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Módulo 4

O Pilar Governança do ESG


As três dimensões
ESG do curso

Que bom que você iniciou o Módulo 4 – O pilar Governança do ESG.

Siga o passo a passo a seguir para que a sua trajetória nesse curso seja incrível!

Estude
Antes de acessar as aulas, assista a um vídeo sobre os principais aspectos
relacionados ao pilar Social do ESG no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Saiba
Acesse o conteúdo das aulas e realize as atividades de múltipla escolha
após a última aula do módulo, pelo ambiente virtual de aprendizagem (AVA).

Garanta
Vamos continuar o esboço de um projeto de aplicação da Gestão ESG
no seu dia a dia, tendo como ponto de partida os assuntos abordados
no Módulo 4.

Confira, a seguir, a dimensão Estude deste módulo!

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1° Dimensão

Estude

Nesta primeira dimensão do Módulo 4, conheça os principais aspectos relaciona-


dos ao pilar Governança do ESG a seguir. Caso queira conferir esse vídeo na ínte-
gra, não deixe de acessar o seu ambiente virtual de aprendizagem (AVA).

Palavra da Especialista

Uma boa governança para um empreendimento rural envolve práticas


de ética e transparência, prestação de contas e responsabilidade com
diferentes partes interessadas, clientes, comunidades, colaboradores e
fornecedores, dentre outros.

Para os empreendimentos rurais, um dos pontos


positivos de uma forte estrutura de governança é
o reflexo, em seus produtos, dos compromissos
integrados com a sustentabilidade.

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Integrar a sustentabilidade ESG no negócio requer atuação de todas as
áreas e níveis do empreendimento, pois seus aspectos interagem entre
si de diversas formas. A governança corporativa ajuda nesta construção,
pois garante que a empresa atue de maneira ética e transparente em
todas as suas instâncias.
Com o olhar mais voltado para questões ESG que o mundo moderno traz,
a ética passou a ser requisito fundamental nas relações comerciais.

Agindo de forma ética e transparente, é possível


reportar as ações de sua empresa rural, em
alinhamento às práticas ESG e, assim, garantir a
sustentabilidade enquanto cadeia de valor.

Também é importante que os empreendimentos rurais apliquem as


regras de compliance aos procedimentos e às regras da organização,
combatam a corrupção e a concorrência desleal e envolvam e engajem os
stakeholders, trazendo grandes oportunidades, principalmente para a
reputação e o fortalecimento da marca no mercado. E que realizem o
processo de responsabilização, que possui três pilares fundamentais: a
transparência, a participação e a prestação de contas.

Por fim, no contexto dos empreendimentos rurais,


as práticas de controle e gestão são fundamentais
pela sua extensa cadeia de valor de fornecedores.

Essas práticas, bem aplicadas, ajudam a ter um melhor desempenho na


eficiência do uso dos recursos naturais, maior qualidade dos produtos
agrícolas por meio do monitoramento e melhora no bem-estar animal
com o controle e gestão.

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Utilize este espaço para registrar um resumo do que foi abordado neste
conteúdo. Caso queira ter essas anotações salvas, não deixe de acessar o
ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e realizar seus registros por lá.

Retome as anotações realizadas nessa dimensão sempre que sentir necessidade


e utilize-as quando chegar à dimensão Garanta.

Siga em frente e bons estudos!

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2° Dimensão

Saiba

O pilar Governança da Agenda ESG é um conjunto de práticas e políticas


adotadas por uma empresa para garantir a gestão sustentável e responsável dos
seus negócios. Além disso, a Governança implica integrar os pilares ESG em
todas as políticas corporativas, bem como na tomada de decisão.

Antes de iniciarmos o módulo, vamos entender como a governança atua na


Agenda ESG.

Conforme o Pacto Global (2021) da ONU, o pilar


Governança da Agenda ESG é um conjunto de
práticas e políticas adotadas por uma empresa
para garantir a gestão sustentável e responsável
dos seus negócios. Além disso, a governança
implica integrar os pilares ESG em todas as
políticas e práticas corporativas bem como na
tomada de decisão.

Uma boa governança para um empreendimento rural envolve práticas de ética


e transparência, prestação de contas e responsabilidade com diferentes partes
interessadas (clientes, comunidades, colaboradores e fornecedores), dentre
outros aspectos que iremos conhecer.

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Ao finalizar este módulo, você será capaz de
entender a importância da governança para
garantir transparência no desempenho
socioambiental dos empreendimentos rurais.

Este módulo está dividido em três aulas. Confira, a seguir, como cada uma delas
está estruturada.

Governança corporativa

• Estrutura e composição da governança corporativa.

• Propósito e estratégia em relação à sustentabilidade.

Conduta empresarial e transparência na gestão

• Compliance (estar em conformidade com as leis,


normas e regras) e práticas anticorrupção.

• Práticas de combate à concorrência desleal


(antitruste).

• Engajamento das partes interessadas.

• Responsabilização (prestação de contas).

• Relatórios ESG.

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Práticas de controle e gestão

• Gestão de riscos do negócio.

• Controles internos.

• Auditoria interna e externa.

• Gestão da segurança da informação.

• Privacidade de dados pessoais.

Fique atento neste módulo e observe como o pilar da Governança é predominan-


te para alavancar a Agenda ESG nos empreendimentos e negócios. Agora que
temos todas as informações de que precisamos, é hora de começar!

Bons estudos!

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Atividade de
Governança
Aprendizagem
corporativa

Aula 1

Como vimos nos módulos anteriores, a Agenda ESG tem, em cada pilar, um nível
de responsabilidade de transformação do meio, equilibrando aspectos financei-
ros, sociais e ambientais.

O meio ambiente e a responsabilidade social são componentes da Agenda


ESG que integram o dia a dia dos empreendimentos rurais, tendo a governança
como o pilar que orienta e direciona para o melhor funcionamento e também o
atendimento de regulações e legislações relacionados às demais dimensões.

Governança

Meio Responsabilidade
Ambiente Social

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A palavra governança inclui ações que visem a
transparência fiscal, a remuneração de acionistas (se for o
caso), o planejamento estruturado de sucessão, a criação
de comitês para avaliação de valores, gestão, riscos e
lucratividade das empresas.

Nesta aula, iremos abordar a estrutura e a composição da governança corporati-


va e como a governança fortalece a estratégia da Agenda ESG tendo por base os
critérios do eixo de governança com as recomendações da ABNT PR 2030.

Estrutura e composição da governança


corporativa
Conforme as práticas recomendadas da ABNT PR 2030 (2022), a estrutura e a com-
posição da governança corporativa disciplinam a organização e o seu funcionamen-
to, considerando o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades e vincula-
ções hierárquicas e funcionais atribuídas às instâncias de governança e gestão.

Ter essa estrutura de governança bem definida e


ordenada colabora para facilitar o gerenciamento
das áreas do negócio, principalmente no que
tange aos riscos e às oportunidades, dando
maior segurança nas tomadas de decisões.

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Para os empreendimentos rurais, um dos pontos positivos de uma forte estrutura
de governança é o reflexo, em seus produtos, dos compromissos integrados com
a sustentabilidade, ou seja, quanto mais consolidada a estrutura de governança,
menor o risco de se ter essa instituição desvinculada à cadeia de suprimentos, ou
seja, menor o risco de seus produtos serem mal vistos ou até retirados dos pro-
cessos produtivos de outros segmentos.

A estrutura e a composição da governança corporativa podem variar de empre-


sa para empresa, dependendo do porte, da área de atuação e das prioridades do
negócio, mesmo dentro do contexto do meio rural. Neste sentido alguns aspectos
são importantes de serem considerados. A seguir, confira ações relacionadas a eles.

Conflito de interesses

• Estruturar um conselho de administração para tomadas de decisões do negócio.

• Definir regras claras e processos de votação do conselho, além da


transparência dos resultados.

Transparência e prestação de contas

• Criar sistema de relatórios financeiros (exemplo: balanço patrimonial e


fluxo de caixa).

• Nomear auditoria independente (tópico 3 deste módulo) para verificação de


terceira parte.

Responsabilidade social e ambiental

• Criar políticas de responsabilidade socioambiental para mitigar os impactos


negativos do negócio.

• Monitorar e publicar as conformidades com equipe/consultoria técnica


especializada.

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Propósito e estratégia em relação à
sustentabilidade
Integrar a sustentabilidade/ESG no negócio requer atuação de todas as áreas
e níveis do empreendimento, pois seus aspectos interagem entre si de diversas
formas. A governança corporativa ajuda nesta construção, pois garante que a em-
presa atue de maneira ética e transparente em todas as suas instâncias.

Na Palavra da Especialista, entenderemos como uma estratégia de sustentabili-


dade pode influenciar cada pilar do ESG nos empreendimentos rurais. Caso quei-
ra conferir esse vídeo na íntegra, não deixe de acessar o seu ambiente virtual de
aprendizagem (AVA).

Palavra da Especialista

Os empreendimentos rurais possuem o propósito de produzir bens e


serviços no setor agro para diferentes partes interessadas.

Para garantir seu propósito de forma sustentável,


é necessário adotar uma forte estratégia ESG, que
leve em consideração todas as partes envolvidas no
negócio nos pilares Ambiental, Social e Governança.

Para ficar mais claro, vamos entender um pouco mais como estratégias
podem influenciar cada pilar do ESG nos empreendimentos rurais.

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Pilar Ambiental: adotar estratégias com práticas
de gestão ambiental reduz os riscos relacionados à
atividade produtiva agrícola sobre o meio ambiente,
como o desmatamento, a poluição do solo, da
água e do ar. Além disso, a gestão ambiental
traz oportunidades para o negócio, como: a
implementação de novas tecnologias limpas
e renováveis e a exploração de novos serviços
ecossistêmicos.

Pilar Social: para alinhar a estratégia no pilar


social, é necessário integrar todas as partes
interessadas. Para os modelos de negócio de
empreendimentos rurais, são fundamentais
algumas ações para gerir riscos e gerar
oportunidades no campo. Confira algumas delas:

• Alinhar a estratégia com práticas de gestão


participativa com comunidades locais.
• Respeitar os direitos humanos.
• Promover capacitação dos trabalhadores.
• Garantir a segurança e saúde no trabalho.

Pilar Governança: a governança é fundamental


para a construção da estratégia ESG. Por meio
dela, é possível definir e formalizar políticas, metas
e indicadores para monitorar o desempenho
ambiental, social e econômico, incentivando a
implementação de práticas sustentáveis em toda a
cadeia produtiva.

Práticas ESG no meio rural | 191


Atualmente as empresas estão buscando alinhar seu propósito e
estratégia com agendas de sustentabilidade globais, como é o caso dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – os ODS –, da Agenda 2030
e dos Princípios Universais do Pacto Global da ONU.

Como vimos, essas Agendas, por serem globais,


são bem-vistas por acionistas, investidores e
bancos na hora de analisar as estratégias das
empresas para a concessão de crédito, gerando
grandes oportunidades financeiras para os
empreendimentos rurais.

Na próxima aula, vamos conhecer um pouco mais sobre a conduta


empresarial e a transparência na gestão.

Continue firme e bons estudos!

Práticas ESG no meio rural | 192


Conduta empresarial
e transparência na
gestão

Aula 2

Nesta aula, serão apresentados argumentos sobre como a ética e a transparência


na gestão da Agenda ESG apoiam a conduta empresarial nos empreendimentos
rurais e, para tanto, é importante iniciar dizendo que a Agenda ESG foi estabeleci-
da considerando tendências de mercado originadas de projeções futuras, rela-
cionadas, principalmente, às questões ambientais e sociais.

A adoção da gestão ESG por grandes companhias e instituições financeiras


pressiona toda a cadeia de negócio, uma vez que elas se inter-relacionam com

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fornecedores e clientes, exigindo que toda a cadeia de valor esteja de acordo
com o atendimento a essas práticas, chegando assim à base da cadeia. É neste
momento que, quando falamos em ESG, não estamos nos referindo apenas a
grandes instituições. O ESG é aplicável e recomenda-se que ele seja incorporado
por propriedades rurais, independentes do seu porte. Obviamente que haverá
condutas diferentes recomendadas para os cada porte

Agir de maneira ética sempre foi fundamental nos negócios.


No entanto, com o olhar mais voltado para questões ESG
que o mundo moderno traz, a ética passou a ser requisito
fundamental nas relações comerciais.

De maneira resumida, a ética está ligada à forma como separamos as questões


do mundo entre certo e errado. Para os empreendimentos rurais, você pode
perceber a ética, inclusive, conectada com os demais pilares ESG (Social e
Ambiental). Agindo de forma ética e transparente é possível reportar as ações
de sua empresa rural, em alinhamento às práticas ESG e, assim, garantir a
sustentabilidade enquanto cadeia de valor.

Compliance e práticas anticorrupção


Compliance vem do termo em inglês que significa estar em conformidade e é
definido como um conjunto de procedimentos e regras que tem como objetivo
manter a empresa rural em linha com as normas vigentes, sejam elas legais ou in-
ternas (FIA, 2022). Um sistema de compliance ajuda a fomentar uma cultura ética
e uma conduta de respeito aos valores e à legislação (IBGC, 2017).

Práticas ESG no meio rural | 194


O conjunto de normas e leis aplicado aos empreendimentos rurais é robusto.
Descubra algumas dessas normas ou leis a seguir.

Lei Federal nº 9.605/1998

• Dispõe sobre crimes ambientais.

Lei Federal nº 12.651/2012

• Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa – Código Florestal.

Lei Federal nº 13.123/2015

• Institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais.

Lei Federal nº 9.279/1996

• Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, inclusive com


aspectos relacionados a patentes “verdes”.

Portaria nº 22.677, de 22 de outubro de 2020 do Minitério da Economia – NR-31

• Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no


ambiente de trabalho rural, de forma a tornar compatível o planejamento e
o desenvolvimento das atividades do setor com a prevenção de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho rural.

Os principais mercados, sejam eles internos ou externos, de produtos oriundos


da agropecuária brasileira cobram um adequado atendimento às legislações vi-
gentes, sobretudo aquelas inerentes às questões ambientais e trabalhistas.

Práticas ESG no meio rural | 195


Na Europa, em junho de 2023, foi
aprovada uma regulação que proíbe a
importação de produtos que tenham
origem em áreas de desmatamento.
A regulação estabelece novas regras
para a comercialização na União
Europeia e envolve os seguintes
produtos: óleo de palma, gado,
madeira, café, cacau, borracha e soja,
além de produtos derivados como
chocolate, móveis e papel impresso.

Fonte: Wenderson Araujo –


Sistema CNA/SENAR.

Pelo regulamento, os comerciantes terão de verificar se os itens foram produzidos


em solo que não sofreu desmatamento ou degradação florestal, e sob princípios da
proteção dos direitos humanos e dos povos indígenas. Por isso, fortalecer os laços
com esses compradores passa a criar boas práticas de compliance ambientais.

Quanto às práticas anticorrupção, é importante que os gestores de empreendimen-


tos rurais tenham o conhecimento no tema e o compromisso com a transparência.

Corrupção pode ser entendida como o ato de se beneficiar


ilegalmente mediante um abuso de autoridade, uma brecha
na legislação ou outro crime.

Práticas ESG no meio rural | 196


Para evitar e combater a corrupção, os empreendimentos rurais devem instituir
processos de contratação transparentes, evitando favoritismos e práticas de contra-
tação direta sem justificativa, e estabelecer mecanismos eficazes de fiscalização e
auditoria para acompanhar o uso dos recursos.

Práticas de combate à concorrência


desleal (antitruste)
Para se comprometer com o ESG, as empresas precisam avaliar a existência de
práticas que possam prejudicar o livre mercado em seu processo decisório e es-
tratégias de negócios. Isso inclui evitar padrões que possam manipular o poder
de mercado, como restrição de produção, aumento de preços, ajustes, acordos
ou benefícios.

É importante evitar quaisquer práticas que possam ir contra


a economia de livre mercado. Praticar uma concorrência
desleal ao mercado é uma alta infração econômica, sendo
considerado uma prática de governança ilegal.

Para exemplificar essa questão, confira o case a seguir.

Práticas ESG no meio rural | 197


Na prática
Uma agroindústria de certa região do país adquire
matéria prima de produtores rurais localizados
em seu raio de atuação. Para isso, paga um valor
único pelo produto adquirido, independente da
propriedade e da qualidade apresentada. Isso faz
com que os produtores, por muitas vezes, vendam
os produtos abaixo do custo de produção ou com
margens bastante baixas. Essa prática acaba por
inviabilizar novos investimentos e a manutenção da
atividade em certos casos.
Uma forma de mitigar esse problema é a
agroindústria promover o pagamento diferenciado
pelo produto, baseado em padrões de qualidade
distintos, ou até mesmo promover assistência
técnica aos produtores, buscando, assim, trabalhar a
redução do custo de produção e ganho em escala.

Engajamento das partes interessadas


Stakeholders ou partes interessadas são indivíduos, grupos e organizações que
podem afetar ou são afetados pelo desempenho corporativo e pelas tomadas de
decisão de uma organização. Como o ESG possui três grandes pilares, vários stake-
holders estão incorporados no dia a dia do empreendimento, como, por exemplo,
acionistas e investidores, colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros de negó-
cios, comunidades locais impactadas, ONGs, governo, dentre outros.

Práticas ESG no meio rural | 198


Envolver e engajar os stakeholders traz grandes oportunidades, principalmente
para a reputação e o fortalecimento da marca no mercado. Mas para isso, é ne-
cessária uma comunicação prática, responsiva e contínua, ajudando no processo
de tomada de decisão na estratégia do negócio.

Confira a seguir um case para que esse conceito fique bem claro.

Na prática
Um empreendimento rural está buscando fortalecer
seu engajamento com comunidades locais para
entender suas necessidades e os impactos que o
empreendimento pode estar causando à região.
Para tanto, o empreendimento pode realizar
consultas públicas, reuniões com a comunidade,
promover diálogos abertos e implementar canais
de comunicação diversos. Com esse envolvimento,
as informações coletadas ajudam na relação
entre empresa e comunidade, além de ajudar na
construção da estratégia ESG do empreendimento.

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Responsabilização (prestação de contas)
Responsabilização ou prestação de contas vem do termo accountability, bastante
conhecido e fundamental dentro da Agenda ESG como a proteção do consumidor
contra a má conduta burocrática.

A responsabilização possui três pilares fundamentais:


transparência, participação e prestação de contas, que
integram diretamente as dimensões da Agenda ESG por
meio da comunicação com stakeholders e com a obrigação de
relatar o desempenho dos indicadores ambientais, sociais e de
governança, e de ser responsabilizado por esse desempenho.

Como a responsabilização impacta diretamente um empreendimento rural?


Vamos entender com o case a seguir:

Na prática
Um empreendimento rural está construindo seu
programa de responsabilização para fornecer dados
dos seus indicadores de gestão sustentável da água,
pois seu principal cliente (uma grande indústria
de alimentos) está exigindo um relatório das suas
atividades que envolvem o consumo hídrico.
A empresa apresentou em seu relatório de
estratégia ESG três principais ações:

Práticas ESG no meio rural | 200


1. Metas claras relacionadas à gestão sustentável da água e que estão
alinhadas com os ODS da ONU.
2. Sistema de monitoramento e medição para o acompanhamento do
consumo de água em todas as suas fontes de captação, além da
verificação da qualidade da água.
3. Implementação de tecnologias mais modernas em seu sistema de
irrigação, para que a produção seja incrementada utilizando-se o mesmo
volume de água, ou seja, aumentar a produtividade sem aumentar o
consumo.

Uma quarta ação, que não é obrigatória, mas que poderia ser buscada, seria a
obtenção de certificações, como a Alliance for Water Stewardship (AWS) e o rótulo
de Sustentabilidade Hídrica, dando credibilidade por uma auditoria de terceira
parte.

Relatório ESG
Falamos bastante até aqui de comunicação e transparência nas dimensões ESG
com stakeholders.

Reflita
Mas por qual meio as empresas reportam suas práticas e
estratégias ESG?

Práticas ESG no meio rural | 201


Embora a publicação de relatórios não seja uma prática obrigatória, ela pode
ser uma ferramenta importante para a transparência, a prestação de contas e
a comunicação com as partes interessadas. Descubra os benefícios de publicar
relatórios a seguir.

Além de ser uma ferramenta de


apresentação das práticas e do
desempenho nas dimensões
ESG, o Relatório ESG fornece
uma visão holística e detalhada
das ações e iniciativas do
modelo de negócio.
A comunicação eficaz fica
intrinsecamente vinculada com
o ESG, isso porque possibilita
a demonstração das ações
institucionais com relação
à sustentabilidade e, como
resultado, pode agregar
valor aos produtos e serviços
ofertados.
Outro benefício que pode ser
acessado a partir da publicação
de relatórios de sustentabilidade
é o acesso a créditos
diferenciados, os chamados
greenium (do inglês green +
premium, ou prêmio verde).

Práticas ESG no meio rural | 202


Agregar valor: Envolve criar uma oferta que vá além das expectativas dos
clientes, proporcionando benefícios tangíveis e intangíveis que justifiquem
o preço e criem fidelidade à marca.

Uma iniciativa do governo auxilia empresas do agro a captarem recursos para


ações sustentáveis, inclusive com benefícios financeiros. O CRA verde é uma des-
sas formas e leva em consideração o quanto a empresa é transparente e capaz de
publicar informações de desempenho ao longo da sua relação com o banco.

Anote na Agenda
Vamos estudar mais sobre a construção e os tópicos principais do
Relatório ESG no Módulo 5.

Chegamos ao final desta aula. Confira, a seguir, a terceira aula do módulo!

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Práticas de
controle e
gestão
Aula 3

Nesta aula, vamos conhecer práticas de governança que ajudam no controle e na


gestão das ações ESG. Essas práticas colaboram para o asseguramento das in-
formações e dos dados dos indicadores ESG do empreendimento, ou seja, geram
confiabilidade e transparência às partes interessadas.

Nos próximos subtópicos, vamos falar sobre gestão de riscos, controles internos,
auditoria interna e externa, ambiente legal e regulatório, gestão da segurança da
informação e, por fim, privacidade de dados pessoais.

No contexto dos empreendimentos rurais, as práticas de


controle e gestão são fundamentais pela sua extensa cadeia
de valor de fornecedores. Essas práticas, bem aplicadas,
melhoram a eficiência do uso dos recursos naturais, a
qualidade dos produtos agrícolas por meio do monitoramento
e o bem-estar animal com o controle e a gestão.

Práticas ESG no meio rural | 204


Gestão de riscos do negócio
Como estudamos no Módulo 1, a Agenda ESG nasceu a partir da visão de mitigar os
riscos ambientais, sociais e de governança. Ter uma gestão efetiva dos riscos ESG do
negócio é fundamental para garantir práticas responsáveis e sustentáveis, como, por
exemplo, a redução dos impactos socioambientais e a adoção de boas práticas de
governança. Confira as etapas para a gestão de riscos no infográfico a seguir.

Identificação
de riscos ESG

Reporte Avaliação
(Relatórios) de riscos

Mitigação
Comunicação
de riscos

Monitoramento
e revisão

Práticas ESG no meio rural | 205


Na prática
Um empreendimento rural que busca gerenciar
o risco de degradação do solo e da perda de
biodiversidade na cultura do milho deve adotar os
seguintes passos:

1. Identificar o risco de as práticas atuais


causarem erosão do solo.
2. Avaliar a probabilidade e a intensidade
dos impactos no meio ambiente e na
sociedade.
3. Mitigar os riscos, com a adoção de práticas
agrícolas regenerativas do solo, como o
sistema plantio direto.
4. Monitorar a eficácia das práticas adotadas,
avaliando, por exemplo, o incremento de
matéria orgânica no solo.
5. Comunicar as práticas, por meio do
relatório ESG, de dias de campo, entre
outros.

Controles internos
As práticas de controles internos são processos, práticas e sistemas em uma em-
presa para assegurar que suas operações sejam realizadas com eficácia, eficiência
e atendendo às leis, regulamentos e normas.

Dentro da Agenda ESG, ter controles internos consolidados fortalece a promoção


da transparência, da responsabilidade e do compromisso com a sustentabili-
dade em todas as suas instâncias. Aplicar essas práticas requer o esforço de to-

Práticas ESG no meio rural | 206


dos os colaboradores da organização, pois elas precisam fazer parte do dia a dia
de todos os setores.

Reflita
Quais práticas podem estar relacionadas aos controles internos
na Agenda ESG para um empreendimento rural?

Na prática
Vamos considerar que um empreendimento
rural está implementando um sistema de
rastreabilidade dos produtos agrícolas. Adotar
controles internos para essa atividade ajuda a
acompanhar e registrar dados sobre a origem,
a produção, o transporte e o destino final dos
seus produtos, garantindo a conformidade e a
seguridade de normas e regulamentações.
Neste sentido, é importante que haja
comprometimento de todos os colaboradores
envolvidos, de modo a possibilitar a correta coleta
de dados e o entendimento de todos da sua
importância no processo.

Rastreabilidade: Acompanhamento de todo o processo de produção,


processamento e distribuição de um produto, desde o abastecimento das
matérias-primas para sua fabricação até a chegada ao consumidor final.

Práticas ESG no meio rural | 207


Auditorias interna e externa
Conforme a ABNT NBR 9001 (2008), auditoria é um processo sistemático, docu-
mentado e independente para obter evidências e avaliá-las objetivamente para
determinar a extensão na qual os critérios da auditoria são atendidos. A auditoria
é um processo não obrigatório e que pode ser realizado em empresas de diferen-
tes portes e setores.

A auditoria interna (ou auditoria de primeira parte) e a externa (ou de segun-


da ou terceira parte) são processos relevantes para assegurar a integridade e a
transparência das operações financeiras, contábeis, ambientais, sociais, geren-
ciais, dentre outras, para todo e qualquer empreendimento.

Reflita
Como funcionam esses procedimentos? Qual é a diferença
entre eles?

Auditoria interna Auditoria externa

Realizada pela equipe de colaboradores Auditores independentes


internos do empreendimento ou por uma contratados pela empresa.
empresa terceirizada especializada.

Avaliar e melhorar a efetividade dos Fornecer uma opinião


controles internos da empresa, podendo imparcial sobre as
incluir avaliação de controles, testes em informações gerais do
máquinas de produção agrícolas, empreendimento.
recomendações de melhorias de processo
de produção das colheitas, gestão de riscos
da perda de produção, dentre outros.

Práticas ESG no meio rural | 208


A seguir, destacamos algumas normas que colaboram para práticas ESG para em-
preendimentos rurais.

ABNT NBR ISO 14001 – Trata dos sistemas de gestão


ambiental.

ABNT NBR ISO 9001 – Trata da avaliação de bens.

ABNT NBR 14653 – Trata dos sistemas de gestão ambiental.

ABNT NBR 16280 – Trata de qualidade.

Vamos agora entender com um exemplo prático.

Na prática
Um empreendimento rural que produz café contrata
uma auditoria de terceira parte para verificar
normas e padrões de produção sustentável e
responsável. A auditoria realiza coleta de dados e
informações como: registros do empreendimento,
planos de manejo, controle de pragas, uso
de defensivos agrícolas, emissões de GEE e
gerenciamento de resíduos. Além disso, realiza
entrevistas com os colaboradores envolvidos na

Práticas ESG no meio rural | 209


produção e na gestão.
Depois da avaliação documental, ocorre uma
inspeção presencial na fazenda, em que são
avaliadas as práticas conforme as normas e os
padrões, como: preservação e conservação da
mata nativa, adoção de boas práticas de colheita
e uso eficiente da água e da energia. Por último, o
relatório final é emitido contendo as avaliações e as
sugestões de aprimoramento.
O empreendimento rural poderá elaborar um plano
de intervenção para solucionar ou melhorar as
inadequações.

Gestão da segurança da informação


Estamos em um momento em que a tecnologia predomina na forma de fazer a
economia, por isso cada vez mais empreendimentos buscam realizar uma transi-
ção tecnológica a fim de buscar mais oportunidades de mercado.

O Giro ESG deste módulo aborda justamente esse assunto. Confira a seguir! Caso
queira ouvir esse podcast na íntegra, não deixe de acessar o seu ambiente virtual
de aprendizagem (AVA).

Giro ESG

Atualmente, cada vez mais empreendimentos procuram realizar uma


transição tecnológica, buscando mais oportunidades de mercado.
Contudo, com essa nova transição, ameaças cibernéticas estão em

Práticas ESG no meio rural | 210


constante evolução, gerando riscos também às empresas.
Ter uma forte gestão de segurança da informação mitiga os riscos de
exposição de dados sensíveis e gera oportunidades, principalmente
para integrar os dados que ajudam na tomada de decisão diária.
Com a necessidade de ampliar os negócios no ambiente digital, os
empreendimentos rurais devem atentar-se às medidas de segurança e
proteção das informações com uso de dados pessoais.
Para um empreendimento rural que utiliza dados do uso e manejo
do solo, como colheitas, por exemplo, é possível utilizar a gestão da
segurança da informação para proteger dados sensíveis, como o uso
de defensivos agrícolas, o monitoramento hídrico e os dados integrados
dos impactos ambientais.
Alguns recursos tecnológicos podem ajudar o empreendimento, como:
sistemas de criptografias, controles de acessos e backup regular dos
dados.
Um empreendimento rural pode contratar empresas especializadas
para esses tipos de serviços.

Privacidade de dados pessoais


Outro aspecto relevante que também se aplica aos empreendimentos rurais, e
que precisa ser alvo de observação pelo pilar da Governança, é a privacidade e
proteção de dados pessoais, que está disposta em diversos diplomas legais, que
determinam as diretrizes de tratamento dos dados pessoais e, consequentemente,
concedem direitos aos titulares, obrigando as empresas a estabelecer padrões de
segurança razoáveis e adequados. Confira alguns desses diplomas legais.

Práticas ESG no meio rural | 211


• Constituição Federal.

• Código de Defesa do Consumidor.

• Código Civil.

• Lei Federal nº 12.965/2014 (“Marco Civil da


Internet”).

• Decreto nº 8.771/2016.

• Lei Federal nº 13.709/2018 (“LGPD”).

Atenção para a necessidade de atendimento das legislações


além da esfera federal, como as municipais e estaduais.

Como percebemos, existem várias leis e regulamentações para privacidade de


dados em geral, por isso, os riscos não somente de ataques cibernéticos, mas os
regulatórios também devem ser gerenciados e monitorados com diferentes prá-
ticas e controles de gestão, garantindo a conformidade das obrigações na LGPD,
implementando medidas de segurança e obtendo consentimento dos titulares
dos dados.

Concluímos a terceira aula deste módulo. Siga para o encerramento e não


esqueça de realizar a atividade de aprendizagem!

Práticas ESG no meio rural | 212


Encerramento
do módulo

Módulo 4

Neste módulo, exploramos três tópicos cruciais para implementação de uma


Agenda ESG sólida nos empreendimentos rurais: governança corporativa, condu-
ta empresarial e transparência na gestão, e práticas de controle e gestão.

Também observamos como esse pilar proporciona ações para os empreendimen-


tos rurais integrarem as outras ações dos pilares Ambiental e Social no processo
de tomada de decisão.

Uma governança corporativa sólida cria bases para


a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo dos
empreendimentos rurais, garantindo a criação de valor
econômico, social e ambiental.

Fica evidente que a governança é um pilar fundamental para a estruturação de


uma forte estratégia ESG, ajudando a gerir riscos e oportunidades para empreen-
dimentos rurais.

Práticas ESG no meio rural | 213


As empresas precisam reconhecer que a
governança corporativa garante a criação de valor
sustentável, a gestão responsável dos recursos
naturais, a promoção da equidade social e a
transparência na relação com os stakeholders.

Ao estabelecer uma sólida governança, os empreendimentos rurais estão capaci-


tados para enfrentar os desafios atuais e futuros.

Vamos agora seguir para o Módulo 5, no qual vamos conhecer as diretrizes para
implementação e comunicação das práticas ESG. Mas antes, responda às ativi-
dades de aprendizagem do Módulo 4 no seu ambiente virtual de aprendizagem
(AVA) e passe pela dimensão Garanta.

Siga em frente e boa sorte!

Práticas ESG no meio rural | 214


Atividade de
Aprendizagem

Módulo 4

Antes de partir para as atividades de aprendizagem, aproveite para rever os prin-


cipais assuntos abordados. Como sugerido, acesse o seu ambiente virtual de
aprendizagem (AVA) e aproveite para baixar o mapa mental deste módulo e o
tenha à mão quando for responder às questões.

O conteúdo do módulo 5 só será liberado após a


conclusão da atividade dentro do AVA.

As respostas devem ser enviadas obrigatoriamente por


lá. Dessa forma, você terá um feedback confirmando
se você respondeu corretamente ou se deverá tentar
novamente. Depois da segunda tentativa, a resposta
correta será apresentada.

Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para


a página do Portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado.

Práticas ESG no meio rural | 215


A seguir, trouxemos as perguntas da atividade de aprendizagem. Assim, antes de
respondê-las no AVA, você poderá voltar e estudar algum conteúdo novamente,
caso precise.

Como você deve se lembrar, a ética deve guiar os aspectos


1
de governança de toda e qualquer organização. No módulo,
foram apresentados alguns argumentos e ações práticas para
empreendimentos rurais garantirem transparência na gestão dos
temas ESG. Sobre ética e transparência é INCORRETO afirmar :

a. Compliance vem do termo em inglês que significa “estar em conformidade”, e é


definido como um conjunto de procedimentos e regras que tem como objetivo
manter a organização em linha com as normas vigentes, sejam elas legais ou
internas.

b. Um empreendimento rural pode praticar concorrência desleal, estabelecendo


preços predatórios, mas, em certas regiões, não afeta os pequenos
empreendimentos.

c. Envolver e engajar os stakeholders traz grandes oportunidades, principalmente


para a reputação e o fortalecimento da marca no mercado.

d. Embora a publicação de relatórios não seja uma prática obrigatória, ela pode
ser uma ferramenta importante para a transparência, a prestação de contas e
a comunicação com as partes interessadas.

Práticas ESG no meio rural | 216


Processos de auditoria são excelentes mecanismos para garantir
2
assertividade dos processos da empresa. Foi mencionado no módulo
que as normas ABNT são amplamente utilizadas por empreendimentos
rurais. Sobre elas, é correto afirmar que:

a. A ABNT NBR ISO 14001 trata dos sistemas de gestão ambiental.

b. A ABNT não se aplica em propriedades rurais.

c. A gestão ambiental não é praticada para fins produtivos.

d. Não é recomendada auditorias em propriedades rurais.

Avance para a dimensão Garanta deste módulo.

Práticas ESG no meio rural | 217


3° Dimensão

Garanta

Muito bem!

Agora que você chegou a esta dimensão do nosso curso, é a hora de garantir
seu conhecimento e iniciar a produção de um projeto. Reflita sobre o seu dia a
dia e pense:

Com relação aos critérios do pilar Governança, quais itens já


realizo em minha propriedade e quais ainda não realizo, mas
posso implementar?

A partir dessa questão, inicie uma proposta de projeto que conduzirá


a aplicação de uma Gestão ESG. Utilize este espaço para registrar
sua resposta. Caso algum dos critérios não se aplique à sua realidade,
discorra sobre como ele não se aplica. Não se esqueça de realizar essa
atividade, também, no ambiente virtual de aprendizagem (AVA).

Práticas ESG no meio rural | 218


Ações que já realizo em Ações que ainda não realizo,
Critério
minha atividade mas posso implementar

Estrutura e composição da
governança corporativa

Propósito e estratégia em
relação à sustentabilidade

Compliance, programa
de integridade e práticas
anticorrupção

Práticas de combate à
concorrência desleal

Engajamento das partes


interessadas

Gestão de riscos do negócio

Controles internos

Auditoria interna e externa

Ambiente legal e regulatório

Gestão da segurança da
informação

Privacidade de dados pessoais

Prestação de contas

Relatórios de sustentabilidade
e/ou divulgação por outras
fontes

Agora que demos mais um passo para a consolidação do conhecimento adquirido


ao longo do Módulo 4, vamos adiante.

Siga em frente!

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