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ORÇAMENTO PÚBLICO

Conceito

O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental em que constam as


despesas da administração pública para um ano, em equilíbrio com a arrecadação das receitas
previstas.

Lembrar:

 Tem um processo legislativo de previsão de receitas e fixação de despesas realizado pelo


Poder Executivo e autorizado pelo Poder Legislativo.
 Apresenta um processo de integração entre o orçamento propriamente dito (curto prazo)
e o planejamento de médio e longo prazo.
 Tem a finalidade de instrumentalizar as políticas públicas.
 Apresenta um viés político de alocação de recursos, justificado pelo processo democrático.
 Por fim, podemos dizer que o orçamento operacional é a própria Lei Orçamentária Anual.

Funções do orçamento público

Função alocativa

Função distributiva

Função estabilizadora

Técnicas orçamentárias (ou espécies)

 Orçamento tradicional – sem planejamento, enfatiza apenas aspecto contábil. A alocação


de recursos visa à aquisição de meios, não os benefícios.
 Orçamento por desempenho ou incremental – o gestor se preocupa com os benefícios dos
diversos gastos, e não apenas com seu objeto, mas ainda é sem planejamento.
 Orçamento por base zero ou por estratégia – detalhamento de todas as despesas públicas.
Os órgãos governamentais deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua
proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor
inicial mínimo.
 Orçamento programa - tem-se o estabelecimento de objetivos e a quantificação de metas,
com a consequente formalização de programas visando ao atingimento das metas e ao
alcance dos objetivos. Com esse modelo, passa a existir um elo entre o planejamento e as
funções executivas da organização, além da manutenção do aspecto legal, sem considerá-
lo, todavia, como prioridade. É a espécie de orçamento utilizada no Brasil.
 Orçamento participativo – participação da população na alocação de recursos públicos.
Amparado pela LRF. Não se opõe ao orçamento programa e não retira participação do
legislativo/executivo.

Importante: Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício


financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que
autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Ciclo orçamentário
O ciclo orçamentário (ou processo orçamentário) pode ser definido como o encadeamento das
atividades típicas do orçamento público, fases contínuas.

1. Elaboração/planejamento da proposta orçamentária;


2. Discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento;
3. Execução orçamentária e financeira; e
4. Avaliação/controle.

Ciclo orçamentário (pode abranger mais de um exercício, ano civil) é ≠ de exercício financeiro
(é apenas de um ano civil)

Observação: Apesar das quatro fases, um autor idiota aumentou o ciclo orçamentário em mais
4 fases. Nesse caso, se a banca cobrar que o ciclo é ampliado, também está certo (compreende
a elaboração do PPA, LDO e LOA).

1. Elaboração/planejamento da proposta orçamentária


As leis do PPA, LDO e LOA são de iniciativa exclusiva (indelegável) do Poder Executivo:
Presidente, Governadores e Prefeitos.
Demais poderes- todos os Poderes (Legislativo, Judiciário e mais o Ministério Público)
elaboram suas propostas orçamentárias parciais, dentro dos limites da LDO e encaminham
para o Poder Executivo, o qual é o responsável constitucionalmente pelo envio da proposta
consolidada ao Legislativo. Se não encaminharem, será aprovado a proposta que o próprio
orçamento estipulou para eles.

Conteúdo da Proposta Orçamentária:

2. Discussão/Estudo/Aprovação

Segunda etapa do ciclo orçamentário. Neste momento, muita coisa acontece. Por exemplo, um
parlamentar ou uma bancada parlamentar pode propor alteração ao Projeto de LOA (PLOA) -
por meio de emenda parlamentar - bem como o Poder Executivo pode solicitar modificações
ao mesmo projeto por meio de Mensagem Presidencial.
Quem avaliará o cumprimento dos requisitos de alteração do PLOA proposto por
parlamentares será uma comissão permanente composta por deputados e senadores chamada
de Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, ou como CMO.

O Presidente somente poderá solicitar proposta de alteração do PLOA ao CN enquanto não


iniciada votação na CMO.
As emendas parlamentares são prerrogativas constitucionais dadas ao Poder Legislativo para
aperfeiçoar as propostas orçamentárias enviadas pelo Poder Executivo.

Não se admitirão emendas ao projeto de lei de orçamento que visem:

 Alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto, a
inexatidão da proposta.
 Conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos
competentes.
 Conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja
anteriormente criado.
 Conceder dotação superior aos quantitativos previamente fixados em resolução do Poder
Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.

Execução das Emendas Parlamentares

 Essas emendas podem ser individuais ou de bancada de estado.


 Segundo a CF, é obrigatório a execução orçamentária e financeira das
emendas individuais na parcela de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) realizada no
exercício anterior.
 É importante atentar-se ao fato de que metade (0,6%) desse valor tem que ser
necessariamente utilizado em ações e serviços públicos de saúde. O restante tem
utilização livre, sendo geralmente empregado pelos deputados e senadores em obras e
construções, de modo a gerar visibilidade ao parlamentar no seu reduto eleitoral.
 Já as emendas de bancadas estaduais devem ser executadas no montante de até 1% da
RCL realizada no exercício anterior.

Em cada uma das Casas do Poder Legislativo, a aprovação dos instrumentos de planejamento e
orçamento se dá por maioria simples e não haverá recesso parlamentar se a LDO não for
aprovada.
A sanção é a aquiescência do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado no
Legislativo.

3. Fase de execução orçamentária

Esta fase consiste na arrecadação de receitas e realização de despesas, ou seja, é a execução


propriamente dita do orçamento, trazendo para a realidade o orçamento elaborado pelo
Executivo e aprovado pelo Legislativo. Há dois tipos de execução, a orçamentária e a
financeira.

A orçamentária, de uma maneira breve, é a utilização das dotações dos créditos designados na
Lei Orçamentária Anual (LOA). A financeira é a execução do recurso financeiro propriamente
dito, de modo a subsidiar a realização dos projetos e atividades programados.
Os recursos associados às dotações serão entregues aos poderes Legislativo, Judiciário,
Ministério Público e Defensoria Pública pelo Executivo, por meio de duodécimos, até do dia 20
de cada mês.

A programação financeira, juntamente com o cronograma mensal de desembolso citado


acima, será estabelecida em até 30 dias após a publicação dos orçamentos.

4. Avaliação e Controle

A avaliação orçamentária consiste na verificação do cumprimento das ações a serem realizadas


durante a execução do orçamento. Ela é a responsável em analisar a observância dos objetivos
traçados, de modo a realimentar o processo orçamentário, contribuindo para a início de um
novo ciclo, fazendo com que ele seja cada vez mais eficiente, eficaz e efetivo.

 A eficácia trata do atingimento das metas em relação ao que foi traçado.


 A eficiência é a relação entre os recursos utilizados e as metas alcançadas em relação ao
que foi estabelecido.
 A efetividade permite identificar os efeitos produzidos no mundo externo em decorrência
dos programas implementados.

Exemplo: Se o Governo preparou toda a logística (compra de vacinas, transporte, pessoal etc.)
com melhor custo-benefício, foi eficiente. Se o percentual de crianças vacinadas foi atingido, a
campanha foi eficaz, cumpriu a meta física. Se conseguiu erradicar a paralisia infantil, foi
efetivo, pois teve o impacto esperado na sociedade, mudando uma realidade existente.

O controle do orçamento é de extrema importância, pois ele permite assegurar a aplicação dos
recursos pelos poderes de acordo com leis aprovadas.

Segundo a lei 4.320/64, que trata sobre as normas gerais de direito financeiro, o controle da
execução orçamentária compreende:

“I – a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa,


o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II – a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores
públicos;
III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de
realização de obras e prestação de serviços.”

O controle pode ser realizado de maneira interna, no âmbito de cada poder, ou de


maneira externa, através do Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas.

O Tribunal de Contas detém a competência de apreciar anualmente as contas prestadas pelo


Presidente da República, mediante um parecer prévio. Sendo de responsabilidade
do Congresso Nacional o julgamento anual dessas contas, de modo a constatar se o chefe do
executivo agiu com responsabilidade durante a execução do orçamento aprovado.

O controle não é exercido apenas sobre os chefes do executivo, mas sobre todos aqueles que
utilize, guarde, arrecade, gerencie ou administre dinheiros e bens públicos.
Receita pública

Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do
Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades
de recursos financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam
apenas entradas compensatórias*. Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas
orçamentárias.

*Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), emissão de moeda e


outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros (ou seja, entradas que o Estado
será obrigado a devolver em algum momento, ex: caução, fiança, etc).

Operações de créditos por Antecipação de Receita orçamentária – gera somente juros, sem
encargos diferente da operação de crédito normal. É preciso dar uma garantia ao banco de
uma receita prevista/futura, como forma de pagamento. Não gera novas entradas (retira do
que você iria ganhar) e é só para atender insuficiência de caixa (ex: em um mês, você gastou
R$50 a mais do que previsto, porém no mês seguinte você recebe R$100 a mais. Você pode
antecipar esses R$100 para pagar os R$50 faltantes).
Pagamento da ARO é despesa extraorçamentária e os juros será uma despesa orçamentária.
ARO gera dívida flutuante e é proibida no último ano de mandato de chefe do executivo, não
pode cobrar além dos juros, e não pode contratar segunda ARO para pagamento da mesma
coisa.

Obs: Toda operação de crédito gera dívida, e precisa de autorização legislativa pois gera
encargos, ouseja é uma receita financeira.
Classificação das receitas públicas
Natureza
Indicador de resultado primário
Fonte/destinação de recursos
Esfera orçamentária
Quanto a precedência ou origem (classificação doutrinária)
Classificação contábil

Natureza das Receitas

C.O.E.DDDD.T – Categoria Econômica. Origem. Espécie. Desdobramentos. Tipos

Receitas intraorçamentárias – receitas transferidas dentro mesmo ente/LOA. Ex: SEFAZ recebe
100 e passa 30 para secretaria de saúde, a secretária de saúde classifica essa entrada como
intraorçamentária, pois ela já havia entrado na LOA antes.
Indicador de resultado primário –

Apenas para a União;

Objetivo de identificar quais são as receitas e as despesas que compõem o resultado primário
do Governo Federal, que é representado pela diferença entre as receitas primárias e as
despesas primárias.

As receitas e despesas do Governo Federal podem ser divididas entre primárias e financeiras.

Primárias – não gera dívida, advém de arrecadação “saudável”, ex: arrecadação de tributo,
contribuições, etc.

Receita Financeiras – gera ou dívida ou perda patrimonial/direito, não alteram o


endividamento líquido do governo, ex: operações de crédito. Despesa financeira -relacionadas
ao pagamento de serv. de dívidas.

EC 95/2016 -novo regime fiscal, trava de 20 anos sobre o gasto primário. Se aumentar despesa
primária, sem controle terá que aumentar receita financeira e isso não é o correto. As
despesas primárias não podem ultrapassar a do ano anterior, acrescido de inflação.

Fonte/destinação de recursos –

A fonte/destinação de recursos possui a finalidade de identificar o destino dos recursos


arrecadados. Exerce duplo papel no processo orçamentário. Para a receita orçamentária, esse
código tem a finalidade de indicar a destinação de recursos e para a despesa orçamentária, a
origem dos recursos. Em linhas gerais, pode-se dizer que há destinações vinculadas e não
vinculadas:

a) destinação vinculada: processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em


atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma. Há, ainda, ingressos de
recursos em decorrência de convênios ou de contratos de empréstimos e de financiamentos.
Esses recursos também são vinculados, pois foram obtidos com finalidade específica - e à
realização dessa finalidade deverão ser direcionados.

b) destinação não vinculada (ou livre): é o processo de alocação livre entre a origem e a
aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.
* O dígito 7 é a quebra da regra de ouro. Regra de Ouro é um mecanismo previsto na CF, artigo
167 III, em que as despesas de capital devem ser maior ou igual que as operações de crédito.
Art 167 São Vedados:
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
*O dígito 9 objetiva identificar, na elaboração do orçamento, os recursos oriundos de
propostas de alterações na legislação da receita que estejam em tramitação no CN.

Esfera orçamentária

A classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar se a receita pertence ao
Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de Investimento das Empresas Estatais, conforme
distingue o § 5º do art. 165 da CF.

Quanto à procedência ou origem

Originárias – exploração do próprio patrimônio, não há coercitividade e está em relação de


igual para com o particular. Ex: venda de produtos industriais ou agropecuários.

Derivadas – obtida por meio da soberania estatal, obtidas por imposição legal, ex: tributos e
contribuições especiais.

Classificação contábil

Efetivas – afetam o patrimônio líquido. Decorrem de fato contábil modificativo aumentativo,


em geral as receitas correntes, com exceção da dívida ativa.

Não efetivas – não afetam o patrimônio líquido. Decorrem de fato contábil permutativo, em
regra as receitas de capital, com exceção da transferência de capital.
Estágios da receita pública – P.L.A.R
Etapas da receita pública – planejamento (compreende a previsão) execução (compreende
lançamento, arrecadação e recolhimento) e controle (em todos os estágios).

Previsão - Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que
constará na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas
técnicas e legais correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o
assunto, vale citar o art. 12 da LRF:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e
legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da
variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de
demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção
para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia
de cálculo e premissas utilizadas.

Lançamento – Apuração do fato gerador, levantamento do que cobrar (procedência do


crédito, pessoa devedor, valor e vencimento). Verificar se há o direito de cobrar. Nem toda
receita é lançada, mas apenas as tributárias e rendas com vencimento.

O art. 53 da Lei nº 4.320, define o lançamento como ato da repartição competente, que
verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito
desta. Por sua vez, conforme o art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), lançamento é o
procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido,
identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível.

Arrecadação - Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos


contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras
autorizadas pelo ente.

Recolhimento - Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta única do Tesouro


Nacional do respectivo ente, responsável pela administração e controle da arrecadação e pela
programação financeira.
Vale destacar que segundo o art 35 da lei 4320, pertencem ao exercício financeiro as receitas
nele arrecadas o que representa a adoção de regime de caixa para o ingresso das receitas
públicas.

Dívida ativa –

Conjunto de créditos tributários e não tributários em favor da Fazenda Pública, (com


acréscimo de juros, multa e mora) não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou
em decisão proferida em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após
apuração de certeza e liquidez. É uma fonte potencial de fluxos de caixa e é reconhecida
contabilmente no ativo. Não se confunde com a dívida pública, uma vez que esta representa as
obrigações do ente público com terceiros e é reconhecida contabilmente no passivo.

Há um prazo de cobrança da dívida ativa, que varia. Após isso, deverá pedir um novo
documento, por ter sido inscrito na dívida ativa.

Pode ser de natureza tributária ou não tributária.


A dívida ativa será sempre não efetiva pois é um fato permutativo (ou seja não altera o
patrimônio público).

Despesa pública

Despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização legislativa, na forma de


consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada. Dispêndio extraorçamentário é
aquele que não consta na lei orçamentária anual, compreendendo determinadas saídas de
numerários decorrentes de depósitos, pagamentos de restos a pagar, resgate de operações de
crédito por antecipação de receita e recursos transitórios.

Despesa orçamentária precisa de autorização legislativa através da LOA ou em créditos


adicionais (suplementar, especial ou extraordinário) servem para retificar, ajustar a LOA.

Classificação de despesa orçamentária

Classificação Qualitativa Classificação por esfera


Classificação institucional
Classificação funcional
Classificação programática
Classificação Quantitativa Meta Física
Natureza da despesa
Identificador de uso (IDUSO)
Fonte de recursos
Identificador de doação e de operação de
crédito (IDOC)
Identificador de resultado primário
Dotação

Classificação por esfera

Localizar em qual das esferas a despesa está localizada:


10 Orçamento fiscal
20 Orçamento da
Seguridade Social
30 Orçamento de
investimento

As receitas de uma respectiva esfera não são obrigadas a bancar as despesas da


respectiva esfera. É possível alterar, exemplo: uma receita da esfera fiscal pode pagar
uma despesa da esfera de seguridade social.
Classificação institucional

Localizar quem gasta, órgão orçamentário e unidade orçamentária.

12-345 (2 níveis e 5 dígitos)


12 – Órgão orçamentário
345- Unidade orçamentária

Observação: nem todos são físicos, exemplo: reserva de contingência, operações


oficiais de crédito, transferências.

Unidade administrativa não aparece na classificação institucional.

Classificação funcional

Localizar área, tema, assunto da despesa

12-345 (2 níveis e 5 dígitos)


12 – Função
345 - Subfunção

Ex: construção de uma rodovia é da área transporte (função) e rodoviário (subfunção).

Obs: independe de qual instituição gasta. Exemplo, o MEC pode gastar com saúde. A
primeira função será saúde e não educação, a subfunção não precisa acompanhar a
função principal também. Exemplo pode gastar função principal educação (precisa
acompanhar a atividade da instituição) e subfunção saúde (matricialidade - *não é
permitido para função encargos especiais).

Classificação estrutura programática


Voltado para PPAs

1234-0000-1234 (3 níveis e 12 dígitos)


1234 – Programa
5678 – Ação
9000 – Subtítulo (localizador de gastos)

Programas finalísticos. de gestão e exclusivo de operações especiais (só na LOA).


Ação podem ser projetos (construções, exemplo), atividades (manutenção constante)
e operações especiais.
Subtítulo irá mostrar a localização geográfica do gasto.
Classificação Meta física
Define a quantidade de bens e serviços a serem entregues.
Ex: Quantos kms de rodovia serão entregues.

Classificação Natureza das despesas


Só se aplica as despesas orçamentárias.
(5 níveis e 8 dígitos)

1-2-34-56-78 (CGMMEEDD)

1 - Categoria econômica
2 – Grupo de natureza de despesa
34 - Modalidade de aplicação
56 – Elemento da despesa
78 – Desdobramento do elemento

1 – Categoria econômica

(3 – cód) Despesa corrente - NÃO contribuem diretamente para a formação ou


aquisição de bem de capital.
(4- cód) Despesa de capital - contribuem diretamente para formação ou aquisição de
bem de capital.

2- Grupo de natureza da despesa

 Despesa corrente
(1 -cód)Pessoal e encargos sociais – art 18, LRF.
(2 -cód)Juros e encargos da dívida – voltada somente para pagamento de dívidas.
(3 -cód)Outras despesas correntes – despesas residuais.

 Despesa de capital
(4 -cód)Investimento – bem de capital novo, impacto positivo no PIB.
(5 -cód)Inversão financeira – o fato (compra do bem de capital) já ocorreu e só houve
uma troca de proprietário, do mesmo bem. Ou seja, não é algo novo que impacte no
PIB.
(6 -cód)Amortização da dívida – voltada somente para pagamento de dívidas.

34 – Modalidade de aplicação

Eliminar a dupla contagem de valores transferidos ou descentralizados

90 – aplicação direta

XY – aplicação por transferências ou descentralização.


Observação: 91 será o código de modalidade de aplicação para despesa que foi
transferida para outro ente.

56 – Elemento de despesa
Indica o objeto/coisa/item do gasto.
Para fins de execução, é obrigatório ir até o elemento da despesa (4º nível).

Ex: obras e serviços/ material de consumo/ aquisição de imóveis, etc.

78 – Subelemento da despesa
Indica o detalhamento do elemento.
No caso da União, o subelemento é obrigatório.

Ex: material de consumo combustível.

Observações sobre Natureza da despesa:

Observação: a regra é detalhar até o 4º nível, mas é possível detalhar até o 3º se


explícito os seguintes textos na questão: “no projeto, na elaboração, na proposta, no
planejamento, segundo a portaria...”

Observação 2: A reserva de contingência o código é 9.9.99.99.99. Depois de usado o


valor, aí terá as especificações dos códigos.

Observação 3: Artigo 44 LRF, as receitas de capital (alienação de bens), só devem ser


usadas em despesas de capital. A única exceção é a venda de patrimônio para bancar
despesa de pessoal, que deve ser autorizado por lei.

Observação 4: Natureza de despesa portaria X lei


Lei 4320 – Despesa corrente (custeio e transf corrente) / Despesa de capital (Invest,
invers financeira, transf de capital). ART 12 E 13 (LER)

Portaria 163 – Despesa corrente (pessoal, juros e encargos da dív, outras dc) / Despesa
de capital (Invest, invers financeira, transf de capital).

Observação 5: Superávit do orçamento corrente é uma receita de capital não


orçamentária.

Classificação quanto ao identificador de uso


Completar informação concernente à aplicação dos recursos e indica se compõem
contrapartida nacional de empréstimos, doações ou se destinam a outras aplicações.

Classificação quanto a fonte de recursos


De onde vem os recursos para a despesa.
1-23
1 – Grupo da fonte de recursos
23 – Especificação da fonte
(Igual a da fonte de receita).
Para a receita indica a destinação do recurso, e no caso da despesa indica a origem do
recurso.

Classificação de identificador de doação e de operação de crédito (IDOC)


Identifica as doações de entidades internacionais ou operações de crédito contratuais
alocadas nas ações orçamentária, com ou sem contrapartida de recursos da União.

Classificação de identificador de resultado primário


Não é de caráter obrigatório, somente indicativo. Meta de resultado primária vem na
LDO, devendo constar na LOA.

Despesa financeira – é o resultado de receitas financeiras (dívidas decorrentes da


receita financeira).

Classificação por dotação

Qual é o limite de crédito consignado na LOA ou crédito adicional para atender


determinada despesa.
Pode ser:
Ordinário – vem na LOA.
Adicional – suplementar, especial e extraordinário.

Classificação contábil ou patrimonial


Tem por objetivo verificar se a despesa afeta ou não o patrimônio líquido.
Despesa efetiva – é aquela que reduz o patrimônio público, geralmente são as
despesas correntes. Decorre de fato modificativo ou diminutivo. A exceção é compras
para estoque (é fato permutativo, ou seja não efetiva).

Despesa não efetiva – é aquela que não altera o patrimônio líquido, regra são as
despesas de capital. Decorre de fato permutativo. A exceção são as transferências de
capital (pois reduzem o patrimônio líquido de quem realiza a transferência).
Etapas da execução da despesa
Empenho Assumir um compromisso para
depois realizar o pagamento.
Reserva de crédito orç. para garantir
o pagamento. Em regra o primeiro
estágio da execução, com exceção
de caso de urgência. Em regra, será
admitida nota de empenho
(documento), com exceção de casos
especiais (a nota de empenho é
dispensável).
Pode ser ordinário (pago em uma só
parcela), global (pago em mais de
uma parcela) e estimativo (não se
sabe o valor previamente).

Art 58, 4320. O empenho da


despesa é o ato emanado de
autoridade competente que cria
para o estado obrigação de
pagamento pendente ou de
implemento de condição.
Liquidação Verificação de (o que, para quem, e
quanto pagar), o direito adquirido
pelo credor. Deve-se verificar o
contrato, nota de empenho ou
comprovantes.

Art 63, 4320.A liquidação da despesa


consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor, tendo por
base documentos comprobatórios
do respectivo crédito.
Pagamento Quando o recurso sai da conta única
do Tesouro e vai para a conta do
credor. Só pode ser dado através do
sistema do ente, quando a despesa
já foi empenhada e liquidada.
Obs: a conta única do tesouro da
união é mantida pelo Banco central
(Bacen) e movimentada pelo banco
do Brasil.
Restos a pagar

Despesas que foram empenhadas, mas não foram pagas.

Podem ser:

Tipos de restos a pagar


Restos a pagar processados Restos a pagar não processados

Aqueles que há liquidação. Aqueles que não há liquidação.


(Há o fato gerador, e por isso é
obrigatório pagar).
A REGRA, é que empenho de
despesa não liquidada será anulado
no dia 31 de dezembro do ano
vigente, salvo as hipóteses abaixo:

Acontecem nas seguintes situações:


(não há fato gerador)
1.Vigente o prazo para cumprimento
da obrigação assumida pelo credor.
2.Interesse da Administração exigir
cumprimento da obrigação pelo
credor.
3.Transferências a instituições
públicas e privadas.
4.Compromissos assumidos no
exterior.
(Há fato gerador)
5.Liquidação em curso.

É uma dívida flutuante.

É possível reinscrever um resto a pagar, que não foi efetuado no ano vigente, para o
próximo ano.

Os restos à pagar possuem vigência de até 5 anos à contar da primeira inscrição, ou


seja, período prescricional de 5 anos.

Restos a pagar não processados podem ficar pendente de processamento por 1,5 ano.

Se a despesa foi liquidada dentro desse prazo, será inscrita em restos a pagar não
processados liquidados e terá status de rpp.
Se não foi liquidada será bloqueado o saldo para pagar pela STN, que pode ser
desbloqueado mediante (deve ocorrer no mesmo ano do bloqueio, nas transferências
por convênio, contrato de repasse e similares precisa do comprovante de regularidade,
se os restos desbloqueados e a liquidação não ocorrer serão cancelados no final do
ano) ou continua bloqueado e é cancelado no final do ano.

Exceção ao bloqueio – despesa relacionada ao ministério da saúde e despesa das


emendas individuais e de bancada impositivas.

Observação: os restos a pagar são para o ano da inscrição são despesa orçamentárias e
receita extraorçamentária (ano que começou). Para o próximo ano (em que se paga) é
uma despesa extraorçamentária (não utiliza o orçamento desse ano, mas sim do ano
anterior).

Cancelamento de restos a pagar – para o MCASP não é uma receita, é apenas uma
anulação de dotação para o STN.
Para a lei 4320 é uma receita do ano vigente. (Observar o comando da questão, se
menciona “segundo a lei, art, etc).

É vedada a inscrição a inscrição de restos apagar não processados, referentes à diárias,


ajuda de custo e suprimento de fundos, pois são ao mesmo tempo empenhadas,
liquidadas e pagas.

Despesas de exercícios anteriores

São despesas que não se processaram na época própria, restos a pagar com prescrição
interrompida, compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, reforço
de restos a pagar não processados.

Não há empenho no ano anterior, ou seja, diferente dos restos a pagar que houve
empenho, crédito, no ano passado e no próximo ano será paga com o crédito do ano
anterior, a DEA não possui empenho, crédito no ano anterior. Ou seja, será paga com
crédito do ano atual, LOA do ano atual, etc.

a) Despesas que não se tenham processadas na época própria: São os empenhos que não
foram liquidados em razão de algum problema no processamento da despesa (falhas
documentais, falhas de comunicação entre setores do órgão, não emissão de documentos
fiscais pelo credor etc.), sendo, por isso, cancelados. Depois disso, constata-se que o
serviço foi prestado, o bem foi entregue ou a obra realizada. Como o empenho foi
cancelado, deve-se fazer um novo empenho no elemento de despesa DEA.
b) Restos a pagar com prescrição interrompida: A despesa empenhada foi inscrita em RPÑP,
por ainda estar vigente o direito do credor para cumprimento da obrigação. Porém, em
ano seguinte, o RPÑP é cancelado indevidamente, ou seja, enquanto ainda era vigente o
direito do credor. Em momento posterior, o credor reclama seu direito ao pagamento e
novo empenho deve ser feito no elemento de despesa DEA.

c) Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício: A Administração


reconhece um direito a pagar criado por lei, decisão judicial ou por outro ato normativo,
mas exigido em exercício posterior ao início da vigência desse direito. O pagamento desse
direito ocorrerá mediante prévio empenho no elemento de despesa DEA. Ex: um servidor
que não teve seu salário pago, etc.

d) “Reforço” de R.P.Ñ.P. (caso não expresso na norma): Como já estudamos nos estágios da
despesa, o empenho pode ser emitido por estimativa, quando não se tem definido o valor
a ser pago. Assim, a despesa vai sendo executada gradualmente, e, conforme o caso, há
anulação da parte excedente (empenho maior que a despesa real) ou o reforço do
empenho estimativo (empenho menor que a despesa real). Se, na liquidação, para fins do
pagamento de um RPÑP, for verificada a necessidade de reforçar o empenho original, o
novo empenho reforço será feito no elemento de despesa DEA.

Suprimento de fundos (regime de adiantamento)

É um valor que o servidor pode usar em situações excepcionais, e que irá realizar a
compra/contratação de uma forma mais rápida, sem a burocracia de licitações, dispensas ou
inexibilidade de licitações.

Ocorre antes da fase de execução da despesa, ou seja na fase de planejamento.

No suprimento de fundos ocorre o empenho, liquidação e pagamento ao mesmo tempo, de


uma só vez, para o servidor suprido.

É considerado despesa orçamentária desde a concessão (empenho).Para fins contábeis


(patrimonial) o suprimento de fundos será despesa apenas com a prestação de contas.

Pode ser oferecido suprimento de fundos apenas nas seguintes situações:


a) Despesas eventuais (inclusive despesas em viagens, mas não pode pagamento de passagens
e diárias).
b) Caráter sigiloso
c) Pequenos vultos (cujo valor não ultrapasse aos limites estabelecidos na legislação específica
de cada ente).

*Não importa o valor para despesas eventuais e de caráter sigiloso.

Não se concederá suprimento de fundos: (o ordenador de despesa que realiza a concessão)


a. A responsável por dois suprimentos;
b. A servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir, salvo quando
não houver na repartição outro servidor;
c. A servidor declarado em alcance, ou seja, aquele que não prestou contas no prazo
regulamentar ou o que teve suas contas recusadas ou impugnadas em virtude de desvio,
desfalque, falta ou má aplicação de dinheiro, bens ou valores;
d. A servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material adquirir, salvo quando
não houver na repartição de outro servidor;

Devolução de valores não utilizados:


a. No mesmo exercício da concessão – anula a despesa.
b. No exercício seguinte ao da concessão: receita orçamentária.

Dívida pública
Dívida flutuante Dívida fundada
Conhecida como dívida de curto prazo, ou Prazo mais longo, geralmente 12 meses.
dívida circulante é uma categoria de dívida São obrigações financeiras assumidas em
que deve pagar em um período curto de 1 virtude de leis, contratos, convênios ou
ano. tratados.

os restos a pagar, excluídos os serviços da Compreende:


dívida; Emissão de títulos de responsabilidade do
os serviços da dívida a pagar; BACEN.
os depósitos, inclusive consignação em folha. Operações de crédito que constam na LOA.
os débitos de tesouraria. Precatórios não pagos durante a execução
Operação de crédito por antecipação da receita. do orçamento que foram incluídos.
Papel moeda ou moeda fiduciária.

Outros planos e programas (artigo165 $4°)


Dependem de um projeto de lei que será aprovado pelo legislativo, pois precisam de
harmonia com o PPA.

PAC – Programa de aceleração e crescimento (parte dele está no PPA, instrumento de longo
prazo, vigente desde 2007).
PNE – Plano nacional de educação (desde 2014, vigência superior ao PPA);
Transposição do Rio São Francisco (programa regional)

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