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SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA

CURSO DE PEDAGOGIA

EDILENE DA CRUZ MOREIRA

PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Vitória da Conquista - BA
2021
EDILENE DA CRUZ MOREIRA

PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA

Projeto de Ensino apresentado à Universidade


Norte do Paraná (UNOPAR), como requisito
parcial à conclusão do Curso de Pedagogia.
Docente supervisor: Prof. Lilian Amaral da Silva
Souza.

Vitória da Conquista - BA
2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................3
1 TEMA.....................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................5
3 PARTICIPANTES...................................................................................................6
4 OBJETIVOS...........................................................................................................7
5 PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................8
6 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................9
7 METODOLOGIA..................................................................................................14
8 CRONOGRAMA...................................................................................................15
9 RECURSOS.........................................................................................................15
10 AVALIAÇÃO.........................................................................................................15
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................16
REFERÊNCIAS...........................................................................................................17
3

INTRODUÇÃO

Na atualidade, são inúmeras as queixas no ambiente escolar, e uma das mais


preocupantes é, sem dúvida, a adoecimento psicológico do docente pelo trabalho.
Diante desta constatação, nos questionamos sobre os fatores que contribuem para o
adoecimento do professor no Brasil, a fim de fortalecer ações de prevenção e promoção
de saúde a esse trabalhador, contribuindo também na melhoria da qualidade da
Educação como um todo. O gestor educacional precisa ter uma visão mais ampla do
problema que tem persistido no dia a dia do trabalho docente, trazendo sofrimento a
este profissional, se atendo aos pontos que necessitam ser melhorados.

Uma das profissões que provocam forte preocupação referente à saúde mental é a
docência, especialmente em relação aos profissionais que atuam na Educação Básica
brasileira. A atuação no campo da Educação envolve um enorme contingente de
desafios e responsabilidades, uma vez que o profissional se depara com inúmeras
situações que vão além do ato de ensinar. Adentram na escola os reflexos de todas as
mazelas sociais, que envolvem as famílias, os alunos e mesmo o ato de ensinar.
Adoecido, o professor, formador de todos os demais profissionais, se vê sem condições
de exercer a profissão que escolheu para a sua vida, deixando também a escola e a
sociedade carentes de sua contribuição social.

A sobrecarga de trabalho é um dos fatores de adoecimento para o docente,


uma vez que questões importantes como lazer, atividades físicas e formação são
deixadas de lado devido à falta de tempo. Um fator importante para compreender a
forma como o trabalho está organizado é o grau de autonomia que os indivíduos têm
na execução de suas atividades e, também, na definição de normas e
procedimentos relativos ao seu trabalho.
Por compreendermos que o professor do nível básico de ensino possui papel
significativo para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social de crianças e
adolescentes, ele atua sob forte pressão, uma vez que vem a ser o principal mediador
entre o aluno e a educação formal. Considerando-se a relevância do papel social dos
professores, entende-se o impacto que o adoecimento docente acarreta não somente
ao trabalhador, mas também à escola e a sociedade como um todo.

1 TEMA
4

O trabalho do docente está condicionado às regras estabelecidas pela


Secretaria de Educação, o que limita sua autonomia. O estilo de gestão é um
importante fator que compreende a organização do trabalho, podendo favorecer um
local de trabalho com potencial patogênico ou não. Caso a escola seja gerenciada
por um diretor com perfil autoritário, centralizador e controlador, sendo que sua
postura firme com os alunos, pais de alunos e funcionários, reduz a autonomia do
professor e gera insatisfação.
Questões pedagógicas, administrativas e estruturais importantes devem ser
tratadas da forma séria e participativa. O modo de gerir a escola exerce papel
central no adoecimento do professor, sendo que o diretor deve ter capacidade e
competência para lidar com as demandas e necessidades dos docentes,
principalmente, na solução de conflitos.
Como o desempenho do professor é avaliado por meio de instrumentos que
englobam vários itens, ter o reconhecimento do seu trabalho eleva seu sentimento
de valorização, porém o contrário também ocorre. Os docentes precisam ter
oportunidades de trabalho coerentes com a realidade que enfrentam, pois o objetivo
central da educação, na visão de alguns, se perde em meio às normas impostas. Em
muitos casos ocorre o afastamento do professor por problemas de saúde. Assim, a
questão do adoecimento do educador no ambiente de trabalho se mostra de
grande relevância, o que nos leva a optar pela temática das doenças
psicológicas no ambiente de trabalho escolar.
Sabemos que o meio ambiente do trabalho adequado contribui para prevenir
problemas de saúde mental do trabalhador, sobretudo da educação. É preciso que
se busque um meio ambiente do trabalho psicologicamente saudável a partir da
relação entre os riscos psicossociais laborais e os transtornos mentais ocupacionais,
cujo tema é de extrema atualidade e importância no campo das relações de
trabalho. Evitar transtornos mentais relacionados ao trabalho é um desafio a ser
enfrentado nas novas formas de organização do trabalho não apenas para garantir o
direito dos trabalhadores à saúde, mas também como forma de diminuir os custos
da Previdência Social, pois, no final das contas, trata-se de questão de ordem
pública e de relevante interesse social.

2 JUSTIFICATIVA
5

O interesse pelo estudo da relação entre saúde mental e trabalho tem crescido nos
últimos anos, devido ao aumento da prevalência dos transtornos mentais e dos
distúrbios do comportamento em trabalhadores, observado em diversos países. As
transformações técnicas e organizacionais do trabalho vêm-se acelerando e gerando
significativas consequências para a vida e saúde dos trabalhadores em geral, em
específico as da educação.

Fatores psicossociais, como aqueles que se referem à interação entre o meio


ambiente laboral, o conteúdo do trabalho, as condições organizacionais, e as
necessidades e habilidades dos trabalhadores podem influenciar a saúde, o
desempenho e a satisfação no trabalho. Entre esses fatores pode-se destacar: a
estabilidade no emprego, o salário, as relações sociais no trabalho, a carga e o conteúdo
do trabalho com seus desafios, o ambiente físico, a autonomia, a oportunidade de
desenvolvimento profissional, o reconhecimento e a valorização profissional.

A docência é uma profissão sobre a qual se têm depositado muitas expectativas e


demandas. Uma atividade que outrora era considerada uma ocupação nobre foi
deixando de ser valorizada socialmente ao longo do tempo, ocasionando uma série de
implicações tanto para o educador quanto para o educando. Muito exigido, porém
pouco apoiado, o professor no atual contexto brasileiro tornou-se um profissional
carente de um olhar atento para as suas necessidades, tanto no campo de trabalho
quanto em relação à própria saúde.

Dessa forma, a função da escola passa a ser muito mais a de construir significados
sobre as informações e conhecimento, do que emiti-los, descentralizando o professor
do lugar de detentor do saber. Segundo essa proposta, cabe ao professor assumir a
liderança na constituição de significados, embora não seja este mais a única fonte de
conhecimento, de forma a gerar o protagonismo do aluno na construção do
conhecimento. Percebe-se também que o professor se depara diariamente com a
necessidade de desempenhar vários papéis em seu cotidiano escolar, papéis esses que
vão além do ensino da disciplina mediante aos diversos conflitos emergentes no espaço
e na dinâmica das relações escolares, o que o leva ao adoecimento psicológico e até
mesmo físico.
3 PARTICIPANTES

O público alvo desse projeto de ensino vem a ser os educadores da escola


pública em geral, por estarem esses profissionais mais expostos a problemas em
várias esferas relacionadas ao desempenho do seu trabalho. Assim, ao propor
medidas preventivas relacionadas à saúde mental dos educadores da educação
básica, espera – se que os mesmos venham a desempenhar um trabalho de
qualidade e que contemple as demandas que se apresentam no cotidiano escolar.
4 OBJETIVOS

 Objetivo Geral:
 Proporcionar aos educadores uma “Oficina de Saúde Mental”, a fim de que os
mesmos compartilhem seus anseios e dificuldades, ao mesmo tempo em que
aprendam a lidar com a pressão psicológica inerente à profissão.

Objetivos Específicos:
 Elaborar uma série de encontros dos educadores com profissionais da
psicologia, a fim de que os mesmos tenham a oportunidade de ter o aporte
psicológico do qual necessitam;
 Elencar atividades que auxiliem a prática pedagógica de forma mais exitosa e
menos estressante;
 Promover o acesso recursos que funcionem como “válvulas de escape” para
o trabalho docente.

.
5 PROBLEMATIZAÇÃO

Os problemas dessa categoria profissional não se resumem aos aspectos


econômicos e de desempenho educacional do país. O trabalho em educação possui
características peculiares, que geram estresse e alterações no comportamento dos
profissionais envolvidos. Alguns elementos causadores de desconforto no trabalho
seriam a tensão própria do ambiente escolar, marcado por relações competitivas
entre professores, a constante cobrança por aperfeiçoamento, além das interfaces
com a comunidade. Entre as causas mais relevantes apontadas no estudo está o
elevado grau de comprometimento e exigência pessoal, que afetam o trabalho
cotidiano.
Fatores impactantes no trabalho e na saúde dos professores são a carência
estrutural e material da maioria das escolas públicas, assim como o baixo salário e
pouca valorização da categoria. Por outro lado, em muitas organizações públicas
brasileiras nas áreas responsáveis pela gestão de pessoas há pouca ou nenhuma
ênfase no desempenho e nos resultados, faltam mecanismos para o
desenvolvimento profissional contínuo. A associação entre precariedade das
condições e ambiente de trabalho, com as características peculiares do trabalho,
além da falta de estrutura de apoio, gera sobrecarga para os professores em
atividade.
Dessa forma, se faz imprescindível o investimento em prevenção de saúde
dos professores. O que nos leva ao seguinte questionamento: Como promover
ações preventivas que poderiam evitar os problemas de saúde mental desenvolvidos
pelos educadores? Uma vez que sabemos que o absenteísmo de professores gera
inúmeros problemas, desde a necessidade de substituição, com o treinamento e
adaptação de professores substitutos, a descontinuidade do trabalho nas classes,
entre outros decorrentes. A qualidade do serviço prestado diminui, gerando
descontentamento em toda a comunidade educativa. O que demonstra a relevância
dessa problemática.
6 REFERENCIAL TEÓRICO

As doenças mentais nos educadores são compreendidas como transtornos


que evoluem dentro de uma perspectiva que enfatiza o papel desse profissional
dentro da escola, pois não se trata apenas da questão do aprendizado, pois esse
ambiente passou a ser um local privilegiado de grande concentração de estimulação
longitudinal e de grande impacto sobre todos os aspectos da vida.
Nesse cenário, destacamos o educador como um profissional que atua
convivendo com crianças e adolescentes, cabendo a ele desenvolver ações de
relacionamento e convivência em grupo, realizando atividades lúdicas e recreativas,
administrar conflitos por meio do diálogo, preparar o indivíduo para o convívio social
e para atuar como um futuro profissional dentro do campo de atuação que o mesmo
escolher.
Quando se fala em docência, normalmente se espera que este profissional
tenha um perfil que perpasse pelo equilíbrio físico e emocional. Porém, sabemos
que na prática não é bem assim. Tal equilíbrio, em se tratando de docência, de
acordo com Souza e Leite (2011), é a capacidade de resiliência do professor, isto é,
seu poder de adaptação diante dos momentos de adversidades que garantirá a
manutenção de sua saúde psíquica. E, em decorrência, aumentarão as
possibilidades de desenvolver o processo de ensino-aprendizagem a contento.
Quando o docente tem suas funções psíquicas afetadas, toda a sociedade é
afetada também, uma vez que este profissional é fundamental durante o processo
de formação dos cidadãos. Para evitar ou diminuir esse quadro, há que se trabalhar
as causas do problema. Nos últimos anos tem se registrado um aumento dos
sintomas do transtorno de ansiedade.
A atual normativa da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
(Lei 9.394/96 Art. 21, par. I e 24) define que Educação Básica brasileira seja
constituída pelos ensinos de nível infantil, fundamental e médio, sendo nestes dois
últimos a carga horária mínima anual de oitocentas horas em sala de aula,
distribuídas em 200 dias efetivos de trabalho nas escolas, exceto o tempo
dispensado aos exames finais, se necessários. No Art. 22 da lei instituiu-se que a
Educação Básica tem por finalidade “desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (Lei 9.394/96, Art. 22).
Nos últimos anos, a Educação Básica no Brasil vem sofrendo
transformações que têm impactado diretamente sobre a organização do trabalho
docente. Isso tem acarretado uma exigência ainda maior sobre o professor, que
agora necessita se adaptar às questões tecnológicas e mudanças sociais que
adentram o ambiente da sala de aula. Mello (2004) ressalta as mudanças que o
século XXI passou a exigir da escola e do professor.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) saúde é o bem-
estar social entre os indivíduos incluindo o estado de normalidade de funcionamento
do organismo humano. Ter saúde é viver com boa disposição física e mental. Além
da boa disposição do corpo e da mente o profissional da educação tem que ter uma
boa saúde em seu trabalho. Sobre isso Marcia Agostini (s/d, p.375) afirma que:

Ter saúde e bem-estar no trabalho é necessariamente


compreender a noção de sujeito e ator de sua vida e de sua vida no
trabalho, numa relação social de troca com os outros trabalhadores, numa
busca constante de conhecimento e de luta contra os mecanismos de
desvalorização e de precariedade do trabalho, o que implica um processo
de construção e um avanço das condições de trabalho e da qualidade de
vida e de saúde dos trabalhadores.

Segundo Coutinho citado por Batista et al (2010) para que o professor possa
desenvolver seu papel e suas funções é preciso ter um ambiente onde seja no
mínimo, confortável. Entre as mais variantes estão elas: material para aplicação de
uma metodologia mais expositiva, e um professor psiquicamente e fisicamente
preparado para dar aula à classe.
Por sua vez Dejours citado Neves e Silva (2006) diz que o trabalho nunca é
imparcial em relação á saúde, podendo assim trazer benefícios ou malefícios para a
saúde, ou seja, pode trazer o adoecimento. No corre-corre os horários são
desrespeitados, perdem-se horas de sono alimenta-se mal, e não há tempo para o
lazer. São exigidos níveis de atenção e concentração para a realização das tarefas.
Quando o trabalho é desprovido de significação, não é reconhecido ou é uma fonte
de ameaças à integridade física e/ou psíquica acaba por determinar sofrimento ao
professor.
Deve-se dizer ainda que a intensificação no trabalho é um dos fatores
também que pode gerar sintomas de um adoecimento. É muito comum ver
professores com cargas intensas de horas em execução em mais de uma escola,
aumentando assim o número de tarefas. Segundo Ludke e Boing citado por
Assunção e Oliveira (2008) os professores têm sido cobrados por mais trabalho
através de críticas externas como se os professores e a educação que aplicam
fossem responsáveis por tudo até pelos problemas sociais.
Oportuno se torna também mencionar que à medida que as demandas na
área escolar vão se tornando mais complexas acabam se tornando complexo
também para o aluno. Muitas vezes o profissional não se sente preparado, tanto
pela carga de sua formação ou sua experiência. Diante dessas demandas o
professor é chamado para atender as necessidades com aptidão para suas
atividades docentes, com isso o sistema escolar espera do educador formação e
estimulo para ter o domínio em sala de aula e responder as exigências e demandas
diversificadas que chegam à escola.
Ainda que cresçam as cobranças e exigências por parte dos pais dos alunos, os
próprios têm menos tempo para participar e acompanhar a educação de seus filhos.
O aumento da carga de trabalho acaba trazendo prejuízos à saúde como: mal-estar
geral, hipotensão e hipertensão, labirintite, esgotamento físico e mental, insônia,
irritabilidade, falta de ar, alergias, por causa de alimentação inadequada causando
mau funcionamento do organismo, ou seja, dificuldade em digerir, frustração,
ansiedade entre outros distúrbios potencializados ao longo do fim do ano letivo.
Nesse sentido Gomes e Brito (2006, p. 57) ainda afirmam que:

Devido às transformações no mundo do trabalho e suas


repercussões na escola, à desvalorização social e econômica da profissão,
ao descaso com que têm sido tratados pelos governantes, sobretudo nos
últimos anos, os profissionais expressam um sentimento de indignação
muito grande. Não veem o reconhecimento do seu trabalho e dos seus
esforços, como a busca por aprimoramento (como cursos de
especialização, mestrado e doutorado), sentem-se desrespeitados e, de
certa forma, explorados, porque a intensificação do trabalho é cada vez
maior e os salários estão cada vez mais defasados.

As demandas educacionais existentes causam no docente cada vez mais


desilusão e estresse. Sejam essas demandas: falta do trabalho em equipe com o
pedagogo, desinteresse das famílias em acompanhar seus filhos, infraestrutura
inadequada, aumento de indisciplina, além da desvalorização do profissional da
docência, refletido inclusive na sua baixa remuneração em relação à outras
carreiras. Com as expectativas baixas vem à culpa e a vontade de desistir. Vindo
assim sintomas de um adoecimento (NAUJORKS citado por GASPARINO,
BARRETO e ASSUNÇÃO, 2005).
Diante disso entende-se que o docente precisa de condições adequadas para
que tenha uma saúde. Há uma necessidade de intervir nesses sujeitos e buscar a
solução de menos carga de trabalho e mais valorização desse profissional, pois com
menos intensificação mais serviço será produzido com qualidade. Tem-se que
pensar que se estes profissionais não têm qualidade de vida está se colocando em
risco a qualidade da educação em nosso país, pois este professor sem saúde não
terá a mesma motivação, tampouco capacidade emocional em sala de aula que teria
um professor que desfrutasse de condições adequadas de trabalho (ASSUNÇÃO;
OLIVEIRA 2008).
As ideias acima ratificam o valor de se enxergar a saúde mental dos
profissionais da educação com outro olhar. Ter a visão ampla que este trabalho está
relacionado a diversas dificuldades encontradas dentro e fora da sala de aula. Uma
vez notados os sintomas desse sofrimento é necessário que se busque melhorias
que produzam uma significativa melhora nas condições de trabalho, de formação,
remuneração, estrutura e, com isso benefícios para saúde mental do professor.
(GOMES E BRITO, 2006).
Conforme o Ministério da Educação (ME) a escassez de professores no país,
entre 1990 e 2001, era de aproximadamente 250 mil profissionais, para demandas
do segundo ciclo do Ensino Fundamental (5ª a 9ª séries) e do Ensino Médio. Este
déficit é acentuado nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, que têm
carga horária semanal expressiva nos currículos escolares e são básicas para a
formação dos alunos. A mesma pesquisa demonstrou, baseando-se em salários de
professores de diferentes países, que o Brasil é o que menos remunera, mesmo
quando comparado com outros países de economia emergente e da América Latina
(ME, 2007).
Resultados em classificações mundiais refletem esse cenário, como o
Programa Internacional de Avaliação de Desempenho (PISA, 2012 e 2016), aplicado
a jovens de 15 anos, em Língua Portuguesa, Matemática e Ciências (Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico [OCDE], 2014a; 2015). O
relatório Education at a Glance, demonstrou que o gasto público com educação no
Brasil em 2011 foi o equivalente a 19% do gasto público total (6% do Produto Interno
Bruto – PIB). Com esse indicador o país fica acima da média dos países da OCDE,
que é de 5%. Porém, quando o indicador é calculado por estudante, o gasto em
instituições públicas de todos os níveis educacionais soma 2,985 dólares por aluno,
bem abaixo da média da OCDE, de 8,952 dólares (OCDE, 2014b).
Lidar melhor com a ansiedade, o estresse e as emoções desagradáveis é
um dos principais desafios que envolvem a saúde mental do professor, já que a
atividade docente é uma das profissões que mais exigem trabalho mental. Se não
forem bem manejados, estes fatores podem gerar grande desgaste que repercutem
sobre a saúde física e emocional e, assim, afetam significativamente o desempenho
profissional.
Nessa perspectiva, percebe-se a importância de promover a saúde mental
dos professores e mostrar como reduzir os impactos causados pelo estresse da
profissão. Não adianta encaminhar o professor para atendimento psicológico
individual se, após o atendimento, o professor voltar para as mesmas circunstâncias
que criaram o quadro de sofrimento. É preciso entender que a problemática não é
pessoal, é social. Ou seja, as formas coletivas de fala, como oficinas, eventos,
reuniões pedagógicas, discussões em sindicatos, são indicadas para ampliar a
discussão e promover espaços de expressão e de discussão pública, bem como
ações intersetoriais. Reforçar os fatores individuais, familiares, escolares e
comunitários de proteção e tratar os fatores de risco é importante para fortalecer a
rede de atenção à saúde mental.
Fortalecer a formação dos educadores, para que estes possam ficar
sensíveis à detecção precoce de questões de saúde mental, para discutir no coletivo
escolar formas de promover saúde e a educação socioemocional é de grande
relevância para a comunidade escolar. Pensando nesta questão é possível, em
longo prazo, mudar esse quadro. Compreender qual o papel das prefeituras e
governos nessa questão leva os gestores educacionais a pensar em como atuar de
forma a promover a saúde mental na educação e lutar pela para criação de políticas
públicas que envolvam a questão através de um olhar plural e interdisciplinar.
7 METODOLOGIA

Ao refletir sobre o contexto apresentado, pensou-se em construir uma


proposta de gestão que trabalhe a questão da saúde mental do educador, a partir de
didática a partir de uma “Oficina de Saúde Mental”, a fim de orientar e prestar
assistência psicológica ao docente, no intuito de oferecer um suporte à realização de
seu trabalho. Dessa forma, foi pensado em uma série de encontros, a saber:

PRIMEIRO DIA
No primeiro momento o gestor realizará uma apresentação sobre a oficina
que será desenvolvida com os professores; Em seguida, será exibido um vídeo via
data show, que abordará o tema do adoecimento mental dos profissionais da
educação. Após o vídeo, será realizado um debate sobre o que foi assistido.

SEGUNDO DIA
Um psicólogo levará os educadores a uma sala para atendimento individual,
para um diálogo a respeito do que os afligem enquanto educadores, quais são seus
principais questionamentos e desafios. Ao final dos atendimentos individualizados, o
psicólogo irá propor a criação um grupo de WhatsApp para os professores
compartilharem experiências e conteúdos que serão utilizados durante a oficina.

TERCEIRO DIA
No terceiro dia da oficina, o psicólogo irá reunir o grupo para realizar uma
série de dinâmicas voltadas para o bem estar psicossocial dos educadores,
direcionando-os a um bate-papo sobre tudo o que foi visto e debatido até então.

QUARTO DIA
Por fim, cada professor deverá elaborar uma proposta de intenção caso se
depare com situações em sala de aula, que demandem um estresse maior, seja por
parte do educador ou dos alunos. Após isso, deverá compartilhar esse planejamento
entre os demais, colhendo impressões e trocando ideias. Em seguida, o gestor irá
finalizar a oficina com um coffee Break de confraternização entre todos os
participantes da Oficina.
8 CRONOGRAMA

ATIVIDADES DURAÇÃO

PRIMEIRO DIA: Apresentação 4 horas

SEGUNDO DIA: Atendimento individual 4 horas

TERCEIRO DIA: dinâmicas e conversa coletiva 4 horas

QUARTO DIA: Propostas de intervenção, compartilhamento e 4 horas


confraternização.

9 RECURSOS

Data show, vídeo, notebook, caixa de som portátil, sala para consulta psicológica, mesas,
cadeiras, toalha, bandejas, travessas, pratos, copos, talheres e alimentos para o coffee
break.

10 AVALIAÇÃO

A avaliação é um processo importantíssimo para analisar o nível de


integração e aprendizagem do indivíduo. Segundo Amélia Hamze, Prof.ª
FEB/CETEC:

‘’ A avaliação não deve priorizar apenas o resultado ou o processo, mas deve


como prática de investigação, interrogar a relação ensino aprendizagem e
buscar identificar os conhecimentos construídos e as dificuldades de uma
forma dialógica. ’’

Partindo deste pressuposto, a Oficina será realizada para intervir nas


práticas pedagógicas, agregando mais conhecimento aos professores,
incentivando o autoconhecimento e uma possível intervenção em sala de aula. A
avaliação será feita através da participação, desempenho e desenvolvimento
dos participantes durante as atividades propostas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao se falar sobre a saúde mental dos docentes, é possível verificar que


existe um sistema gerador de patologias, principalmente causador de
adoecimento por transtornos mentais e comportamentais. Existem inúmeros
problemas que poderiam ocasionar sofrimento e gerar adoecimento:
desvalorização e pouco reconhecimento social do professor, baixa remuneração,
gestão despreparada, turmas superlotadas, inexistência de pausas,
infraestrutura precária, carência de recursos materiais e humanos e violência
nas escolas. Tudo isso sem que haja um espaço coletivo de discussão,
identificação e encaminhamento de soluções nas escolas.
Existe a necessidade de uma maior atenção à saúde mental dos
professores. Ao verificar que estas moléstias estão associadas ao ambiente
laboral, faz-se crucial pensar em melhorias nas condições de trabalho destes
profissionais, principalmente no que se refere à segurança, à ampliação do
efetivo nas escolas, ao apoio institucional. Algumas propostas de solução
poderiam envolver jornadas de trabalho menos intensas e extensas, maior
autonomia, menos sobrecarga por atividades extraclasse, como possíveis
formas para aliviar a tensão a que os professores estão continuamente sujeitos.
Há ainda o agravamento da situação patológica do doente, que posterga
o afastamento temendo ser objeto de preconceitos e retaliações. Associa-se a
isso o ambiente de violência e degradação de muitas comunidades, os
professores sentem-se ameaçados no ambiente de trabalho, que deveria primar
por condições adequadas ao exercício profissional. A violência nas escolas está
associada ao uso e tráfico de drogas, atuação de gangues, porte ilegal de
armas, desrespeito generalizado e permissividade.
Como vimos, as condições de trabalho dos professores está distante do
adequado. Professores responsáveis por formar novas gerações de alunos
adoecem no trabalho, por falta de estrutura física e material, por violência nas
escolas e por desrespeito profissional. Esse quadro é muito sério e tem se
agravado. Seria importante investigar medidas que tenham sido tomadas para a
melhoria dessa situação e, mais do que isso, tomar decisões efetivas, dentro e
fora das escolas, para mudar essa realidade.
REFERÊNCIAS

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saúde dos professores. Educ.Soc. Campinas, vol. 30, n.107, maio/agosto.2009.

BATISTA, Jaqueline Brito Vidal; CARLOTTO, Mary Sandra; COUTINHO, Antônio


Souto, PEREIRA, Daniel Augusto de Moura, AUGUSTO, Lia Geraldo da Silva. O
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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei número 9394, 20


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GOMES, Luciana; BRITO, Jussara. Desafios e possibilidades ao trabalho


docente e á sua relação com a saúde. Estudos e pesquisas em psicologia, UERJ,
Rio de Janeiro, ano 6, n.1. 2006

MELLO, G. N. Educação escolar brasileira: o que trouxemos do século XX?


Porto Alegre: Artmed, 2004.

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professores no ensino médio: propostas estruturais e emergenciais.
Recuperado de http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/escassez1.pdf.

NEVES, Mary Yale Rodrigues; SILVA, Edth Seligmann. A dor e a delícia de ser
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Editora da Universidade de São Paulo

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SOUZA, A. N., & LEITE, M. P. (2011). Condições de trabalho e suas


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73302011000400012»https://doi.org/10.1590/S0101-73302011000400012

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