Você está na página 1de 11

Manuel Agostinho Marques Pereira

Síntese da 3a Semana

Tema: Matemática e sua função social

Estudos Contemporâneos em Matemática e Educação Matemática

Licenciatura em ensino de Matemática

3º Ano

Uni Pungue Extensão


Tete
2023
Manuel Agostinho Marques Pereira

Síntese da 3a Semana

Tema: Matemática e sua função social

Estudos Contemporâneos em Matemática e Educação Matemática


Licenciatura em ensino de Matemática
3º Ano

O presente trabalho será apresentado na Faculdade


de Ciências Naturais, no departamento de Ciências
Naturais, no curso de Matemática, na Cadeira de
Estudos contemporâneos em Matemática e
Educação Matemática como requisito parcial de
avaliação.
Tutor: Prof.Doutor: Domingos A. A. Nhampinga

Uni Pungue Extensão


Tete
2023

2
1. INTRODUÇÃO

Num mundo globalizado e competitivo, onde acontecem vários desafios e constantes


mudanças, o domínio da matemática pode, como ciência do racíocinio lógico ajudar a
solucionar os problemas do dia-a-dia. Este trabalho tem como objectivo apresentar um estudo
acerca da importância da matemática para a nossa vida em particular, e para a sociedade em
geral. Para o êxito do estudo, foram realizadas a revisão bibliográfica, o questionário, a
observação e a entrevista. Estes foram tratados na perspectiva do ensino e da utilidade da
matemática em si. Longe de constituir a solução do problema, pretendese com ele, dar um passo
com vista a elevação dos níveis motivacionais dos alunos para um futuro melhor da nossa
sociedade.

1
2. MATEMÁTICA E SUA FUNÇÃO SOCIAL

2.1 Importância da matemática na sociedade contemporânea

Em linhas gerais, o ensino de matemática tem sido tema de muitas reflexões, levando em
consideração o grande avanço da tecnologia e as constantes mudanças culturais e profissionais
frente às diferentes metodologias de ensino. Faz-se necessário, no entanto, adequar as práticas
pedagógicas com a realidade dos alunos, buscando atingir os objetivos do processo de ensino e
aprendizagem e proporcionar situações em que os alunos realmente aprendam, compreendendo os
conhecimentos da disciplina como parte integrante do cotidiano, não somente nos conteúdos
ministrados no ambiente escolar. Nesse sentido, Micotti (1999) destaca que mudanças como essas
exigem preparo e orientação, pois “[...] do contrário, pode-se prejudicar ainda mais o aprendizado,
e assim essas mudanças superficiais ou incompletas podem trazer prejuízos educacionais, tanto
como ocorre com o ensino tradicional (p.161).

Desse modo, é pertinente repensar as práticas pedagógicas e os métodos de ensino mediante o atual
contexto que estamos vivenciando. Torna-se fundamental refletir sobre a práxis profissional,
objetivando absorver novas fontes de conhecimento que contemplem as necessidades reais do
cenário educacional contemporâneo. É importante, assim, salientar a lacuna existente entre o ensino
atual e o ensino tradicional, a qual pode ocasionar conflitos entre alunos e professores, decorrentes
dos métodos tradicionais de ensino, por vezes reduzidos ao processo de memorização de conteúdo.
De tal forma, o ensino acaba se tornando desmotivador para os discentes, que demonstram cada
vez menos interesse em aprender, e assim não conseguem fazer a apropriação do saber, tampouco
aplicar o que estudam em outras situações do cotidiano, por exemplo. Por isso, a ênfase na
importância de se materializar aulas bem planejadas, pois promover uma matemática significativa
não se restringe apenas à habilidade de desenvolver cálculos, treinar a memória ou memorizar
fórmulas e conceitos. Significa desenvolver um ensino de matemática que seja capaz de levar o
aluno a pensar, repensar, analisar, estabelecer relações, justificar e produzir o seu próprio
significado, isto é, criar (Marasini, 2000). Atualmente, muitas práticas nas salas de aula têm sido
pautadas na decoração de textos, na memorização de conceitos e na repetição de informações, tudo
isso tendo como base um único recurso: os livros didáticos.

Muitas vezes, esses são utilizados sem uma prévia análise por parte do professor, gerando um
sentimento descrédito por parte dos alunos que estudam além do conteúdo programado. O livro
didático é um recurso metodológico importante, porém, só ele não basta, e se basear apenas no
mesmo compromete a qualidade do ensino.

2.2 O letramento matemático/estatístico e sua importância na vida social dos


indivíduos

Letramento matemático é a capacidade de formular, empregar e interpretar a Matemática em uma


série de contextos, o que inclui raciocinar matematicamente e utilizar conceitos, procedimentos,
fatos e ferramentas matemáticos para descrever, explicar e prever fenômenos. Isso ajuda os
indivíduos a reconhecer o papel que a Matemática desempenha no mundo e faz com que cidadãos
construtivos, engajados e reflexivos possam fazer julgamentos bem fundamentados e tomar as
decisões necessárias.

Aliado a isso, podemos também conceituar o letramento estatístico, trazendo para o ser humano a
capacidade de analisar e criticar as informações ao qual ele está exposto, baseado no
interrelacionamento das bases de conhecimento (alfabetização, estatística, matemática, contexto /
mundo e crítico).

Por isso, é de fundamental importância para o analista que costumeiramente elabora / apresenta
relatórios o domínio dessas técnicas para apoiar suas crenças e conclusões a cerca dos dados que
ele coleta e/ou minera, caso contrário os resultados poderão ser desastrosos tanto para quem
apresenta quanto para quem lê um resultado.

O letramento matemático refere-se à capacidade de identificar e compreender o papel da


Matemática no mundo moderno, de tal forma a fazer julgamentos bem embasados e a utilizar e
envolver-se com a Matemática, com o objetivo de atender às necessidades do indivíduo no
cumprimento de seu papel de cidadão consciente, crítico e construtivo. O letramento matemático
para o Pisa, portanto, não se limita ao conhecimento da terminologia, dos dados e dos
procedimentos matemáticos, ainda que os inclua, nem tampouco se limita às destrezas para realizar
certas operações e cumprir com certos métodos. As competências matemáticas implicam na
combinação desses elementos para satisfazer as necessidades da vida real dos indivíduos na
sociedade.

2.3 A matemática e resolução dos problemas cotidianos ou da vida real

Para Bruter (1998), Os que ignoram a matemática dão por vezes provas de uma grande ingenuidade
a seu respeito: consideram-na todo-poderosa, capaz de criar de imediato um modelo do fenómeno
que não compreende, de sugerir a experiencia crucial que dará corpo a uma intuição ainda muito
obscura. Os matemáticos são muito mais modestos nas suas ambições e recomendam prudência
com certos ilusionistas que, sucumbindo talvez à magia do seu próprio verbo ornado de termos
matemáticos, impressionam algumas pessoas num auditório crédulo. A matemática aplicada
também não tem um estatuto bem definido.

Vemos muitas vezes o matemático deste ramo como um técnico encarregado de pôr a trabalhar
um motor de uma máquina que conduzirá à solução do problema concebido por um criador de um
modelo. Por sua vez, este matemático pode estar associado à criação do modelo, ou mesmo ser o
seu autor.

Mas, na maioria das vezes, colocado entre o martelo do purista e a bigorna do utilizador, aplica os
métodos elaborados por outros matemáticos puros. Com a formação que tem actualmente, é em
geral especializado no emprego de uma determinada técnica (equações diferenciais, análise
funcional, optimização, estatística).

A matemática tem a virtude de exemplificar certas situações, certos comportamentos, e,


finalmente, mostrar a sua universalidade. Ela contribui para relevar a importância de conceitos
facilmente acessíveis, tais como a estabilidade, a singularidade, a bifurcação, saídos do exame
atendo de situações físicas. São conceitos de natureza dinâmica, em relação directa com a maneira
como se estruturam todos os meios em evolução, quer sejam físicos ou não. 17 A matemática já
não é tão considerada como uma ferramenta de representação explícita e de previsibilidade perfeita,
mas sobretudo como uma ferramenta conceitual. Ela passa por ser o instrumento universal de
inteligibilidade. Esta é uma das suas principais funções.

2.4 Matemática Aplicada como proposta para modelação e interpretação de


fenómenos sociais-económicos

Modelagem Matemática como Proposta Pedagógica ao trabalhar com atividades de Matemática,


muitas vezes os professores resolvem exercícios totalmente desvinculados da realidade do
educando. Normalmente, o professor apresenta o conteúdo, explica e depois passa uma lista de
exercícios repetitivos, os quais são resolvidos pelos alunos por mera repetição, sem ao menos
entender a aplicabilidade dos mesmos. A Modelagem Matemática, usada como estratégia
metodológica nas aulas de matemática, ajuda os alunos a desenvolverem uma forma diferente de
pensar sobre a Matemática, proporcionando uma maneira interessante de aprender os conteúdos
propostos em sala, possibilitando a oportunidade de estudarem assuntos relacionados à sua própria
vivência.

Com isso, os conteúdos são trabalhados de forma contextualizada, valorizando o conhecimento que
os alunos possuem e também os ajudando a desenvolver a capacidade de descobrir, criar, recriar,
ampliar e sistematizar tal conhecimento por meio das atividades que realizam. De acordo com as
Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná, “as
possibilidades de trabalho suscitadas pela modelagem matemática contribuem para a formação do
estudante, de modo que ele alcança um aprendizado mais significativo. Por meio da modelagem
matemática, fenômenos diários, sejam eles físicos, biológicos e sociais, constituem elementos para
análises críticas e compreensões diversas de mundo” (PARANÁ, 2006, p.21-22). Conforme o
mesmo documento, “a Modelagem Matemática tem como pressuposto a problematização de
situações do cotidiano. Ao mesmo tempo em que propõe a valorização do aluno no contexto social,
procura levantar problemas que sugerem questionamentos sobre situações de vida” (PARANÁ,
2008, p.37-38). A aplicação da problematização de situações do cotidiano possibilita aos alunos o
desenvolvimento de capacidades cognitivas, que permitem, entre outras coisas, a tomada de
decisões em processos de resolução de problemas.

Bassanezi afirma que “a Modelagem Matemática utilizada como estratégia de ensinoaprendizagem


é um dos caminhos a ser seguido para tornar um curso de matemática, em qualquer nível, mais
atraente e agradável. Uma modelagem eficiente permite fazer previsão, tomar decisões, explicar e
entender, enfim, 6 participar do mundo real com capacidade de influenciar em suas mudanças”
(BASSANEZI, 2002, p.177).

De fato, uma Modelagem Matemática eficiente permite analisar e explicar um problema e tomar
decisões sobre o mesmo. Coletar informações, formular hipóteses e testá-las, obter modelos e
validá-los (ou não) para determinada situação, além de tornar a matemática escolar mais
interessante, oportuniza ao aluno o processo de reflexão-na-ação. Esta reflexão faz com que o aluno
compreenda a sua ação, reorganize ou aprofunde o seu conhecimento acerca do problema em estudo
e, interagindo os conhecimentos construídos, desenvolve sua competência profissional futura.

Algumas justificativas para a utilização da Modelagem Matemática são enumeradas por Silveira e
Ribas (2004, p.1):

 motivação dos alunos e do próprio professor;

 facilitação da aprendizagem. O conteúdo matemático passa a ter mais significado, deixa de ser
abstrato e passa a ser concreto;

 preparação para a profissão;

 desenvolvimento do raciocínio lógico e dedutivo em geral;

 desenvolvimento do aluno como cidadão crítico e transformador de sua realidade e


 compreensão do papel sócio-cultural da matemática, tornando-a assim, mais importante. Quando
são apresentadas situações problemas ligadas à realidade do aluno, ele aprende com maior
facilidade, pois estará participando ativamente do processo. Logo, ao descobrir uma fórmula usada
para resolver um determinado problema, o desenvolvimento da aprendizagem acontece de uma
forma evidente, atribuindo assim, sentido e significado para o problema e também para a
matemática.

Para Almeida e Borsoi (2004, p.21) “as situações-problema abordadas pelos alunos nas atividades
de modelagem, constituem, de modo geral, um material potencialmente significativo e podem
desencadear a predisposição para aprender”. Tavares afirma que “se o aluno não teve a
oportunidade, durante a sua vida acadêmica, de participar ativamente da elaboração e resolução de
problemas, coletando dados, sugerindo hipóteses, encontrando a solução, este, provavelmente terá
dificuldades para lidar com situações problemáticas de sua atividade profissional” (TAVARES,
1996, p.36). 7 2.2.

Etapas da Modelagem Matemática e o Ensino da Matemática De acordo com Biembengut e Hein


(2005), o processo da Modelagem Matemática divide-se em três etapas, subdivididas em seis sub-
etapas, como segue: 1ª etapa: Interação com o assunto a) reconhecimento da situação problema e
b) familiarização com o assunto a ser modelo-pesquisa. Nesta etapa, a situação a ser estudada será
delineada e para torná-la mais clara deverá ser feita uma pesquisa sobre o assunto escolhido por
meio de livros, revistas especializadas, internet, entrevistas e de dados obtidos junto a especialistas
da área. 2ª etapa: Matematização: a) formulação do problema – hipótese e b) resolução do problema
em termos do modelo. Esta é a fase mais complexa e desafiadora, pois é nela que se dará a tradução
da situação problema para a linguagem matemática. Nela, intuição, criatividade e experiência
acumulada são elementos indispensáveis. Para formular e validar as hipóteses é necessário:

 classificar as informações relevantes e não relevantes, identificando os fatos envolvidos;  decidir


quais os fatores devem ser perseguidos, levantando hipóteses;

 selecionar variações relevantes e constantes envolvidas;

 selecionar símbolos apropriados para essas variações e


 descrever essas relações em termos matemáticos.

Para chegar ao Modelo Matemático são efetuadas várias deduções. Ao final desta etapa, deve-se
obter um conjunto de expressões e fórmulas, ou equações algébricas, ou gráficas, ou
representações, ou programa computacional que levem a solução ou permitam a dedução de uma
solução. Desta forma, o problema passa a ser resolvido com o ferramental matemático que se
dispõe. Isto requererá um 8 conhecimento razoável sobre as entidades matemáticas envolvidas na
formulação do modelo. 3ª etapa: Modelo Matemático: a) interpretação da solução e b) validação
do modelo-avaliação. Para a conclusão e utilização do modelo será necessária uma checagem para
verificar em que nível este se aproxima da situação-problema apresentada. Assim, a interpretação
do modelo deve ser feita por meio de análise das implicações da solução, derivada do modelo que
está sendo investigado, para então, verificar se está adequado, retornando à situação problema
investigada. Para finalizar, é necessário verificar até que ponto o modelo encontrado satisfaz a
situação problematizada. Caso o modelo não atenda às necessidades que o geraram, o processo
deve ser retomado a partir da segunda etapa, reorganizando-a.
3. CONCLUSÃO

Findo a síntese Depois de uma exaustiva análise sobre os vários aspectos que fazem referência ao
ensino e importância da matemática, estamos em condições de concluir o seguinte:

A matemática como todas as outras disciplinas envolvidas num currículo escolar é muito
importante porque o aluno utiliza este conhecimento diariamente, não só na escola mas também
em sua vida particular.

A educação matemática não é apenas aquela aprendida na escola mas sim que o aluno pode adquirir
conhecimento matemático em sua vida quotidiana, e o professor deverá valorizar, este
conhecimento para assim, dar continuação no seu estudo matemático.

Quando dizemos que um aluno é matematicamente bem desenvolvido não significa que ele saiba
resolver simples equações e expressões, mas sim, possa desenvolver o seu raciocínio matemático
posterior, porque o aluno é o foco de todo processo de ensino-aprendizagem, e o professor deve
estimular seu aluno para que ele possa construir o seu conhecimento matemático.

Como vemos não existe um único método infalível para ensinar matemática, é necessário analisar
os alunos, suas competências e habilidades particulares, para então o educador tentar encontrar a
melhor forma de transmitir o conhecimento para seus alunos. Isso não só na matemática, mas em
diversas áreas do conhecimento. As possibilidades da inovação ter tornado o ensino em geral mais
interessante, lúdico e criativo, muitas vezes alunos que antes eram desinteressados em aprender
matemática, pode ver nestas inovações uma influência para se dedicar mais a este estudo. Como
exemplo, podemos citar a geometria, utilizando softwares gráficos, é possível criar figuras e
objectos geométricos, ampliando a visão dos alunos sobre o conteúdo.

Você também pode gostar