Você está na página 1de 4

CONTRATO DE SEGURO

Conceito

O seguro está cada vez mais se popularizando. Pessoas estão adquirindo coisas
de valor elevado e temem que algum imprevisto aconteça e gere prejuízo ao
adquirente. O seguro é feito visando minimizar estes riscos.

O Código Civil trata do seguro em seu artigo 757, que dispõe

“Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do


prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa,
contra riscos predeterminados”.

Neste contrato, existem duas partes, sendo o segurador quem se obriga a


indenizar o segurado do prejuízo de acordo com os riscos pré estabelecidos em
contrato. Este conceito é dado pela autora Maria Helena Diniz, que escreve:

“O contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes (segurador) se obriga
para com a outra( segurado),mediante pagamento de um prêmio, a garantir-lhe
interesse legítimo relativo a pessoa ou a coisa e a indenizá-la de prejuízo
decorrente de riscos futuros previstos no contrato”. Maria Helena Diniz (2003,
p.441)

Características

O contrato de seguro tem como característica ser um contrato bilateral, também


chamado de sinalagmático porque existe a reciprocidade de obrigações. Este
contrato gera efeitos para ambos porque enquanto uma parte pagará o prêmio,
outra parte deverá indenizar o assegurado, caso o risco aconteça.

Além disso, é um contrato não gratuito, ou seja, oneroso justamente porque trás
as obrigações correlatas e um dos contratantes está buscando a vantagem
patrimonial.

É um contrato aleatório porque não existe equivalência de prestações, ou seja,


o segurado não poderá prever o que receberá do segurador , que deverá
ressarcir o dano se o evento, que é incerto, acontecer.

Quanto à forma, existe uma divergência doutrinária acerca do assunto. Uma


parte da doutrina entende que o contrato de seguro deverá ser obrigatoriamente
escrito porque seria perfeito desde o momento em que o segurado recebesse a
apólice do segurador. Entretanto outra parte da doutrina afirma que o contrato
de seguro é perfeito quando existe o acordo de vontades e que o documento
escrito seria utilizado apenas com um caráter probatório.

O contrato de seguro é classificado como um contrato de execução continuada


pois a mesma acontece de forma escalonada e esse contrato irá subsistir
durante um período de tempo para proteger o seu objeto.

Também é caracterizado por ser um contrato de adesão no qual não prevê


nenhum tipo de discussão ou discordância em relação às cláusulas, que serão
impostas e previamente estabelecidas, cabendo ao segurado apenas aceitar as
condições previstas.

Além disso, o contrato de seguro é um contrato de boa fé pois exige que o


segurado tenha uma conduta leal em suas alegações, sem omitir fatos que
possam acarretar na não aceitação do contrato por parte do segurador, com risco
de sofrer sanções se proceder de má fé pois o segurador irá se basear as
afirmações do segurado.

Elementos e requisitos

Como dito anteriormente, o contrato de seguro possui, em regra, duas partes:


segurador e segurado.

O segurador é quem se obriga a pagar uma indenização mediante o recebimento


do prêmio, que é o valor que o segurado paga à seguradora para receber a
indenização caso ocorra o risco previsto. Esta parte irá pagar a indenização para
compensar o prejuízo financeiro do segurado.

O segurado é o proprietário do bem no qual é objeto do contrato de seguro, que


irá oferecer a contribuição periódica, ou seja, o prêmio, em troca do risco que o
segurador está assumindo.

Existe uma parte que surge nos contratos de seguro de vida e nos de acidentes
pessoais no qual o segurado vem a óbito que é o beneficiário. o beneficiário é
um terceiro estranho à relação contratual e foi convencionado pelos segurado e
segurador que este terceiro receberia o benefício. Esta modalidade é chamada
de estipulação em favor de terceiro. Os artigos 793 e 1814 do Código Civil
estipulam quem não pode ser este terceiro.
O co-segurador existe nos contratos de seguros vultosos em que há vários
seguradores e estes dão cobertura simultânea sobre um mesmo risco. Isso
ocorre porque o Código Civil, em seu artigo 778 dispõe que “nos seguros de
dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado
no momento da conclusão do contrato...”. Com isso, o segurado pode celebrar
mais de um contrato de seguro com o mesmo objeto e prevendo os mesmos
riscos e, se ocorrer o sinistro, receberá integralmente a indenização por parte de
todos os seguradores.

Por fim, também tem-se a possibilidade de existir um ressegurador, que


aparecerá quando houver transferência de toda ou parte da responsabilidade do
segurador com o fim de distribuir a responsabilidade pelo adimplemento da
obrigação, ou seja, a indenização. Popularmente conhecido como “seguro do
seguro”.

Objeto

Alguns doutrinadores entendem o interesse como objeto do seguro. Como


interesse segurável, podemos entender qualquer relação econômica que sofra
riscos. Todos os interesses são passíveis de serem segurados, exceto os que a
própria lei não admite.

O risco é o acontecimento futuro e incerto que está previsto no contrato e é


suscetível a gerar danos ao objeto. Quando ocorrer o risco, gera o sinistro. A
contraprestação somente se torna obrigatória quando se tem o sinistro.

Quanto a forma, como já tido anteriormente, a doutrina entende que o contrato


de seguro é consensual e não real, pois depende apenas do acordo de vontades,
mas existem divergências quanto ao tema. Entretanto, a apólice é necessária
para comprovação de que existe um vínculo entre o segurado e a seguradora.

Classificação dos seguros

Quanto às normas que os disciplinam

a) comerciais, regidos pelo Código Comercial que fala sobre seguros marítimos;

b) civis, regidos pelo Código Civil e que tratam de seguros de dano e de pessoa.

Quanto ao número de pessoas


a) individuais: apenas um segurado;

b) coletivos: abrangem várias pessoas, como seguro de vida grupal.

Quanto ao meio do risco

a) terrestre;

b) marítimo;

c) aéreo.

Quanto ao objeto segurado

a) patrimoniais se cobrem perdas resultantes de obrigações;

b) reais se obtiverem os prejuízos sofridos por uma coisa;

c) pessoais se tratar de saúde ou vida.

Quanto à prestação dos segurados

a) a prêmio se os segurados pagam uma parcela fixa;

b) mútuos, se as obrigações são recolhidas em função dos riscos verificados e


os associados repartiam as consequências;

c) mistos se determinam uma parcela fixa mais um valor de sinistro dividido entre
os segurados.

Quanto às obrigações do segurador

a) seguros para perdas e danos ou responsabilidades sobre risco de fogo,


transporte e outros acontecimentos danosos. Deverá fazer uma indenização se
ocorrer o sinistro;

b) seguro de pessoa ou de vida, se o segurador visa proteger contra riscos à


saúde e a integridade física, não sendo prevista uma reparação de dano. Não
são contratos de indenização.

EXINÇÃO DO CONTRATO DE SEGURO

Se extinguirá pelo decurso do prazo, pelo distrato, pela resolução por


inadimplemento, pela superveniência de risco, pela cessação do risco e pela
nulidade.

Você também pode gostar