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ÍNDICE

Introdução------------------------------------------------------------------2

ASSERÇÕES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS------4


TIPOS DE PROVAS------------------------------------------------------5
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA-------------------------------9
Conclusão------------------------------------------------------------------12
Bibliografia----------------------------------------------------------------13

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INTRODUÇÃO

Constitui prova em auditoria toda documentação recolhida pelo auditor que serve de
suporte à formulação de uma opinião sobre as demonstrações financeiras.

A prova de auditoria é regida pela Norma Internacional de Auditoria (ISA) 500.

Esta Norma Internacional de Auditoria explica o que constitui prova de auditoria


numa auditoria de demonstrações financeiras e aborda a responsabilidade do auditor
no sentido de conceber e executar procedimentos de auditoria para obter prova de
auditoria suficiente e apropriada que o habilite a extrair conclusões razoáveis sobre as
quais baseia a sua opinião.

Esta ISA é aplicável a toda a prova de auditoria obtida no decurso de uma auditoria.
Outras ISA tratam de aspectos específicos da auditoria (por exemplo, a ISA 3151), da
prova de auditoria a obter em relação a um tópico em particular (por exemplo, a ISA
5702), de procedimentos específicos para obter prova de
auditoria (por exemplo, a ISA 5203), e da avaliação sobre se foi obtida prova de
auditoria suficiente e apropriada (ISA 2004e ISA 3305).

Esta ISA é aplicável a auditorias de demonstrações financeiras de períodos com início


em ou após 15 de Dezembro de 2009.

O objectivo do auditor é conceber e executar procedimentos de auditoria de tal forma


que possa obter prova de auditoria suficiente e apropriada para o habilitar a extrair
conclusões razoáveis sobre as quais baseia a sua opinião.

Os procedimentos em provas de auditoria constituem todos os passos a dar pelo


auditor para obter as devidas provas de forma mais eficaz. Esses procedimentos para
obter prova podem incluir, além da indagação, a inspecção, a observação, a
confirmação, o recálculo, a reexecução e procedimentos analíticos, muitas vezes
nalguma combinação.

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Grande parte do trabalho do auditor, consiste na recolha e avaliação de provas
que atestem as asserções do órgão de gestão.

A necessidade de recolha de prova está relacionada com a diminuição do risco de


auditoria, ou seja, o risco do auditor expressar uma opinião inadequada sobre as
demonstrações financeiras.

O auditor deve obter prova suficiente para manter o quantidade apropriada que
lhe permita avaliar se as demonstrações financeiras apresentam, ou não, uma
imagem verdadeira e apropriada da empresa.

Estas provas são obtidas através do conhecimento do negócio, da empresa e da sua


envolvente, da realização de procedimentos analíticos, da realização de testes aos
controlos e da realização de testes substantivos – às transações e dos saldos.

Assim, a quantidade de prova necessária é afectada pelo risco de distorções (quanto


maior é o
risco, maior é a necessidade de prova) e pela qualidade da mesma (prova de menos
qualidade, requer mais quantidade).

O auditor deve obter prova suficiente para manter o risco de auditoria num nível
baixo, pelo que quando o risco de auditoria aumenta, o auditor aumenta a extensão de
prova, ou seja, recolhe mais prova, para assim reduzir esse risco.

No entanto, para evitar a recolha de uma elevada quantidade de prova, o auditor,


sempre que possível, opta pela realização de procedimentos de auditoria mais
eficazes. Por exemplo, o auditor pode recorrer à prova gerada externamente em
detrimento da prova gerada internamente, ou a prova pode ser recolhida realizando
mais procedimentos perto ou depois do fim do exercício, em detrimento de
procedimentos ao longo do ano.

Órgão de gestão é responsável pela preparação das demonstrações financeiras. Estas


devem apresentar de forma verdadeira e apropriada a posição financeira, o resultado
das operações e os fluxos de caixa, de acordo com uma estrutura conceptual aplicável
de relato financeiro, ou seja, este é responsável pelas demonstrações financeiras
apresentarem saldos correctos, evidenciarem todas as transações efectuadas e estarem
apresentadas de uma forma adequada.

Esta responsabilidade leva a que esteja numa posição de controlar muita da prova que
corrobara as suas asserções. Assim, o auditor deve reforçar o seu ceticismo
profissional, isto é, encontrar um equilíbrio entre a desconfiança e a absoluta
confiança no órgão de gestão e para isso, deve sustentar a sua opinião em prova
suficiente e apropriada.

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Ao realizar o seu trabalho, deve estar em alerta para qualquer circunstâncias que
possam aumentar o seu ceticismo, como é o caso de indícios de fraude, situações que
resultarem num aumento do risco inerente (como é o caso da empresa ter intenções de
ser admitida a cotação da bolsa), prova de auditoria contradiga outra prova de
auditoria obtida, circunstancias que sugiram a necessidade de procedimentos de
auditoria adicionais e informação que ponha em causa a fiabilidade de documentos.

ASSERÇÕES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


Por cada um dos principais componentes das demonstrações financeiras: classe das
transações, saldos e apresentação e divulgação – o órgão de gestão é visto como
lestando, implicitamente ou explicitamente, fazendo afirmações relacionadas com a
propriedade, com a valorização, com o reconhecimento, com a apresentação e
divulgação, etc. que se tomam por verdadeiras.

As asserções subjacentes às demonstrações financeiras de acordo com a ISA 315, são


as seguintes:

I- Relativas a classes de
transações

1. Ocorrências – as transações e acontecimentos que se encontram registados


ocorreram e estão relacionados com a entidade.

2. Plenitude – todas as operações e acontecimentos estão registados.

3. Rigor – valores e outros dados relacionados com transações e acontecimentos


foram
4. apropriadamente registados.

5. Corte – transações e acontecimentos foram registados no período


contabilístico a que dizem respeito.

6. Classificação –transações e acontecimentos foram registados nas contas


apropriadas

II- Relativas à apresentação e divulgação

1. Ocorrência – os acontecimentos e as transações divulgadas ocorreram.

2. Direitos e obrigações – os enventos divulgados estão relacionados com a


entidade.

3. Plenitude – todas as divulgações que deveriam ter sido divulgadas foram de


facto divulgadas.

4. Rigor e valorização – a informação está adequadamente divulgada e pelas


quantias apropriadas.

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5. Classificação e compreensibilidade – a informação financeira foi apresentada
e relatada de forma apropriada, e as divulgações no anexo encontram-se
descritas com clareza.

III- Relativas aos saldos finais

Existências - activos, passivos e interesses no capital próprio existem.

Direitos e obrigações – a entidade possui ou controla os direitos sobre os activos, e os


passivos representam obrigações da entidade.

Plenitude – todos os activos, passivos e interesses no capital próprio foram registados.

Valorização e imputação –activos, passivos e interesses no capital próprio estão


registados nas demonstrações financeiras pela quantia apropriada. Os rendimentos e
os gastos foram corretamente imputados.

Nem todas as asserções se aplicam a todos os itens das demonstrações financeiras. O


auditor deve ter em atenção as asserções relevantes, ou seja aquelas que podem ter
uma influência significativa ou na classe de transações ou seja nos saldos finais ou na
apresentação e divulgação.

O objectivo da recolha de prova é o de testar as asserções acima descrita de modo a


validá-las. Por exemplo, o inventário a 31 de Dezembro, é o culminar de uma série de
transações que ocorreram durante o ano, reflectindo as suas várias componentes
(matérias-primas, matérias-subsidiarias, mercadorias), bem como a sua respectiva
valorização (custo de aquisição ou valor realizável líquido, dos dois ou mais baixo).

Assim, existe o risco das quantidades que suportam o inventário não estarem correctas
–asserções existência – bem como o risco deste não estar correctamente valorizado –
asserção valorização.

TIPOS DE PROVAS

Os auditores recolhem prova através de vários procedimentos de modo a reduzirem o


risco de auditoria a um patamar aceitável.

Os tipos de prova mais relevantes são os seguintes:

Sistema de informação contabilística: o sistema de informação contabilística consiste


nos métodos utilizados pela empresa para registar, processar, sintetizar e relatar as
transações por si efectuadas, bem como para manter um controlo sobre activos,
passivos e sobre o capital próprio. Uma vez que as demonstrações financeiras são
preparadas tendo por base os registos contabilísticos, ao auditor é requerido que, nos
seus papéis de trabalho, evidencie se os valores constantes nas demonstrações
financeiras coincidem ou não com os valores evidenciados no balancete
Documental: a prova documental é constituída por uma variedade de documentos que
servem de suporte aos registos contabilísticos efectuados pela empresa, incluindo:
facturas, contratos, extractos bancários, requisições, actas de reuniões dos órgãos

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sociais, etc. A credibilidade da prova depende de onde esta é gerada, se dentro da
empresa (ex. Facturas de vendas) ou fora da empresa (ex. facturas de compras).

Os documentos gerados externamente são considerados mais fiáveis uma vez


que têm origem de terceiros independentes. Dentro dos documentos gerados
externamente devemos efectuar a seguinte divisão em matéria de fiabilidade:

Documentos gerados externamente e enviados directamente para os auditores (ex.


pedidos de confirmação aos bancos) e documentos gerados externamente mas
mantidos nas instalações da empresa (ex. facturas de fornecedores, extractos
bancários, notas de encomenda de clientes, contractos).

Grande parte dos documentos gerados externamente são mantidos na empresa,


portanto o auditor, ao decidir qual o grau de confiança que deve depositar nessa prova
tem que ter em atenção a susceptibilidade do documento poder ser adulterado,
induzindo-o em erro.

Dada a possibilidade dos funcionários da empresa criarem documentos internos


para suportarem transações fictícias, a relevância destes documentos sai reforçada
quando existe evidências de terem sido confirmados por terceiros (ex.um guia de
remessa produzida pela empresa e assinada pelo cliente, atesta que a mercadoria foi
rececionada e fornece uma forte prova de que a mercadoria foi entregue).

Confirmação externas (circularização): confirmação externas é o processo de


obter e avaliar prova de auditoria por meio de uma comunicação escrita, recebida
directamente de um terceiro, em resposta a um pedido de informação acerca de um
dado item que afecta as asserções das demonstrações financeiras, incluindo as
constantes nas respectivas divulgações.

A tabela seguinte mostra os itens das demonstrações financeiras que são alvo
de confirmações:

Confirmação de terceiros
Itens Instuições financeiras e BNA
Meios líquidos financeiros Clientes e outros devedores
Terceiros que têm à sua guarda as
Contas a receber; mercadorias;
Inventários em poder de terceiros; Fornecedores e outros credores
Contas a pagar; Locadoras
Locações Advogados
Processos movidos contra a empresa
(provisões).

Como vimos na tabela acima, os pedidos de confirmação são utilizados para testar os
saldos de uma variedade de rubricas. No entanto, as confirmações não constituem
prova para todas as asserções, regra geral são mais eficientes na obtenção de prova

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para testara asserção da existência, não sendo tao eficientes para testar as asserções de
plenitude e da valorização.

Por exemplo: a resposta a um pedido de confirmação de saldos de clientes fornece


prova em relação à existência dessa divida, mas não prova que se deveria ter registado
uma perda por imparidade.

Os pedidos de confirmação devem ser enviados pelo auditor e as respostas devem-lhe


ser directamente remetidas, evitando que sejam intercetadas e adulteradas pela
empresa.

Exemplo: Durante a realização de uma auditoria à empresa Ruby Mining, Lda,


o auditor circularizou Standard Bank, pedindo para este confirmar um saldo de 3,2
mil milhões de kwanzas. A empresa intercetou o pedido de confirmação e respondeu
pelo banco confirmando a existência desse saldo, quando ele não existia.

A circularização dos advogados tem como objectivo informar o auditor sobre os


processos que a empresa tem pendentes em tribunal, por exemplo: saber quais os
créditos reclamados judicialmente sobre os seus clientes e quais são os processos
movidos por terceiros (empregados, clientes, fornecedores, etc,.) contra a empresa.

Para esta informação o auditor solicita ao seu cliente que o seu advogado lhe remeta
directamente quaisquer informações sobre processos judiciais, descrevendo-os e
indicando qual a provável resolução do mesmo.

O auditor pode não ser perito na realização de tarefas técnicas, que consistam na
valorização de inventários, activos fixos e tangíveis, propriedades de investimento ou
activos não correntes detidos para venda; nesse caso, a prova de auditoria em relação
a esta matéria é mais credível se for obtida junto de um terceiro especialista na
matéria.

I. Inspecção Física: esta prova é obtida através da inspeção física dos activos,
sendo a melhor prova para confirmar a existência de inventários, edifícios, terrenos,
equipamentos de transporte, equipamento básico, caixa, etc.

No entanto, a inspeção física não é prova para testar todas as asserções. Por exemplo,
quando o auditor assiste à contagem de inventário está a reunir prova sobre a asserção
da existência, mas este procedimento não é relevante para testar por si só, a asserção
da valorização; no entanto observando o seu estado de conservação, os seus desafios e
a sua obsolescência, o auditor pode julgar se o mesmo deve ou não ser o profissional
mais adequado para determinar as condições de um determinado activo, podendo,
como já referimos, socorrer-se da ajuda de um técnico ou perito.

A inspeção física também não fornece prova sobre a asserção do direito/propriedade;


com efeito, a empresa pode possuir uma frota automóvel que tenha sido "adquirida"
em regime de locação operacional.

II. Observações: através de observações o auditor analisa as actividades da


empresa. Representa uma combinação de questionários, inspeção física e observações,
com vista a testar os controlos implementados pela empresa, com este procedimento o

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auditor acompanha uma transação desde que o seu inicio até que esteja refletida as
demonstrações financeiras, verificando se um determinado controlo está ou não a ser
efectuado pela a empresa, observando os empregados que são responsáveis por
efectuar esse controlo.

Por exemplo: verificar se as normas da empresa referentes à contagem de


inventários são cumpridas pelos funcionários que efectuam essas contagens.

No entanto, este procedimento sofre uma limitação – não é um processo discreto.


Quando os funcionários sabem que estão a ser observados alteram o seu
comportamento, para além de que observar a realização dos procedimentos num
determinado dia não constitui prova de como esses procedimentos foram realizados
nos outros dias. Por último, a prova obtida através da observação apenas nos permite
testar a asserção da existência.

III. Oral: durante o trabalho de uma auditoria, são muitas vezes colocadas
questões a funcionários, a responsáveis departamentais e ao órgão de gestão. Apesar
de ser uma prova mais persuasiva do que conclusiva, tem vantagem de direcionar o
auditor para outras formas de obtenção de provas, corrobarar provas anteriormente
obtidas e orientar o auditor para questões que possam ter impacto nas demonstrações
financeiras.

Quando a prova oral assume um papel-chave na decisão do auditor, ele deve ser
documentada nos seus papeis de trabalho, indicando a fonte, a natureza e a data em
que foi obtida. Quando obtida pelo órgão de gestão essa prova deve ser reafirmada
por escrito na declaração do órgão de gestão.

IV. Aritimética: consiste na confirmação da exatidão aritimética dos cálculos


efectuados pela empresa. De uma forma simplista tomemos como exemplo as
depreciações contabilizadas pela empresa: o auditor vai testar se a taxa de depreciação
aplicada pela empresa é consistente como o período de vida útil definido, se aplicando
a taxa ao valor depreciável, a depreciação do exercício está de acordo com
adepreciação calculada pela empresa e se depreciações acumuladas calculadas pela
empresa estão de acordo com a depreciações por si calculados. O mesmo raciocínio
pode ser aplicadas para as reconciliações bancárias, o auditor vai confirmar se os
saldos evidenciados pela empresa está de acordo com o saldo do balancete e se as
adições e subtrações a um outro estão aritiméticamente correcto.

V. Reexecução: consiste em fazer os procedimentos contabilísticos e de


controlo implementados pela empresa. Enquanto a prova aritimética consiste numa
análise dos cálculos a reexecução envolve a análise de procedimentos. Por exemplo, o
auditor pode comparar os preços de venda constantes das facturas com os preços
evidenciados na lista de preços.

VI. Analítica: a prova analítica consiste na comparação das informações do


exercício com informações de exercícios anteriores, com os valores esperados ou com
os valores do sector onde a empresa se insere. A expectativa é a de que os valores
sejam semelhantes aos dos anos anteriores, que estejam de acordo com o previsto pela
empresa e dentro dos valores para o sector.

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Estas comparações são realizadas para testar a apresentação verdadeira e apropriada
de determinadas rubricas do balanço relacionadas com as asserções da existência,
plenitude e valorização.

Quando vários rácios financeiros confirmam as expectativas do auditor, a fiabilidade


deste tipo de prova é reforçada. Esta prova é influenciada pela existência e pela
eficiência dos controlos instituídos pela empresa, se eles estiverem em funcionamento
e forem eficientes, o auditor tem uma maior confiança nos procedimentos analíticos.

VII. Inquéritos: os inquéritos são uma fonte de informação que pode ser
corroborada através de outras provas. A força desta prova está dependente da
integridade do órgão de gestão e do risco de negócio. Esta prova é relevante quando
se está a testar as asserções da plenitude e dos direitos e obrigações (Ex: inquéritos ao
advogado da empresa e ao próprio cliente), bem como obter uma segurança relativa
sobre a valorização (Ex: discutir possíveis obsolescências dos inventários com o
órgão de gestão).

Os inquéritos permitem reunir prova sobre: o sistema contabilístico, passivos


contingentes, mudanças nos procedimentos e na aplicação dos princípios
contabilísticos, mudanças nos critérios de valorização, etc.

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
O auditor executa procedimentos de auditoria de modo a obter prova que lhe permita,
com uma certeza razoável, pronunciar-se sobre as demonstrações financeiras estão
apresentadas de uma forma verdadeira e apropriada tendo em atenção os princípios
contabilísticos geralmente aceites.

Concretamente, o auditor pode efectuar três tipos de procedimentos:

1. Procedimentos de avaliação do risco do cliente: desenvolvidos com o intuito de


compreender o cliente, a sua envolvente, o controlo interno bem como avaliar o risco
de existência de distorções materialmente relevantes;

2. Testes aos controlos: destinados a testar a operacionalidade e a eficiência, na


prevenção e deteção de distorções materiais, dos controlos implementados pela
empresa.

3. Procedimentos substantivos: destinados a detectar distorções materialmente


relevantes que não tenham sido prevenidas ou detectadas pelo sistema de controlo
interno da empresa. Estes procedimentos dividem-se em procedimentos analíticos, em
testes de detalhe aos saldos e ás transações e á apresentação e divulgação.

Os testes de detalhes aos saldos são orientados para verificar se os saldos finais
possuem ou não distorções materialmente relevantes; os testes de detalhes às
transações destinam-se a verificar se as transações ocorridas ao longo do ano foram
adequadamente contabilizadas; por último, os testes de detalhes à apresentação e
divulgação destinam-se a verificar se as demonstrações financeiras estão
correctamente apresentadas, bem como verificar se todas as divulgações estão
espelhadas de forma apropriada.

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Os procedimentos substantivos podem ser realizados ao longo do ano (interinos) ou
após a data das demonstrações financeiras. A realização de procedimentos
substantivos interinos aumenta o risco de auditoria, uma vez que distorções
materialmente relevantes podem ocorrer entre a data de trabalho interino e o final do
ano. Este risco pode ser diminuído através da realização de mais procedimentos
substantivos durante o período remanescente ou pelo facto do auditor ter confiança de
que o controlo interno previne e/ou detecta distorções materiais e que este continua
em funcionamento nesse período.

Quando maior for o risco inerente e o risco de controlo mais procedimentos


substantivos são realizados. Para uma auditoria ser eficiente em termos de custos,
necessariamente envolve a seleção de amostras, cuja dimensão deve ser suficiente
para reduzir o risco de auditoria a um nível baixo.

Apesar do custo não ser o principal factor de decisão relativamente ao tipo de prova
que o auditor deve obter é um importante aspecto a ter em consideração.

A ISA 520 define procedimentos analíticos como "avaliação da informação financeira


por meio de análises de relacionamento plausíveis entre dados de informação
financeira, bem como de informação não financeira. Os procedimentos analíticos
também abrangem a investigação de flutuações e de relacionamentos identificados
que sejam inconsistentes com outra informação relevante ou que difiram de valores
esperados por uma quantia significativa".

São vários os métodos utilizados pelo auditor na execução de procedimentos


analíticos: análise de tendências, analise de rácios, testes de razoabilidade e modelos
matemáticos, comparando meses, trimestres, semestres ou ano.

Estes procedimentos são utilizados para detectar diferenças inesperadas ou ausência


de diferenças esperadas, que poderão indicar distorções nas demonstrações
financeiras.

1. Análise de tendências: consiste na comparação de itens ao longo do tempo, é um


procedimento utilizado pelo auditor em períodos de estabilidade, uma vez
que o seu nível de precisão é muito reduzido quando a empresa atravessa tem tempos
de instabilidade. Uma análise simples de tendências envolve por exemplo a
comparação dos dados do ano anterior com os dados do ano corrente, ou numa
perspectiva mais complexa, a comparação de vários períodos de tempo.

Segundo Hayes et al. (2005), a análise de tendências é mais precisa quando estão em
causa dados desagregados, nomeadamente, por segmento ou produto, assim como é
mais precisa em relação a períodos mensais ou trimestrais do que anuais.

2. Análises de rácios: a análise de rácios consiste em comparações de relações entre


dados financeiros, de dois ou mais períodos, comparações entre dados financeiros e
não financeiros (analise horizontal) ou comparação entre dados de empresas mesmo
sector (analise sectorial). Trata-se de uma ferramenta muito útil para compreender os
acontecimentos recentes dos negócios, a situação financeira da empresa, para
identificar áreas de risco, assim como para analisar as demonstrações financeiras na

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perspectivas dos utilizadores da informação financeira, permitindo orientar o auditor
para procedimentos substantivos adicionais em áreas consideradas de risco.

Tradicionalmente os rácios financeiros são classificados em quatro categorias:


1. Rácios financeiros
2. Rácios de económico – rentabilidade
3. Rácios de económico – financeiros
4. Rácios de gestão/actividade
3. Teste de razoabilidade:

Consistem no desenvolvimento de uma expectativa explícita através da análise de


saldos de contas num único período contabilístico, assim como das respectivas
mudanças desses saldos, utilizando quer dados financeiros quer dados não financeiros.
Podemos dizer que os testes de razoabilidade são procedimentos que permitem a
formulação de uma expectativa tendo em consideração os relacionamentos esperados
entre os saldos das contas.

Como por exemplo, podemos referir que o auditor pode aferir da razoabilidade do
quantitativo global das contribuições para a segurança social, multiplicando as taxas
de segurança social pelo total de remunerações sujeitas a essa taxa, ou multiplicando o
número de unidades vendidas pelo preço unitário podemos aferir da razoabilidade do
saldo de vendas.

4. Testes de regressão: análise de regressão consiste na avaliação do relacionamento


entre variável dependente, que corresponde ao saldo do período corrente para o qual
se pretende formular a expectativa, e uma ou mais variáveis independentes, a fim de
que tal expectativa possa ser desenvolvida com um nível de precisão elevado. Esta
técnica ao contrário das anteriores, exige conhecimentos estatísticos e envolve a
utilização de tecnologias de informação.

Em relação aos restantes métodos o teste de regressão tem como principal vantagem o
facto de utilizar várias variáveis para testar as rubricas das demonstrações financeiras.

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Conclusão

Pôdemos então ver que a prova de auditoria constitui grande importância para se
chegar a veracidade das demonstrações financeiras, já que toda documentação
recolhida pelo auditor que serve de suporte à formulação de uma opinião sobre as
mesmas.

Para a prova de auditoria, constitui grande responsabilidade do auditor no sentido de


conceber e executar procedimentos de auditoria para obter prova de auditoria
suficiente e apropriada que o habilite a extrair conclusões razoáveis sobre as quais
baseia a sua opinião.

O auditor deve então conceber e executar procedimentos de auditoria de tal forma que
possa obter prova de auditoria suficiente e apropriada para o habilitar a extrair
conclusões razoáveis sobre as quais baseia a sua opinião.

E os procedimentos em provas de auditoria não deixam de ser essenciais, já que são


etapas para obter prova e tomar conclusões e decisões de forma mais acertada.

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Bibliografia
ALMEIDA, Bruno José Machado de – Auditoria Financeira, 3ª edição, 2019.

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g/ifrs/wp-content/uploads/2017/07/A023-2012-IAASB-Handbook-ISA-500-
PT.pdf&ved=2ahUKEwjbnbGSiM_-
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EDUARDO SÁ SILVA, ANA PAULA LOPES - A PROVA EM AUDITORIA


E AS METODOLOGIAS DE AMOSTRAGEM

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