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Trabalho Seguros

O conceito de risco

Na linguagem corrente e ordinária, a definição de risco é conexa à noção de perigo, de uma


inconveniência, sendo que o termo “risco” possui diversas interpretações nas diversas áreas do
saber. Em termos científicos, diz respeito à probabilidade de eventos adversos. Em estatística,
representa a variação de resultados. Na saúde, relaciona-se à possibilidade de danos. Em
acidentes de trabalho, indica a exposição a perigos. No âmbito contratual, está ligado à
incerteza de eventos futuros. A minuciosa análise desses contextos permite compreender a
complexidade e nuances associadas ao conceito de risco

No âmbito dos Seguros, tal conceito adquire um sentido próprio que de pode expressar desta
forma: A possibilidade de verificação de certo evento contra a vontade dos intervenientes do
Contrato de Seguro, sendo aleatório, futuro, casual, fortuito, involuntário, acarretando
consequências nefastas no âmbito de resultados económicos e sociais.

Pode-se definir igualmente, no contexto de Seguros, como o acervo de situações que são
cobertas pelo Contrato de Seguro, possuindo uma homogeneidade de características.

O risco é conexo de forma explícita com a variável de probabilidade de ocorrência de um


acontecimento, caracterizado pela inexistência absoluta de emoção e de envolvimento mental
do seu feitor, tal factualidade leva a que classifiquemos o risco como sendo objetivo. Para que
o risco possua uma certa subjetividade, o risco não pode depender unicamente da
probabilidade de ocorrência de um evento, mas como também, do envolvimento mental do
seu protagonista, da manifestação expressa do receio de sinistro como se, ele próprio,
estivesse a presenciar estas situações.

A palavra risco igualmente é usada nas Tarifas, no âmbito classificatório de certos riscos, tal
como por exemplo, num incêndio quando se qualifica um risco de risco simples.

É igualmente importante saber e ter presente a definição de dois conceitos diretamente


associados ao risco, uma diz respeito ao sinistro e a outra diz respeito ao acidente.

Relativamente ao sinistro, cumpre realçar que este é definido como a realização total ou parcial
do risco, ou seja, do evento apto a fazer funcionar o próprio Seguro, isto é, permite acionar as
garantias contratuais, permitindo o pagamento de uma indemnização.

No que toca ao acidente, este é qualificado como um acontecimento fortuito, imprevisível,


súbito e fora do normal, decorrente de uma causa externa e estranha, violenta e não
dependente da vontade da pessoa.

AS CARACTERÍSTICAS DO RISCO

O risco é:

- Aleatório, contando que os eventos podem ou não acontecer;

-Possível, na medida em que se um evento for impossível, não poderá haver risco.

- Futuro, visto que a sua realização não se pode verificar no passado.

- Casual, na medida em a sua verificação é sempre alheia à vontade humana.

- Danoso, porque a ocorrência do evento deve sempre acarretar danos


OS PRESSUPOSTOS DO RISCO

O risco tem de observar um conjunto de pressupostos, nomeadamente:

- O risco tem de ser acidental, visto que este não pode ser intencionalmente provocado pelos
intervenientes no Seguro;

- O risco tem de ser quantificável, para que se possa ter um conhecimento acerca do montante
a ser efetivamente ressarcido e indemnizado;

- O risco tem de ser lícito, na medida em que tem de cumprir com os requisitos da ordem
pública e da boa moralidade, tendo que estar em conformidade com a legislação em vigor;

- O risco tem de ser mensurável, de forma a permitir uma correta medição e para que este seja
tarifado da melhor forma;

- O risco tem de ser concreto, visto que tem de se ter um conhecimento efetivo e delimitado do
risco;

- O risco não pode ser simultâneo, de forma a que não seja possível, que todos ou a maior
parte dos Tomadores de Seguro, sofram danos pela mesma causa e ao mesmo tempo;

- O risco tem de ser previsível, na medida em que este assenta num experimento suficiente
para se proceder a uma previsão, com uma mínima margem de erro, do modo como este se
comporta e evolui no futuro.

APLICAÇÃO DA REGRA DA PROPORCIONALIDADE

A regra da proporcionalidade, expressa no artigo 1341 da Lei do Contrato de Seguro relativo ao


Subseguro, é aplicável em todas as situações em que, ao efetuar-se uma liquidação de um
sinistro de bens materiais, o capital seguro é inferior ao seu valor real.

A indemnização a ser liquidada é calculada de forma proporcional que incide sobre a diferença
entre valor seguro e o valor real, com base na fórmula que incide sobre os seguintes valores2:
(valor seguro x valor dano / valor real).

Após o pagamento de uma indemnização parcial de bens materiais ao tomador por verificação
de um sinistro, o capital seguro sofre uma redução da quantia liquidada.

Nesta hipótese, é relevante que tomador efetue a reposição do capital em falta até ao próximo
vencimento contratual, pagando assim o respetivo prémio proporcional, incorrendo, na
eventualidade de novo sinistro, à sujeição de aplicação da regra proporcional.

1
Artigo 134 LCS- “Salvo convenção em contrário, se o capital seguro for inferior ao valor do objeto
seguro, o segurador só responde pelo dano na respetiva proporção.”
2
Valor seguro- é a quantia máxima que o segurador irá pagar na ocorrência do sinistro
Valor real- diz respeito ao valor de mercado que o bem seguro possui
Valor dano- corresponde ao prejuízo que é recai sobre o bem seguro, pelo que a seguradora tem de
indemnizar o segurado por referências a este valor, até ao limite máximo correspondente ao valor
seguro
A GESTÃO DO RISCO

O Seguro possui duas ferramentas para gerir o risco. A primeira diz respeito à dispersão do
risco e que se afigura no recurso ao Resseguro e Co-Seguro. Estas figuras dizem respeito à
pluralidade de partes, funcionando como mecanismos de repartição do risco e respetivas
distribuição de responsabilidades por diversas entidades, tal como o Regulamento 267/2010 da
União Europeia.3

O Resseguro- art.73 e ss diz respeito à repartição do risco pelas Resseguradoras, mesmo nos
casos em que só exista um só contrato entre a Empresa de Seguros e o Tomador. O resseguro é
comummente designado de seguro do seguro, sendo realizado através de Tratados
Proporcionais e Não-Proporcionais, sendo praticado para evitar que um sinistro vultoso ou um
acervo invulgar de sinistros possam abalar o corpo financeiro de uma empresa de seguros,
prejudicando a sua solvabilidade. Esta empresa endossa e transfere a outras Resseguradoras as
responsabilidades que excedam as que entende dever ou poder suportar por si só e que
tecnicamente se denominam por Pleno de Retenção4.

Co-seguro

O co-seguro diz respeito á repartição e partilha do risco pelas várias empresas de seguros
quando se verificado presença de um risco comum para as empresas de seguros, constituindo
uma solução para reduzir o risco na medida segundo qual, cada uma das seguradoras assume a
responsabilidade relativa a uma parte da quantia. Uma destas empresas apresenta-se com o
líder tendo a competência de emissão de apólice (sendo apenas uma só apólice no qual o risco
e o capital são objeto de partilha entre as várias empresas), cobrando os prémios e
procedendo a regularização de sinistros.

Estende-se a todo tipo de modalidades de Seguro, pelo que quando o risco começa a
intensificar-se na sua magnitude e elementos é nesse momento que a necessidade do seguro é
maior.

3
Regulamento 267/2010 da Comissão (24-03-2010) p.2 ponto 9 [Consult. 15 Jan 2024] “A colaboração
entre seguradoras ou no âmbito de associações de empresas para efeitos de compilação da informação
necessária (que pode igualmente implicar alguns apuramentos estatísticos) para o cálculo do custo
médio inerente à cobertura anterior de um risco específico ou, em relação ao seguro de vida, de tabelas
das taxas de mortalidade ou de frequência de doença, acidente e invalidez permite melhorar o
conhecimento desses riscos e facilita a sua avaliação pelas diferentes companhias”

4
“Parte do capital seguro relativo a um dado risco que a empresa de seguros ou de resseguros conserva
exclusivamente a seu cargo, sendo a diferença ressegurada ou retrocedida.”-
https://www.pauloseguros.pt/pt/glossario.php.
Tal como o Regulamento 267/2010 da União Europeia relativo à aplicação do artigo 101/35, do
Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia a certas categorias de acordos, decisões e
práticas concertadas no sector dos seguros, tal como refere Comissão Europeia neste âmbito6.

Outra via passa pela obrigação que o Tomador de seguro assume perante a Seguradora, no
qual consiste no pagamento de uma certa quantia que se denomina de prémio.

Para o cálculo deste valor ou seja do prémio de um seguro tem-se por referência a respetiva
tarifa, sendo esta formada por um conjunto de tabelas de taxas ou de prémios, que vão além
de um acervo de normas relativas a um certo ramo ou modalidade do Seguro. A taxa é variável,
estabelecendo-se em termos percentuais ou por permilagem, sendo estes valores
multiplicados pelo capital e segundo o qual o produto é o prémio. O prémio pode ser
conseguido de acordo com diversas denominações conforme os valores que o determinam,
pelo que temos:

O prémio total diz respeito ao montante que tem que ser efetivamente pago pelo tomador de
seguro, pelo que tá o montante resulta do prémio bruto acrescido das cargas fiscais e para
fiscais.

Prémio bruto dos respeito de um prémio comercial no qual se somam todos encargos relativos
à emissão do próprio contrato, cargas de fracionamento, certificados de seguro custos da
apólice, atas adicionais.

Prémio técnico anteriormente era denominado por prémio simples ou puro, dizendo respeito
ao montante correspondente ao risco que efetivamente é objeto de transferência ou seja é a
importância necessária para fazer frente associativas indenizações a serem pagas ou os
respetivos lesados como consequência da materialização do risco.

O prémio comercial corresponde há quantia do prémio técnico e no qual se acrescenta os


custos inerentes à gestão do contrato tais como despesas de aquisição, cobrança e gestão.
Podemos constatar que as empresas de seguros podem dedicar-se a exploração de produtos
com elementos unicamente financeiros.

Desta forma às contas que são entregues para suportar esses mesmos produtos designam-se
de prestação.

Por outro lado verifica se a necessidade de fazer uma abordagem a um outro conjunto de
definições e conceitos que, explicar e implicitamente estão relacionados com a definição base
de prémio

5
Artigo 101/3 TFUE – “As disposições no n° 1 podem, todavia, ser declaradas inaplicáveis:
— a qualquer acordo, ou categoria de acordos, entre empresas,
— a qualquer decisão, ou categoria de decisões, de associações de empresas, e a qualquer prática
concertada, ou categoria de práticas concertadas, que contribuam para melhorar a produção ou a
distribuição dos produtos ou para promover o progresso técnico ou económico, contanto que aos
utilizadores se reserve uma parte equitativa do lucro daí resultante, e que:
a)Não imponham às empresas em causa quaisquer restrições que não sejam indispensáveis à
consecução desses objetivos;
b)Nem deem a essas empresas a possibilidade de eliminar a concorrência relativamente a uma parte
substancial dos produtos em causa.”
6
Prémio variável é designação que é usada para identificação do prémio que os fila de acordo
com os capitais seguros igualmente usada pelo seguro de acidentes de trabalho a prémio
variável ou de folha de férias.

O prémio provisório diz respeito à quantia que é liquidada no momento da concretização do


seguro a prémio variável e que é objeto de ajuste

Prémio único é aquele que é pago uma única vez no final da anuidade.

Verifica-se no âmbito dois seguros de vida particularmente da renda vitalícia imediata que um
conjunto com os temporários dos ramos na vida é pago sempre a prémio único

Prémio mínimo é a quantia mínima que é estabelecida para cada modalidade seguro.

Indexado é aquilo que aumenta em função de uma alteração dos capitais seguros de acordo
com uma taxa preliminarmente estabelecida

Prémio fixo, é o valor respeitante à quantia do prémio que permanece constante esta definição
é usadas também no seguro de acidentes de trabalho a prémio fixo.

Sobre o prémio é o valor que se acrescenta ao primo técnico que se deve por causa do
alargamento da funcionalidade do seguro nomeadamente os riscos, que segundo as Condições
Gerais tinham que ser excluídos ou pela integração de coberturas complementares.

Prémio pro rata temporis- montante do prémio que é calculado na proporção temporal que
falta para o vencimento da Apólice.

Agravamento- tecnicamente denominada por malus, diz respeito ao aumento do prémio


técnico, nomeadamente Nos casos por excesso de sinistralidade.- corrigir

O Bónus, diz respeito à atenção inerente ao valor do prémio técnico, sendo uma política
compensatória pela ausência de sinistros, constituindo um incentivo à prevenção

Cargas de fracionamento diz respeito à taxa percentual aplicada ao prémio técnico Nos casos
em que este é pago em frações.

O estorno, é a quantia que é devolvida ao tomador de seguro respeitante a uma parte do


prémio que este já tinha pago à Seguradora.

Da franquia que surge por via do estabelecimento de uma cláusula no contrato seguro segundo
qual a seguradora e o tomador de seguro tem possibilidade de numa situação de sinistro uma
parte dos prejuízos possam ficar a responsabilidade do tomador de seguro e/ou da pessoa
segura. Tal mecanismo é designado de franquia

A franquia permite ao tomador de seguro acarretar um prémio mais reduzido visto que uma
porção do risco fica na sua responsabilidade e para a seguradora a presença dos franquias
perfeitos numa a continuação dos cursos administrativos.

Desta forma há em números pequenos sinistros que não são objeto de participação vidro ou
facto do seu custo ser menor que a franquia

A franquia ainda é eficaz em termos preventivos, visto que, tendo o tomador de seguro
conhecimento que, na verificação de um sinistro, uma fatia do prejuízo fica da sua
responsabilidade pelo que leva a que os tomadores sejam mais precavidos e cautelosos,
assumindo-se franquia com uma ferramenta de nivelamento de riscos.

Existem diversas franquias que São aplicadas pelas seguradoras

Absolutas são aquelas que podem ser sempre reduzidos independentemente da quantia
indemnizatória ou do período indemnizável

Franquias relativas, são aquelas que somente operem nos casos em que a importância da
indemnização, ou o período indemnizável não atingem certo limite, caso o ultrapassem, a
Seguradora tem que pagar a integralidade da indemnização.

Franquias de quantia fixa- quando é constante o montante dedutível, independentemente do


capital seguro ou da indemnização.

Franquia de quantia variável- ocorre nos casos em que estas são calculadas em termos
percentuais relativos à indemnização ou do capital seguro.

A franquia pode expressar-se de acordo com diversas modalidades, nomeadamente:

Franquias em tempo que operam e que são calculadas relativamente a prazos de imobilização
de cadeias de produção ou incapacidade temporária.

Franquias em incapacidade que só objeto de medição de acordo com a percentagem de


incapacidade permanente

Franquias em numerário que estão na dependência direta dos capitais seguros ou dos prejuízos

A cobertura do risco depende do pagamento antecipado do prémio, onde a seguradora calcula


a probabilidade de ocorrência do risco bem como o custo médio a ser pago a título de
indemnização que tem de ser paga em caso de sinistro.

Da apólice do seguro deve constar quais os riscos que se encontram cobertos, bem como se
deve mencionar expressamente quais os riscos que são objeto de exclusão, por via de cláusulas
de exclusão.

O risco pode ser definido como a probabilidade de ocorrência de uma eventualidade


desfavorável em termos pecuniários , definindo o risco em termos de contingência e
proximidade danosa.

O termo “risco” possui diversas interpretações nas diversas áreas do saber. Em termos
científicos , diz respeito à probabilidade de eventos adversos. Em estatística, representa a
variabilidade de resultados. Na saúde, relaciona-se à possibilidade de danos. Em acidentes de
trabalho, indica a exposição a perigos. No âmbito contratual, está ligado à incerteza de eventos
futuros. A minuciosa análise desses contextos permite compreender a complexidade e nuances
associadas ao conceito de risco

O risco corresponde a uma ocorrência caracterizada pela sua incerteza, por tempo
indeterminado da sua possibilidade em termos futuros, do seu carater aleatorio e no qual o
respetivo sinistro decorrente do risco é provocador de danos pessoais ou patrimoniais.
Correspondendo o sinistro ao risco de verificação desta eventualidade- sinistro (esfera própria
ou esfera alheia).

O acontecimento a que se reporta ao risco pode ou não pode verificar-se, não estando na
dependência da vontade das partes
Dois traços essenciais do risco reportam-se à possibilidade decorrente da proximidade ou da
distancia de materialização do risco, e a outra característica diz respeito às consequências
económicas negativas decorrentes da concretização do risco, pelo que a ocorrência deste
evento desfavorável deve ser suportado por alguém, por isso é que se celebram contratos de
seguro no qual se verifica a transferência do risco por parte do tomador de seguro e a respetiva
assunção do risco por parte da Seguradora, segundo o qual se o risco for objeto de cobertura
por parte da Seguradora, esta encontra-se obrigada por via do contrato por via de
ressarcimento, mediante um pagamento, indemnização ou a prestação de um serviço
relativamente ao beneficiário, por exemplo a reparação do automóvel objeto do sinistro.

Ao enquadrar o risco enquanto possibilidade de verificação do evento incerto e futuro que


acarreta consequências danosas, geradoras de uma necessidade económica ou da necessidade
de reparação de tais bens, constata-se que sem a existência de um risco era impossível a
celebração de contratos de seguro, na sequência da inexistência da eventualidade de
concretização do risco não existiria qualquer dano ou consequência económica desfavorável
que pudesse ser objeto de ressarcimento. O risco é o cerne do seguro.

A nível europeu, no âmbito da transposição das diretrizes comunitárias para a ordem jurídica
nacional foi dado especial relevo a tutela do tomador e do segurado no âmbito do seguros de
risco de massa7, visto que no âmbito deste ramo, pretende-se proteger a parte mais fraca,
contudo, visa-se igualmente a não sujeição das seguradoras a ónus desnecessárias e
inconvenientes de forma a garantir a competitividade do setor de acordo com a sistemática e
lógica de funcionamento da indústria dos seguros.

Perante o risco, podemos adotar as seguintes posições:

Podemos adotar um comportamento de indiferença, nos casos em que um particular que


assume a tomada de um risco não adota nenhuma conduta preventiva que leve ao
afastamento das consequências provocadoras de danos correspondentes à concretização do
risco, ou seja não adota nenhum comportamento que previna ou diminuía a possibilidade de
ocorrência do sinistro evento no qual se materializa o risco. Esta pessoa é responsabilizada pelo
ressarcimento de todos os danos decorrentes do sinistro, suportando-os com o seu próprio
património. Neste tipo de situações podemos integrar os cenários em que uma pessoa que não
acionou o seguro automóvel provoca um acidente rodoviário provocador de ferimentos ao
outro condutor. Nestas situações esta pessoa irra responder com o seu património pessoal no
que toca aos danos do seu próprio automóvel, danos do automóvel de terceiro, as despesas
hospitalares relativos aos ferimentos do outro condutor. Nos casos em que esta pessoa não
tenha meios para o ressarcimento dos danos e das despesas, tais valores são pagos pelo Fundo
de Garantia Automóvel 8gerido pela ASF.

O contrato de seguros pode ser caracterizado como um negócio jurídico de risco no qual se
verifica uma bilateralidade de objetos e uma distinção das finalidades algemadas entre as
partes, porque do lado da seguradora, esta pretende em primeiro lugar o pagamento do
prémio por parte do tomador, em segundo lugar deseja a não ocorrência do sinistro e
consequente pagamento da indemnização, do lado do tomador e do segurado, estes desejam
7
Ponto I do Preâmbulo da LCS – “As soluções estabelecidas no direito comunitário, já transpostas para o
direito nacional, com especial relevo para a proteção do tomador do seguro e do segurado nos
designados seguros de riscos de massa.”
8
O Fundo de Garantia Automóvel (FGA) foi criado com o propósito de assegurar a reparação de danos
corporais e materiais resultantes de acidentes de viação quando o seguro de terceiros envolvido no
sinistro é insuficiente ou inexistente
com a celebração do contrato de seguro a cobertura dos respetivos de danos e despesas
inerentes relativas à ocorrência do sinistro

Posição de previsão, verificasse nos cenários em que o sujeito adota uma posição que
impossibilite a verificação de um sinistro, ou nos casos de ocorrência do sinistro, o agente
adote uma conduta que minimize as consequências danosas do sinistro. Trata-se então de um
quadro de medida de previsão, a titulo de exemplo, podemos referenciar, a implementação de
alarmes no que toca ao seguro automóvel e relativamente ao seguro de habitação a instalação
de alarmes e câmaras de videovigilância.

Também podemos falar da adoção de um conjunto de medidas de forma a prevenir ocorrência


do sinistro, por exemplo no âmbito do Seguros de elementos da Natureza de incêndio florestal,
podemos antes de celebrar o contrato relativo este tipo de seguros proceder à limpeza dos
matas e dos terrenos.

O tópico do risco aparece regulado em diversos momentos nomeadamente no momento da


formação do contrato no conteúdo contratual e na parte das vicissitudes

TIPOS DE RISCO

O risco pode ser caracterizado de acordo com vários parâmetros.

O risco pode ser classificado segundo o objeto sobre o qual este incide

Risco pessoal – são os riscos que atingem as características de uma pessoa tais como a sua
integridade física mental a sua saúde a, sobrevivência, velhice, invalidez, capacidade para
trabalhar

Risco patrimonial- são os riscos que envolvem uma perda ou redução absoluta ou parcial do
valor patrimonial inerente ao bem seguro.

Os riscos que se baseiam no seu grau de intensidade:

Risco constante – são os riscos que apresentam sempre os mesmos efeitos tal como a
cobertura em virtude da morte num caso de seguro de vida será sempre a morte da pessoa
independentemente da causa do falecimento.

Risco variável: são os riscos que podem apresentar diferenças no âmbito dos seus efeitos, por
exemplo nos casos do seguro automóvel, em caso de acidente automóvel, a concretização do
risco de danos materiais nem sempre será a mesma, visto que podem haver danos materiais
que decorram da colisão, do fumo e consequente fogo e chamas no automóvel.

Os riscos que se são moldados segundo sua regularidade estatística:

Risco extraordinário: é o risco que se caracteriza pela sua e regularidade em termos de


realização estatística extravasando a possibilidade de cobertura do seguro habitual ou
ordinário, carecendo de formular métodos especiais para os assegurar. Dada a sua origem
incomum e excecional, bem como o grau de intensidade forte e os montantes avultados dos
danos associados à sua concretização, obstam a que a cobertura dos respetivos danos se faça
por via de um seguro ordinário, vendo que tais riscos podem ser objeto de exclusão de
cobertura, nomeadamente os riscos derivados de guerra, insurreição ou terrorismo, tal como
resulta do art.45/2 da LCS. 9

Risco ordinário: todos os que podem ser objeto de avaliação estatística e que segundo a sua
feição, classificação e previsibilidade de efeitos correspondem aos termos normais de
contratação no mercado de seguros

Os riscos que acompanha a sua magnitude ao longo do tempo distinguir entre o risco
regressivo e o risco progressivo

O risco regressivo é aquele em que a sua intensidade vai atenuando à medida em que o tempo
passa, por exemplo o risco de não liquidação de um crédito pendente enfraquece à medida em
que o devedor reembolsa as quantias em dívida nos prazos fixados pelas partes.

Risco progressivo é que ele que se vai potenciando com o decurso do tempo por exemplo a
medida em que o tempo passa o risco de morte de uma pessoa aumenta, no âmbito de um
seguro de vida.

O risco que acompanha a sua proximidade física dizendo respeito a outros riscos:

Risco próximo: é o risco que apesar de se encontrar separado do outro risco estavas tanto
perto do outro pelo que a sua concretização poderá influenciar o outro risco.

Por exemplo, três casas situadas na berma de um rio, se chover bastante, todas estas casas
seriam sujeitas a inundações

Risco contíguo- é o risco que se assume como independente, embora esteja em contacto com
outro risco, pelo que o afetando o sinistro este risco, tal sinistro poderá transpor -se para o
outro

Por exemplo o risco de incêndio de uma habitação poderá transpor-se para o risco de incêndio
de outra habitação contígua a ela.

Risco comum: durante a presença de vários objetos e coisas assume-se como risco comum
quando a própria origem e proximidade entre tás bem ismos afirmar que estamos perante um
risco único enviar tudo de verificação do sinistro em relação a um destes bens afetaria
inevitavelmente os restantes, por exemplo o risco de incêndio relativamente aos objetos
interiores de uma habitação que seja Dem mobília eletrodomésticos que compõem o recheio
de uma casa.

O risco distinto é o risco que não apresenta qualquer ligação ou conexão relativamente a outro
risco, por exemplo o risco de guerra nada tem a ver com o risco terremoto

Riscos que seguem a sua segurabilidade

Riscos seguráveis são aqueles que, face à sua origem, podem ser seguráveis, observando os
elementos que observam os requisitos do risco.

Risco não segurável são os que necessitam de certas componentes do risco que afastam o sua
segurabilidade, nomeadamente os riscos contrários a lei aos bons costumes à ordem pública e
a boa-fé.

9
Artigo 45/2 LCS – “O contrato de seguro pode excluir a cobertura, entre outros, dos riscos
derivados de guerra, insurreição ou terrorismo.”
É igualmente importante mencionar o risco de posterioridade, no qual é imposta a cobertura
pelo seguro de saúde, e este risco diz respeito ao risco de verificação posterior ao término do
prazo de cobertura se ocorrer a concretização do dano para cuja reparação o contrato foi
celebrado. O risco de posterioridade está relacionado com a admissibilidade de efetuar uma
reclamação no período de um ano após a essência do contrato no âmbito das cláusulas “claims
made” 10, conforme resulta do artigo 139/3 da LCS11.

Importa ainda fazer umas considerações acerca do surgimento de novos riscos, considerando
o Regulamento 267/2010 da União Europeia relativo à aplicação do artigo 101/3, do Tratado
sobre o Funcionamento da União Europeia a certas categorias de acordos, decisões e práticas
concertadas no sector dos seguros12.

O risco constitui um vetor primordial do contrato de seguro pelo que é necessário que o risco
se verifique no momento inicial do contrato, bem como durante a respetiva vigência, pelo que
se se verificar a cessação ou inexistência do risco aquando do momento de celebrar o contrato,
tal circunstância determina nulidade do contrato, tal como determina o artigo 44/1 (Artigo 44
exposto no rodapé da página seguinte) da lei do contrato de seguro.

No conteúdo da apólice, igualmente deve constar quais os riscos que se encontram cobertos
de acordo com o artigo 37/1/d13. Se se observar a cessação superveniente no momento em
que o contrato se encontra em vigor, determina a caducidade do respetivo contrato de seguro,
como estipula o art.110/114 da LCS, constituindo a extinção do risco como uma causa específica
de caducidade do contrato de seguro.

Segundo o artigo 110/2 apresentam-se como causas específicas de extinção do risco “a morte
da pessoa segura, de perda total do bem seguro e de cessação da atividade objeto do seguro”

De acordo com o artigo 44/3, determina-se que "o contrato de seguro não produz efeitos
relativamente a um risco futuro que não chega a existir", ou seja o risco tem de existir e ser
determinável no momento da celebração do contrato de seguro.

10
“Nas apólices “claims made”, a delimitação temporal da garantia do seguro reporta-se não à data da
verificação do facto causador do prejuízo, mas antes à data da sua participação/reclamação,
diferentemente do que acontece nas apólices de seguro denominadas de “occurrence”, que apenas
admitem a indemnização quando o facto causador do dano se verifica na vigência do contrato de
seguro.”
https://www.belzuz.com/pt/publicacoes/em-portugues/item/10662-a-vigencia-das-apolices-claims-
made-como-limite-de-responsabilidade-lisboa-porto-portugal.html
11
Artigo 139/3 LCS – “Sendo ajustada uma cláusula de delimitação temporal da cobertura atendendo à
data da reclamação, sem prejuízo do disposto em lei ou regulamento especial e não estando o risco
coberto por um contrato de seguro posterior, o seguro de responsabilidade civil garante o pagamento de
indemnizações resultantes de eventos danosos desconhecidos das partes e ocorridos durante o período
de vigência do contrato, ainda que a reclamação seja apresentada no ano seguinte ao termo do
contrato.”
12
Regulamento 267/2010 da Comissão (24-03-2010) p.3 ponto 16 [Consult. 15 Jan 2024] “Os riscos que
não existiam anteriormente devem ser considerados novos riscos. Contudo, em circunstâncias
excecionais, um risco pode ser considerado um novo risco quando uma análise objetiva indicar que a
natureza do risco mudou de tal forma que já não é possível Determinar antecipadamente qual a
capacidade de subscrição necessária para cobrir esse risco.”
13
Artigo 37/1/d LCS - “Da apólice devem constar, no mínimo, os seguintes elementos:
d) Os riscos cobertos”
14
Artigo 110/1 LCS – “O contrato de seguro caduca na eventualidade de superveniente perda do
interesse ou de extinção do risco e sempre que se verifique o pagamento da totalidade do capital seguro
para o período de vigência do contrato sem que se encontre prevista a reposição desse capital.”
Será sempre necessário que o segurado tenha um interesse legítimo e digno de tutela legal
relativamente ao risco que é objeto de cobertura sob pena de nulidade do contrato, conforme
resulta do artigo 43/115.

Ou seja é fulcral que se verifique a não cessação do risco, porque se este cessar já não há
necessidade da sua respetiva cobertura. Tem de se manter um interesse legítimo por parte do
tomador em relação ao risco, para que este continue a valer, porque se o interesse deixar de
existir, já não é possível o risco corresponder a uma ameaça a um bem.

Será sempre necessário fazer a distinção entre o risco primário que tanto o tomador de seguro
e o segurado podem ser titulares e o risco seguro que somente o segurado pode ser titular,
dando como exemplo, no contexto de um seguro automóvel, o risco primário é o risco
decorrente da eventualidade de ocorrência de um acidente rodoviário, e o risco seguro decorre
dos danos patrimoniais que possam advir desse acidente que levam á destruição do automóvel
que corresponde ao bem seguro, determinando a extinção do risco.

Será sempre necessário que o tomador de seguro tenha conhecimento da existência ou


inexistência de risco mediante a aferição de juízo de probabilidade com base na informação
que disponha, de forma a não provocar uma assimetria informativa relativamente à
seguradora, sendo preciso a declaração inicial do risco de forma a que haja uma
correspondência entre as informações prestadas pelo tomador de seguro relativamente a
todos os aspetos caracterizadores do risco com aquilo que consta do conteúdo do contrato de
seguro, para que o segurador consiga proceder a uma apreciação adequada do risco conforme
resulta do artigo 24/1 da LCS.

A declaração inicial do risco conforme a lei do contrato de seguro diz respeito ao procedimento
no qual o segurado se procede ao fornecimento de informações com precisão e honestidade à
Seguradora quando solicita a respetiva cobertura do seguro. A prestação destas informações
apresenta-se como fundamental relativamente à conceptualização do contrato de seguro,
permitindo assim uma melhor compreensão dos elementos contratuais relevantes, pelo que o
tomador e o segurado estão investidos na obrigação de declarar todos os detalhes e
circunstâncias que sejam do seu conhecimento e que possam influenciar a forma como a
seguradora avalia o risco. Tais informações a serem prestadas devem dizer respeito ao objeto a
segurar, bem como todos os aspetos que possam levar a uma diminuição ou agravamento do
risco. A declaração inicial do risco é essencial para garantir a viabilidade contratual e de forma a
afastar eventuais litígios no futuro, garantido um procedimento contratual transparente e
fidedigno. É estabelecido a preponderância do dever de comunicação do tomador sobre o ônus
de questionar da seguradora, embora recaia sobre a seguradora obrigação de informar o
tomador das consequências decorrentes do não cumprimento da declaração inicial do risco,
sendo introduzida a regra da causalidade, segundo o qual para a causalidade ocorrer a
inexatidão da declaração inicial do risco tem de determinar a invalidade do contrato de seguro.

Tal constitui um dever de informação para o tomador de seguro e para o segurado conforme
resulta dos artigos 18 a 21 da LCS, pelo que sempre que se verifique alguma alteração das
circunstâncias ou do estado do risco, durante a vigência do contrato, quer em termos de
diminuição ou agravamento do risco que se reflitam nos termos contratuais, é fulcral
comunicar tais factos à Seguradora, para que esta possa proceder a uma atualização dos
termos contratuais, nos termos dos artigos 91 a 93 da LCS.
15
Artigo 43/1 LCS – “ O segurado deve ter um interesse digno de proteção legal relativamente ao risco
coberto, sob pena de nulidade do contrato.”
O artigo 44/116, da Lei do Contrato de Seguro de Portugal estabelece as condições em que o
segurado deve comunicar à seguradora a ocorrência do sinistro. Geralmente, esta disposição
exige que o segurado informe a seguradora assim que tomar conhecimento do evento para
que esta possa acionar a cobertura do seguro. O objetivo é assegurar uma notificação
atempada para que a seguradora possa avaliar e processar a reclamação de maneira eficaz.

O artigo 44/1 da lei do contrato de seguro contempla os termos em que a pessoa segura deve
proceder á comunicação á Companhia no que toca à ocorrência do sinistro. Na maioria das
vezes este preceito obriga a que a pessoa segura comunique assim que tiver conhecimento do
sinistro para que se possa proceder ao acionamento do seguro, visando assim, garantir uma
comunicação atempada de forma a que a seguradora consiga avaliar e organizar a comunicação
factual de forma eficiente.

A boa fé a que se refere o artigo 44/3 deve ser enquadrada num prisma subjetivo, ou seja está
de boa-fé a Seguradora que não disponha desse conhecimento ou não pudesse ou não tivesse
a oportunidade de conhecer de forma adequada a inexistência do risco não podendo formar
um juízo acerca da inexistência do risco com base na informação que detivesse, estando de má-
fé, a seguradora que disponha desse conhecimento ou que pudesse ou tivesse a oportunidade
de conhecer e formar um juízo acerca da inexistência do risco.

Ainda que se deva proceder à reposição do prémio relativamente ao tomador de seguro


quando este se encontra de boa-fé, no mesmo sentido, não se deve proceder à devolução do
prémio ao tomador, quando o mesmo se aproveita do desconhecimento ou da impossibilidade
da seguradora poder ter a informação necessária que lhe permita formar um juízo acerca da
inexistência do risco.

Estabelece-se uma presunção ilidível de má-fé do tomador se seguro, no artigo 44/6, quando
seja o segurador que tenha conhecimento da ocorrência do sinistro, aquando da celebração do
contrato de seguro.

Apesar do artigo 44/1 referir que a Companhia de Seguros não cobre as situações anteriores
que se tenham verificado anteriormente à data de celebração do contrato, nos caso em que o
tomador ou o segurado tivessem conhecimento de que o risco cessou em momento anterior à
celebração do contrato, tal não significa que o seguro não cobre os acidentes posteriores ao
momento de propositura da proposta de seguros e pagamento do respetivo prémio, sendo
anteriores à aceitação da proposta do seguro pela Seguradora e consequente celebração do
contrato de seguro, tendo a pessoa segura conhecimento da ocorrência do sinistro, tal constitui
uma retroatividade da cobertura do seguro, embora tal retroatividade do seguro deve ser
estipulada pelas partes

16
Artigo 44 (Inexistência do risco) LCS “Salvo nos casos legalmente previstos, o contrato de seguro é
nulo se, aquando da celebração, o segurador, o tomador do seguro ou o segurado tiver conhecimento de
que o risco cessou.
2 – O segurador não cobre sinistros anteriores à data da celebração do contrato quando o tomador do
seguro ou o segurado deles tivesse conhecimento nessa data.
3 – O contrato de seguro não produz efeitos relativamente a um risco futuro que não chegue a existir.
4 – Nos casos previstos nos números anteriores, o tomador do seguro tem direito à devolução do prémio
pago, deduzido das despesas necessárias à celebração do contrato suportadas pelo segurador de boa fé.
5 – Em caso de má fé do tomador do seguro, o segurador de boa fé tem direito a reter o prémio pago.
6 – Presume-se a má-fé do tomador do seguro se o segurado tiver conhecimento, aquando da
celebração do contrato de seguro, de que ocorreu o sinistro.”
Esse preceito significa que a seguradora não cobre eventos adversos que tenham ocorrido
antes da data em que o contrato de seguro foi celebrado, se o contratante ou o segurado já
estivesse ciente desses eventos naquela data.

A Avaliação do risco

A avaliação do risco no contexto dos seguros no ordenamento jurídico português implica um


diagnóstico relativo ao conjunto de vetores necessários à determinação dos valores referentes
ao pagamento do prémio por parte da pessoa segura, devendo ser considerados alguns
fatores para se proceder à avaliação do risco, tais como os elementos característicos e
específicos do bem a segurar, nomeadamente o estado de conservação do bem, a sua idade,
valor, ou seja as suas características especificas, bem como deve ser efetuada uma descrição
pormenorizada da qualidade do segurado, tais como a sua idade, estado civil, qual é a sua
atividade profissional e o historial de sinistros que o segurado esteve envolvido. Será
igualmente necessário definir o âmbito, o conteúdo, a extensão da cobertura, bem como as
respetivas exclusões.

É importante para a avaliação do risco determinar o âmbito geográfico e territorial em que o


segurado se insere, na medida em que o local de residência ou de atividade do segurado pode
influenciar a determinação do risco, por exemplo no âmbito dos seguros de habitação, o valor
do prémio a ser pago pelo tomador de seguros será superior na medida em que o imóvel a ser
assegurado se insere numa localização cujo valor de mercado imobiliário é relativamente
avultado, (o prémio a ser pago relativamente a um seguro de habitação de imóvel inserido por
exemplo em Cascais, será superior ao premio a ser pago no que toca ao seguro de habitação de
um imóvel que se localize no interior, tendo ambos os imoveis as mesmas caraterísticas e
tipologia; ou no âmbito de um seguro de automóvel tal seguro automóvel determinará o valor
do prémio a ser pago Relativamente a um automóvel de uma pessoa que habite e dirige o seu
automóvel em grandes cidades, no qual o risco de sinistros é superior relativamente ao seguro
automóvel de uma viatura que somente seja conduzido em zonas rurais).

A presença de coberturas adicionais influencia a avaliação do risco, ao determinar um


acréscimo do montante a ser pago em termos de prémio decorrente de uma maior
abrangência da tutela de cobertura. Por último , a adoção de medidas preventivas e protetivas
igualmente determinam uma atenuação do risco e consequente valor do premio, como por
exemplo a existência de câmaras de vigilância ou a instalação de sistemas de alarme, na
medida em que com estas medidas o bem a segurar encontra-se mais bem protegidos o que
levam a uma menor possibilidade de concretização do risco e de ocorrência do sinistro.

As Companhias de seguros dispõem de um conjunto de programas de estatística e algébricos


de forma a proceder a uma análise deste leque de elementos para determinar e calcular o
prémio, pelo que o valor deste prémio deve corresponder à delimitação do risco inerente ao
contrato. Cada Companhia de Seguros pode ter diferentes modelos de avaliação do risco que
se refletem em diferenciações valorativas dos prémios.

A tarefa de avaliação de riscos em Portugal compete aos atuários que são especialistas na
avaliação dos riscos e no consequente cálculo dos prémios. Estes profissionais dispõem de um
conjunto de metodologias e processos matemáticos e de cálculo que se dirigem à análise
preditiva de danos, previsão de futuros sinistros que possam influenciar as Seguradoras, no
âmbito da determinação das reservas financeiras, das tarifas apropriadas e no gerenciamento
do risco no plano das Seguradoras.
DEVERES DE INFORMAÇÃO DAS PARTES

Podemos afirmar que a lei do contrato de seguro estabelece um conjunto de deveres de


atualização de informação, em relação ao tomador do seguro, do segurado e bem como em
relação à Seguradora. Estes deveres de atualização de informação em relativamente ao
tomador e ao segurado incidem sobre a a atualização de informações que foram inicialmente
prestadas, atualizando estas novas informações relativas à alteração da intensidade do risco.
No que toca á Seguradora, estes deveres recaem sobre os aspetos relativos aos artigos 18 a
2117, que dizem respeito ao esclarecimento de informações relativas às condições contratuais,
o respetivo procedimento e ao modo de prestar tais informações não podendo interpretar
literalmente o art.91/1 da LCS18 relativamente á seguradora, visto que esta não deve exigir do
tomador informações relativas alterações insignificantes do risco, que não atenuam a
intensidade e a existência do risco.

O Incumprimento destes deveres não é gerador de responsabilidade civil, mas determina uma
preclusão dos direitos a invocar. Tais deveres constituem verdadeiros ónus jurídicos, não
possuem uma verdadeira força jurídica em relação ao segurado, quando a sua pessoa não
corresponda ao do tomador.

Será necessário que a seguradora esteja sempre a par de qualquer circunstância que se possa
consubstanciar uma alteração do risco em termos da sua intensidade e existência, por exemplo
nos casos de seguros de acidentes pessoais no âmbito da atividade profissional é necessário
referir a profissão que pessoa segura exerce, e momento da celebração do contrato de seguro
a pessoa segura exercia uma profissão de escritório e noutro momento decidir ser, por
exemplo lutador de artes marciais, tal circunstância agravadora do risco tem repercussões no
âmbito contratual, pelo que o risco a ser suportado pela seguradora será superior àquele risco
associada à profissão de escritório, este exemplo no âmbito de um seguro de vida, corresponde
a uma circunstância modificativa agravadora do risco relativamente a coberturas
complementares de acidente, invalidez por acidente, dizendo respeito a uma mudança da
atividade profissional da pessoa segura.

Todo este tipo informações têm que ser constantemente atualizadas e reportadas à
Seguradora, constituindo uma obrigação de informar e um dever de cuidado do tomador.

Nos cenários mais graves, tal factualidade pode influenciar a decisão de contratar da
seguradora, se esta tivesse conhecimento destas circunstâncias no momento da celebração do
contrato, porque levam ao agravamento de risco, de acordo com o art.93/1/in fine LCS19. A
constatação de tais circunstâncias, ainda que em termos gerais por parte da Seguradora, o
17
Inseridos na subsecção “Deveres de informações do segurador
Artigo 18 -Regime Comum
Artigo 19 – Remissão
Artigo 20 – Estabelecimento
Artigo 21- Modo de prestar informações
18
Art.91/1 da LCS –“Durante a vigência do contrato, o segurador e o tomador do seguro ou o segurado
devem comunicar reciprocamente as alterações do risco respeitantes ao objeto das informações
prestadas nos termos dos artigos 18.º a 21.º e 24.º”
19
art.93/1 LCS - O tomador do seguro ou o segurado tem o dever de, durante a execução do contrato,
no prazo de 14 dias a contar do conhecimento do facto, comunicar ao segurador todas as
circunstâncias que agravem o risco, desde que estas, caso fossem conhecidas pelo segurador
aquando da celebração do contrato, tivessem podido influir na decisão de contratar ou nas condições
do contrato.
conhecimento destas circunstâncias podem influenciar a decisão de contratar da seguradora,
esta terá de demonstrar que nunca teria celebrado o contrato de seguro se soubesse de
existência de tais circunstâncias, caso pretenda exercer o direito de resolução do contrato

Quando se trata de um terceiro, recai sobre a seguradora o dever de comunicar quaisquer


modificação contratuais ou de circunstâncias que possam diretamente influenciar ou
prejudicar a posição do beneficiário, tal como resulta do art.91/2.

Podemos ainda estabelecer um dever específico de informação que recai sobre o tomador ou
segurado, no que toca à existência ou contratação de seguros relativamente ao mesmo risco,
pelo que tal faculdade tem de ser comunicada à seguradora, nos termos do artigo 180/2 LCS.

O estabelecimento de um dever de confidencialidade, nos termos do art.91/3 só será legítimo


se a divulgação de tais informações em primeiro lugar estiver na disponibilidade das partes em
provocar um prejuízo ao terceiro e tal juízo puder ser considerado legítimo e que não acarrete
graves consequências patrimoniais ou danosas para este terceiro, ou seja, têm que te tratar de
um prejuízo irrelevante, de um menor e mínimo dano possível.

Em sede de alteração do risco, verificasse um conjunto de soluções e medidas diversidade em


função da variação da intensidade do risco e vicissitudes, no âmbito do agravamento ou
diminuição do risco, estabelecendo-se uma tutela maior em relação ao tomador de seguro.

DIMINUIÇÃO DO RISCO

A norma do artigo 92 da LCS prevê a ligação entre o tomador e a seguradora na situações onde
se presencia uma atenuação do risco com reflexo nos termos contratuais, exigindo-se a
observância dos requisitos de durabilidade e inequivocidade de diminuição do risco, mediante
os critérios definidos pelo segurador e não com base em critérios do intérprete comum
objetivo, relativamente ao risco que existia no momento de celebração do contrato com o
intuito de ter uma clara posição de garantia reforçada relativamente ao pretexto do tomador
de seguro de pretender uma diminuição do valor do prémio, por isso é que se exige estes
pressupostos cumulativos.

Este redução do risco deve espelhar-se nos termos contratuais, visto que se esta atenuação
condiciona os termos do contrato, tais como a eventualidade de verificação dos sinistros, desta
forma tem que se deve-se verificar um ajuste do respetivo contrato de acordo com a nova
realidade existente.

A diminuição do risco deve ser solicitada pelo tomador, devendo comunicá-la á seguradora, se
o tomador pretende obter uma diminuição do prémio correspondente

Esta diminuição do risco deve refletir-se no prêmio contratual, devendo verificar-se uma
redução proporcional do prémio relativamente ao grau de redução do risco existente.

O ajuste deve ser efetuado logo que o segurador possua o conhecimento das novas
circunstâncias que levaram a esta diminuição.

Se as partes não chegarem a consenso no que toca ao ajuste do novo prémio é conferido ao
tomador de seguro o direito de resolução contratual, conferindo ao tomador o direito de
decidir pelo término do contrato, nos termos do disposto do art.92/2.20 Nestes casos de
20
Artigo 92/2 da LCS – “Na falta de acordo relativamente ao novo prémio, assiste ao tomador do seguro
o direito de resolver o contrato.”
resolução do contrato, é aplicável, por via de uma interpretação extensiva, os prazos
constantes do art.26/2 relativo ao regime da resolução do contrato por omissão ou inexatidão
negligente, pelo que os efeitos da resolução produzem-se 30 dias após o envio da cessação do
contrato pelo Segurador e nos casos de rejeição ou omissão de resposta à proposta de
alteração, os efeitos da resolução produzem-se após 20 dias da receção pelo tomador de
seguro desta proposta de alteração. O prazo mais longo de 30 dias em relação ao envio da
cessação do contrato pelo contrato visa assegurar uma tutela protetora da posição do tomador
de seguro.

Caso as partes cheguem a acordo sobre o novo prémio verifica-se respetivamente a diminuição
do valor a ser pago a título de prémio, não se verifica uma reposição ou devolução de
qualquer valor a ser pago pela seguradora ao tomador, mas sim uma atualização do valor a ser
pago pelo portador proporcionalmente no momento em que o tomador tenha que efetuar
uma das prestações convencionadas relativas ao pagamento do prémio.

Por fim cabe referir que o apuramento da diminuição do risco compete à seguradora pois é
esta que dispõe das ferramentas necessárias, por via de uma intervenção capaz de proceder a
uma medição rigorosa do estádio do risco. A comunicação das alterações contratuais inerentes
à diminuição do risco, como dito anteriormente constitui um ónus jurídico, pelo que não é
uma verdadeira obrigação, tendo o tomador de seguro ou segurado opção de não reportar as
alterações, se tal acontecer, determina a preclusão de direitos inerentes à diminuição do valor
do prémio.

O AGRAVAMENTO DO RISCO

O agravamento do risco no âmbito da ordem jurídica portuguesa é um elemento fundamental


que abrange os cenários que levam a um acréscimo da probabilidade de verificação do sinistro
ou da sua extensão, bem como a repercussão das respetivas consequências danosas,
decorrendo assim de uma modificação dos termos preliminares, potenciando a probabilidade
de verificação do sinistro, exponenciado o índice de perigosidade de ocorrência do sinistro,
relativamente ao nível de risco que existia até então. Estas modificações podem ser vastas
englobando alterações dos elementos do bem a segurar, de mudanças de comportamento da
pessoa segura que se reflitam objetivamente no risco assumido pela Companhia.

É necessário entender que ao assistir-se a um agravamento do risco a pessoa segura tem o


dever de informar imediatamente a companhia, disponibilizando todos os dados necessários e
com relevância no que toca às modificações que ocorreram. O não comprimento de tal dever
somente é prejudicial para o segurado e tomador de seguro, podendo inclusive perder a
indemnização a que tem direito.

Nos casos de agravamento do risco, a lei do contrato de seguro estabelece o dever de informar
a seguradora da ocorrência da factualidade agravadora do risco no prazo de 14 dias a contar do
conhecimento dessa factualidade. Se dentro prazo de 14 dias o segurado e o tomador nada
reportar ao seguradora relativamente à nova factualidade agravadora de risco, estes entram
em mora, ainda que de modo negligente, visto que sobre estes recai um verdadeiro dever de
informação, pelo que diminui-se a tutela que é conferida á sua posição contratual.

A LCS dispõe da possibilidade da Companhia poder reagir, mediante a propositura de


modificação do contrato, através de uma negociação e acordo bilateral, nos termos do
art.93/2/a,21 no prazo de 30 dias a contar do momento em que a Seguradora tenha
conhecimento do agravamento, inclusive é dada a possibilidade legal de resolução do contrato
conforme resulta da letra do art.93/2/b⁶, tendo seguradora o ónus probatório de demostrar
que nunca celebrou nenhum contrato de riscos que cobra aquele tipo de riscos que levam ao
agravamento do risco.

O direito de resolução também está limitado ao conhecimento efetivo das alterações


contratuais por parte da seguradora à ausência de acordo relativamente à revisão dos termos
do contrato, pelo que este direito de resolução, não confere à seguradora o direito de recusar
cumprimento da prestação acordada a que esta está adstrita.

Nos casos em que as circunstâncias agravantes do risco sejam imputáveis ao segurado e ao


tomador, afirma-se que mesmo que as condutas destes intervenientes possam não
corresponder a uma violação contratual ou causa de extinção do contrato, tais condutas
podem levar a um desequilíbrio contratuais e que apanhem a Seguradora de surpresa, visto
que esta não estava a contar com este imprevisto inconveniente.

Neste âmbito trata-se de ponderar a posição de cada interveniente no caso concreto para
determinar qual deles é que merece uma maior proteção, dizendo respeito a cenários
relativos ao controle do risco, ou seja, situações em que o tomador, ou o segurado, perante a
presença do risco tiveram a oportunidade de atenuar o risco, nada fizeram, imputando o
resultado às condutas dos quais derivam uma perigosidade adequada à produção do resultado
no qual se concretizou o risco, afirmando se o desvalor da conduta dos intervenientes.,

Nestas hipótese o segurador tem direito de recusar a efetuar a prestação a que se obrigou
tendo ónus de demonstrar que, se soubesse de tais circunstâncias, nunca teria celebrado tal
contrato

O prazo de resposta de aceitação ou rejeição por parte do tomador de seguro à proposta


efetuada pela seguradora é de 30 dias, que se conta a partir do momento em que a proposta
chega ao poder do tomador de acordo com o art.93/2/a, pelo que neste caso, findo os 30 dias,
se não houver uma resposta por parte do tomador de seguro, o seu silêncio vale como
aceitação por força da aplicação analógica do art.21/1 da LCS22 e pela aplicação do regime dos
artigos 218 e 22423 do Código Civil.

21
Artigo 93/2- No prazo de 30 dias a contar do momento em que tenha conhecimento do agravamento
do risco, o segurador pode:
a) Apresentar ao tomador do seguro proposta de modificação do contrato, que este deve aceitar ou
recusar em igual prazo, findo o qual se entende aprovada a modificação proposta;
b) Resolver o contrato, demonstrando que, em caso algum, celebra contratos que cubram riscos com as
características resultantes desse agravamento do risco.

22
Artigo 21/1 LCS-“As informações referidas nos artigos anteriores devem ser prestadas de forma clara,
por escrito e em língua portuguesa, antes de o tomador do seguro se vincular.”
23
Artigo 218 CC- “O silêncio vale como declaração negocial, quando esse valor lhe seja atribuído por lei,
uso ou convenção.”
Artigo 224 CC – “1. A declaração negocial que tem um destinatário torna-se eficaz logo que chega ao seu
poder ou é dele conhecida; as outras, logo que a vontade do declarante se manifesta
na forma adequada.
2. É também considerada eficaz a declaração que só por culpa do
destinatário não foi por ele oportunamente recebida.
O agravamento do risco não é aplicável no âmbito do ramos dos seguros de vida, nos termos
do art.190 da LCS.24 a regra de não aplicação do agravamento do risco ou Seguros de vida
sujeito se limitações no que toca às coberturas complementares do seguro de vida. A esta
regra é aplicável a cláusula de incontestabilidade constante do artigo 188 da LCS25

O agravamento do risco também não aplicável ao seguro de saúde no que toca às alterações do
estado de saúde da pessoa segura. Contudo apesar de não ser aplicavam o regime do
agravamento do risco ao seguro de saúde, importante no âmbito deste ramo, os
estabelecimento de obrigatoriedade das menções especiais na apólice, possibilitando uma
determinação precisa e exata do risco coberto.

Chegando a acordo procede-se ao ajustamento dos termos do contrato por parte da


Seguradora face a este agravamento do risco, informando o segurado em tudo aquilo que
possa influir na avaliação do risco pela seguradora, incluindo designadamente as informações
supervenientes que o tomador de seguro se vinculou expressamente a prestar no momento da
celebração do contrato, não se encontrando incluído as informações que a Seguradora,
independentemente da sua comunicação pela tomador ou segurado, já deveria possuir no
âmbito da sua diligência profissional de coleta de informação e estatística.

O valor a ser pago a título de cobertura do risco está proporcionalmente relacionado com a
forma como o tomador ou segurado atuam perante a seguradora, segundo os ditames da boa-
fé, ou seja, se a comunicação for feita dentro do prazo de 30 dias a cobertura será integral, se
comunicação for intempestiva, o valor a ser pago a titulo de indemnização será objeto de
redução parcial, verificando-se igualmente a redução proporcional do respetivo prémio de
acordo com os circunstâncias concretas do caso, segundo o qual a Seguradora irá efetuar o
calculo de um prémio, necessário para a aplicação da regra da proporcionalidade redutiva, o
cálculo de tal premio será importante mesmo que a Seguradora nunca cobrasse um premio
com aquele valor mais reduzido, nem se celebrasse um contrato com aqueles termos.

Se chegar à conclusão que o tomador do seguro agiu dolosamente tendo em vista obter uma
vantagem pecuniária, a Seguradora tem o direito de recusar o pagamento de qualquer valor a
titulo indemnizatório. A recusa do pagamento integral da cobertura só é admissível se a
seguradora conseguir provar que ocorrência do sinistro foi influenciada pelos circunstâncias
agravadoras de risco. Esta conjetura resulta do art.94 da LCS26. O disposto deste artigo

3. A declaração recebida pelo destinatário em condições de, sem culpa sua, não poder ser conhecida é
ineficaz.”
24
Artigo 190 LCS – “O regime do agravamento do risco previsto nos artigos 93.º e 94.º não é aplicável
aos seguros de vida, nem, resultando o agravamento do estado de saúde da pessoa segura, às
coberturas de acidente e de invalidez por acidente ou doença complementares de um seguro de vida.”
25
Artigo 188 LCS – “ 1 – O segurador não se pode prevalecer de omissões ou inexatidões negligentes na
declaração inicial do risco decorridos dois anos sobre a celebração do contrato, salvo convenção de
prazo mais curto.
2 – O disposto no número anterior não é aplicável às coberturas de acidente e de invalidez
complementares de um seguro de vida, salvo previsão contratual em contrário.”
26
Artigo 94 LCS – “Se antes da cessação ou da alteração do contrato nos termos previstos no artigo
anterior ocorrer o sinistro cuja verificação ou consequência tenha sido influenciada pelo agravamento do
risco, o segurador:
a) Cobre o risco, efetuando a prestação convencionada, se o agravamento tiver sido correcta e
tempestivamente comunicado antes do sinistro ou antes de decorrido o prazo previsto no n.º 1
do artigo anterior;
b) Cobre parcialmente o risco, reduzindo-se a sua prestação na proporção entre o prémio
efetivamente cobrado e aquele que seria devido em função das reais circunstâncias do risco, se
apresentasse como um regime temporário que se manifesta em tempo anterior à cessação ou
modificação contratual

Sobre o a pessoa segura recai o dever de não agravação do risco. Podemos afirmar que nem
todas as perturbações que afetam o estado do risco não podem ser caracterizadas como
alterações integrantes da previsão normativa contratual do risco, mesmo que tais perturbações
fossem conhecidas da seguradora no momento da celebração do contrato, tal conhecimento
não afetaria a decisão de contratar da seguradora pelo que se aplica o princípio da irrelevância,
visto que tais modificações não implicam uma graduação diferente do risco por parte do
segurador com exceção se for aplicável no caso concreto o regime da alteração das
circunstancias

Por outro lado, existem perturbações relativas ao risco de tal modo significativas, que implicam
uma ponderação cuidada, nomeadamente se as partes celebram um contrato de seguro, tendo
por base um risco considerado, se na execução e vigência do contrato tal risco esvanecer e
implicar o aparecimento de outro risco tal facto determina a caducidade do contrato por
extinção de risco seguro no associado à sua celebração, ou seja por extinção do objeto
contratual.

A lei diferentemente as situações de alterações do risco que se mostrem prejudiciais à posição


contratual do tomador e do segurado e das situações em que as alterações do risco são
imputáveis ao tomador de seguro ou a segurado pela que lei estabelece sanções mais gravosas.

Nos casos em que as circunstâncias agravantes do risco sejam imputáveis ao segurado e ao


tomador, podemos afirmar que mesmo que as condutas destes intervenientes possam não
corresponder a uma violação contratual ou causa de extinção do contrato, tais condutas
podem colocar o segurador numa posição inesperada de imprevisibilidade que comprometa o
equilíbrio de contas desta companhia. Neste âmbito trata-se de ponderar a posição de cada
interveniente no caso concreto para determinar qual deles é que merece uma maior proteção,
dizendo, respeito a cenários relativos ao controle do risco ou seja situações em que o tomador,
ou o segurado, perante a presença do risco tiveram a oportunidade de atenuar o risco, nada
fazendo, imputando o resultado às condutas dos quais derivam uma perigosidade adequada à
produção do resultado no qual se concretizou o risco, afirmando se o desvalor da conduta dos
intervenientes.

Cabe ainda referir que a declaração dissolvência do tomador de seguro ou do segurado


determina o agravamento do risco, nos termos do artigo 98/2 da LCS, embora permita a
subsistência do contrato de seguro.

O agravamento do risco segundo a conceção romano-germânica determina a não incorporação


do agravamento do risco na componente aleatória do contrato, na medida em que a alteração
deve dizer unicamente respeito ao risco que a seguradora assumiu conscientemente no
o agravamento não tiver sido correta e tempestivamente comunicado antes do sinistro;
c) Pode recusar a cobertura em caso de comportamento doloso do tomador do segurado ou do
segurado com o propósito de obter uma vantagem, mantendo direito aos prémios vencidos.
2 – Na situação prevista nas alíneas a) e b) do número anterior, sendo o agravamento do risco resultante
de facto do tomador do seguro ou do segurado, o segurador não está obrigado ao pagamento da
prestação se demonstrar que, em caso algum, celebra contratos que cubram riscos com as características
resultantes desse agravamento do risco.”
contrato em contrapartida pelo pagamento do prêmio, aceitando a seguradora a posição de
cobrir qualquer ocorrência que advenha da previsão delimitativa do risco estabelecido no
contrato, sendo que esta posição decorre da natureza sinalagmática do contrato de seguros.
Nestes casos em que a alteração do risco corresponde a uma alteração que não esteja prevista
nos termos do contrato inicialmente celebrado pode a seguradora proceder à resolução do
contrato, proceder à propositura de novo prémio ou aceita sem qualquer modificação.

Se verificar-se uma ocorrência que corresponda a uma alteração de risco que esteja
inicialmente prevista nos termos do contrato a seguradora possui pouca margem de manobra
para se esquivar se ao pagamento da indemnização relativa ao sinistro visto que se infere que a
seguradora assumiu a cobertura daquele alteração, pelo que os riscos estranhos ao contrato
são aqueles sobre os quais as partes não revelaram qualquer preocupação no momento a
celebração do contrato, pelo que podemos induzir os riscos que a seguradora se vinculou a
cobrir como os riscos que o tomador revelou preocupação aquando da celebração do contrato.

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