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Índice

1. Introdução.................................................................................................................................3

2. Objectivos.................................................................................................................................4

2.1 Objectivo geral........................................................................................................................4

2.2 Objetivos específicos..............................................................................................................4

3. Metodologia..............................................................................................................................5

4. Controlo financeiro.......................................................................................................................6

4.1. Controlo interno.....................................................................................................................6

4.1.1 Princípios fundamentais de controlo interno....................................................................6

5. Ferramentas utilizadas para o controlo financeiro....................................................................7

6. A Importância de Controlo Financeiro...................................................................................11

7. Risco economico de negócio...................................................................................................12

7.1 Classificação de Tipos de Risco......................................................................................12

7.2 A Demonstração dos Resultados e a Necessidade para Calcular o Risco do Negócio........13

7.3 O custeio total e a demonstração dos resultados...................................................................13

7.4 O sistema de custeio variável................................................................................................14

7.4.1Inconvenientes do custeio variavel.................................................................................15

7.4.2 Caraterização e Comportamento dos Gastos Face à Actividade....................................15

7.5 A Demonstração de Resultados em Custeio Variável..........................................................18

8. Ponto crítico das Vendas.........................................................................................................18

8.1 Limitações do Ponto Crítico das Vendas..............................................................................20

9. Margem de segurança.............................................................................................................20

10. Grau de alavanca Operacional.............................................................................................21

11. Grau de alavanca financeira................................................................................................22

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12. Grau de alavanca combinada...............................................................................................22

13. Resolução de um problema:................................................................................................23

14. Conclusão............................................................................................................................26

15. Bibliografia..........................................................................................................................27

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1. Introdução
O presente trabalho, cujo tema é controlo financeiro vem solucionar a falta de controlos
gerenciais e informações para a gestão de capital giro (compras, estoques, contas a receber e
contas a pagar), gestão de preços e margens de lucro, provocam um permanente aperto
financeiro, aumentando a tensão do dia-a-dia e, nessas situações, o empresário passa a
administrar sob forte pressão dos credores.

À medida que as decisões empresariais são tomadas com base em planejamento e informações
confiáveis, o próprio empresário pode solucionar ou minimizar seus problemas, evitando-os no
futuro. Para melhor percepção do tema foi organizado em; controlo financeiro, ferramentas para
que o controlo seja executado com maior eficiência e eficácia, Risco económico de Negocio que
relaciona as demonstrações de resultados no cálculo do risco, ponto crítico das vendas, grau de
alavanca operacional, financeira, combinada, por fim resolução de um exemplo claro.

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2. Objectivos

2.1 Objectivo geral


Identificar quais são os controlos financeiros que as empresas devem usar para maximizar o lucro
e minimizar os custos.

2.2 Objetivos específicos


 Identificar as ferramentas eficazes para o controlo financeiro;
 Mostrar os modelos de elaboração de controlo financeiro;
 Mostrar quando é que a empresa tem lucro ou prejuízos.

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3. Metodologia

A colecta de dados para o desenvolvimento do presente trabalho foi mediante a análise


bibliográfica e documental.

A análise bibliográfica e documental por se desenvolver, permitirá o levantamento e


compilações bibliográficas e documentos sobre o tema em pesquisa, o que irá enriquecer o
quadro teórico e melhorar a perceção das questões que orientam a pesquisa.

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4. Controlo financeiro

Para falar de controlo financeiro é de extrema importância saber o que é controlo. Todavia
Controle é um substantivo utilizado para definir o dominio ou poder de fiscalizar ou administrar
determinada coisa, ter controlo da situação e dominar ou ter o poder sobre o que está
acontecendo.

No âmbito comercial podemos encontrar vários tipos de controlo tais como: controlo social,
controlo de qualidade, controlo financeiro, etc, mais por razões do estudo, nos interessa falar do
controlo financeiro, que é a organização e administração das finanças. Em outras palavras,
significa controlar o dinheiro que foi investido, que foi gasto, as dívidas e tudo que estiver
relacionado com o capital financeiro de uma empresa.

Controlo financeiro bem estruturado é fundamental para se obter sucesso da empresa. Sem
dúvida, o que todo o empresário quer é lucro, e para que isso ocorra, a atenção máxima nos
registros do caixa da empresa. Seguindo as normativas que o Sebrae disponibiliza para que o
empresariado tenha sucesso nos seus empreendimentos, o consultor enfatiza que além de produzir
algum produto o empresário tem que estudar como esse produto pode trazer dividendos. Na
sequência deve medir custos e estabelecer um preço que seja acessível a seus clientes e que
também lhe proporcione um lucro razoável (Curado, 2005).

4.1. Controlo interno

É um conjunto de procedimentos, métodos com objetivos de proteger os activos, produzir dados


contáveis, confiaveis e ajudar a administração na condução ordinada dos negocios da empresa. O
sistema de controlo interno é implementado pelo orgão de gestão com finalidade de que as
distorções materias sejam prevenidas e no caso de ocorrerem sejam detetadas.

4.1.1 Princípios fundamentais de controlo interno

Os princípios fundamentais de controlo interno são:

 Responsabilidade;
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 Rotinas internas;
 Acessos ao activos;
 Segregação de funções;
 Amarrações de sistema;
 Custos de contro X beneficios;
 Auditoria interna.

5. Ferramentas utilizadas para o controlo financeiro

Não adianta a empresa ter uma série de dados, se os registos existentes não forem confiáveis e se
os procedimentos adoptados não estiverem organizados para fornecer informações em tempo
hábil, dai a necessidade de seguir alguns controlos básicos que contribui para o alcance dos
objectivos da empresa com maior eficiência e eficácia. Onde encontramos:

a) Fluxo de caixa

1
Regista todas as entradas e saídas de dinheiro, além de apurar o saldo existente no caixa. A
principal finalidade do controlo de caixa é verificar se não existem erros de registo ou desvios de
recursos. O caixa é conferido diariamente, e as diferenças porventura existentes têm que ser
apuradas no mesmo dia. Quando a diferença ocorrer por erros de registo, corrigem-se os erros, e a
diferença está zerada. Na hipótese de a diferença ocorrer por desvios de recursos, resta ao
empresário tomar imediatamente uma decisão drástica: demitir ou responsabilizar a(s) pessoa(s)
responsável(eis) pelos desvios. Além disso, o controlo de caixa fornece informações para:

 Controlar os valores depositados em bancos;


 Controlar e analisar as despesas pagas;
 Fornecer dados para elaboração do fluxo de caixa.

Sem dúvida, a importância do controle através do fluxo de caixa de uma empresa, permite o
panejamento em um determinado período, para estabilizar suas finanças, possibilitar a
visualização de determinados problemas, possibilitando ao administrador financeiro gerir os
1
Anexo 1 ilustra como o fluxo de caixa deve ser registado.
7
problemas da empresa. Esta ferramenta objectiva mapear diariamente como esta a movimentação
aos recebimentos, pagamentos, saldos, pois o fluxo corresponde à entrada e saída, e o empresário
tem em mãos o que terá que pagar e receber, possibilitando desta forma se poderá aplicar ou não
determinado valor, buscando sempre a sua sobrevivência, procurando sempre fortalecer sua
administração, com melhorias e ficando sempre atentos aos riscos de mercado.

Vantagens do fluxo de caixa:

 Planejar pagamentos evitando perda de crédito aos seus credores e perda de recebimento
de seus clientes.
 Previsão de decisões caso ocorrer alguma dificuldade financeira na empresa ou na
economia.
 O fluxo de caixa é importante para qualquer tipo de organização, pois esta ferramenta
servirá para apresentar os índices de crescimento, programar melhor aplicação, e o mais
fundamental de todos estes itens e que todas as empresas que utilizamesta ferramenta
dificilmente fracassa.

b) Controle Bancário

Não se concebe hoje em dia uma empresa que não tenha uma conta bancária e para isto
controlo bancário é fundamental. 2Controlo bancário é o registo diário de toda a movimentação
bancária e do controlo de saldos existentes, ou seja, os depósitos e créditos na conta da
empresa, bem como todos os pagamentos feitos por meios bancários e demais valores debitados
em conta (tarifas bancárias, juros sobre saldo devedor, contas de energia, águae telefone, entre
as principais).
O controlo bancário tem duas finalidades: a primeira consiste em confrontar os registos da
empresa e os lançamentos gerados pelo banco, além de apurar diferenças nos registo se isso
ocorrer; a segunda é gerar informações sobre os saldos bancários existentes, inclusive se são
suficientes para pagar os compromissos do dia (Curado, 2005).

c) Controlo de Contas a Receber

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Anexo 2 ilustra como é que o diário bancário deve ser preenchido.
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Se uma empresa não tem controlo de suas contas, esta a vesso ao fracasso. O 3Controlo de
recebimentos prevê o que pode ou não pode ser aplicado. É dinheiro da empresa que esta nas
mãos de seus clientes, ou seja, proteger o seu activo. O manual do Sebrae enfatiza que o
controle de contas a receber tem por finalidade controlar os valores a receber, provenientes das
vendas a prazo, e deve ser organizado para:

 Fornecer informações sobre o total dos valores a receber de clientes;


 Estimar os valores a receber que entrarão no caixa da empresa, por períodos de
vencimento, por exemplo, 3, 5, 7, 15, 30, 45 e 60 dias;
 Conhecer o montante das contas já vencidas e os respectivos períodos de atraso, bem
como tomar providências para a cobrança e o recebimento dos valores em atrasos;
 Fornecer informações sobre os clientes que pagam em dia;
 Fornecer informações para a elaboração do fluxo de caixa.

d) Controlo de Contas a Pagar

Ter crédito junto aos seus 4fornecedor é primordial dentro da organização. Ela depende de seus
fornecedores para viver. 5Além de honrar com seus compromissos, tem-se a garantia de não
efetuar um pagamento em duplicidade ou sem uma evidência documental. Mais um tópico
apontado pelo manual do Sebrae, que descreve o administrator financeiro tem que organizar os
totais a pagar, obedecendo seus períodos de vencimento: dia, semana, quinzena, 30, 45, 60 dias,
etc. Mantendo as contas em dia evita-se o estresse e ainda adquire uma série de vantagens como:

 Estabelece prioridades de pagamento em caso de dificuldades;


 Controlar o montante dos compromissos já vencidos e não pagos, em casos
de dificuldades financeiras.

e) Controlo de vendas
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O anexo 3 ilustra como é que as contas a receber devem ser registadas
4
O nexo 4 ilustra como é que as contas a pagar devem ser registadas.
5
Quando a empresa não consegue honrar ou pagar todos os compromissos em determinado dia, negocie um novo
prazo de pagamento junto ao credor e reprograme a data do pagamento.
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Sua principal finalidade é acompanhar as 6vendas diárias e o total das vendas acumuladas durante
o mês, possibilitando ao empresário tomar providências diárias para que as metas de vendas
sejam alcançadas. Pode ser organizado para fornecer as seguintes informações:

 Controlar o total das vendas diárias e os respectivos prazos de recebimentos: à vista, com
7, 15, 30, 45, 60 dias, etc.
 Totalizar as vendas mensais pelos prazos de recebimentos;
 Fornecer dados para conferência de caixa (para certificar se os valores das vendas à vista
foram registados no caixa);
 Controlar o registo dos valores das vendas a prazo no controlo de contas a receber;
 Dar informações para compras e fluxo de caixa.

f) Controlo mensal de despesas

Ter uma previsão do que se tem para pagar durante o mês, faz com que a empresa acompanhe a
sua evolução ou não. Até na contabilização dos produtos final, serve para registar o valor de cada
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despesas no qual deverá ser inserida para se obter o lucro desejado da empresa. Algumas delas
necessitam de um controlo mais rigoroso, ou até a tomada de providências urgentes, como cortar
gastos que podem e devem ser eliminados.( Curado, 2005).

A mão que rege uma empresa tem que ser firme em seus propósitos e munido de bons controlos,
pode acertar mais em suas atitudes diante dos processos e enfrentamentos que uma economia de
um país requer, possibilitando atingir uma boa administração de sua empresa.

g) Controlo de estoques

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O anexo 5 mostra como é que devem ser registadas as vendas realizadas.
7
O anexo 6 mostra como é que deve ser registado as despesas mensais.
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Controlar os 8estoques existentes na sua empresa, evita desvios, fornece informações para
reposição dos produtos vendidos, e ainda facilita a tomada de providências para redução dos
produtos parados no estoque.

O controlo de estoque deve ser organizado para fornecer as seguintes informações:

 O montante financeiro do estoque e o valor por linha de produtos;


 As quantidades em cada item de estoque;
 A quantidade e custo das mercadorias vendidas;
 Os estoques sem movimentação;
 A necessidade de compras/reposição de estoques e fluxo de caixa.

6. A Importância de Controlo Financeiro

Controlar as finanças da empresa requer um tempo dos empresários, para que seja
disponibilizado um tempo diário e suficiente para saber o que esta acontecendo com os números,
se está positivo ou negativo. Sem anotações ou lançamentos, não podemos tirar conclusões. É
importante saber se o gestor está no rumo certo ou teria que realinhar sobre os objetivos traçados
anteriormente.

O controlo contribui para o acompanhamento das entradas e saídas da empresa, saber os valores e
contribuições. Ter plena consciência dos lucros ou prejuízos em cada período, não precisamente
ser mensal mas no mínimo anual. Cabe também realçar que serve para alterar na percentagem
sobre os produtos e ou serviço, quando pensa-se que tem lucro e na verdade apenas está pagando
o produto sem rentabilidade (Curado, 2005)

7. Risco economico de negócio


8
O anexo 7 mostra como é que deve ser controlados os estoques.
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O risco pode ser definido como possibilidade de perda. Quanto maior a possibilidadede perda,
maior é o risco. Quando usamos o termo risco para o negocio, referimos ao facto que as previsões
efectuadas para o empreendimento podem não ocorrer como planejadas. Portanto risco esta
relacionado com o futuro e com o facto de haverem expectativas sobre o futuro.

7.1 Classificação de Tipos de Risco

Antes de desenvolvermos os diferentes tipos de riscos, é importante realçar as diferentes atitudes


face ao risco:

A verso ao risco é aquela atitude onde o investidor acarreta riscos, acreditando que, quanto maior
for o risco, maior será a rendibilidade; Indiferente, é a atitude em que o investidor não pondera o
risco.

Os riscos também podem ser classificados em duas vertentes: a de mercado e a contabilística.

Relativamente à classificação do risco, na óptica do mercado encontramos:

 Risco especifico não sistemático – envolvem uma empresa específica e os eventuais


concorrentes directos;

 Risco de mercado ou sistematico – inclui todas as empresas ligadas ao sector.

No que se refere à classificação do risco, na ótica contabilística temos:

 Risco operacional– ligado ao negocio da empresa, influenciando os fluxos de caixa


operacionais;

 Risco financeiro – tem haver com a estrutura de capital, bem como os fluxos e gastos;

 Risco não corrente – ligado aos gastos e ganhos de natureza extraordinarios (Neves,
2005).

7.2 A Demonstração dos Resultados e a Necessidade para Calcular o Risco do Negócio


Os gastos (ou custos) podem ser agrupados com vários objetivos e perspetivas e daí, obterem-se
classificações distintas, tais como, directos e indirectos, industriais e não industriais,
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administrativos, comerciais, financeiros, de produção, de venda, de pessoal, de fornecimento e
serviços externos, ou por serem fixos ou variáveis e em consequência, várias formas de serem
analisados e apresentados.

Relativamente à forma como estão organizados, á uma demonstração financeira de excelência,


que evidencia os gastos e os rendimentos e consequentemente os resultados que estamos a falar
da demonstração dos resultados que pode ser elaborada organizando os gastos por “natureza” ou
organizando os gastos por “funções” ou organizando os gastos por serem “fixos” ou “variáveis”.

Para se analisar qualquer risco, existem normas ou regras a seguir. Primeiro, devemos saber qual
o tipo de risco que queremos medir e de seguida, a necessidade de informação que necessitamos
ter para efetuar o seu cálculo. Identificado o tipo de risco que pretendemos medir, faremos de
seguida uma breve caraterização das demonstrações de resultados, salientando a que diretamente
nos permite calcular os indicadores do risco do negócio.

No que se refere aos indicadores do risco do negócio, a principal fonte de informação para o seu
cálculo, é a demonstração dos resultados em custeio variável ( Martins, 2003)

7.3 O custeio total e a demonstração dos resultados


O sistema de custeio total ou por absorção é caraterizado por valorizar os produtos acabados com
a totalidade dos custos de produção, sejam eles variáveis ou fixos. Ou seja, neste sistema os
produtos fabricados estão em armazém com o total dos custos industriais e por isso, só são custos
do período à medida que a produção é vendida.

As características qualitativas da informação financeira eram: a compreensibilidade, a


comparabilidade, a relevância e a fiabilidade. Para garantir essas características, a estrutura e
conteúdo das demonstrações financeiras, tendo em conta o sistema de normalização contabilística
(SNC), deverão conter os seguintes aspectos:

 O nome da Entidade;

 Se as DF abrangem uma entidade individual ou um grupo;

 A data do balanço ou período das DF;

 A moeda de apresentação;
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 O nível de arredondamento usado nas DF.

De acordo com as necessidades de informação requerida pelo nosso estudo, das demonstrações
financeiras previstas, a demonstração de resultado.

A demonstração dos resultados é um documento contabilístico que ao comparar os rendimentos


com os gastos, evidência a formação dos resultados 9. Ou seja, este documento é obtido a partir da
comparação da classe 7 com a classe 6 do Plano de contas do sistema de normalização
contabilístico (SNC) e dessa comparação, apuram-se os resultados. Este documento organiza os
gastos da classe 6 umas vezes pela natureza dos gastos ocorridos resultando a demonstração dos
resultados por natureza, outras vezes pelas funções 10 em que ocorrem dando origem à
demonstração dos resultados por funções. O resultado líquido do período evidenciado na DRF é
exatamente igual do resultado evidenciado na DRN. Por outro lado, se os gastos forem
organizados de acordo com a sua variação ou não, com a alteração do nível de atividade
classificando-se desta forma em variáveis e fixos, resulta daí a demonstração dos resultados em
custeio variável.(Martins, 2003)

7.4 O sistema de custeio variável


Custeio variável é um sistema de custeio que apenas imputa aos produtos ou serviços os custos
variáveis industriais e por isso, apenas estes custos serão considerados para efeitos de valorização
dos inventários de produto acabado. Neste sistema de custeio, os custos fixos industriais, são
totalmente considerados custos do período em que ocorrem. Assim, no custeio variável, os custos
fixos são excluídos do custo de produção, dado que, são os mesmos, independentemente da
quantidade produzida. Face a esta caraterística deste sistema de custeio, apenas quando a
quantidade produzida iguala a quantidade vendida, o resultado líquido do período evidenciado na
DRCV, é exatamente igual ao do resultado evidenciado na DRN e na DRF.

O custeio variável também consiste num sistema de custeio onde o objecto de custo é valorizado
apenas com os custos variáveis, quer sejam directos ou indirectos ao objecto de custo, sendo os

9
O resultado é uma grandeza que é evidenciada em duas demonstrações financeiras e que são, para além da
demonstração dos resultados, o balanço. Este documento, é uma peça contabilística onde estão contidas as origens
dos fundos, assim como as suas aplicações evidenciado o resultado líquido durante uma determinada data. Está
organizado de tal forma que é patente, na sua estrutura e apresentação da informação, o balanceamento do Activo
com o capital próprio mais o passivo.
10
Tal como Industrial, Administrativa, Comercial e Financeira.
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custos fixos considerados como elemento do resultado do período em que ocorrem e não como
custos integrantes dos produtos ou serviços produzidos pela empresa, na valorização dos stocks
de produto acabado, só são considerados, os custos variáveis industriais. (Martins, 2003)

7.4.1Inconvenientes do custeio variavel


Segundo o autor Martins, prendem-se com o não ser aceite fiscalmente e por outro lado, não ter
em conta os pressupostos previstos no normativo contabilístico. A organização dos gastos de uma
organização, em variáveis e fixos, permite-nos efetuar uma demonstração de resultados com
outras caraterísticas e que nos vai permitir efetuar outro tipo de análises, determinantes para
apoiar a gestão, tal como, calcular indicadores que permitam medir o risco do negócio.

Sinteticamente a demonstração dos resultados em custeio variável resumir-se-á:

Vendas - Gastos variáveis = Margem de Contribuição - Gastos fixos = Resultados

Ou seja, a DRCV, carateriza-se por a partir das vendas, obter a margem de contribuição, quando
lhe retira os gastos variáveis e de seguida, obter o resultado antes de impostos, quando à margem
de contribuição, lhe retira os gastos fixos (Martins, 2003).

7.4.2 Caraterização e Comportamento dos Gastos Face à Actividade


Ainda que atualmente não tenha a mesma relevância, a verdade é que, ao longo dos anos, um dos
aspetos extremamente relevantes na definição do preço de venda, eram os gastos, isto porque,
conhecendo-se os gastos totais de um bem, conseguimos saber se o volume de venda é suficiente
para gerar resultados positivos. O conhecimento do comportamento dos gastos ajuda um gestor a
tomar decisões. Um produto com gastos elevados pode não gerar margem suficiente para obter
resultados positivos.

Neste ponto, iremos caraterizar os variados tipos de gastos e relacionar o seu comportamento face
à actividade da empresa. Como já referenciámos, os gastos podem ser classificados de várias
formas, nomeadamente, quanto ao volume de produção. O autor Mantis refere que os gastos
podem ser classificados em directos ou indirectos, contudo, esta classificação somente se torna
necessária caso a empresa possua actividades operacionais com as quais os gastos possam ser

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relacionados. A partir desta classificação é possível, por exemplo, fazer a atribuição de gastos a
actividades/produtos específicos da empresa.

Ainda o autor refere que custos fixos são aqueles que tendem a manter-se constantes mesmo que
existam alterações da actividade operacional, sendo por isso, independentes do volume de
produção. São os custos que não têm o seu montante fixado em função de oscilações na
actividade, ou seja, sem vínculo com o aumento ou diminuição da produção. Verificamos o
gráfico a baixo sobre o comportamento dos gastos fixos face à actividade, tendo em conta que a
capacidade instalada não se altera, tal como se pode observar no gráfico 1.

Preco

C.Fixo

Quantidade

A classificação dos gastos em variáveis e fixos é uma generalização da realidade empresarial,


mas na realidade, quando analisamos o comportamento de todos os gastos numa organização,
constatamos que há gastos que podem ser ao mesmo tempo variáveis e fixos. Nessas
circunstâncias, terá de se determinar qual a parte que é fixa e a que é variável. Para a obtenção
dessa informação pode entre outros aplicar-se modelos estatísticos, ou de uma forma mais
simples, através do estudo do seu comportamento, atribuir um valor percentual à parte fixa e o
restante, à parte variável. São os denominados custos semi-variáveis. São exemplo deste tipo de
gastos, o consumo de energia elétrica numa empresa que fabrica pão e cujos serviços de apoio,
para funcionarem, independentemente de produzirem ou não, necessitam de consumir energia
eléctrica (exemplo: a iluminação dos escritórios ou para os computadores do serviço - este

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consumo tem uma natureza fixa), todavia quando fábrica o pão, para o cozer, fazem-no, com
recurso a um forno eléctrico (esta é a parte variável do gasto).

Resumindo, os gastos dizem-se variáveis acompanham, no mesmo sentido, a variação da


produção, é exemplo, disso também o consumo de matérias-primas que quanto mais se produzir
mais se consome. Já os gastos fixos não têm a ver com o nível de actividade, mantêm-se
constantes durante os períodos longos, independentemente da actividade. Estes gastos variam
apenas no médio e longo prazo, por exemplo, quando se efectua um investimento e as
depreciações aumentam.

No gráfico 2- Comportamento de gasto variável

Preco
C.Variaveis

Quantidade

Na representação gráfica dos gastos variáveis é possível verificar que o gasto vai aumentando à
medida que a quantidade produzida aumenta. Como quando não produz, não consome, então a
representação da recta começa no ponto zero.

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7.5 A Demonstração de Resultados em Custeio Variável
A demonstração de resultados em custeio variável como já referimos, é elaborada tendo em vista,
comparar o volume de vendas com os gastos variáveis e fixos para apurar os resultados. Esta
demonstração de resultados permite evidenciar a margem de contribuição, que resulta ao volume
de vendas, retirar os gastos variáveis e quanto a esta margem se retiram os gastos fixos (GF),
apura-se o resultado. Logo, se a margem de contribuição for maior que os gastos fixos, o
resultado é positivo. Quando a margem de contribuição for menor que os gastos fixos, temos o
resultado negativo e quando a margem de contribuição é igual aos gastos fixos, temos o resultado
igual a zero e a esse volume de vendas, chama-se o ponto crítico das vendas.

Assim, para elaborara DRCV é essencial:

 Identificar e organizar os gastos em variáveis e fixos;

 Achar a diferença entre o volume de negócio e os gastos variáveis para evidenciar a


margem de contribuição (MC);

 Retirar à MC os gastos fixos para apurar o resultado.

Margem de contribuição consiste na diferença entre o volume de vendas e os gastos variáveis, e


evidencia a capacidade que a empresa tem de gerar lucro caso o seu valor seja maior que os
gastos fixos por isso, a margem de contribuição unitária resulta de preço de venda unitário se
retirar os custos variáveis unitários.

8. Ponto crítico das Vendas


Actualmente, a competitividade do mercado, faz com que muitas empresas superem outras
através de pequeníssimos aspectos que por não serem negligenciados, lhes dão vantagens
competitivas. Estes são, por exemplo decisões diárias que se referem a vendas, clientes,
fornecedores e incluído o preço de venda e que são tomadas com auxílio a ferramentas de gestão,
que por sua vez, suportam também a tomada de decisão, conduzindo ao sucesso organizacional.

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O desenvolvimento deste ponto vai ajudar-nos a perceber a importância de alguns indicadores no
apoio à gestão operacional por medirem o risco de negócio. Um desses indicadores é o Ponto
crítico das vendas (PCV).

Assim, o ponto crítico das vendas, ou ponto de equilíbrio, ou ponto morto entre outras
denominações, é um indicador que nos permite identificar qual é o nível de vendas abaixo do
qual há prejuízo e acima do qual, há lucro, ou seja, no nível de vendas do ponto crítico, o
resultado é zero. “O ponto de Equilíbrio também denominado Ponto de Rotura (Break-even
Point) nasce da conjugação dos custos totais com os proveitos totais” (Martins, 2003).

Break-Even Point
vendas
P
C.Totais

C. Variaveis
C. Fixos

Analisando o gráfico apresentado, verificamos que a linha do custo total se cruza, num
determinado ponto, com a linha do proveito/vendas. Esse ponto, denomina-se “ponto crítico das
vendas”, ou seja, nesse ponto, o volume de vendas iguala o total dos custos e por isso, o resultado
é zero. O ponto crítico das vendas é representado pela intersecção da recta das vendas com os
custos totais (variáveis e fixos). Pode ainda verificar-se que, quando o volume de vendas é acima
deste ponto, há lucro e que abaixo desse ponto, há prejuízo.

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8.1 Limitações do Ponto Crítico das Vendas

“As aplicações do conceito de ponto de equilíbrio são de grande valia e de fácil entendimento
quando aplicado a um único produto. O que não acontece quando a empresa trabalha com
diversos produtos. Nesse caso, o assunto complica-se, já que os custos variáveis são
diferenciados também para cada um, o que provoca a impossibilidade de cálculo de um ponto de
equilíbrio global”( Martins, 2003),.

Uma outra limitação do ponto crítico das vendas é que face às variáveis que são essenciais para o
seu cálculo, tais como o preço de venda, a quantidade vendida e os custos variáveis unitários,
devido a flutuações de mercado (factores macroeconómicos) sofrem alterações com frequência e
por esse motivo, este indicador tem muito mais validade no curto prazo que no longo prazo. (Na
sua fórmula de cálculo, não é tido em conta o valor do dinheiro no tempo).

Todavia, apesar das limitações referidas, queremos realçar que o PCV, numa óptica de curto
prazo, é um importante indicador para apoiar a tomada de decisão e antecipar problemas, através
da construção de cenários onde se fazem variar cada uma das variáveis que permitem o seu
cálculo e se verifica impacto em resultados que tem cada uma dessas variações.

9. Margem de segurança

O PCV ajuda-nos a determinar o nível das vendas para o qual obtemos resultado nulo, mas não
indica quanto é que, face ao volume de vendas atuais, posso descer o volume de vendas até ter
resultado zero. Deste modo, surge a margem de segurança, que é um indicador de risco que
indica o nível de vendas que a empresa pode descer até atingir o ponto crítico.

É comum também analisar o risco tendo em conta o grau de segurança que uma dada empresa
apresenta na obtenção de resultados positivos. Quer isto dizer, que uma dada empresa apresenta
resultados positivos pois o volume de negócios realizado é tal, que permite a obtenção de um
resultado bruto que financia todos os custos de estrutura. Tal indicador denomina-se margem de
segurança, e traduz em que medida o volume de negócios está acima do chamado ponto crítico
das vendas, ou seja, o volume das vendas mínimo a partir do qual se obtém resultado positivo.

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A MS será tanto maior, quanto maior for a diferença positiva entre o volume de negócios e o
ponto crítico. Quando a MS for elevada, significa que o risco do negócio é menor e quando for
reduzida, o risco será maior. Portanto, uma MS próximo do PCV significa que a empresa está
próximo de ter prejuízo.

A MS permite à empresa saber até que ponto poderá diminuir as vendas, de forma a não ter
resultados negativos. Assim, a partir do conceito de MS podemos responder à questão: Em
quanto é que podemos reduzir as vendas, de formas a não se obter prejuízos?

Fórmula da margem de segurança

MS = V – V* ou MS = Q – Q*

ou

MS = (V- V*) / V x 100 ou MS = (Q - Q*) / Q x 100

Se pretender medir o risco do negócio, então deverá calcular-se a margem de segurança


operacional, que segundo Martins, se obtém da seguinte forma:

MSo = V – Vo* ou MSo = Q – Qo*

ou

MSo = (V- Vo*) / V x 100 ou MSo = (Q - Qo*) / Q x 100

Um outro indicador que mede o risco operacional, tal como já referimos, é o grau de alavanca
operacional, o qual apresentamos de seguida.

10. Grau de alavanca Operacional

O grau de alavanca operacional é uma medida expedita de exposição ao risco operacional e é


medido da seguinte forma:

GAO = Margem de Contribuição / Resultado Operacional

Chega-se a conclusão de que as empresas procuram obter alavancagem operacional sempre que
os seus custos fixos precisam de ser combertos pela ampliação da produção e consequentemente,

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das receitas advindas das vendas. De forma geral, os projectos de alavancagem visam a aquisição
do imobilizados que aumentem o volume produzido e resulte em receitas mais do que o
suficientes para cobrir todos os custos fixos e variáveis

11. Grau de alavanca financeira

O grau de alavanca financeira de uma empresa evidencia quais os efeitos das variáveis ocorridas
no resultado operacional, que se reflectem no lucro liquido. O seu calculo sempre toma como
base referencias determinadas data e se prolonga por um universo temporal conhecido(acontecido
ou projectado); tem nivel específico de produção de vendas; preço de vendas e custos operacinais
variaveis e fixos que determinam um valor base para o RAJIR, O GAF, então expressa o numeiro
de vezes que a variação do lucro líquido representa a variação do lucro antes dos juros e do
imposto de renda, tomando-se uma data imediatamente anterior a tomada de recursos externos,
como ponto de referncia para calculo desse crescimento.

O GAF pode ser encontrado com o uso da seguinte fórmula:

GAF= Resultado operacional / Resultado operacional- Despesas financeiras

12. Grau de alavanca combinada


O estudo da alavancagem empresarial parte do princípio de que todos os negócios têm condições
de impulsionar sua produção de venda, com a utilização de capital de terceiros. Se poe um lado, o
uso de recursos externos a empresa tem sido o modus operandi por experiencia do sistema
capitalista, por outo todas apresentam condições ideais para uma acção combinadas de
alavancagem operacional e alavancagem financeira, efeito que conhece por alavancagem total ou
alavancagem combinada(GAC), que pode ser encontrada pela seguinte fórmula:

GAC= Margem de contribuicao total / resultado operacional - Despesas financeiras

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13. Resolução de um problema:
A empresa somosinteligente Lda. Fabrica e vende 10unidades do produto X e com os seguintes
dados:

 Preco de venda unitario 800


 Custos e despesas variaveis unitaria 4000
 Custos e despesas fixas mensais 20000

Resolução

Mcu = Pv- (Cv+ Dv)

= 8000 – 4000

= 4000

Mcv = 4000*10

= 40000

Peq = Cf/Mcu

= 20000/40000

=5

Pev= Cf/Mcu/P

Pev = 20000/4000/8000

Pev = 40000

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Q CV/DV CF/DF T.Despesas Receitas Resultado
0 0 20000 20000 0 -20000
1 4000 20000 24000 8000 -16000
2 8000 20000 28000 16000 -12000
3 12000 20000 32000 24000 -8000
4 16000 20000 36000 32000 -4000
5 20000 20000 40000 40000 0
6 24000 20000 44000 48000 4000
7 28000 20000 48000 56000 8000
8 32000 20000 52000 64000 12000
9 36000 20000 56000 72000 16000
10 40000 20000 60000 80000 20000

RT
P CT

ponto de equilibrio

20000 CV

CF

0 5 Q

Ms% = ((Qv- Peq))/Qv)*100

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Ms% = ((10 – 5) / 10 * 100

Ms% = 50%

Pode se observar que a empresa esta a operar com umamargem desegurança de 5 unidades, pois
pode ter essa redução sem entrar na faixa de prejuizo. Esta com uma margem de segurança
de50%.

Gao = Margem de Contribuição / Resultado Operacional

Gao = 40000 /20000

Gao = 2

A empresa somos inteligentes,apresenta um volume de vendas 10 unidades e resultado


operacional 20000, grau de alavanca operacional de 2, efectuando uma breve análise aos valores
apresentados neste indicadorque medem o risco do negócio, o PCVo e MSo, constatamos que, de
acordo com os conceitos apresentados, a empresa apresentaum nível menor risco de negócio.

Gaf = Resultado operacional / Resultado operacional- despesas financeiras

Gaf = 20000 /20000 - 0

Gaf = 1

Pode se observar que a empresa somos inteligente que não possui dividas, ou seja o GAF será
considerada nula, portanto não tem comprometimento dos lucros nos custos financeiros fixos e
não incorre perigo no risco de negocio.

Gac= Margem de contribuicao total / resultado operacional - Despesas financeiras

Gac = 40000 / 20000 – 0

Gac = 2

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14. Conclusão

Chegando ao fim do trabalho acredita -se que ao praticar os controlos financeiro explicido acima,
o gestor se encontra preparado para gerenciar de forma eficaz as finanças de uma empresa. Mas
as empresas são dinâmicas, a área financeira é ampla e, à medida que seu negócio for crescendo,
as decisões tornam-se mais complexas. Então, assim que o gestor estiver dominando os
procedimentos para as projeções do fluxo de caixa, contas a receber, contas a pagar, o seu
estoque, as movimentações das vendas, as despesas, pontocríticodas vendas, margem de
segurança, grau de alavanca operacional e outras ferramentasautomaticamente consegue avaliar
os impactos de suas decisões em um horizonte maior.

O principal objectivo de qualquer empresa, independente de sua forma de constituição, é ter o seu
valor maximizado através de actividade de produção de bens ou prestação de serviço para venda
no mercado; e a alavanca é uma óptima ferramenta de maximizar o retorno para os accionistas.
Assim se uma empresa tiver uma boa alavancagem financeira e operacional, pequenas mudancas
nas vendas produzirão grandes flutuações nos lucros. Gande importancia deve ser dada ao grau
de alavancagem, pois ele reflecte o nivel de operacionalização da empresa no controlo interno a
contabilidade, estando inceridos todos os quocientes das demostrações financeiras.

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15. Bibliografia

Neves, S. (2005). Contabilidade avançada. São Paulo.

Russo, J. (2004). O Controlo interno nas empresas. Recuperado a 10 de Maio, 2016, de

http://joaorusso.com. sapo. pt/ ControleInternoEmpresas19122004.pdf.

Martins, E. (2003). Contabilidade de custos (9˚ ed. ). São Paulo.

Curado, R. S. Gestão Financeira. Recuperado a 10 de Maio, 2016 de


Htt://www.administradores.com.Br/noticias/adminitração-e-negóciosf/altadeplanejamento
financeiro –e-um-dos-principais-probemas-do-empreendedor-brasileiro.

Curado, R . S. (2005) Controlos Financeiros. (3° ed.). São Paulo.

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