Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/336146278
Teoria da comunicação
CITATIONS READS
0 693
1 author:
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Ricardo Henrique Almeida Dias on 30 September 2019.
Teoria
da Comunicação
UNIFACVEST
Equipe de produção
Os professores que fazem parte desse Projeto são: Arceloni Neusa Volpato; Eduard
Marquardt; Maryaulê Malvessi Mittmann; Marco Maschio Chaga e Simone Regina Dias.
CONHECENDO O AUTOR
Prezado estudante,
Objetivo(s) de aprendizagem
Ao fim dessa unidade, você será capaz de identificar a relevância do
desenvolvimento de teorias para explicar o fenômeno da comunicação.
- Quem?
- Diz o quê?
- Em qual canal?
- Para quem?
- Com quais efeitos?
Pesquise !
Procure em sites de pesquisa diagramas do esquema da
comunicação de Lasswell.
Uma das consequências dessa tensão entre opostos está na grande diversidade
de modelos teóricos que foram propostos para explicar a comunicação. Ora foca-se
nos dispositivos técnicos, ora dá-se atenção aos papéis sociais dos comunicadores.
Enquanto algumas pesquisas abordam os efeitos dos meios de comunicação em
milhões de pessoas, outras investigações acumulam conhecimento através da análise
da interação dos meios de comunicação em vinte pessoas. O que é importante
entendermos aqui é que todas as pesquisas se influenciam mutuamente, às vezes
trazendo contribuições relevantes ou criando obstáculos para a compreensão da
comunicação.
Para mim, o mais terrível foi se identificar comunicação com transmissão. Ora,
transmissão é um conceito muito mecânico, e a comunicação, incluídas a opinião
pública e a publicidade, é muito menos mecânico. Portanto, os dois propuseram uma
concepção que depois chamamos de instrumental. Era puramente instrumental, o
meio era um instrumento (MOURA, 2009, p. 11).
Saiba
Um dos textos mais interessantes sobre a relação entre as
mensagens, os mensageiros e os meios está na obra do teórico
da comunicação Marshall McLuhan. Este autor propôs a expressão
“aldeia global” para descrever a interconexão humana em
escala global via meios eletrônicos de comunicação Em sua obra
intitulada “Os meios de comunicação como extensão do homem”,
ele demonstra como os meios em si influenciam na recepção da
mensagem pelas pessoas. Disponível em <http://ref.scielo.org/
dfdggc>
Um dos contrapontos à ideia de resumir os estudos em comunicação aos meios
está na Escola de Chicago: um grupo de pesquisas que envolveu a comunicação,
sociologia, antropologia e urbanismo nas décadas de 1920 e 1930 do século XX. Essa
vertente possui um enfoque microssociológico dos modos da comunicação em uma
organização. Ela busca a harmonia a partir da reflexão sobre a função do instrumento
científico na resolução dos grandes desequilíbrios sociais em determinada comunidade.
Saiba
Clique neste link e saiba mais sobre a atuação da Escola de Frankfurt:
<https://goo.gl/wftXR5>
Referências
PENA, F. A teoria do jornalismo no Brasil. In: SOUZA, Jorge Pedro (org.). Jornalismo:
história, teoria e metodologia: perspectivas luso-brasileiras. Porto: Edições
Universidade Fernando Pessoa, 2008.
Objetivo(s) de aprendizagem
Ao finalizar esta unidade, você estará apto a verificar o papel das pesquisas
em meios de comunicação de massa desenvolvidas nos EUA na primeira metade
do século XX.
Antes de prosseguirmos, precisamos ter uma ideia clara do que se refere ao termo
“massa” quando se fala dos meios de comunicação de massa. Massa aqui deve
ser entendida pelo conjunto de vastos segmentos da população em determinado
tempo.
Muitos ouvintes acreditaram que o drama de Welles era real, o que gerou pânico
generalizado. Outros que sintonizaram a rádio no meio do programa entenderam que
havia começado uma guerra mundial, devido ao aumento das tensões entre as nações
europeias, que teriam culminado no conflito mundial dois anos depois. Com o caso,
ficou comprovado o enorme poder dos meios de comunicação em produzir reações
em massa, já que o grau de realismo conferido a uma novela de ficção fez com que
as pessoas acreditassem e reagissem com pânico a essa mensagem ficcional.
Por mexer em temas sensíveis do ponto de vista popular por um longo período
de tempo (1933 a 1937), tais como a previdência social, as relações trabalhistas e as
reformas fiscais, monetárias e do sistema bancário, a mobilização da população foi
fundamental para a implementação eficaz das alterações na economia americana.
Assim, os meios de comunicação e as pesquisas de opinião foram fundamentais para
esse propósito.
Saiba
Podemos encontrar estudos recentes sobre recepção da
mensagem dos meios de comunicação no trabalho da pesquisadora
em comunicação Maria Immacolata Vassallo de Lopes. Em 1995,
a autora investigou a recepção da novela “A Indomada” junto a
quatro famílias de condições sociais diferentes. Leia a entrevista
concedida pela autora sobre suas pesquisas no site: <goo.
gl/7qDvRs>
A Segunda Guerra Mundial foi um período no qual Lewin estudou essas ideias frente
à mobilização em torno do esforço de guerra em uma economia de privação. Ele se
dedicou a sintonizar as estratégias de persuasão como objeto de troca das atitudes
das donas de casa sobre os regimes de alimentação (MATTELART, 2004, p. 53).
A partir das pesquisas de Lewin é que vai se formando a noção de gatekeeper,
ou controlador do portão, que é quem controla o fluxo de informação, função que
assegura o líder de opinião informal. Outro pesquisador importante dessa tendência
foi Carl Hovland.
Fonte: Wikimedia
Mesmo com o advento das novas tecnologias de informação e comunicação
– a Internet – que fez com que qualquer cidadão munido de um smartphone se
transformasse em um jornalista ou publicitário, ou seja, o cidadão passa a ter poder
de mídia. Ele pode se comunicar com milhões e até bilhões de pessoas usando um
dispositivo móvel no quintal de casa, situação que era possível anteriormente, só
através da grande mídia.
Em resumo
Referências
BRETON, P.; PROULX, S. Sociologia da comunicação. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
Objetivo(s) de aprendizagem
Ao fim dessa unidade, você será capaz de compreender a atuação da
Escola de Frankfurt e as teorias críticas da comunicação, bem como identificar
a importância dos conceitos de indústria cultural, cultura de massa, capitalismo
industrial e da racionalidade técnica.
Pelo fato de serem marxistas e judeus, logo quando Adolf Hitler tomou o poder
na Alemanha, em 1933, os pesquisadores do Instituto para Pesquisa Social emigraram
para os EUA. Lá, Theodor Adorno, que também era músico, aceitou o convite de
Paul Lazarsfeld para pesquisar os efeitos culturais dos programas musicais de rádio
no Escritório de Pesquisa de Rádio da Universidade de Princeton, uma das primeiras
instituições permanentes de análise dos meios de comunicação. A colaboração entre
os dois pesquisadores terminou em 1939, já que Adorno se recusava a pesquisar usando
questionários fechados elaborados pelo patrocinador da pesquisa, que financiava as
investigações sobre os meios de comunicação para aumentar o impacto dos meios e
assim aumentar também o lucro das empresas envolvidas. Pesquisas sobre os efeitos
das mensagens transmitidas pelos meios de comunicação junto às audiências, como
vimos na unidade 2.
Para Adorno (apud MATTELART, 2004), esse tipo de pesquisa criaria obstáculos
para a análise do sistema e da sociedade como um todo, bem como deixava de lado as
consequências culturais, sociológicas e seus pressupostos sociais e econômicos. Por
essa falta de compatibilidade entre as duas tendências – funcionalista e da análise
social do sistema – é que os teóricos da Escola de Frankfurt começaram a usar o
adjetivo “crítica” para definir seu campo teórico.
Mesmo o jazz, que pretendia ser um gênero musical livre, uma vez que veio do
seio da cultura popular das comunidades negras de New Orleans, Adorno demonstra
que esse estilo musical também representa o sistema, o status quo dos dominantes.
A função social primordial da cultura deveria consistir na redução da distância entre
o indivíduo alienado e a cultura afirmativa. Entretanto, a cultura favorece não o
que deveria, que é a resistência, mas, pelo contrário, promove a integração à classe
dominante.
Destaque
Procure em sites de busca o termo “caixa de Skinner”. Após
ler sobre o assunto, responda: você concorda que os meios de
comunicação podem condicionar a audiência da mesma maneira
que Skinner propôs para os comportamentos humanos?
Refletindo...
Para o pesquisador da comunicação Theodor Adorno, as
produções culturais no âmbito popular passam a falsa sensação
de expressão livre das classes menos favorecidas, já que também
fazem parte do sistema dominante. Você concorda com esse
posicionamento do autor? Reflita sobre a posição de Adorno com
relação à produção cultural brasileira atual.
O conceito de indústria cultural foi criado por Adorno e Horkheimer nos
anos 1940. Eles expuseram esse conceito na obra Dialética do Iluminismo, na qual a
indústria cultural percebe os homens como consumidores ou empregados, adaptando
seus produtos ao consumo das massas e, em larga medida, determinando o próprio
consumo. Os autores analisaram a produção industrial dos bens culturais como um
movimento de caráter global de produção da cultura como mercadoria.
Mattelart (2004) deixa claro que essa situação não é o resultado de uma
lei da evolução da tecnologia enquanto tal, mas da sua função na economia atual.
“Em nossos dias a racionalidade técnica é a racionalidade da própria dominação. O
terreno em que a técnica adquire seu poder sobre a sociedade é o terreno dos que a
dominam economicamente” (MATTELART, 2004, p. 78).
Figura 1 – Escola de Frankfurt (em alemão, Frankfurter Schule) refere-se a uma escola
de teoria social interdisciplinar neomarxista
Fonte: <https://ordememquestao.wordpress.com/2015/04/20/informacoes-escola-de-frankfurt/>
A racionalidade técnica é o caráter coercitivo, ou seja, repressor, de uma
sociedade alienada, sendo que a indústria cultural sintetiza a quebra da cultura,
seu rebaixamento como mercadoria. “A transformação do ato cultural em um valor
destrói sua capacidade crítica e dissolve nele os caminhos para uma experiência
autêntica. A produção industrial seria a degradação da função filosófica e existencial
da cultura” (MATTELART, 2004, p. 78).
Outro ponto sensível tocado por Jürgen Habermas foi a questão do público.
Para o filósofo alemão, de acordo com Mattelart (2004), o espaço público se
caracterizaria como um espaço de mediação entre o Estado e a sociedade. Ele
permite a discussão pública em um reconhecimento comum do poder da razão e da
riqueza da troca de argumentos entre indivíduos, das confrontações de ideias e das
opiniões de especialistas. O espaço público pode ser, desse modo, auxiliado pelos
meios de comunicação de massa, já que pode permitir a discussão pública e a troca
de argumentos entre os atores sociais dentro desse espaço público. A publicidade
também é parte constituinte do espaço público, já que ela se define como a atividade
que coloca em conhecimento os elementos de informação que atraem o interesse
geral, proporcionando condições para a formação da opinião pública.
Eli Pariser criou o termo “filtro bolha” para explicar o fenômeno no qual um
usuário só recebe informações sobre as coisas que se identifica. Ao se fazer uma busca
no Google, o algoritmo, que é o sistema que organiza os resultados da busca, seleciona
quais informações um usuário gostaria de ver com base nas informações disponíveis
sobre o usuário, tais como a localização, as buscas anteriores, o comportamento
de cliques dentro dos sites, dentre outras informações. A consequência disso, para
Pariser, é que os usuários não conseguem ter acesso às informações que discordam
de seus pontos de vista, isolando os usuários em suas próprias bolhas culturais ou
ideológicas, o que nos lembra da analogia com o feudalismo usada por Habermas.
Pesquise !
Busque pelo termo “o filtro invisível de Eli Pariser” em sites
de busca. Após você juntar informações suficientes sobre o assunto,
tente identificar o problema apontado por Pariser em redes sociais
e sites de busca na Internet. Você conseguiu detectar o problema
da falta de contato com outras realidades e ideias além das suas?
Referências
Objetivo(s) de aprendizagem
Ao fim dessa unidade, você será capaz de compreender as pesquisas
dos efeitos da comunicação a longo prazo, os estudos culturais e a escola de
Birmingham, a hipótese do agenda-setting e a função do gatekeeper. Irá entender
as pesquisas atuais em comunicação que envolvem a sociedade em rede, a
comunicação na Internet e perspectivas futuras das teorias da comunicação.
A obra de Raymond Williams, The long revolution, foi uma obra de ruptura com
as teorias da comunicação vigentes. Para Mattelart (2004), ela rompeu com a tradição
literária que situava a cultura fora da sociedade, ao propor que a literatura e a arte
são parte da comunicação social, já que postulou que a cultura é um processo global
através da qual os significados se constroem socialmente e historicamente. Williams
rompeu também com um marxismo redutor ao imaginar um marxismo complexo que
permite estudar a relação entre a cultura e as demais práticas sociais, ao invés de
colocar a cultura como submetida ao domínio da determinação social e econômica
como sugeria as formas mais tradicionais de marxismo.
Fonte: Wikimedia
Destaque
Roland Barthes (1915-1980) foi um sociólogo e filósofo
francês que muito contribuiu por meio de estudos semióticos e
estruturalistas. Realizou análises semióticas das propagandas e
revistas, focado nas mensagens e no sistema de signos linguísticos
envolvidos.
Antonio Gramsci, filósofo marxista italiano, também influenciou as pesquisas
da Escola de Birmingham com a noção de hegemonia. Mattelart (2004) demonstra
que os pesquisadores britânicos tomaram emprestada a noção de hegemonia, já que
ela é a capacidade de um grupo social em exercer uma direção intelectual e moral
sobre a sociedade, sua capacidade de construir em torno de seu projeto um novo
sistema de alianças sociais. A noção de hegemonia mobiliza a classe dominantes,
cujo poder residiria por completo na sua capacidade para controlar as fontes do
poder econômico. Na análise do poder se introduz a necessidade de considerar as
negociações, os compromissos e as mediações. A noção gramsciana testemunhava
de forma precoce a rejeição a assimilar mecanicamente as questões culturais e
ideológicas às da classe e da base econômica e voltava a colocar em um primeiro
plano a questão da sociedade civil como distinta do Estado.
Fonte: Wikimedia
Esse modelo de comunicação foi criado por Stuart Hall em 1973, na qual
ele buscou uma teoria para explicar como as mensagens da mídia são produzidas,
disseminadas e interpretadas. Seu modelo de codificação e decodificação postula
que a TV, bem como outros meios de comunicação de massa, transmitem mensagens
que são decodificadas, ou interpretadas, em diferentes modos que dependem
das experiências pessoais, nível socioeconômico e pelo contexto cultural de um
indivíduo. Esse pensamento é contrário às outras teorias da comunicação que tiram
o poder das audiências. Hall demonstrou assim que os membros da audiência podem
possuir um papel ativo na decodificação das mensagens que se referem aos seus
contextos sociais. Eles podem até serem capazes de trocar e alterar, eles próprios,
as mensagens através da ação coletiva. O processo de codificar e decodificar é a
tradução de uma mensagem que possa ser facilmente compreendida.
Pesquise !
Liste três sitcoms que você conhece. Para cada uma,
demonstre como elas expressam as contradições da vida cotidiana
e a sua relação com a experiência contemporânea, ou seja, como
essas sitcoms retratam a realidade.
Todos esses gêneros culturais, bem como as notícias veiculadas pelo jornalismo
e pelas peças publicitárias têm o poder de agendar a pauta pública, ou seja, os meios
de comunicação fazem com que o público se dedique a determinados temas nas
conversas cotidianas e no pensamento.
Refletindo...
Você concorda que os meios de comunicação fazem com
que as opiniões que não são predominantes sejam silenciadas?
Você se lembra de algum evento que foi ocultado ou dado menor
importância por não representar a opinião da maioria das pessoas?
Justifique.
Fonte: Wikimedia
Finalizamos destacando que esperamos que, com essa disciplina, você tenha
despertado a atenção para conhecimentos que lhe ajudem a entender o ambiente
comunicativo que nos envolve e que tais conhecimentos o auxiliem na continuidade
do curso de graduação.
View publication stats
Em resumo
Referências