Você está na página 1de 10

O psicopedagogo e as dificuldades de

aprendizagem lógico-matemáticas
Arcelita Koscheck

Resumo: São diversas as áreas quem vem se preocupando com as crianças e adultos
que apresentam Dificuldades em Aprendizagem Matemática, percebe-se as
inúmeras dificuldades dos alunos em resolver cálculos matemáticos. Dessa forma o
presente trabalho tem por objetivo desenvolver um referencial teórico que auxilie
os professores a compreender os elementos que dificultam a aprendizagem dos
alunos, destacando a Discalculia, pois a mesma afeta as condições de
desenvolvimento cognitiva do aluno, impedindo que tenha melhor construção de
ações que possam facilitar sua aprendizagem. Dada a importância do assunto,
considero importante contribuir com os professores e profissionais da área da
educação, sobre tudo da área matemática, relacionando o psicopedagogo com tais
dificuldades, de maneira que possam dar a devida atenção aos alunos e professores,
identificando e sugerindo ações que possam fortalecer vínculo entre professor-
aluno.

Palavras-chave: Dificuldades. Aprendizagem. Discalculia. Professor - aluno.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.. 07

1 O PSICOPEDAGOGO E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DOS CONTEÚDOS


LÓGICO - MATEMÁTICAS.. 08

1.1 A APRENDIZAGEM E SUAS DIFICULDADES.. 08

1.2 DIFICULDADE NO APRENDIZADO EM MATEMÁTICA.. 09

2 O CONHECIMENTO LÓGICO - MATEMÁTICO E A DISCALCULIA.. 09

2.1 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO - MATEMÁTICO.. 09

2.2 A DISCALCULIA.. 11

2.3 COMO ENFRENTAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS


COM DISCALCULIA.. 11
3 A IMPORTANCIA DAS RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNO...... 13

CONCLUSÃO.. 16

REFERÊNCIAS.. 17

INTRODUÇÃO

Atualmente a educação brasileira vem sendo incentivada através de


projetos, com o intuito de aumentar a escolaridade das pessoas, mas sabemos que
nem sempre foi tratada com seriedade. Desta forma os índices de desempenho
escolar no Brasil, em aspectos como a leitura, conhecimentos matemáticos são
muito baixos se comparados com outros países do mesmo nível econômico.

Temos bastante deficiências e dificuldades a serem tratadas na nossa


educação, dentre elas as dificuldades de aprendizagem em relação ao conhecimento
lógico – matemáticos, que será tratado neste trabalho, sendo a Discalculia a principal
dificuldade destacada. É neste contexto que o Psicopedagogo possui papel
fundamental, interferindo no auxílio para a superação destas dificuldades, através
da relação entre professor/aluno de forma amigável, ainda por meio de atividades
lúdicas que incentivem o processo de construção do conhecimento e da
aprendizagem lógica-matemática.

Sabemos que a matemática constitui uma ferramenta de extrema


importância para as pessoas. Usamos no nosso dia a dia desde o momento em que
acordamos, até a hora de dormir, estamos envolvidos com a matemática de alguma
forma, para realizar cálculos que estão presentes no nosso cotidiano.

Na sala de aula, constata-se uma enorme dificuldade dos alunos,


relacionados a capacidade de resolver problemas matemáticos e as certas
habilidades com cálculos, dessa forma tornando uma necessidade crescente em ter
um conhecimento maior sobre as dificuldades que afetam a aprendizagem escolar.

De acordo com o contexto, toda a pesquisa e reflexão proposta neste


estudo tem como objetivo fazer levantamento das concepções, fatores, teorias que
detectam e demonstram o surgimento da discalculia, para uma melhor compreensão
deste tema, que cada vez mais preocupa a vida escolar das crianças e causa tanta
preocupação a toda comunidade escolar. A pesquisa possui ainda como objetivo
trazer algumas formas de intervenções junto as crianças com discalculia através, de
um bom relacionamento entre professores e alunos, jogos, uso das tecnologias e
acompanhamento dos familiares no desenvolvimento da aprendizagem das
crianças.
1O PSICOPEDAGOGO E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DOS
CONTEUDOS LÓGICO – MATEMÁTICAS

1. A APRENDIZAGEM E SUAS DIFICULDADES

Desde o momento em que o ser humano nasce, esta constantemente


recebendo estimulos, na qual ocorre o processo de aquisição de conhecimento por
meio de aprendizagens. Sendo que a necessidade da aprendizagem é algo inerente a
qualquer individuo desde o seu nascimento, não importando o grau de capacidade
ou de dificuldade que pode apresentar.

A criança vai construindo seu saber no dia a dia, ao observar em seu


meio coisas com as quais convive, desenvolvendo assim sua aprendizagem. É
praticamente impossivel definir o conceito tão amplo sobre a aprendizagem, a
ciência tem levantado algumas teorias, mas ainda não foram capazes de responder
com total certeza sobre o que realmente se passa no cérebro de uma pessoa quando
ela aprende alguma coisa.

Pelo fato de sermos diferentes uns dos outros, é possível que durante
o processo de aprendizagem, ocorrem modificações no sistema nervoso, mas ainda
não foi possível detectar, sendo que cada indivíduo reage de forma diferente a cada
ação. Segundo José (2004, p.12), “...pela impossibilidade de observação direta, a
aprendizagem é constatada e estudada de maneira indireta. Ela é estudada através
dos efeitos que ela causa no comportamento”.

É preciso analisar cada indivíduo, para ser possível caracterizar um


conceito de aprendizagem. Dessa maneira, a aprendizagem é vista como um
processo de mudanças de experiências anteriormente adquiridas, já que cada
experiência acrescenta ao sujeito novos saberes, e esses saberes são novas
aprendizagens a que influencias na vida do mesmo, trazendo novas experiências,
aperfeiçoando os conhecimentos.

Dentro desse contexto do apender, encontramos as dificuldades de


aprendizagem, que por sua vez são uma constante preocupação para os professores,
equipe gestora e de toda a comunidade escolar. Sendo que dificuldades dos alunos
são cada vez mais presentes na escola, pois os alunos demonstram dificuldades nas
mais variadas situações de aprendizagem e, por consequencia apresentam fracassos
em suas apendizagens, desde a alfabetização, principalmente nas primeiras séries
do ensino fundamental.

Quando a criança apresenta dificuldades em sua aprendizagem,


automaticamente sente-se desmotivada, e passa por um processo de regresso,
trazendo assim a sua vida escolar inumeras dificuldades resultantes de outras.
1.2DIFICULDADE NO APRENDIZADO EM MATEMÁTICA

Observa-se que uma das grandes dificuldades de aprendizagem mais


questionada pelos pais, apresenta-se na disciplina de matemática, na qual, essa área
de aprendizagem para muitos é considerada um desafio a ser superado, alguns
desses alunos criam um certo trauma e na maioria das vezes pode contribuir para o
fracasso escolar.

Quando o educador apresenta um conteúdo matemático para seus alunos,


com pouca dinâmica, na maioria das vezes as crianças não prestam atenção quando
não incentivadas, ou se não chamar atenção. Por isso o professor precisa usar vários
métodos para o ensino da matemática e oportunizar meios para que os alunos
minimizem suas dificuldades na área da matemática.

Dentre as dificuldades de matemática existentes, destaca-se a discalculia,


uma dificuldade que impede a criança de compreender as relações de quantidade,
ordem tamanho, distância, espaço e não consegue compreender as quatro
operações. As crianças que apresentam essa dificuldade acabam repudiando o
trabalho com os números, muitas vezes são “rotuladas” pelos colegas de sala, às
vezes até pelo professor e pais e acabam sofrendo muito fazendo com que a sua
autoestima fique muito baixa e interfira também nas demais disciplinas que até o
momento não apresentava dificuldades.

2O CONHECIMENTO LÓGICO – MATEMÁTICO E A DISCALCULIA

1. A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO – MATEMÁTICA


Historicamente, segundo MATO GROSSO (2000), a matemática surgiu
através da necessidade apresentada pelo homem para resolver problemas
encontrados diariamente no seu cotidiano como medir, calcular, contar e organizar-
se de acordo com os espaços, na qual os conhecimentos adquiridos foram passados
de geração em geração, acumulando-se mutuamente e intelectualmente. A mesma é
um processo que está sempre em constante construção.

A disciplina de matemática apesar de fazer parte da vida de todas as


pessoas, sempre foi vista em diversas vezes como um “tormento” pelos alunos e
desafiador para os professores, os quais precisam motivar seus alunos para
despertar o gosto pelo conhecimento matemática, sendo que ela faz parte do
cotidiano de todos para resolver inumeras situações.

O trabalho do professor que envolve a disciplina da matemática requer um


olhar diferenciado, com vista de que é importante a escola trabalhar de forma
dinamica e passiva.

(...) o trabalho com Educação Matemática deverá


necessariamente envolver as seguintes dimensões:

- A matemática é uma atividade humana, portanto de caráter


histórico-social;
- A matemática é uma ciência de caráter interdisciplinar;

- A matemática nos proporciona a construção de categorias


de pensamento indispensável à compreensão, crítica e
construção da realidade;

- A matemática deve ser considerada em suas dimensões


lúdicas e de aplicação no cotidiano;

- As relações entre a matemática do cotidiano e a matemática


formal, o que implica em considerar as experiências e os
conhecimentos prévios dos alunos;

- Envolvimento emocional, fundamental para aprendizagem


da matemática. (MATO GROSSO, 2000, p. 155).

Assim o ensino da matemática para Moura (2012, p.34) é: “... propiciar o


desenrolar da lógica, a rapidez do pensamento e a capacidade de selecionar
informações e fazer uso eficaz delas para o desenvolvimento coletivo e individual,
fazer do novo algo impulsionador e produtivo. ” Pois para o autor a matemática vem
favorecer o crescimento integral do ser, dando a ele mecanismos para que possa
seguir em frente e ser um construtor da história e não um ser passivo alheio a tudo
e a todos.

Ainda, a aprendizagem do aluno e o conhecimento lógico-matemático


acontecem por etapas, pois se o aluno desenvolver bem uma etapa, na próxima não
terá dificuldades. Conforme Vygotsky (1989, p. 89) diz que:

[...] o aprendizado das crianças começa muito antes delas


frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado
com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma
história prévia. Por exemplo, as crianças começam a estudar
aritmética na escola, mas muito antes elas tiveram alguma
experiência com quantidades – elas tiveram que lidar com
operações de divisão, adição, subtração e determinação de
tamanho. Consequentemente, as crianças têm a sua própria
aritmética pré-escolar, que somente psicólogos míopes
podem ignorar.

1. A DISCALCULIA
A discalculia é uma dificuldade de aprendizagem apresentada na
disciplina de matemática, a qual caracteriza-se pela dificuldade de fazer operações
matemáticas. Segundo Barbosa (2008, p. 132), a palavra discalculia apresenta duas
raízes gregas: “dis” que significa dificuldade e “calculia”, que se relaciona à arte de
contar. E Novaes (2007, p. 14) destaca que: “A palavra discalculia vem do grego (dis,
mal) e do latin (calculare, contar) formando: contando mal. Essa palavra “ calculare
“ vem, por sua vez, de cálculo, que significa o seixo ou um dos contadores em um
ábaco”.
O aluno que apresenta discalculia, em geral tem características em
relação ao baixo nível de desempenho nas tarefas de matemática que envolvem
competências aritméticas. Em geral, essa dificuldade é descoberta na escola, ao
desenvolver atividades relacionas, como na resolução de problemas matemáticos,
compreensão de tabelas, gráficos entre outros.

Com a preocupação em relação aos alunos com discalculia, a mesma tem


motivado muitos estudiosos e educadores a procurar alguma forma de intervenção
junto a criança discalcúlica, sendo que de certa maneira, se não for trabalhado de
forma mediadora e de intervenção em sala de aula e também na família, acarretará
em um adulto frustado no futuro.

A discalculia pode ser dividida em seis subtipos:

Discalculia verbal – é a dificuldade em nomear números,


símbolos e relações;

Discalculia Practognóstica – refere-se a enumeração,


comparação e manipulação de objetos reais ou imagens;

Discalculia léxica – dificuldade na leitura dos símbolos;

Discalculia Gráfica – dificuldade na escrita dos símbolos;

Discalculia ide gnóstica – dificuldade para compreender


conceito e fazer operações mentais;

Discalculia operacional – dificuldade para executar e operar


cálculos numéricos. (JOHNSON; MYKLEBUST,1983, p.12)

Conforme os seis subtipos apresentados acima, os alunos podem apresentar


um ou mais tipos de discalculia, dependo da situação e do grau de dificuldade
apresentado, dessa forma pode-se identificar mais fácil qual tipo de dificuldade cada
criança apresenta.

1. COMO ENFRENTAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS COM


DISCALCULIA
Inicialmente é preciso que o professor faça uma observação dos alunos,
posteriormente deve comunicar a equipe gestora e os pais para que o encaminhem
para os especialistas que podem ajudar a superar esta determinada dificuldade. Os
professores que se deparam com casos de alunos portadores de discalculia,
acreditam que não há nada a fazer para que o problema seje ultrapassado, auto-
avaliando-se como despreparados ou desmotivados para encarar o desafio com seus
alunos.

Podemos adotar algumas estratégias para realizar o tratamento das crianças


com discalculia, esse problema tem tratamento desde que o aluno receba o
acompanhamento adequado de acordo com a sua necessidade. Após o diagnóstico,
que é a descrição do atual estágio de desenvolvimento do indivíduo, podendo ser
tratado por um período, ou até superar as dificuldades minimizadas durante este
acompanhamento.

Para o sucesso no tratamento da discalculia, é necessário que seja


detectado precocemente, para que, enquanto o indivíduo estiver sendo avaliado por
um especialista seja inserido através do professor e dos pais no meio social, que
inicialmente acontecera em sala de aula com os colegas e se ampliará nas
brincadeiras de rua.

É necessário ter uma atenção redobrada e muito cuidado com as escolhas


das metodologias aplicadas, pois a mesma é de fundamental importancia para o
ensino aprendizagem, para não haver a confusão de discalculia com dificuldade
metodológica que pode ser superada em sala de aula. Barbosa (2008, p. 56) destaca
que:

Atualmente os jogos são apresentados às crianças desde os primeiros


anos de vida, por ajudar no desenvolvimento motor, na dicção e na formulação de
estratégias para obtenção de acertos. Na relação jogo e Matemática, o educador pode
criar condições onde o aluno estabeleça ligação entre a linguagem cotidiana e a
linguagem matemática teoricamente dita.

Portanto o dinamismo na metodologia de ensino favorece o


desenvolvimento psíquico além de estimular a interação social, firmando traços de
confiança entre o docente e o discente. Segundo Carvalho (2000, p.72): “Pensar em
respostas educativas da escola é pensar em suas responsabilidades para garantir o
processo de aprendizagem para todos os alunos, respeitando-os em suas múltiplas
diferenças”.

Dessa forma, o papel do psicopedagogo em sua formação profissional


deverá ter em mente a compreensão de que cada ser humano deve ser
compreendido de forma interacional e nunca de forma isolada dos demais
problemas que poderá acarretar certas dificuldades de aprendizagem tanto em
crianças como adolescentes. Além disso, essas crianças e adolescentes deverá ser
entendida também a partir do seu meio de convívio entre as demais pessoas que o
cercam, para que o psicopedagogo possa também interagir com as famílias e
professores para que haja de fato a melhoria da aprendizagem, onde o ensino não
aconteça sem a interação da aprendizagem.

3A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES PROFESSOR - ALUNO

A relação professor aluno é algo que vem sendo dialogo ao longo dos
anos. Em busca constante de um método educacional mais completo e estimulante
para os alunos e professores, a gestão escolar tem se preocupado em desenvolver
um trabalho em conjunto, dando enfase na importancia da criação de laços afetivos
entre os alunos e seus respectivos professores.

Para uma reflexão satisfatória entre a relação professor-aluno é


necessário relembrar como era o ensino na época do Modelo Tradicional e do
Modelo Construtivista. Onde no tradicionalismo, o professor era o dono do saber e
os alunos eram os seres sem luz, receptores sem opiniões e sem conhecimentos
prévios. A relação do professor era de superioridade, não havia aceitação para o
erro cometido pelo aluno, pois se estes acontecessem os mesmos eram penalizados
com “castigos”, como por exemplo; danos físicos e psicológicos, no dia-a-dia, o
professor ministrava suas aulas sobre um púlpito, local este que dava respeito do
professor sobre os alunos. Conforme Saviani (1991, p. 65) destaca:

Como as iniciativas cabiam ao professor, o essencial era


contar com um professor razoavelmente bem preparado.
Assim, as escolas eram organizadas em forma de classes, cada
uma contando com um professor que expunha as liares que
os alunos seguiam atentamente e aplicava os exercícios que
os alunos deveriam realizar disciplinadamente.

Já na época do construtivismo a construção da aprendizagem se dava


por meio das relações sociais e da interação com o meio, vivenciadas
primordialmente em sala de aula, local este onde surgirão os primeiros contatos
com o outro, a minimização do egocentrismo, tão presente na primeira infância que
influenciarão na aquisição e troca de experiências, entre alunos e professor,
mantendo estes uma relação igualitária, já que ao mesmo tempo que o aluno recebe
o conhecimento mediado pelo professor, o professor aprende novos conhecimentos
com as experiências vivenciadas por estes alunos, e que são expostas a cada dia
durante as aulas, nos intervalos, ou mesmo nas atividades que eles desejam
compartilhar com as demais turmas da escola. De acordo com Becker (1993, p.142):

Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, a rigor, está


pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento
não é dado, em nenhuma instancia, como algo terminado. Ele
se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e
social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações
sociais; e se constitui por fora de sua ação e não por qualquer
dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal
modo que podemos afirmar que antes da ação não há
psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento.

Dessa forma, o professor deixa de ser o manipulador do conhecimento


e passa a ser o mediador entre o conhecimento e a aprendizagem do aluno. Com isso,
segundo Ferreira (2009, p. 34): “a responsabilidade para a construção de uma
educação cidadã está, em grande parte, nas mãos do professor, cuja aprendizagem
do educando pode ser considerada diretamente proporcional a capacidade de
aprendizado deste docente”.

Com isso, como naquela época era considerado o aluno como uma
tabua lisa a ser moldada somente pelo professor, passa a ser visto de forma
diferente, onde professores e alunos aprendem juntos, em uma troca de
conhecimentos iniciadas nos primeiros anos de vida, quando a criança é inserida na
escola, que é fundamental para formação social desse sujeito.
Em relação à discalculia, professores e alunos desenvolvem um
relacionamento mais próximo, e ao mesmo tempo os alunos apresentam uma
aprendizagem mais significativa. Exige do professor uma relação de troca de
confianças, para que a criança não tenha timides em expressar suas dificuldades na
compreensão dos temas em estudo.

Além de superar as dificuldades encontradas, a relação entre


professor e aluno, ainda oportuniza aos alunos o desejo de expressar sua vontade
de aprender, na busca de chamar a atenção do professor que ele admira. Por esse
motivo o professor deixa de acreditar na exposição de palavras bonitas, como forma
de estimulo para o crescimento do conhecimento do aluno com discalculia. E assume
agora uma posição realista, onde corrigirá os erros de forma firme, porém amável
para que o aluno não se sinta frustrado ou inferiorizado, e no decorrer do
tratamento com o auxilio do professor passe a perceber e corrigir sozinho seus
erros, tornando-se assim construtor de sua história.

Esta relação positiva, tem o papel de estimular no aluno o aprendizado


e o desenvolvimento das habilidades nas crianças, e ao mesmo tempo em que o
objetivo do professor é alcançado. É necessário que o professor invista em inovações
que despertem o gosto de aprender no aluno e o faça sentir-se responsável pela sua
propria aprendizagem.

CONCLUSÃO
Após este estudo, constatou-se que a dificuldade de aprendizagem da
matemática está presente no âmbito escolar e que aflige muito as crianças que
apresentam essa dificuldade e também é motivo de preocupação a todos os
educadores que trabalham com crianças discalcúlicas.

Percebe-se que nem toda a criança que apresenta algum tipo de


dificuldade de aprendizagem na matemática pode ser vista como discalcúlica, pois
muitas crianças apresentam dificuldades por estar com problemas afetivos, sociais
e com a sua autoestima muito baixa. Nesse contexto, é preciso fazer uma observação
minuciosa para saber realmente o grau de dificuldade apresentado e o que está
acontecendo de fato com a criança, para só depois tomar as devidas providências
cabíveis.

Conclui-se que embora ainda existam muitos desafios a serem superados,


nota-se a importância do professor no auxílio ao tratamento dos alunos com
discalculia. Por meio de jogos que podem ser confeccionados com a ajuda do próprio
sujeito mostrando assim, que ele é capaz de construir seu conhecimento por meio
de seus esforços.

A importância do professor na construção e na formação do sujeito,


incluindo-o no meio social por meio da superação dos desafios, desenvolvendo o
senso crítico sobre as diversas vertentes que se apresenta na vida do aluno.

Nessa perspectiva, conclui-se que, se caso a criança apresentar a


discalculia, será preciso encaminhá-la a profissionais qualificados e o professor
deverá auxiliá-la com intervenções adequadas estabelecendo relações de
afetividade com os alunos.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, Laura Monte Serrat. Psicopedagogia: um diálogo entre a
Psicopedagogia e a Educação. 2. ed. Curitiba: Bolsa nacional do livro, 2008.

BECKER, F. O que é construtivismo. Ideias. 20ª ed. São Paulo: FDE, 1993.

CARVALHO, E. R. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação


inclusiva. 2ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2000.

JOHNSON, D.J.; MYKLEBUST, H.R. Distúrbios de aprendizagem: princípios e


práticas educacionais. São Paulo: Pioneira, 1983.

JOSÉ, Elisabete da Assunção. Problemas de Aprendizagem. 12ª Ed. ÁTICA, São


Paulo, 2004.

MATO GROSSO. Escola ciclada de Mato Grosso: novos tempos e espaços para
ensinar. Cuiabá: Seduc, 2000.

MOURA, J. F. O ensino da matemática nas classes de alfabetização: como é? Como


deveria ser? 2012. Disponível em:
<http://www.pedagogia.com.br/artigos/matematicanaalfabetizacao/> Acesso em:
12 abril 2016.

NOVAES. Maria Alice Fontes. Transtornos de aprendizagem. 2007. Disponível em:

<www.plenamente.com.br/diagnosticos7.htm >. Acesso em: 14 abril 2016.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 24ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

Você também pode gostar