Você está na página 1de 10

Escola Superior de Jornalismo

Delegação Académica De Manica


Licenciatura em Relações Públicas

Tema:

Modelo de Newcomb

Discente:

- Erasmo Vasco Mutaripo


- Hérica Milena Nombora
- Leila Lino
- Sílvia João Fernando Sozinho
- Vanessa de Azvedo

Chimoio, Janeiro de 2022


Escola Superior de Jornalismo
Delegação Académica De Manica
Licenciatura em Relações Públicas
 
Tema:
Modelo de Newcomb

Discentes:
- Erasmo Vasco Mutaripo
- Hérica Milena Nombora
- Leila Lino
- Sílvia João Fernando Sozinho
- Vanessa de Azvedo

Trabalho da disciplina de Teoria de


Comunicação, por apresentar no curso
de Relações Públicas 1o ano, 2º
semestre, com objectivo avaliativo
orientado pelo dra. Nilza Morais

Chimoio, Janeiro de 2022


Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3

1.1. Objectivos.......................................................................................................................3

1.1.1. Objectivo geral......................................................................................................3

1.1.2. Objectivos específicos...........................................................................................3

1.2. Metodologia....................................................................................................................3

2. Modelo de Newcomb..............................................................................................................4

2.1. Conceitos gerais dos modelos de comunicação..............................................................4

2.2. Descrição do modelo de Newcomb.................................................................................5

3. Conclusão................................................................................................................................8

4. Referências bibliográficas.......................................................................................................9
1. Introdução

O presente trabalho tem como tema o Modelo de Newcomb. Em 1953, Newcomb sugere um
modelo de comunicação com uma forma triangular e é uma extensão de um trabalho antigo do
psicólogo Heider (1946, citado em McQuail e Windahl, 1993). Heider preocupava-se com os
processos cognitivos internos que envolviam dois indivíduos e Newcomb desenvolveu a sua
ideia, mas tendo em conta dois ou mais indivíduos. Este seria o pioneiro dos modelos a
introduzir o papel da comunicação na sociedade ou numa relação social. Nas páginas a seguir
estão presentes tópicos que tem como finalidade facilitar a percepção do tema em estudo.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Compreender o Modelo de Newcomb.

1.1.2. Objectivos específicos


 Conceituar os modelos de comunicação;
 Apresentar aspectos gerais dos modelos de comunicação;
 Explicar a comunicação;
 Descrever o modelo de Newcomb.

1.2. Metodologia

Para fazer face a realização do trabalho foi necessário a consulta de fontes de modo a adquirir
informações que versam sobre o conteúdo em estudo. As tais fontes incluem manuais físicos
que se referem a livros e trabalhos realizados anteriormente e manuais electrónicos adquiridos
por via da internet e os seus respectivos indicadores estão presentes na última página do
trabalho, onde estão pontuados como referências.

3
2. Modelo de Newcomb
2.1. Conceitos gerais dos modelos de comunicação

A comunicação, enquanto processo, é indissociável do universo em que ocorre. Qualquer acto


comunicativo está ligado ao todo. Tudo está ligado com tudo. No entanto, para tornar a
realidade compreensível, ou seja, para tornar compreensíveis os actos comunicativos, os
teóricos têm desenvolvido vários modelos (ou paradigmas) dos processos comunicacionais.
Estes não são, porém, mais do que artefactos imaginativos, embora úteis, criados
intelectualmente pelo homem para compreender e estudar a realidade comunicacional. Os
modelos do processo de comunicação não podem ser entendidos como espelhos do real.
Todos os modelos são, necessariamente, incompletos e imperfeitos. São uma reconstrução
intelectual e imaginativa da realidade. (Alvez, 1999)

A Teoria (matemática) do Caos demonstra que, por um lado, os modelos nunca podem
contemplar todos os elementos (variáveis) que interferem num acto comunicativo, porque
tudo está relacionado com tudo. Isso seria impossível, excepto para um ser omnisciente. Por
outro lado, a mesma teoria demonstra que os modelos não conseguem dar conta de todas as
interacções estabelecidas entre todos os elementos que interferem no processo de
comunicação. Inclusivamente, não só todos os elementos do processo de comunicação
apresentam contínuas mudanças no tempo como também as interacções que eles estabelecem
entre si são evolutivas e sujeitas a perpétua mudança. (Alvez, 1999)

No entanto, os modelos da comunicação procuram dissociar, artificialmente, os actos


comunicativos do seu entorno e representá-los como se fosse possível congelar um instante do
processo. Um segundo problema que enfrentam os pesquisadores está associado à descrição
do processo de comunicação com base em modelos. Para descrevermos o processo de
comunicação necessitamos de recorrer à linguagem. Só que a linguagem também é um
processo (Berlo, 1985: 35), ou seja, é evolutiva.

As palavras não só mudam com o tempo como também podem assumir diferentes significados
para emissor e receptor. Além disso, a linguagem também é uma invenção humana incapaz de
espelhar a realidade. A linguagem recria a realidade, tornando esta última compreensível,
sobretudo ao nível fenomenológico, mas não cognoscível, em particular ao nível ontológico.
Há ainda um terceiro problema com que os teóricos da comunicação têm de lidar quando
procuram construir modelos dos actos comunicativos: a observação depende do observador.

4
Esta é uma realidade de que as ciências sociais e humanas foram adquirindo consciência a
partir da introdução, na física, do Princípio da Incerteza de Heisenberg e da Teoria da
Relatividade, respectivamente. Os modelos são, assim, no dizer de John Fiske (1993: 58),
uma espécie de mapa, que representa características seleccionadas do seu território.

2.2. Descrição do modelo de Newcomb

O modelo de comunicação do Newcomb foi introduzido por Theodore M Newcomb da


Universidade de Michigan em 1953. Ele dá uma abordagem diferente ao processo de
comunicação. O principal objectivo desta teoria é introduzir o papel da comunicação em uma
relação social (sociedade) e manter o equilíbrio social dentro do sistema social. Ele não inclui
a mensagem como uma entidade separada em seu diagrama, sugerindo-a apenas pelo uso de
setas direccionais. Ele se concentra no propósito social da comunicação, mostrando toda a
comunicação como meio de sustentar as relações entre as pessoas. Às vezes é chamado de
modelo de comunicação “ABX”.

O modelo de Newcomb, apresentado em 1953, apresenta uma forma triangular, introduzindo,


pela primeira vez, o papel da comunicação numa sociedade, num grupo ou numa relação
social. O modelo, tributário do Interaccionismo Simbólico, evidencia que muitos dos
fenómenos de comportamento social que se podem classificar como "interacções" são, na
realidade, actos comunicativos. (Jorge Pedro Sousa, 2006)

Interpretando o modelo, A e B, emissor e receptor, relacionam-se com entidades externas (X).


Este sistema relacional tende para o equilíbrio. Por exemplo, se A e B são amigos e ambos se
relacionam com X, para o sistema manter o equilíbrio A e B devem ter atitudes semelhantes
em relação a X. Se A gostar de X e B não gostar, a relação entre ambos será pressionada:

5
No entanto, a tendência é que A e B cheguem a um novo ponto de equilíbrio na sua atitude
para com X, negociando as suas orientações em relação a este último. Ou seja, os esforços de
co-orientação de A e B em relação a X tendem a conduzir, com o tempo, a nova situação de
simetria:

Quanto mais X for importante para A e B (uma pessoa importante, uma instituição
importante, etc.), mais necessidade existe para A e B restabelecerem o equilíbrio,
comunicando. Por exemplo, se X é o patrão de A e B e A gostar do patrão e B não gostar
então A e B vão ter de comunicar entre ambos para tentarem chegar a um consenso a respeito
de X. Se X muda, mais A e B necessitam de comunicar para estabelecer a sua atitude em
relação a X.

No exemplo anterior, se a empresa mudar de patrão (X), mais A e B necessitam de comunicar


para negociarem uma posição comum em relação ao novo patrão. A comunicação é, por
consequência, vista como o agente capaz de providenciar equilíbrio ao sistema social. As
pessoas precisam de informações para saberem como se inter-relacionarem e socializarem e
também para saberem como reagir ao meio ambiente. (Jorge Pedro Sousa, 2006)

Ou por outra, oois sujeitos A e B teriam o papel de emissor e receptor e um terceiro elemento
X faria parte do seu ambiente social (pode não ser uma coisa ou uma pessoa, poderá ser
qualquer elemento do ambiente que A e B partilham), ou seja, ABX é um sistema em que as
relações internas que se estabelecem são interdependentes pois se A se altera, B e X também
vão ser alterados, o que equivale a dizer que se A mudar a sua relação com X, B terá de
mudar a sua relação com X ou com A (Fiske, 2004; Peixoto, 2010).

Desta forma, quanto mais importante for o lugar que X no enquadramento social de A e B
mais urgente será a sua motivação para partilharem um parecer a seu respeito. (Pasquali, A.
1979)

A aplicação do modelo de Newcomb não é extensível a todo e qualquer acto comunicativo,


pois pressupõe que:

 A comunicação desenvolvida entre A e B é interpessoal;


6
 A e B se encontram em associação continuada;
 Um dos interlocutores desencadeia intencionalmente a comunicação e obtém feedback
do outro.

Em suma, pode dizer-se que o modelo de Newcomb, mais do que descrever como decorre um
acto comunicativo, atenta nos motivos que explicam as dinâmicas e motivações
comunicacionais das pessoas em interacção, mostrando que as percepções que os
interlocutores fazem uns dos outros e dos referentes externos influenciam a comunicação.
Incentivando equilíbrios, a comunicação interpessoal fomenta a probabilidade de os
interlocutores (A e B) negociarem orientações similares em relação aos referentes (X) da
comunicação que estabelecem entre eles.

Quando mais divergentes forem as orientações dos interlocutores em relação a referentes


externos, mais os interlocutores precisam de comunicar para atingir patamares de
entendimento em relação a esses referentes. Por exemplo, se num grupo há discordância em
relação aos objectivos a atingir, os seus membros necessitam de comunicar para tentar
encontrar um novo ponto de equilíbrio, uma co-orientação comum em relação a esses
objectivos.

Assim, o mecanismo da co-orientação é essencial para a coesão dos grupos e da própria


sociedade, referindo-se à negociação estabelecida entre indivíduos associados sobre a sua
posição em relação a referentes externos, num contexto em que cada indivíduo tem a sua
percepção das coisas e os seus interesses a defender.

Por outras palavras, os actores sociais não estão isolados, pelo que a sua orientação em
relação a referentes externos depende do contexto social em que se movem, nomeadamente da
orientação dos outros actores sociais em relação a esses mesmos referentes. A comunicação é,
em síntese, o processo que permite às pessoas co-orientar as suas condutas.

7
3. Conclusão

Com a realização deste trabalho percebemos que Newcomb parte do princípio de que
qualquer relação em sociedade existe sempre sob a forma de um equilíbrio. Como existe uma
interdependência no sistema ABX, o equilíbrio é sempre procurado pelas personagens
intervenientes na relação: “se A muda, B e X mudarão também», ou ainda «se A mudar a sua
relação com X, B terá que mudar a sua relação ou com X ou com A”. Este modelo pressupõe
que as pessoas precisam de informação, no entanto e embora esta seja um direito, nem sempre
se tem a percepção dessa necessidade. Sem ela não existiria o sentimento de pertença a um
grupo, a uma sociedade e se a informação que se recebe for a mais adequada e relativa ao
nosso ambiente social, mais facilmente se saberá como reagir e como partilhar nesse
ambiente.

8
4. Referências bibliográficas
 Alves, A. (1999). Ciências da Comunicação, área interdisciplinar. Comunicação e
Sociedade I, Cadernos do Noroeste, Série Comunicação, Vol. 12 (1-2) 5-18.
 Berlo, D. K. (1960). O Processo da Comunicação. São Paulo: Livraria Martins
Fontes, 1985.
 Ferraz, Peixoto (2010). Linhas de comunicação para regiões. Universidade do
Minho.
 Fiske, J. (1993). Introdução ao Estudo da Comunicação. Porto: Asa.
 PasqualI, A. (1979). Comprender la comunicación. Caracas: Monte Avila.
 Sousa, Jorge Pedro (2006). Elementos de Teoria e Pesquisa da Comunicação e
dos Media. 2 a edição revista e ampliada; Porto.

Você também pode gostar