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LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

ARSON DAVID FRANCISCO


CLEIDE PAULA MIGUEL MUGUIO
ERNÉLIO CHAVANGO
MÁRIO OLÍMPIO

ASSERÇÕES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Maputo
Novembro de 2022

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ARSON DAVID FRANCISCO
CLEIDE PAULA MIGUEL MUGUIO
ERNÉLIO CHAVANGO
MÁRIO OLÍMPIO

ASSERÇÕES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Projecto de pesquisa apresentado ao Instituto


Superior de Contabilidade e Auditoria de
Moçambique (ISCAM), em cumprimento dos
requisitos parciais da disciplina de Introdução
a Auditoria

Docente: Msc. Deolinda Sinate

Maputo
Novembro de 2022

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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 1
2. Formulação do problema .................................................................................................... 2
3. Objectivos ........................................................................................................................... 2
3.1 Objectivo geral ................................................................................................................. 2
3.2 Objectivos específicos ...................................................................................................... 2
4. Asserção das demonstrações financeiras ............................................................................ 3
4.1 Diferentes categorias de asserções das demonstrações financeiras ............................ 3
4.1.1 Asserções relacionadas com transações ............................................................... 4
4.1.2 Asserções relacionadas com os saldos de contas ................................................. 5
4.1.3 Asserções relacionadas com a apresentação e divulgação ................................... 5
4.2 Asserções, erros potenciais e procedimentos de auditoria .......................................... 6
5. Metodologia ........................................................................................................................ 7
6. Conclusão ........................................................................................................................... 8
7. Referências bibliográficas ...................................................................................................... 9

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1. Introdução
Demonstrações financeiras são representações estruturadas da posição financeira e do
desempenho financeiro de uma determinada entidade. A informação contida nas
demonstrações financeiras é de extrema importância, pois para além de ser um isnstrumento
para a tomada de decisão na gestão das empresas, ela também é bastante útil paras os
utilizadores externos como os investidores, clientes, entre outros pois é com base nas
demonstrações financeiras que estes tomam decisões referentes as empresas.
É de suma importância que a informação contabilística contidas nas demonstrações
financeiras seja fiável aos seus utilizadores. Para isso, o órgão de gestão responsável pela
preparação das demonstrações financeiras, deve elaborá-las de modo que as mesmas
apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira, o resultado das
operações e os fluxos de caixa, de acordo com uma estrutura conceptual aplicável de relato
financeiro. Esta responsabilidade leva a que esteja numa posição de controlar muita da
prova que corrobora as suas asserções.
Asserções das demonstrações financeiras podem ser definidas como sendo as afirmações
feitas pela gestão da empresa, de forma explícita ou implícita, que estão incorporadas nas
demonstrações financeiras, estas podem ser classificadas de acordo com a existência,
direitos e obrigações, ocorrência, valorização e plenitude.
Desta forma, o presente trabalho tem como objectivo abordar sobre as afirmações das
demonstrações, no que concerne as suas categorias nomeadamente as classes de transações,
os saldos de contas e a apresentação e divulgação.

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2. Formulação do problema
Segundo Gil (1999, p.49) “problema na acepção científica é qualquer questão não solvida
e que é objecto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento”, ou seja, é algo que
pode ser testado cientificamente, encolvendo variáveis que podem ser manipuladas ou
observadas.
Ao abrodar sobre as asserções das demonstrações é importante referir que nem todas as
asserções se aplicam a todos os itens ou categorias das demonstrações financeiras. O
auditor deve ter em atenção as asserções relevantes, ou seja, aquelas que podem ter uma
influência significativa ou na classe das transações, ou nos saldos finais ou na apresentação
e divulgação. Assim, a problemática deste trabalho é levantada por meio da seguinte
questão: Quais as asserções que o auditor deve ter em conta ao analisar cada categoria
ou item das demonstrações financeiras?

3. Objectivos
3.1 Objectivo geral
Abordar acerca das asserções das demonstrações financeiras.

3.2 Objectivos específicos


- caracterizar as asserções subjacentes às demonstrações financeiras;
- ressaltar os aspectos que afectam o julgamento do auditor em relação à natureza e
extensão das asserções.

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REVISÃO DA LITERATURA
4. Asserção das demonstrações financeiras
Os auditores não são responsáveis pela elaboração das demonstrações financeiras de uma
entidade. Esta é a responsabilidade da gerência da entidade. As demonstrações financeiras
preparadas pela gestão para os auditores são uma colecção de asserções (afirmações) assim
como dos relatóros sobre o estado das contas da entidade até a data no balanço e a data de fim
das operações.
Em termos gerais, a gestão está a garantir ao auditor que, por implicação, as demonstrações
financeiras subjacentes, e saldos das contas e classes de transação, são livres de inexatidão
material. Isto é, que as demonstrações financeiras, e subjacentes, saldos das contas e classes de
transações são, em todos os aspectos materiais, completos, válidos e precisos. Um dos
principais objectivos do auditor é o de aumentar a credibilidade dessas afirmações, tendo em
conta a integridade, existência, precisão, valorização da propriedade e apresentação.

De acordo com a ISA 315, as asserções são declarações prestadas da gerência, de forma
explícita ou outra, que são incorporadas nas demonstrações financeiras e usadas pelo auditor
para considerar os diferentes tipos de distorções materiais que podem ocorrer.

Assim, pode-se dizer que asserções ou afirmações em auditoria são as reivindicações inerentes
feitas pela administração da empresa no que diz respeito ao reconhecimento e apresentação dos
diferentes elementos das demonstrações financeiras da empresa que são usados para a auditoria
dessas demonstrações financeiras (Know-Base.net, 2021).
Elas envolvem procedimentos geralmente usados pelos auditores para testar as diretrizes,
políticas, controles internos e processos de relatórios financeiros de uma empresa. Essas
afirmações são representações e reivindicações explícitas ou implícitas feitas pela
administração de uma empresa durante a preparação das demosntrações financeiras de sua
empresa.

4.1 Diferentes categorias de asserções das demonstrações financeiras


As asserções em auditoria podem ser amplamente listadas em três categorias gerais que estão
listadas abaixo:
1. Saldos de conta: essas afirmações geralmente pertencem às contas do balanço do
período, como activos, passivos e saldos patrimoniais.

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2. Classes de transações: contas de demonstração de resultados geralmente usam essas
afirmações.
3. Apresentação e Divulgação: essas afirmações tratam da apresentação e divulgação de
diferentes contas nas demonstrações financeiras.

4.1.1 Asserções relacionadas com transações


 Ocorrência: refere-se ao facto de todas as transações registadas nas demonstrações
financeiras terem ocorrido e estarem relacionadas a entidade declarada. Por exemplo, o
órgão de gestão afirma que todas as vendas contabilizadas no exercício são transações
válidas. Assim esta asserção é relevante às vendas, pois o órgão de gestão pode ter
interesse em contabilizar vendas fictícias;
 Plenitude: diz respeito ao facto de todas as transações que deveriam ser reconhecidas
terem sido registadas nas demonstrações financeiras de forma completa e abrangente.
Por exemplo, se um cliente não contabiliza uma venda, esta conta estará subvalidada.
De referir que a preocupação do auditor em relação a esta asserção é oposta à
preocupação do auditor com a asserção da ocorrência; enquanto a plenitude se traduz
numa subvalorização das vendas, a ocorrência, uma venda que o órgão de gestão diz
que ocorreu quando de facto não ocorreu, traduz-se numa sobrevalorização das vendas;
 Rigor: todos os valores e outros dados relativos a transações e acontecimentos foram
contabilizados adequadamente e os seus valores acumulados estão correctos, ou seja,
adequadamente contabilizados de acordo com os princípios contabilísticos. Por
exemplo, o normativo contabilístico diz que os activos fixos tangíveis devem ser
contabilizados pelo seu custo de aquisição, acrescido de todos ps gastos suportados para
entrarem em funcionamento, se tal acontecer confirma-se a asserção do rigor; se uma
venda está contabilizada sem o respectivo desconto, pode confirmar a asserção da
ocorrência, mas não se confirma a asserção do rigor.
 Corte: o corte é uma afirmação que atesta que as transações e acontecimentos foram
contabilizados no exercício correcto. Os procedimentos do auditor devem assegurar que
as transações ocorridas antes e após o final do exercício foram contabilizadas no
respectivo período contabilístico. Por exemplo, ao efectuar o teste de corte às vendas à
data de 31 de Dezembro de 2013, o auditor pode examinar uma amostra de guias de
remessa e de facturas emitidas antes do final do ano e após o início do ano seguinte,
para assim verrificar se as vendas foram registadas no período correcto. O objectivo é

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validar que todas as vendas que ocorreram em N foram contabilizadas em N e não em
N+1. Assim, o auditor examina as guias de remessas para se assegurar que as vendas
de N+1 não foram contabilizadas em N e que as vendas de N não foram contabilizadas
em N+1. (Almeida, 2017)

4.1.2 Asserções relacionadas com os saldos de contas


 Esxistência: esta asserção está relacionada com os saldos finais dos activos, passivos e
capital próprio, ou seja, se estes realmente existem à data do balanço. Por exemplo, o
saldo do inventário significa que o órgão de gestão afirma que ele existe e que está
disponível para venda;
 Direitos e Obrigações: as afirmações relacionadas com os direitos e obrigações
referem-se ao facto da entidade ter direitos sobre os activos e os seus passivos
representarem obrigações. Por exemplo, o órgão de gestão atesta que tem direitos sobre
o inventário evidenciado à data do balanço, da mesma forma, os montantes
evidenciados em financiamentos obtidos – locações, representam obrigações da
entidade e ao mesmo tempo direitos sobre essas locações;
 Plenitude: está relacionada com o facto de todos os activos, passivos e capital próprio,
que deveriam ter sido incluídos nas demonstrações financeiras à data encerramento
terem sido de facto incluídos.
 Valorização e imputação: a asserção valorização e imputação está relacionada com o
facto dos activos, passivos e capital próprio estarem contabilizados pelo valor correcto,
bem como quaisquer gastos ou rendimentos. Por exemplo, os inventários devem ser
contabilizados pelo menor dos seguintes valores, ou custo de aquisição ou valor
realizável líquido, de igual forma o órgão de gestão afirma que os activos fixos tangíveis
são depreciados tendo em atenção o seu uso.

4.1.3 Asserções relacionadas com a apresentação e divulgação


 Ocorrência, direitos e obrigações: estas asserções relacionam-se com o facto de
acontecimentos, transações e outros assuntos estarem correctamente divulgados e
relacionados com a entidade. Por exemplo, se o órgão de gestão apresenta os contractos
de leasing celebrados como passivo na rubrica financiamentos obtidos e se as difusões

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inerentes estão adequadamente divulgadas no anexo, está a afirmar que a transação
ocorreu, que tem uma obrigação perante o credor e um direito sobre o bem adquirido.
 Plenitude: ao teste esta asserção o auditor averigua se todas as divulgações que
deveriam ser efectuadas nas demonstrações financeiras foram efectivamente
divulgadas. Assim o órgão de gestão afirma que todas as divulgações materialmente
relevantes forma divulgadas no anexo.
 Classificação e compreensibilidade: as afirmações classificação e compreensibilidade
estão relacionadas com o facto de a informação financeira ser adequadamente
apresentada e descrita, e se as divulgações são expressas com clareza. Por exemplo, o
órgão de gestão afirma que a dívida de curto prazo vencerá no prazo máximo de um
ano.

4.2 Asserções, erros potenciais e procedimentos de auditoria


Asserções do órgão de gestão
relativamente à conta de Erro Potencial Procedimentos de auditoria
clientes
Exisência Cliente fictício Circularização de clientes
Direitos e obrigações Créditos transmitidos a Inquirir o órgão de gestão
sociedade de factoring sobre os créditos
transmitidos a sociedades de
factoring
Plenitude Dívidas de cleintes não Cruzar as facturas emitidas
cantabilizadas com os registos
contabilísticos
Ocorrência Vendas não efectuadas Cruzar os registos
contabilísticos com as
facturas que lhes sirvam de
suporte
Valorização e imputação Imparidades não Efectuar testes de imparidade
contabilizadas

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5. Metodologia
Para a realização do presente trabalho foi utilizado o método de pesquisa descritiva e
bibliográfica, pois ela permite o registo, análise e interpretação de características de um dado
fenómeno ou tema sem a interferência dos pesquisadores, as partir de técnicas padronizadas de
colecta e análise de informações. Ao buscar informações sobre as asserções das demonstrações
financeiras em determinadas bibliografias, monografias, artigos e documentos e regista-las
após uma análise e interpretação, mostra a não interferência dos autores deste trabalho no
feómeno.
Este método é justificado por Triviños (1987) ao afirmar que “pesquisa descritiva exige do
investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Este tipo de estudo
pretende descrever os factos e fenómenos de determinada realialidade”. Por outro lado,
Fonseca (2002, p. 32) afirma que “ a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de
referências técnicas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros,
artigos científicos, páginas de websites, entre outros.”

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6. Conclusão
Ao longo do trabalho pode-se perceber que o entendimento das asserções das demonstrações
financeiras é muito importante do ponto de vista do investidor porque quase todas as métricas
financeiras usadas para avaliar as ações de uma empresa são verificadas por meio dessas
asserções. As afirmações das demonstrações financeiras visam verificar os números
financeiros apurados com base nos dados das demonstrações financeiras da empresa. Se, no
caso, os números forem imprecisos, isso resultaria em uma deturpação das métricas financeiras.
Durante o processo de auditoria das demonstrações financeiras de uma empresa, o objectivo
principal de um auditor é verificar e confirmar a fiabilidade dos factos e números reconhecidos
nas demonstrações financeiras e, é por meios dos testes à estas asserções que o auditor encontra
as provas de que precisa para validar as demonstrações finamceiras apresentadas pelo gestor
da empresa auditada.

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7. Referências bibliográficas
- ISA 315. Identificar e avaliar os riscosde distorção material através do conhecimento da
entidade e do seu ambiente.

- Almeida, B. J. (2017). Manual de Auditoria Financeira - Uma análise integrada baseada no


risco. Lisboa: ESCOLAR EDITORA.

- Know-Base.net. (2021). Asserções de Auditoria. Retrieved from https://pt.know-


base.net/7577402-audit-assertions

- Ordem Dos Revisores Oficiais De Contas. (2015). Manual das Normas Internacionais de
Controlo de Qualidade, Auditoria, Revisão, Outros Trabalhos de Garantia de
Fiabilidade e Serviços Relacionados.

-Scribd. (n.d.). Conceitos de Auditoria. Retrieved from Scribd:


https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.scribd.com/d
oc/8698159/Conceitos-de-Auditoria

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