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OBJETIVOS
Nesse momento, o orçamento deixa de ser uma peça que lista os gastos e
as receitas do setor público e se transforma em um instrumento de
planejamento das ações governamentais.
Sobre a iniciativa dos projetos das leis orçamentárias, vale trazer algumas
decisões do STF a respeito:
Atenção
Art. 5º...
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei; ” (princípio da reserva legal).
Art. 167.
(...)
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em
que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subsequente. (Grifamos.)
Atenção
Princípio da Universalidade
Princípio da Unidade
Princípio da Exclusividade
Art. 165.
(...)
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei. (Grifo nosso.)
Atenção
Atenção
Se você leu com atenção o preceito acima, notou que foi utilizada a palavra
“ressalvadas”. O que isso quer dizer? Mais exceções ao princípio.
Princípio da Discriminação
Atenção
Princípio da Publicidade
Schick (2013) alerta que, qualquer que seja o prazo, uma regra fiscal será
efetiva apenas se contar com medidas efetivas para seu cumprimento
(enforcement). Tais medidas não estariam restritas a apenas uma questão
de sanções para a violação de metas predefinidas, mas implica
compromisso e capacidade de revisar constantemente as premissas
econômicas e a programação orçamentária para evitar truques de
contabilidade que deturpem a verdadeira situação fiscal, monitorar
tendências de receita e de despesas ao longo do exercício fiscal e tomar
medidas corretivas de acordo com os resultados intermediários. Apesar de
os técnicos de orçamento desempenharem um papel crítico na garantia da
integridade das informações, a responsabilidade de manter as regras recai
sobre os líderes políticos dos países afetados. Sem apoio político, as regras
fiscais são gestos vazios; com apoio, mesmo relativamente a regras fracas
– como as estabelecidas por políticas anuais de responsabilidade fiscal –
podem proteger os países contra o aumento excessivo de dívida.
Visando o controle dos agentes políticos, von Hagen (2015) entende que a
transparência exige que o orçamento seja organizado de acordo com
funções e responsabilidades administrativas. Orçamento orientado a
programas, que visa identificar as políticas de um governo, é útil, mas não
deve substituir o orçamento de acordo com as funções administrativas,
porque o programa orçamentário tende a obscurecer as responsabilidades
políticas. Transparência processual também é necessário. Os processos
orçamentários devem ser transparentes no sentido de que todos os atores
saibam o que eles e outros podem ou devem fazer, quando e como.
Alt e Dreyer-Lassen (2006) apontam quatro dimensões da transparência no
processo orçamentário. O primeiro é o número de documentos separados
em qual uma determinada quantidade de informações é processada; quanto
maior esse número, menor o grau de transparência. O segundo é a
possibilidade de agentes externos e independentes verificarem os dados e
as premissas utilizadas no orçamento. O terceiro é o compromisso de evitar
o uso de linguagem opaca e arbitrária, aplicando-se padrões contábeis
largamente aceitos e difundidos. O quarto é o fornecimento de justificativas
explícitas dos dados e explicações das premissas e das escolhas proferidas
no processo orçamentário.
No entanto, como bem ressalvam Shah e Shen (2015, p. 146), não se pode
esperar que o orçamento de desempenho seja um sistema racional e
mecanicista que substitui o processo político de fazer escolhas de recursos
em um complexo ambiente de demandas concorrentes. Em vez disso, deve
ter como objetivo trazer mais valores econômicos na tomada de decisões
orçamentárias e promover uma deliberação baseada em resultados e custo
benefício, recompensando o bom desempenho com flexibilidade gerencial e
outros incentivos.
Vamos ver nesta Unidade que, ao longo do tempo, houve uma evolução nas
técnicas utilizadas para a elaboração do orçamento público. A evolução das
técnicas orçamentárias reflete o aumento de importância do planejamento
na administração pública, conforme fica evidenciado pelas características de
cada uma delas.
Dessa forma, podemos verificar que tal tipo de orçamento não está vinculado
a um ambiente de planejamento da ação governamental. É dissociado do
atendimento das necessidades da população, tendo em vista que somente
considera as necessidades financeiras das unidades organizacionais.
Orçamento Incremental
Orçamento Base Zero => revisão crítica dos gastos a cada exercício
Síntese
Regras fiscais são restrições duradouras à política fiscal por meio de limites
numéricos sobre os agregados orçamentários (dívida, resultado corrente,
gasto, receita. Elas surgiram, entre outras razões, como forma de conter o
viés deficitário (déficit bias) da classe política, cuja explicação é baseada
primeiramente na informação limitada dos agentes econômicos, que por
não enxergar adequadamente a restrição orçamentária do governo, tendem
a superestimar os benefícios dos gastos correntes e subestimar os custos
associados, situação conhecida como “ilusão fiscal”. Assim, os políticos
tendem a gastar mais para colher benefícios eleitorais de curto prazo (Lledó
et al., 2017; Schick, 2010).
A falta de um único modelo para regras fiscais indica que elas ainda estão
passando por um desenvolvimento conceitual, bem como por tentativa e
erro, e que as regras fiscais devem estar em consonância com a cultura
política de um país (Schick, 2010). Fatores políticos são especialmente
importantes na determinação dos meios de fazer cumprir as restrições e as
ações tomadas quando ocorrem violações. A ideia de limitar o crescimento
real das despesas como forma de impedir a expansão da dívida pública não
é a única, nem a mais usual maneira de garantir a sustentabilidade fiscal de
uma nação (Afonso et al., 2015).
Boas regras fiscais são geralmente selecionadas com base nos critérios
concebidos por Kopits e Symansky (1998). O uso desses critérios visa
garantir que as regras sejam:
1) bem-definidas;
2) transparentes;
3) simples;
4) adequadas a determinados objetivos;
5) consistentes com outras políticas macroeconômicas;
6) suficientemente flexíveis para acomodar choques exógenos;
7) críveis; e
8) apoiadas por políticas que garantam sua sustentação a médio e
longo prazo.
- Bom guia operacional; - Pode ser pró-cíclica por não ter um fator
Equilíbrio - Fácil de explicar e monitorar; de estabilização em choques econômicos;
Orçamentário - Muito ligada à - Vulnerável a fatores exógenos.
sustentabilidade da dívida
OBJETIVOS
Introdução
Importante!
O PPA é uma lei ordinária como as outras leis orçamentárias (LDO e LOA),
no entanto, possui hierarquia material em relação às outras leis. Esse status
de lei supra ordenadora da LDO e LOA está definido no art. 166, §§ 3º e 4º,
da Constituição Federal.
Tramitação:
Institucional 10.210.562
Social 1.763.180.680
Ambiental 139.857.971
Econômico 4.465.891.959
Infraestrutura 384.189.255
Veja um exemplo de LDO (LDO 2022), com seus quadros anexos, no link.
Anexo V - Riscos fiscais (Art. 4º, § 3º, da LRF): a LDO conterá Anexo de
Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros
riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a
serem tomadas, caso se concretizem. A LDO deve dimensionar os riscos
fiscais identificados, que se classificam em “riscos orçamentários” e
“riscos da dívida pública”;
Conceituação
Tramitação da LDO
É verdade que nenhuma despesa pode ser realizada sem prévia autorização
orçamentária. Ocorre que, nem sempre, a LOA é aprovada antes do início
do exercício ao qual ela se refere. Para evitar que o governo pare caso o
projeto da lei orçamentária não seja aprovado pelo Poder Legislativo até o
dia 31 de dezembro, as LDOs têm autorizado o governo a executar
algumas despesas constantes do projeto de LOA em caráter provisório,
enquanto a lei não é aprovada. Via de regra, essas despesas são limitadas
às obrigações constitucionais e legais da União e a uma parcela das
despesas discricionárias.
Ingressos
Extraorçamentários
Ingressos de Valores
nos Cofres Públicos
Receitas Orçamentárias
(Receitas Públicas)
Fonte: MTO 2023
DÍGITO SIGNIFICADO
1º Categoria Econômica
2º Origem
3º Espécie
8º Tipo
Fonte: MTO 2023
Importante!
5.177.546.094.443
Importante!
8º - Tipo:
Correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de
identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:
“0”, quando se tratar de natureza de receita não valorizável ou
agregadora;
“1”, quando se tratar da arrecadação Principal da receita;
“2”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da respectiva receita;
“3”, quando se tratar de Dívida Ativa da respectiva receita; e
“4”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da
respectiva receita.
9* Recursos Condicionados
Fonte: MTO 2023
Os grupos são:
Receitas Próprias - têm origem no esforço próprio de órgãos e demais
entidades nas atividades de fornecimento de bens ou serviços facultativos
e na exploração econômica do próprio patrimônio e remunerada por
preço público ou tarifas, bem como o produto da aplicação financeira
desses recursos.
Receitas Administradas - receitas auferidas pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, que detém a competência para fiscalizar, arrecadar e
administrar esses recursos.
Receitas de Operações de Crédito – receitas financeiras provenientes
da colocação de títulos públicos no mercado ou da contratação de
empréstimos e financiamentos junto a entidades estatais ou privadas.
Receitas Vinculadas - receitas que são vinculadas, por lei, a determinada
finalidade específica, exceto as classificadas como “Receitas Administradas”.
(planejamento) (execução)
10 Orçamento Fiscal
30 Orçamento de Investimento
Fonte: MTO 2013
2. Classificação Institucional
1º 2º 3º 4º 5º
3. Classificação Funcional
1º 2º 3º 4º 5º
Função Subfunção
Fonte: MTO 2023
A Função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas
áreas de atuação do setor público. Reflete a competência institucional do
órgão, como, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda
relação com os respectivos Ministérios. Há situações em que o órgão pode
ter mais de uma função típica, considerando-se que suas competências
institucionais podem envolver mais de uma área de despesa.
Importante!
Função Autorizado
Saúde R$ 172.432.182.930,00
Educação R$ 142.741.676.578,00
Trabalho R$ 94.503.073.772,00
Defesa Nacional R$ 89.501.789.737,00
Judiciária R$ 45.400.740.448,00
Agricultura R$ 35.674.111.674,00
Administração R$ 29.176.480.947,00
Transporte R$ 26.261.355.403,00
Legislativa R$ 10.220.269.743,00
4. Classificação Programática
Traduzindo:
Programa: 2075 - Transporte Rodoviário
Ação: 7M64 - Construção de Trecho Rodoviário
Subtítulo: 0043 - no Rio Grande do Sul
No orçamento federal, na vigência do PPA 2020-2023, os Programas são
instrumentos de organização da ação governamental visando à
concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores
estabelecidos no plano plurianual e podem ser:
Finalísticos - conjunto de ações orçamentárias e não orçamentárias,
suficientes para enfrentar problema da sociedade, conforme objetivo
e meta;
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Ação Subtítulo
Fonte: MTO 2023
1, 3, 5 ou 7 Projeto
2, 4, 6 ou 8 Atividade
0 Operação Especial
Fonte: MTO 2023
1º - Categoria Econômica:
O gasto enquadra-se como:
Despesa corrente: quando não contribuem, diretamente, para a
formação ou aquisição de um bem de capital ou não produzem
acréscimo patrimonial permanente. Exemplo: despesas de custeio.
Atenção
Despesas de Capital:
4. Investimentos - dotações destinadas para o planejamento e a
execução de obras públicas, inclusive as destinadas à aquisição de
imóveis necessários à realização destas últimas, bem como para os
programas especiais de trabalho, aquisição de instalações,
equipamentos e material permanente e a constituição ou aumento do
capital social de empresas que não sejam de caráter comercial ou
financeiro. É de se salientar que o pagamento de pessoal contratado
para a execução de obras, desde que não faça parte do quadro de
funcionários do governo, também é classificado como Investimentos.
5. Inversões Financeiras - dotações destinadas a aquisição de bens
de capital já em uso, constituição e aumento de capital de empresas,
concessão de empréstimos e financiamentos.
6. Amortização da Dívida - despesas orçamentárias com o pagamento
e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial
da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.
4 Investimentos
5 Inversões Financeiras
6 Amortização da Dívida
9 Reserva de Contingência
Fonte: MTO 2023
4 Investimentos R$ 71.127.187.880,00
3º - Modalidade de Aplicação:
Identifica se a execução da programação será realizada diretamente pelo
órgão detentor do crédito orçamentário ou de forma descentralizada. As
principais modalidades de aplicação são:
30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal
40 - Transferências a Municípios
50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
80 - Transferências ao Exterior
90 - Aplicações Diretas
4º - Elemento de Despesa:
Visa a identificar os objetos de gasto, discriminando os insumos utilizados
para viabilizar a consecução das metas do orçamento.
Categoria Econômica
Grupo de Natureza de Despesa
Modalidade de Aplicação
Elemento de Despesa
3 1 90 11 00
Aplicação Direta
Despesa Corrente
Fonte: MTO 2013
6 - Classificação por Indicador de Resultado Primário e por
Identificador de Uso
0 Financeira
Código Descrição
5 Contrapartida de doações
Classificação Institucional:
Unidade Orçamentária - 39252 – DNIT
Órgão – 39000 – Ministério dos Transportes
Classificação Programática:
2075.20VL.0031
2075 – Programa - Transporte Rodoviário
20VL – Ação - Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Sudeste
0031 – Subtítulo – No Estado de Minas Gerais
Classificação Funcional:
26.782
26 – Função – Transporte
782 – Subfunção – Transporte Rodoviário
Outras classificações:
Esfera – Orçamento Fiscal (F)
GND – Investimentos (GND 4)
Resultado Primário – RP 3 – PAC
Modalidade de Aplicação – Aplicações Diretas (90)
IDUSO - Recursos não destinados à contrapartida (0)
Fonte - Recursos do Tesouro - Exercício Corrente (1) Recursos Ordinários (00)
Dimensão Física:
Produto – Trecho mantido
Unidade de medida – km
Meta Física – 9.392
Os principais aspectos que a LRF trouxe para gestão da política fiscal são:
Meta fiscal e novas atribuições à LDO: o artigo 4º trouxe o Anexo de
Metas Fiscais (AMF) para o âmbito da LDO, dispondo que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas
a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
Além disso, insere novos aspectos relacionados à execução orçamentária,
bem como outro anexo, que traz avaliação dos riscos capazes de afetar
as contas públicas, chamado Anexo de Riscos Fiscais (ARF).
Despesas com pessoal: o artigo 19 estabelece o limite legal de 50%
da Receita Corrente Líquida (RCL) para a União e 54% para os entes
federados. Já os artigos 21, 22 e 23 preveem gatilhos legais a serem
acionados em caso de descumprimento.
Endividamento: o artigo 29 define os conceitos de dívida, podendo
ser de natureza mobiliária, ou operações de crédito e concessões de
garantias. O mesmo artigo também estabelece limites de
endividamento para os entes federados.
Sustentabilidade fiscal de longo prazo: o artigo 42 veda a inscrição
de restos a pagar nos últimos dois quadrimestres de mandato. Isto
busca inibir o comportamento oportunista de políticos que elevam
gastos visando as eleições e comprometendo a saúde financeira da
próxima legislatura.
Transferências de recursos públicos ao setor privado: o artigo 14
discorre sobre renúncias de receitas e o artigo 26 normatiza e limita as
transferências de recursos do governo ao setor privado, obrigando sua
regulamentação por lei específica.
Controle do aumento de despesas: os artigos 15 a 17 trazem
condições para a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
governamental que acarrete aumento da despesa, sejam pontuais ou
de caráter continuado.
Financiamento parafiscal do governo: o artigo 34 proíbe que a
emissão de títulos de dívida pública seja adquirida por bancos estatais.
Dessa forma, com a promulgação da LRF, a regra fiscal de meta de
superávit primário, que o governo já havia utilizado no ano anterior,
passou a ter embasamento legal. Além disso, o artigo 30 trouxe a
exigência do envio dos projetos de limites e condições a que se referem
os incisos VI, VII, VIII e IX do artigo 52, bem como do inciso XIV do
artigo 48, todos da CF88.
Com o objetivo de dar à União tratamento similar àquele adotado no caso dos
entes subnacionais na Resolução do Senado Federal nº 43/2001, segundo a
justificativa do Projeto de Resolução do Senado Federal nº 83/2007, foi
publicada, em 21 de dezembro de 2007, a Resolução do Senado Federal nº
48/2007, que dispõe sobre os limites globais para as operações de credito
externo e interno da União, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal e estabelece limites e condições para a
concessão de garantia da União em operações de credito externo e interno.
Essa resolução trouxe regras similares às dos entes subnacionais e revogou
Resolução nº 96/1989, então em vigor, que possuía a mesma ementa e
objeto que sua sucessora.
Nesse contexto, esse era o arcabouço institucional existente das regras fiscais
para a esfera federal do governo brasileiro durante o segundo mandato do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e durante o período de governo da
Presidente Dilma Rousseff, encerrado com seu afastamento em 12 de maio de
2016. A partir de então, assume interinamente o Presidente Michel Temer
que, em 15 de junho de 2016, apresenta ao Congresso Nacional a proposta
de emenda constitucional que visava instituir o NRF, popularmente conhecido
como teto de gastos, que fora promulgado pelo parlamento em 15 de
dezembro de 2016.
Norma
Regra Descrição Tipo Base Legal
definidora
Fixa anualmente, na lei de Resultado Lei Ordinária LRF (art. 4º, § 1º)
Meta de
diretrizes orçamentárias, a meta de
resultado
resultado primário a ser perseguida
primário
no exercício a que a lei se refere.
Em seu art. 1º, § 1º, a lei define que responsabilidade na gestão fiscal
pressupõe ação planejada e transparente, na qual se previnem
riscos e se corrigem desvios capazes de afetarem o equilíbrio das
contas públicas.
Atenção!
Além disso, em seu art. 7º, dispõe sobre os reflexos orçamentários advindos
da atuação do Banco Central do Brasil – Bacen. O resultado da Autoridade
Monetária constitui receita do Tesouro Nacional, sendo transferido até o
décimo dia útil subsequente à aprovação dos balanços semestrais. De forma
análoga, eventual resultado negativo se constitui obrigação do Tesouro para
com o Bacen e é consignado em dotação específica no orçamento.
Em adição a isso, o art. 14, que versa sobre renúncia de receita, conforma
a base de um sistema que pretende controlar a criação ou ampliação de
benefícios ou obrigações que afetem a receita ou a despesa pública. Esse
sistema é integrado, também, pelos arts. 15 a 17, que tratam da geração
de obrigações dos entes públicos (abordando, pois, o lado da despesa).
Vamos começar nosso estudo esclarecendo o alcance da expressão
“renúncia de receita”.
O § 1º do art. 14 da LRF especifica a definição legal de renúncia fiscal, ao
dispor que a renúncia “compreende anistia, remissão, subsídio, crédito
presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota
ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de
tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado”. O parágrafo seguinte retira o caráter de renúncia das alterações
de alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da
Constituição (impostos de importação, de exportação, sobre produtos
industrializados e sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários) e dos cancelamentos de débito cujo montante
seja inferior aos custos de cobrança.
Alguns fatores dificultam a eficácia das regras previstas pela LRF, dentre as
quais sobressaem a dificuldade de incorporar medidas de compensação fiscal
aos atos que geram obrigações de natureza continuada ou criam renúncias
fiscais e a falta de interesse da classe política na verificação estrita desses
normativos. Entretanto, após a promulgação da Emenda Constitucional
95/2016, observa-se um movimento no sentido de se considerar os impactos
orçamentários e financeiros nos debates durante o processo legislativo. Isso
se deu ao fato de que a referida emenda ratificou, especialmente na
introdução do art. 113 no ADCT, parte da preocupação trazida pela LRF em
relação à higidez fiscal.
(ADCT) Art. 113. A proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória
ou renúncia de receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto
orçamentário e financeiro.
Judiciário 6
União 50
Ministério Público 0,6
Executivo 40,9
Judiciário 6
Estados 60
Ministério Público 2
Executivo 49*
Legislativo (inclui TCM,
6
Municípios 60 quando existente)
Executivo 54
A lei prevê a fixação, por parte do Senado Federal, de limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos estados e municípios, em
atenção ao disposto no art. 52, VI, da Constituição Federal, além de limite,
a ser definido por lei, para a dívida mobiliária federal (previsto
originalmente no art. 48, XIV, da Constituição).
Sem embargo, atualmente, há limites definidos da dívida consolidada para
estados, Distrito Federal e municípios (aprovados pelo Senado Federal em
2001), porém inexiste limite para o endividamento federal.
Importante!
O Relatório de Gestão Fiscal deve ser publicado em até trinta dias após o
encerramento do período a que corresponder, sendo franqueado amplo
acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.
Ressalte-se que o art. 63 da LRF faculta aos municípios com população inferior
a 50 mil habitantes divulgar semestralmente seu Relatório de Gestão Fiscal e
itens do Relatório Resumido da Execução Orçamentária.
De forma geral, o PLP 93/2023 propõe um novo teto de gastos. Nos termos
do projeto, o crescimento real da despesa fica limitado a 70% da variação da
receita apurada nos últimos 12 meses. Ademais, com o intuito de agregar
caráter anticíclico, o texto estabelece uma margem de segurança: os gastos
podem crescer pelo menos 0,6% e no máximo de 2,5% ao ano. Se o governo
não conseguir cumprir a meta fixada na LDO, o arcabouço fiscal prevê uma
regra ainda mais severa para a limitação da despesa. Em vez de 70%, os
gastos só poderiam crescer o equivalente a 50% da variação da arrecadação.
Dessa forma, após a tramitação do PLP 93/2023, teremos uma nova regra
fiscal na União, substituindo o Novo Regime Fiscal.
Execução provisória
Nesse contexto, como proceder? Ora, não obstante não haja orçamento em
vigor, a atividade financeira do Estado é ininterrupta e não pode ser
inviabilizada pela inexistência de autorização legislativa orçamentária. A
arrecadação tributária mantém os ingressos de recursos nos cofres públicos,
assim como as obrigações estatais devem ser honradas a seu tempo, ainda
mais no que concerne às despesas obrigatórias.
Classificação por
Natureza da Receita
Destinação
Importante!
Art. 2º [...]
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos”. (Grifos acrescidos).
Celebração do convênio/contrato de
repasse/termo de parceria/termo de Liquidação Pagamento
colaboração ou de fomento
1. Empenho
O empenho, disciplinado nos arts. 58 a 61 da Lei nº 4.320/1964, é
tido normalmente como o primeiro estágio da despesa, correspondendo ao
ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
pagamento, pendente ou não de implemento de condição. O empenho está
restrito ao limite do crédito orçamentário e é indispensável para a
realização da despesa. Saliente-se que, conforme visto anteriormente, as
leis de diretrizes orçamentárias têm autorizado, seletivamente, a execução
de despesas antes da aprovação do projeto de lei orçamentária, com base
em créditos orçamentários provisórios.
Mas fica uma pergunta: e caso o agente se equivoque, por algum motivo,
em relação a algum elemento do empenho, como, por exemplo, seu valor?
Como retificar uma nota de empenho incorreta?
2. Liquidação
Nos termos do art. 63 da Lei nº 4.320/1964, a liquidação da despesa
consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Essa verificação
deve apurar:
i) a origem e o objeto daquilo que se deve pagar;
ii) a importância exata a pagar; e
iii) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
3. Pagamento
Para refletir...
Restos a Pagar
Para refletir...
2011 264.670.303.584,49
2012 272.254.568.199,42
2013 322.449.440.065,52
2014 376.913.177.194,47
2015 368.471.731.239,99
2016 271.292.619.890,82
2017 203.674.249.459,71
2018 207.333.127.893,55
2019 243.905.006.428,77
2020 223.485.128.118,10
2021 268.966.924.854,07
2022 250.505.480.880,10
2023 258.677.879.850,13
Fonte: Siga Brasil
O contingenciamento deveria ser medida extrema e excepcional, pois busca
assegurar meios adicionais para o cumprimento da meta de resultado
primário e do teto de gastos, cuja apuração, no âmbito da União, é feita
com base no regime de pagamento das despesas. A apuração das metas e
do teto pelo regime de caixa tem possibilitado que o contingenciamento
seja menos inflexível no que se refere à limitação de empenho, de modo
que se verifique o empenho de despesas ainda que não haja a cobertura
dos recursos necessários ao seu pagamento. São essas as despesas que,
posteriormente, vêm a ser inscritas em restos a pagar.
Por essa razão, pode afirmar-se que esse diferimento representa, na prática,
verdadeira autorização de despesa a ser executada em exercício futuro,
pois, em muitos casos, sequer ocorre o comprometimento da despesa na
forma da celebração de vínculos formais, como em contratos e convênios.
Descentralização de Créditos
Orçamentário Financeiro
SOF STN
cota
Unid Unid
Adm Adm
Unid Unid
Adm Adm
Unid Unid Unid Unid
Adm Adm Adm Adm
Modalidade Instrumento
Observação
de Crédito normativo
Decreto (ato Aberto por decreto (ou ato próprio de cada Poder)
Suplementar próprio de cada nos limites fixados nas leis orçamentárias. Acima
Poder) ou lei dos limites, abertura ou autorização por lei.
Uma das questões mais discutidas a cada ano na tramitação dos projetos de
lei orçamentária no Congresso Nacional é precisamente o volume de
autorizações concedidas na lei orçamentária para que o Poder Executivo
possa abrir créditos suplementares por decreto. Trata-se de definir um
equilíbrio entre a necessidade de o Poder Legislativo ser ouvido previamente
nas autorizações específicas de gasto e a busca por uma maior flexibilidade
da gestão fiscal.
OBJETIVOS
1. Elaboração 2. Discussão/Aprovação
4. Controle/Avaliação 3. Execução
Elaboração
Saiba mais
Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo#L
Para que possa exercer sua competência, a CMO poderá, nos termos do art.
3º da Res. 01/2006-CN:
Determinar ao Tribunal de Contas da União a realização de fiscalizações,
inspeções e auditorias, bem como requisitar informações sobre a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de fiscalizações, auditorias e inspeções realizadas;
Requerer informações e documentos aos órgãos e entidades federais;
Realizar audiências públicas com representantes de órgãos e
entidades públicas e da sociedade civil;
Realizar inspeções e diligências em órgãos da administração pública
federal, das administrações estadual e municipal e em entidades
privadas que recebam recursos ou administrem bens da União.
Atenção!
Comitês Permanentes
A apreciação dos relatórios somente poderá ocorrer três dias úteis após a
sua distribuição, nos casos do relatório do Relator-Geral do projeto de lei
orçamentária anual, do relatório do projeto de lei de diretrizes orçamentárias
e do relatório do projeto de lei do plano plurianual, e dois dias úteis nos
casos das demais proposições, salvo se a CMO dispensar esse último
prazo por deliberação da maioria absoluta de seus membros.
Vale destacar que o art. 152 da Res. 01/2006-CN determina que o projeto de
lei aprovado e enviado em autógrafo para sanção do Presidente da República
não poderá ser motivo de alteração, ressalvado o caso de correção de erro
material, verificado exclusivamente no processamento das proposições
apresentadas, formalmente autorizado pela CMO, por proposta de seu
Presidente, justificando-se cada caso. Tal alteração observará as normas
específicas dispostas na lei de diretrizes orçamentárias. Dessa forma, sendo
encontrado erro material no processamento de matérias de competência da
CMO, poderá ser elaborada uma errata, devidamente justificada, ao Poder
Executivo, com as correções a serem feitas.
Destaques
Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo#D
Vale destacar que o relatório preliminar receberá emendas por parte dos
parlamentares e das Comissões Permanentes das duas Casas do Congresso
Nacional. Após aprovado pelo plenário da CMO, será denominado de parecer
preliminar.
Entenda a diferença
Relatório Preliminar:
Chegada ao CN Audiências
Envio à CMO Apresentação,
– até 31/08 Públicas
Emendamento e Votação
Geração do Encaminhamento do
Autógrafo Autógrafo ao Executivo
Unidade 5 – A Tramitação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
Assim como no caso das demais leis orçamentárias, na LDO também haverá a
apresentação de um Relatório Preliminar pelo relator designado. No entanto,
antes disso, a Res. 1/2006-CN, no seu art. 84, exige que, para discussão do
projeto, seja realizada audiência pública com o Ministro do Planejamento,
Orçamento e Gestão.
Relatório Preliminar:
Chegada ao CN Audiências
Envio à CMO Apresentação,
– até 15/04 Públicas
Emendamento e Votação
Geração do Encaminhamento do
Autógrafo Autógrafo ao Executivo
Unidade 6 – A Tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual e
seus Créditos Adicionais
Ressalte-se que, após a fase das relatorias setoriais, que estudaremos mais à
frente, existe a possibilidade de atualização da receita, a teor do art. 30, § 2º,
da Resolução. Essa faculdade pode ser exercida pelo relator da receita, tendo
em vista eventual revisão dos parâmetros macroeconômicos e da legislação
tributária, com base em avaliação do Comitê de Avaliação da Receita.
Para ilustrar
Atenção
Reserva de Recursos
55% para alocação pelas relatorias setoriais (como será visto à frente,
são 10 relatorias, sendo 4 a cargo de senadores).
20% para alocação pela relatoria geral, sendo que deve ser assegurado
que ao menos 15% da reserva de recursos seja destinada a
emendas de comissão.
R$ 1,00
2. DEDUÇÕES 39.993.234.064
* Com fulcro no art. 140 da Lei nº 14.436, de 9 de agosto de 2022 – LDO 2023, os recursos
poderão ser destinados para atender o disposto no item 11.IV deste Parecer Preliminar
Desde a edição da Resolução 3/2015-CN, o período para apresentação de
emendas à despesa e à receita, inclusive renúncia de receita, se tornou fixo,
de 1º a 20 de outubro.
Antes, porém, da tarefa a cargo dos relatores setoriais, existe uma etapa
de exame de admissibilidade das emendas, realizada pelo Comitê de
Admissibilidade de Emendas - CAE. Previsto no art. 25 da Resolução, cabe
a esse Comitê propor a inadmissibilidade das emendas apresentadas,
inclusive as de relator, aos projetos de lei orçamentária anual, de diretrizes
orçamentárias e do plano plurianual. O exame de admissibilidade
destina-se a averiguar a adequação das emendas às normas
constitucionais, legais e regimentais em vigor.
Análise de admissibilidade de
Atuação
emendas individuais e coletivas,
do CAE
elaborando relatório para CMO
2ª Reestimativa
20% da Reserva de Recursos – RG
25% da Reserva de Recursos – Bancadas
Cancelamentos no custeio da Proposta Orçamentária
Até 10% de corte do atendimento das coletivas na fase setorial
Síntese
Nos termos do art. 166, § 1º, da Constituição, cabe a uma comissão mista
permanente de deputados e senadores examinar e emitir parecer sobre os
créditos adicionais. Essa comissão, conforme previsão do Regimento Comum
do Congresso Nacional, é a Comissão Mista de Orçamentos – CMO. Tanto os
projetos de lei de créditos suplementares e especiais como as medidas
provisórias que veiculam créditos extraordinários tramitam pela CMO.
Discussão e
Apresentação Votação do Parecer da
Votação na CMO
do Relatório CMO no Plenário do CN
– até 20/11
Geração do Encaminhamento do
Autógrafo Autógrafo ao Executivo
Discussão e
Apresentação Votação do Parecer da
Votação na CMO
do Relatório CMO no Plenário do CN
– até 20/11
Geração do Encaminhamento do
Autógrafo Autógrafo ao Executivo