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GESTÃO DE FLUXO DE CAIXA PROJETADO: UM ESTUDO DE CASO NA
EMPRESA ALFA LOCALIZADA EM RECIFE PE
RESUMO
O presente trabalho se baseia em um estudo de viabilidade na implantação de um
fluxo de caixa projetado e propõe sua aplicação como uma ferramenta de gestão e
controle na empresa Alfa, do ramo de instalação e manutenção de grupos
geradores, localizada na região metropolitana do Recife PE. A coleta de dados foi
realizada através de observação e pesquisa documental referente ao período de
janeiro a junho de 2014, cujos dados serviram de apoio para a projeção do fluxo de
caixa visando crescimento de mercado no período de julho a dezembro de 2014. Os
resultados obtidos comprovam que o uso desta ferramenta de gestão facilita o
controle e visualização gráfica dos ingressos e desembolsos de caixa permitindo
concluir que a empresa Alfa não sofrerá escassez de disponibilidades tendo em vista
que é esperado superávit de caixa para segundo semestre de 2014 mesmo
apresentando pendências tributárias.
Palavras-Chave: Fluxo de caixa projetado, Ingressos e desembolsos, controle
financeiro
1 INTRODUÇÃO
planeje e controle seu fluxo de caixa de maneira sistemática, a fim de evitar o
descasamento desfavorável entre as entradas e saídas operacionais de caixa por
longo período. Esses fatos podem implicar em descrédito com o meio interno e
externo, pois a empresa necessita aplicar os instrumentos necessários que norteiam
as finanças para não colocar sua continuidade em risco.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Administração financeira
direcionamento de recursos financeiros, como por exemplo, na aquisição de ativos
imobilizados sem deixar qualquer reserva para contratação de pessoas. A autora
ainda acrescenta que, o capital de giro não se refere apenas para recursos de caixa
e banco, mas para todos os elementos do ativo circulante. Caso a empresa não
possua capital de giro para movimentar o ciclo operacional, econômico e financeiro,
a mesma corre sérios riscos de descontinuidade.
Para Groppelli e Nikbakht (1999), “As vantagens são os aumentos nas vendas e nos
lucros. As desvantagens estão refletidas na maior probabilidade de mais contas
incobráveis e no custo de financiamento adicional de contas a receber”. Para o
autor, o volume que o contas a receber terá será conjugado conforme as políticas de
crédito da empresa. Pois, caso essas políticas sejam altamente estreitas, poucos
clientes serão qualificados pelo crédito, e consequentemente as vendas serão
reduzidas e as contas a receber certamente diminuirão.
De acordo com Gitman, (2002), as contas a pagar são consideradas uma fonte
espontânea de financiamentos de negócios de curto prazo. Ainda o autor afirma
sobre o assunto que, “[...] são passivos resultados de serviços, cujo pagamento não
foi feito ainda. Os itens mais comuns acumulados por uma empresa são os salários
e os impostos”. Entretanto, não se podem manipular os acúmulos de impostos por
serem pagos ao governo, e isso acarretaria em sérios problemas fiscais. Porém,
com relação aos acúmulos de salários em casos onde os pagamentos são semanais
ou quinzenais, existe a possibilidade de barganha junto aos funcionários. Dessa
forma, dependendo dos montantes da folha de pagamento, a empresa poderia se
beneficiar com rendimentos de fundos de investimento fazendo com que haja
ganhos significativos e consequentemente aumentando as disponibilidades de caixa.
Fluxos de caixa
De acordo com Roza e Quintana apud Zdanowicz (2004), o fluxo de caixa também
pode ser conhecido pela expressão “cash flow”, que diz respeito a um planejamento
do fluxo de ingressos e desembolsos que ocorrem no caixa, em um certo período de
tempo, onde geralmente é de curto prazo. O mesmo é o instrumento mais
importante para o administrador financeiro, pois será com estes dados que o
profissional irá analisar informações que proporcionarão uma visão ampla do
empreendimento, transmitindo assim, esses dados com os diretores, na empresa,
objetivando o planejamento desde o operacional ao estratégico.
V.1 / N.2 /2014
REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS UNIVERSO RECIFE
Segundo Silva (2006) apud Satiro (2010), o fluxo de caixa é realizado por meio de
planilhas eletrônicas, podendo, assim, o administrador financeiro ter uma simples
dimensão do negócio. Desta maneira, o fluxo de caixa é um dos principais
instrumentos da administração financeira, pois provê às empresas o controle e
planejamento do numerário que dispõem. Isto significa que, administrar recursos
financeiros não depende grande dispêndio de capital. Os softwares mais populares
do mercado proporcionam recursos suficientemente eficazes que gerarão valiosos
resultados, ou seja, informações que viabilizarão a reflexão de estratégias que visem
ganhos de mercado.
Estas operações tratam de fatos corriqueiros que ocorrem nas empresas gerando
assim, fluxo de movimentações operacionais de caixa. Para Padoveze (2011), o
fluxo de caixa operacional é o direcionamento para os ganhos de lucro almejados
pela empresa. Este fluxo tem uma ideia básica que pode ser arremetido a comprar,
produzir, vender e receber. Desta forma, retornando ao mesmo processo gerando
um conceito de um movimento circular, contínuo que trará lucros sucessivos e sem
interrupção.
Realizar projeções financeiras não é uma tarefa das mais fáceis devido ao
dinamismo dos mercados que refletem direta e indiretamente nos resultados.
Planejamentos equivocados levam a tomadas de decisões equivocadas. No
entendimento de Gitman (2002):
Projetar os “excedentes de caixa” e as “deficiências de caixa” merece bastante
critério nas estratégias apropriadas para se chegar a uma determinada linha de
raciocínio que permita decidir a maneira ideal para direcionar os rumos da empresa
no seu âmbito financeiro. O orçamento, conforme afirma Padoveze (2011), versa de
um instrumento que serve para controlar o processo operacional da empresa como
um todo, pelo fato de entrelaçar todos os departamentos da empresa. Ou seja,
orçar, quer dizer: levantar todos os dados de um sistema de informação contábil
atual, e alocar dados que são previstos para os períodos subseqüentes como uma
forma de repetição dos relatórios de hoje, porém com dados já previstos.
Outro aspecto importante que vale ser frisado, segundo de Gitman (2002), “o
número de cada mês é baseado nas exigências internamente impostas por um saldo
de caixa mínimo e representa o saldo total ao final do mês”. O saldo de caixa
mínimo é de total relevância para a projeção de um fluxo de caixa, pois nele deve
ser levado em conta despesas fixas que exigem capital mínimo necessário para
“cobrir” estes gastos operacionais imprescindível para o funcionamento da empresa.
Os dados utilizados para dar suporte a esta pesquisa foram coletados junto ao
responsável pela área financeira da empresa, compreendendo notas fiscais de
entrada e saída, pagamentos a prazo, financiamentos e empréstimos, ocorridos
dentro do período de abrangência deste estudo (jan a jun/2014), segmentados por
atividades operacionais, investimentos e financiamentos. Na sequência, foi realizada
prospecção financeira, com lastro nas teorias relacionadas ao fluxo de caixa
apresentadas no referencial teórico, para o período de julho a dezembro de 2014.
de conquista de mercado de aproximadamente 25% para os próximos seis meses.
Portanto, espera-se que entrem nos saldos de caixa cerca de R$ 20.000,00 mensais
concernentes aos investimentos que serão realizados através de novos contratos
advindos de licitações.
os clientes optaram por realizar o pagamento após trinta dias. Entretanto, para
execução de serviços que exigem gastos expressivos com materiais, pede-se 40%
inicialmente, e o restante pode é parcelado dependendo do tamanho do serviço.
que se apresentam sem muita periodicidade por serem comprados em médias
quantidades. Constata-se também que o boca a boca é a única forma de publicidade
existente. A empresa não investe praticamente em nenhum tipo publicidade.
Como pode ser visto no quadro 6, que demonstra o grupo das despesas tributárias,
a empresa não tem honrado com estas obrigações mensais. As parcelas de
pagamento do imposto, Simples Nacional (SN), varia em proporção direta ao
faturamento mensal, em razão de sua alíquota de 11,40% incidir sobre o
faturamento, cuja faixa atual da Alfa se posiciona no intervalo de R$ 720.000,01 a
R$ 900.000,00. No mesmo grupo, vê-se que a empresa já apresenta débitos com o
SN, porquanto foi realizado o parcelamento do mesmo junto à Receita Federal, e
ainda assim, A dívida acumulada, segundo o gestor financeiro, é de R$ 264.345,23.
4.1 Síntese operacional, projetada e apoiada em mapas auxiliares
Quadro 7: Mapa auxiliar de entradas de caixa à vista e a prazo referente ao período de 2014.1
17.787
Como pode ser observado no quadro 7, houve certa variação nas entradas de
caixa nos meses de janeiro a junho de 2014 como, por exemplo, o mês de fevereiro
está previsto o recebimento de R$ 110.017,00, enquanto no mês de março e junho,
respectivamente, R$ 40.651,00 e R$ 48.976,00.
De acordo com o sócio-diretor da empresa Alfa, vê-se que a empresa concede aos
clientes geralmente, trinta dias para o pagamento de seus serviços, com exceção de
algumas ordens de serviço onde será exigido um valor relativamente alto para sua
execução, é proposto ao cliente que seja pago 40% à vista, e o restante,
dependendo do fechamento da negociação, pode ser dividido em até duas vezes no
boleto bancário.
Quadro 8: Mapa auxiliar de saídas de caixa à vista e a prazo referente ao período de 2014.1
Compras/Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Total das
compras 19.740 26.774 25.479 37.454 35.741 32.179
10.710 10.710
Fluxo das 10.192 10.192
compras a prazo
14.982 14.982
14.296
Total do Fluxo
das compras a
prazo 9.841 7.896 18.606 20.901 25.173 29.278
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados fornecidos pela empresa.
Se tratando das saídas de caixa à vista, que representa 20% do total das saídas,
aponta-se, que no mês de março, houve a menor quantia para pagamento, no valor
de R$ 1.350,00. Porém, o mês de maior desembolso de caixa a vista R$ 8.684,00.
Vale também ressaltar que, o mês de maior desembolso de caixa a prazo será
outubro, com R$ 20.851,00 e em contrapartida, o mês com menor desembolso de
caixa será fevereiro, com R$ 6.630,00.
conquista de mercado mensal próximo a 25%, onde esse percentual se refere a um
ingresso de caixa excedente de R$ 120.000,00 para o segundo semestre, devendo-
se, considerar o faturamento total aproximado de R$ 600.000,00 para o segundo
semestre. Estes dados foram predefinidos através de entrevista, e se tratam de
dados que serão tidos como metas para o semestre.
Vale destacar também que, a empresa não tem honrado com o Simples Nacional
mensalmente, por meio disto, fez-se necessário a realização de um novo
parcelamento consolidado desta dívida, junto a Receita Federal, no período de
sessenta meses no valor R$ 4.783 incluindo juros e multa.
Considerando as variáveis das receitas de vendas recebidas, atém das despesas
fixas pagas e o caixa líquido gerado pelas operações, permite-se fazer uma breve
comparação entre o primeiro e o segundo semestre.
A partir dos dados coletados, pode-se encontrar a relação entre o caixa líquido
gerado pelas operações e as despesas fixas pagas. Logo, teremos os índices
abaixo:
O gráfico do caixa Líquido gerado em relação às despesas fixas pagas nos permite
observar um crescimento projetado de 51% de geração de caixa do primeiro para o
segundo semestre, em relação a cada real de despesas fixas desembolsado.
É possível, em seguida, encontrar a relação entre as receitas de vendas recebidas e
as despesas fixas pagas. Portanto, teremos:
1º Semestre : 430.235/332.715 = R$ 1,29
2º Semestre : 607.200/366.740 = R$ 1,66
V.1 / N.2 /2014
REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS UNIVERSO RECIFE
O gráfico do caixa líquido gerado em relação às entradas das vendas nos permite
observar a projeção de 19% de crescimento das entradas líquidas de caixa, em
relação à cada real recebido, do segundo semestre em relação ao primeiro.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste sentido, os objetivos específicos também foram alcançados, visto que, foi
constatado que a empresa Alfa não possui descasamentos operacionais
apresentando conformidade em seus lançamentos de despesas, apesar de
apresentar certa desorganização impossibilitando uma análise esmiuçada das
contas e posteriormente foi realizada a elaboração e análise do relatório de fluxo de
caixa projetado para o segundo semestre. A empresa precisa dar relevância às
pendências tributárias como forma de permanecer no regime de tributação Simples
Nacional, que é mais simplificado e menos oneroso para a empresa. Importante
destacar, que através do fluxo de caixa projetado, foi definido que a empresa teria a
possibilidade de crescimento de 25% para o segundo semestre projetando assim, os
ingressos, desembolsos e empréstimos. Desta forma, agindo de maneira planejada,
combateu-se a possibilidade da empresa passar por escassez de disponibilidades.
REFERÊNCIAS