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Projeto Pós-graduação
Curso MBA em Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal
Disciplina Contabilidade Governamental
Tema Princípios Orçamentários e Ciclo Orçamentário
Professor(a) Tatiane Antonovz
Introdução
Assim como na vida pessoal, na vida pública é preciso seguir princípios,
ou seja, regras que devem ser seguidas e, nesse caso, que devem ser
observadas durante a elaboração do orçamento. É isso que você estudará
neste tema!
Inicialmente serão destacados os princípios da Unidade, Universalidade
e Anualidade como importantes bases de elaboração do orçamento das três
esferas: Municípios, Estados e União.
Além disso, serão observados outros princípios seguidos na
administração pública e abordaremos o Ciclo Orçamentário, como funciona,
sua elaboração e suas bases.
(Vídeo disponível no material on-line)
Problematização
Pense em sua vida. Você sabia que boa parte dela é regulamentada?
Quando pensamos em uma pessoa física surgem questões morais e éticas,
ligadas à legislação, dentre outros pontos, ou seja, sempre existem regras.
É óbvio que para um país também existem regras. Se você quiser ter
uma vida organizada, harmoniosa e de acordo com a Lei, terá que obedecer a
essas regras, certo? Pois bem, com um país funciona do mesmo jeito. Para
que um país seja organizado, existem leis e para que as finanças de um país
Unidade
O orçamento deve ser uno, sendo assim cada esfera do governo (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios) deverá ter um único orçamento,
baseado em uma única política orçamentária e que se ajuste com um método
único. Esse princípio está presente na Constituição Federal de 1988 e também
na Lei 4.320/64 que relata em seu artigo 2º.
A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de
forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de
trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.
Universalidade
Esse princípio está ligado ao fato da necessidade da inclusão de todas
as despesas e receitas no orçamento. Tal princípio está disposto no artigo 165
§ 5º da Constituição Federal e também nos artigos 2º, 3º e 4º da Lei 4.3240/64:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e
despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o
programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de
unidade universalidade e anualidade.
Kohama (2013) afirma que esse princípio está intimamente ligado com a
programação, relatando que se algo estiver faltando no orçamento, os objetivos
socioeconômicos que se quer alcançar poderão ser afetados de forma
negativa. Além disso, pode ser que jamais seja alcançada a racionalidade dos
recursos, se parte dele for manipulada sem a devida programação. Assim, o
documento orçamentário deverá conter todos os aspectos dos elementos
programáveis que o constituem.
Anualidade
Rosa (2013) afirma que esse princípio, conforme o próprio nome aponta,
relaciona-se com o fato de que a autorização legislativa do gasto deve ser dada
para cada exercício financeiro, observando o disposto nas Leis de Diretrizes
Orçamentárias correspondentes.
Assim, de forma convencional, será utilizado o critério de um ano para o
período orçamentário, uma vez que esse é o adotado pela maior parte das
empresas particulares.
Além disso, o orçamento é utilizado em base anual, pois quanto maior a
época para qual se projeta um orçamento maior a possibilidade de um erro, por
outro lado, é conveniente se programar para períodos mais curtos por se tratar
de um orçamento complexo. O período de um ano se adequa mais às
exigências mínimas necessárias, atendendo, assim, à concretização dos
objetivos econômicos e sociais a que esse se propõe.
Exclusividade
De acordo com esse princípio somente deverão ser incluídos no
Equilíbrio
Como já destacado várias vezes, o orçamento deverá respeitar o
equilíbrio entre os valores de receitas e despesas, ou seja, procura-se evitar ao
máximo o endividamento do Estado, que ocorre quando há mais despesas que
receitas.
Ciclo orçamentário
Qual é a função do Estado? Por que há a necessidade de um
orçamento? Bem a responsabilidade básica do Estado é buscar o nível máximo
de satisfação das necessidades da população e há a necessidade de um
Elaboração.
Estudo e aprovação.
Execução.
Avaliação.
Elaboração
De acordo com o disposto na LDO, a etapa de elaboração compreende
a fixação de objetivos para o período considerado, incluindo o cálculo dos
recursos humanos, materiais e financeiros que serão necessários para a sua
concretização.
Kohama (2013) destaca que uma parte importante dessa etapa é a
formalização de um documento em que fique demonstrada a fixação dos níveis
de atividades governamentais feitos por formulação de programas de trabalho
das unidades administrativas que em uma última etapa irão compor a proposta
orçamentária.
No que diz respeito às propostas parciais, essas guardarão
conformidade estrita com a política econômico-financeira, o programa anual de
trabalho do governo e também com os limites fixados para cada unidade
administrativa.
As propostas deverão ser encaminhadas em formulário próprio,
acompanhadas de tabelas explicativas da despesa realizada no período
imediatamente anterior, da despesa fixada para o exercício da proposta e da
justificativa de cada dotação, com a indicação dos atos de aprovação dos
projetos e orçamentos de obras a que se destina.
Estudo e aprovação
Fase que compete ao poder Legislativo e, de acordo com Kohama
(2013, p.51) “o seu significado está configurado na necessidade de que o povo,
através de seus representantes, intervenha na decisão de suas próprias
aspirações, bem como na maneira de alcançá-las”.
O Poder Executivo deverá enviar o projeto de lei orçamentária ao Poder
Legislativo respeitando os prazos estabelecidos, porém somente depois do
encerramento da sessão legislativa o Poder Legislativo poderá devolvê-lo para
sanção.
Essa fase é aquela em que podem ser feitas as emendas ao processo
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Execução
A execução como o próprio nome indica irá constituir a concretização
anual dos objetivos e metas traçados para o setor público, isso implicará a
mobilização de recursos humanos, materiais e financeiros.
Para que seja alcançada a máxima racionalização, a execução deverá
estar fundamentada na programação, isso irá fazer com que haja também um
melhor aproveitamento de todos os recursos envolvidos no processo. Depois
da promulgação da Lei do Orçamento e com base em seus limites, o executivo
aprovará um quadro de cotas trimestrais de cada despesa que cada unidade
orçamentária poderá ter.
A fixação de cotas de despesa tem o propósito de fixar autorizações
máximas em um subperíodo orçamentário para que as unidades gestoras
possam empenhar ou realizar pagamentos (KOHAMA, 2013). Assim, essas
constituem instrumentos de regulação para condicionar os recursos financeiros
às necessidades de trabalho.
Avaliação
Por fim a etapa de avaliação! Essa está ligada à organização, aos
critérios e trabalhos destinados ao julgamento dos objetivos fixados no
orçamento bem como às modificações ocorridas na execução.
Kohama (2013) afirma que de posse dos dados coletados, o grupo que
fará a avaliação orçamentária deverá elaborar tabelas, calcular indicadores
bem como calcular e apresentar informes periódicos que serão utilizados para
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Revendo a problematização
Muito bem! Acredito que você já teve tempo suficiente para refletir sobre
o caso apresentado no início dos estudos deste tema. Agora escolha dentre as
alternativas a seguir aquela que em sua opinião é a mais adequada para o
problema.
a. Cada Estado e Município têm o seu próprio PPA, ou seja, elaboram
de forma prévia o seu Plano Plurianual.
b. Os municípios têm responsabilidade ligada às atividades do dia a dia
das cidades e que irão garantir seu bom funcionamento.
c. Respeitando-se os princípios da Unidade, Universalidade e
Anualidade, a Esfera Federal deverá repassar os recursos para
Estados e Municípios, pois esses auxiliaram e demonstraram suas
necessidades de gastos na elaboração do PPA.
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Síntese
Na presente aula foram apresentados os principais princípios
norteadores da elaboração do orçamento público, ou seja, o que deverá ser
observado como regra para a elaboração do orçamento.
Além disso, foi estudado o Ciclo Orçamentário, ou seja, todas as etapas
de concepção do orçamento e como eles funcionam.
Referências
KOHAMA, H. Contabilidade pública: teoria e prática. 13. ed. São Paulo: Atlas,
2013.
ROSA, M. B. Contabilidade do setor público. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
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