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Nova lei que, de qualquer modo, prejudica o réu. A lei mais benéfica não é a do momento do crime
Não retroage. e tampouco a última lei, mas uma lei intermediária.
Deve-se aplicar a lei mais favorável. Fala-se em
LEI POSTERIOR MAIS GRAVE EM CASO dupla extra-atividade.
DE CRIME PERMANENTE OU CRIME
CONTINUADO Combinação de leis penais
➢ Crime permanente: consumação se Faculdade conferida ao juiz para conjugar critérios
prolonga no tempo. CRIIIIIIIMEEEEE. mais favoráveis da lei anterior e da lei posterior.
➢ Crime continuado: dois ou mais crimes da
mesma espécie, praticados nas mesmas O STF é favorável a esta modalidade, mas o STJ é
condições de tempo, lugar e maneira de contrário, pois entende que o juiz estaria assumindo
execução, entre outras semelhanças. Para o papel do legislador.
Fernanda Amaral Fajardo – PUC Minas
Lei temporária e lei excepcional Aplica-se a lei do país de nacionalidade do autor,
sem importar com o local do crime, da vítima ou do
➢ Lei temporária: instituída por um prazo bem jurídico.
determinado, ou seja, a conduta só será
criminalizada na vigência da lei. Personalidade passiva
➢ Lei excepcional: editada em virtude de Aplica-se a lei penal da nacionalidade do ofendido.
uma necessidade estatal, a exemplo dos
crimes de guerra. Defesa
Ambas as leis são auto revogatórias e possuem Aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem
ultratividade, ou seja, alcança fatos praticados jurídico, não importando o local da infração penal
durante a sua vigência, ainda que esta já esteja ou nacionalidade do sujeito ativo.
revogada. Justiça penal universal ou justiça cosmopolita
Retroatividade da norma penal em O agente fica sujeito à lei do país onde foi
Branco encontrado, não importando sua nacionalidade, do
bem jurídico ou o local do crime. Geralmente este
Alteração no conteúdo da lei, posterior a conduta princípio está nos tratados internacionais de
criminosa, que beneficia o agente. cooperação de repressão a determinados delitos de
alcance transnacional.
O STF entende que quando:
Representação ou bandeira
➢ Homogênea: sempre tem efeitos
retroativos. A alteração do complemento é Lei penal nacional aplica-se aos crimes cometidos
um quadro de normalidade. A situação que em aeronaves e embarcações privadas, quando
se buscava incriminar agora é irrelevante praticados no estrangeiro e ai não sejam julgados
para o DP. ou em alto mar.
➢ Homogênea sem excepcionalidade: se
revogada ou modificada, poderá conduzir
Princípio da territorialidade
também à descriminalização. Ocorreu em Artigo 5º CP
um quadro de normalidade. Retroage.
➢ Heterogênea com excepcionalidade: A adoção deste princípio não é absoluta pois
ocorreu em um quadro de anormalidade. Se existem convenções, tratados internacionais e
revogado ou modificado, não conduz à regras de direito internacional. Fala-se em
descriminalização. territorialidade temperada.
Território Nacional
Territorialidade
Aplica-se a lei penal do local do crime, não Território físico
importando a nacionalidade do agente, da vítima ou Espaço terrestre, marítimo ou aéreo, sujeito à
do bem jurídico. soberania do Estado além das 12 milhas marítimas
Personalidade ativa de largura e o espaço aéreo correspondente
Território por extensão, ficção, equiparação ou
flutuante
Fernanda Amaral Fajardo – PUC Minas
Embarcações e aeronaves brasileiras públicas ou a Alcança os crimes descritos no inciso I sem
serviço do governo e aeronaves privadas com depender do preenchimento de qualquer requisito.
bandeira brasileira, ou seja, registradas no Brasil. Não importa se o agente foi condenado ou
Para as aeronaves ou embarcações estrangeiras, absolvido no estrangeiro.
apenas quando privadas em território brasileiro.
Condicionada
Embaixada Alcança os crimes previstos no inciso II desde que
As embaixadas são invioláveis, mas não as condições do §2º sejam cumpridas.
constituem extensão do território do país que Hipercondicionada
representam. Se ocorrer crime no interior da
embaixada, aplica-se a lei brasileira, salvo em Artigo 7º § 3º CP
hipótese de imunidade diplomática ou algum Além das condições do § 2º, é preciso cumprir as
tratado de direito internacional a respeito. condições do § 3º.
Direito de passagem inocente Lei Penal em relação às pessoas
Lei 8.617/1993
Deriva de prerrogativas de função. É o conjunto de
Navio privado que utiliza do mar territorial precauções que rodeiam a função e que servem para
brasileiro como passagem para o seu destino sem proteger o seu exercício. Requer lei estabelecendo-
atracar no território. Se ocorrer algum crime, a lei a e alcança funções vinculadas às instituições
brasileira não será aplicada desde que não governamentais.
prejudique a paz, a boa ordem ou a segurança do
Brasil, devendo a passagem ser contínua e rápida.
Espécies
As causas de justificação são incorporadas no tipo, Garantista: tudo que não corresponder a um
da qual seriam elementos negativos implícitos – determinado tipo de injusto será penalmente
negam o comportamento ilícito. irrelevante.
A tentativa não é um tipo penal autônomo. É tipo Omissivo próprio: não exige um resultado
ampliado, aberto e incompleto, é norma de naturalístico. Se o agente não age quando se devia,
extensão por natureza. Conjuga-se o tipo com o consuma-se o delito.
artigo 14 CP. Unissubsistente: impossibilidade de
fracionamento dos atos de execução.
Habitual: só se caracteriza pela prática reiterada
Elementos da tentativa dos atos.
Possui tudo que caracteriza o crime, menos a De atentado: não é possível tentativa de tentativa.
consumação. Contravenção penal: artigo 4º LCP.
1. início da execução: ação que penetre na fase
Desistência voluntária
executória do crime.
2. não consumação do crime por circunstâncias Artigo 15, primeira parte, CP.
independentes da vontade do agente. Iniciada a realização da conduta típica, o agente
3. dolo em relação ao crime total. VOLUNTARIAMENTE interrompe a execução,
quando ainda poderia prosseguir. Basta que seja
Espécies de tentativa voluntária e não precisa ser espontânea. É a
tentativa abandonada.
Imperfeita: o agente não consegue praticar todos
os atos necessários à consumação por interferência Somente é possível nas hipóteses que poderiam
externa. levar à tentativa imperfeita. É impunível. O agente
só responderá pelos atos já praticados.
Perfeita: o agente realiza todos os atos necessários
para obter o resultado, mas não o atinge. Arrependimento eficaz
Consequências
Fernanda Amaral Fajardo – PUC Minas
d) Resultado diverso do esperado: por erro, Incide sobre a potencial consciência sobre a
o resultado recai sobre outra pessoa. ilicitude do fato, ou seja, sobre o caráter proibitivo
Responde na forma culposa. da norma. O agente atua sem consciência da
e) Aberração na causa do resultado: o ilicitude, o que exclui a culpabilidade. Ocorre por
agente acredita ter consumado o delito, mas ignorância ou por representação imperfeita ou falsa
só se consuma por uma ação posterior que da realidade. Implica atenuante.
visa encobrir o primeiro fato.
O erro de proibição pode ser:
Descriminantes putativas
Inevitável, invencível desculpável ou
O agente atua supondo encontrar-se em uma
escusável
situação de excludente de ilicitude que justificaria
a sua conduta. O agente atua ou se omite sem ter a consciência da
Efeitos ilicitude, e não é possível lhe exigir que tenha esta
consciência. Afasta a culpabilidade.
1. Erro invencível ou escusável: afasta o dolo e a
Evitável, vencível, indesculpável,
culpa
inescusável
2. Erro vencível ou inescusável: responde de
forma culposa, se houver previsão. O agente tinha ou poderia ter consciência da
ilicitude. Acarreta a diminuição de pena de 1/6 a
Teoria extremada da culpabilidade 1/3. São consideradas características pessoais do
agente.
Todo erro que recai sobre uma excludente de
ilicitude é erro de proibição. A doutrina classifica o erro de proibição em três
espécies:
Teoria limitada da culpabilidade
a) Erro de proibição direto: recai sobre o
Se o erro recai sobre uma situação fática, é erro de conteúdo proibitivo, ou seja, o agente não
tipo permissivo (artigo 20 §1º CP). conhece ou não compreende o seu âmbito
de incidência. O agente acredita que sua
Se recai a existência ou sobre os limites da causa conduta não é proibida.
de justificação é erro de proibição (artigo 21). b) Erro de proibição mandamental: o
indivíduo não compreende o caráter
Erro determinado por terceiro reprovável de sua conduta omissiva, ou
Artigo 20 § 2º CP seja, acredita não estar obrigado a agir.
c) Erro de proibição indireto ou erro de
Há uma terceira pessoa que induz o agente a erro. permissão: é uma suposição errônea sobre
Pode haver punição ou não, conforme se trate de uma excludente de ilicitude. O agente sabe
erro vencível ou invencível. que a conduta é típica e supõe estar agindo
nos limites da excludente de ilicitude, mas
Erro sobre a pessoa se excedeu.
Artigo 20 § 3º CP
Ilicitude
Foi alvo de comentário quando da análise do erro
acidental. Relação de antagonismo entre a conduta do agente
e o ordenamento jurídico. Uma conduta é ilícita
Erro de proibição (antijurídica) quando, além de prevista no
ordenamento jurídico, é contrária a este.
Artigo 21, CP
Pela doutrina
Elementos objetivos e subjetivos das A situação de perigo não pode ser causada por
vontade do agente. O agente não pode ter dado
causas de justificação causa, seja dolosamente ou culposamente, à
situação que deu causa ao estado de necessidade.
Objetivos: expressas ou implicitamente
determinadas em lei. Tem predominado na doutrina que só não pode
invocar o estado de necessidade quem deu causa à
Subjetivos: conhecimento que o agente tem das
ação de forma dolosa.
causas que justificam seu comportamento,
guiando-se por essa consciência, voluntariamente. 2. EVITABILIDADE DO DANO OU
O agente atua com consciência das causas de INEVITABILIDADE DA CONDUTA
justificação.
O comportamento deve ser absolutamente
Ambos elementos devem estar presentes. inevitável para salvar o direito próprio ou de
terceiro que está sob risco.
Estado de necessidade
Reside a questão em duas vertentes:
Artigo 24
✓ O agente tinha como evitar o dano,
Há conflito entre bens que, teoricamente, estão deixando de praticar a conduta?
amparados pelo ordenamento jurídico. Em virtude ✓ O agente podia ter escolhido opção menos
da situação em que se encontram, um prevalecerá danosa?
em detrimento do outro. Em suma: existem dois
BJs em perigo e um deverá se sacrificar para No estado de necessidade, impõe-se sempre a
proteger outro. solução menos grave.
Legitima defesa putativa e legitima É o juízo de reprovação pessoal que se realiza sobre
a conduta típica e ilícita praticada pelo agente.
defesa autêntica
✓ Imputabilidade – impossível imputar
É possível compatibilizá-las. ✓ Potencial consciência da ilicitude –
excludente é o erro de proibição
Legitima defesa x estado de necessidade ✓ Exigibilidade de conduta diversa
No caso de menores de 18 anos. Artigo 27. Critério b) culposa: fruto de negligência ou imprudência.
biológico. Estará sujeito à medida socioeducativa. 2. acidental, fortuita ou involuntária
Emoção e paixão Caso fortuito (o sujeito desconhece que a
substância é tóxica) ou força maior (a pessoa é
Artigo 28, I, CP
obrigada a ingerir a substância tóxica).
Não excluem a imputabilidade:
✓ Se completa: exclui a imputabilidade –
Diferença básica: duração do sentimento. artigo 28, § 1º CP
✓ Se incompleta: diminuição de pena – artigo
Emoção: perturbação afetiva passageira, que gera 28, § 2º CP.
impulso. Ex: ira, alegria, medo...
3. patológica
Paixão: tende a se arrastar no tempo,
predominando sobre a atividade psíquica e produz Doentia, no caso de dependência da droga. O
alteração de conduta. Ex: amor, ciúmes... legislador trata como doença mental. Tratada no
artigo 26.
Embriaguez
4. preordenada
artigo 28, II, CP
O sujeito se embriaga propositalmente para
Intoxicação aguda que gera perturbação cometer um crime. Haverá um agravante de pena.
psicológica gerada pelo uso de drogas.
Potencial consciência da ilicitude
Diagnostico: exame clínico, exame laboratorial e
testemunhas. Possibilidade que o agente tem para compreender o
ESPÉCIES DE EMBRIAGUEZ caráter reprovável da sua conduta. Meio termo
entre o conhecimento formal (viola a norma penal)
e material (entendimento que a conduta é imoral).
A causa que a exclui é o erro de proibição – artigo
21. O agente pratica uma conduta acreditando ser
lícita, mas é ilícita.