Você está na página 1de 27

FACULDADE ARNALDO JANSSEN

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE E DA DEMONSTRAÇÃO DOS


FLUXOS DO CAIXA

Cláudio Márcio da Silva 1


Rachel Ferreira Sette Bicalho 2

RESUMO

O presente artigo pretende, através de um levantamento bibliográfico da literatura


existente, discorrer sobre a importância do controle dos fluxos do caixa para se
planejar financeiramente e como ferramenta de gestão de tomada de decisões.
Inicia-se com uma breve conceituação do termo fluxo de caixa, suas peculiaridades,
tipos existentes, suas classificações e formas de elaboração. Depois define-se que é
demonstração de fluxo de caixa, como planejar e elaborar a demonstração dos fluxos
de caixa, formas de apresentação, método direto e método indireto. Por fim faz-se
uma análise através das rubricas que demonstram onde o dinheiro está aplicado.

Palavras-chave: Fluxo de caixa, Planejamento financeiro, gestão

ABSTRACT

This article intends, through a bibliographic survey of the existing literature, to discuss
the importance of controlling cash flows to plan financially and as a decision-making
management tool.
It begins with a brief conceptualization of the term cash flow, its peculiarities, existing
types, classifications and forms of elaboration. Then it is defined which is cash flow
statement, how to plan and prepare the cash flow statement, forms of presentation,
direct method and indirect method. Finally, an analysis is made through the headings
that demonstrate where the money is applied.

Keywords: Cash Flow, Financial Planning, Business Management

1
Graduando em Ciências Contábeis na Faculdade Arnaldo, 2º 2022. E-mail: claudiobdmg@yahoo.com.br
2
Professora Orientadora: Professora dos cursos de graduação, pós-graduação e MBA em administração, Gestão
de Pessoas e Educação. Mestre em Administração, pós-graduada em Psicologia de Aprendizagem e
desenvolvimento. E-mail: rachel.bicalho@fead.br
2

INTRODUÇÃO

No atual mundo globalizado, não há espaço para empresas que não procurarem
acompanhar a evolução, tanto tecnológica quanto gerencial, ou seja, as firmas devem
procurar se modernizar; isso serve tanto para as grandes empresas, quanto para as
pequenas. E uma questão de sobrevivência para empresas é saber quanto devem e
quando pagará; quanto e quando receberá. E uma ferramenta indispensável para
gerenciar e acompanhar o movimento do dinheiro dentro das empresas chama-se
fluxo de caixa, este instrumento mostrará ao gestor financeiro; se a empresa está
precisando de financiamento, seja para capital de giro, ou para investir em bens de
capital, imobilizado; ou se a empresa está com sobras de caixa e estas deverão ser
aplicadas no melhor prazo, melhor rentabilidade, e o próprio fluxo de caixa indicará
por quanto tempo a sobra de caixa poderá ficar aplicada, uma vez que a empresa
precisará desse dinheiro, ou parte dele, em uma data futura; há empresas com tanto
dinheiro “sobrando” que o investimento é uma parte do negócio. Portanto, o fluxo de
caixa nas empresas será para fins gerenciais.
Por conseguinte, este trabalho tratará da importância do fluxo de caixa para tomada
de decisões nas empresas. E para amparar o gestor financeiro na tomada de
decisões, a contabilidade fornecerá as informações atuais e com qualidade para
alimentação do fluxo de caixa, para que este esteja sempre atualizado e qualificado.
A função do fluxo de caixa é identificar as entradas e saídas de moeda corrente, bem
como a visão antecipada do que pode ocorrer no caixa em determinado período de
tempo.
Constantemente as empresas deparam-se com situações financeiras desagradáveis.
Algumas com um déficit de caixa, outras com excesso de recursos. Tal fato ocorre,
muitas vezes, por que os gestores não utilizam ferramentas adequadas para os
auxiliarem na tomada de decisão. Por isso este trabalho é sobre a importância da
ferramenta fluxo de caixa para tomada de decisões nas empresas.
Para tentar responder essa pergunta o estudo tem como objetivo geral demonstrar a
utilização do fluxo de caixa como uma ferramenta essencial na gestão financeira;
através de referenciais teóricos.
Para uma empresa ter saúde financeira é fundamental que seu fluxo de caixa
apresente liquidez, mesmo diante de uma conjuntura econômica em inflação ou
3

recessão, pois só assim a empresa conseguirá honrar com suas obrigações


financeiras e dar continuidade em seus processos produtivos. Diante disso, a escolha
do tema deu-se a partir da necessidade que as empresas possuem em obterem
informações reais do caixa diferente das demais demonstrações contábeis que são
elaboradas com base no Princípio da Competência auxiliando na tomada de decisões.
O fluxo de caixa é uma ferramenta capaz de planejar, controlar e analisar as entradas
e saídas auxiliando na tomada de decisão e fazendo com que a empresa sobreviva
no mercado. Ao utilizar o fluxo de caixa as empresas podem identificar a capacidade
de gerar fluxos positivos e a partir disso obter alternativas de investimentos, ou ainda
verificar os motivos que levaram a um resultado negativo e qual ponto deve ser
mudado para reverter a situação.
O fluxo de caixa é uma ferramenta fundamental, pois envolve todos os setores da
empresa com o objetivo de maximizar a produtividade, as receitas e, ainda controlar
os prazos de pagamentos, planejar compras e demais negociações, entre outros
benefícios. O interessante desta ferramenta é a facilidade de compreensão além de
poder ser aplicada em todas as empresas independentemente do tamanho.
Sendo o fluxo de caixa uma ferramenta de gestão financeira capaz de demonstrar a
solvência da empresa, além de projetar suas receitas e despesas, o estudo pressupõe
que as empresas que o utilizarem terão um controle financeiro eficiente. Acredita-se
que a análise do fluxo de caixa pode dizer se a empresa fechará suas portas ou se
manterá no mercado.
Para que os gestores financeiros das empresas possam projetar o futuro, eles
precisam verificar sua situação atual, e são as informações geradas pela gestão
financeira auxiliaram neste processo decisório. Para este processo de gestão, o
planejamento e o controle do fluxo de caixa é de suma importância, uma vez que
identifica os recursos disponíveis para aplicações. Portanto a Demonstração do fluxo
de caixa, juntamente com as demais demonstrações, auxiliará na análise financeira,
avaliação da liquidez, solvência, e se a empresa terá capacidade de se adaptar às
novas situações de mercado. Trata-se de um trabalho que tem como premissa o
estudo e a importância do fluxo de caixa que é identificar as entradas e saídas de
moeda corrente, bem como a visão antecipada do que pode ocorrer no caixa em
determinado período de tempo. Este trabalho justifica-se por demonstrar que o
planejamento e o controle do fluxo de caixa é uma ferramenta no de suma importância
4

processo decisório para que se saiba onde melhor os recursos financeiros serão
alocados.

1. FLUXO DE CAIXA

Zdanowicz (1986, p. 35) explica que é uma decisão de planejamento e controle


financeiros, o fluxo de caixa representa o movimento de numerário diário da empresa,
em função dos ingressos e dos desembolsos de caixa. Deve-se ratificar que o ativo
disponível é um dos principais subgrupos do Balanço Patrimonial, pois relaciona o
montante de recursos necessários pela empresa, em determinado período.
Quando uma empresa pretende honrar uma obrigação com terceiros, ela precisa
saber, se na data do vencimento terá o dinheiro disponível para saldar o compromisso.
Nestes termos, o centro de interesse estará voltado para o ativo disponível, ou seja,
os saldos de caixa, bancos e aplicações no mercado aberto.
Assim, a projeção do fluxo de caixa depende de vários fatores como o tipo de atividade
econômica, o porte da empresa, o processo de produção e/ou comercialização se é
contínuo ou não, etc. Deve-se considerar, também, as fontes de caixa que podem ser
internas e/ou externas. Os ingressos decorrentes de fontes de caixa que podem ser
originadas por vendas à vista, cobrança das vendas a prazo, vendas de itens do ativo
permanente, enquanto as fontes externas são identificadas como provenientes de
fornecedores, instituições financeiras e governo.
Acresce-se, ainda, que os ingressos de caixa ocorrem a intervalos regulares, embora
algumas empresas podem receber maior parte dos recursos provenientes de sua
atividade econômica, no início de cada mês ou em determinado período do ano,
quando se tratar de vendas sazonais por questão de moda, safra ou estação.
Entretanto, determinadas empresas, como as de construção civil ou naval, podem
receber suas receitas em intervalos bem maiores, em consequência de contratos
firmados e a duração do empreendimento.
Independentemente do modo e do período de recebimento, a expectativa das
empresas é que uma parcela deste retorno ao caixa, proveniente das vendas, deve
representar lucros. Enquanto esses lucros não forem distribuídos aos proprietários,
constituem uma forma de redução de financiamentos externos, pois ao invés de
retirarem os lucros e posteriormente reinvesti-los na empresa, os acionistas apenas
5

fizeram que estes aqueles lá permanecessem. (ZDANOWICZ, 1986). Por


conseguinte, Sá (2006, p.11) ensina que o

O fluxo de caixa é o método de captura e registro dos fatos e valores que


provoquem alterações no saldo de caixa e sua apresentação em relatórios
estruturados, de forma a permitir sua compreensão e análise.
Para os efeitos dessa definição, a expressão “caixa” significa “moeda” e todos
os valores que possam ser prontamente convertidos em moeda, tais como
depósitos bancários, cheques que possam ser depositados irrestrita e
imediatamente, e aplicação de curtíssimo prazo.

Silva (2006, p.11) é o principal instrumento da gestão financeira que planeja, controla
e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinado
período projetado.
Pode-se também dizer que consiste numa representação gráfica (planilha) e
cronológica de entradas (ingressos) e saídas (desembolsos) de recursos monetários,
o que permite às empresas executar suas programações financeiras e operacionais,
projetadas para certo período de tempo.
É possível, a partir da elaboração do fluxo de caixa, verificar e planejar eventuais
excedentes e escassez de caixa, o que provocará medidas que venham sanar tais
situações.
É importante ressaltar que o caixa é o centro dos resultados, para tomada de decisões
financeiras, e representa a “disponibilidade imediata”, ou seja, é diferente do
“resultado econômico contábil”.
O caixa de uma empresa gera lucro quando há disponibilidade de recursos para
aplicação, que consequentemente receberá juros. Do mesmo modo, se não houver
caixa, isso impactará no resultado, porque a empresa utilizará recursos de terceiros,
pagando juros pela captação, para fazer frente aos compromissos assumidos, o que
tornará o resultado menor. O resultado econômico, isto é, o lucro de uma empresa,
pode ser diferente do resultado financeiro, que á a geração de caixa. O que se quer
dizer é que existe diferença entre lucro e caixa; mesmo que o caixa tenha liquidez,
não significa que se tenha lucro no decorrer do tempo.
Conforme Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 186), o fluxo de caixa tem o objetivo de
demonstrar a origem e a aplicação de todo dinheiro que transitou pelo caixa em um
determinado período e o resultado desse fluxo. O caixa considerado engloba as
contas Caixa e Bancos.
6

É a através do fluxo de caixa que se verifica as mudanças ocorridas na área financeira


da empresa durante um intervalo de tempo (GREGO, GÄRTNER E AREND, 2009).
Silva (2006, p. 12) explica que alguns aspectos podem gerar diferenças entre o lucro
e o fluxo de caixa, a não pontualidade das receitas e o não-reconhecimento como
perda geram diferenças que podem ser tanto temporárias com permanentes. Mesmo
quando se recebem os atrasos com juros, tais valores ajustados podem gerar
diferenças, caso a taxa de juros cobrada pelos atrasos seja diferente do custo de
oportunidade da empresa. A depreciação e a amortização de valores, devidamente
corrigidos, ocasionam o reconhecimento contábil no lucro, entretanto não representam
saída de caixa; constituem, porém, o critério de atribuir parcelas ao resultado ao longo
da vida útil do ativo. Dessa forma, afetam o cálculo de impostos, os quais refletiram
no fluxo de caixa da empresa. O capital de giro também sofre impacto, pois os tempos
de recebimentos e pagamentos são diferentes. Outro fator ligado ao capital de giro
são os estoques, que também geram diferenças. Quaisquer tipos de provisões afetam
a demonstração de resultados, porém não afetam o fluxo de caixa. A provisão de longo
prazo pode impactar o caixa em casos de contingências e disputas e disputas judiciais,
por exemplo; e também pode impactar em curto prazo, como os casos de encargos
provisionados ao final do mês, para serem pagos no início do período seguinte.
Receitas geradas, mas não recebidas, como são os casos de investimento no
mercado financeiro, em que são reconhecidos os juros, porém só serão recebidos no
final do período de investimento. Dessa forma Zdanowicz (1986, p. 44) define que

O administrador financeiro deve pôr em funcionamento as


disponibilidades do caixa de forma mais racional e lucrativa, por
exemplo, o pagamento de títulos dentro do período de desconto
concedido pelo fornecedor, quando este for atrativo e de interesse da
empresa. Mesmo que não houvesse outro interesse pela empresa, isto,
por si só, justificará o planejamento e o controle eficiente do fluxo de
caixa. Para que o fluxo de caixa apresente eficiência durante a sua
execução deverá considerar as funções de planejamento e de controle
de todas as atividades operacionais da empresa para o período que
está sendo projetado.

2. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DO CAIXA

É uma demonstração contábil cuja finalidade é evidenciar as transações ocorridas em


determinado período e que provocaram modificações no saldo da conta Caixa
(RIBEIRO, 2005). A DFC tem a função de demonstrar a origem e a aplicação de todo
7

dinheiro que transitou pelo caixa em determinado período e o resultado de fluxo. O


caixa considerado engloba as contas Caixa e Bancos. A análise conjunta da DFC e
da Demonstração do Resultado pode esclarecer situações, situações controvertidas
sobre o porquê de a empresa ter um lucro considerável e estar com o Caixa baixo,
não conseguindo liquidar todos os seus compromissos (IUDÍCIBUS, MARION E
FARIA, 2009).
Para Matarazzo (2010, p. 234), a demonstração do Fluxo de caixa permite que o
administrador, avalie alternativas de investimentos, analise e controle ao longo do
tempo as decisões importantes, certifique-se das situações presente e futura do caixa
da empresa, posicionando-a para que não chegue a situações de liquidez e, tenha
certeza que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados.
A partir dessas reflexões, com o total entendimento do fluxo de caixa de uma empresa,
há que se tomar a melhor decisão de onde investir o dinheiro do caixa.
Silva (2006, p. 13) os fatores que afetam o fluxo de caixa podem ser internos e/ou
externos, o que diferenças acentuadas entre o previsto o realizado, comprometendo
a eficácia do sistema, bem como a sua liquidez.

Os fatores internos são:

Aumento no prazo de vendas concedido como uma maneira de aumentar a


competitividade ou a participação no mercado;
Compras que não estão em linha com as projeções de vendas;
Diferenças representativas nos prazos médios de recebimento e pagamento;
Ciclos de produção muito longos que não estão em consonância com o prazo médio
dado pelos fornecedores;
Política salarial incompatível com as receitas e demais despesas operacionais;
Pequena ocupação do ativo fixo;
Distribuição de lucros incompatível com a capacidade de geração de caixa; e
Custos financeiros altos originários do nível de endividamento.

Os fatores externos são:

Diminuição das vendas em decorrência de retração do mercado;


Novos concorrentes;
8

Mudanças na alíquota de impostos; e


Aumento do nível de inadimplência.

Os problemas de insolvência ou iliquidez na maioria das vezes ocorrem pela ausência


de um administrador para gerir o fluxo de caixa, por isso o foco principal é mostrar a
tamanha importância que uma boa análise desse fluxo pode gerar. (MATARAZZO,
2010).
Manter um controle financeiro é essencial para a sobrevivência da empresa, bem
como a sua evolução e permanência no mercado. O fluxo de caixa surge como uma
ferramenta peculiar, pois possibilita ao administrador planejar, controlar e analisar as
receitas, despesas e investimentos em determinado período de tempo. (SILVA, 2006).

3. PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

(Silva 2006, p. 61) o orçamento de caixa faz parte do Orçamento geral de uma
empresa, que planeja as operações por períodos curtos de seis meses a um ano,
podendo ser de períodos menores. Nesse caso, ele é conhecido com previsão de
caixa ou projeção de fluxo de caixa.
Normalmente, o fluxo de caixa não é uniforme durante o mês, pois apresenta períodos
sazonais. Então, a projeção deve ser demonstrada diariamente para períodos
próximos. Quanto mais distante estiver o período de projeção, maior será o período
de incerteza a ele ligado, portanto, não tem sentido apresentar o fluxo de caixa dia a
dia para períodos mais distantes.
O fluxo de caixa deve ser projetado dia a dia para os primeiros 30 dias; para o segundo
e o terceiro mês, pode ser apresentado por semana ou quinzena; e do quarto ao sexto
mês pode ser apresentado por mês.
As projeções do fluxo de caixa devem ser atualizadas com base em fluxo efetivo,
fazendo os ajustes nas premissas e condições do mercado, para chegar o mais perto
possível do resultado financeiro efetivo. Na elaboração, uma análise é necessária
sobre a qualidade da informação antes do lançamento no fluxo de caixa.
A demonstração dos fluxos de Caixa, além de ser um importante documento contábil,
pode contribuir de forma expressiva para a gestão financeira, pois grande parte dos
fatos que ocorrem nas empresas envolve a movimentação de recursos financeiros.
9

Por isso, a gestão financeira acaba tornando-se um elemento indispensável no


processo de gestão das empresas. (QUINTANA, 2012)
Quintana (2021, p. 15). Assim, à medida que a empresa cresce, existe a possibilidade
de criação de um setor financeiro separado da contabilidade, mas a ligação entre as
informações dessas áreas pode manter-se frequente por meio da gestão do fluxo de
caixa.
Silva (2006, p. 62) O método de elaboração do fluxo de caixa mais usado é o método
direto, e suas características são:
É construído a partir das informações de despesas, investimentos e receitas de caixa
projetados e já conhecidos;
São utilizados frequentemente mapas auxiliares para resumir e detalhar as
informações recebidas das diversas áreas da empresa.

As informações preliminares para a elaboração do fluxo de caixa devem ser enviadas


ao administrador financeiro, e normalmente originam dos seguintes departamentos:
vendas; compras; recursos humanos; administração; estoque; cobrança, entre outros.
É fundamental que os responsáveis pelos departamentos estejam conscientes da
seriedade e da confiabilidade dos dados que estão sendo transmitidos.
Para a elaboração do fluxo de caixa do fluxo de caixa, faz-se necessário considerar
possíveis oscilações, que irão implicar ajustes dos valores projetados; assim, mantém-
se a flexibilidade desse importante instrumento de trabalho.
A empresa não deve medir esforços na implantação e implementação desse
importante instrumento de gestão financeira, que sem dúvida ajudará a alcançar os
objetivos e as metas propostos.
Para a empresa obter resultados positivos por meio do fluxo de caixa, é preciso que o
administrador financeiro atente para alguns aspectos, tais como:
Assegurar ao caixa, dentro do possível, um nível razoável, para formação de reservas
da empresa;
Alcançar maior liquidez nas aplicações financeiras do disponível de caixa, entretanto,
sem comprometer o mínimo que se deve ter em caixa, a título de segurança,
necessário para atender às atividades operacionais;
Procurar a maximização do lucro, considerando certos padrões de segurança já
previamente estabelecidos.
10

Sá (2006, p. 13) afirma que o fluxo de caixa realizado é o produto final da integração
das entradas e das saídas de caixa havidas em um determinado período. Quando o
relatório de fluxo de caixa apresenta apenas as contas, é chamado de “relatório no 1
nível”. Quando, além das contas, apresenta também as subcontas, é chamado de
“relatório no 2 nível”. O Planejamento financeiro é um conjunto de operações
financeiras – que podem ser empréstimos, aplicações financeiras ou resgates de
aplicações financeiras – realizadas para atingir um determinado objetivo. Quanto
melhores os resultados obtidos, melhor terá sido o planejamento financeiro.
Fluxo de caixa projetado é o produto final da integração das entradas e das saídas de
caixa que se imagina que ocorrerão no período projetado (SÁ, 2006).
Para que haja efetiva implantação, é preciso atender a alguns
requisitos como: apoio da direção da empresa, integração dos diversos
departamentos da empresa ao sistema de fluxo de caixa, definição do
fluxo de informações, qualidade dos dados, planilhas e mapas a serem
utilizados, calendários de entrega de dados, responsáveis pela
elaboração de várias projeções; escolha da planilha de fluxo de caixa
que atenda às necessidades da empresas, treinamento da pessoa ou
do pessoal que vai implantar o sistema de fluxo de caixa na empresa.
Conscientização dos responsáveis pelos departamentos para alcançar
os objetivos e as metas estabelecidos no fluxo de caixa. Criar controles
financeiros adequados, principalmente de movimentação bancária.
(SILVA, 2006, p. 63)

Sá (2006, p. 15) afirma que a contabilidade sempre conta uma história que já
aconteceu, ou seja, só olha para trás. A contabilidade não tem facilidade de olhar para
o futuro e, quando o faz (como acontece por ocasião do orçamento), não o faz
projetando os resultados dia a dia. Ora, o fato de a contabilidade não projetar
resultados dia a dia faz com que ela seja um instrumento absolutamente inadequado
para fazer o planejamento financeiro. Já o fluxo de caixa tanto olha para trás como
olha para frente.
Finalmente, quem quebra uma empresa não é a falta de lucro, e, sim, a falta de caixa.
(SÁ, 2006).
Silva (2006, p. 80) explica que o fluxo demonstra todas as entradas e saídas de
determinado período e apontará excedente ou escassez de recursos financeiros para
a formação do saldo final de caixa.
11
12

Fonte: QUINTANA, 2012, p. 21

Quintana (2021, p. 19) a objetividade e a eficácia do controle do fluxo de caixa tendem a


beneficiar a empresa em suas atividades operacionais. O controle pode ser feito por meio
de planilhas, conforme o modelo que se segue:
O Controle do fluxo de caixa ocorre a partir da comparação entre o valor projetado e o
realizado, o principal objetivo da empresa, ao elaborar o fluxo de caixa, é identificar os
motivos das variações entre o que foi projetado e o efetivamente realizado, para que assim
exista uma contribuição efetiva para o processo de gestão financeira.
Nesse caminho é que a Demonstração dos fluxos de caixa aparece como instrumento
importante para o controle, pois, além de servir com uma demonstração contábil, pode ser
utilizado como um instrumento de gestão, em decorrência de gerar o efetivamente
realizado, em termos de fluxo de caixa em um determinado período.

4. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Com a nova lei atual, a DFC deve demonstrar claramente, no mínimo, os três fluxos
financeiros: operacionais, investimentos e financiamentos.
Greco, Gärtner e Arend (2009, p. 130) classificam abaixo a lista de denominações utilizadas
na DFC:
Caixa: é o numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis;
Equivalentes de caixa: são as aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que
são prontamente conversíveis em caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de
mudança de valor;
Fluxos de caixa: são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa;
13

Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita da entidade e


outras atividades diferentes das de investimento e de financiamentos;
Atividades de investimento: são referentes à aquisição e venda de ativos de longo prazo e
investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa;
Atividades de financiamento: são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e, na
composição do capital próprio e endividamento da entidade.

Fluxos Financeiros Operacionais: são os registros na Demonstração de Resultado do


Exercício (DRE) através das suas transações (NETO, 2010)
Ribeiro (2005) afirma que possui dois métodos no qual podem ser utilizados para
elaboração da DFC, que são: Método Direto e Método Indireto.
Neto (2010, p. 84) conclui que dentro do fluxo financeiro operacional há dois métodos para
sua avaliação:
Entrada de Caixa: recebimentos de vendas realizadas a vista e, de títulos
Representativos de vendas a prazo; recebimento de receitas financeiras
provenientes de aplicações no mercado financeiro, dividendos de participações acionárias
em outras empresas, outros recebimentos como indenizações de seguros, sentenças
judiciais favoráveis etc.
Saídas de Caixa: pagamentos a fornecedores por compras à vista e de títulos
representativos de compras a prazo, pagamentos de impostos, contribuições e taxas,
pagamentos de encargos financeiros de empréstimos e financiamentos etc.
Quintana (2012, p. 26) ensina que a DFC, o fluxo de caixa por meio de duas formas: o
método direto e o método indireto. O método direto, conforme descrito, identifica as
entradas e saídas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais,
resultando, ao final, em volume líquido de caixa provido ou consumido pelas operações ou
consumido pelas operações da empresa.
No pronunciamento técnico CPC 03 (R2), o método direto é identificado como o que divulga
“as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos”, destacando que essas
informações podem ser obtidas:
a) Dos registros contábeis da entidade; ou
b) Pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos
(no caso de instituições financeiras, pela receita de juros e similares e despesas de juros e
encargos e similares) e outros itens da demonstração do resultado ou do resultado
abrangente referentes a:
14

i - Variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a


pagar;
ii - Outros itens que não envolvem caixa; e
iii - Outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de investimento e
de financiamento.
Sá (2006, p. 26) diz que no fluxo de caixa obtido pelo método direto é importante que se
possua um plano de contas do fluxo de caixa, bem estruturado.
Existem vantagem e desvantagem na utilização do método direto. As vantagens são:
condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e pagamentos seja feita
por critérios técnicos e não fiscais; introduz com rapidez a cultura de administrar pelo caixa;
e facilita a disponibilidade das informações sobre o caixa diariamente. As desvantagens
são o custo adicional e a dificuldade para classificar recebimentos e pagamentos.
Silva (2006, p. 81) O processo de funcionamento do fluxo de caixa constitui que todo fim de
mês busca-se as novas projeções de entradas e saídas de recursos financeiros para o
próximo fluxo de caixa.
O controle do fluxo de caixa é tão importante quanto o seu planejamento e elaboração, pois
são dependentes de maneira que possam ser práticos e utilizados nos processos de
tomada de decisão.
O fluxo de caixa planejado pode sofrer oscilações de mercado e imprevistos relacionados
à atividade da empresa.
Fazer projeções não garante que os objetivos e as metas propostas serão alcançados
Quando se planeja o fluxo de caixa, existe a necessidade de controlar todas as transações
da empresa, com o propósito de ver se elas estão ou não apresentando diferenças
significativas: isto é conhecido como interpretação do controle do fluxo de caixa. Os
acompanhamentos da entradas e saídas devem ser comprovados por documentos, como
notas fiscais de compra e venda; títulos a receber e a pagar; notas promissórias; e
duplicatas, para que não haja enganos. (SILVA, 2006)
A elaboração da DFC pelo método direto encontra-se representada a seguir:
15

Fonte: QUINTANA, 2012, p. 27

O método indireto, divulga os fluxos de caixa das atividades operacionais


considerando o lucro ou prejuízo líquido ajustado, ou seja, o resultado sem o efeito
das transações que não envolvem caixa, dos diferimentos ou outras apropriações por
competência sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros e
sem os itens de receita e despesa associados aos fluxos de atividades de
investimentos ou de financiamento (QUINTANA, 2006).
Na análise de Ribeiro (2005, p. 403), este diz que o Método Indireto também é
chamado de Método da Reconciliação:
Lopes (2009, p. 150) afirma que o método indireto recebe esse nome por remover do
lucro líquido os diferimentos de transações que foram caixa no passado, como gastos
antecipados, crédito tributário e outros. Também remove o montante de eventos que
estão no resultado e que podem vir a ser caixa no futuro, como as alterações nos
saldos das contas a receber e a pagar do período. Alguns outros lançamentos serão
removidos.
A figura descrita a seguir apresenta a demonstração da estrutura da DFC quando
elaborada pelo método indireto.
16

Fonte: QUINTANA, 2012, p. 28

5. OS FLUXOS OPERACIONAIS, FINANCIAMENTOS E DE INVESTIMENTOS

Lopes (2009, p. 150) a DFC ou Demonstração dos fluxos de Caixa passou a ser
exigida a partir de 1º de janeiro de 2008, com a vigência da Lei nº 11.638, de 28 de
dezembro de 2007, para as empresas de capital aberto ou para as que sejam de
capital fechado, desde que estejam com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais). É provável que muitas empresas optem por elaborá-la, mesmo
não estando obrigadas, visto que ela substitui a Demonstração das Origens e
Aplicações de Recursos, oferece maior clareza e, acima de tudo, apresenta um foco
maior no movimento do ATIVO CIRCULANTE, o que facilita a avaliação da
capacidade de pagamento da empresa.
A estrutura básica da DFC: a lei 1.638, de 28 de dezembro de 2007, citada acima, no
seu artigo 188, inciso I, estabelece que a Demonstração dos fluxos de Caixa deverá
conter “as alterações ocorridas durante o exercício no saldo de caixa e equivalentes
17

à caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das


operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos”.
A) DAS OPERACIONAIS: referem-se ao montante dos fluxos de caixa gerado
pelas atividades da empresa como indicador de sua capacidade para amortizar
empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos
ou juros sobre o capital próprio (que em nosso país se assemelham a
dividendos) e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas de
financiamento.
B) DOS FINANCIAMENTOS: representam o montante dos fluxos de caixa
decorrentes das atividades de financiamento, podendo sua divulgação ser
usada para prever a necessidade de futuros fluxos de caixa pelos fornecedores
de capital à empresa.
C) DOS INVESTIMENTOS: é o montante de fluxos de caixa decorrentes da
atividade de investimentos (em coligadas, controladas, imobilizado, etc.). Tais
fluxos de caixa representam a extensão em que dispêndios de recursos são
feitos pela empresa com a finalidade de gerar receitas e também fluxos de caixa
no futuro.

Para análise apresenta-se a seguir as demonstrações contábeis


Demonstração do Resultado do Exercício:
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Vendas 100.000,00
(-) Custo da Mercadorias Vendidas 50.000,00
(=) Lucro Bruto 50.000,00
(-) Despesas de salários 35.000,00
(-) Depreciação 3.000,00
(-) Despesas financeiras 2.500,00

(-) Despesas com PCLD 2.000,00


(-) Despesas diversas 1.000,00

(+) Receitas financeiras 900,00

(+) Lucro na venda de imobilizado 3.000,00


(=) Lucro antes do imposto de renda e
da contribuição social 10.400,00
(-) Provisão para imposto de renda 2.600,00
(=) Lucro Líquido 7.800,00
Fonte: LOPES, 2009, p. 151
18

Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS 31/12/2020 31/12/2021 VARIAÇÃO
Caixa 100 1.600 1.500
Bancos 100 10.000 9.900
Aplicações financeiras 10.000 12.000 2.000
Duplicatas a receber 20.000 50.000 30.000
Duplicatas descontadas 0 -10.000 -10.000
Provisão para créditos de
liquidação duvidosa -2.000 -3.000 -1.000
Estoques 30.000 40.000 10.000
Despesas pagas
antecipadamente 4.000 7.000 3.000

Imobilizado 50.000 60.000 10.000

Depreciação acumulada -8.000 -8.000 0


TOTAL DO ATIVO 104.200 159.600 55.400
Fornecedores 25.000 60.000 35.000
Provisão para imposto de renda
e CSLL 5.000 2.600 -2.400
Salários a pagar 30.000 15.000 -15.000
Empréstimos 30.000 50.000 20.000
Capital 10.000 20.000 10.000
Lucros acumulados 4.200 12.000 7.800

TOTAL DO PASSIVO 104.200 159.600 55.400


Fonte: LOPES, 2009, p. 151

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido


DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
HISTÓRICO CAPITAL LUCROS ACUMULADOS TOTAL
Saldo em 31-12-2020 10.000 4.200 14.200
Aumento de capital 10.000 10.000
Lucro Líquido 7.800 7.800
Dividendos pagos -1000 -1.000
Saldo em 31-12-2021 20.000 11.000 31.000

Fonte: LOPES, 2009, p. 151


19

Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método direto

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO


HISTÓRICO VALORES REFERÊNCIA
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Recebimentos de clientes 70.000 1
Recebimentos de juros sobre duplicatas recebidas 900 2
Duplicatas descontadas 10.000 3
Pagamentos

a) de mercadorias efetuados a fornecedores -25.000 4


b) de impostos -5.000 5

c) de salários -50.000 6

d) de juros -2.500 7

e) despesas pagas antecipadamente -4.000 8


REDUÇÃO DO CAIXA EM ATIVIDADES OPERACIONAIS -5.600 9

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Recebimento pela venda de imobilizado 23.000 10
Pagamento pela compra de imobilizado -33.000 11
REDUÇÃO DO CAIXA EM ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS -10.000 12

ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Aumento de Capital 10.000 13
Empréstimo de curto prazo 20.000 14
Distribuição de dividendos -1.000 15
ACRÉSCIMO DO CAIXA EM ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 29.000 16

AUMENTO NAS DISPONIBILIDADES (equivalente a caixa) 13.400 17

SALDO EM DISPONIBILIDADES (equivalente a caixa) 2020 10.200 18

SALDO EM DISPONIBILIDADES (equivalente a caixa) 2021 23.600 19

Fonte: LOPES, 2009, p. 151


20

Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método indireto


DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO
HISTÓRICO VALOR REFERÊNCIA
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro líquido 7.800 1
(+) Depreciação 3.000 2
(-) Lucro na venda de imobilizado -3.000 3
(-) Acréscimo em duplicatas a receber -30.000 4

(+) Acréscimo em PCLD 2.000 5


(+) Acréscimo em duplicatas descontadas 10.000 6

(-) Acréscimo em estoques -10.000 7

(-) Acréscimo em despesas pagas antecipadamente -3.000 8

(+) Acréscimo em fornecedores 35.000 9


(-) Acréscimo em Provisão para IRPJ e CSLL -2.400 10
(-) Redução em salários a pagar -15.000 11

REDUÇÃO EM CAIXA NAS ATIVIDADES OPERACIONAIS -5.600

ATIVDADES DE INVESTIMENTOS
Recebimento pela venda de imobilizado 23.000 12
(-) Pagamento pela compra de imobilizado -33.000 13

REDUÇÃO EM CAIXA NAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS -10.000

ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Aumento de Capital 10.000 14
(+) Empréstimo de curto prazo 20.000 15
(-) Distribuição de dividendos -1.000 16

ACRÉSCIMO EM CAIXA NAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 29.000

AUMENTO EM DISPONIBILIDADES (equivalente a Caixa) em


2021 13.400

SALDO EM DISPONIBILIDADES (equivalente a caixa) 2020 10.200

SALDO EM DISPONIBILIDADES (equivalente a caixa) 2021 23.600


Fonte: LOPES, 2009, p. 152 e 153
21

6. DISCUSSÃO

Lopes (2009, p. 152) discute a elaboração de uma Demonstração dos


fluxos de caixa pelo método direto.
ATIVIDADES OPERACIONAIS
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO DIRETO
HISTÓRICO VALORES REF.
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Recebimentos de clientes 70.000 1
Recebimentos de juros sobre duplicatas recebidas 900 2
Duplicatas descontadas 10.000 3
Pagamentos
a) de mercadorias efetuados a fornecedores -25.000 4
b) de impostos -5.000 5
c) de salários -50.000 6
d) de juros -2.500 7
e) despesas pagas antecipadamente -4.000 8
REDUÇÃO DO CAIXA EM ATIVIDADES OPERACIONAIS -5.600 9

1. Recebimento de clientes: é igual ao saldo inicial da conta duplicatas a receber,


mais vendas na DRE, menos saldo final de duplicatas a receber

20.000 + 100.000 = 120.000


120.000 - 50.000 = 70.000
BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO ATIVO 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Duplicatas a receber
20.000 50.000 30.000

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Vendas 100.000,00

2 . Recebimentos de juros sobre duplicatas recebidas: é igual a receitas


financeiras na DRE.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(+) Receitas financeiras 900,00
22

3 . Duplicatas descontadas

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO ATIVO 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Duplicatas descontadas
0 -10.000 -10.000

Até que vimos todos os tipos de entradas de dinheiro.

4 . Pagamentos a fornecedores: pagamentos a fornecedores na DRE é igual a


50.000, mais saldo final da conta estoque, menos o saldo inicial da conta estoque,
dessa forma chegamos ao valor das compras. Agora partimos do saldo inicial de
fornecedores, mais compra, menos saldo final é igual a pagamentos a fornecedores.

50.000 + 40.000 = 90.000


90.000 – 30.000 = 60.000
25.000 + 60.000 = 85.000
85.000 – 60.000 = 25.000

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(-) Custo da Mercadorias Vendidas 50.000,00

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO ATIVO 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Estoques
30.000 40.000 10.000

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO PASSIVO 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Fornecedores
25.000 60.000 35.000

5. Pagamento de impostos: O saldo final em provisão para IR do Balanço patrimonial


é igual a provisão na DRE, significa que o saldo inicial do Balanço patrimonial foi
totalmente quitado.
5.000 – 2.600 = 2.400

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO PASSIVO 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Provisão para imposto de renda e CSLL
5.000 2.600 -2.400
23

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(-) Provisão para imposto de renda 2.600,00

6. Pagamentos de salários: é igual ao saldo inicial no Balanço patrimonial, mais


despesas com salários na DRE, menos saldo final do Balanço patrimonial.
30.000 + 35.000 = 65.000
65.000 – 15.000 = 50.000

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO PASSIVO 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Salários a pagar
30.000 15.000 -15.000

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(-) Despesas de salários 35.000,00

7. Pagamentos de juros: é igual despesas financeiras na DRE.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(-) Despesas financeiras 2.500,00

8. Despesas pagas antecipadamente: é igual saldo final do Balanço Patrimonial,


menos saldo inicial, mais despesas diversas na DRE.
7.000 – 4.000 = 3.000
3.000 + 1.000 = 4.000

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO ATIVO 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Despesas pagas antecipadamente
4.000 7.000 3.000

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(-) Despesas diversas 1.000,00

9. Redução do caixa em atividades operacionais: As atividades operacionais


resultaram em 5.600 de redução no caixa.
24

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS

10. Recebimento pela venda de imobilizado: é igual a 23.000.

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS VALORES REF.


Recebimento pela venda de imobilizado 23.000 10
Pagamento pela compra de imobilizado -33.000 11
REDUÇÃO DO CAIXA EM ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS -10.000 12

11. Pagamento pela compra de imobilizado: é igual saldo final de imobilizados no


Balanço patrimonial, menos saldo inicial, mais baixa de imobilizado.

60.000 – 50.000 = 10.000


10.000 + 23.000 = 33.000

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO ATIVO 31/12/2020 31/12/2021 VARIAÇÃO
Saldo inicial Saldo final Variação
Imobilizado
50.000 60.000 10.000

12. Redução do caixa em atividades de investimentos: As atividades de


investimento resultaram em uma redução de 10.000.

ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO VALORES REF.


Aumento de Capital 10.000 13
Empréstimo de curto prazo 20.000 14
Distribuição de dividendos -1.000 15
ACRÉSCIMO DO CAIXA EM ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 29.000 16

AUMENTO NAS DISPONIBILIDADES (equivalente a caixa) 13.400 17

SALDO EM DISPONIBILIDADES (equivalente a caixa) 2020 10.200 18

SALDO EM DISPONIBILIDADES (equivalente a caixa) 2021 23.600 19

13. Aumento de capital: Podemos verificar na DMPL que houve um aumento de


10.000.

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

HISTÓRICO CAPITAL LUCROS ACUMULADOS TOTAL


Saldo em 31-12-2020 10.000 4.200 14.200
Aumento de capital 10.000 10.000
Lucro Líquido 7.800 7.800
Dividendos pagos -1000 -1.000
25

Saldo em 31-12-2021 20.000 11.000 31.000

14. Saldo final na conta de empréstimo: é igual ao saldo final menos o saldo inicial.
50.000 – 30.000 = 20.000

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS DO PASSIVO 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Empréstimos
30.000 50.000 20.000

15. Distribuição de dividendos: A DMPL informa-nos que foram distribuídos 1.000


em dividendos.

16. Acréscimo do caixa em atividades de financiamento: é igual ao somatório de


aumento de capital, empréstimo de curto prazo, distribuição de dividendos que resulta
em 29.000.

17. Aumento das disponibilidades (equivalentes a caixa): é igual a soma da


variação de 2020 para 2021 nas disponibilidades.

1.500 + 9.900 + 2.000 = 13.400

BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS 31/12/2020 31/12/2021
Saldo inicial Saldo final Variação
Caixa 100 1.600 1.500
Bancos 100 10.000 9.900
Aplicações financeiras 10.000 12.000 2.000

18. Saldo em disponibilidades (equivalente a caixa) 2020: O valor 10.200 é a soma


dos saldos em disponibilidades em 31/12/2020.
100 + 100 + 10.000 = 10.200

19. Saldo em disponibilidades (equivalente a caixa) 2021: O valor de 23.600 é a


soma dos saldos em 31/12/2021.

Lopes (2009, p.153) explica que é fácil notar porque a Demonstração dos fluxos de
caixa foi instituída para substituir a Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos, aquela é de fato um relatório bem mais esclarecedor e muito mais fácil de
ser compreendido do que a DOAR. Apresenta as informações mais importantes, ou
seja, as que têm ligação direta com a movimentação do Caixa ou das Disponibilidades
da empresa. Todos os interessados na empresa, sejam proprietários, credores,
fornecedores, investidores ou outros, podem ver, por meio da Demonstração dos
Fluxos de caixa, o que motivou os aumentos e as reduções no grupo de contas
intitulado DISPONÍVEL.
26

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo em questão objetivou conhecer os fluxos de caixa, a demonstração dos


fluxos de caixa, os métodos, dessa forma saber onde o dinheiro da empresa está
aplicado. Dessa maneira é possível projetar as entradas e saídas de recursos
financeiros para determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar
empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis da
empresa. Sendo assim conseguiu-se demonstrar que é possível fazer o levantamento
de recursos necessários para a execução do plano geral de operações e, também, de
realização das transações econômico-financeiras da empresa. E utilizar da melhor
forma possível, os recursos em disponibilidade na empresa, para que não fiquem
ociosos, estudando antecipadamente a melhor aplicação, o tempo e a segurança
deles. Planejar e controlar os recursos em termos de ingresso e de desembolso de
caixa, através das informações constantes nas projeções de vendas, produção e
despesas operacionais, assim como de dados relativos aos índices de atividades,
prazos médios de rotação de estoques, de valores a receber e valores a pagar. Saldar
as obrigações da empresa na data do seu vencimento. Buscar o perfeito equilíbrio, ou
“nível ótimo de equilíbrio”, entre ingressos e desembolsos de caixa na empresa.
Analisar as fontes de crédito que proporcionam empréstimos menos onerosos, em
caso de necessidade. Evitar desembolsos vultosos pela empresa, em época de pouco
caixa. Desenvolver, na empresa, o controle dos saldos de caixa e dos créditos a
receber. Permitir a coordenação entre os recursos que serão alocados em ativo
circulante, vendas, investimentos e débitos. Dar ao Administrador Financeiro
condições de tomar decisões rápidas e acertadas e, muito mais do que isso, mostrar
a seus Stakeholders que o fluxo de caixa é uma ferramenta eficaz para bem gerir as
finanças da empresa, mas desde que acompanhe as variáveis externas e internas que
a todo momento acontecem na vida empresarial. Permitir que se tomem medidas
estratégicas, a cada novo fato acontecido nas entradas/saídas, redirecionando assim
uma situação inevitável que se apresentou. Dessa forma, o fluxo de caixa deverá
mostrar ser ágil e retroalimentador.
27

REFERÊNCIAS

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e


controle financeiros. – D.C. Luzzatto Ed., 1986

SÁ, Carlos Alexandre. Fluxo de caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. – São


Paulo: Atlas, 2006.

SILVA, Edson Cordeiro da. Como administrar o fluxo de caixa das empresas:
guia prático e objetivo de apoio aos executivos – 2. Ed. – São Paulo: Atlas, 2006.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos e FARIA, Ana Cristina de. Introdução
à teoria da contabilidade: para o nível de graduação. 5. Ed. 2. Reimpressão. São
Paulo: Atlas, 2009.

GREGO, Alvísio; GÄRTNER, Günther e AREND, Lauro. Contabilidade: teoria e


práticas básicas. 2. Ed. Ver. E atual. São Paulo: Saraiva, 2009.

RIBEIRO Osni Moura. Contabilidade intermediária. São Paulo: Saraiva, 2005.

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem


gerencial. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

QUINTANA, Alexandre Costa. Fluxo de caixa: demonstrações contábeis – de acordo


com a lei 11.638/07. 2ª edição. Curitiba: Juruá, 2012.

NETO, Alexandre Assaf. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-


financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LOPES, Vítor Ananias. Práticas Contábeis – Belo Horizonte - FEAD, 2009

Você também pode gostar