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FACULDADES ALFA

FINANÇAS EMPRESARIAIS
PROF.º: FABIO COIMBRA

ALUNAS: ANA FLÁVIA M. DE OLIVEIRA


CAMILLA CRISTINA DE SOUZA
GLEUCIENE DE JESUS BATISTA

Questão 1: Na sua opinião, o conselho de administração exerceu suas atribuições


de forma satisfatória? Explique.

Não. O CA possuía um baixo nível de independência e ainda tinha uma mesma


pessoa com múltiplos papéis. Dos cinco conselheiros, três eram executivos. Dos
dois restantes, um atuava em múltiplos conselhos e era sócio de uma empresa de
consultoria contratada com remuneração dependente do resultado do IPO e o outro
não entendia nada de finanças e contabilidade.

Questão 2: A Agrenco não possuía comitê de auditoria nem conselho fiscal. Como o
comitê de auditoria, sendo um dos principais órgãos de Governança, poderia ter
uma contribuição positiva no sentido de proteção dos diversos stakeholders?

O comitê de auditoria é imprescindível no processo de supervisão dos relatórios


financeiros, assegurando a idoneidade da empresa no mercado. Esse comitê seria
responsável por supervisionar e avaliar os trabalhos de auditoria interna e externa,
realizar a manutenção de um adequado sistema de controles internos e emitir
relatórios sobre a qualidade dos DRE’s. Se a Agrenco tivesse formado o Comitê de
Auditoria, as fraudes poderiam ser detectadas.

Questão 3: Como foi visto, a auditoria interna não possui regulamentação fora do
setor financeiro. Admitindo que a Agrenco possuía auditoria interna, avalie o seu
desempenho.
A auditoria interna é incumbida de avaliar e analisar os procedimentos de uma
instituição, minimizando a possibilidade de fraudes ou erros. No caso da Agrenco,
possuindo auditoria interna, esta também apresentou falhas, uma vez que não
detectou as fraudes no momento em que cumpria sua função de rever os registros e
relatórios contábeis.

Questão 4: Os diversos escândalos corporativos, como por exemplo Worldcom,


Parmalat e Banco Santos, levantaram o debate sobre o papel das firmas de
auditoria. Comente a atuação da auditoria externa neste caso, considerando as
atribuições estabelecidas para os auditores independentes.

A empresa KPMG de auditoria externa, durante quatro anos conferiu o BP da


Agrenco e nunca publicou nenhuma ressalva ou alerta aos investidores, alegando
que seu trabalho era realizado por amostragem e que seu objetivo era somente de
adequar os relatórios às regras contábeis e não de encontrar fraudes. De acordo
com resoluções e instruções do Banco Central e da CVM, suas responsabilidades
se estendem a avaliar o cumprimento das normas estabelecidas em lei e gerar
relatórios evidenciando deficiências e irregularidades encontradas que poderiam
acarretar em fraude. Portanto, a auditoria externa não desempenhou seu papel,
omitindo informações.

Questão 5: Muitas críticas têm sido feitas às empresas que adotam a chamada
“Governança Corporativa por gabarito”, ao simplesmente realizarem um “check list”
de um conjunto de exigências. Seria possível que os executivos acusados fossem
responsáveis, sozinhos, pelas diversas fraudes e irregularidades encontradas?
Responda levando em conta aspectos da cultura organizacional, sem esquecer da
dimensão ética.

As empresas que utilizam a governança mantêm um controle de alto nível,


garantindo transparência nas informações, atendimento às leis, respeito aos
investidores e também maior atratividade no mercado de ações. Infelizmente a
Agrenco não praticava a Governança Corporativa, pois seu sistema de direção e
monitoramento era falho e, muitas vezes, inexistente. Suas funções eram
acumuladas em uma só pessoa. Ela também não obedecia aos princípios da
equidade, transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Não
era uma empresa ética. Sua maior preocupação era com ela mesma (interesse dos
diretores) e não dos stakeholders. Nas fraudes ocorridas, os funcionários juntamente
com os executivos, tinham participação, principalmente os funcionários que lidavam
diretamente com o processo operacional dos registros financeiros.

Questão 6: Cada vez mais os órgãos reguladores e os códigos de boas práticas,


como o do IBGC, destacam a necessidade de um adequado sistema de controles
internos para que uma empresa possua elevados padrões de Governança
Corporativa. Diante do conteúdo das reportagens, o que pode ser dito sobre o
sistema de controles internos da Agrenco?

O sistema de controles internos da Agrenco não funcionava, uma vez que ela não
possuía Comitê de Auditoria para supervisionar e avaliar seu trabalho, assegurando
a manutenção adequada ao sistema, podendo inclusive surgir apontamentos.
Portanto, o meio pelo qual o sistema atingia os objetivos da empresa acontecia por
fraudes. Sem o comitê, os controles internos não eram executados de maneira
correta e a Agrenco conseguia margens seguras para comportamentos duvidosos.

Questão 7: Aponte falhas verificadas no ambiente regulatório e potenciais formas de


tentar saná-las.

A empresa possui sede em outro país, e por isso seguia o regulamento deste,
impedindo a imposição de regulamentação brasileira. Se a empresa estivesse
sujeita à Lei Sarbones-Oxley, as fraudes poderiam ter sido evitadas através da
criação do comitê de auditoria, por exemplo.
A Agrenco também era uma empresa de ‘um homem só’. Ela necessitava de um
Presidente do CA que não fizesse parte da Diretoria executiva. No caso da referida
empresa, ele mesmo definia sua própria remuneração, tomava decisões e colocava
em prática.
Questão 8: Os quatro princípios de Governança Corporativa foram seguidos no
episódio? Justifique.

Os quatro princípios não foram seguidos pela Agrenco.


Transparência: a empresa não divulgava seu balanço há algum tempo;
Equidade: não houve tratamento de igualdade para com todos os sócios. Tudo
girava em torno de interesses pessoais dos administradores.
Prestação de contas: seus administradores eram omissos e não assumiram seus
atos.
Responsabilidade corporativa: seus administradores não zelavam pela longevidade
e liquidez da empresa, visando somente interesses pessoais.

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