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A REGULAÇÃO DE
SINISTROS TEM ALGO EM
COMUM COM A
CIÊNCIA?
Leia sobre isso neste e-book.
Este e-book faz parte da Coleção:
“Aprenda Mais Sobre Seguros”
Escrito, editado e revisado
Por Ricardo A. Cândido
Portugal, Braga
Fev. 2022

2
INTRODUÇÃO
Você conhece o processo de Regulação de
Sinistros? Já ouviu falar em peritagem, apuração de
prejuízos, fixação de valores e indenização? Se for ou
conhece alguém da indústria de seguros muito
provavelmente está familiarizado com estes conceitos. De
qualquer forma hoje em dia no mundo tão globalizado em
que vivemos com certeza já ouviu pelo menos uma frase
na sua vida que contenha a palavra seguro.

O objetivo deste e-book é ajudá-lo a entender um


pouco mais sobre um dos processos mais importantes do
Seguros, ele é tão
importante que, se
bem-feito será a
base para você
renovar ou não sua
Apólice de Seguros com determinada Seguradora. E não
tenho dúvidas de quando escutar, se é que já não escutou
essa frase: “Não gosto dessa Seguradora, no momento de
pagar meu sinistro ficaram enrolando”, ela servirá de norte
3
para você escolher ou não contratar um Seguro. Grande
parte dessa frase pode estar ligada com o processo de
Regulação de Sinistros.

Espero que você goste do conteúdo e que seu


conceito sobre a Regulação de Sinistros passe para outro
patamar acima de “um processo desconhecido” e faça
com que dê mais valor a essa importante etapa do
contrato de Seguros, pois a partir dele é que a sua
Seguradora vai mostrar-lhe a que veio.

Boa leitura!

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O QUE É REGULAÇÃO DE
SINISTROS?
A Regulação de Sinistros é um processo unilateral
que tem início quando um proprietário de uma apólice
seguros, avisa a Seguradora da ocorrência de um evento
que lhe causou prejuízos, e, que busca o ressarcimento
dessa possível
perda, caso tal
esteja amparada
pelo contrato de
seguros celebrado
entre as partes. É unilateral pois o segurado não tem o
poder, habilidades, técnicas e os meios de executar por si
esse processo. Por outro lado, quando ele contrata um
seguro já é calculado no valor das apólices os gastos com
eventuais sinistros a ocorrerem durante a vigência desse
contrato. De forma, que apesar de não providenciar a
Regulação de Sinistros, o Segurado já pagou de antemão
para que ela seja executada caso aconteça um evento no
decorrer da vigência da Apólice.
5
Inicia-se então um da boa-fé” que norteia os
processo de avaliação da contratos de seguros o
ocorrência reportada, a fornecimento de toda
fim de confirmar se tal é informação possível
passível de sobre o risco antes
enquadramento dentro mesmo da celebração da
das condições gerais, Apólice, e, bem como
particulares ou especiais durante a ocorrência de
das apólices. Esse um sinistro, onde temos
processo envolve definitivamente a
primeiramente a materialização do
comprovação da contrato, aquilo pelo qual
ocorrência informada, por ele realmente foi firmado:
meio da apresentação de A liquidação do sinistro
documentos, fotografias, em confronto com as
vídeos e depoimentos a cláusulas contratuais,
serem fornecidos pelo esteja o evento
Segurado por força de amparado ou não
contrato. É dever do amparado pelas
segurado sob o “princípio mesmas.

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Ainda no âmbito da execução e processos da
Regulação de Sinistros é normal a realização de uma
espécie de “perícia básica” efetuada através de um
profissional qualificado para avaliar se a dinâmica do
evento é realisticamente possível. Esse processo
conhecido popularmente como vistoria pode ser
executado de forma presencial (preferencialmente) ou
remota. Espera-se que o profissional que executa este
trabalho seja realmente um “perito” naquele tipo de evento
e possa assim emitir uma opinião técnica sobre tal.

Portanto, na visão das pessoas comuns quando


estão diante de um vistoriador entendem que essa figura
pode avaliar precisamente o evento em consideração, e,
caracterizá-lo ou não. Dentro de um conceito científico é
realmente isso que deveria acontecer, mas, a realidade é
bem diferente da prática. Na maioria das vezes o “perito”
que efetua a vistoria de um sinistro não tem as
qualificações necessárias para apuramento do dano que
foi reportado, e torna-se no fim simplesmente um colhedor
de depoimentos, documentos e fotografo do sinistro, nada
mais. Isso é o que basicamente está acontecendo no
Brasil e em outros países da América Latina.
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As perguntas que surgem são: Podem as vistorias
de sinistros ser delegadas a qualquer pessoa sem o
conhecimento técnico ou pelo menos básico sobre o
evento que analisará? Podemos considerar a Regulação
de Sinistros em todas as suas fases como uma ciência?

Quem deve realizar as vistorias dos sinistros?

Na atual fase do cenário seguros vêm aplicando


mundial estamos meios tecnológicos como
presenciando um grande vistorias remotas por
aumento no uso de aplicativos e uso de
tecnologias remotas para inteligência artificial para
obtenção de resultados detecção de fraudes em
mais rápidos e ainda sinistros. Isto é um
mais econômicos para as avanço sem precedentes
organizações. E o e muito válido, pois
mercado de seguros não objetiva a simplificação e
poderia ficar de fora agilização na resolução
dessas inovações de de sinistros, garantindo a
forma alguma, isso é um satisfação dos segurados
fato! Não atoa muitas e das próprias Cias. de
empresas da indústria de Seguros.
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Todavia, como nem tudo são flores deve-se pesar
o impacto da realização de serviços remotos sobre o
crescente números de sinistros:

➢ Será que todos os eventos podem ser analisados


de forma remota?

➢ Que qualificação possuem os profissionais que


estão realizando as vistorias de forma presencial
ou remota?

➢ Será que os Segurados devem ser acionados para


realizar a vistoria do próprio sinistro mediante o uso
de aplicativos?

➢ Deixar a execução de uma vistoria a cargo do


Segurado não pode induzi-lo de forma indireta a
experimentar algum tipo de fraude?

➢ Em virtude do peso que a vistoria inicial possui


sobre a visão que se terá até o fim da Regulação
do Sinistro, é sábio delegar esse trabalho a uma
pessoa alheia ao setor de seguros?
9
Analisando sinceramente
Regulação “na mão”
essas perguntas fica de qualquer um?
evidente para toda
pessoa razoável e em sã Com as informações
apresentadas até aqui,
consciência que o
pergunte-se:
processo da vistoria deve
ser executado de É viável deixar que a
preferência por um
vistoria de um sinistro
seja executada por
profissional competente,
“qualquer um”? Clique
conhecedor de sinistros
na imagem, assista o
ou pelo menos, habilitado vídeo e pense no
para apurar o tipo de assunto:
prejuízo do qual foi
designado para avaliar.

O que tem acontecido lamentavelmente, é que


muitas empresas atuantes na área da Regulação de
Sinistros tem deixado essa parte do trabalho a cargo de
pessoas cada vez menos qualificadas, e, que nada
entendem da indústria de seguros. E o mais grave nisso é
que as Seguradoras que deveriam ser as maiores
interessadas na qualidade do trabalho, pelo menos, na
América Latina não ligam para o modo como os serviços
10
estão sendo efetuados pelos seus parceiros. Quando
muito simplesmente reclamam quando ocorre uma
vistoria em que faltam elementos que elas julgam
necessários para concluir o processo. Passasse a
impressão: Desde que não haja nada de negativo que
venha a atrapalhar o curso do processo, não importa
quem fez a vistoria, tanto faz se é uma pessoa qualificada
ou não, o importante é dar certo no final!

Isso é uma realidade, e, muitas empresas do setor


de sinistros torcem o nariz quando se aborda esse tema.
Alegam que é uma tendência do mercado; que as
Seguradoras não reconhecem o trabalho; que os
honorários para Regulação dos Sinistros são defasados;
que é uma utopia tentar trabalhar somente com pessoas
qualificadas pois o custo é muito mais alto. E de certa
forma, sinceramente, há razão dessas empresas em
apresentar essas justificativas! O que se precisa então é
a busca de uma solução adequada, um consenso entre as
Seguradoras e as Empresas Prestadoras de Serviços de
Peritagem.

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O que não pode acontecer é o processo de
Regulação de Sinistros continuar sendo delegado a
pessoas que não conhecem do tema e não tem nenhuma
qualificação técnica ou experiencia profissional que lhes
sirva de fundamento para avaliar um evento reclamado.
Insisto nisso pois o objetivo é dar a máxima proteção
jurídica tanto ao Segurado quanto ao Segurador na
relação de consumo existente entre esses dois atores.

Para além do Segurado e da Seguradora, o


vistoriador também é responsável pelo sinistro e pode
inclusive responder juridicamente por sua atuação. Repito
é necessário que haja equilíbrio entre a remuneração das
Empresas Prestadoras de Serviço e a qualificação dos
eventuais peritos ou vistoriadores, e tudo isso parte em
princípio das Cias. de Seguros, pois são elas que ditam
os valores e que “leiloam” os serviços. Este meio termo
pode ser alcançado a partir do modo como todos os
agentes envolvidos encaram a Regulação de Sinistros.

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ENCARAR A REGULAÇÃO
DE SINISTROS COMO
CIÊNCIA?
Talvez esteja pensando: “Entendi a importância da
Regulação de Sinistros na seção anterior, compreendi
que é um processo
muito delicado e que
as vistorias não
devem ser feitas por
qualquer um, mas, agora dizer que ela é uma Ciência, aí
já é demais, acho que o autor está viajando na maionese”.
Será? Vamos analisar juntos o assunto com mente aberta.

O que torna um processo ou modo de fazer algo,


científico? Explanando de uma forma bem básica; para
alguma atividade ou processo ser considerado científico é
necessário que se possua três fatores elementares, são
eles:

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• Objeto de estudo: Os elementos ou sujeitos do
processo de estudo;

• Método: Os dois principais métodos são o Indutivo


ou Dedutivo;

• Função: Finalidade que se quer atingir, o que se


quer provar com a aplicação do método e estudo
dos elementos do processo.

Só lembrando que essa é uma explanação básica,


sabemos que a ciência envolve muito mais do que isso,
mas, para os fins de análise do tema que estamos
abordando essa definição simplista e sem pretensões
acadêmicas é o suficiente para seguirmos adiante.

Aplicando na Regulação de Sinistros os três fatores


acima apresentados como necessários para existir um
método científico, podemos classificar a atividade
averiguação dos sinistros como uma ciência, embora bem
rudimentar, mas, sim é uma ciência básica, ou pelo menos
depende da ciência, ora vejamos porque:

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“OBJETOS DE ESTUDO”
DA REGULAÇÃO DE
SINISTROS
A Regulação de Sinistros possui
pelo menos 7 objetos ou elementos
que carecem de análise e estudos
constantes:

1. Seguro: O que é seguro? Qual


o objetivo do Seguro? Como se
desenvolveu e chegou a ser como o
conhecemos? Os anseios dos
Segurados são atendidos? Quais os
tipos de Seguros existentes? Podem
ser criados novos produtos que
atendam às necessidades das
pessoas? Qual o papel social
desempenham os Seguros? Como os
Seguros afetam a população em geral?
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2. Seguradoras: O que buscam? Que
importância dão aos Clientes, Colaboradores e
Parceiros? Qual a estrutura e dimensão para
uma Seguradora existir? Qual relacionamento
mantém com a sociedade em geral? Que visão
tem sobre o processo de Regulação de
Sinistros? Qual a função social que as
Seguradoras estão desempenhando?

3. Sinistro: Quais os fatores causam um sinistro?


O que é sinistro? Quais são os agentes de um
processo de sinistro? Que impactos os sinistros
causam sobre as Seguradoras, Segurados e
Corretores de Seguros? Que impactos os
sinistros causam na sociedade como um todo?
Que função social os sinistros atendem?

4. Segurado: Qual o perfil do Segurado? Que tipo


de pessoa é mais propensa a contratar um
Seguro? Por que as pessoas contratam um
Seguro? Qual a responsabilidade do Segurado
no contrato de Seguros? Como o Segurado
pode contribuir para o bom relacionamento com
16
a Seguradora? Que conduta o Segurado deve
adotar no momento de um sinistro? O que o
Segurado busca obter com a abertura de um
sinistro?

5. Fraude: O que é fraude de seguro? O que


motiva alguém a praticar uma fraude? Qual o
impacto das fraudes da indústria de seguros
sobre a sociedade? Como as fraudes afetam o
valor dos seguros? Quais métodos e controles
de fraudes existentes que atendem à demanda
do mercado segurador? Quais os tipos de
fraudes existentes? A fraude nos Seguros são
um meio de Branqueamento de Capitais
(Lavagem de Dinheiro) e Financiamento do
Terrorismo?

6. Fraudador: Quais as características do


fraudador? O que é um fraudador ocasional?
Existem fraudadores de seguros organizados?
Como atuam os fraudadores? O que os
fraudadores buscam? Que fatores podem
contribuir para uma pessoa deixar de fraudar o
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seguro? Quais fatores contribuem para uma
pessoa se tornar um fraudador?

7. Corretor de Seguros: Qual a função do


Corretor de Seguros? Que papel desempenha
na relação entre Segurado e Seguradora? Que
papel pode desempenhar no combate à fraude
em sinistros? Tem conhecimento da função
social e impacto de sua profissão? Quem é mais
importante para o Corretor: Segurado ou
Seguradora? Como o Corretor encara os
processos de sinistro?

Analisando os objetos de estudo elencados


anteriormente observamos sem dúvida nenhuma que a
Indústria de Seguros nos leva a muitas reflexões sobre
tais, e, que o estudo dos impactos dessa atividade sobre
cada um de nós é essencial não só para entender o
funcionamento, os mecanismos, mas, sobre como esse
setor tem uma função muito superior, muito além da
simplista relação: empresa-consumidor! Sim os Seguros
vão muito além disso!

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“MÉTODOS” DA
REGULAÇÃO DE
SINISTROS
A Regulação de Sinistros é um processo cujo
método de aplicação pode ser:

a) INDUTIVO: é um método onde ocorre a análise


de informações para formular uma teoria que
pode se tornar verdadeira ou não, parte-se de
uma premissa menor para uma maior. No
processo de Regulação de Sinistros contamos
com uma espécie de indução básica quando
tomamos as seguintes ações elementares:
19
Na Coleta de informações, os dados para estudo
e observação dos sinistros são obtidos das seguintes
formas:

➢ no momento do aviso de sinistro;

➢ com a realização da vistoria;

➢ com os depoimentos do segurado, corretor e


de terceiros;

➢ através da observação e relatos do perito ou


vistoriador.

➢ Documentos inerentes ao sinistro


apresentados.

Reunião, após a coleta das informações o


Regulador de Sinistros efetua o segundo passo da
premissa indutiva que é a organização sistemática e
racional de todos os dados recolhidos sobre o sinistro em
observação. Nessa etapa juntam-se ao processo todos os
documentos necessários que ajudam no estudo e

20
formulação da apuração dos prejuízos. Entre estes
documentos podemos citar: O Aviso de Sinistro; Ata de
Vistoria; Relatório Preliminar; Laudos Técnicos,
Orçamentos, etc.

Em posse dos dados coletados e das informações


devidamente reunidas o Regulador parte para o
levantamento das Hipóteses, que é análise real dos
dados recolhidos. As informações demonstram que o
sinistro é real? Existe base para o indeferimento do
processo de sinistro? A ocorrência relatada tem nexo com
a realidade? Que ações o Segurado poderia ter tomado
para minorar o prejuízo? Por que não o fez? A Seguradora
apresenta instruções claras sobre os procedimentos em
caso de sinistros?

O objetivo destes três passos do método indutivo é


obter a comprovação da veracidade do evento e aplicar o
contrato de seguros de forma correta e legal. O exercício
sistêmico desses três passos leva o Regulador a
Experimentação de métodos diferentes ao conduzir os
processos de sinistros, e com os dados levantados ele
terá condições de experimentar as soluções mais práticas
21
em processos e análises futuras para determinar com
maior precisão o que funciona ou não, e quais ações
devem ser tomadas para cada tipo de situação
apresentada por eventos similares. Cumprem-se assim os
4 passos básicos do método científico indutivo.

b) DEDUTIVO: É um método que parte de uma


premissa maior para uma menor, mais
específica ou singular. A Regulação de um
Sinistro pode partir de uma premissa geral para
uma conclusão especifica sobre uma ocorrência
em análise. Exemplo:

Premissa 1: Um evento de Queda de Raios foi


reportado e constatou-se que chovia muito no momento
da ocorrência inclusive com raios e trovões, e percebeu-
se variações de energia no imóvel e após tal fato
equipamentos pararam de funcionar. A Generalidade está
em que geralmente sinistros de Queda de Raios e Danos
Elétricos produzem o mesmo efeito e os danos são
causados por fatores similares.

22
Premissa 2: Ao vistoriar o local do evento
participado não foram encontradas evidências de queda
de raios em todo o seu perímetro. A análise do local leva
a constatação da causa e assim se chega à conclusão se
a premissa 1 é verdadeira ou não.

Premissa 3: Em virtude da ausência de vestígios


de Queda de Raios o sinistro foi caracterizado como
Danos Elétricos. Chega-se à conclusão com base na
análise efetuada na premissa 2 que não ocorreu um
sinistro de Queda de Raios no local segurado.

O método dedutivo apesar de simplificar e ir direto


ao ponto em certas circunstâncias e ajudar na rápida
elucidação dos sinistros – vemos uma maior
aplicabilidade desse método em vistorias remotas – deve
ser praticado com cuidado, pois na premissa apresentada
no exemplo anterior, apesar de não ser constatada a
Queda de Raios, isso não significa que automaticamente
o sinistro poderia ser definido como Danos Elétricos, pois
ainda carece-se de dados que vão comprovar se esse
enquadramento é válido ou não, pois existem muitas
variáveis possíveis, como por exemplo: Os equipamentos
23
reclamados apresentam danos característicos e que vão
de encontro com o previsto na Condições das Coberturas
Adicionais? Será que eles são realmente do Segurado?
São equipamentos muito antigos e em desuso há muitos
danos? O evento pode estar sendo utilizado para a prática
de uma fraude? E poderíamos ir teorizando com outras
perguntas até chegar à conclusão definitiva de que
realmente estamos diante de um sinistro verdadeiro e que
tal estaria amparado dentro da garantia de Danos
Elétricos. Para saber mais sobre sinistros de Danos
Elétricos e Queda de Raios recomenda a Leitura do
Manual da Regulação de Sinistros Property que pode ser
acessado nos links constantes neste ebook.

c) EMPÍRICO: É o método baseado na


experiência vivida no dia a dia sem aplicação
direta de teorias cientificas. No contexto da
Regulação de Sinistros podemos referi-la como
empírica quando o perito com base em sua
experiencia de anos lidando com situações
similares define as causas e as conclusões
sobre o evento analisado sem a necessidade de
ficar apoiando suas decisões em argumentos
24
técnicos e científicos que os justifiquem. Isso
ocorre de forma corriqueira especialmente em
sinistro de pequenos valores os quais não se
necessita de tanta burocracia para sua
resolução, e muitos desses eventos menores
são tratados hoje em dia de forma remota
devido a sua fácil conclusão. Abre-se apenas
um parêntese nesse tipo de método: deve-se
ficar atento a repetição de sinistros menores
pelo mesmo Segurado durante a vigência de
uma apólice, isso pode ser indicativo de fraude.
A experiência obtida com o empirismo também
ajudará o perito veterano a ficar atento a esse
tipo de situação.

d) LÓGICO: Podemos atribuir de forma simplista


que o método lógico tem a ver com: Como é que
cada dúvida da redação científica deve ser
respondida com base na lógica da ciência
complementada por conceitos de comunicação.
O método inclui uma sequência de rotinas que
permitem ao cientista melhorar seu aprendizado
sobre ciência e redação científica, bem como
25
construir seu texto (TCC, Tese, Dissertação ou
artigo).

Aplicando-se esse conceito a Regulação de


Sinistros pode-se dizer que através da redação dos textos
dos Relatórios, Atas de Vistorias, Preliminares e Finais
devem responder de forma lógica e com base nas
Condições Gerais, Especiais e Particulares do Seguro
todas as dúvidas relacionadas ao evento em análise, o
fazendo de uma forma organizada e direta. Estes
documentos devem ser redigidos com o maior cuidado e
rigor possíveis. O perito que nesse contexto seria o
“cientista” deve sempre realizar antes de apresentar suas
conclusões uma análise critica e independente do
conteúdo de seus relatórios e perguntar a si mesmo:

• O que eu escrevi está fácil de entender?

• Será que outra pessoa ao ler compreende


de forma simples o que estou relatando?

• A explicação esclarece em ordem lógica


todos os fatos e apurações?

26
Assim como na ciência as vezes é preciso
complementar a sua redação com outros elementos que
ajudem na comunicação assertiva, como por exemplo a
inclusão de fotos com legendas, gráficos, planilhas,
croquis, vídeos, citações das cláusulas do seguro que dão
amparo técnico ou base para indeferimento do processo.

e) MULTIDISCIPLINAR: A Regulação de Sinistros


é uma atividade multidisciplinar pois, pode
reunir várias disciplinas em busca de um
objetivo comum.

Além disso, ela também exige do profissional que


este tenha uma boa noção de diversas disciplinas e temas
variados para poder realizar as vistorias de sinistros com
técnica e qualidade. Não é uma exigência que os
vistoriadores – digo especialmente no mercado brasileiro
– tenham um diploma específico de determinada área,
mas espera-se que pelo menos tenham um entendimento
básico do trabalho que estão efetuando.

O vistoriador de sinistros que atua como os olhos


da Seguradora no momento da vistoria e apuração inicial
27
dos prejuízos para além de conhecer diversos ramos de
danos com o objetivo de conduzir a vistoria com
segurança, também deve demonstrar uma postura
mediadora, neutra e imparcial.
No processo de Regulação de Sinistros a depender
do seu grau de complexidade este poderá reunir diversas
áreas do conhecimento dentro de uma ocorrência
especifica onde tudo estará interligado, por exemplo: um
sinistro complexo de incêndio em uma indústria de grande
porte, pode exigir conhecimentos específicos de
Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Contabilidade,
Investigação Criminal, etc. Todas essas disciplinas
reunidas têm como objetivo final determinar causas,
apurar prejuízos e confirmar a veracidade da ocorrência e
sua real dimensão. Logo falo novamente: A Regulação de
Sinistros não é um processo simplista que deve ser
delegado a qualquer um, exige conhecimento, técnica e
aptidão.

28
“FUNÇÃO” DA
REGULAÇÃO DE
SINISTROS
E fechando os fatores elementares para que uma
atividade possa ser considerada um “método científico”,
vamos falar sobre a função da Regulação de Sinistros:
Controle e Prevenção de Sinistros.

Quando um sinistro é aberto inicia-se um rápido


processo de averiguação e confirmação de sua
veracidade que tem como pontapé inicial a realização da
vistoria no local do
sinistro. Nesse ponto,
de forma totalmente
imparcial e neutra o
perito ou vistoriador analisará a reclamação apresentada
afim de confirmar se a procedência do pedido é realmente
legitima em seu todo, observando com extremo cuidado a
origem, a causa e as consequências do evento; entra em
29
cena umas das principais funções da Regulação de
Sinistros: Controlar e Prevenir Sinistros, mas o que
significa isso?

Ao referirmo-nos a Regulação de Sinistros como


atividade de Controle e Prevenção de Sinistros a princípio
pode parecer estranho, afinal, o Regulador só é acionado
após o sinistro. Sim isso é verdade, mas a atuação desse
profissional ajuda na mitigação de fraudes e de novos
sinistros como veremos a seguir.

Inibe Fraudes. A presença de um


perito no local dos sinistros pode ajudar na
inibição de tentativas de fraudes.
Especialmente quando ocorrem
reclamações sistemáticas de eventos de
pequeno prejuízo com o mesmo segurado.
Quando o fraudador não é “profissional” ele
sentirá receio ao saber que sua reclamação
será encaminhada para análise de um profissional que
averiguará detalhadamente a ocorrência reportada.

30
Previne Sinistros Futuros. Sim, ao ser executada
uma vistoria com qualidade o vistoriador analisa de forma
geral o risco e tem nesse momento a oportunidade de
determinar se há possibilidade de ocorrências de sinistros
futuros, e no momento da inspeção pode
orientar o segurado sobre eventuais
melhorias que ele poderá fazer no risco
para evitar prejuízos futuros para si
próprio e para a Seguradora. Ao mesmo
tempo o perito informa a Seguradora
sobre o estado geral do risco para que essa também faça
uma análise em futuras renovações com a finalidade de
determinar se o mesmo é realmente viável ou não.

“Indenizar” Sinistros Verdadeiros. Quando se


fala na Regulação de Sinistros muitos Segurados torcem
o nariz, acham que a Seguradora está duvidando de sua
palavra, que o objetivo é dificultar, protelar a indenização
e fazer com que cheguem a desistir da reclamação. Ao
contrário disso a finalidade da Regulação é de atuar no
sentido de indenizar os sinistros verazes. Essa atividade
é imparcial e de função também mediadora de conflitos
entre Segurado e Seguradora, muitas vezes. O perito
31
qualificado realiza seus atendimentos de forma totalmente
neutra e imparcial com o único objetivo de estabelecer a
verdade doa a quem doer, depois cabem as partes
realizar suas justificativas que
comprovem materialmente e sem
vestígios de dúvidas aquilo que
pleiteiam. A postura neutra e imparcial
ajudará o vistoriador a não tomar
partido nenhum do lado A ou B de uma
ocorrência. No começo da “história” da Regulação de
Sinistros eram utilizados sacerdotes para realização das
peritagens por se acreditar na conduta “santa”, imparcial
e da confiança que esses homens granjeavam na
comunidade1.

Possivelmente após a leitura deste ebook deve ter


percebido que a Regulação de Sinistros é um trabalho
metódico, que exige bons conhecimentos e técnica por
parte daqueles que a ela se dedicam. Deve ter concluído
também que a parte inicial desse trabalho que são as
vistorias, inspeções, averiguações ou como seja chamado

1
https://www.cnpr.pt/historial/
32
onde você mora, tem de ser feitas por pessoas
qualificadas, pois só assim se garante a correta avaliação,
apuração e liquidação adequada dos sinistros, o que é
bom para todos! Ficou claro que os Vistoriadores de
Sinistros, Peritos e Inspetores não podem ser simples,
“tiradores de fotografias”. Sendo assim, os profissionais
que se dedicam a essa atividade devem ser mais bem
reconhecidos pelas Seguradoras, Corretores de Seguros
e Segurados.

A atividade da Regulação de Sinistros exige


dedicação, técnica, qualificação e acima de tudo isso,
amor e aptidão para o trabalho, podem faltar todas as
outras qualificadoras anteriores, mas, se existir essas
últimas as demais se ganhará com a experiência, por isso
valorize a Regulação de Sinistros que pode sim ser
considerada um tipo de ciência!

33
APRENDA MAIS SOBRE A
REGULAÇÃO DE
SINISTROS
E agora? Se tornar um PROFISSIONAL
ALTAMENTE QUALIFICADO, que será sempre
requisitado e com muitos trabalhos, depende apenas de
você, o que fará?

O conteúdo deste e-book despertou em você o


sentimento de que pode mudar, que pode agir e quebrar
o paradigma da mesmice, e utilizar seu conhecimento e
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34
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qualidade e de pronto atendimento, para isso é necessário
treinar pelo menos 1 vistoriador em cada cidade brasileira,
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36
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com o texto abaixo:

“O hábito de olhar para tudo de forma construtiva, a


partir do lado brilhante e esperançoso, do lado da fé e da
segurança, em vez de sob uma perspectiva de dúvida e incerteza;
e o hábito de acreditar que o melhor vai acontecer, que o correto
vai triunfar; a fé de que a verdade está prestes a vencer o erro,
que a harmonia e a saúde são a realidade, e a discórdia e a
doença são a ausência temporária destas – esta é a atitude do
otimista, que vai acabar por reformar o mundo. ” Dale
Carnegie, no livro: Como ter uma vida mais rica e influenciar
pessoas.

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFCAS
Para produzir o conteúdo deste e-book além de meus
conhecimentos e experiência utilizei como fonte de
pesquisa os sites abaixo, convido você a conferi-los.

➢ https://www.significados.com.br/ciencia/, acessado
em 11/02/2022;

➢ https://www.todamateria.com.br/metodo-indutivo/,
acessado em 11/02/2022;

➢ https://www.todamateria.com.br/metodo-dedutivo/,
acessado em 16/02/2022;

➢ https://www.prp.unicamp.br/es/node/1290,
acessado em 16/02/2022;

➢ https://www.significados.com.br/multidisciplinar/,
acessado em 21/02/2022.

➢ Toda as imagens utilizadas foram obtidas através


da conta gratuita no site:
https://br.freepik.com/home

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