Você está na página 1de 5

INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

Curso: Tronco Comun - 2° Ano - 2° Semestre - 04 de Novembro de 2019


Guião de correcção do 2º Teste da Disciplina de Introdução à Auditoria

Parte I. Escolha a alternativa correcta (2.0 Valores)

1. As afirmações que se seguem respeitam à questão da materialidade e apenas uma não se


afigura correcta. Identifique-a:
a) A materialidade é, fundamentalmente, uma questão de julgamento profissional.
b) A materialidade de execução ou desempenho é sempre menor que materialidade global.
c) Entre as bases de referência para aferir a materialidade está normalmente o resultado antes
de impostos.
d) O nível de materialidade definido na fase do planeamento não deve ser mais alterado a fim
de não alterar as conclusões do auditor.

2. O risco de os procedimentos de auditoria poderem conduzir à conclusão de que nenhum erro


materialmente relevante existe em certo saldo ou classe de transacções quando de facto existe é
designado por:
a) Risco de auditoria.
b) Risco de detecção.
c) Risco de controlo.
d) Risco inerente.

3. Das afirmações seguintes apenas uma se afigura verdadeira. Assinale-a:


a) Em auditoria, a materialidade é um conceito objectivo que dispensa qualquer tipo de
julgamento.
b) Numa empresa em que o sistema de controlo interno é considerado eficaz o auditor
suporta as suas conclusões, essencialmente, em procedimentos analíticos.
c) A prova de auditoria não se restringe aos registos contabilísticos da entidade.
d) O cepticismo não deve fazer parte da atitude comportamental do auditor face aos efeitos
negativos que daí podem advir, principalmente, ao nível do relacionamento com o cliente.

4. Ao serem realizados testes de detalhe sobre classes de transacções (procedimentos


substantivos) o auditor tem como principal objectivo

1
a) Cumprir com as normas internacionais de contabilidade e de relato financeiro;
b) Detectar distorções materiais ao nível de asserção;
c) Avaliar em que medida os controlos definidos pela gestão se mantêm operacionais;
d) Alcançar segurança sobre a fiabilidade dos sistemas de informação relevantes para o relato
financeiro.

Parte II. Questões de raciocínio


1. Em auditoria é frequente o uso das expressões que se seguem:

Relevância Fiabilidade Oportunidade Base de acréscimo Inspecção


Confirmação Mensuração Ocorrência Analise Comparabilidade
Prudência Indagação Observação Custo Histórico Custo Corrente
Valorização Existência Materialidade Compreensibilidade Plenitude
Equilíbrio entre Valor Apresentação e Continuidade das Substância sobre
benefício e Realizável Divulgação Operações a forma
custo

Faça o seu enquadramento nas seguintes categorias: (2.5 Valores)


i. Pressupostos subjacentes a preparação das demonstraçoes financeiras
Base de acréscimo; Continuidade das Operações
ii. Caraterísticas Qualitativas das Demonstraçoes financeiras
Compreensibilidade; Relevânia; Materialidade; Fiabilidade; Substância sobre a forma;
Prudência; Comparabilidade
iii. Mensuração dos elementos das demonstraçoes financeiras
Custo Histórico; Custo Corrente; Valor Realizável
iv. Constrangimentos à informação financeira fiável
Oportunidade; Equilibrio entre beneficio e custo
v. Asserções
Existência; Ocorrência; Plenitude; Valorização; Mensuração; Apresentação e
Divulgação
vi. Procedimentos de auditoria
Observação; Inspecção; Confirmação; Analise; Indagação

2. O Planeamento de auditoria consiste em desenvolver uma estratégia geral de abordagem


pormenorizada da natureza, oportunidade e extensão de uma auditoria eficiente e tempestiva.
O conhecimento do negócio, a compreensão do Controlo Interno e a definição do nível de
Materialidade são alguns aspectos importantes no Planeamento de uma auditoria.
Explique a importância do planeamento para qualquer trabalho de auditoria e de que forma se
relaciona, por um lado, com o conhecimento da entidade e do seu ambiente e, por outro, com
a adequada resposta aos riscos avaliados. (2.0 Valores)
Resposta: É importante o planeamento por permitir a identificação do objectivo da auditoria e a sua
adequação com as actividades da organização e os procedimentos que o auditoria deverá levar a cabo
2
avaliando o risco através do conhecimento da entidade e dos sistemas de controlo implementados por
forma a adequá-los para que as suas conclusões, sua opinião e o consequente relatório espelhem a
realidade.

3. Comente a seguinte afirmação: “O auditor externo não perderá tempo no estudo dos controlos
implementados pois, o seu objectivo não é emitir uma opinião sobre o controlo interno, mas sobre as
demonstrações financeiras”. (2.0 Valores).
Resposta: verdade que o auditor externo não emitirá opinião sobre o controlo interno, mas é indispensável
que o análise para adequar os seus procedimentos de auditoria.

4. Explique o triângulo da fraude dando exemplos concretos numa empresa. (3.0 Valores)
Resposta: o triângulo da fraude representa as condições indicativas de fraude e factores de risco
de fraude, que regra geral são três: incentivos/pressão, oportunidades e atitudes/racionalização.
Quanto maior forem os incentivos e as pressões maiores serão as possibilidades de racionalização
da fraude e ser aceite pelas pessoas.
Incentivos/Pressão, a gestão ou qualquer ouro empregado pode ter incentivo ou estar sobre
pressão de, o que origina motivação para que a possa ser cometida a fraude, exemplo existe
pressão excessiva sobre a gerência ou pessoal operacional para satisfazer metas financeiras
estabelecidas pelos encarregados de governação.
Oportunidade: as circunstâncias para que a fraude possa ser cometida existem. Exemplo na
empresa não existe controlos sobre os activos da empresa o que pode ocasionar apropriação
indevida de activos; ineficiência dos controlos implementados pela empresa.
E por fim a Racionalização que tem a ver com a capacidade de os envolvidos na fraude serem
capazes de racionalizar a sua acção como sendo consistente com o código de ética. Exemplo:
ignorar a necessidade de monitorizar ou reduzir os riscos relacionados com a apropriação
indevida de activos.

5. Objectivo do auditor na ISA 330 é obter prova de auditoria suficiente e apropriada respeitante
aos riscos avaliados de distorção material através da concepção e implementação de respostas
apropriadas a esses riscos. Para o efeito ele aplica os testes aos controlos e procedimentos
substantivos. Diferencie os procedimentos de auditoria acima sublinhados. (2.0 Valores).

Resposta: Testes aos controlos são procedimento de auditoria concebido para avaliar a eficácia
operacional dos controlos na prevenção, ou na detecção e correcção, de distorções materiais ao
nível de asserção enquanto que, Procedimentos substantivos são procedimentos de auditoria
concebidos para detectar distorções materiais ao nível de asserções. Os procedimentos
substantivos compreendem:
(a) Testes de detalhe (de classes de transacções, saldos de contas e divulgações); e
(b) Procedimentos analíticos substantivos.
Procedimentos analíticos – Apreciações da informação financeira através da análise de relações
plausíveis não só entre dados financeiros como também não‑financeiros. Os procedimentos
3
analíticos também abrangem a investigação que for necessária sobre flutuações ou relações
identificadas que sejam inconsistentes com outra informação relevante ou que difiram de valores
esperados numa quantia significativa.

6. Estabeleça a relação entre estes testes e o Risco de Auditoria. (2.5 Valores)


Resposta: O risco de auditoria sendo a possibilidade de o auditor emitir um parecer inapropriado sobre as
demonstrações financeiras, porque o sistema de controlo interno é eneficiente (risco inerente e de controlo)
ou porque os procedimentos do auditor (risco de detecção) não lhe permitem detectar as distorções. O
controlo interno é avaliado através dos testes de controlo enquanto os procedimentos do auditor, são os
testes substantivos. O auditor deverá avaliar o controlo interno para adequar os seus procedimentos de
auditor. A avaliação do controlo interno lhe permite determinar a natureza, extensão e profundidade
dos procedimetnos de auditoria por forma a minimizar o risco de auditoria.

Parte II. Estudo de caso (4.0 Valores)

Você é o gestor de auditoria da ISCAMADOS Sociedade de Auditores Certificados. Está a levar a


cabo o planeamento da auditoria da Automóveis SA, uma sociedade de revenda de viaturas que se
encontra cotada na BVM. Os apontamentos da tua reunião de planeamento com Dumissane, a
administradora Financeira, incluem o seguinte:
1. Uma das principais concorrentes da Automóveis SA entrou em falência durante o ano
devido ao aumento da pressão nas margens na indústria e competição de outros retalhistas.
Resposta: neste caso esta se perante um risco inerente relacionado ao negócio (risco de negócio).
Neste caso pode se dizer que o risco de negócio é elevado na medida em que há muita competição
no mercado e concorrentes estão a falir, o que pode levar a empresa também estar em eminência
de descontinuidade das operações, contudo o auditor deve ter atenção a este risco no momento do
planeamento da sua auditoria.

2. Uma nova estrutura de gestão foi implementada, com 10 novos gestores de divisão
nomeados durante o ano. As lojas foram divididas por estes gestores, sendo que 20
gestores de loja reportam para cada gestor de divisão. Foram colocadas metas desafiadoras
para cada gestor de divisão com oferta de bónus substancial como incentivo para
alcançarem as metas. O conselho de administração decidiu reduzir o valor que devia ser
pago aos trabalhadores das lojas como bónus de natal.
Resposta:
Colocadas metas desafiadoras para cada gestor de divisão com oferta de bónus substancial como
incentivo para alcançarem as metas: Aqui está-se patente o factor de risco inerente relativo a
distorção proveniente de relato financeiro fraudulento. Neste caso o auditor deve focar-se no risco
do órgão de gestão registar incorrectamente as transacções e acontecimentos no sentido de
distorcer as demonstrações financeiras para apresentarem resultados elevados ou alcance de metas
fictícias, como forma de garantir o bónus prometidos.

4
Reduzir o valor que devia ser pago aos trabalhadores das lojas como bónus de natal. Aqui está-se
patente o risco inerente relacionado a distorções provenientes de apropriação indevida de activos,
na medida em que os trabalhadores podem se apoderar indevidamente de activos da empresa
como forma de compensar o bónus de natal que foi reduzido.

3. Em resposta às reclamações dos auditores anteriores, um novo sistema de inventário foi


implementado. Houve problemas nos primeiros meses da operacionalização do sistema,
mas um relatório foi submetido ao conselho de administração por Semendane o Director
Financeiro, confirmando que todos os problemas foram sanados e que a informação
produzida pelo sistema será exacta. Dumissane comentou que o director financeiro teve
que trabalhar longas horas no sentido de resolver os problemas desse novo sistema, muitas
vezes aos finais de semana e até recusou sair de férias até que o sistema estivesse a
funcionar devidamente.
Resposta: neste caso está-se perante um risco inerente relacionado a distorção proveniente de
relato financeiro fraudulento devido á falhas do novo sistema de inventário implementado, pois
por mais que se tenha concertado se calhar não terá se concertado retrospectivamente as falhas
cometidas antes do concerto do sistema neste caso deficiências no registo do valor relativo à
inventários assim como das respectivas quantidades correctas, sua mensuração, sua integralidade.
O que fará com que as DFs podem não espelhar a realidade devido às falhas cometidas pelo
sistema. Para além disso por conta dos problemas da operacionalização do novo sistema de
inventário pode ter criado oportunidade para apropriação indevida de inventários. Logo o auditor
deve estar atento a estes factores de risco ao planificar a sua auditoria e também estar atento a
risco inerente relacionado com asserções e com a rubrica dos inventários.

4. A empresa está a planear um aumento de capital através da emissão das acções depois do
final do ano para financiar a expansão do negócio para outros países de Àfrica. Como
resultado a Dumissa solicitou que o relatório de auditoria fosse assinado até 15 de
Dezembro de 2018 (seis meses mais cedo do que o ano anterior).
Resposta: Aqui está-se patente o factor de risco inerente relativo a distorção proveniente de relato
financeiro fraudulento. Neste caso o auditor deve focar-se no risco do órgão de gestão derrogar o
sistema de controlo interno, alterando as demonstrações financeiras, sobreavaliando os resultados
como forma de se valorizar no mercado e elevar o preço das acções. Para além desta atitude que o
auditor deve tomar em consideração, a que considerar também o comportamento dominador da
gerência no tratamento como auditor, que envolve a tentativa de influenciar o âmbito do seu
trabalho definindo os prazos da assinatura do relatório do auditor, o que pode implicar a qualidade
do trabalho produzido.

Pretende-se:
Que explique os riscos de fraude que a equipe de auditoria deve considerar aquando do
planeamento da auditoria da Automóveis SA. fim
5

Você também pode gostar