..................................................................................................18

3.4. Instrumentos de Colecta de Dados.............................................................................................18

3.5. Modelo de Análise de Dados.....................................................................................................19

3.6. População e Participantes do Estudo..........................................................................................19

3.7. Aspectos Éticos da Pesquisa......................................................................................................20

3.8. Limitações do Estudo................................................................................................................20

3.8. Caracterização do Local de Estudo............................................................................................20

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS..................................22

4.1.2. Realização e Frequência da Auditoria na Empresa.................................................................25

4.1.3. Controlo Interno na organização.......................................................................................25

4.1.4.1. Responsabilidades de detecção de fraudes nas organizações...............................................26

4.1.5. Procedimentos utilizados para a realização de Auditorias nas Organizações..........................27

4.3. Mecanismos Usados para Reduzir as Fraudes nas Organizações da Cidade de Lichinga..........30

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES................................................................................33

5.1. Conclusões.................................................................................................................................33

5.2. Sugestões...................................................................................................................................34

5.3. Pistas para Futuras Pesquisas.....................................................................................................34

Referências Bibliográficas....................................................................................................................36

APÊNDICES........................................................................................................................................40

II
CAPÍTULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1.1. Contextualização
Nos últimos anos, é notório o aumento do nível de competitividade entre às organizações,
associado as estruturas financeiras cada vez mais sofisticadas das empresas, exercendo uma
pressão significativa nos executivos para obtenção de lucros no curto prazo, favorecendo a
distorção intencional das informações presentes nas Demonstrações Financeiras sobre fraudes
na contabilidade da empresa.
Wells (2009), no seu estudo recente, afirma que “vieram à tona vários casos de escândalos
corporativos envolvendo a prática de fraudes financeiras, e que provoca uma gama de efeitos
negativos tanto para próprias entidades, mais que alguns casos, entraram inesperadamente em
processo de falência, como para a sociedade como um todo”. Indicando que nenhuma
entidade está totalmente protegida dos efeitos adversos que as fraudes podem causar sobre as
actividades.

No contexto actual económico que Moçambique vive, as transacções realizadas pelas


organizações estão cada vez mais avultadas e intensas. Por tanto, carece de garantia quanto a
integridade, legalidade e legitimidade elaboradas pelos auditores internos. O cenário
evidencia a necessidade de uma efectiva segurança nos processos, especialmente os
contabilísticos devido ao crescente índice de fraudes realizados pelos colaboradores dentro da
organização, independentemente da esfera ou porte.

De acordo com Balcao de Atendimento Único [BAU] (2019), a província do Niassa, em


particular a Cidade de Lichinga, constitui um celeiro para actividade empresarial, visto que
esta tem verificado nos últimos quatro (4) anos, um aumento de empresas, com interesses de
investimentos nas potencialidades que a província tem, desde ao fornecimento de bens e
serviços, assim como na exploração de recursos naturais. Portanto, acompanha-se a
vulnerabilidade destas empresas a situações que envolvem fraudes a nível empresarial, assim
urge a necessidade de as empresas adoptarem sistema de controlo para que possam mitigar
essas acções.

A fraude vem se tornando um procedimento comum com o passar dos anos principalmente
pelo crescente volume de transacções da empresa e o enfraquecimento do controlo interno. É
um processo que pode acometer todos os níveis de hierarquia das organizações e depende
exclusivamente da intenção e necessidade do fraudador. As fraudes podem ocorrer de várias
maneiras e são diversas as contas que podem ser afectadas.
1
Os registos alterados resultam na divulgação de informações distorcidas quanto a situação
patrimonial da companhia, e consequente tomada de decisões equivocadas por parte de
investidores, instituições financeiras e fornecedores.

Neste contexto, o presente estudo, será desenvolvido em uma organização do sector privado,
que actua no desenvolvimento económico da província do Niassa, que por motivos sigilosos
não iremos apresentar o nome, porém, será tratar de Empresa B para salvaguardar a entidade e
o seu bom nome.

1.2. Problematização
Uma vez tratando-se de uma organização do sector privado, como também organização
impulsionadora de desenvolvimento da economia local, a sua permanência é de suma
importância, portanto, torna-se pertinente implantar um sistema de controlo interno robusto,
capaz de detectar fraudes com maior facilidade.
A fraude é um mal que afecta a componente financeira de uma organização e não só, está
também pode afectar a economia local. Esta é uma actividade de difícil correcção, visto que é
difícil adoptar um sistema de controlo interno a 100%, por tanto, é necessário adoptar sistema
que detectem fraudes pelo menos em 70%. Pois, podemos considerar viáveis empresas que
com o uso de medidas anti-fraude conseguem alcançar os seus objectivos a 90%. Porém, o
uso da auditoria externa considera-se como sendo um dos elementos que contribui na solução
destes problemas que afectam as empresas, queiram elas por senários desejáveis ou não.

Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional SIDA (2013) afirmou ter encontrado


irregularidades notáveis nas DF’s da empresa do Ramo Florestal, de um prejuízo avaliado em
de 32.000,00 dólares como resultado de uso de cheques falsos. Portanto, a auditoria forense
conclui que, apesar de já terem sido feitas algumas melhorias no controlo interno da empresa
"B", ainda há uma série de fragilidades, o que o contribuem para que haja um risco financeiro.
Com estas fragilidades, a (SIDA) decidiu paralisar com o desembolso de fundos para a
empresa alvo desta pesquisa.

Pelo que nos leva a compreender que as fraudes financeiras se desencadeiam com a
participação e omissão de Demonstrações Financeiras por parte dos colaboradores, através de
actos, comportamentos ou atitudes inadequadas dentro da organização, facilitando deste modo
a ocorrência do acto ilícito, ocorridos muitas vezes, sem a devida análise das consequências
dessas acções para a entidade. As fraudes podem ainda criminalizar pessoas envolvidas, assim
como inviabilizar as actividades e os objectivos da organização.
2
Além da manipulação das informações financeiras, as fraudes ainda são propiciadas por
controlos internos inadequados, crescente uso de tecnologia e pela conivência, colocando em
questão a integridade moral destes últimos. Perante a existência de lacunas relativamente a
utilização de mecanismos de auditoria externa na prevenção de fraudes na empresa do Ramo
Florestal, urge a pertinência de questionar: De que forma a Auditoria Externa pode
contribuir no Processo de Detecção de Fraudes, dentro das organizações na Cidade de
Lichinga?

1.3. Justificativa
O estudo é relevante porque vai enriquecer e ampliar o conhecimento acerca do tema proposto
e contribuirá para a actuação contabilística e também para a sociedade em geral. A fraude é
um assunto complexo e abrangente, qualquer conhecimento e entendimento sobre o tema são
relevantes.
Por outro lado, a temática é importante para o profissional contabilista, pois, com esta
ramificação, a auditoria torna-se cada vez mais indispensável em uma organização. Ela é a
principal ferramenta para combater erros, fraudes e possíveis falhas na empresa, dando o
suporte necessário aos executivos para auxiliar na melhoria de negócios, identificando áreas
problemáticas e sugerindo correções, tudo para ampliar as chances de melhores resultados e
minimizar desperdícios para a organização como um todo no trato das questões patrimoniais e
financeiros.

Sob ponto de vista académico, está servirá como base para compreensão do tema em estudo e
dos conceitos que o incorporam, permitindo que os pesquisadores sintonizem a realidade no
que tange a auditoria externa como instrumento de prevenção de fraudes e servirá de alicerce
para novas pesquisas na área.

Quanto a motivações pessoais para escolha deste tema, primeiramente estão inclinadas a área
de formação académica e profissional (Contabilidade e Auditoria), por outro lado, nos
identificamos com este tema, existe muitos manuais que aborda sobre esta problemática em
análise.

3
1.4. Objectivos do Estudo
O objectivo diz respeito a um fim que se quer atingir, para concretização desta pesquisa
estabelecemos, o objectivo geral e específicos.

1.4.1. Objectivo Geral


 Compreender o papel da Auditoria Externa como Instrumento no Processo de detecção
de Fraudes nas organizações da cidade de Lichinga.
1.4.2. Objectivos específicos
 Identificar a Auditoria usada na empresa em estudo e sua frequência;
 Descrever os procedimentos utilizados para a realização da Auditoria na empresa em
estudo;
 Apresentar mecanismos usados para reduzir as fraudes na empresa em estudo;
1.5. Questões de Pesquisa
De forma alcançar os objectivos da pesquisa, tem-se como questões orientadoras as seguintes:
 Que tipo de Auditoria é usada na empresa em estudo?
 Qual é a frequência de realização de Auditoria na empresa em estudo?
 Que procedimentos e normas são utilizados durante a Auditoria na empresa em
estudo?
 Quais medidas são aplicadas após o trabalho de auditoria na empresa em estudo?

1.6. Delimitação do Estudo


1.6.1. Delimitação Temática
O estudo do tema Auditoria Externa como instrumento de detecção de fraudes nas
organizações da cidade de Lichinga, em particular na empresa em Estudo, a mesma, se
encaixa na linha de pesquisa de Auditorias, especificamente a área temática da auditoria
externa.
A auditoria passou a ser uma ferramenta de amplo controlo para os gestores das organizações,
para a verificação sistemática da eficácia e eficiência das actividades operacionais,
minimizando e evitando assim a ocorrência de fraudes ou erros e possíveis falhas dentro da
entidade.

1.6.2. Delimitação Temporal


A presente pesquisa adoptou o estudo na empresa, no período compreendido entre 2016-2018.
A adopção deste período deveu-se ao facto, de serem períodos próximos após a sua criação,
4
outro facto é, neste período houve expansão das empresas, o que de certa maneira influencia
no desenvolvimento socioeconómico.

1.6.3. Delimitação Espacial


A pesquisa delimitou-se a colher dados na cidade de Lichinga. Concretamente na empresa em
estudo, a escolha desta, deveu-se a aproximação e a realidade económica da urbe.
A cidade de Lichinga, tem uma superfície de 290 km 2, com um universo populacional de
186,488 habitantes. Esta cidade situa-se precisamente no planalto do mesmo nome, com cerca
é de 1350 metros de altitude com um clima tropical húmido, em que a temperatura anual é de
23° C e a máxima anual é de 26°, segundo (CMCL, 2011).

1.7. Estrutura de Trabalho


A estrutura de trabalho obedece 5 capítulos, o primeiro capítulo que representa a parte
introdutória do trabalho dedicado a contextualização sobre os aspectos gerais e específicos do
tema, problema, relevância e aos objectivos da pesquisa. No segundo capítulo, encontra-se o
quadro teórico e conceptual do tema, onde foram definidos vários conceitos sobre a auditoria
externa como instrumento detecção de fraudes ou erros. No terceiro capítulo, foi apresentada
a metodologia abordada ao longo trabalho. O quarto capítulo mostra a análise e interpretação
dos resultados que foram colhidos durante a pesquisa de campo, e o último capítulo faz uma
breve conclusão, e recomendações encontradas na pesquisa, que contribuiram para o
melhoramento no processo de detecção de fraudes ou erros.

5
CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, abordou-se as diferentes teorias, conceitos e afirmações de vários autores e


obras bibliográficas utilizadas para dar suporte científico aos aspectos a serem abordados
dentro do contexto da auditoria externa e seus componentes.

2.1. Conceptualização
2.1.1. Empresas
Segundo Crepaldi (1998), uma empresa é “uma associação de pessoas para a exploração de
um negócio que produz ou oferece bens e serviços, com vista em geral, a obtenção de lucros”.

Por outro lado, Franco (1991) cit. In Ramos (2007), a empresa pode ser definida como “uma
unidade decisória de que, organizada, controla a produção de bens e serviços”, (p.20).

De acordo com os autores, entende-se por empresa toda entidade constituída sob qualquer
forma jurídica para a exploração de uma actividade económica, seja mercantil, industrial,
agrícola ou de prestação de serviços.

2.1. Aspectos Conceptuais da Auditoria


A auditoria é uma revisão das demonstrações financeiras, sistema financeiro, transacoes e
operações de uma entidade ou de um projecto, com a finalidade de assegurar a fidelidade dos
registos e proporcionar credibilidade ás demonstrações financeiras e outros relatórios da
administraҫão.
De acordo com Alberton (2002), a palavra auditoria possui genealogia vinda do latim
“audire”, que tem como significado “ouvinte”, aquele que ouve. Já para os ingleses, este
termo foi classificado como auditing, possuindo um sentido um pouco diferente, significando
então revisão, exame, correção, ajustes.

De acordo com International Federation of Accoutants (1999), “A auditoria é uma verificação


ou exame feito por auditor os documentos de prestação de contas comumente de modo a dar
ao mesmo a maior credibilidade”.

Podemos intender que tanto pelo significado da palavra assim como ao seu conceito, existe
uma convergência situacional que é o exame. Como qualquer um pretende provar, assim
como o objectivo de uma determinada actividade.

6
Segundo International Organization of Supreme Audit Institutions (INTOSAI, 1999),
“Auditoria é exame das operações, actividades e sistemas de determinada entidade, com vista
a verificar se são executados ou funcionam em conformidade com determinados objectivos,
orçamentos, regras e normas”.

A auditoria segundo Santos e Pagliato (2007:02), é “uma parte da contabilidade com o fim de
expor um ponto de vista sobre os sistemas operacionais da empresa e da situação económico-
financeira, esta última por meio de verificação documental.

Por sua vez Almeida (2014), a Auditoria é “um processo objectivo e sistemático, efectuado
por um terceiro independente, de obtenção e avaliação de provas em relação às asserções
sobre acções e eventos económicos, para verificar o grau de correspondências entre essas
asserções e os critérios estabelecidos, comunicando os resultados aos utilizadores da
informação financeira.

Pode se afirmar que, auditoria é assim um processo de recolha de informações atestar as


asserções (efectuadas pelo órgão de gestão), contidas nas demonstrações financeiras, com
vista à avaliação das mesmas tendo por base as normas contabilísticas e outras referências.

2.1.1. Objectivo de uma Auditoria


Almeida (2014), o objectivo principal de uma auditoria é fazer com que o auditor expresse
uma opinião sobre se as demostrações financeiras estão razaolmente apresentadas de acordo
com os princípios de contabilidade geralmente aceites
Tem a finalidade de assegurar a fidelidade dos registos e proporcionar credibilidade ás
demosntrações financeiras e outros relatórios da administracao

2.2. Auditoria Externa


A auditoria externa é um processo de emissão de um parecer sobre as asserções contidas nas
DF’s preparadas pela organização auditada, processo este realizado por um profissional
independente a organização, ou seja, que não faz parte do quadro de pessoal da empresa
auditada.
Segundo Crepaldi (2002, p.48), a auditoria externa:

Constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objecto a emissão do parecer sobre
a adequação com que estes representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das
operações, as mutações do património líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade
auditada consoante as normas de contabilidade de relato financeiro.

7
Por sua vez, Jund (2001), “a auditoria externa ee uma das práticas utilizadas pela
contabilidade, ou seja, aquela proposta a examinar a escrituração e demonstrações financeiras,
com a finalidade de confirmar a sua adequação” (p.26).

Portanto destaca-se, a precisão do auditor extermo, ser um profissional sem qualquer tipo de
vínculo empregatício com a empresa, como já outrora mencionado, uma que sua função ee
realizar um trabalho sem qualquer analise pessoal, mas sim restritamente profissional da
situação actual em que a organização se encontra. Basicamente, este apresenta os dados
obtidos através dos registos contabilísticos, com o intuito de confirmar a veracidade destes
dados.

2.3. Auditoria Interna


Auditoria interna é uma actividade realizada para avaliar a performance da organização,
verificar os procedimentos propostos estão sendo seguidos.

A auditoria interna é definida como sendo:


Uma actividade independente, de garantia objectiva e consultoria, estabelecida para acrescentar
valor e melhorar as operações de uma organização. Apoia uma organização a atingir os seus
objectivos através de uma abordagem sistemática e disciplinada de avaliação e melhoria da
eficácia na gestão de risco, controlo e processos de “governance, segundo a (IIA, 2009, p.19).

Enquanto Hoog e Carlin (2000, p.61), a Auditoria Interna aquela em que o serviço é praticado
empregados da organização, associações e fundações, que os contratam para tal. A aplicação
dos trabalhos tem fundamento na validação e avaliação dos controlos internos e demais
procedimentos, pois, devido à falta de independência, uma vez que o profissional é
empregado, está impedido o mesmo de dar uma opinião para interessados ou usuários
externos, sobre a adequação das demonstrações financeiras encerradas.

Perante os estudos feitos pelos autores acima descritos, percebe-se que a auditoria interna tem
por finalidade desenvolver um plano de acção que auxilie a organização a alcançar seus
objectivos adoptando uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliação e melhoria da
eficácia dos processos de gerenciamento de riscos com o objectivo de agregar valor a uma
organização.

2.4. Conceitos sobre a Fraude


A fraude vem se tornando um procedimento comum ao passar dos anos, principalmente pelo
crescente volume de transacções das empresas e o enfraquecimento dos controlos internos. É

8
um processo que pode acontecer em todos os níveis hierárquicos das organizações e depende
exclusivamente da intenção e necessidade do fraudador. As fraudes podem ocorrer de
variadas maneiras e são diversas as contas que podem ser afectadas, na perspectiva de
(Cassaro, 1997, p.378).
Viera (2000, p.228), apontam como principais ocorrências o desvio de dinheiro, despesas
fictícias, desvios de mercados, recebimento de crédito sem dar baixa, adulterações de
documento e falsificação de documentos. Os registos alterados resultam na divulgação de
informações distorcidas quanto à situação patrimonial da companhia e, consequente tomada
de decisão equivocada por parte de investidores, e fornecedores,
Portanto, torna-se pertinente trazer conceitos sobre a fraude:
O termo fraude tem a sua origem Latina “fraus ou fraudis”, e foi usado no seu sentido
próprio, para afirmar, “dano feito a alguém”, (Sá, 1982, p. 15).

Crepaldi (2010, p.377), “a fraude ee um probelam comum e crescente nas empresas


decorrentes do enfraquecimento dos valores éticos, moriais e sociais e, principalmente da
ineficácia dos sistemas de controlo interno”.

Em síntese, a fraude a acto intencional de ma fe realizados paa obter ganhos pessoais de


forma ilícita, este acto quando realizado de grande escala gera graves consequências para uma
organização.

2.4.1. Motivação e Consequências de Fraude


Relativamente à prática de fraude, em termos genéricos, Albrecth (2008, p. 33), refere que
existem três elementos chave que determinam a fraude: a pressão, a oportunidade e a
justificação, que compõem o denominado triângulo de fraude.

Wells (2007) explica que o triângulo da fraude representa uma hipótese colocada por Donald
R. Cressey, que defendia o seguinte:
As pessoas, em que se confia, tornam-se violentas desta mesma confiança quando imaginam
que têm um problema financeiro impossível de partilhar e que acreditam pode ter secretamente
resolvido, através da violação da confiança financeira, sendo capazes de aplicar à sua conduta,
naquela situação, justificações que lhes permitem ajustar o conceito, que têm de si próprios, de
pessoas de confiança de utilizadores dos fundos ou propriedades que lhes foram confiados.

Os três vértices do triângulo são compostos pela necessidade financeira sentida, a


oportunidade a percebida e a justificação.

2.4.2. Fraude nas Demonstrações Financeiras

9
Este tipo fraude acontece quando intencionalmente se publica informação errada, de qualquer
dimensão, nas DF’s. Normalmente é a gerência que comete este tipo de crime, de modo a
melhorar a aparência económica da empresa.
A gerência pode beneficiar deste tipo de fraude directamente através do vender estoques,
receber gratificações de desempenho, ou ainda, ao utilizar um relatório falso para encobrir
outras actividades ilegais. E, também pode beneficiar indirectamente, quando a activa é usada
para obter financiamento em nome da empresa ou inflacionar o preço de venda da mesma, no
dizer de (Wells, 2009).

2.5. Ferramenta de Auditoria Externa para Detecção de Fraudes


Em todo trabalho da Auditoria, as ferramentas utilizadas no cumprimento de seus objectivos
vão baseadas nos instrumentos desenvolvidos e aplicados na auditoria externa, portanto, são
os instrumentos que o auditor possui para atingir suas metas, definidas no planeamento de
auditoria, independente do tipo de auditoria praticada, refere (Cassaro, 1997, p.21).

A fim de cumprir todas as formas de actuação de auditoria, criou algumas ferramentas que
determinarão o sucesso de seus trabalhos, os quais pode-se elencar a seguir:

2.5.1. Procedimentos de Auditoria


Attie (1998), comenta a importância dos procedimentos de auditoria considerando sua
responsabilidade mais adequada ao cumprimento de seus objectivos em determinado trabalho.
Para este autor, o conceito de procedimento pode ser expresso da seguinte forma:
 Procedimentos de Auditoria são as investigações técnicas que, tomadas em
conjunto permitem a formação fundamentada de opinião do auditor sobre as
demonstrações financeiras ou sobre o trabalho realizado;
 Os procedimentos de auditoria devem ser analisados e só cumprirão a
finalidade para que foram instituídas se forem objecto de análise em conjunto
com outros procedimentos, além de destacar a função de julgamento exercida
pelo auditor.

2.5.1.1. Confirmação com Terceiros (Circularização)


Segundo Franco e Marra, (2001, p:299), A circularização dos números em trabalhos de
auditoria consiste:
 Em fazer com que o cliente expeça cartas dirigidas a empresas ou a pessoas
com as quais mantem relações de negócios, solicitando que confirmem, em
cartas dirigidas directamente ao auditor, qual a situação desses negócios,
em data determinada

10
Neste procedimento, existe uma acção conjunta entre a auditoria e o auditado, pois sem
colaboração e a realização das solicitações aos seus parceiros de negócio, auditoria não
poderá confirmar os saldos e valores constantes nos demonstrativos elaborados pelo auditado.

2.5.1.2. Inventariação
Crepaldi (2002), explica que, outro tipo de confirmação disponível aos trabalhos de auditoria
são as contagens físicas, ou os inventários. Trata-se de um procedimento aplicável a itens
tangíveis que expressem algum valor para o património da empresa, geralmente são
denominados de inventários físicos, contagens físicas ou confirmações de quantidades.

2.5.1.3. Conferências de Cálculos


Hoog (2009), afirma que, as conferências de cálculos e estimativas realizadas pela auditoria
são procedimentos de confirmações que envolve os seguintes aspectos:
a) Verificação do conhecimento técnico;
b) Constatação de habilidades matemáticas e financeiras;
c) Precisão de cálculo com bases e científicas.

2.4.4. Inspecção
Inspecção é a técnica de auditoria de que o auditor se utiliza para examinar a comprovação
documental das transacções. Basicamente as transacções entre empresas e pessoas envolvem
tipo de documento, que serve de explicação para os detalhes sobre o que foi feito e que
consequências se esperam deste facto. Uma transacção, em verdade, quase sempre se origina
de um documento, a inspecção compreende a verificação da legitimidade do documento em
primeiro lugar e consequentemente da transação, referem (Franco e Marra, 2000).

2.6. Auditoria Externa Como Ferramenta eficaz para as Organizações no Combate à


Fraude
Gil (1999), a eficiência do sistema de controlo interno como um todo deve permitir detectar
não somente irregularidades de actos intencionais, como também erros de actos não
intencionais. Esses erros podem ser de interpretação como a título de exemplo: aplicação
errónea dos princípios de contabilidade geralmente aceites (PCGA) no reconhecimento de
transacções, de omissão por não aplicar um procedimento prescrito nas normas em vigor,
decorrentes de má aplicação de uma norma ou procedimento.

Por tudo quanto foi mencionado, até então, tem-se a impressão de que, um bom sistema de
controlo interno, constitui garantia absoluta contra a ocorrência de fraudes ou irregularidades.

11
Bons controlos internos previnem contra a fraude e minimizam os riscos de erros e
anormalidades, porque, por si só, não basta para evitá-los.

Assim, por exemplo, a segregação de uma operação em fases distintas, confiadas a diversas
pessoas reduz o risco de irregularidades, porém não podem evitar que estas ocorram se as
diversas pessoas que intervém no processo se puserem de acordo para cometer algum acto
fraudulento.

Não obstante isso, os outros elementos do sistema podem, em alguns, actuar como controlos
internos independentes que relevam a manobra segundo (Attie, 1998:126).

Através do exposto compreende-se que a auditora interna através do controlo interno é uma
actividade de supervisão e regularização de processos, revisando todas as etapas e planos de
acções empresarias.

Pagliato (2011), salienta ainda que, os controlos internos compreendem o plano de


organização, bem como o conjunto de métodos e medidas coordenadas, aplicados em uma
empresa, a fim de: proteger o seu património, verificar a exactidão e a fidedignidade de seus
dados contabilísticos, financeiro, administrativos, de produção, comerciais, promover a
eficácia operacional, e incentivar a adesão às políticas traçadas pela administração da
empresa.

Evidencia-se ainda que muitas organizações, sofrem com problemas de fraude por não possuir
uma auditoria interna eficaz, segundo (Franco e Marra, 2001). Desfalque e outras formas de
fraude e irregularidades têm sido comuns a maioria das organizações. Embora muitos motivos
possam ser atribuídos a essa situação, todas essas ocorrências parecerem ter um ponto em
comum.

2.7. Estudos Realizados


A seguir apresentam-se estudos que têm alguma relação com o tema em estudo, começando
por apresentar estudos empíricos, ou seja, que foram realizados no contexto de fora do país e
em seguida estudos focalizados realizados em Moçambique.

2.7.1. Estudos Empíricos


Perreira et al. (2015), realizaram um estudo sobre “Procedimentos de prevenção de fraude
contabilística numa empresa de comércio Exterior” realizado no Rio de Janeiro. Com o
objectivo de verificar se os procedimentos utilizados para prevenção de fraudes contabilística
12
em uma empresa de comércio exterior são suficientes para impossibilitar a sua ocorrência.
Utilizou-se como abordagem metodológica a Qualitativa, quanto ao objectivo é exploratória,
fez-se o uso das técnicas análise documental e questionário.

Tendo como seu universo 5 empresas do comércio exterior e seus participantes 5 profissionais
da área de contabilidade, 5 da área fiscal e 3 do controlo interno, que consistia na verificação
de ambientes mais propícios para a ocorrência de fraudes. Este estudo concluiu que existe a
necessidade de um controlo interno mais efectivo em todos os departamentos, o que
dificultaria a acção de pessoas mal-intencionadas que venham burlar o sistema. A actuação
efectiva da auditoria interna com propósito de verificar o andamento dos controlos efectuados
em cada área, inibiria também acções dolosas contra a empresa. A fraude em si não for
detectada, mas existem muitas lacunas para que a mesma ocorra.

Lima, Silveira e Barbosa (2012) com o tema “a importância da Auditoria para a Prevenção de
erros e fraudes na organização” com o objectivo principal de verificar sistemática a eficácia e
eficiência actividades das operacionais. Estudo realizado em Portugal. Para a sua
concretização adoptou a qualitativa e quanto ao objectivo trata-se de uma pesquisa descritiva
e explicativa, uma vez que busca apresentar os tipos e adequações da auditoria em uma
organização, coibindo irregularidades. O estudo conclui que a auditoria é a principal
ferramenta para mensurar a adequação e a confiabilidade dos registos e das demonstrações
financeiras, que é muito importante para o profissional a área, pois obedece às leis e os
princípios de contabilidade geralmente aceites.

O estudo muito se familiariza com esta pesquisa, por elas focarem no uso da auditoria na
prevenção e detecção de fraudes nas organizações com vista a consolidação dos controlos
internos. Não obstante, é neste contexto que se torna necessário o uso da auditoria externa
para detecção de fraudes nas organizações, como um contributo e ou visão externa.

2.7.2. Estudos Focalizados


Na pesquisa de João (2018), com o tema “Auditoria Interna Como Instrumento na Tomada de
Decisão na Electricidade de Moçambique, EP. Lichinga (2015-2016)” com o objectivo de
responder ao seguinte problema de pesquisa: Qual é o papel da Auditoria interna na tomada
de decisões na EDM de Lichinga? Tendo sido apurado como objectivo geral analisar o papel
da Auditoria Interna no processo de tomada de decisões na EDM. Para a sua concretização a
pesquisa baseou-se na abordagem quantitativa e a quanto ao objectivo a pesquisa foi
descritiva, com as técnicas de recolha de dados, análise documental, e o inquérito. Tendo
13
como seu universo todos os colaboradores da electricidade de Moçambique-Lichinga, e a sua
amostra de 3 colaboradores afectos ao departamento de contabilidade. A pesquisa mostrou
que os controlos internos reflectem na colaboração da auditoria e a gestão de riscos. Através
da melhoria dos controlos internos e dos processos.

O auditor tem como principal missão identificar os riscos que a actividade empresarial abarca
e propor acções que reforcem os controlos internos.

O estudo se assemelha a esta pesquisa por se tratar do uso da auditoria para reforçar os
controlos internos devido a grandeza no nível de operações realizadas em ambas empresas e
por tratar de empresas como investem muito capital financeiro. O estudo de João foca-se no
papel da auditoria interna para reforçar os controlos internos da EDM, enquanto esta pesquisa
faz o uso da auditoria externa para avaliar se os controlos internos são capazes de detectar
fraudes sem que necessário tenha que se realizar muitos procedimentos e testes de auditoria.

Junior (2014) em sua pesquisa com o tema “Controlos Internos: Ferramenta de Eficiência
Institucional”. Tendo como objectivo de responder a seguinte questão: Quais os benefícios
trazidos pela implantação de controlos internos em instituições financeiras, conforme
regulamentado nacionalmente e internacionalmente? Para a sua realização adopta o enfoque
qualitativo, com tipo de pesquisa quanto ao objectivo exploratório e descritivo. Tendo como
instrumento de colecta de dados através da observação. Portanto, os resultados revelam que
apesar da extrema melhoria de eficiência no processo de controlo e tomada de decisão nas
empresas, é necessário realizar testes contínuos para avaliar se o sistema de controlo se
adequa aos parâmetros da organização.

Um sistema de Controlo interno, bem concedido e aplicado com eficiência oferece razoável
segurança para que erros sejam evitados ou prontamente descobertos no curso normal das
operações rotineiras, de forma a serem corrigidos imediatamente.

Sendo assim, quando o auditor entende que o sistema de controlo interno estará realmente
funcionando, ele possui a comprovação de que as informações fornecidas por esse sistema
merecem confiança.

Está de Júnior se familiariza com este estudo por focarem no uso da Auditória na prevenção
contra fraudes e erros nas organizações, porém a pesquisa de Júnior está inclinada aos
controlos internos nas instituições financeiras.

14
O estudo que melhor se encaixa com esta pesquisa, é a pesquisa de Lima et al (2012), que
aborda sobre “a importância da auditoria para a prevenção de erros e fraudes na organização”.
As duas pesquisas fazem o uso da Auditoria no combate a fraudes nas organizações com vista
na consolidação dos controlos internos. A auditoria proporciona ao usuário dados e
informações necessárias para um melhor controlo, clareza e transparência das várias entidades
empresariais. É uma técnica contabilista que pode ser adoptada como ferramenta estratégica, e
tem como objectivo normalizar, supervisionar, fiscalizar e avaliar os dados contabilísticos,
financeiros, orçamentários, operacionais e patrimoniais, visando facilitar a gestão de entidades
com ou sem fins lucrativos.

15
CAPÍTULO III. METODOLOGIA DE PESQUISA
Neste capítulo, iremos presentar os métodos que foram usados para o desenvolvimento da
pesquisa, assim como as técnicas e procedimentos adequados para a recolha de dados de
campo, estes elementos são fundamentais pois, ajudaram a pesquisadora no observar, intender
e descrever os fenómenos e eventos que ocorreram na área de estudo.

3.1. Conceito de Metodologia


Segundo Canastra et al (2012, p.18), metodologia é “o conjunto de métodos e técnicas
utilizadas para a execução de uma pesquisa”.

A metodologia de investigação consiste num processo de selecção da estratégia de


investigação, que condiciona, por si só, a escolha das técnicas de recolha de dados que devem
ser adequadas aos objectivos que pretendem atingir”, (Sousa e Baptista, 2011, p.52).

Para Marconi e Lakatos (2003, p.83), “método é o conjunto de actividades sistemáticas e


racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo, conhecimentos
válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões da ciência”.

Comungando as ideias dos autores acima, por método, entende-se como sendo o processo
investigativo que levará sempre a pesquisa a alcançar o objectivo ou objectivos
preestabelecidos, ou seja, o caminho a ser percorrido para a realização da pesquisa.

3.2. Tipo de Pesquisa


Quanto ao tipo de pesquisa, o estudo teve em consideração; a pesquisa quanto a abordagem,
quanto aos objectivos e aos procedimentos tecnicos.

3.2.1 Quanto a Abordagem


Na concepção de Sousa e Baptista (2011, p.56), a abordagem Qualitativa “centra-se na
compreensão dos problemas, analisando os comportamentos, atitudes ou os valores”. Por
tanto, na presente pesquisa foi aplicado ao enfoque qualitativo, o que permitiu obter uma
exploração aprofundada sobre o tema. Pois, a pesquisa enquadra-se no enfoque qualitativo na
medida em que o aspecto primordial é qualidade na detecção contra erros ou fraudes através
da auditoria externa, ou seja, como reforçar o controlo interno da organização com vista a
evitar desvios dos objectivos da organização.

16
3.2.2. Quanto aos Objectivos
O tipo de pesquisa quanto ao objectivo é exploratório e descritivo. A utilização destes
metodos contribuiram na efectuação da descrição da realidade do objecto, que ajudaram a
proporcionar uma visão geral e aproximada do objecto de estudo.
Segundo Vilelas (2009, p.119), o estudo exploratório tem como principal finalidade “a
formação de conceitos e ideias, capazes de tornar os problemas mais precisos e de formular as
hipóteses para os estudos posteriores”.

Quanto ao estudo descritivo, o autor afirma que, servem para auxiliar


conhecimentos das características e dimensão de um problema, obtendo-se desta maneira uma
visão mais completa.

Concordando com o autor, os objectivos do trabalho levam-nos apresentar e descrever as


técnicas e procedimentos utilizados na auditoria externa que contribuem no processo de
detecção de fraude nas Organizações, em particular na cidade de Lichinga especificamente na
empresa em estudo. Este estudo possibilitou a colecta de dados e a posterior realização de
uma análise de relações entre os factores que influência para a ocorrência de erros e fraudes
na organização.

3.2.3. Quanto aos Procedimentos e Técnicas


O estudo procedeu um levantamento bibliográfico, de obras que abordam sobre a auditoria
externa, assim como fraudes contabilísticas, teve suporte da técnica de entrevistas e
experiências práticas da organização para responder o problema da pesquisa, assim como
analisar informações referentes ao tema em estudo, facto que representa a realidade do uso da
auditoria externa nas organizações da cidade de Lichinga.
Com base no epílogo, é de referir que nesta pesquisa, fez-se o uso dos seguintes métodos de
procedimentos: Estudo de Caso e método bibliográfico.

O estudo de caso é um método que visa compreender fenómenos sociais complexos,


preservando características holísticas e significativas dos eventos da vida real.

Caracteriza-se por ser um estudo detalhado e exaustivo de poucos, ou mesmo de um único


objecto, fornecendo conhecimentos profundos, referem (Eisenhardt, 1989 e Yin, 2013).

Com base neste método, foi possível aprofundar o conhecimento no contexto na vida real
sobre o pesquisado. Através suporte da técnica de entrevistas e experiências práticas da
organização para responder o problema da pesquisa, assim como analisar informações

17
referentes ao tema em estudo, facto que representa a realidade do uso da auditoria externa nas
organizações da cidade de Lichinga.

No atinente ao método bibliografico, consistiu na consulta de diversas obras científicas para


melhor descrever o problema e compreender, serviu de suporte para o presente estudo, onde
as informações pesquisadas nas várias bibliografias, foram usadas na elaboração da
fundamentação teórica do estudo, e na discussão de resultados.

3.3. Técnicas de Recolha de Dados


A técnica é “um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte, e a
habilidade para ser esses preceitos ou normas, a parte pratica, afirmam (Marconi e Lakatos,
1990)

Para concretização desta pesquisa, adoptou-se (2) técnicas de recolha de dados:

3.3.1. Entrevista
Na concepção de Sousa e Baptista (2011), a entrevista é um método de recolha de dados que
consiste em conversas orais, individuais ou de grupo, com várias pessoas cuidadosamente
seleccionadas, cujo grau de pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspectiva
dos objectivos da recolha de informações, (p.79).
Foi usado uma entrevista semiestruturada, que permitiu uma liberdade dos entrevistados em
expressar o seu ponto de vista sobre o tema em pesquisa.

3.3.2. Pesquisa Documental


Segundo Gil (2008), a pesquisa documental é muito parecida com a bibliográfica. A diferença
está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com o objecto de pesquisa. Além de
analisar os documentos de primeira mão, existem também aqueles que já foram processados,
mas podem receber outras interpretações.

Assim, a presente pesquisa auxiliou-se desta técnica de pesquisa documental como forma de
buscar dados para a sustentabilidade da abordagem. No entanto, usou-se a técnica de pesquisa
de documentação directa, que constitui em fazer o levamento de dados sobre a organização e
sua composição, seu perfil e de seus participantes.

3.4. Instrumentos de Colecta de Dados


No que se refere a instrumento, Gil (2008) classifica como sendo "tudo o que serve para
executar algum trabalho ou fazer alguma observação". Com a pretensão de trazer a veracidade

18
dos factos relacionados com o fenómeno em estudo, adoptou-se o uso dos seguintes
instrumentos:

 Gravador de Voz: indispensável para a captação de voz na entrevista dirigida a


organização seleccionada nesta pesquisa;
 Guião de Entrevista: Necessário para orientação do pesquisador no decorrer da
entrevista e evitar o desvio dos objectivos a serem alcançados.

Os dados também foram recolhidos com base em um formulário com perguntas fechadas, no
qual serviu como instrumento orientador, durante a interacção entre o pesquisador e o objecto
de estudo. Com isso, trouxe maior familiaridade a respeito da Auditoria externa como
instrumento de detecção de fraudes.

Portanto, para esta pesquisa realizou com base num conjunto de perguntas fechadas
direccionadas aos participantes seleccionados. Esta técnica constituiu uma vantagem pois com
base numa bateria de questões, foi possível concretizar a pesquisa de forma célere e rápida na
presença do pesquisador.

3.5. Modelo de Análise de Dados


Quanto a tratamento e análise de dados foi adoptada a análise de conteúdo. Minayo (2001),
afirma que “a análise de conteúdo, constitui-se na análise de informações sobre o
comportamento humano, possibilitando uma aplicação bastante variada com o campo social
do objecto de estudo”.
Com esta análise buscou-se compreender o significado dos dados colectados e também
objectivou na flexibilização de entendimentos de conteúdos através de alguma classificcao
apresentada de forma sistematizada, também permitiu a categorização de termos contidos nas
respostas dos participantes.

3.6. População e Participantes do Estudo


3.6.1. População da Pesquisa
A presente pesquisa apresenta como população todos colaboradores da organização em
estudo, que perfazem (6), dentre estes uma (1) mulher e cinco (5) homens.

Na óptica de Lakatos e Lakatos (2006, p.41), o universo ou população “é conjunto de seres


animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”.
Com base na concepção do autor, entende-se por população de uma pesquisa como sendo um
conjunto de elementos que comungam da mesma característica em estudo.
19
3.6.2. Participantes
Carmo e Ferreira (1998), referem participantes como sendo o subconjunto ou parte de uma
dada população onde os elementos que constituem a amostra representam a população a partir
do universo na qual foi seleccionado, ou seja, sob seu ponto de vista de participante é uma
parcela representativa da população em análise na pesquisa.
Da população descrita são participantes desta pesquisa, (2) colaboradores da Empresa em
estudo. Este número foi seleccionado de forma intencional e a partir da amostragem não
probabilística para o estudo de caso, ou seja, o pesquisador selecciona os participantes da
população mais acessível.

3.7. Aspectos Éticos da Pesquisa


Alguns pontos importantes foram considerados na realização desta pesquisa, são as questões
éticas, que de acordo com, Sousa e Baptista (2011), são: a não divulgação da identidade dos
entrevistados, consciencializar os entrevistados sobre os objectivos da pesquisa e manter
confidencialidade dos dados por eles fornecidos. Também foram respeitados os direitos dos
autores citando todas as fontes utilizadas na pesquisa.

Pontos considerados nesta pesquisa:

 Os nomes do partipantes não foram divulgados, os partipantes foram


consciencialização sobre a finalidade deste estudo, as referências bibliográficas
foram devidamente respeitadas, não houve nenhum tipo de pagamento aos sujeitos
da pesquisa para a sua participação.

3.8. Limitações do Estudo


Durante esta pesquisa, constatou-se como dificuldade ou limitação o acesso a informações,
visto que as informações financeiras e contabilísticas são muito sensíveis de influenciar na
continuidade normal das actividades da empresa. Para além da mencionada, a organização
não definiu seus valores, visão e missão.
Para superar estas limitações, foi necessário elaborar questões que não pudessem constragir os
participantes, outra opção para superar, foi necessário o uso de acrónimos, ou seja, ocultar o
nome da organização alvo desta pesquisa.
3.8. Caracterização do Local de Estudo
O estudo foi realizado na Cidade de Lichinga, de acordo com o plano Estratégico do
Município de Lichinga (2012), o município de Lichinga apresenta as seguintes características:

20
A cidade de Lichinga, é abrangida por uma aérea de 290 km2, situando-se no extremo oeste da
província do Niassa, com cerca de 50 km da margem leste do Lago Niassa, entre as
coordenadas 13.18 de altitude e 34,13 longitude leste, a uma altitude de 1.358 metros. Em
termos de limites é contornada totalmente pelo distrito de Chimbunila.
A cidade de Lichinga está organizada em postos administrativos de urbano de Sanjala,
Chiuaula, Massenger e Lulumile.
De acordo com as projecções do Instituto Nacional de Estatistica [INE] (2017), estima-se que
até o ano 2017 a população seja constituída por 235.224 habitantes e por três grupos étnicos
como Yao, Nyanja e Macua.

21
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

Este capítulo é reservado a apresentação dos resultados da pesquisa. Nele se faz análise sobre
auditoria externa com ferramenta de detecção de fraude tendo em conta o depoimento dos
entrevistados, assim como as diferentes teória e os conceitos apresentados para a pesquisa.

Portanto, a análise dos dados de campo revelou uma série de peculiaridades relativas à
percepção de ferramentas de detecção de fraudes.

4.1. Análise e Discussão dos Dados referente a Empresa em Estudo


O presente capítulo assume uma importância do processo de investigação, visto que
possibilita a produção e apresentação dos resultados de um estudo, após a compilação dos
dados do questionário.

O questionário apresentado a empresa em estudo, foi dividido em duas partes: primeira parte,
dados sociodemográficos para caracterização da população consultada e a segunda parte
relativa aspectos ligados a auditoria externa e detecção de fraude.

Estas análises foram criteriosamente seleccionadas, tendo em conta o problema em analise,


bem como os objectivos traçados para investigação. Para uma melhor leitura dos resultados a
exposição de análise realizada e apresentada sob a forma de gráficos e descrições que ilustram
percentualmente as tendências de respostas alcançadas com a entrevista. O modelo de
questionário utilizado e apresentado em anexo a este trabalho.

4.1.1. Caracterização do Objecto de Estudo


O objecto de estudo compreende uma organização sem fins lucrativos, de utilidade pública,
que actua na prestação de serviços essências para as comunidades locais da Cidade de
Lichinga através do uso sustentável dos recursos naturais.

As suas responsabilidades incluem: concepção, execução, coordenação, acompanhamento,


planeamento e avaliação regular do desempenho (operacional e financeiro) e orientação de
actividades. Também envolveu a identificação em colaboração com Governo Provincial e
promoção dos investimentos e negociações com investidores em silvicultura, agricultura,
turismo e vida selvagem. As comunidades são assistidas frequentemente em como planear o
uso de suas terras por peritos externos e independentes, vide a tabela 1.

22
Tabela 01: Caracterização do Objecto de Estudo

Tipo de Ano de Objectivo de Ramo de Volume Localização Colaboradores


empresa início de sua criação Actividade de
actividade negócios
Sem Fins 2015 Apoiar o Promoção e Nenhum Cidade de Seis (6)
Lucrativos crescimento atração de Lichinga, Av.
económico Investidores Julius
da província Nyerere,
Fonte: Manual da empresa, 2015.

4.1.1.1. Perfil Sociodemográfico dos Entrevistados


Atinente ao número total dos entrevistados que representam a amostra do estudo, a partir do
gráfico (1) a baixo, percebe-se que oitenta e três porcento (83%) representam o sexo
masculino que em termos numéricos correspondem à cinco (5) colaboradores. E dezessete por
cento (17%) representa o sexo feminino, equivalente a uma (1) colaboradora:

Gráfico 01: Perfil Sociodemográfico dos Entrevistados

Perfil Sociodemografico dos Entrevistados

17%
Mulher
Homens

83%

Fonte: Autora, 2020

4.1.1.2 Faixa Etária dos Entrevistados


De acordo o gráfico em 2 a seguir, é possível observar que a maior parte dos colaboradores
representam uma idade compreendida entre 31 a 40 anos de idade com uma percentagem de
66% que corresponde a 4 colaboradores, e 34 % representam colaboradores com idade entre
18 a 30 anos correspondendo a 2 dos entrevistados.

23
Gráfico 02: Faixa etária dos entrevistados.

70

60
66%
50
Série
40
18 a 30 anos
%

30 34% 31 a 40 anos ou mais

20

10

0
Faixa etaria dos entrevistados.

Fonte: Autora, 2020.

4.1.1.3 Ocupação ou Exercício de Função na Empresa.


Como descrito na tabela 1, podemos saber que as empresas têm 6 colaboradores que ocupam
as seguintes funções: um gestor que representa 17 % da empresa, 01 contabilistas que
representa 17%, assim como um recepcionista e dois técnicos auxiliares com um peso
representativo de 17% e 50%. No gráfico 3 a seguir. Referir que, estes colaboradores
colaboram no sentido de contribuir para o alcance dos objectivos da empresa.

Gráfico 03: Ocupação ou exercício de função na empresa.

Ocupaçao ou exercicio de função na empresa.

17%

E1 E2
50% 17%
E3 E4

17%

Fonte: Autora, 2020.

24
4.1.2. Realização e Frequência da Auditoria na Empresa
No que tange a realização de auditoria, em unanimidade os entrevistados afirmam que a
empresa tem realizado dois tipos de auditoria, das quais interna e externa. Geralmente tem
sido realizado uma auditoria interna no final de cada exercício económico, isto é, em
dezembro de cada ano. Dado este período existindo a disponibilidade financeira de
contratação para uma auditoria externa que pode ser realizada em cada três (3) anos.

A norma ISO 9001 (2015) refere que a organização deve realizar auditorias internas a
intervalos planejados para prover informações sobre os sistemas de gestão da qualidade, assim
sendo não existe um período definido na norma.

Concordando com o autor, quanto a realização e frequencia da auditoria, não existe um


período ou criterios para aplicação da mesma, no entanto cabe as organizações emitir um
organograma anual assumindo um período que seja propicio para este processo, que pode
decorrer no mínimo uma vez por ano.

4.1.3. Controlo Interno na organização


Dando avanço a pesquisa procurou-se saber sobre o controlo interno no processo de detecção
de fraudes, onde foi possível saber de forma unanime com base nas respostas dos
participantes demonstra que o principal influenciador para a detecção de fraudes ou erros, é
controlo interno.

E1 - É através da implantação de controlos internos que é possível detectar erros ou


fraudes nas organizações.

E 2 - Controlo interno como principal influenciador no processo de detecção de


fraudes.

Em síntese, o controlo interno são os procedimentos realizados pela a administração das


empresas com vista a salvaguarda dos activos da organização e no funcionamento da mesma.

Segundo Crepaldi (2012), compreende o controlo interno como o plano de organização, todos
métodos e medidas adoptadas na empresa para salvaguardar seus activos, e verificar a
exatidão e fidelidade dos dados contabilísticos, desenvolver a eficiência nas operações e
estimular o seguimento das políticas administrativas prescritas. (p. 376).

Sá (1982), define controlo interno como sendo:

Uma forma de organização que pressupõe a existência de um plano e de sistemas


coordenados destinados a prevenir a ocorrência de erros e irregularidades ou a
25
minimize as suas consequências e a maximizar o desempenho da entidade no qual se
insere.

4.1.4. Influência da Auditoria Externa no Processo de Detecção de Fraudes


Neste contexto, procurou-se saber junto dos entrevistados, sobre como a auditoria externa
influência na detecção de fraude, em unanimidade os entrevistados afirmam que, a auditoria
externa tem uma influência positiva na detecção de fraudes da empresa, visto que ajuda a
identificar falhas contabilísticas para a tomada de decisões, assim como na implantação de
controlos internos é possível de detectar erros ou fraudes na organização.

Desta afirmação, pode se entender que a auditoria externa é muito importante e constituem
uma feramenta indispensável em uma organização, pois possibilitam a detecção de fraude.

Segundo Almeida (1996:32), o auditor externo deve examinar as demonstrações financeiras


de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceites, portanto não ee seu
objectivo principal detectr irregularidades (roubos ou erros propositados).

4.1.4.1. Responsabilidades de detecção de fraudes nas organizações


Para se aferir o entendimento sobre a influência da auditoria externa no processo de detecção
de fraudes, questionou-se, quem é o responsável pela detecção de fraudes nas organizações,
obtendo como respostas:
E1: “Gestor da Organização”

E2: “O contabilista da Organização”

Das respostas obtidas de um modo geral, percebeu-se que, os participantes entendem sobre a
quem recai a responsabilidade pela detecção de fraude e controlo interno da organização, com
vista ao alcance dos objectivos pretendidos.

Silva (2007), segundo as normas de contabilidade, o auditor interno não é responsável e nem
pode ser responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros”. No entanto, o seu trabalho
deve ser planeado de forma preventiva, analisando a probabilidade de detectar erros ou
fraudes dentro da organização empresarial que prejudique a exatidão das demonstrações
financeiras.

No entanto, (Justino e Silva, 2016), referem que, os gestores da entidade têm a


responsabilidade primária na detecção e prevenção de informes nas demonstrações

26
financeiras, por isso é de grande importância haver uma comunicação clara entre os
responsáveis pela administração e o auditor, facilitando a descoberta de fraudes.

Com base na análise e relacionada com os autores, conclui-se que, o auditor e conselho de
administração da empresa devem trabalham em consonância, assim o auditor tem o dever de
deixar a parte administrativa da organização sempre informada por escrito de toda e qualquer
irregularidade observada na empresa, e sugerindo medidas por parte do gerenciamento.
Portanto este não ee responsável, nem pode ser responsabilizado pela prevencoa de fraudes ou
erros. Entretanto este deve planear o seu trabalho, avaliado o risco de sua ocorrência de forma
a ter grande probabilidade de detectar aqueles que impliquem efeitos relevantes nas
demonstrações financeiras.

4.1.5. Procedimentos utilizados para a realização de Auditorias nas Organizações


Para conhecer o nível de preparação e domínio do pessoal envolvido, questionou-se, como é
que a organização procede a quando de realização de uma auditoria, obteu-se as seguintes
respostas:
E1: “Trabalhamos com um plano anual de actividades e realizamos os nossos
controlos internos, e a posterior analisamos os resultados”

E2: “Formalizamos e classificamos processos administrativos a posterior preparamos a


auditoria interna”.

Com base nas respostas dos entrevistados, percebe-se que a auditoria deve seguir
procedimentos para a sua realização e para se evitar eventualidade e necessário colocar a
organização informada sobre uma possível auditoria, assim para estes prepararem toda
informação necessária.

A realização de auditoria na empresa em estudo obedece a normas estabelecidas nos


instrumentos que orientam a realização de auditoria interna. Em relação a este aspecto,
explicaram Justino e Silva (2016) que “para a realização de auditoria interna, os técnicos da
empresa em estudo seguem as instruções que constam no manual de procedimento interno e
normas de auditoria ajustadas as normas internacionais, mas também, tomam como base o
manual de procedimentos de inspeção e fiscalização administrativo e os dispositivos de
legislações fiscais”

27
No outro fórum explicou E1, “toda a auditoria interna realizada nesta organização é orientada
por uma matriz de riscos, na qual são identificados os aspectos críticos que possivelmente
poderão ocorrer nos processos de gestão”.

4.1.6. Descrição dos procedimentos da Auditoria Externa


Com base nos resultados apurou-se que, os técnicos da organização sentem que auditoria é
valorizada porque esta acção procura ajudar os técnicos dos outros sectores no cumprimento
de procedimentos de gestão financeira e contabilística. Actua como actor que dá sinal aos
colegas sobre a ocorrência de situações que podem comprometer o trabalho deles e da
instituição. A baixo estão apresentadas as afirmações dos entrevistados.
E1: “Como todo processo de avaliação, as vezes gera um pouco de ansiedade,
especialmente para quem actua em áreas mais administrativas”

E2: “Contribui para que os colaboradores tenham mais familiaridade com os processos
de uma auditoria e com auditores”

Tal como defende Martins (2014, p.11), “a auditoria interna deve ser encarada como o
instrumento que permite os responsáveis agirem com maior segurança e controlar com mais
conhecimento”.

Em síntese, o que o traz em seu conceito, o trabalho de auditoria interna permite reduzir erros
de processos contabilísticos, tal que, quando a auditoria externa aparece, estes já possuem os
processos instruídos. Isso contribui de certa forma para a transparência e prestação de contas.

4.1.6.1. Produção de informações consistentes em relação ao desempenho da audiroria e


gestão
Para aprofundar o entendimento da produção de informações consistentes em relação ao
desempenho da audiroria e gestão, e de que forma isso beneficia a empresa. Assim tendo
como resultados:
E1: “Sim, a auditoria sempre proporciona para a empresa a possibilidade de enxergar o
que pode ser melhorado”

E2: “A auditoria possibilita monitoração de acções correctivas e preventivas


permitindo um olhar externo que mostrem oportunidades de melhoria”.

Com base nas respostas dos participantes, percebeu-se que existe noção dos benefícios da
auditoria nas organizações, porem estes vão muito além, do que os participantes afirmaram,
pois, a auditoria não existe so para apontar defeitos: ele também serve para encontra os pontos
28
fortes da empresa e potencializa-los. Ao localizar os pontos de melhoria em de suas
actividades, a empresa tem a chance de aperfeiçoar seu ambiente de trabalho.

Assim sendo Furtado (2009), as principais vantagens da auditoria são “fiscalizar a eficiência
dos controlos internos, assegurar maior correção dos registos contabilísticos, opinar sobre a
adequação dos DF’s, dificultar desvios de activos e pagamentos indevidos, contribuir para a
obtenção de melhores informações sobre a real situação da entidade, apontar falhas na
organização administrativa e nos controlos internos, garantir maior atenção e rigor dos
colaboradores contra erros e evita fraudes.

Em suma, alinhado a concepção dos autores acima, quando as falhas são minimizadas, o
clima dentro de uma organização tende a ficr mais agradável, isto porque os colaboradores
assumem o compromisso de eliminar aqueles problemas roptineiros. Por outra, os benefícios
impactam positivamente no desempenho geral da organização.

4.2. Modificação da Rotina de Trabalho na Empresa


Para aprofundar o nosso entendimento sobre a descrição de procedimentos, seguimos a
questão, as organizações devem modificar a sua rotina de trabalho por conta da Auditoria,
assim tendo-se obtidos em respostas:
E1: A permanência de auditores na organização, obviamente acaba por interferir no
processo produtivo. Para minimizar, a organização pode solicitar agenda da auditoria e
comunicar os sectores com antecedência, para que se programem e se organizem,
visando não impactar tanto nas rotinas.

E2: Sem resposta.

Com base na exposição acima, a realização da auditória deve incluir alguns passos
importantes para que o a rotina de trabalho seja bem-sucedido.

Para Silva & Viera (2015, p.10) cit in Castro (2010), o auditor deve fazer um planeamento
geral, que se resume em três principais razões: mudar uma realidade, cumprir uma finalidade
ou organizar uma actividade.

Com base neste autor, a disseminação de boas práticas é valorizada durante a auditoria. Todos
os funcionários são convidados a participar activamente. Essa é uma excelente oportunidade
para membro da equipa sinta-se importante, pois quaisquer deles podem dar óptimas
sugestões para melhorar o próprio desempenho e o das colegas.

29
4.2.1. Mudanças no processo de Mellhoria da gestão dos recursos na Empresa
Neste ponto, perguntou-se aos participantes, será que a auditoria interna trouxe alguma
mudança na melhoria da gestão dos recursos na organização, as respostas foram as seguintes:
E1: “O trabalho de auditoria ajuda a organização a produzir informações em
momentos oportunos no processo de assistência de prevenção de perdas”

E2: “Ajudou-nos a averiguar a conformidade dos controlos internos, no que tange a


boas práticas de governança corporativa, assim como o contínuo aprimoramento
intelectual para oferecer ferramentas de suporte à administração”

Com base nos resultados obtidos durante a entrevista, fica evidente que após a realização
ocorreram várias mudanças na organização alvo desta pesquisa, como espelha:

Gil (1999), devido ao conhecimento que a área pode obter, ela tem total capacidade de
“fornecer assistência e aconselhamento a todos níveis da empresa”, e esse papel e o alcance
da auditoria interna passam a ser reconhecidos de tal forma que não é mais possível admitir
uma gestão de riscos empresariais sem levar em conta o envolvimento da função como meio
de identificação dos pontos fracos, e até mesmo, de auxílio à implementação de processos
tanto de correção quanto de melhoria continua, (p. 22).

Enquanto Crepaldi (2012, p.69), deve a área da auditoria interna auxiliar “a organização a
alcançar seus objectivos, adoptando uma abordagem sistemática para a avaliação e melhoria
da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, de controlos e governança corporativa.

Em síntese, a auditoria vive um momento de intensa cobrança pela administração pelos


resultados, maior produtividade e está, a todo momento, tendo que mostrar seu valor, mas
também, vive um momento impar na sua história no sentido de que tem a possibilidade de se
reinventar e se consolidar como um dos pilares na estrutura de governança nas organizações.

4.3. Mecanismos Usados para Reduzir as Fraudes nas Organizações da Cidade de


Lichinga.
Nesta secção procuramos reflectir sobre os mecanismos usados para reduzir as fraudes nas
organizações do ramo florestal na cidade de Lichinga, sendo assim, prosseguimos com a
seguinte questão: o que é prevenção a fraude? Obtivemos as seguintes respostas:

E1: Conjunto de medidas e acções que agrega política, procedimentos, treinamentos e


comunicação.

30
E2: Medidas tomadas pela organização para evitar erros contabilísticos na execução
orçamental.

Com base nas respostas acima, percebeu-se que os participantes têm noção do que deve ser
feito para se prevenir da ocorrência de fraudes na organização, visto que assim garante a
continuidade da organização, porém, estudos apontam que a melhor de prevenção de fraudes e
sem dúvidas através de implantação de controlos internos.

Como refere Almeida (2014), o controlo interno tem por objectivo a medição de padrões,
avaliação de desempenho, a comparação de metas, com o intuito e corrigir informações,
detectar desvios ou anormalidades através de resultados obtidos em suas análises no intuito de
simplificar rotinas diárias passiveis de erros ou fraudes.

Sem dúvidas, eliminar todos os riscos de problemas envolvendo colaboradores mal-


intencionados não é fácil. Porém, é possível minimizar quase por completo os prejuízos que
esses riscos podem trazer para a empresa. Tudo com o objectivo de identificar, acompanhar,
prevenir e sensibilizar os funcionários sobre essas práticas improprias, além de definir meios
para lidar com possíveis desvios.

4.3.1. Medidas Aplicadas após a detecção de Fraude


No seguimento aos mecanismos para reduzir as fraudes nas organizações, questionamos,
sobre as medidas aplicadas apos a detecção de fraudes, tendo se apurado como respostas:
E1: “Monitorar processos, ter uma auditoria de prevenção de fraudes e identificar os
erros para a prevenção de fraudes”

E2: “Corrigir os pontos fracos da organização, e treinar os colaboradores Monitorar


processos”

Sendo assim, com base nos resultados acima, a falta de controlos internos ou sua fragilidade,
acarretam, frequentemente, em erros involuntários, desperdícios e facilitam inclusive a
incidência de fraudes. Um bom sistema de controlo interno previne o acontecimento de
fraudes e minimiza os erros, mas não é suficiente para erradica-los. O sistema deve permitir
detectar todas as irregularidades, oferecendo possibilidades de pronta identificação de fraudes.

A eficiência do sistema do controlo interno como um todo deve permitir detectar não somente
irregularidade de actos intencionais, como também de actos não intencionais. Segundo Attie
(1988, p.204), esses erros podem ser:

31
 De interpretação como, por exemplo, aplicação errónea dos princípios de
contabilidade geralmente aceites na contabilização das transacções;
 De omissão por não aplicar um procedimento prescrito nas normas em vigor;
 Decorrentes da má aplicação de uma norma ou procedimento.

De acordo com Almeida (2014), um sistema de controlo interno permite prever os erros e
irregularidades que possam vir a acontecer, e também com ela é possível verificar se o
sistema de controlos detecta imediatamente a ocorrência de erros ou fraudes.

Em síntese, a prevenção de fraudes tem como base a gestão da governança de uma empresa. É
a partir dos líderes que possibilidades sustentáveis, acções afirmativas e soluções criativas
devem ser implantadas para o bem comum.

4.3.2. Erros ou Fraudes mais frequentes em uma Auditoria


A fraude nas organizações já vem ocorrendo ao longo percurso da sociedade, portanto
questionou-se a organização, quais são os erros ou fraudes mais frequentes em uma auditoria,
tendo os participantes respondido:
E1: “Desvios de Aplicação de despesas ou receitas, falta de elaboração de um plano de
tesouraria”

E2: “Não existe técnicos para arrumação, controlo e monitoria dos pagamentos e
apropriação indébita”

Na actualidade, tem-se veiculado muito sobre a fraude e suas consequências socioeconomicas,


este mal assola a qualquer tipo de empresa, indepentende do seu porte

Portanto esse resultado muito se familiarizado com as literaturas que abordam sobre a
temática:
Attie (1998, p.215-216), a fraude assume múltiplas modalidades. Das diversas classificações
históricas de fraudes, já efectuada, reveste-se de interesse a que as dividem em: Não
encobertas, encobertas temporariamente, encobertas permanentemente.

Por outro lado, Rasmussen (1988), explica que os “as fraudes sempre começam em
quantidades pequenas e aumentam sucessivamente com a confiança do delinquente, pois não
existem sistema de controlos internos, a auditoria é naturalmente uma justiça severa que puna
estes actos”, (p. 14).

32
Em suma, as fraudes ou erros frequentes nas organizações são desvios de aplicação de
despesas, furto de pequena dimensão. Ee necessário tomar consciencai dos males de acções
fraudulentas nas empresas, pois cada erro, falha, desvio ou mesmo desperdícios sera um fardo
cada mais pesado e difícil da organização suportar.

33
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. Conclusões
A auditoria é a principal ferramenta para mensurar a adequação e a confiabilidade dos registos
e das demonstrações financeiras, que é muito importante para o profissional da área, pois
obedece às leis e normas de contabilidade. Para verificação sistemática da eficácia e eficiência
das actividades operacionais, minimizando e evitando assim a ocorrência de fraudes, erros e
possíveis falhas dentro das entidades, A auditoria se tornou uma ferramenta de ampla
monitoria para os gestores. O procedimento de auditoria são direcionados para que as
demonstrações financeiras estejam apresentadas de acordo com a legislação vigente global e
baseadas nas normas internacionais de Contabilidade (NRCF), a fim de que as informações
empresariais divulgadas sigam um mesmo padrão e, assim, possam ser comparados os
resultados de diversas empresas, mantendo uma fidelidade quanto á realidade encontrada nas
organizações.

Quanto ao objectivo que visava analisar a influência da Auditoria interna no processo de


detecção de fraudes, conclui-se que a auditoria externa, também conhecida como auditoria
independente possui os mesmos valores que a auditoria interna. Em virtude da função
garantidora no exame de fidedignidade das demonstrações financeiras, é um instrumento de
controlo administrativo, no qual se destaca como um ponto de convergência de todos os
efeitos, factos e informações originadas dos diversos segmentos da empresa, promovendo o
máximo de controlo interno do seu património, obedecendo aas leis e procedimentos.

Quanto ao objectivo que visava descrever os procedimentos utilizados para a realização da


Auditoria na organização do Ramo Florestal, apurou-se a auditoria permite a identificação de
erros de procedimentos contabilísticos e financeiros e orienta a sua correção. Possibilita
igualmente verificar o grau de execução das actividades e o cumprimento das recomendações
decorrentes de trabalhos de auditoria externa ajudando na correção de problemas de caracter
organizacional, estrutural e operacional.

Quanto ao objectivo que visava apresentar mecanismos usados para reduzir ou minimizar as
fraudes nas organizações na Cidade de Lichinga, a pesquisa conclui-se, que a prevenção de
fraudes envolve a criação de uma cultura organizacional de honestidade e de comportamento
ético, que deve ser reforçada por uma supervisão activa da governança corporativa e de
mecanismos de controlo eficazes.

34
A fraude pode ocorrer em vários níveis em qualquer organização, e é essencial que as técnicas
preventivas e de detenção de fraude sejam apropriadas e estejam implementadas. A prevenção
de fraude exige esforço activo e continuo, esse processo visa mitigar possíveis riscos de
fraude, e os seus impactos.
No atinente ao objectivo geral, conclu-se que auditoria constitui um instrumento inprescidivel
para o controlo organizacional, é considerada como o controlo dos controlos. Esta tornou-se
ferramenta de suma importância e necessária para uma efectiva e eficiente administrcao. Esta
da segurança a empresa, preserva os interesses da empresa.
Com este estudo chegou-se as seguintes conclusões, que a fraude poderia ocorrer tanto por
falta de sincronia dos colaboradores, desde o nível operacional até o tático ou estratégico e
também por conta de disfunções que o sistema de informação que a empresa possui, criando
assim um ambiente propicio para que pessoas mal-intencionadas sem serem percebidas.

5.2. Sugestões
5.2.1. Para a Empresa em estudo
Para que a auditoria interna, assim como a auditoria externa desempenhe um papel de
destaque no processo de detecção de fraudes na empresa alvo deste estudo, é necessário tomar
em consideração o seguinte:

 Que a empresa elabore e divulgue os planos de auditoria de modo que todos os


sectores saibam os períodos em que as auditorias serão realizadas. Isso pode permitir
os sectores se preparem para o fornecimento de informação necessária;
 Há necessidade de maior rigor no acompanhamento do grau de cumprimento das
recomendações da auditoria interna e externa.
 É importante responsabilizar os infractores de acordo com a legislação em vigor. Isso
pode contribuir para a inibição das infracções.

5.2.2. A comunidade Académica e Pesquisadores


No atinente a uso da auditoria nos processos de detecção de fraudes, recomenda-se a
comunidade académica e pesquisadores da área de contabilidade e auditoria, a desenvolverem
pesquisas concernente a processo prevenção contra fraudes e erros nas organizações através
de uso de controlos internos eficientes.

5.3. Pistas para Futuras Pesquisas


Na importância da continuidade de investigações futuras, apresenta-se algumas pistas para
futuras:
35
 Planeamento fiscal como forma para se manter a boa regularidade fiscal nas empresas;
 Auditoria Interna como ferramenta de melhoria empresarial;
 A auditoria externa e a influência sobre os resultados de uma empresa;

36
Referências Bibliográficas

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37
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40
APÊNDICES

41
Apêndice 1: A tabela abaixo, descreve as respostas apresentadas pelos colaboradores da empresa alvo deste estudo
Categorias Sob Categorias Questões Respostas dos Entrevistados
 Analisar a influência da Influência da Auditoria A organização tem realizado E1: “no Plano de actividades desta
Auditoria Externa no Externa no Processo de auditorias internas e organização está prevista a realização de 1
processo de detecção de Detecção de Fraudes na externas? Se sim. Qual é a auditoria interna seguido de uma Externa,
Fraudes na Empresa Empresa Em estudo frequência? E em que após término do exercício económico”.
Florestal consistem? A auditoria E2: Sem resposta
externa influência no
processo de detecção de
fraudes?
Responsabilidade pela A quem a recai a E1: Gestor
Prevenção de Fraudes responsabilidade pela E2: Contabilista
prevenção e detecção de
fraudes?
Auditoria e sua influência no A auditoria influência no E1: “A auditoria aumenta o nível para
processo de detecção de processo de detecção de detecção de fraudes nas organizações”
Fraudes. fraudes? E2: “É através da implantação de
controlos internos que é possível detectar
erros ou fraudes nas organizações”

Descrever os procedimentos Como proceder no momento de Como é que a organização E1: “Trabalhamos com um plano anual de
utilizados para a Realização uma auditoria procede a quando de actividades”
de Auditorias nas realização de uma E2: “Formalizamos os processos,
Organizações auditoria? preparamos a auditoria interna
classificamos os controlos internos”

0
Avaliação dos colaboradores Como é que os E1: “Como todo processo de avaliação, as
em termos da Auditoria colaboradores enxergam a vezes gera um pouco de ansiedade,
auditoria interna? especialmente para que actuam em áreas
mais administrativas”
E2: “Contribui para que os colaboradores
tenham mais familiaridade com os
processos de uma auditoria e com
auditores

A auditoria benefícios para A auditoria produz E1: “Sim, a auditoria sempre proporciona
empresa informações consistentes para a empresa a possibilidade de
em relação ao desempenho enxergar o que pode ser melhorado”
da gestão? De que forma E2: “A auditoria possibilita monitoração
isso beneficia a empresa? de acções correctivas e preventivas e
permite que um olhar externo mostrando
oportunidades de melhoria”.

Rotina de Trabalho durante a As organizações devem E1: A permanência de auditores na


Auditoria modificar a sua rotina de organização, obviamente acaba por
trabalho por conta da interferir no processo produtivo. Para
Auditoria? Minimizar, a organização pode solicitar
agenda da auditoria e comunicar os
sectores com antecedência, para que se
programem e se organizem, visando não
impactar tanto nas rotinas.

Mudanças apos Será que a auditoria E1: “O trabalho de Auditoria ajuda a


passagem da Auditoria interna trouxe alguma organização a produzir informações em
mudança na melhoria na momentos oportunas, assim como, como
gestão dos recursos na no processo de assistência e prevenção de
organização? perdas”
1
E2: “Nos ajudou a averiguar a
conformidade dos controlos internos, no
que tange a boas práticas de governança
corporativa, também nos ajudou manter
uma exímia performance e em contínua
melhoria, assim como o contínuo
aprimoramento intelectual para oferecer
ferramentas de suporte à administração”
Prevenção contra O que é a prevenção a E1: Conjunto de medidas e acções que
fraudes ou erros fraude ou erros? agrega política, procedimentos,
treinamentos e comunicação.

Medidas aplicadas Quais são as medidas E1: “Ter uma auditoria de prevenção de
depois de detectadas de aplicadas após a detecção fraudes, correção dos pontos fracos da
fraudes de fraudes? organização, e treinamento dos
colaboradores.
E2: “Monitorar processos e identificar os
erros para a prevenção de fraudes”

Fraudes ou erros Quais são os erros ou E1: “Desvios de Aplicação de despesas ou


frequentes fraudes mais frequentes receitas, não se elabora um plano de
em uma auditoria? tesouraria”
E2: “Não existe técnicos para arrumação,
controlo e monitoria dos pagamentos,
apropriação indébita de activos da
organização”

2
Estratégias para Tem alguma visão E1: “Mantenha um fluxo de caixa
impulsionar a sobre dos estratégica que, se usada, saudável, gaste melhor o dinheiro da sua
serviços prestados venha a impulsionar a organização”
melhoria sobre os serviços E2: “Escalabilidade e crescer também a
prestados pela sua presença online”
organização?

Fonte: Autora, 2020

3
Apêndice 2

Guião de Entrevista

Serve do presente guião de entrevista como instrumento de recolha de dados para


fins de trabalho de fim do curso de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria com
o tema: Auditoria Externa como Ferramenta de Detecção de Fraudes, um
Estudo de Caso na da Cidade de Lichinga.

Identificação dos Entrevistados

Faixa Etária: 18 – 30 anos ( ) 31 – 40 Anos ( ) 41 – 50 Anos ( ) + 51 anos ( )


Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )
Ano de ingresso na empresa:
Função que desempenha na empresa: _____________________________

Dados Sobre a Empresa

A quantos anos existe a empresa:

 Tipo de sociedade:
 Volume de negócio anual:
 Ramo de actividade:
 Número de trabalhadores:

1. Fale da vossa organização: surgimento, missão, visão valores e seus objectivos.

2. Quantos colaboradores a organização possuem actualmente?

3. A organização tem realizado auditorias internas e externas? Se sim. Qual é a frequência? E


em que consistem?

4. A auditoria externa influência no processo de detecção de fraudes?

5. Como é que a organização procede a quando de realização de uma auditoria?

6. Como é que os colaboradores enxergam a Auditoria interna?

7. A auditória produz informações consistentes em relação ao desempenho da gestão? De que


forma isso beneficia a empresa?
0
8. As organizações devem modificar a sua rotina de trabalho por conta da auditoria?

9. Será que a auditoria interna trouxe alguma mudança na melhoria na gestão dos recursos da
organização? Se sim, quais são?

10. Alguma vez a organização detectou alguma fraude no processo de auditoria? Se sim, que
procedimentos e normas foram utilizados durante este processo?

11. Quais são os erros ou fraudes mais frequentes em uma auditoria?


12. Quais são as medidas aplicadas após a detenção de uma fraude?

13. Tem alguma visão estratégica que, se usada, venha impulsionar a melhoria sobre os
serviços prestados pela organização?

Agradece-se a vossa preciosa colaboração prestada a esta investigação.

Muito obrigada!

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