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CAPITAL DE GIRO E GESTÃO DE

ACTIVOS CIRCULANTES
GESTÃO FINANCEIRA II 3º ANO/1ºSEMESTRE - CONTABILIDADE E AUDITORIA - UCM/FENG-2016
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FUDAMENTOS

No balanço patrimonial econtramos, de um lado informações a respeito da


estrutura de investimentos da empresa, e de outro lado a estrutura das suas
fontes de financiamento. No entanto, a estrutura de capital escolhida deve
levar de forma sistemática para a maximização do valor da empresa
(maximizar o valor de investimento dos accionistas).

A administração financeira de curto prazo (gestao de activos e passivos


circulantes) é uma das actividades mais importantes e mais intensa do
administrador financeiro.

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O objectivo da administração financeira de curto prazo é gerir cada activo
circulante (estoques, contas a receber, caixa, e aplicações financeiras de
curto prazo) e cada passivo circulante (contas a pagar, despesas a pagar,
e instituições financeiras a pagar) por forma a alcançar um equilíbrio
entre rentabilidade e risco que contribua de forma positiva para maximizar
o valor da empresa.

Será usado o capital de giro líquido para discutir a relação básica entre os
activos e os passivos circulantes. Depois faremos o ciclo de conversão de
caixa para tratar dos aspectos principais da gestão de activos circulantes.
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1. CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO
Os activos circulantes, também chamados de capital de giro, representam
a proporção do investimento total da empresa, que circula de uma forma
para outra, na condução normal das operações.
Os passivos circulantes representam o financiamento de curto prazo,
porque incluem todas as dívidas que vencem e devem ser pagas em um
ano no máximo. EX: valores devidos a fornecedores (contas a pagar),
funcionários e governo (despesas a pagar), e bancos (instituições
financeiras a pagar), etc.
O capital de giro líquido é a diferença entre os activos circulantes (AC) e
os passivos circulantes (PC). Quando o AC>PC a empresa possui um
capital de giro líquido positivo, e o contrário (AC<PC) um capital de giro
líquido negativo.

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Converter AC de estoques para contas a receber e para caixa é a fonte de
dinheiro (numerário) usada para pagar os PC.

É fácil prever os prazos de vencimento dos PC, mas a dificuldade é de


predizer as entradas de caixa (converter os activos circulantes em formas
mais líquidas) (Gitman, 2010).

Quanto maior a margem entre os AC e os PC, maior é a capacidade de


pagar as contas quando vencem.

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1.1. COMPENSAÇÃO ENTRE RENTABILIDADE E RISCO
A rentabilidade é a relação entre as receitas e custos gerados pelo uso dos
activos (circulantes e permantes) em actividades produtivas. Estes lucros
podem ser aumentados reduzindo os custos ou elevando as receitas.

O risco na administração financeira de curto prazo é a probabilidade de


que a empresa incapaz de pagar suas contas na data de vencimento. Sendo
qualificada de técnicamente insolvente quando isso acontece.
Quanto maior o capital de giro líquido, menor o risco de se tornar
tecnicamente insolvente;
Existe uma relação de compensação entre a rentabilidade o risco.
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1. Variações entre os activos circulantes
A forma como a variação do nível de activos circulantes de uma empresa,
afeta a relação entre a rentabilidade e o risco pode ser demostrada usando
o quociente entre os activos circulantes e os ativos totais (circulante +
permantes). Para fins ilustrativos, parte-se do pressuposto de que os
activos totais permanecem inalterados.

Quando o quociente AC/AT é maior, a rentabilidade diminui;


Quando o quociente sobe (quando os activos circulantes aumentam) a
rentabilidade diminui; - porque os activos circulantes são menos
rentáveis que os activos permanentes; sem activos permanentes a
empresa não pode fabricar os produtos;
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1. Variações entre os activos circulantes
Quando o quociente AC/AP é maior, o risco diminui;
O risco diminui com a elevação/aumento do quociente entre os activos
circulantes e os activos permanentes (AC/AP). O aumento dos AC
aumenta o capital de giro líquido, e reduz o risco de insolvência técnica.
Para além disso, quando o lado de activo do Balanço diminui, o risco
associado aos activos cresce: o investimento em caixa e títulos
negociáveis de curto prazo é menos ariscado do que em contas a receber,
estoques, e activos permanentes. Quanto mais próximo do caixa está o
activo menos ariscado ele é.

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Variação do Efeito sobre o Efeito sobre o
Quociente
quociente lucro risco

Aumento Diminuição Diminuição

Diminuição Aumento Aumento

Aumento Aumento Aumento

Diminuição Diminuição Diminuição

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CONTINUA

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CICLO DE CONVERSÃO DE CAIXA

O Ciclo Operacional (CO) de uma empresa é o prazo desde o início do


processo de produção ao recebimento de caixa resultante da venda do
produto acabado.
Este ciclo o CO envolve duas categorias de activos de curto prazo:
estoques e contas a receber.
O CO é medido em termos do tempo transcorrido, somando a Idade Média
do Estoque (IME) com o Prazo Médio de Recebimento (PMR):

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CICLO DE CONVERSÃO DE CAIXA
O processo de fabricação e venda de um produto também inclui a aquisição dos
factores de produção (matéria prima) a prazo, que resulta em contas a pagar.
As contas a pagar reduzem o número de dias pelos quais os recursos de uma
empresa ficam aplicados no CO. O tempo necessario para liquidar as contas a
pagar, medido em dias, é o Prazo Médio de Pagamento (PMP).
Quando deduzimos o PMP do CO encontramos o Ciclo de Conversão de Caixa
(tempo pelo qual os recursos da empresa ficam aplicados).

Se uma empresa alterar um destes prazos, obviamente também modificará o


volume de recursos aplicados em suas operações diárias.
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CICLO DE CONVERSÃO DE CAIXA
Ex: A MAX Company, produtora de pratos de papel tem um facturamento
anual de 10 000 000 MT. O custo de produtos vendidos representa 75% das
vendas, e as compras equivalem a 65% do custo dos produtos vendidos. A
IME é igual a 60 dias, seu PMR é de 40 dias, e o PMP é de 35 dias. Encontre
o CCC e os Recursos aplicados (estoque+contas a receber-contas a pagar)
supondo um ano de 360 dias.
Estoque (10 000 000*0.75)*(60/360) = 1.250.000
+ Contas a receber (10 000 000)*(40/360) = 1.111.111
- Contas a pagar (10 000 000*0.75*0.65)*(35/360) (473. 958)
1 887 153
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EXIGÊNCIAS DE FINANCIAMENTO RESULTANTES DO CCC
Pode-se usar o CCC como ponto de partida para discutir como a empresa
financia o investimento exigido em activos operacionais.
Primeiramente vamos discutir necessidades de financiamento permanente e
sazonais e descrever estratégias agressivas e conservadoras para efetuá-lo.
Se as vendas da empresa forem constantes, seu investimento em activos
operacionais deverá ser constante e ela enfrentará apenas uma exigência de
financiamento permanente;
Se as vendas forem cíclicas, o investimento em activos operacionais variará
ao longo do tempo com seus ciclos de vendas e ela terá exigências de
financiamentos sazonais, além do financiamento permanente exigido para o
investimento mínimo em activos operacionais.
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EXIGÊNCIAS DE FINANCIAMENTO RESULTANTES DO CCC

Ex: A Nicole Company mantêm em média 50 000 em caixa e títulos


negociáveis, 1 250 000 em estoques, e 750 000 em contas a receber. As
actividades da empresa são muito estáveis, de modo que seu activos
operacionais podem ser considerados permanenctes. Além disso, as contas a
pagar de 425 000 também são estáveis.

Portanto, a Nicole tem um investimento permanente de 1 625 000. este


montante será igual a exigência de financiamento permanente.

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EXIGÊNCIAS DE FINANCIAMENTO RESULTANTES DO CCC
Ex: A Semper Pump, que produz bombas para bicicletas tem vendas sazonais,
com o pico no verão. Em caixa e títulos negociáveis ela possui um mínimo de 25
000, em estoque ela possui 100 000, e em contas a receber tem 60 000. nos
períodos de pico as vendas elevam-se para 750 000, e suas contas a receber
sobem para 400 000. para tirar proveito da eficiência ela produz as bombas em
um ritmo constante o ano inteiro. Isso faz com que as contas a pagar
permanecam constante em 50 000 durante o ano.
Ela tem necessidade de financiamento permanente causado pelo nível mínimo
de activos operacionais de 135 000 (25 000 + 100 000 + 60 000 – 50 000);
Tem ainda necessidades de financiamento sazonais de 990 000 ((25 000+ 750
000+400 000 -50 000) – 135 000)
No entanto, as necessidades de Fin. total para activos operacionais =1 125 000
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ESTRATÉGIAS AGRESSIVAS E CONSERVADORAS DE FINANCIAMENTO SAZONAL

Os fundos de curto prazo costumam ser geralmente mais baratos que os
de longo prazo.
A curva das taxas de juro costuma ser constante. Isso permite que a
empresa fixe seu custo de fundo por certo período, evitando o risco do
aumento das taxas de juro do curto prazo.
Além disso, o financiamento de longo prazo assegura a disponibilidade de
fundos quando são necessários.
O financiamento de curto prazo expõe a empresa ao risco de não ser
capaz de obter os fundos necessários para cobrir os picos sazonais de suas
exigências de financiamento.
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ESTRATÉGIAS AGRESSIVAS E CONSERVADORAS DE FINANCIAMENTO SAZONAL

Em uma estratégia agressiva de financiamento, ela financia suas exigências


sazonais com capital de terceiros de curto prazo, e suas exigências
permanentes com o capital de terceiros de longo prazo.
Em uma estratégia conservadora de financiamento, ela financia tanto suas
exigências sazonais como as permanentes com o capital de terceiros de
longo prazo.

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CONTINUA

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ESTRATÉGIAS AGRESSIVAS E CONSERVADORAS DE FINANCIAMENTO SAZONAL
EX: A Semper Pump tinha exigências permanentes de financiamento de 135 000
em activos operacionais, e exigências sazonais de 0 a 990 000, com uma média
de 101 250. Se puder emprestar fundos de curto prazo de 6,25% e fundos de
longo prazo a 8%, e obter um retorno de 5% em suas aplicações de saldos
excedentes, o custo anual de uma estratégia agressiva de financiamento sazonal
seria:

Custo de Financiamento de Curto Prazo (0,0625*101 250) = 6.328,03


+ Custo de Financiamento de Longo Prazo (0,08* 135 000) = 10 800
- Recebimentos de Aplicações Financeiras (0,05* 0) = ( 0)
Custo Total da Estratégia Agressiva 17.128,03
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ESTRATÉGIAS AGRESSIVAS E CONSERVADORAS DE FINANCIAMENTO SAZONAL
EX: De forma alternativa a Semper Pump pode adoptar uma estratégia
conservadora na qual os fundos excedentes (1 125 000 -135 000 - 101 250) sao
integralmente aplicados. O custo anual de uma estratégia conservadora seria:

Custo de Financiamento de Curto Prazo (0,0625* 0) = 0


+ Custo de Financiamento de Longo Prazo (0,08*1 125 000) = 90 000
- Recebimentos de Aplicações Financeiras (0,05*888 750) = (44.437, 50)
Custo Total da Estratégia Conservadora 45 562,50

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ESTRATÉGIAS AGRESSIVAS E CONSERVADORAS DE FINANCIAMENTO SAZONAL

Para a Semper Pump a estratégia agressiva é muito menos cara (17.128,13) do


que a conservadora (45.562.50);
A empresa tem exigências sazonais muito elevadas de financiamento em
activos operacionais, e que precisa obter financiamento adequado disponível para
atendê-las e garantir o andamento normal de suas operações;
A forte dependência da estratégia agressiva em financiamento de curto prazo
torna-a mais ariscada do que a estratégia conservadora em relação a possíveis
variações de taxas de juros e dificuldades quanto a rapidez de obtenção de
financiamento de curto prazo ao ocorrerem as exigências sazonais;

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ESTRATÉGIAS AGRESSIVAS E CONSERVADORAS DE FINANCIAMENTO SAZONAL

A estratégia conservadora evita tais riscos por meio da taxa de juros garantida e
da disponibilidade de recursos de longo prazo, mas é mais cara por causa da
margem negativa entre a taxa de rendimento de aplicação de fundos excedentes
(5% neste exemplo) e o custo dos fundos de longo prazo que geram o excedente
(8% neste exemplo).
O ponto que a empresa vai escolher entre os extremos representados pelas duas
estratégia dependerá da disposição da administração de correr riscos e da solidez
de suas relações bancárias.

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ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DO CICLI DE CONVERSÃO DE CAIXA

Um ciclo positivo de conversão de caixa como o da MAX, significa que a


empresa é forçada a usar passivos negociados (como empréstimos bancários)
para sustentar seus activos operacionais.
Estes passivos possuem um custo explícito, o que quer dizer que a empresa se
beneficia com a minimização de seu uso na sustentação de activos operacionais.
A minimização pode ser conseguida através das seguintes estratégias:
Girar o estoque com a maior velocidade possível, sem faltas que resultem em
vendas perdidas;
Cobrar as contas a receber com a maior rapidez possível, sem perder vendas
resultantes do uso de técnicas de cobrança muito agressivas;
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ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DO CICLI DE CONVERSÃO DE CAIXA
Gerir os tempos de correspondência, processamento e compensação para reduzí-
los ao cobrar dos clientes e aumenta-los ao pagar aos fornecedores;
Efectuar o pagamento das contas a pagar com a maior lentidão possível, sem
prejudicar a classificação de crédito da empresa;
Questões para reflexão!
1. Porque que é útil dividir as exigências de financiamento de uma empresa com
vendas sazonais em exigências permanentes e sazonais ao formular uma
estratégia de financiamento?
2. Quais são os benefícios, custos, e riscos de uma estratégia agressiva de
financiamento e de uma estratégia conservadora de financiamento? Em qual das
estratégia ocorre frequentemente a obtenção de empréstimos acima das
necessidades efectivas?
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GESTÃO DE ESTOQUES

O primeiro elemento do CCC é a IME. O objectivo da gestão de estoques é gira-


lo o mais rapidamente possível sem perder vendas por falta de estoque.
O gestor financeiro tende a actuar como um fiscal em questões relacionadas ao
estoque: ele não exerce controlo directo sobre o estoque, mas fornece
informações ao processo de gestão de estoque.

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PONTOS DE VISTAS DIFERENTES QUANTO AO NÍVEL DE ESTOQUES

De acordo com oa objectivos de cada area, existem pontos de vista distintos quanto
ao nível apropriado de estoques entre os executivos das áreas de finanças,
marketing, produção e compras:
Para o administrador financeiro, o mais interessante é manter baixos níveis de
estoque para garantir que o dinheiro da empresa nao esteja sendo aplicado em
recursos excessivos;
O executivo de marketing gostaria de deter quantidades elevadas de produto
acabado em estoque, para atender rapidamente todos os pedidos, e evitar demoras
por falta de produto em estoque;

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PONTOS DE VISTAS DIFERENTES QUANTO AO NÍVEL DE ESTOQUES

O responsável da área de produção tem a responsabilidade de executar um plano


de produção que resulte em quantidades desejadas de produto acabado de
qualidade, produzido ao menor custo possível. Para tal ele desejaria de deter
elevado estoque de matéria prima para evitar atrasos na produção. Também ia
preferir ter elevadas quantidades de matéria prima para produzir lotes elevados e
reduzir o custo unitário, isso faria com que o estoque de produto acabado
aumentasse.
O executivo de compras preocupa-se apenas com estoques de matéria prima. Ele
deve ter disponível as quantidades corretas, nos momentos desejados,e a um preço
favorável, qualquer matéria prima que seja exigida pela área de produção. Ele vai
preferir ter quantidades maiores de estoque para obter desconto por quantidade, ou
para precaver-se de possíveis expectativas de elevação de preço, ou excassez de
matéria prima.
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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES

Existem 4 técnicas comumente usadas para administrar o estoque:

Sistema ABC;
O Modelo Lote Económico (EOQ – Economic Order Quantity);
Sistema Just-in-Time (JIT);
Sistema de Planejamento de Necessidade de Materiais (MPR)

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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES
Sistema ABC;
A empresa que usa este modelo divide o seu estoque em 3 grupos:
O grupo A inclui os itens com maior investimento em valor monetário.
Geralmente este grupo compreende 20% do material estocado, mas representa
80% do investimento em estoque;
O grupo B consiste em itens responsáveis pelo maior investimento seguinte em
estoque;
O grupo C é formado por um grande número de itens, que exigem investimente
relativamente pequeno.
Assim, de acordo com o grupo que cada item pertence, será definido o seu grau
de monitoramento.
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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES
Sistema ABC;
Os itens do grupo A recebem o monitoramento mais intenso, por causa do
elevado valor neles aplicados. São acompanhados por um sistema perpétuo que
permite a verificação diária do nível de cada item em estoque.
Os itens do grupo B são controlados com uma verificação periódica, as veses
semanal se seus níveis de estoque.
Os itens do grupo C são monitorados com técnicas menos sofisticadas, como a
de duas gavetas. Neste metodo, cada item é colocado em duas gavetas. Quando
se exige uma unidade de produto ela é retirada da 1ª gaveta, e quando ela fica
vazia, ela é reabastecida , e as unidades continuam sendo tiradas da 2ª gaveta ate
esta ficar vazia, e assim por diante.

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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES

O Modelo Lote Económico (EOQ – Economic Order Quantity);


Como os itens do grupo A e B exigem elevado investimento, existe necessidade
de aplicar um metodo melhor de administração de estoque, do que o sistema
ABC.
O método EOQ determina a quantidade optima exigida de itens estocados. O
modelo considera diversos custos associados a estoques para depois determinar o
tamanho de pedido que minimiza o total destes custos.
Esta técnica pressupõe que os custos relevantes de estoque podem ser dividos em
custos de pedido, e custos de carregamento. (O modelo exclui os custos de
aquisição do próprio estoque).

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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES

O Modelo Lote Económico (EOQ – Economic Order Quantity);


Os custos de pedido incluem as despesas administrativas de emissão e
recebimento de pedidos; o custo de preencher uma ordem de compras, de processar
a papelada resultante e de receber uma encomenta e conferi-la, comparando-a com a
factura. Estes custos são avaliados em dolares por pedido.
Estes custos diminuem com o aumento do tamanho do pedido.
Os custos de carregamento são as despesas variáveis por unidade para manter
um item em estoque por certo período. Incluem os custos de armazenagem, seguro,
deterioração e obsolescência, assim como outros custos de oportunidade, ou
financiamento dos fundos aplicados em estoques. São avaliados em dolar por
unidade por período.
Estes custos aumentam com o aumento do tamanho de pedido.
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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES

O Modelo Lote Económico (EOQ – Economic Order Quantity);


O modelo EOQ analisa a compensação entre custos de pedido e custos de
carregamento, para determinar a quantidade a ser pedida que minimiza o custo
total de estoques.

Modelo Matemático do EOQ, onde:


S - Consumo em unidades por período;
O – Custo de pedido, por pedido;
C - Custo de carregamento por unidade por período;
Q - Número de unidades por pedido.
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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES

O Modelo Lote Económico (EOQ – Economic Order Quantity):


Primeiro construir as funções de custo de pedido e de custo de carregamento.
O custo do pedido = custo por pedido (O) * número de pedidos (consumo
durante o período (S) / pela quantidade pedida (Q))

O Custo de Carregamento = custo de carregar uma unidade de estoque por


periodo (C) * Estoque médio da empresa (quantidade pedida (Q) / 2)

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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES

O Modelo Lote Económico (EOQ – Economic Order Quantity):


O custo Total de Estoque da empresa = Custo de pedido + Custo de
Carregamento.

Como o lote económico é definido como a quantidade pedida que minimiza a


função de custo total, deve-se resolver essa função para encontrar o lote
económico;

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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES

Ex: A MAX tem um item que pertence ao grupo A em seus estoques que é vital
para o processo de produção. Esse item custo 1 500, e a empresa utiliza 1 100
unidades (S) por ano. Ela deseja determinar sua estrategia optima de pedido para
esse item. Para calcular o lote economica, necessita-se de alguns dados:
Custo de pedido por pedido (O) = 150
Custo de carrengamento por unidade (C) = 200

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TÉCNICAS COMUNS DE GESTÃO DE ESTOQUES

Sistema Just-in-Time (JIT);


Sistema de Planejamento de Necessidade de Materiais (MPR)

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