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Curso de Agregação Pedagógica- UCAN/ Dom Bosco

1) A MATEMÁTICA E A DIDÁCTICA DE ENSINO DA MATEMÁTICA

Introdução

A incapacidade absoluta para a Matemática, do tipo “cegueira para a Matemática”, não existe. Assim,
pensa-se que todas as crianças sabem sempre alguma coisa, por muito pouco que seja. Todas as
crianças, com um bom ensino, podem aprender Matemática, adquirindo as correspondentes noções e
capacidades.

A incapacidade relativa para Matemática significa que algumas crianças no decorrer do processo de
ensino - aprendizagem, encontram dificuldade na percepção e assimilação dos conteúdos. Esta
dificuldade diz respeito ao ritmo de aprendizagem a que o aluno está sujeito, à matéria leccionada pelo
professor nas primeiras classes, eventualmente não atendendo às características do estágio de
desenvolvimento em que a criança se encontra, ao desequilíbrio sócio – emocional, ao nível alcançado,
entre outras.

O processo de ensino – aprendizagem da Matemática tem sido até agora um “bicho-de-sete-cabeças”.


Cada vez mais tem sido difícil por parte dos professores ensinarem a Matemática ao mesmo tempo que
tem havido pouca motivação por parte dos alunos em aprenderem a Matemática.

A Matemática é uma ciência com alguma importância relevada na sociedade, por isso ela precisa ser
bem aprendida, por causa dos problemas que as sociedades nos apresentam e que só ela pode resolver.
Já dizia Jacques Chapellon “Existe um paralelismo fiel entre o progresso social e a atividade
matemática; os países socialmente atrasados são aqueles em que a atividade matemática é nula
ou quase nula”.

Os didáticos, felizmente, têm trabalhado bastante no sentido de tornar o ensino desta disciplina o mais
fácil possível, para que os cidadãos do mundo se apoderem dela, da melhor forma possível, a fim de
resolver os problemas que as sociedades nos apresentam. Daí a necessidade de o professor capacitar-
se didacticamente, ou seja, o professor precisa conhecer as técnicas de transmissão da Matemática
para atingir os objectivos com algum rigor que se deseja.

1.1- ALGUNS ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A DIDÁCTICA GERAL.

O estudo da didáctica faz-se necessário para tornar o ensino mais eficiente, ajustado à natureza e as
possibilidades do educando e da sociedade. Portanto didáctica é um conjunto de técnicas destinados a
organizar e dirigir o ensino fornecendo os métodos, os meios, os princípios, os objectivos, os
conteúdos e todas as formas organizativas aplicáveis a todas as disciplinas para que o aprendizado das
mesmas se efectue com mais eficiência.

A didáctica ajuda a tornar mais consciente a acção do professor ao mesmo tempo que torna mais
interessantes e proveitosos os estudos dos estudantes.

Vale lembrar dois aspectos:

1- O ALUNO é aquele que pelo qual o processo de ensino /aprendizagem existe, é o centro e
como tal é a razão pelo qual o professor estuda didáctica. Mas antes de tudo o didacta deve
1 Elaborado pelo docente: João Cambolo, em 2017 – Revisado e actualizado em 2021
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saber que o aluno possui características inalienáveis. Assim sendo, o aluno “é aquele que é,
chamado a ser, sem deixar de ser”.
2- O PROFESSOR é o dirigente do processo de ensino/aprendizagem. Para que este possa dirigir
eficientemente, deverá conhecer três ciências essenciais, que são:
a) Pedagogia – estuda a metodologia para educação do aluno (educar bem o aluno);
b) Psicologia – estuda os factos psíquicos, o carácter, o temperamento, a vontade, a inteligência
nas suas causas, meios, natureza e manifestações (conhecer bem o aluno);
c) Didáctica – estuda a metodologia para ensinar “ arte de ensinar” (saber como ensinar o aluno).

1.2- A DIDÁCTICA DE MATEMÁTICA (em resumo).

Tal como outras disciplinas ou ciências, a Matemática também tem uma didáctica cujo objectivo
principal é estudar o processo de ensinar a ciência matemática, tendo em conta todos os processos
pedagógicos, psicológicos e didácticos.

Neste curso vamos apenas tratar do plano de aula, dos métodos de ensino, meios de ensino e tipo de
avaliações no ensino da Matemática.
Mas antes vamos passar algumas informações interessantes sobre a Matemática e de alguns aspectos
relevantes no ensino da Matemática.
 O que é a Matemática?

Não existe uma forma própria para conceituar ou definir Matemática.


Matemática deriva do grego méthemematikéI, que significa «ciência, conhecimento, aprendizagem».
Por sua vez, matemático mathematikós, quer dizer »apreciador do conhecimento».
Há quem relaciona a Matemática ao rigor e formalização de conteúdos essenciais para se comprovar a
inteligência lógica (ciência do raciocínio lógico), mas também há aqueles que a apresentam como uma
forma de conquistar estratégias e técnicas para resolver problemas nas provas e nos desafios da vida.
Há ainda os que preferem pensar Matemática como recurso para melhor se observar e viver o
quotidiano.
Diante das anteriores ideais sobre o conceito de Matemática, podemos em resumo dizer que a
Matemática é o estudo de padrões de quantidades, estrutura, mudanças e espaço. É o entender,
descrever e justificar o mundo real em quantidades mensuráveis. (Catarino S/A)
Há uma versão mais moderna e também mais alargada que considera a “Matemática como a ciência
das regularidades em geral. O seu objectivo será assim classificar, explicar e descrever regularidades
em todas as suas manifestações – números , dados, formas, organizações, relações e mesmo outras
regularidades”. (J. Ponte e M.Serrazina 2000).
 Por que ensinar Matemática?
Ensina-se matemática para que o aluno descubra critérios de classificação, seriação e ordenação, mas
para que também conheça a estrutura dos sistemas de numeração, perceba sentido no sistema
monetário e associe a ideia de somar, multiplicar, subtrair e dividir com conceitos que envolvem viver
e conviver. Ensina-se matemática para que os alunos aprendam a perceber semelhanças e diferenças
entre formas espaciais e planas identificando objectos no espaço. Ensina-se Matemática para que se

2 Elaborado pelo docente: João Cambolo, em 2017 – Revisado e actualizado em 2021


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explique ao quotidiano o conceito de fracções, mas também para que se utilize algoritmo nos desafios
de cada hora…
+ A Matemática é uma disciplina que propicia a formação do raciocínio. E para a maioria das
actividades profissionais (que exigem o nível secundário ou universitário) é o raciocínio a principal
ferramenta de trabalho.

 Como se aprende a Matemática?


Aprender é se informar e, dependendo da natureza da informação, aprender pode ser também se
transformar.
Se por exemplo, aprendemos que treze mais doze é igual a vinte e cinco, estamos colhendo uma
informação que pode ser útil e às vezes necessária, mas que em nada nos transforma. Mas, se por
exemplo, aprendemos a técnica da soma e sabemos também por que treze mais doze é igual a vinte e
cinco e podemos nos valer dessa operação em inúmeras situações, ocorreu uma transformação, pois
não mais seremos iguais ao que antes se era.

O professor pode passar uma informação, mas verdadeiramente ensina seus alunos quando sabe
converter essa informação em conhecimento, transformando-os.

Uma das tendências do ensino da Matemática é a resolução de problemas. Um ensino da Matemática


sem resolução de problemas é insignificante.

 Resolução de Problemas
A aprendizagem através de situação – problema objectiva provocar de forma deliberada uma
aprendizagem significativa, desde que devidamente adaptada pelo professor.
A metodologia de resolução de problemas é uma ferramenta importante para estimular o raciocínio, o
pensamento activo, a reflexão e a descoberta pelo aluno. O professor deve ter o cuidado para não indicar
os passos que o aluno deve seguir.
Para Pontes (2000) Os problemas sobre os quais o aluno faz uso imediato das fórmulas que estudou, não
se caracterizam como verdadeiros problemas. Problemas exigem reflexão, caso contrário, defrontamo-
nos com exercícios que exigem apenas o uso da memória para sua resolução quando tratados
mecanicamente, as situações problema resumem-se em meros exercícios, enquanto os verdadeiros
problemas, exigem além da compreensão dos conceitos matemáticos, que o aluno estabeleça relações
entre os conhecimentos já construídos e a possível solução do problema.
 Motivação e curiosidade no ensino da Matemática
A curiosidade, a vontade de saber, o desejo de buscar respostas são provavelmente, as mais
importantes qualidades da espécie humana.
Toda pessoa é naturalmente curiosa e, quando essa vontade de descoberta não ocorre, estamos diante
de uma depressão, uma das mais amargas falências da mente humana.
Quanto a motivação, convém lembrar que hoje o aluno está rodeado de internet, twitter, telefones ou
alguns aparelhos electrónicos que lhe levam a não sentir curiosidades nas mensagens que os
professores propõem, daí, a necessidade do professor buscar sempre ajudar o seu aluno a se

3 Elaborado pelo docente: João Cambolo, em 2017 – Revisado e actualizado em 2021


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transformar num caçador de curiosidade, um inventor de problemas engraçados, um profissional


sempre capaz de “acender” a curiosidade ao seu aluno.
Existem várias formas de motivar o aluno a aprender a Matemática, portanto é um facto que a
Matemática é uma das mais importantes “ferramentas” para a humanidade e, sem ela, o homem
jamais seria capaz de sair das cavernas para, tempos depois, inventar o computador e viajar pelos
espaços celestes.
O professor deve mostrar ao aluno que a matemática não é só útil, mas também interessante e
sedutor.
Há muita ideia que se passa sobre a Matemática, completamente desmotivadora para o seu
aprendizado, por exemplo “ a matemática é um bicho-de-sete-cabeças” ou “ a matemática não é para
todos”.
 O ensino da Matemática e as características dos alunos
No ensino da Matemática, é necessário um grande cuidado na apresentação dos conteúdos.
Para o cumprimento integral do programa, é importante estabelecer objectivos e desenvolver apenas as
ideias essenciais. As particularidades do processo podem ser postas de parte sem prejuízo do todo. A
pressa em cumprir o programa tem sido um dos factores determinantes na transformação do ensino da
Matemática em algo mecanizado que, sob ponto de vista da criança, vai sendo encarado como uma
barreira difícil de ultrapassar. (Fazenda 2007)

 O PAPEL DO PROFESSOR (principalmente para o ensino primário)

No ensino da Matemática, é necessário um grande cuidado na apresentação dos conteúdos.


A aprendizagem realiza-se sempre através da acção (física  mental e concreta  abstracta). Para que
haja “aprendizagem significativa”, deve haver participação efectiva do aluno.
O PROFESSOR:
• Deve partir, sempre dos conhecimentos que o aluno já possui ou que estão ao seu alcance (perfil de
entrada).
• Em vez de fornecer um assunto verbalizado, organizado e pronto, é preciso dar a oportunidade ao
aluno de observar, analisar e tirar alguma conclusão (Método construtivista).
• Quanto menos falar na aula, melhor.
• Não pode dizer, por exemplo, "dois mais três são cin..."?, "o triângulo tem três vé...” Este sistema
não ajuda a pensar. Não é boa pedagogia.
• As situações–problemas, os desafios ("quem é capaz de ..." ) ajudam à criança a exercitar a sua
capacidade mental.
• Mas para terem significado, as situações–problemas devem ser extraídas da realidade do aluno.
Assim o aluno passa a compreender melhor a Matemática e interpretar o mundo em que vive.

4 Elaborado pelo docente: João Cambolo, em 2017 – Revisado e actualizado em 2021


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2. A didáctica do Ensino da Matemática (D.E.M)


 O PLANO DE AULA

A aula é um processo de ensino e aprendizagem que cumpre com algumas fases (as que chamamos de
fase didáctica). Ou seja a aula é a forma fundamental de organização do processo de ensino e
aprendizagem.

É na aula onde o professor tem a oportunidade de fazer cumprir os problemas traçados pela sociedade.

Qualquer aula para ser bem ministrada deve ser bem preparada, (planificada).

Uma aula deve ser planificada tendo em conta a planificação semanal, quinzenal, mensal ou
trimestral. Mas todas essas planificações dependem de um programa anual dado pelo responsável geral
desse processo de ensino e aprendizagem, o governo (“o dono da escola”).

O Programa é um documento de extrema importância, nele estão contidos todas as componentes da


matéria a tratar no ensino de forma ordenada e sistemática. Ele tem dupla função, por um lado é um
documento estatal, porque estão contidos nele as exigências sociais, por outro é um documento do
trabalho do professor porque dele, o professor toma conhecimento do que deve alcançar (objectivos),
como se tem que alcançar (métodos) e com que se pode alcançar (meios).

Em qualquer classe a estrutura do programa tem correspondência com a relação

Objectivo – Conteúdo – Método.

 TIPOS DE AULA:
 Aula de Asseguramento de Nível de Partida (A.N.P) «aulas introdutórias ou mesmo de revisão
“aulas diagnósticas”»
 Aula de Tratamento de Nova Matéria (T.N.M) « aula de obtenção de novos conhecimentos»
 Aula de Tratamento de Velha Matéria (T.V.M) «aula de fixação»
 Aula de controlo e avaliação « é uma aula com objectivo apenas de avaliar).

Obs: Aula de fixação é aquela aula que geralmente é chamada de aula de “revisão” por alguns. Mas ao
certo não é apenas uma revisão, é muito mais que isso. Portanto, aula de fixação é aquela aula de
exercitação, aprofundamento da matéria (perguntas para aprofundar ….), sistematização (relação
entre vários conhecimentos estudados…), aplicação (exercícios relacionados com o quotidiano do
aluno…) e revisão (ver se os alunos estão bem em todos os temas estudados).

 FUNÇÕES OU FASES DIDÁCTICAS:

É do conhecimento de todos os professores que as fases didácticas são: Motivação (introdução),


desenvolvimento e consolidação (controlo e avaliação).

Vamos tratar apenas da primeira fase mais conhecida como Motivação. Eu prefiro tratar por
Introdução.

A Introdução é constituída por:

1º) A.N.P (Asseguramento de Nível de Partida) « é praticamente um diagnóstico»

5 Elaborado pelo docente: João Cambolo, em 2017 – Revisado e actualizado em 2021


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– 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎 − 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎
2º) Motivação {
−𝑖𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎

 Extra-matemática: É a motivação prática, isto é quando o problema é extraído da prática que


rodeia o aluno (envolvendo Matemática).

 Intra-matemática: quando o problema surge da construção da Matemática, das suas formas de


trabalho e do pensamento. Há momentos em que no ensino da Matemática as noções práticas
são muito difíceis.
Exemplo: Uma motivação prática que envolva logaritmos, fica difícil.

3º) O.P.O (Orientação Para os Objectivos) «apresentar (anunciar) aos alunos o que se pretende estudar
naquela aula, sem dizer o tema»

Obs: Não se escreve o sumário antes de se cumprir com a primeira fase, ou seja o sumário só é escrito
depois da O.P.O.

 OBJECTIVOS:

A definição de objectivo varia muito de investigador para investigador nas diferentes áreas do saber.
Na educação também acontece.

Nerecé, define objectivo como mudança de comportamento que se processa no ensino e aprendizagem
, mas, Regina Célia define objectivo como resultado da actividade docente.

Na educação os objectivos são formulados para desenvolver, no aluno aspectos cognitivos,


psicomotores e afectivos durante uma aula, unidade temática, curso, ect.

Para se traçar um objectivo, deve-se ter em conta os seguintes critérios básicos.

a) Definir o verbo, começando no infinitivo


b) Indicar o conteúdo ou o tema
c) Apresentar no objectivo as condições ou via pelo qual se vai cumprir o objectivo (actividades,
métodos, técnicas, princípios, etc.)

Ex. Desenhar as figuras geométricas no quadro (ou no caderno)


Verbo tema ou conteúdo condições (via).

Obs: Os objectivos são traçados em função do aluno, tendo em conta as suas características
individuais.

Os objectivos podem ser Gerais (geralmente são objectivos de uma unidade temática) e específicos
(são objectivos da aula).

Os objectivos específicos subdividem-se em instrutivos e educativos.

Os instrutivos: tem a ver com o domínio e a área do saber, imaginação raciocínio, etc.

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Os educativos: tem a ver com o domínio afectivo, área do saber ser e estar, as atitudes, sentimentos,
comportamentos, emoções, acções, etc.

Importância dos objectivos educacionais: eles têm uma função orientadora, porque regem todo
processo de ensino e aprendizagem, regulam a base de avaliação, orientam-nos nas políticas do país e
nas mudanças de comportamentos que se opera nos alunos.

Para ajudar o senhor(a) professor(a) a traçar objectivos na elaboração de um plano de aulas, apresento
alguns verbos próprios para objectivos gerais e específicos.

Alguns verbos para traçar objectivos gerais:

 Compreender  Conhecer
 Desenvolver  Saber
 Analisar
Alguns verbos para traçar objectivos específicos:

Comparar ; Fazer ; Identificar ; Explicar ; Descrever ; Apresentar; Relacionar ; Definir ;


Mencionar ; Conceituar ; Aplicar ; Formular ; Construir Diferenciar ; Preservar ; Adquirir ;
Determinar ; Seleccionar ; Localizar ; Avaliar ; Observar ; Distinguir…

 METODOLOGIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA

 Formas metodológicas básicas do ensino da Matemática.


Os métodos garantem a assimilação dos conteúdos e por sua vez o cumprimento dos objectivos.
Existem diferentes formas de classificar os métodos tendo em conta os diferentes critérios de cada
autor.
Aqui vamos tratar dos métodos expositivos, método de elaboração conjunta e Método de Trabalhado
Independente (M.T.I)
I- EXPOSITIVOS – São : Exposição, Exemplificação, ilustração e demonstração.
a) A exposição: é um método que deve ser utilizado onde não existe nos alunos condições
para uma elaboração conjunta. Uma forma típica de exposição do professor é a explicação
com carácter de esclarecimento e fundamentação dos diferentes conteúdos. Este método é
recomendado para o tratamento de nova matéria (T.N.M).
Este método produz no aluno uma carga unilateral do pensamento independente, quer dizer
que os alunos escutam e pensam simultaneamente, não tem possibilidade de desenvolver
ideias por si mesmos. Por isso recomenda-se ao professor a combinação com outros
métodos.
b) A Exemplificação: tem grande importância no ensino da matemática, isto porque no ensino
da matemática encontramos no conteúdo numerosos procedimentos, formas de trabalho e
técnicas de trabalho.
c) A Ilustração e demonstração: são aplicados na combinação com meios de ensino.

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II- MÉTODO DE ELABORAÇÃO CONJUNTA


Consiste em diferentes formas de conversação dentro ou durante a aula, estes são:
a) Conversação socrática – perguntas e respostas do professor para os alunos. Utiliza-se em
perguntas de controlo oral no A.N.P. Esta forma de conversação não pode ser empregue na
elaboração de um novo conhecimento.
b) Conversação heurística – o professor coloca perguntas que contém problemas, fórmulas,
perguntas de impulsos para o pensamento dos alunos e expressar suas opiniões; propõe
contra exemplos, dirige a discussão; coloca dúvidas sobre proposições dos alunos.
c) Discussão – os alunos participam em colectivo buscando por exemplo vias de solução em
comum. Nesta forma existem, naturalmente, grandes possibilidades para a educação dos
alunos.

Neste método os alunos são capazes de descobrir por si mesmos determinados fenómenos.

III- MÉTODO DE DIRECÇÃO DE TRABALHO INDEPENDENTE (M.T.I)


O trabalho independente dos alunos pode ter como conteúdo a solução de exercícios ou
também o trabalho com o livro de texto. Em cada caso o professor tem que dirigir esse trabalho
correctamente, guia-lo durante um espaço de tempo maior e controla-lo.
Este método pode ser usado na aquisição de novos conhecimentos (T.N.M), na fixação do
saber e poder (T.V.M), na aplicação de procedimentos de solução (controlo e avaliação).
Ainda dentro da metodologia do ensino da matemática temos no desenvolvimento de um conteúdo
novo, procedimentos que facilitam a solução de problemas matemáticos.

 MEIOS DE ENSINO
 Os meios de ensino e sua importância
Os meios de ensino constituem distintas imagens e representações de objectos e fenómenos que
confeccionam especialmente para a docência; também abarcam objectos naturais e industriais, tanto na
sua forma normal como preparados, os quais contêm informações e se utilizam como fonte de
conhecimento.
Os meios de ensino permitem criar condições materiais favoráveis para cumprir com as exigências
científicas do mundo contemporâneo durante o processo docente – educativo; permitem tornar mais
objectivo os conteúdos de cada disciplina e portanto obter maior eficiência no processo de assimilação
dos conhecimentos por parte dos alunos. Criam as condições para o desenvolvimento de capacidades,
habilidades e a formação de convicções. Possibilitam um maior aproveitamento dos nossos órgãos
sensoriais, criam as condições para uma maior permanência na memória dos conhecimentos
adquiridos; Possibilitam que se transmita maior quantidade de informações em menos tempo;
motivam a aprendizagem e activam as funções intelectuais para a aquisição de conhecimentos;
facilitam e tornam o aluno como um agente de conhecimento e contribuem de forma geral no
desenvolvimento da personalidade do aluno.

Nota: Diante de tudo quanto foi apresentado sobre a importância dos meios, o professor tem mil
motivos para usar sempre meios de ensino na aula de Matemática (particularmente).

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 CONTROLO E AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DOS ALUNOS


Controlo é toda e qualquer actividade do processo de ensino e aprendizagem que fornece informações
ao professor e ao aluno, sobre o resultado do processo.
Por um lado o controlo fornece informações ao professor sobre os êxitos e fracassos do seu trabalho de
ensino. Por outro lado o controlo faz ver aos alunos o seu nível de rendimento.
A base de toda avaliação é o controlo.
NOTA: Em todos os casos o professor tem que fundamentar ao aluno a avaliação feita, e este por
último reconhecer as razões dos elogios ou da justa crítica na classificação dada.
O controlo pode ser:
1- Oral individual
2- Chamada escrita breve
3- Avaliações escritas
Ao avaliar o aluno, o professor deve ter em conta os seguintes princípios:
 É preciso uma variedade no enunciado dos exercícios.
 Deve tomar pelo menos um exercício cujo conteúdo provenha de uma unidade de classes
anteriores.
 Deve estar contida a exigência de uma demonstração, de uma fundamentação ou de uma
sistematização.
 Devem estar inclusos exercícios que possibilitam também aos alunos de menor capacidade uma
resolução com êxito.
 Devem estar inclusos exercícios para os alunos com maior capacidade para demonstrar que
dominam a matéria profundamente.
Observação: 1) Antes da elaboração ou da aplicação de uma prova ou qualquer tarefa, o professor
deve resolver todos exercícios que garantam segurança ao aluno na resolução do trabalho que ele vai
pedir.
2) Os erros que forem aparecendo de forma constante, o professor deve explica-los com exemplos
análogos.

Referências bibliográficas:
- CATARINO, Fabiola (S/A). Nova enciclopédia temática – Matemática. Nova editora. Lisboa.
- Da PONTE, João Pedro. & SERRAZINA, Maria de Lourdes, (2000). Didáctica da Matemática do 1º
ciclo - editora universidade aberta –Lisboa.
- FAZENDA, José (2007). Didáctica da Matemática – subsídios pontuais. Texto editores. Luanda.
-SELBACH, Simone “Coord” et al. (2010). Matemática e didáctica –coleção como bem ensinar. Editora
vozes. Petrópolis.

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Outros subsídios

+ Manuais de apoio de didáctica de Matemática I e II do ISCED - 2007


+ Apontamentos de Didáctica geral do IMNE-Marista
+ Apontamentos de Didáctica da Matemática para o pré-escolar e primeiro nível, de Ir. Jesus Sanchez
(Irmão Marista)

Pensamentos: 1) O sucesso depende de 20% de inspiração e 80% de transpiração – “Desconhecido”

2) A parte mais bela da inteligência é a humildade. (anónimo)


3) Pessoas pequenas em lugares pequenos, fazendo coisas muito pequenas, são realmente as que vão mudar o mundo
(…) Eduardo Galeano.
4) Deus geometriza eternamente. “Platão”
5) Não corra atrás das borboletas, cuida bem do teu jardim e elas virão ter contigo. “Desconhecido”

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