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CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS – CURSO REGULAR - AFRFB 1

PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI

AULA SEIS

Caros (as) Alunos (as),

Começo esta aula lembrando a vocês que estou à disposição por meio do
fórum de dúvidas, ok?

Abordaremos nesta aula seis os seguintes pontos do conteúdo programático:

Classificação das Receitas e Despesas Públicas segundo a finalidade, natureza e


agente. Orçamento e gestão das organizações do setor público; características
básicas de sistemas orçamentários modernos: estrutura programática, econômica e
organizacional para alocação de recursos (classificações orçamentárias);
mensuração de desempenho e controle orçamentário.

O conteúdo da aula refere-se à classificação das receitas e despesas


públicas, as quais apresentam diferentes interpretações e utilizações, de forma a
atenderem as características relacionadas à gestão das organizações do setor
público, bem como demonstrando as características básicas dos sistemas
orçamentários modernos em termos de estrutura programática, econômica e
organizacional.

Destaco a vocês que optei por abordar previamente os conceitos referentes


às noções de orçamento público, até mesmo como forma de situar vocês quanto aos
conteúdos abordados na aula.

Um abraço,

Mariotti

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1. Noções de Orçamento Público

Iniciamos a nossa aula apresentando algumas noções essenciais a respeito


do orçamento público.

Alguns de vocês podem associar o tema orçamento público com direito


tributário, o que, muito embora seja razoável, é precário, uma vez que o orçamento
transcende a idéia de que receita pública é meramente aquela derivada da
arrecadação de tributos. O orçamento público tem sua origem no direito financeiro,
que disciplina a relação jurídica da atividade financeira do Estado, abrangendo
receitas, despesas e créditos públicos contidos na Lei Orçamentária. O direito
tributário abrange parte da relação jurídica, aquela relacionada às receitas tributárias
como componente das receitas públicas destinadas ao atendimento das despesas
também públicas.

A legislação referente ao Direito Financeiro e ao Tributário encontra-se na


Constituição de 1988; na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964; na Lei nº 5.172, de
25 de outubro de 1966 – intitulada “Código Tributário Nacional – CTN”; na Lei
Complementar nº 101 de 4 de maio de 2000, denominada de “Lei de
Responsabilidade Fiscal – LRF” e no Decreto nº 93.872, de 24 de dezembro de
1986.

Como critérios que regem toda a atividade financeira do Estado, têm-se os


denominados princípios orçamentários, que visam estabelecer regras norteadoras
básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência para os processos
de elaboração, execução e controle do Orçamento Público. Estes princípios são
válidos para todos os poderes e entes federativos, estando estabelecidos e
disciplinados por normas constitucionais e infraconstitucionais.

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1.1 Princípios

1.1.1 Princípio da Unidade

Disposto no caput do art. 2º da Lei nº 4.320, de 1964, determina existência de


orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, Distrito
Federal e Municípios – com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos
paralelos dentro da mesma pessoa política. Com isso, todas as receitas previstas e
as despesas fixadas, em cada exercício financeiro1, devem integrar o orçamento
anual, representado pela aprovação da Lei Orçamentária Anual – LOA.

1.1.2 Princípio da Universalidade

A Lei Orçamentária Anual de cada ente federado deverá conter todas as


receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.

1.1.3 Princípio da Anualidade

Este princípio delimita o exercício financeiro orçamentário, que nada mais é


do que o período de tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das despesas
registradas na LOA irão se referir. Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320, de 1964, o
exercício financeiro coincidirá com o ano civil e, por isso, será de 1º de janeiro até 31
de dezembro de cada ano.

1.1.4 Princípio da Exclusividade

A Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da


receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se dessa proibição a autorização para

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O exercício financeiro coincide com o ano civil, iniciando em 1o de janeiro e terminando em 31 de dezembro.

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abertura de créditos adicionais2 e a contratação de operações de crédito3, nos


termos da lei.

1.1.5 Princípio do Orçamento Bruto

Trata-se do registro das receitas e das despesas pelos seus valores brutos,
vedadas quaisquer deduções.

1.1.6 Princípio da Publicidade do Orçamento

Sendo um dos princípios da administração pública no regime democrático, e


aplicado ao orçamento pelos arts. 48, 48-A e 49 da Lei de Responsabilidade Fiscal –
LRF, determina aos entes governamentais a divulgação, por exemplo, do orçamento
público de forma ampla à sociedade; a publicação de relatórios sobre a execução
orçamentária e a gestão fiscal bem como o acesso a qualquer pessoa das
informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa.

1.1.7 Princípio da não vinculação das receitas de impostos

Estando estabelecido pelo inciso IV do art. 167 da CF/88, veda vinculação da


receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela
própria Constituição Federal.

Apresentados os princípios que regem a elaboração do orçamento público,


podemos passar para o ponto referente à classificação das receitas públicas.

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Os créditos adicionais são formados pelos créditos suplementar, especial e extraordinário.
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As operações de crédito constituem-se no adiamento de recursos destinados ao atendimento de despesas
públicas.

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2. Classificação das Receitas segundo finalidade, natureza e agente

As classificações das Receitas e Despesas Públicas se configuram de fato na


forma como os governos captam recursos da sociedade e os alocam dentro do
processo econômico.

Com base nestas informações, começamos o nosso estudo pela classificação


da receita pública.

2.1 Definição doutrinária das Receitas Públicas

As receitas públicas constituem peça fundamental no funcionamento da


máquina estatal. Sem elas a própria intervenção governamental não teria como
existir, afinal de contas não há que se falar em despesa sem a existência da receita
associada.

Segundo o Manual de Classificação da Receita editado pela Secretaria de


Orçamento e Finanças – SOF do Ministério do Planejamento, ressaltando a doutrina
das Finanças Públicas, uma receita constitui a entrada ou ingresso de qualquer
aporte de recursos nos cofres públicos, reservando a denominação de receita
pública ao ingresso que se faça permanente no patrimônio do Estado e que não
esteja sujeito à devolução ou correspondente baixa patrimonial.

Este entendimento deixa claro que o produto de ingressos provenientes de


caução e fiança, que são apenas depósitos em garantias, empréstimos, que
representam a contratação de dívidas, e a alienação de bens, (venda de prédios
públicos), que correspondem a uma redução do patrimônio imobilizado da
administração pública, não seria considerado como receita pública, uma vez que
representam apenas movimentação de fundos, não se incorporando ou alterando o
patrimônio público.

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Importante mencionar, entretanto, que esta distinção doutrinária das Finanças


Públicas não foi explicitada pela Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, que institui
normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Esta emprega
o termo receita no seu sentido amplo, ou seja, esta corresponde a qualquer entrada
de recursos nos cofres públicos, mesmo aqueles de caráter temporário. Em função
desta diferença é importante que seja verificado, diante de questões que explorem o
conceito de receitas públicas, qual a fundamentação do conceito da receita esta visa
explora do candidato.

A doutrina que trata do tema do orçamento procura classificar as receitas


públicas. Segundo Giacomoni4, a regularidade é o primeiro critério para classificação
das receitas públicas, sendo estas divididas em ordinárias, assim relacionadas aos
tributos em geral (impostos, taxas e contribuições) e extraordinárias, relacionadas a
empréstimos e venda de ativos. Outra classificação existente, segundo o autor,
refere-se à classificação da receita como sendo originária, ou seja, aquelas
fundamentadas na prestação de serviços em geral, na locação de prédios e áreas
públicas (pagamento de aluguéis) e as receitas derivadas da soberania do Estado,
referentes à cobrança de tributos.

2.2 Definição Orçamentária da Receita

Segundo o Manual de Receitas, o Estado, com o objetivo de atender às


necessidades públicas da coletividade, financia suas atividades por meio de
ingressos correntes (Receita) e saldos de exercícios anteriores (disponibilidades).
Os ingressos correspondem à soma de todas as entradas financeiras ou fluxos
correntes que um ente público pode dispor para a realização de seus fins. Trata-se
assim do conceito genérico “lato-sensu” de receita.

Os ingressos de receitas são decompostos em ingressos orçamentários e


extra-orçamentários, diferenciando-se um do outro em função da característica de

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James Giacomoni. Orçamento Público. Atlas. 2009.

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acréscimo ao patrimônio público, ou seja, se gera ou não uma contrapartida


devedora.

2.2.1 Ingressos Orçamentários ou Receitas Orçamentárias

As receitas orçamentárias são entradas de recursos que o Estado utiliza


para financiar seus gastos, transitando pelo Patrimônio do Poder Público. Estas
receitas podem ser efetivas, quando provocam aumento no ativo, sem
correspondência no passivo, ou não efetivas, quando aumentam o ativo, mas com
contrapartida no aumento no passivo (Ex: Contratação de empréstimos). Estas
receitas podem ser classificadas em:

Receitas Públicas Originárias: São aquelas que provêm do próprio


patrimônio do Estado, podendo ser:

I – Patrimoniais: São as receitas que provêm das rendas geradas pelo


patrimônio do próprio Estado (mobiliário e imobiliário), tais como as rendas de
aluguéis, as receitas decorrentes das vendas de bens, dividendos e participações.
Entram ainda neste conceito as receitas decorrentes de pagamento de royalties pela
exploração do seu patrimônio por delegatários (concessionários e permissionários)
de serviços públicos;

II – Empresariais: São aquelas provenientes das atividades realizadas pelo


Estado como empresário, seja no âmbito comercial, industrial ou de prestação de
serviços.

Receitas Públicas Derivadas: São aquelas obtidas pelo Estado mediante


sua autoridade coercitiva. Dessa forma, o Estado exige que o particular entregue
uma determinada quantia na forma de tributos ou de multas, exigindo-as de forma
compulsória.

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O conceito de receita orçamentária associa-se ao conceito stricto-sensu, de


tal forma que ao se abordar o tema receita pública, estar-se-á relacionando à receita
orçamentária.

2.2.2 Receitas Extra-Orçamentárias

As receitas extra-orçamentárias são aquelas pertencentes a terceiros,


arrecadadas exclusivamente para fazer face às exigências contratuais para posterior
devolução, possuindo assim caráter temporário. Estas receitas constituem passivos
exigíveis de cada ente governamental, de tal forma que o seu pagamento não está
sujeito à autorização legislativa, como é o caso das despesas orçamentárias.

As receitas auferidas como garantia em processos licitatórios, depósitos em


caução, antecipação de receitas orçamentárias – ARO bem como os empréstimos
compulsórios, tais como aqueles definidos para fazer frente a casos de guerra ou
calamidade pública, constituem exemplos de ingressos extra-orçamentários.

Uma ressalva importante e digna de comentário refere-se ao fato de que


determinadas receitas extra-orçamentárias podem acabar por se constituir em
receitas orçamentárias. É o caso das receitas de garantias em processos licitatórios
descrita acima. Caso a empresa vencedora descumpra um dos requisitos constantes
no processo, de forma a anular a licitação e execução do serviço, o depósito em
garantia se converterá em receita orçamentária, excluindo-se a obrigação do ente
estatal com a empresa descumpridora.

2.2.3 Receitas Intra-Orçamentárias

São receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais


entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade
social de uma mesma esfera de governo.

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Ex: Repasse de recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia para a


Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA no sentido de ampliar os
estudos sobre matrizes genéticas de bovinos.

2.3 Classificação da Receita Orçamentária segundo a Natureza

A natureza da receita orçamentária procura definir a origem da receita bem


como a sua vinculação. É diferente da receita extra-orçamentária que, por não ser
“comum”, não possui um rito de classificação tão extenso. Sua classificação está
refletida no parágrafo 1º do artigo 11º da Lei nº 4.320/64, que procura definir os itens
da receita.

Os chamados códigos decimais são utilizados para classificar a natureza de


cada receita. Estes códigos buscam classificar a receita identificando a origem dos
recursos segundo o seu fato gerador.

As naturezas de receitas orçamentárias procuram refletir a menor célula de


informação no contexto orçamentário para as receitas públicas, devendo, portanto,
conter todas as informações necessárias para as devidas vinculações das receitas.

Destaca-se ainda, de acordo com o Manual Técnico do Orçamento, que face


à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos
cofres públicos, o código identificador da natureza de receita é desmembrado em 6
níveis.

Assim, na elaboração do orçamento público, a codificação econômica da


receita orçamentária é composta da seguinte maneira:

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1º Nível – Categoria Econômica - C


2º Nível – Origem -O
3º Nível – Espécie -E
4º Nível – Rubrica -R
5º Nível – Alínea -A
6º Nível – Subalínea -S

1º Nível – Categoria Econômica – utilizado para mensurar o impacto das decisões


do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos etc.).

A categoria econômica é codificada e subdividida em:

1. Receitas Correntes;
2. Receitas de Capital;

As receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro,


aumentando as disponibilidades financeiras do Estado com efeitos positivos sobre o
patrimônio líquido e constituindo instrumento para financiar os objetivos definidos
nos programas e ações orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas.

De acordo com o § 1o do art. 11 da Lei nº 4.320, classificam-se como


correntes as receitas provenientes de tributos; de contribuições; da exploração do
patrimônio estatal (Patrimonial); da exploração de atividades econômicas
(Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos financeiros recebidos de outras
pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas
classificáveis em despesas correntes (Transferências Correntes); por fim, demais
receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).

As receitas de capital também aumentam as disponibilidades financeiras do


Estado e são instrumentos de financiamento dos programas e ações orçamentários,
a fim de se atingirem as finalidades públicas. Porém, de forma diversa das Receitas
Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o patrimônio líquido.

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Estas receitas, de acordo com o § 2o do art. 11 da Lei no 4.320, de 1964, as


Receitas de Capital são as provenientes tanto da realização de recursos financeiros
oriundos da constituição de dívidas (contratação de uma operação de crédito) e da
conversão, em espécie, de bens e direitos (venda de um imóvel público), quanto de
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e destinados a
atender despesas classificáveis em despesas de capital (transferência de capital
recebido por um governo estadual do governo federal para a construção de uma
escola).

Um aspecto bastante relevante de ser apontado refere-se às receitas intra-


orçamentárias. Estas receitas são oriundas da transferência entre órgãos e demais
entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e do orçamento
da seguridade social do mesmo ente federativo. Em decorrência desta
especificidade, não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos,
mas apenas remanejamento de receitas entre eles. Conforme será visto, as receitas
intra-orçamentárias são contrapartida de despesas catalogadas na Modalidade de
Aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e
Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social”
que, devidamente identificadas, possibilitam anulação do efeito da dupla contagem
na consolidação das contas governamentais.

A fim de se evitar a dupla contagem dos valores financeiros objeto de


operações intra-orçamentárias na consolidação das contas públicas, a Portaria
Interministerial STN/SOF no 338, de 26 de abril de 2006, incluiu as Receitas
Correntes Intra-Orçamentárias e as Receitas de Capital Intra-Orçamentárias.
Essas classificações, segundo disposto pela Portaria que as criou, não constituem
novas categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das categorias
econômicas “Receita Corrente” e “Receita de Capital”.

2º Nível – Origem – Utilizado para identificar a procedência dos recursos públicos,


em relação ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária,
transferências e outras).

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A origem é a subdivisão das categorias econômicas, que tem por objetivo


identificar de onde e do que é proveniente as receitas no momento em que as
mesmas ingressam no patrimônio público.

No caso das receitas correntes, tal classificação serve para identificar se:

I - são compulsórias, derivadas dos tributos;

II - são provenientes das atividades em que o Estado atua diretamente na


produção (agropecuárias, industriais ou de prestação de serviços), da exploração do
seu próprio patrimônio (patrimoniais);

III - se provenientes de transferências destinadas ao atendimento de


despesas correntes, ou ainda, de outros ingressos;

IV - No caso das receitas de capital, distinguem-se as provenientes de


operações de crédito, da alienação de bens, da amortização dos empréstimos, das
transferências destinadas ao atendimento de despesas de capital, ou ainda, de
outros ingressos de capital.

3º Nível – Espécie – É o nível de classificação vinculado à Origem, composto por


títulos que permitem qualificar com maior detalhe o fato gerador dos ingressos de
tais receitas.

Como Origem da Receita Tributária (receita proveniente de tributos), pode-se


identificar as suas espécies, classificadas como impostos, taxas e contribuições de
melhoria (conforme definido na Constituição Federal de 1988 e no Código Tributário
Nacional). Cada uma dessas receitas constitui uma espécie de tributo diferente das
demais. É a espécie de receita.

4º Nível – Rubrica – É o detalhamento das espécies de receita. A rubrica busca


identificar dentro de cada espécie de receita uma qualificação mais específica.

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A Rubrica agrega determinadas receitas com características próprias e


semelhantes entre si. (Imposto sobre a Renda, Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI).

5º Nível – Alínea – Funciona como uma qualificação da rubrica. Apresenta o nome


da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos
financeiros.

Pode-se qualificar a Rubrica “Imposto de Renda” por meio da alínea “Imposto


sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza”.

6º Nível - Subalínea – Constitui o nível mais analítico da receita.

Para a alínea “Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza”


tem-se a subalínea “Pessoas Físicas”.

Vejamos um exemplo de detalhamento da natureza da receita:

Exemplo 1: 1.1.1.2.04.10 – Pessoas Físicas:

1 = Receita Corrente (Categoria Econômica);


1 = Receita Tributária (Origem);
1 = Receita de Impostos (Espécie);
2 = Impostos sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica);
04 = Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (Alínea);
10 = Pessoas Físicas (Subalínea)

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2.4 Classificação da Receita por fonte de recursos

A classificação da receita por fonte de recursos tem o objetivo de verificar de


onde procedem as receitas utilizadas no financiamento do gasto público. A
esquematização é a seguinte:

Tabela 1

Fonte: retirada do Manual Técnico do Orçamento – 2011.

Por meio desta classificação inicial da natureza da receita, e posteriormente


da fonte de recursos, é possível realizar o controle, por meio de vinculação, entre a
receita e o gasto. Em outras palavras, torna-se possível à administração pública
identificar a receita reservada às finalidades específicas (taxas e contribuições), as
quais não podem ser alteradas, e aquelas receitas que podem ter alocação
discricionária por parte do poder público.

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2.5 Classificação das Receitas por agente arrecadador – Grupos de


Receita

Dentro da estruturação do orçamento anual procura-se identificar o ingresso


de receitas públicas dividindo-as de acordo com o seu grupo de receita. Identifica-se
desta maneira os agentes arrecadadores, fiscalizadores e administradores da receita
e o nível de vinculação destas. Tem-se assim a seguinte segregação no orçamento
da União:

Receitas Próprias: Estão classificadas neste grupo as receitas cuja arrecadação


têm origem no esforço próprio dos órgãos e demais entidades nas atividades de
fornecimento de bens ou serviços facultativos e na exploração econômica do
patrimônio, remunerados por preço público ou tarifas, bem como o produto da
aplicação financeira desses recursos (Portaria SOF Nº 10, de 22 de agosto de 2002,
art. 4º). Geralmente, são receitas que têm como fundamento legal, os contratos
firmados entre as partes, amparados pelo Código Civil e legislação correlata. São
receitas que não possuem destinação específica, sendo vinculadas à unidade
orçamentária arrecadadora. Geralmente são arrecadadas por meio de Guia de
Recolhimento da União – GRU e centralizadas numa conta de referência do Tesouro
Nacional mantida junto ao Banco do Brasil. Destaca-se que o banco tem dois dias
para repassar os recursos para a conta única do Tesouro;

Receitas Administradas: São as receitas auferidas pela Secretaria da Receita


Federal do Brasil, com amparo legal no Código Tributário Nacional e leis afins, órgão
que detém a competência para fiscalizar e administrar esses recursos. São receitas
arrecadadas por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF)
ou Guia da Previdência Social (GPS), utilizando-se dos bancos arrecadadores
credenciados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRFB. A partir da data
em que o contribuinte paga o tributo, ou seja, da data de arrecadação (D), o banco
tem um dia útil (D+1) para repassar os recursos para a conta única do Tesouro (data
de recolhimento);

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Receitas de Operações de Crédito: Enquadram-se nesse grupo de receitas,


aquelas decorrentes de empréstimos, amortizações, financiamentos e outras
receitas afins, destinadas a re-financiar dívidas, empréstimos e outras modalidades
de financiamentos;

Receitas Vinculadas: São os recursos oriundos de concessões, autorizações e


permissões para uso de bens da União ou para exercício de atividades de
competência da União. Fazem parte desse grupo as receitas vinculadas por
determinação legal, cuja fiscalização, administração e manuseio ficam a cargo das
entidades com autorização legal para arrecadar. São receitas que apresentam
destinação previamente estabelecida, em função da legislação (vinculadas a uma
finalidade específica);

Demais Receitas: Grupo destinado ao atendimento das receitas previstas em Lei ou


contrato, e que não estão enquadradas em nenhum dos grupos anteriores.

2.6 Classificação da Receita por identificador do Resultado Primário

Esta classificação refere-se à própria apuração do resultado das contas


públicas segundo o critério “acima da linha”, realizado pela Secretaria do Tesouro
Nacional – STN. Naturalmente, esta classificação restringe-se ao resultado primário,
ou seja, aquele que exclui da contabilização os recebimentos financeiros.

Segundo o MTO 2011, a receita primária é o somatório das receitas fiscais


líquidas (aquelas que não geram obrigatoriedade de contraprestação financeira,
como ônus, encargos e devolução). O cálculo da receita primária é feito pela soma
das Receitas Correntes com as de Capital, excluindo-se da conta as receitas: de
operações de crédito e seus retornos (juros e amortizações), de aplicações
financeiras, de empréstimos concedidos e do superávit financeiro, valendo destacar
que associado ao conceito de superávit financeiro tem-se as receitas financeiras,
que são derivadas das operações de crédito internas e externas, de aquisição de
títulos de capital, de aplicações financeiras, de juros e de amortizações.

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2.7 Classificação da Receita do Orçamento da Seguridade Social

O orçamento dos entes da federação é subdividido no orçamento fiscal, de


investimento das empresas estatais não dependentes e do orçamento da seguridade
social. O orçamento da seguridade social é dependente das receitas previstas no
art. 195 da CF/88, estando a forma de composição destas previstas pelos arts. 11 e
27 da Lei no 8212/91. Segundo o MTO, estas receitas dividem-se em Contribuições
Sociais e em demais receitas, classificadas segundo a metodologia abaixo descrita:

Contribuições Sociais: Para integrarem o Orçamento da Seguridade Social,


devem cumprir dois requisitos básicos:

i - Quanto à origem, a norma constitucional ou infraconstitucional instituidora


deve explicitar que a receita se destina ao financiamento da Seguridade Social; e
ii - Quanto à finalidade, a receita criada deve ser destinada para as áreas de
saúde, previdência ou assistência social.

Demais Receitas: No que tange às Demais Receitas, consideram-se receitas


do Orçamento da Seguridade Social aquelas que:

i - Sejam próprias das unidades orçamentárias que integrem exclusivamente o


Orçamento da Seguridade; ou seja, das unidades que compõem os Ministérios da
Saúde, da Previdência Social, da Assistência Social e do Fundo de Amparo ao
Trabalhador, subordinado ao Ministério do Trabalho; ou
ii - A classificação orçamentária caracterize como originárias da prestação de
serviços de saúde, independentemente das entidades às quais pertençam; ou
iii - Vinculem-se à Seguridade Social por determinação legal.

Ao analisarmos posteriormente a classificação econômica da receita,


conforme previsto pela Lei 4.320/64, veremos que, segundo o CTN, as receitas de
contribuições, nestas incluídas as receitas de contribuições sociais, possuem
classificação própria, denominada meramente de “receita de contribuições”,

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diferentemente da orientação exarada pelo Supremo Tribunal Federal, que firmou


entendimento de que as receitas de contribuições são espécies tributárias.

2.8 Fases de Execução da Receita Orçamentária (Novidade do MTO


2011)

Segundo o MTO/2001, referenciando-se no art. 22 do Decreto Legislativo no


4.536, de 28 de janeiro de 1922, que organiza o Código de Contabilidade da União,
a receita orçamentária percorre três estágios até que ocorra a efetiva entrada de
recursos nos cofres públicos, na Conta Única do Tesouro Nacional: Previsão,
Arrecadação e Recolhimento. De acordo com o descrito acima, estaria sendo
descartado do fluxo da receita pública o estágio denominado de “Lançamento”.

De acordo com o MTO/2011, o “Lançamento” é o procedimento administrativo


do Fisco. Assim, embora parte da doutrina considere o “Lançamento” como o
estágio intermediário entre a “Previsão” e a “Arrecadação” da receita, o art. 53 da Lei
no 4.320, de 1964, o preceitua como “ato da repartição competente, que verifica a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora, e inscreve o débito
desta”.

Dessa maneira, de acordo com a ótica orçamentária, o lançamento é


procedimento administrativo realizado pelo Fisco – e não estágio. Tanto é assim que
as receitas patrimoniais e as empresariais, que são receitas orçamentárias, não se
sujeitam ao lançamento, uma vez que, após a previsão, ingressam diretamente via
estágio da Arrecadação, diferentemente das receitas tributárias que necessitam do
procedimento administrativo previamente ao estágio da “Arrecadação”.

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2.9 Classificação Econômica (categoria) da Receita Orçamentária,


referente ao primeiro nível da natureza da receita

A classificação econômica da receita orçamentária é estabelecida pela Lei


nº 4.320/64. Segundo esta, o registro da receita deve ocorrer no momento do
ingresso do recurso financeiro.

2.9.1 Definição da classificação Econômica da Receita

2.9.1.1 Receitas Correntes

As Receitas Correntes são oriundas do poder impositivo do Estado, sendo


classificadas em Tributária e de Contribuições; da exploração de seu patrimônio –
Patrimonial; da exploração de atividades econômicas - Agropecuária, Industrial e de
Serviços; as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em
Despesas Correntes – Transferências Correntes; e as demais receitas que não se
enquadram nos itens anteriores – Outras Receitas Correntes.

A classificação da Receita Corrente, descrita pelo MTO/2011, conforme a Lei


4.320/64 se subdivide em:

1. Tributárias: São as receitas públicas provenientes da arrecadação de


tributos discriminadas do CTN (IR, IPI, ICMS, IPTU, Taxas, Contribuições de
Melhoria, etc.).

De acordo com o Código Tributário Nacional – CTN, em seu art. 30, "Tributo é
toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada".

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Ainda de acordo com o art. 4º do CTN, a natureza específica do tributo,


diferentemente das demais receitas, é advinda do fato gerador, sendo irrelevante
para caracterizá-lo a sua denominação e a destinação legal do produto de sua
arrecadação.

Finalmente, destaca-se que, para fins deste material, seguindo orientação do


Manual Técnico do Orçamento, documento oficial que orienta a classificação da
receita por parte de todos os entes estatais, as espécies tributárias são aquelas
descritas pelo art. 5o do CTN e pelos incisos I, II e III do art. 145 da CF/88, sendo
representado pelos impostos, taxas e contribuições de melhoria. O Manual vem
repetidamente, ano a ano mantendo este entendimento, de tal forma que, na hora da
resolução das questões, vale como fundamento o documento oficial que rege tal
classificação.

Impostos: De acordo com o art. 16 do CTN, impostos são espécies tributárias


cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica relativa ao contribuinte, o qual não recebe
contraprestação direta ou imediata pelo pagamento;

Taxas: conforme o art. 77 do CTN, as taxas são a espécie de tributo que tem
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia administrativa, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto a sua disposição.

Sob a ótica orçamentária as taxas se subdividem em taxas de fiscalização


(ou de poder de polícia) e taxas de serviço. As taxas de fiscalização são
derivadas da intervenção do Estado em determinadas atividades com o fito de
garantir a ordem e a segurança. Recentemente foi editada a medida provisória
criando a Superintendência de Previdência Complementar – PREVIC, autarquia
responsável em regular e fiscalizar fundos fechados de previdência complementar.
Entre outros aspectos, nesta MP foi prevista a cobrança de taxa de fiscalização por
parte da autarquia frente ao seu universo fiscalizável. Já as taxas de serviço são

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derivadas da prestação/utilização de serviços públicos. Destaca-se que para que a


taxa seja cobrada, não há necessidade de o particular fazer uso do serviço,
bastando apenas que o Poder Público coloque tal serviço à disposição do
contribuinte;

Contribuição de Melhoria: É cobrada, segundo o art. 81 do CTN, para fazer


face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Atenção: Segundo o Manual Técnico do Orçamento de 2010, seguindo


entendimento do Supremo Tribunal Federal em sede de ADIN, os empréstimos
compulsórios são classificados como Receitas Correntes Tributárias.

Cita o referido manual que, de acordo com a Constituição Federal, a competência


para instituição de empréstimos compulsórios é da União, sendo tais tributos
temporários e restituíveis, cabendo sua instituição e disciplina dependente de lei
complementar. Deve-se observar que o empréstimo compulsório, de caráter
emergencial (para os casos de guerra externa ou sua iminência, ou de calamidade
pública), não está vinculado ao princípio da anterioridade. Nos demais casos
(despesas com investimento público urgente e de relevante interesse nacional) não
há exceção ao princípio da anterioridade. Além disso, os recursos arrecadados com
os mesmos terão sua aplicação vinculada à despesa que fundamentou sua
instituição. De acordo com o STF, a restituição do empréstimo compulsório deverá
ser feita em moeda corrente.

Vale destacar que este entendimento foi validade pelo MTO/2010 apenas com
referência aos Empréstimos Compulsórios, uma vez que as contribuições, que
também segundo o STF constituem uma espécie de tributo, classificam-se com
receitas correntes – receitas de contribuições, conforme disposto a seguir.

Assim sendo, muito cuidado na hora de interpretar a questão solicitada pela Banca.

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O MTO/2011 foi disponibilizado para consulta e orientação por parte das estruturas
componentes dos entes estatais somente com a aprovação da Lei de Diretrizes
Orçamentárias – LDO de 2011, aprovada após o mês de julho de 2010.

2. Contribuições: Trata-se das receitas advindas das contribuições ditas


sociais e de Intervenção no Domínio Econômico, tais como COFINS, PIS, CIDE.
Destaca-se apenas, para fins de consolidação, que a contribuição de melhoria é
espécie de Receita Corrente Tributária.

Contribuições Sociais: vinculada a uma atividade estatal que visa atender


aos direitos sociais previstos na Constituição Federal. Pode-se afirmar que as
contribuições sociais atendem a duas finalidades básicas: seguridade social (saúde,
previdência e assistência social) e outros direitos sociais a exemplo do salário
educação.

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico: Denominado de


CIDE, é uma espécie de contribuição que atinge um determinado setor da economia,
com finalidade qualificada em sede constitucional – intervenção no domínio
econômico – instituída mediante um motivo específico, como é o caso da CIDE-
Combustíveis (relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e
seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.

Contribuição de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas:


São destinadas ao custeio das organizações de interesse de grupos profissionais,
como OAB, CREA, CRM. Atendem também o custeio dos serviços sociais
autônomos prestados no interesse das categorias, como SESI, SESC e SENAI;

(Novidade!!!) Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação


Pública - CIP: Esta contribuição foi Instituída pela Emenda Constitucional 39, de
2002, que acrescentou o art. 149-A à Constituição Federal, tendo assim a finalidade

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de custear o serviço de iluminação pública colocada à disposição por municípios e


pelo Distrito Federal.

Vale assim lembrar que CIP é classificada, pelos Municípios e pelo DF, dentro
do orçamento, no item referente e às Receitas Correntes, como Receita de
Contribuições.

3. Patrimoniais: São as receitas públicas provenientes da exploração do


patrimônio do Estado (bens imóveis (prédios), aplicações financeiras bem como de
compensações financeiras, concessões e permissões). Os bens imobiliários geram
receitas de aluguéis assim como as aplicações financeiras geram juros nas
aplicações. Com a ampliação do regime de concessão e permissão de bens
públicos, estradas, portos e ferrovias passaram a ser fontes geradoras de receita
patrimonial.

Compensações Financeiras: São receitas que tem origem na exploração do


patrimônio do Estado, constituído por recursos minerais, hídricos, florestais e outros,
definidos no ordenamento jurídico. Estas compensações são devidas à União, aos
estados e aos municípios, de acordo com o disposto na legislação vigente, como
forma de participação no resultado dessa exploração. Um dos casos mais
emblemáticos relacionados à compensações financeira refere-se aos royalties da
exploração de petróleo;

4. Agropecuárias: É a receita originária proveniente da exploração dos bens


do Estado referente à atividade agrícola ou pecuária, como, por exemplo, o
aproveitamento de matrizes de animais utilizadas para melhoramento genético pela
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA;

5. Industriais: Refere-se à receita originária incorporada aos cofres públicos


pela atividade de industrialização de bens. Um exemplo típico são as vacinas
vendidas pela Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ;

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6. Serviços: São receitas originárias provenientes das atividades de


prestação de serviços pelo Estado, tal como a armazenagem de produtos em postos
aduaneiros, serviços de inspeção e fiscalização sanitária, dentre outros. Estes
serviços são remunerados por preço público, comumente conhecido como tarifa.
Inclusive a esse respeito cabe uma importante consideração:

Preço Público x Taxa

A distinção entre taxa e preço público, também chamado de tarifa, está


descrita na Súmula no 545 do Supremo Tribunal Federal: “Preços de serviços
públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária,
em relação à lei que a instituiu”. Assim, preço público (ou tarifa) decorre da utilização
de serviços públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a Administração
Pública, de forma direta ou por delegação para concessionária ou permissionária,
coloca à disposição da população, que poderá escolher se os contrata ou não. São
serviços prestados em decorrência de uma relação contratual regida pelo direito
privado.

A taxa decorre de lei e serve para custear, naquilo que não forem cobertos
pelos impostos, os serviços públicos, essenciais à soberania do Estado (a lei não
autoriza que outros prestem alternativamente esses serviços), específicos e
divisíveis, prestados ou colocados à disposição do contribuinte diretamente pelo
Estado. O tema é regido pelas normas de direito público.

Há casos em que não é simples estabelecer se um serviço é remunerado por


taxa ou por preço público. Como exemplo, podemos citar o caso do fornecimento de
energia elétrica. Em localidades onde estes serviços forem colocados à disposição
do usuário, pelo Estado, mas cuja utilização seja de uso obrigatório, compulsório
(por exemplo, a lei não permite que se coloque um gerador de energia elétrica), a
remuneração destes serviços é feita mediante taxa e sofrerá as limitações impostas
pelos princípios gerais de tributação (legalidade, anterioridade,...). Por outro lado, se

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a lei permite o uso de gerador próprio para obtenção de energia elétrica, o serviço
estatal oferecido pelo ente público, ou por seus delegados, não teria natureza
obrigatória, seria facultativo e, portanto, seria remunerado mediante preço público.

7. Transferência Corrente: Constituem-se em receitas de outros entes ou


entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao
ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou
mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas
correntes. (Repasse de recursos federais a Estado ou Município para atendimento
de programas objetos de despesas correntes.).

Destaca-se que os recursos da transferência são vinculados à finalidade


pública, e não a pessoa. Podem ocorrer a nível intragovernamental (dentro do
âmbito de um mesmo governo) ou intergovernamental (governos diferentes, da
União para Estados, do Estado para os Municípios, por exemplo), assim como
recebidos de instituições privadas. Nas transferências correntes, podemos citar
como exemplos as seguintes espécies:

Transferências de Convênios: Tratam-se dos recursos oriundos de


convênios, com finalidade específica, firmados entre entidades públicas de qualquer
espécie, ou entre elas e organizações particulares, para realização de objetivos de
interesse comum dos partícipes e destinados a custear despesas correntes.

Transferência de Pessoas: Compreendem as contribuições e doações que


pessoas físicas realizem para a Administração Pública.

8. Outras Receitas Correntes: São todas as outras receitas correntes não


classificáveis nas anteriormente citadas (juros de mora, multas, alienação (venda de
bens apreendidos), etc.).

Receitas de Multas: As multas também são um tipo de receita pública, de


caráter não tributário, constituindo-se em ato de penalidade de natureza pecuniária

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aplicado pela administração púbica aos administrados. Dependem, sempre, de


prévia cominação em lei ou contrato, cabendo sua imposição ao respectivo órgão
competente (poder de polícia). Conforme prescreve o § 4º do art. 11 da Lei 4.320/64,
as multas classificam-se como “outras receitas correntes”. Podem decorrer do
descumprimento de preceitos específicos previstos na legislação pátria, ou de mora
pelo não pagamento das obrigações principais ou acessórias nos prazos previstos.

Receitas da Dívida Ativa: São os créditos da Fazenda Pública, de natureza


tributária ou não tributária, exigíveis em virtude do transcurso do prazo para
pagamento. Este crédito é cobrado por meio da emissão de certidão de dívida ativa
da Fazenda Pública da União ou dos demais entes da federação, inscrita na forma
da lei, com validade de título executivo. Isso confere à certidão da dívida ativa
caráter líquido e certo, embora se admita prova em contrário.

Destaca-se que a Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública


proveniente da obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais,
atualizações monetárias, encargos e multas tributárias. Já a Dívida Ativa não
Tributária é proveniente dos demais créditos da Fazenda Pública.

2.9.1.2 Receitas de Capital

Diferentemente das receitas correntes, as Receitas de Capital são aquelas


provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de
dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos e dos recursos recebidos de
outras pessoas de direito público ou privado, conforme diz a própria letra da Lei
4.320/64 em seu art. 11, § 2º.

As Receitas de Capital são denominadas receitas por mutação do patrimônio


público, simplesmente porque em nada acrescem ao patrimônio do Estado.

Um importante e prévio destaque a ser feito refere-se à distinção entre as


receitas de capital e as receitas financeiras. Segundo o Manual Técnico do

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Orçamento, o conceito de Receita Financeira surgiu com a adoção pelo Brasil da


metodologia de apuração do resultado primário, oriundo de acordos com o Fundo
Monetário Internacional - FMI. Desse modo, passou-se a denominar como Receitas
Financeiras aquelas receitas que não são consideradas na apuração do resultado
primário (receita primária – despesa primária), como as derivadas de aplicações no
mercado financeiro ou da rolagem e emissão de títulos públicos, assim como as
provenientes de privatizações, entre outras.

As receitas de capital apresentam a seguinte divisão:

1. Operações de Crédito: Trata-se de operações de empréstimos realizados


pelo poder público, assim como as operações com títulos públicos com fins de
obtenção de recursos financeiros. São espécies de receitas:

i. Operações de crédito Internas;


ii. Operações de crédito Externas;
iii. Operações Oficiais de Crédito – Retorno.

2. Alienação de Bens Móveis e Imóveis: é a conversão de bens móveis


(veículos) e imóveis (prédios), em espécie. Veja que ocorre uma mera mutação
patrimonial entre o valor contábil do bem e a entrada de recursos financeiros nos
cofres públicos;

3. Amortização de Empréstimos Concedidos: São os pagamentos feitos


por estados e municípios aos empréstimos feitos pela União. Cabe ressaltar que a
recíproca também é valida, ou seja, pagamentos feitos pela União de empréstimos
anteriormente contraídos. Adiciona-se que a amortização refere-se somente ao
recebimento do principal da dívida, sendo os juros recebidos classificáveis como
receitas correntes, receita de serviços - financeiros;

4. Transferência de Capital: Trata-se do ingresso de recursos em caixa,


proveniente de outros entes ou entidades de direito público ou privado, objetivado ao

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atendimento de despesas de capital, tal como a construção de escolas e outros. As


despesas de capital classificam-se em investimentos e inversões financeiras, sendo
a primeira delas destinada a aquisição de um novo bem enquanto a segunda refere-
se à aquisição de um bem já existente (não se trata de um bem novo).

5. Outras Receitas de Capital: São as receitas não classificáveis em


nenhum dos itens acima elencados.

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Questões Propostas:

1 – (APO/MPOG – ESAF/2010) Assinale a opção que indica uma afirmação


verdadeira a respeito da conceituação e classificação da receita orçamentária.
a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitam pelo
patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não-efetivas.
b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pela sociedade ao
Estado e são classificadas como permanentes e temporárias.
c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, são classificados
como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio público.
d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que não geram
contrapartida no passivo do ente público.
e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados como receitas
orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos.

2 - (APO/MPOG – ESAF/2008) A Receita da Administração Pública pode ser


classificada nos seguintes aspectos: quanto à natureza, quanto ao poder de
tributar, quanto à coercitividade, quanto à afetação patrimonial e quanto à
regularidade. Quanto à sua regularidade, as receitas são desdobradas em:
a) receitas efetivas e receitas por mutação patrimonial.
b) receitas orçamentárias e receitas extra-orçamentárias.
c) receitas ordinárias e receitas extraordinárias.
d) receitas originárias e receitas derivadas.
e) receitas de competência Federal, Estadual ou Municipal.

3 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Identifique o conceito de receita orçamentária


que não é pertinente à sua definição.
a) Receita patrimonial é uma receita derivada, oriunda da exploração indireta, por
parte do Estado das rendas obtidas na aplicação de recursos.
b) Receita tributária é uma receita derivada que o Estado arrecada, mediante o
emprego de sua soberania, sem contraprestação diretamente equivalente e cujo

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produto se destina ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são
próprias.
c) Receitas de capital são receitas provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos da constituição de dívida; da conversão, em espécie, de bens e
direitos; os recursos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a
atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
orçamento corrente.
d) Receita de serviço é uma receita originária, segundo a qual os recursos ou meios
financeiros são obtidos mediante a cobrança pela venda de bens e serviços.
e) Outras receitas correntes são receitas originárias, provenientes de multas,
cobranças da dívida ativa, restituições e indenizações.

4 - (Auditor/TCE-GO – ESAF/2007) Com relação ao preço público e a sua


distinção com a taxa, pode-se afirmar que:
a) a tarifa é uma receita pública, retirada de forma coercitiva do patrimônio dos
particulares.
b) a taxa visa ao lucro enquanto a tarifa visa ao ressarcimento.
c) o preço público é uma espécie de tributo, pois a sua exigência é compulsória e
tem por base o poder fiscal do Estado.
d) a tarifa pode ser cobrada em razão do exercício do poder de polícia.
e) a tarifa é uma receita originária, proveniente da intervenção do Estado, por meio
dos seus associados, permissionários, ou concessionários, na atividade econômica.

5 - (APO/SP - ESAF/2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto:


a) tributos.
b) penalidades pecuniárias.
c) multas administrativas.
d) preços públicos.
e) taxas.

6 - (AFC/CGU – ESAF/2006) No que diz respeito à receita pública, indique a


opção falsa.

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a) A Lei n. 4.320/64 classifica a receita pública em orçamentária e extra-


orçamentária, sendo que esta apresenta valores que não constam do orçamento.
b) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital.
c) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuições,
patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de
transferências e outras.
d) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão
computados na apuração do resultado financeiro e econômico do exercício.
e) A receita extra-orçamentária não pertence ao Estado, possuindo caráter de
extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos.

7 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Segundo o Manual Técnico do Orçamento - 2008,


a classificação da receita por natureza busca a melhor identificação da origem
do recurso, segundo seu fato gerador. Indique a opção incorreta quanto aos
desdobramentos dessa receita.
a) Sub-rubrica.
b) Origem e espécie.
c) Rubrica.
d) Categoria econômica.
e) Alínea e subalínea.

8 – (APO/MPOG – ESAF/2008) Identifique o conceito de receita orçamentária


que não é pertinente à sua definição.
a) Receita patrimonial é uma receita derivada, oriunda da exploração indireta, por
parte do Estado das rendas obtidas na aplicação de recursos.
b) Receita tributária é uma receita derivada que o Estado arrecada, mediante o
emprego de sua soberania, sem contraprestação diretamente equivalente e cujo
produto se destina ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são
próprias.
c) Receitas de capital são receitas provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos da constituição de dívida; da conversão, em espécie, de bens e
direitos; os recursos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a

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atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do


orçamento corrente.
d) Receita de serviço é uma receita originária, segundo a qual os recursos ou meios
financeiros são obtidos mediante a cobrança pela venda de bens e serviços.
e) Outras receitas correntes são receitas originárias, provenientes de multas,
cobranças da dívida ativa, restituições e indenizações.

9 – (AFCE/TCU – CESPE/2008)

A partir da figura acima, que apresenta o esquema de identificação dos


recursos que ingressam nos cofres públicos, o qual é desdobrado em seis
níveis, relacionados ao código identificador da natureza de receita, julgue o
item seguinte, acerca das receitas públicas.
No esquema apresentado, a espécie constitui um maior detalhamento da categoria
anterior (origem). Essa classificação não está relacionada à
Lei nº 4.320/1964, mas, sim, à classificação discricionária adotada pela Secretaria
de Orçamento Federal e pela Secretaria do Tesouro Nacional. No caso dos tributos,
a espécie relaciona os tipos de tributos previstos na Constituição Federal.

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3. Classificação das Despesas Públicas

De acordo com ilustre Aliomar Baleeiro, a despesa pública “é a aplicação de


certa quantia em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente,
dentro de uma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo”.

Já para o Mestre Lino Martins, as despesas públicas são os “desembolsos


efetuados pelo Estado no atendimento dos serviços e encargos assumidos no
interesse geral da comunidade, nos termos da Constituição, das leis, ou em
decorrência de contratos ou outros instrumentos.”

3.1 Tipificação das Despesas Públicas

De forma genérica podemos dizer que as despesas públicas constituem os


dispêndios realizados pela administração pública para funcionamento de suas
atividades e para a prestação de serviços à sociedade.

3.1.1 Despesas Orçamentárias e Extra-orçamentárias

Inicialmente podemos classificar as despesas públicas em orçamentárias e


extra-orçamentárias.

A despesa orçamentária é aquela decorrente de lei orçamentária bem como


dos créditos adicionais. Os créditos adicionais (suplementares, especiais e
extraordinários) têm por finalidade, lato sensu, o atendimento às despesas públicas.
O crédito suplementar visa reforçar rubrica de despesa já prevista no orçamento,
mas que necessitou ter aumento em termos de volume financeiro. Já o crédito
especial objetiva atender despesa ainda não prevista orçamento. Finalmente, os
créditos extraordinários visam atender despesas públicas imprevisíveis e urgentes,
tais como calamidade pública e guerra.

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As despesas extra-orçamentárias correspondem às diversas saídas de


numerário não previstas no orçamento ou nos créditos adicionais. Entre as saídas
encontram-se os depósitos em caução, pagamentos de operações de crédito por
antecipação de receita e de restos a pagar.

3.1.2 Despesas Efetivas e Não-Efetivas

Quando se analisa a despesa pública sob o aspecto da afetação patrimonial,


ou seja, se altera ou não o patrimônio público, temos a seguinte subdivisão:

Despesa Orçamentária Efetiva: é aquela que, no momento da sua


realização, reduz a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil
modificativo diminutivo.

Segundo destaca o Manual da Despesa Nacional, em geral a Despesa


Orçamentária Efetiva coincide com a Despesa Corrente. Existe, entretanto, a
despesa corrente não-efetiva como, por exemplo, a despesa com a aquisição de
materiais para estoque e a despesa com adiantamentos, que representam fatos
permutativos (aumenta o estoque e reduz o caixa).

Despesa Orçamentária Não-Efetiva: é aquela que, no momento da sua


realização, não reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato
contábil permutativo. Neste caso, além da despesa orçamentária, registra-se
concomitantemente conta de variação ativa para anular o efeito dessa despesa
sobre o patrimônio líquido da entidade.

Nos moldes das exceções, as despesas não-efetivas correspondem às


despesas de capital, com exceção das transferências de capital (tipo de despesa de
capital), que representam decréscimo patrimonial, classificando-se como despesas
efetivas.

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3.2 Classificação por esfera orçamentária

A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o orçamento é fiscal,


da seguridade social ou de investimento das empresas estatais, conforme disposto
no § 5º do art. 165 da CF/88:

• Orçamento Fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
• Orçamento de Investimento: orçamento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
e
• Orçamento da Seguridade Social: abrange todas as entidades e órgãos a
ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

A classificação por esfera aponta “em qual orçamento” será alocada a


despesa. Na base do Sistema de Orçamento o campo destinado à esfera
orçamentária é composto de dois dígitos e será associado à ação orçamentária, com
os seguintes códigos:

CÓDIGO ESFERA ORÇAMENTÁRIA


10 Orçamento Fiscal

20 Orçamento da Seguridade Social

30 Orçamento de Investimentos

3.3 Classificação Institucional da Despesa Pública

De acordo com o MTO 2010, a classificação institucional reflete a estrutura


organizacional de alocação dos créditos orçamentários, e está estruturada em dois

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níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. O órgão


orçamentário é o responsável pelo gasto, sendo assim o responsável pela
consignação das dotações orçamentárias a que cada unidade orçamentária tem
direito. Temos ainda a unidade orçamentária, representada pelo agrupamento de
serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas as
dotações próprias. Em resumo, pode-se dizer que, por meio da classificação
institucional da despesa pública, verifica-se o agente encarregado pelo gasto.

As dotações são consignadas às unidades orçamentárias, responsáveis pela


realização das ações. Para que as coisas possam ficar um pouco mais claras,
podemos enquadrar o órgão orçamentário como sendo o Ministério da Educação e
como unidade orçamentária a Fundação Universidade Federal de Ouro Preto.

No caso do governo federal, o código da classificação institucional compõe-se


de cinco dígitos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os
demais à unidade orçamentária.

Exemplo:

Órgão Orçamentário: Ministério da Educação – 26.000 (cód. 26)


Unidade Orçamentária: Fundação Universidade Federal de Ouro Preto (26.277)

Pode-se dizer que a classificação institucional demonstra “quem faz” a


despesa. É possível assim verificar as dotações recebidas por cada órgãos e suas
respectivas unidades administrativas.

Vejamos um exemplo da classificação institucional mais completo:


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Órgão: 25000 MINISTÉRIO DA FAZENDA

Unidades Orçamentárias:

25101 Ministério da Fazenda

25103 Secretaria da Receita Federal do Brasil

25104 Procuradoria Geral da Fazenda Nacional

25201 Banco Central do Brasil

25203 Comissão de Valores Mobiliários

25208 Superintendência de Seguros Privados

25903 Fundo de Compensação e Variações Salariais*

25904 Fundo de Estabilidade do Seguro Rural*

25913 Fundo Especial de Treinamento e Desenvolvimento*

25914 Fundo de Garantia à Exportação – FGE*

* São Unidades Orçamentárias, porém não correspondem a uma estrutura


administrativa.

Um ponto importante é que um órgão ou uma unidade orçamentária não


corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por
exemplo, com alguns fundos especiais e com os “órgãos” “Transferências a Estados,
Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais
de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de
Contingência”. No entanto, são um conjunto de dotações que são administradas por
órgãos do governo que também têm suas próprias dotações.

3.4 Classificação das Despesas Públicas segundo a categoria


econômica disposta na Lei 4320/64

As despesas públicas são classificadas segundo a categoria econômica em


despesas correntes e despesas de capital.
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As despesas correntes são os gastos realizados pelo poder público de


natureza meramente operacional, destinadas à manutenção e funcionamento dos
serviços públicos (funcionalismo, contas de água, luz e telefone. São ainda as
despesas que não contribuem, diretamente, para a formação de um bem de capital.

As despesas correntes são subdivididas em:

Despesas de Custeio: referem-se às despesas para manutenção do serviço


público, inclusive obras de conservação e adaptação de imóveis;

Transferências Correntes: Destinadas à manutenção de despesas que não


correspondam à contraprestação direta de bens e serviços públicos, incluindo-se
nestas as contribuições sociais e econômicas. Para fins de analogia, estas
subvenções correspondem às transferências destinadas ao pagamento de inativos e
pensionistas e juros sobre a dívida. Destaca-se que, de acordo com a Lei 4.320, as
subvenções se dividem em sociais e econômicas. As subvenções sociais são as que
se destinam a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural,
sem finalidade lucrativa. Já as subvenções econômicas são as que se destinam a
empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

As despesas de capital são as destinadas à aquisição ou formação de um


bem de capital, ou seja, são os gastos que aumentam o patrimônio do governo. As
receitas de capital são compostas de:

Investimentos: São as despesas destinadas ao planejamento e execução de


obras que gerem aumento do patrimônio do Estado, ou seja, bens novos ou sem
utilização. De outra forma, são bens que geram impactos no crescimento do
PIB. (Exemplos de investimento: construção de um hospital, compra de um imóvel
para demolição e construção de outro imóvel novo);

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Inversões financeiras: São as despesas em termos de dotação destinadas à


aquisição de bens de capital já em utilização. Trata-se de gastos de capital que não
geram aumento no PIB, mas apenas um fato permutativo do estoque de capital.

Observação Importante: Aumento na participação do capital de empresa pelo


governo será investimento caso esteja ocorrendo um AUMENTO do capital. Caso a
aquisição seja uma mera troca de titularidade, temos o caso de uma inversão
financeira.

Transferência de Capital: São os recursos destinados ao atendimento de


despesas na forma de investimentos e inversões financeiras de outros entes de
direito público ou privado. Não geram obrigação com o transferidor no que se refere
à contraprestação direta de bens e serviços. (Recursos do governo federal
repassados ao governo estadual ou municipal para a construção de uma escola
pública).

3.5 Classificação da Despesa Pública de acordo a Natureza

Conforme aponta o Manual Técnico do Orçamento, os arts. 12 e 13 da Lei no


4.320 tratam da classificação da despesa por categoria econômica e seus
elementos. Assim como no caso da receita, o art. 8o estabelece que os itens da
discriminação da despesa mencionados no art. 13 serão identificados por números
de código decimal, na forma do Anexo IV dessa Lei, atualmente consubstanciados
no Anexo II da Portaria Interministerial STN/SOF no 163, de 2001.

O conjunto de informações que formam o código é conhecido como


classificação por natureza de despesa e informa a categoria econômica, o
grupo a que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento.

Ainda de acordo com o art. 3o da mesma portaria, a classificação da despesa


segundo sua Natureza é composta pela Categoria Econômica, pelo grupo de
natureza da despesa e pelo Elemento da Despesa.

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Finalmente, segundo disposto no art. 6º da referida Portaria, a o


estabelecimento de que “na Lei orçamentária, a discriminação da despesa,
quanto a sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de
despesa e modalidade de aplicação”.
Vejamos a figura retirada do MTO, que representa o código composto por seis
números:

3.5.1 A Categoria Econômica da Despesa

A despesa pública é classificada, em consonância com a receita pública, em


duas categorias econômicas, sob os seguintes códigos:

Despesas Correntes – código 3 – Lembre-se que as receitas correntes o código é 1!


Despesas de Capital – código 4 – Lembre-se que as receitas de capital o código é 2!

Conforme já destacado, as despesas correntes são os gastos realizados


pelo poder público de natureza meramente operacional, destinadas à manutenção e
funcionamento dos serviços públicos (funcionalismo, contas de água, luz e telefone.
São ainda as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação de
um bem de capital.

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Diferentemente, as despesas de capital são as destinadas à aquisição ou


formação de um bem de capital, ou seja, são os gastos que aumentam o patrimônio
público.

Observação: Representamos a categoria econômica pela letra “c”

3.5.2 O grupo de Natureza da Despesa

O grupo de natureza corresponde à agregação de elementos de despesa com


as mesmas características quanto ao objeto do gasto público.

Os grupos de natureza da despesa são:

1 – Pessoal e encargos sociais;


2 – Juros e encargos da dívida;
3 – Outras despesas correntes;
4 – Investimentos Financeiros;
5 – Inversões Financeiras;
6 – Amortização da Dívida;
9 – Reserva de Contingência;

Observação: Representamos o grupo econômico por “g”

Vejamos a descrição de cada grupo econômico:

Despesas Correntes:

• Pessoal e Encargos Sociais: Despesas de natureza remuneratória


decorrente do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no
setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e
pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador,

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incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas de


previdência, outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de
despesa, bem como soldo, gratificações, adicionais e outros direitos
remuneratórios, pertinentes a este grupo de despesa, previstos na estrutura
remuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de
pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a
necessidade de excepcional interesse público e despesas com contratos de
terceirização de mão-de-obra que se refiram à substituição de servidores e
empregados públicos, em atendimento ao disposto no art. 18, § 1º, da LRF.
• Juros e Encargos da Dívida: Despesas com o pagamento de juros,
comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas
contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.
• Outras Despesas Correntes: Despesas com aquisição de material de
consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-
alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria
econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de
natureza de despesa.

Despesas de Capital (conforme já destacado):

• Investimentos: Despesas com o planejamento e a execução de obras,


inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização
destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente (aumentam o estoque de capital).
• Inversões Financeiras: Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de
capital já em utilização (não aumentam o estoque de capital); aquisição de
títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer
espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
e com a constituição ou aumento do capital de empresas.
• Amortização da Dívida: Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento
do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e
externa, contratual ou mobiliária.

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A Reserva de Contingência está à parte da descrição acima, pois varia de


acordo com a sua destinação. Compreende o volume de recursos destinados ao
atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais
imprevistos. Essa reserva poderá ser utilizada para abertura de créditos adicionais,
desde que definida na LDO.

Os Passivos Contingentes são representados por demandas judiciais,


dívidas em processo de reconhecimento e operações de aval e garantias
dadas pelo Poder Público. Os outros riscos a que se refere o § 3º do artigo 4º
da LRF são classificados em duas categorias:

- Riscos Fiscais Orçamentários;


- Riscos Fiscais de Dívida.

Riscos Fiscais Orçamentários: estão relacionados à possibilidade das receitas e


despesas projetadas na elaboração do projeto de lei orçamentária anual não se
confirmarem durante o exercício financeiro.

Com relação à receita orçamentária, algumas variáveis


macroeconômicas podem influenciar no montante de recursos arrecadados,
dentre as quais pode-se destacar: o nível de atividade da economia e as taxas
de inflação, câmbio e juros. A redução do Produto Interno Bruto – PIB, por
exemplo, provoca queda na arrecadação de tributos por todos os entes da
federação.

No que diz respeito à despesa orçamentária, a criação ou ampliação de


obrigações decorrentes de modificações na legislação, por exemplo, requer
alteração na programação original constante da Lei Orçamentária.

Riscos Fiscais da Dívida: estão diretamente relacionados às flutuações de


variáveis macroeconômicas, tais como taxa básica de juros, variação cambial e

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inflação. Para a dívida indexada ao Sistema Especial de Liquidação e Custódia –


SELIC, por exemplo, um aumento sobre a taxa de juros estabelecido pelo Comitê de
Política Monetária do Banco Central do Brasil elevaria o nível de endividamento do
governo.
3.5.3 A modalidade de aplicação

Destaca a portaria 163 em seu art. 3º, § 1º:

“A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial


denominada "modalidade de aplicação", a qual tem por finalidade indicar se os
recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma
esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas
entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem
dos recursos transferidos ou descentralizados”. (Lembre-se da classificação das
receitas correntes ou de capital intra-orçamentárias? A modalidade de aplicação
segue a mesma sistemática, mas para a aplicação na despesa!!!

As modalidades de aplicação são:

20 - Transferências à União
30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal
40 - Transferências a Municípios
50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos
70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais
71 - Transferências a Consórcios Públicos
80 - Transferências ao Exterior
90 - Aplicações Diretas
91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos
e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade
Social
99 - A Definir

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Observação: Representamos a modalidade de aplicação por “mm”

Vai mais uma dica:

Se for decorar alguma coisa, tentem então seguir o disposto no art. 6º da


Portaria 163, que, conforme já citamos, estabelece que na Lei orçamentária, a
discriminação da despesa, quanto a sua natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria
econômica, grupo de despesa e modalidade de aplicação.

Ou seja, temos que saber que a discriminação da despesa se dará no mínimo


pelo conjunto “c.g.mm”!!!

3.5.4 Elemento de Despesa

O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais


como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços
de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações,
equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a
administração pública utiliza para a consecução de seus fins.

Optamos por não reproduzir os códigos de elemento da despesa,


especialmente porque estes não devem ser cobrados no certame. Não obstante,
destaca-se que, de acordo com o MTO 2010, É vedada a utilização em projetos e
atividades dos elementos de despesa (41-Contribuições, 42-Auxílios e 43-
Subvenções Sociais), o que pode ocorrer apenas em operações especiais.

Observação: Representamos o elemento de despesa por “ee”

3.5.5 Desdobramento do elemento da despesa

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Temos ainda o desdobramento facultativo do elemento de despesa, sendo


este representado por “dd”.

Conforme as necessidades de escrituração contábil e controle da execução


orçamentária, fica facultado por parte de cada ente o desdobramento dos elementos
de despesa.

Assim, de forma resumida, podemos concluir que o código da despesa será


composta da seguinte forma:

“c.g.mm.ee.dd”, sendo

c – categoria econômica;
d – grupo de natureza;
mm – modalidade de aplicação;
ee - elemento de despesa;
dd – desdobramento facultativo do elemento despesa.

3.4 Classificação Funcional-Programática

3.4.1 A classificação Funcional

Segundo o Manual Técnico do Orçamento – MTO, a classificação Funcional,


dividida em funções e subfunções, busca responder basicamente à indagação “em
que” área de ação governamental a despesa será realizada. Para cada atividade,
projeto e operação especial, existe a identificação da função e a subfunção às quais
estas se vinculam.

A classificação funcional da despesa pública foi instituída pela Portaria no


42/99 do MPOG é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que
servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas
três esferas de Governo. Trata-se de uma classificação independente dos

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programas a serem realizados pelo governo (veremos a seguir a classificação


programática), sendo de aplicação obrigatória pelos três entes da federação.

Destaca-se ainda que a classificação funcional é a ferramenta utilizada pelo


setor público para a consolidação de todos os gastos do setor público.

Conceito de Função da Despesa Pública

A função representa o maior nível de agregação das diversas áreas de


atuação do setor público. Esta é representada por cinco dígitos, conforme veremos a
seguir. Vale ressaltar que a função está relacionada com a missão do órgão (por
exemplo ministérios), em saúde, educação, transportes e outros mais.

A Subfunção da Despesa Pública

É a partição da função, sendo indicada pelos últimos três números (dos cinco)
da classificação funcional. A subfunção representa um nível de agregação
imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação
governamental.

A Portaria 42/99 pautou a flexibilidade da classificação por subfunções, de


forma que estas possam ser vinculadas a funções diferentes daquelas relacionadas
na própria Portaria. Um bom exemplo é exposto por Pascoal (pág. 65, 2007), em
que uma atividade do Ministério da Agricultura deve ser classificada na subfunção
“Desenvolvimento Científico”, na função do Ministério da Agricultura, não sendo
necessário à classificação na função “Ciência e Tecnologia”.

Vamos a alguns exemplos de funções e subfunções da despesa pública:

Funções Subfunções
031 – Ação Legislativa
01 - Legislativa
032 – Controle Externo

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061 – ação judiciária


02 - Judiciária 062 – defesa do interesse público no
processo judiciário
601 – Promoção da Produção Vegetal
605 – Abastecimento
20 - Agricultura
606 – Extensão Rural
607 - Irrigação
841 – Refinanciamento da Dívida Interna
842 – Refinanciamento da Dívida Pública
843 – Serviço da Dívida Interna
28 – Encargos Especiais
844 – Serviço da Dívida Externo
845 – Transferências
846 – Outros Encargos Especiais

Cabe destacar a chamada função “Encargos Especiais”, que é engloba as


despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser
gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos,
indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

Ressalta-se, que por se tratar de uma função peculiar a todas outras


desenvolvidas pelo Poder Público, é de grande possibilidade de cobrança em
certames.

Veja uma questão cobrada no concurso do TCU em 2004.

(AFCE/TCU – CESPE/2004) A classificação funcional da despesa engloba funções e


subfunções e têm por finalidade agregar conjuntos de despesas do setor público.
Uma das funções refere-se às despesas às quais não se possa associar um bem ou
serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como dívidas,
ressarcimentos, indenizações e outras, o que implica, portanto, uma agregação
neutra.

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A resposta para esta questão é “correta”, tratando-se da peculiaridade representada


pela função “encargos especiais”.

3.4.2 Classificação Programática

A chamada classificação programática da despesa é baseada no modelo de


orçamento atualmente adotado pela União, o chamado orçamento-programa, que
tem como parâmetro, em termos de objetivos estratégicos, os definidos pelo
Programa Plurianual – PPA.

A classificação programática especifica a despesa pública de acordo com os


programas governamentais, com o objetivo de demonstrar a atuação governamental
na sua atividade fim.

De acordo com a Portaria número 42/99 do Ministério do Planejamento, os


entes da federação deverão elaborar a estrutura dos programas, respeitando os
conceitos previamente estabelecidos na mesma portaria.

O Programa

O Manual Técnico do Orçamento conceitua o programa com sendo o


instrumento de organização da atuação governamental que articula um
conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum
preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando a
solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade ou
demanda da sociedade.

Ressalta-se que o objetivo do programa esta justamente em promover a


vinculação entre o PPA e o orçamento anual (LOA).

Afirma ainda o Manual que a organização das ações do Governo sob a forma
de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração

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pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a


sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos.

Derivado do programa, encontra-se os objetivos que este deseja alcançar.


Vejamos um exemplo:

Programa: Acesso à Alimentação


Objetivo do Programa: Garantir à população em situação de insegurança
alimentar o acesso à alimentação digna, regular e adequada à nutrição e
manutenção da saúde humana.

Os programas são classificados em dois tipos:

- Programas Finalísticos: dos quais resultam bens ou serviços ofertados


diretamente à sociedade, cujos resultados sejam passíveis de mensuração;

- Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: são programas


voltados aos serviços típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de políticas
setoriais, à coordenação, à avaliação ou ao controle dos programas finalísticos,
resultando em bens ou serviços ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto
inclusive por despesas de natureza tipicamente administrativas.

Ações

Derivada dos programas, temos as chamadas ações, que são as operações


das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender
ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as
transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a
pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios,
contribuições, doações, etc., e os financiamentos.

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As ações governamentais, conforme suas características, podem ser


classificadas em:

• Projetos;
• Atividades;
• operações especiais.

Os Projetos correspondem ao instrumento de programação utilizado para


alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações,
limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a
expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Um exemplo de projeto é o
referente à construção de escolas públicas, uma vez que possui um início e um fim.

As Atividades correspondem ao instrumento de programação utilizado para


alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se
realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou
serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Um exemplo de atividade
é a referente à manutenção das escolas construídas a partir de um projeto
governamental, que tem início mas não possui uma data fim.

Cabe mencionar a diferença existente entre os projetos e as atividades.


Conforme se verifica acima, os projetos são limitados no tempo enquanto as
atividades ocorrem de modo contínuo e permanente.

Finalmente, as operações especiais são ações que não contribuem para a


manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não
resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou
serviços. As operações especiais representam o detalhamento da função encargos
especiais, tais como pagamentos do serviço da dívida, pagamentos de sentenças do
judiciário (esqueletos da dívida), restituições e pagamentos de inativos.

3.5 Classificação da Despesa por Identificador de Resultado Primário

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O identificador de resultado primário, de caráter indicativo, tem como


finalidade auxiliar a apuração do resultado primário previsto na Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO, devendo constar no Projeto de Lei Orçamentária Anual –
PLOA e na respectiva Lei em todos os grupos de natureza da despesa,
identificando, de acordo com a metodologia de cálculo das necessidades de
financiamento, cujo demonstrativo constará em anexo à Lei Orçamentária. Conforme
estabelecido no § 5º do art. 7º da PLDO 2011, nenhuma ação poderá conter,
simultaneamente, dotações destinadas a despesas financeiras e primárias,
ressalvada a reserva de contingência.

Fonte: Figura retirada do MTO 2011.

E com a abordagem da classificação da despesa pública por identificador do


resultado primário, podemos dar por encerrada a aula.

Passemos agora à resolução de algumas questões cobradas nas últimas


provas elaboradas pela ESAF e também por outras bancas.

Um abraço,

Mariotti

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Questões Propostas 2:

10 - (APO/MPOG ESAF/2008) Com base no Manual Técnico do Orçamento -


2008, a despesa é classificada em duas categorias econômicas: despesas
correntes e despesas de capital. Aponte a única opção incorreta no que diz
respeito à Despesa.
a) Classificam-se em despesas correntes todas as despesas que não contribuem,
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
b) Investimentos são despesas com o planejamento e a execução de obras,
inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
c) Agrupam-se em amortização da dívida as despesas com o pagamento e/ou
refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública
interna ou externa.
d) São incluídas em inversões financeiras as despesas com a aquisição de imóveis
ou bens de capital já em utilização.
e) Classificam-se em despesas de capital aquelas despesas que contribuem,
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, incluindo-se as
despesas com o pagamento de juros e comissões de operações de crédito internas.

11 - (ACE/TCE-CE – 2008) Em relação ao orçamento público no Brasil, de


acordo com Portaria da STN - Secretaria Tesouro Nacional, o
instrumento de organização da ação governamental que visa a
concretização dos objetivos pretendidos pela administração, sendo
mensurado pelos seus indicadores, denomina-se:
a) Projeto de Governo.
b) Atividade de Governo.
c) Programa governamental.
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d) Operação Especial.
e) Função de Governo.

12 - (Analista Judiciário/Administrativo - TRT- 18° Região - FCC/2008) É


classificado como despesa corrente o gasto com
a) aquisição de imóveis que já estejam sendo utilizados pelo Poder Público.
b) amortização da dívida pública interna e externa.
c) aumento de capital em empresas estatais.
d) aquisição de ações de empresas em geral.
e) juros e encargos da dívida pública.

13 – (APO/MPOG – ESAF/2008) De acordo com a Portaria n. 42, de 14 de abril


de 1999, entende-se por Atividade:
a) o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização
dos objetivos pretendidos.
b) o maior nível de agregação das diversas áreas da despesa que competem ao
setor público.
c) as despesas que não contribuem para a manutenção das ações do governo.
d) um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e
permanente das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do
governo.
e) as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser
gerado no processo produtivo corrente.

14 – (APO/MPOG – ESAF/2008 – com alterações) De acordo com o Manual


Técnico do Orçamento - 2008, assinale a única opção incorreta quanto a
elemento de despesa.
a) Tem por finalidade identificar os objetos de gastos que a administração pública
utiliza para a consecução de seus fins.

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b) Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria


Interministerial 163, de 2001.
c) É vedada a utilização em projetos e atividades dos elementos de despesa
41-Contribuições, 42-Auxílios e 43-Subvenções Sociais, o que pode ocorrer apenas
em operações especiais.
d) Não é vedada a utilização de elementos de despesa que representem gastos
efetivos em operações especiais.
e) São elementos de despesa vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, entre
outros.

15 - (Analista Contábil-Financeiro – SEFAZ/CE – ESAF/2007) A Classificação


Funcional da Despesa Pública no Brasil substituiu a Classificação Funcional-
Programática dos dispêndios públicos. Segundo a nova estrutura Funcional,
identifique a única resposta falsa.
a) A subfunção representa um segmento da função, visando a agregar determinado
subconjunto de despesas.
b) O subprograma representa uma agregação do programa.
c) O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que
articula um conjunto de ações concorrentes para um objetivo comum.
d) A função representa o nível mais elevado de agregação de informações sobre as
diversas áreas de despesa que competem ao setor público.
e) A atividade é um instrumento de programação que envolve um conjunto de
operações que se realizam de modo contínuo e permanente.

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Gabarito Comentado:

1 – (APO/MPOG – ESAF/2010) Assinale a opção que indica uma afirmação


verdadeira a respeito da conceituação e classificação da receita orçamentária.
a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitam pelo
patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não-efetivas.
Conforme descrito no item 2.2.1, pág. 7, as receitas orçamentárias são
entradas de recursos que o Estado utiliza para financiar seus gastos,
transitando pelo Patrimônio do Poder Público. Estas receitas podem ser
efetivas, quando provocam aumento no ativo, sem correspondência no
passivo, ou não efetivas, quando aumentam o ativo, mas com contrapartida no
aumento no passivo (Ex: Contratação de empréstimos).

b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pela sociedade ao


Estado e são classificadas como permanentes e temporárias.
Todas as receitas orçamentárias são consideradas permanentes.

c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, são classificados


como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio público.
Os ingressos de receitas são decompostos em ingressos orçamentários e
extra-orçamentários, diferenciando-se um do outro em função da característica
de acréscimo ao patrimônio público, ou seja, se gera ou não uma contrapartida
devedora.

d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que não geram


contrapartida no passivo do ente público.
Conforme descrito na assertiva “a”.

e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados como receitas


orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos.

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As receitas provenientes de cauções e fianças derivados de processos de


licitação não são consideradas receitas orçamentárias, não podendo, também,
serem utilizadas pelos entes públicos.

Gabarito: letra “a”.

2 - (APO/MPOG – ESAF/2008) A Receita da Administração Pública pode ser


classificada nos seguintes aspectos: quanto à natureza, quanto ao poder de
tributar, quanto à coercitividade, quanto à afetação patrimonial e quanto à
regularidade. Quanto à sua regularidade, as receitas são desdobradas em:
a) receitas efetivas e receitas por mutação patrimonial.
b) receitas orçamentárias e receitas extra-orçamentárias.
c) receitas ordinárias e receitas extraordinárias.
d) receitas originárias e receitas derivadas.
e) receitas de competência Federal, Estadual ou Municipal.

Resolução:

A regularidade é o primeiro critério para classificação das receitas públicas, sendo


estas divididas em ordinárias, assim relacionadas aos tributos em geral (impostos,
taxas e contribuições) e extraordinárias, relacionadas a empréstimos e venda de
ativos.

Gabarito: letra “c”.

3 - (APO/MPOG – ESAF/2008) Identifique o conceito de receita orçamentária


que não é pertinente à sua definição.
a) Receita patrimonial é uma receita derivada, oriunda da exploração indireta, por
parte do Estado das rendas obtidas na aplicação de recursos.
b) Receita tributária é uma receita derivada que o Estado arrecada, mediante o
emprego de sua soberania, sem contraprestação diretamente equivalente e cujo

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produto se destina ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são
próprias.
c) Receitas de capital são receitas provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos da constituição de dívida; da conversão, em espécie, de bens e
direitos; os recursos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a
atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
orçamento corrente.
d) Receita de serviço é uma receita originária, segundo a qual os recursos ou meios
financeiros são obtidos mediante a cobrança pela venda de bens e serviços.
e) Outras receitas correntes são receitas originárias, provenientes de multas,
cobranças da dívida ativa, restituições e indenizações.

Resolução:

a) É a incorreta. As receitas patrimoniais são originárias. São as receitas que


provêm das rendas geradas pelo patrimônio do próprio Estado (mobiliário e
imobiliário), tais como as rendas de aluguéis, as receitas decorrentes das vendas de
bens, dividendos, participações e royalties.
b) Correta. As receitas tributárias são derivadas, pois são obtidas pelo Estado
mediante sua autoridade coercitiva.
c) Correta. As receitas provenientes da realização de recursos financeiros oriundos
de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a
atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
Orçamento Corrente, são denominadas receitas de capital.
d) Correta. As receitas de serviço são originárias e compreendem ingressos
provenientes da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação,
portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de
dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros
serviços.
e) Correta. Outras receitas correntes são os ingressos correntes provenientes de
outras origens não classificáveis nas anteriores, como multas, dívida ativa, etc.

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Gabarito: Letra “a”.

4 - (Auditor/TCE-GO – ESAF/2007) Com relação ao preço público e a sua


distinção com a taxa, pode-se afirmar que:
a) a tarifa é uma receita pública, retirada de forma coercitiva do patrimônio dos
particulares.
b) a taxa visa ao lucro enquanto a tarifa visa ao ressarcimento.
c) o preço público é uma espécie de tributo, pois a sua exigência é compulsória e
tem por base o poder fiscal do Estado.
d) a tarifa pode ser cobrada em razão do exercício do poder de polícia.
e) a tarifa é uma receita originária, proveniente da intervenção do Estado, por meio
dos seus associados, permissionários, ou concessionários, na atividade econômica.

Resolução:

a) Errada. A taxa é uma receita pública derivada, isto é, retirada de forma coercitiva
do patrimônio dos particulares, vindo a se integrar ao patrimônio do Estado.
b) Errada. A tarifa visa ao lucro, a taxa visa ao ressarcimento
c) Errada. A tarifa ou preço público é uma receita originária decorrente da utilização
de serviços públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a Administração
Pública diretamente ou por meio de delegação a concessionário ou permissionário
colocam à disposição da população que poderá contratá-los ou não (Ex: telefone,
luz, água, gás encanado). São serviços prestados em decorrência de uma relação
contratual, regida pelo direito privado.
d) Errada. As taxas podem ser cobradas em razão do Poder de Polícia. São aquelas
que têm como fato gerador o exercício do poder de polícia administrativa, tratando-
se de um poder disciplinador através do qual o Estado pode intervir nas atividades
dos seus cidadãos para garantir a ordem e a segurança.
e) Correta. A tarifa é receita originária empresarial, ou seja, uma receita proveniente
da intervenção do Estado, através dos seus associados, permissionários ou
concessionários, na atividade econômica.

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Gabarito: Letra “e”.

5 - (APO/SP - ESAF/2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto:


a) tributos.
b) penalidades pecuniárias.
c) multas administrativas.
d) preços públicos.
e) taxas.

Resolução:

A tarifa e o preço público são receitas não-tributárias e originárias.


Todas as outras alternativas são modalidades de receita derivada, pois são obtidas
pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva e procedem do setor privado da
economia, isto é, de famílias, empresas e do resto do mundo.

Gabarito: Letra “d”.

6 - (AFC/CGU – ESAF/2006) No que diz respeito à receita pública, indique a


opção falsa.
a) A Lei n. 4.320/64 classifica a receita pública em orçamentária e extra-
orçamentária, sendo que esta apresenta valores que não constam do orçamento.
b) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital.
c) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuições,
patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de
transferências e outras.
d) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão
computados na apuração do resultado financeiro e econômico do exercício.
e) A receita extra-orçamentária não pertence ao Estado, possuindo caráter de
extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos.

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Resolução:

Na letra “c” está escrito que as receitas de alienação de bens constituem uma
receita corrente. De todo modo, estas constituem receitas de capital.

Gabarito: Letra “c”.

7 - (APO/MPOG – ESAF/2008 – com alterações) Segundo o Manual Técnico do


Orçamento - 2010, a classificação da receita por natureza busca a melhor
identificação da origem do recurso, segundo seu fato gerador. Indique a opção
incorreta quanto aos desdobramentos dessa receita.
a) Sub-rubrica.
b) Origem e espécie.
c) Rubrica.
d) Categoria econômica.
e) Alínea e subalínea.
Resolução:

Na classificação da receita de acordo com a natureza, não existe a explicitação por


sub-rúbrica, conforme disposto na assertiva “a”.

Gabarito: letra “a”.

8 – (APO/MPOG – ESAF/2008) Identifique o conceito de receita orçamentária


que não é pertinente à sua definição.
a) Receita patrimonial é uma receita derivada, oriunda da exploração indireta, por
parte do Estado das rendas obtidas na aplicação de recursos.
A receita patrimonial é uma receita originária e não uma receita derivada. Seu
resultado é obtido por meio da exploração do patrimônio público, nos moldes
das receitas de aluguéis ou de aplicações financeiras.
b) Receita tributária é uma receita derivada que o Estado arrecada, mediante o
emprego de sua soberania, sem contraprestação diretamente equivalente e cujo

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produto se destina ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são
próprias.
OK
c) Receitas de capital são receitas provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos da constituição de dívida; da conversão, em espécie, de bens e
direitos; os recursos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a
atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do
orçamento corrente.
Cabe destacar que o superávit do orçamento corrente é considerado uma
receita de capital pelo fato de que como este já foi contabilizado no orçamento
do ano anterior como uma receita corrente, caso fosse novamente, haveria
uma dupla contabilização de uma mesma receita. Adicionalmente, tal previsão
encontra amparo na Lei 4.320/64.
d) Receita de serviço é uma receita originária, segundo a qual os recursos ou meios
financeiros são obtidos mediante a cobrança pela venda de bens e serviços.
OK
e) Outras receitas correntes são receitas originárias, provenientes de multas,
cobranças da dívida ativa, restituições e indenizações.
OK

Gabarito: letra “a”.

9 – (AFCE/TCU – CESPE/2008)

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A partir da figura acima, que apresenta o esquema de identificação dos


recursos que ingressam nos cofres públicos, o qual é desdobrado em seis
níveis, relacionados ao código identificador da natureza de receita, julgue o
item seguinte, acerca das receitas públicas.
No esquema apresentado, a espécie constitui um maior detalhamento da categoria
anterior (origem). Essa classificação não está relacionada à
Lei nº 4.320/1964, mas, sim, à classificação discricionária adotada pela Secretaria
de Orçamento Federal e pela Secretaria do Tesouro Nacional. No caso dos tributos,
a espécie relaciona os tipos de tributos previstos na Constituição Federal.

Resposta:

A espécie constitui um maior detalhamento da origem e está vinculado a ela. A Lei


4.320/64 não traz previsão dessa classificação, sendo ela adotada por SOF/STN de
forma discricionária. No nosso exemplo, vimos que no caso da origem receitas
tributárias, a espécie relaciona os tipos de tributos previstos na Constituição Federal.

Resposta: Certo.

10 - (APO/MPOG ESAF/2008) Com base no Manual Técnico do Orçamento -


2008, a despesa é classificada em duas categorias econômicas: despesas
correntes e despesas de capital. Aponte a única opção incorreta no que diz
respeito à Despesa.
a) Classificam-se em despesas correntes todas as despesas que não contribuem,
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
b) Investimentos são despesas com o planejamento e a execução de obras,
inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

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c) Agrupam-se em amortização da dívida as despesas com o pagamento e/ou


refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública
interna ou externa.
d) São incluídas em inversões financeiras as despesas com a aquisição de imóveis
ou bens de capital já em utilização.
e) Classificam-se em despesas de capital aquelas despesas que contribuem,
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, incluindo-se as
despesas com o pagamento de juros e comissões de operações de crédito internas.

Resolução:

Vamos resolver a questão pelo MTO/2010. O examinador pede a alternativa


incorreta:

a) Correta. Classificam-se como despesas correntes todas as despesas que não


contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
b) Correta. Classificam-se como investimentos as despesas com o planejamento e a
execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários
à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e
material permanente.
c) Correta. Classificam-se como amortização da dívida as despesas com o
pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial
da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.
d) Correta. Classificam-se como inversões financeiras as despesas com a aquisição
de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos
do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a
operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do
capital de empresas.
e) É a incorreta. Classificam-se como despesas de capital aquelas despesas que
contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
Porém, novamente: o grupo “juros e encargos da dívida” deverá ser classificado na
categoria econômica de despesas correntes. Tal grupo corresponde às despesas

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com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito


internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.

Gabarito: Letra “e”.

11 - (ACE/TCE-CE – 2008) Em relação ao orçamento público no Brasil, de


acordo com Portaria da STN - Secretaria Tesouro Nacional, o
instrumento de organização da ação governamental que visa a
concretização dos objetivos pretendidos pela administração, sendo
mensurado pelos seus indicadores, denomina-se:
a) Projeto de Governo.
b) Atividade de Governo.
c) Programa governamental.
d) Operação Especial.
e) Função de Governo.

Resolução:

O instrumento de organização da ação governamental que visa a concretização dos


objetivos pretendidos pela administração, sendo mensurado pelos seus indicadores,
denomina-se programa governamental.

Gabarito: Letra “c”.

12 - (Analista Judiciário/Administrativo - TRT- 18° Região - FCC/2008) É


classificado como despesa corrente o gasto com
a) aquisição de imóveis que já estejam sendo utilizados pelo Poder Público.
b) amortização da dívida pública interna e externa.
c) aumento de capital em empresas estatais.
d) aquisição de ações de empresas em geral.
e) juros e encargos da dívida pública.

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Resolução:

De acordo com a natureza da despesa, o grupo “amortização da dívida” deverá ser


classificado na categoria econômica de despesas de capital. No entanto, o grupo
“juros e encargos da dívida” deverá ser classificado na categoria econômica de
despesas correntes.

Gabarito: Letra “e”.

13 – (APO/MPOG – ESAF/2008) De acordo com a Portaria n. 42, de 14 de abril


de 1999, entende-se por Atividade:
a) o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização
dos objetivos pretendidos.
b) o maior nível de agregação das diversas áreas da despesa que competem ao
setor público.
c) as despesas que não contribuem para a manutenção das ações do governo.
d) um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e
permanente das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do
governo.
e) as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser
gerado no processo produtivo corrente.

Resolução:

a) Errada. Segundo o art. 2º da Portaria 42/99, entende-se por programa, o


instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos
objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no PPA.
b) Errada. Consoante o § 1º do art.1º, como função deve entender-se o maior nível
de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público.

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c) Errada. Segundo o art. 2º, entende-se por operações especiais as despesas que
não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um
produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
d) Correta. Conforme o art. 2º, entende-se por atividade um instrumento de
programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de
operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um
produto necessário à manutenção da ação de governo.
e) Errada. Consoante o § 2º do art. 1º, a função "Encargos Especiais" engloba as
despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser
gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos,
indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

Gabarito: Letra “d”.

14 – (APO/MPOG – ESAF/2008 – com alterações) De acordo com o Manual


Técnico do Orçamento - 2008, assinale a única opção incorreta quanto a
elemento de despesa.
a) Tem por finalidade identificar os objetos de gastos que a administração pública
utiliza para a consecução de seus fins.
b) Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria
Interministerial 163, de 2001.
c) É vedada a utilização em projetos e atividades dos elementos de despesa
41-Contribuições, 42-Auxílios e 43-Subvenções Sociais, o que pode ocorrer apenas
em operações especiais.
d) Não é vedada a utilização de elementos de despesa que representem gastos
efetivos em operações especiais.
e) São elementos de despesa vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, entre
outros.

Resolução:

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a) Correta. O elemento da despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto


e outros que a administração pública utiliza para a consecução de seus fins.
b) Correta. As classificações da despesa por categoria econômica, por grupo de
natureza, por modalidade de aplicação e por elemento de despesa, e respectivos
conceitos e/ou especificações, constam do Anexo II da Portaria Interministerial 163,
de 2001.
c) Correta. A utilização dos elementos de despesa 41- Contribuições, 42-Auxílios e
43-Subvenções Sociais pode ocorrer apenas em operações especiais. É vedada a
utilização em projetos e atividades desses elementos.
d) É a incorreta. É vedada a utilização de elementos de despesa que representem
gastos efetivos (ex: 30, 35, 36, 39, 51, 52, etc) em operações especiais.
e) Correta. São elementos de despesa vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias,
material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma,
subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente,
auxílios, amortização e outros que a administração pública utiliza para a consecução
de seus fins.

Gabarito: Letra “d”.

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Funcional da Despesa Pública no Brasil substituiu a Classificação Funcional-
Programática dos dispêndios públicos. Segundo a nova estrutura Funcional,
identifique a única resposta falsa.
a) A subfunção representa um segmento da função, visando a agregar determinado
subconjunto de despesas.
b) O subprograma representa uma agregação do programa.
c) O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que
articula um conjunto de ações concorrentes para um objetivo comum.
d) A função representa o nível mais elevado de agregação de informações sobre as
diversas áreas de despesa que competem ao setor público.
e) A atividade é um instrumento de programação que envolve um conjunto de
operações que se realizam de modo contínuo e permanente.

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Resolução:

a) Correta. A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à


função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da
agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza
básica das ações que se aglutinam em torno das funções.
b) É a incorreta. Não há previsão de subprogramas, tampouco seriam maiores que
os programas.
c) Correta. O programa é o instrumento de organização da atuação governamental
que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um
objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano,
visando à solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade
ou demanda da sociedade.
d) Correta. A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das
diversas áreas de atuação do setor público. Está relacionada com a missão
institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda
relação com os respectivos Ministérios.
e) Correta. A atividade é um instrumento de programação utilizado para alcançar o
objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de
modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à
manutenção da ação de Governo.

Gabarito: Letra “b”.

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