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Centro de Educação Tecnológica do Amazonas – CETAM

Curso: Assistente Administrativo

Nailane Barroso de Farias

Os Princípios da Contabilidade Pública e as Legislações e Leis


Complementares que Regulam o Patrimônio Público.

Presidente Figueiredo/AM
2023
Contabilidade Pública

A Contabilidade Pública, também conhecida como de Contabilidade


Governamental é o ramo da contabilidade que se dedica ao estudo do Patrimônio dos
entes públicos, que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos
e fatos da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações.

Portanto, seu escopo relaciona-se ao controle e gestão dos recursos públicos.


Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei Complementar 101/2000), a
contabilidade pública alçou uma maior importância e valorização.

Orçamento público

É um instrumento de planejamento e execução das finanças públicas. Na


atualidade, o conceito está intimamente ligado à previsão das Receitas e à fixação das
Despesas públicas. No Brasil, sua natureza jurídica é considerada como sendo de lei em
sentido formal, apenas. Isso guarda relação com o caráter meramente autorizativo das
despesas públicas ali previstas. O orçamento contém estimativa das receitas e
autorização para realização de despesas da administração pública direta e indireta em
um determinado exercício que, no Brasil, coincide com o ano civil.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 165, trata do orçamento público


e também coloca as etapas em destaque quando diz:

“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I – o plano plurianual;

II – as diretrizes orçamentárias;

III – os orçamentos anuais.”

O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de planejamento de amplo alcance,


cuja finalidade é estabelecer os programas e as metas governamentais de longo prazo.
Atualmente sua vigência é de quatro anos e uma das suas características é a
regionalização, pois serve de instrumento para diminuir as desigualdades entre as
diferentes regiões.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumento intermediário entre o


PPA e a LOA, que antecipa as diretrizes, as prioridades de gastos, as normas e os
parâmetros que devem orientar a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária para o
exercício seguinte.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o plano de trabalho para o exercício a que se


refere, expresso por um conjunto de ações a realizar, com fim de atender às demandas
da sociedade e indicar os recursos necessários à sua execução.
O Orçamento Público pode efetivamente garantir o planejamento estratégico, a
programação de ações e a definição de metas de governança capazes de gerar o bem
estar para a população com uma cidade de desenvolvimento controlado e crescimento
ordenado. Para isso, faz-se cada vez mais necessário planejar e modernizar a legislação
orçamentária, buscando novas proposições para responder aos anseios dos cidadãos.
Cumprindo um papel relevante no regramento das atividades orçamentárias e
financeiras no País, a Lei Federal nº 4.320/1964, foi aparelhada com a edição da Lei
Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que introduziu no
arcabouço legal vigente que rege as finanças públicas no País um novo disciplinamento,
visando garantir a previsibilidade e o controle da ação do Estado sob o aspecto fiscal, de
forma a garantir que a instabilidade e o descontrole das contas públicas não venham a
prejudicar a atividade econômica e o contexto social.

Finanças Públicas

Constitui um ramo da Ciência Econômica cujo objeto de estudo é a Política Fiscal


ou Política Orçamentária num Estado de Economia Mista. Esta ciência estuda os efeitos
da política fiscal, que inclui a Tributação, os Gastos Públicos e a Dívida Pública, nas
atividades econômicas, bem como, os processos políticos pelos quais estas políticas são
definidas.

No Brasil, as finanças públicas são disciplinadas, dentre outros, pela Constituição


Federal, pela Lei nº 4.320/64 e pela Lei Complementar n° 101/2000 – Lei de
Responsabilidade Fiscal. Esses normativos definem as linhas de atuação dos governos
federal, estadual, distrital e municipal, principalmente quanto ao planejamento das
receitas e despesas públicas que constituem o orçamento público.

Os Princípios de Contabilidade
Antigamente denominados Princípios Fundamentais de Contabilidade, estão
dispostos na Resolução CFC nº 750/93. Eles representam a essência das doutrinas e
teorias relativas à Ciência da Contabilidade.
São os Princípios de Contabilidade elencados na citada resolução:
1. Entidade: “o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição”
2. Continuidade: “pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e,
portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio
levam em conta esta circunstância”
3. Oportunidade: “o processo de mensuração e apresentação dos componentes
patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas”
4. Registro pelo valor original: “os componentes do patrimônio devem ser
inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em
moeda nacional”
5. Competência: “os efeitos das transações e outros eventos devem ser
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento”
6. Prudência: “adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior
para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas
para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio
líquido”

A importância dos Princípios de Contabilidade

A Contabilidade é uma ciência social aplicada, não é uma arte, técnica. Por esse
motivo, possui objeto de estudo próprio. Os seus princípios são como vetores,
direcionadores, que irão subsidiar àqueles que produzem a informação contábil útil,
para auxiliar os seus usuários em seu processo decisório

Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias


relativas à Ciência da Contabilidade. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido
mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

Uma das características básicas dessas normas é que são muito mais baseadas
em princípios e não em regras.

Segundo o Manual de Contabilidade Societária (2018, p.20),

“O uso de princípios, ao invés de regras, obriga, é claro, a maior julgamento e a maior


análise, exigindo maior preparação, mas, por outro lado, permite que se produzam
informações contábeis com muito maior qualidade e utilidade, dependendo, é claro, da
qualidade com que o contabilista exerça sua profissão.”

Grande parte por influência do Fisco, a Contabilidade sempre foi vista como um
conjunto de regras padrões, que deveriam ser aplicadas de maneira praticamente
imutável, mas estamos no meio de uma transição.

Legislações e leis complementares que regulam o Patrimônio Público

Estão em Azul
Características gerais da Contabilidade Pública

A Contabilidade Pública - seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito


Federal tem como base a Lei 4.320/1964, que instituiu normas gerais de direito
financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal.

A Lei 4.320/1964 está para a Contabilidade aplicada à administração pública


assim como a Lei das Sociedade por Ações (Lei 6.404/1976) está para a Contabilidade
aplicada à atividade empresarial.
A Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa,
estabelecidas no Orçamento Público aprovado para o exercício, escritura a execução
orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação entre a previsão e a realização
das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a dívida ativa, os valores, os
créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio.

A Contabilidade pública está interessada também em todos os atos praticados


pelo administrador, sejam de natureza orçamentária (previsão da receita, fixação da
despesa, empenho, descentralização de créditos etc.) ou sejam meramente
administrativos (contratos, convênios, acordos, ajustes, avais, fianças, valores sob
responsabilidade, comodatos de bens, etc.) representativos de valores potenciais que
poderão afetar o patrimônio no futuro.

O objeto de qualquer contabilidade é o patrimônio. A Contabilidade Pública não


está interessada somente no patrimônio e suas variações, mas, também, no orçamento
e sua execução (previsão e arrecadação da receita e a fixação e a execução da despesa).

A Contabilidade Pública, além de registrar todos os fatos contábeis


(modificativos, permutativos e mistos), registra os atos potenciais praticados pelo
administrador, que poderão alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio.

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