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Introdução
A incapacidade absoluta para a Matemática, do tipo “cegueira para a Matemática”, não existe. Assim,
pensa-se que todas as crianças sabem sempre alguma coisa, por muito pouco que seja. Todas as
crianças, com um bom ensino, podem aprender Matemática, adquirindo as correspondentes noções e
capacidades.
A incapacidade relativa para Matemática significa que algumas crianças no decorrer do processo de
ensino - aprendizagem, encontram dificuldade na percepção e assimilação dos conteúdos. Esta
dificuldade diz respeito ao ritmo de aprendizagem a que o aluno está sujeito, à matéria leccionada pelo
professor nas primeiras classes, eventualmente não atendendo às características do estágio de
desenvolvimento em que a criança se encontra, ao desequilíbrio sócio – emocional, ao nível alcançado,
entre outras.
A Matemática é uma ciência com alguma importância relevada na sociedade, por isso ela precisa ser
bem aprendida, por causa dos problemas que as sociedades nos apresentam e que só ela pode resolver.
Já dizia Jacques Chapellon “Existe um paralelismo fiel entre o progresso social e a atividade
matemática; os países socialmente atrasados são aqueles em que a atividade matemática é nula
ou quase nula”.
Os didáticos, felizmente, têm trabalhado bastante no sentido de tornar o ensino desta disciplina o mais
fácil possível, para que os cidadãos do mundo se apoderem dela, da melhor forma possível, a fim de
resolver os problemas que as sociedades nos apresentam. Daí a necessidade de o professor capacitar-
se didacticamente, ou seja, o professor precisa conhecer as técnicas de transmissão da Matemática
para atingir os objectivos com algum rigor que se deseja.
O estudo da didáctica faz-se necessário para tornar o ensino mais eficiente, ajustado à natureza e as
possibilidades do educando e da sociedade. Portanto didáctica é um conjunto de técnicas destinados a
organizar e dirigir o ensino fornecendo os métodos, os meios, os princípios, os objectivos, os
conteúdos e todas as formas organizativas aplicáveis a todas as disciplinas para que o aprendizado das
mesmas se efectue com mais eficiência.
A didáctica ajuda a tornar mais consciente a acção do professor ao mesmo tempo que torna mais
interessantes e proveitosos os estudos dos estudantes.
1- O ALUNO é aquele que pelo qual o processo de ensino /aprendizagem existe, é o centro e
como tal é a razão pelo qual o professor estuda didáctica. Mas antes de tudo o didacta deve
1 Elaborado pelo docente: João Cambolo, em 2017 – Revisado e actualizado em 2021
Curso de Agregação Pedagógica- UCAN/ Dom Bosco
saber que o aluno possui características inalienáveis. Assim sendo, o aluno “é aquele que é,
chamado a ser, sem deixar de ser”.
2- O PROFESSOR é o dirigente do processo de ensino/aprendizagem. Para que este possa dirigir
eficientemente, deverá conhecer três ciências essenciais, que são:
a) Pedagogia – estuda a metodologia para educação do aluno (educar bem o aluno);
b) Psicologia – estuda os factos psíquicos, o carácter, o temperamento, a vontade, a inteligência
nas suas causas, meios, natureza e manifestações (conhecer bem o aluno);
c) Didáctica – estuda a metodologia para ensinar “ arte de ensinar” (saber como ensinar o aluno).
Tal como outras disciplinas ou ciências, a Matemática também tem uma didáctica cujo objectivo
principal é estudar o processo de ensinar a ciência matemática, tendo em conta todos os processos
pedagógicos, psicológicos e didácticos.
Neste curso vamos apenas tratar do plano de aula, dos métodos de ensino, meios de ensino e tipo de
avaliações no ensino da Matemática.
Mas antes vamos passar algumas informações interessantes sobre a Matemática e de alguns aspectos
relevantes no ensino da Matemática.
O que é a Matemática?
explique ao quotidiano o conceito de fracções, mas também para que se utilize algoritmo nos desafios
de cada hora…
+ A Matemática é uma disciplina que propicia a formação do raciocínio. E para a maioria das
actividades profissionais (que exigem o nível secundário ou universitário) é o raciocínio a principal
ferramenta de trabalho.
O professor pode passar uma informação, mas verdadeiramente ensina seus alunos quando sabe
converter essa informação em conhecimento, transformando-os.
Resolução de Problemas
A aprendizagem através de situação – problema objectiva provocar de forma deliberada uma
aprendizagem significativa, desde que devidamente adaptada pelo professor.
A metodologia de resolução de problemas é uma ferramenta importante para estimular o raciocínio, o
pensamento activo, a reflexão e a descoberta pelo aluno. O professor deve ter o cuidado para não indicar
os passos que o aluno deve seguir.
Para Pontes (2000) Os problemas sobre os quais o aluno faz uso imediato das fórmulas que estudou, não
se caracterizam como verdadeiros problemas. Problemas exigem reflexão, caso contrário, defrontamo-
nos com exercícios que exigem apenas o uso da memória para sua resolução quando tratados
mecanicamente, as situações problema resumem-se em meros exercícios, enquanto os verdadeiros
problemas, exigem além da compreensão dos conceitos matemáticos, que o aluno estabeleça relações
entre os conhecimentos já construídos e a possível solução do problema.
Motivação e curiosidade no ensino da Matemática
A curiosidade, a vontade de saber, o desejo de buscar respostas são provavelmente, as mais
importantes qualidades da espécie humana.
Toda pessoa é naturalmente curiosa e, quando essa vontade de descoberta não ocorre, estamos diante
de uma depressão, uma das mais amargas falências da mente humana.
Quanto a motivação, convém lembrar que hoje o aluno está rodeado de internet, twitter, telefones ou
alguns aparelhos electrónicos que lhe levam a não sentir curiosidades nas mensagens que os
professores propõem, daí, a necessidade do professor buscar sempre ajudar o seu aluno a se
A aula é um processo de ensino e aprendizagem que cumpre com algumas fases (as que chamamos de
fase didáctica). Ou seja a aula é a forma fundamental de organização do processo de ensino e
aprendizagem.
É na aula onde o professor tem a oportunidade de fazer cumprir os problemas traçados pela sociedade.
Qualquer aula para ser bem ministrada deve ser bem preparada, (planificada).
Uma aula deve ser planificada tendo em conta a planificação semanal, quinzenal, mensal ou
trimestral. Mas todas essas planificações dependem de um programa anual dado pelo responsável geral
desse processo de ensino e aprendizagem, o governo (“o dono da escola”).
TIPOS DE AULA:
Aula de Asseguramento de Nível de Partida (A.N.P) «aulas introdutórias ou mesmo de revisão
“aulas diagnósticas”»
Aula de Tratamento de Nova Matéria (T.N.M) « aula de obtenção de novos conhecimentos»
Aula de Tratamento de Velha Matéria (T.V.M) «aula de fixação»
Aula de controlo e avaliação « é uma aula com objectivo apenas de avaliar).
Obs: Aula de fixação é aquela aula que geralmente é chamada de aula de “revisão” por alguns. Mas ao
certo não é apenas uma revisão, é muito mais que isso. Portanto, aula de fixação é aquela aula de
exercitação, aprofundamento da matéria (perguntas para aprofundar ….), sistematização (relação
entre vários conhecimentos estudados…), aplicação (exercícios relacionados com o quotidiano do
aluno…) e revisão (ver se os alunos estão bem em todos os temas estudados).
Vamos tratar apenas da primeira fase mais conhecida como Motivação. Eu prefiro tratar por
Introdução.
– 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑎 − 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎
2º) Motivação {
−𝑖𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎
3º) O.P.O (Orientação Para os Objectivos) «apresentar (anunciar) aos alunos o que se pretende estudar
naquela aula, sem dizer o tema»
Obs: Não se escreve o sumário antes de se cumprir com a primeira fase, ou seja o sumário só é escrito
depois da O.P.O.
OBJECTIVOS:
A definição de objectivo varia muito de investigador para investigador nas diferentes áreas do saber.
Na educação também acontece.
Nerecé, define objectivo como mudança de comportamento que se processa no ensino e aprendizagem
, mas, Regina Célia define objectivo como resultado da actividade docente.
Obs: Os objectivos são traçados em função do aluno, tendo em conta as suas características
individuais.
Os objectivos podem ser Gerais (geralmente são objectivos de uma unidade temática) e específicos
(são objectivos da aula).
Os instrutivos: tem a ver com o domínio e a área do saber, imaginação raciocínio, etc.
Os educativos: tem a ver com o domínio afectivo, área do saber ser e estar, as atitudes, sentimentos,
comportamentos, emoções, acções, etc.
Importância dos objectivos educacionais: eles têm uma função orientadora, porque regem todo
processo de ensino e aprendizagem, regulam a base de avaliação, orientam-nos nas políticas do país e
nas mudanças de comportamentos que se opera nos alunos.
Para ajudar o senhor(a) professor(a) a traçar objectivos na elaboração de um plano de aulas, apresento
alguns verbos próprios para objectivos gerais e específicos.
Compreender Conhecer
Desenvolver Saber
Analisar
Alguns verbos para traçar objectivos específicos:
Neste método os alunos são capazes de descobrir por si mesmos determinados fenómenos.
MEIOS DE ENSINO
Os meios de ensino e sua importância
Os meios de ensino constituem distintas imagens e representações de objectos e fenómenos que
confeccionam especialmente para a docência; também abarcam objectos naturais e industriais, tanto na
sua forma normal como preparados, os quais contêm informações e se utilizam como fonte de
conhecimento.
Os meios de ensino permitem criar condições materiais favoráveis para cumprir com as exigências
científicas do mundo contemporâneo durante o processo docente – educativo; permitem tornar mais
objectivo os conteúdos de cada disciplina e portanto obter maior eficiência no processo de assimilação
dos conhecimentos por parte dos alunos. Criam as condições para o desenvolvimento de capacidades,
habilidades e a formação de convicções. Possibilitam um maior aproveitamento dos nossos órgãos
sensoriais, criam as condições para uma maior permanência na memória dos conhecimentos
adquiridos; Possibilitam que se transmita maior quantidade de informações em menos tempo;
motivam a aprendizagem e activam as funções intelectuais para a aquisição de conhecimentos;
facilitam e tornam o aluno como um agente de conhecimento e contribuem de forma geral no
desenvolvimento da personalidade do aluno.
Nota: Diante de tudo quanto foi apresentado sobre a importância dos meios, o professor tem mil
motivos para usar sempre meios de ensino na aula de Matemática (particularmente).
Referências bibliográficas:
- CATARINO, Fabiola (S/A). Nova enciclopédia temática – Matemática. Nova editora. Lisboa.
- Da PONTE, João Pedro. & SERRAZINA, Maria de Lourdes, (2000). Didáctica da Matemática do 1º
ciclo - editora universidade aberta –Lisboa.
- FAZENDA, José (2007). Didáctica da Matemática – subsídios pontuais. Texto editores. Luanda.
-SELBACH, Simone “Coord” et al. (2010). Matemática e didáctica –coleção como bem ensinar. Editora
vozes. Petrópolis.
Outros subsídios