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SEGUROS ....................................................................................................................

Aspectos gerais................................................................................................................................... 2
Prazo de vigência do seguro............................................................................................................ 3

Morte e Invalidez Permanente – MIP ................................................................................................. 3

Danos Físicos ao Imóvel – DFI ............................................................................................................. 4

Responsabilidade Civil do Construtor – RCC ....................................................................................... 4

Outros seguros ................................................................................................................................... 5

NORMAS APLICÁVEIS .................................................................................................. 6


SEGUROS

ASPECTOS GERAIS
Para que uma operação de crédito imobiliário seja realizada é necessária a contratação de,
pelo menos dois seguros: o de Morte e Invalidez Permanente – MIP e o de Danos Físicos ao
Imóvel – DFI, com exceção do SFI, que tem a obrigatoriedade apenas do MIP. Nos financiamentos
de construção, há ainda a exigência de contratação do seguro de Responsabilidade Civil do
Construtor – RCC.
Apesar de não ser possível a contratação de financiamento imobiliário sem a contratação
dos seguros indicados, não se trata de uma venda casada, proibida pelo Código de Defesa do
Consumidor, pois não se é uma exigência da instituição financeira concedente, mas da própria lei.
Para evitar qualquer discussão sobre a venda casada dos seguros habitacionais, a instituição
financeira deve oferecer a opção de escolha de, pelo menos, duas seguradoras distintas, para que o
proponente faça a contratação em uma delas, sem a cobrança de qualquer tarifa para análise e, caso
ele não queira nenhuma das apresentadas pela IF, ainda pode escolher um terceira, desde que
atendidas as condições estabelecidas pelo CNSP, podendo a IF cobrar uma tarifa de até R$ 100,00
para verificar as condições da apólice, recebendo um prazo de 15 dias para analisa-la.
Alguns conceitos dos contratos de seguro devem ser destacados:
• SEGURO: operação que estabelece para uma das partes (seguradora), mediante o
recebimento de prêmio da outra parte (segurado), a obrigação de pagar a esta ou a
pessoa por ela designada, determinada importância, no caso da ocorrência de
evento futuro e incerto, ou de data incerta, constante do contrato (apólice)
contratada entre a seguradora e o segurado para proteção deste último contra algum
risco temido e provável;
• SEGURADO: pessoa física ou jurídica que tem necessidade de proteção contra
algum tipo de evento incerto e futuro que poderá expô-lo a problemas financeiros
(exemplo: incêndio de sua casa financiada, caso não tenha seguro, poderá expor o
mutuário à perda do patrimônio);
• SEGURADORA: empresa autorizada a funcionar no Brasil, pela Susep, que
recebendo prêmio, assume o risco e garante indenização em caso de ocorrência de
determinado evento constante da apólice, o sinistro;
• RISCO: evento futuro e incerto que independe da vontade das partes contratantes
(segurado e seguradora) e contra é contratada a cobertura da seguradora, ou seja, é
feito o seguro. O risco é a expectativa de sinistro que poderá ou não ocorrer;
• PRÊMIO: soma em dinheiro paga pelo segurado à seguradora para que esta assuma
a responsabilidade de determinado risco;
• SINISTRO: é a ocorrência do risco temido pelo segurado;
• INDENIZAÇÃO: valor pago pela seguradora para cobrir o prejuízo (ou parte dele)
decorrente da ocorrência do sinistro previsto na apólice;
• COBERTURA: garantia de proteção contra o risco de determinado evento;
• LÍMITE MÁXIMO DE GARANTIA (LMG): valor máximo de indenização
resultante da ocorrência de determinado evento coberto ocorrido na vigência da
apólice;
• FRANQUIA: valor correspondente à parte do risco não assumido pela seguradora
e dedutível da indenização;
• CARÊNCIA: período durante o qual a seguradora está isenta de pagamento de
indenização mesmo ocorrendo os eventos previstos na apólice e são aplicados em
apólices de vida ou de saúde;

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• APÓLICE: é o contrato firmado entre o segurado e a seguradora com as condições
do seguro (riscos, cobertura, limites de indenização, prêmio, prazo dentre outras
condições).

Caso o mutuário não pague o prêmio, a instituição financeira poderá pagar e cobrar
posteriormente no mutuário. O não pagamento do prêmio pode ensejar na recusa da seguradora
em indenizar eventuais sinistros, enquanto estiver inadimplente.
É vedada a contratação de mais de uma apólice de seguro habitacional para o mesmo
financiamento, nem a cobrança de franquias nas coberturas obrigatórias. Contudo, nas coberturas
facultativas é permitida a cobrança de franquia.

Prazo de vigência do seguro


Os seguros obrigatórios servem como garantia da operação, segurança para o mutuário,
que não sofrerá o ônus com a ocorrência de algum sinistro, também para a instituição financeira
que resguarda a possibilidade de indenização quando houver um sinistro.
Retira-se dessa análise que a segurança precisa existir enquanto a operação de crédito
imobiliário estiver vigente.
Por outro lado, as seguradoras não são obrigadas contratar seguros com prazo do
financiamento somado à idade do proponente mais velho superior a 80 anos, 5 meses e 29 dias.
Como o seguro é obrigatório para a existência do crédito imobiliário, pode-se afirmar que, em
regra, o prazo máximo de uma operação de financiamento imobiliário, para cada proponente é
aquela em que, somando com a idade do proponente mais velho, não ultrapasse 80 anos, 5 meses
e 29 dias.
Além disso, o seguro não pode ser inferior ao prazo de financiamento. Caso ocorra
alongamento do financiamento o seguro deve ser endossado para que contemple todo o período
de vigência da operação.
Outra situação peculiar dos seguros habitacionais obrigatórios é a vedação de estipulação
de carência, com exceção da previsão de suicídio, que é de 2 anos, e de alteração de composição de
renda, que é de 12 meses.

MORTE E INVALIDEZ PERMANENTE – MIP


O seguro MIP serve para cobrir o saldo devedor da operação quando há morte natural ou
acidental do mutuário, ou quando este sofrer algum tipo de trauma ou doença que lhe deixe
incapacitado permanentemente para o exercício do trabalho, desde que o sinistro ocorra posterior
à data de contratação do seguro.
Se o proponente já se encontrar em situação de invalidez permanente na época da
contratação, a cobertura se dará apenas em relação ao risco de morte.
A seguradora pode fazer uma série de exigências ao proponente, por meio da Declaração
Pessoal de Saúde – DPS, que pode ser eletrônica ou não, preenchida ou não de próprio punho pelo
declarante, e assinada.
Caso o segurado venha a apresentar doença ou consequência de doença que era sabido por
ele antes da contratação do financiamento, mas que omitiu da DPS, a seguradora não é obrigada a
indenizar o sinistro ocorrido.
Os prêmios são calculados por alíquotas únicas ou variáveis em função da faixa etária do
mutuário, que deve ser estabelecida no momento da adesão, e incidirão, mensalmente, sobre o
saldo devedor da operação.
A indenização é realizada em pagamento único e no valor do saldo devedor da operação
ou, quando houver composição de renda entre os mutuários, o valor proporcional à composição
de renda do mutuário sinistrado. Nessa situação, a apólice continua vigente para o mutuário
sobrevivente, que pagará o prêmio reajustado para a categoria e valor deste.

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A invalidez permanente é comprovada com apresentação de declaração médica com
observância às restrições para doenças e lesões pré-existentes e suas consequências. Caso haja
divergência, poderá ser constituída, em 15 dias, junta médica composta por 3 profissionais, sendo
1 indicado pela seguradora, 1 indicado pelo segurado e outro indicado pelos dois profissionais,
arcando cada um pelo profissional indicado e ambos, pelo terceiro indicado pelos profissionais.
Como os seguros visam a proteção da operação de financiamento diante de eventualidades,
a instituição financeira deve figurar na apólice como beneficiária do seguro.

DANOS FÍSICOS AO IMÓVEL – DFI


O DFI serve para cobrir as despesas de recuperação do imóvel, caso algo aconteça com
sua estrutura, integridade. Por isso, o valor a ser coberto é o do valor do imóvel e não do
financiamento.
Para isso, a seguradora poderá solicitar laudo próprio de avaliação ou utilizar o mesmo
realizado pela instituição financeira para análise jurídica da garantia.
As coberturas mínimas do DFI são:
• Incêndio, raio ou explosão;
• Vendaval;
• Desmoronamento total;
• Desmoronamento parcial (destruição ou desabamento de vigas, paredes ou outro
elemento estrutural);
• Ameaça de desmoronamento, devidamente comprovada;
• Destelhamento;
• Inundação ou alagamento, ainda que decorrente de chuva.

Caso haja necessidade de desocupação do imóvel em decorrência de sinistro coberto deverá


ser prevista indenização correspondente aos encargos mensais do financiamento, limitado ao valor
de avaliação do imóvel na data da contratação.
Diferente do seguro MIP, o DFI visa o restabelecimento do imóvel, para a continuidade
do uso e, portanto, o beneficiário da indenização não é a instituição financeira, mas o próprio
segurado. Quando não for possível o restabelecimento do imóvel, a indenização se dará em
dinheiro.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO CONSTRUTOR – RCC1


Quando o financiamento não for para aquisição de imóvel, mas para construção, é
necessária a contratação do seguro de Responsabilidade Civil do Construtor, que busca cobrir
eventuais prejuízos causados a terceiros, pela execução da obra, a exemplo dos danos a veículos
estacionados próximos à obra, danos a prédios situados próximos à obra, danos a postes de energia,
danos a adutoras de água, acidentes que atinjam transeuntes próximos à obra.
O seguro pode cobrir, também, bens e equipamentos de construtor terceirizado, como
betoneiras, caminhões etc. e mesmo acidentes pessoais de empregados desse construtor. Não
haverá indenização, contudo, para danos causados por dolo, má-fé, imprudência ou imperícia do
construtor.
O beneficiário é o terceiro que sofreu o prejuízo, evitando que o tomador do crédito tenha
impacto financeiro e não termine a realização da obra.

1Art. 20 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966: “Sem prejuízo do disposto em leis especiais, são
obrigatórios os seguros de: c) responsabilidade civil do construtor de imóveis em zonas urbanas por danos a pessoas
ou coisas;”

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OUTROS SEGUROS
Além dos seguros elencados, o crédito imobiliário possui diversos produtos de crédito que
ensejam a existência de outros produtos de seguros, como por exemplo o Risco de Engenharia, a
Garantia de Conclusão de Obra e a Responsabilidade Civil do Construtor, todos relacionados ao
Plano Empresário, mas que não são objeto do Exame de Certificação da ABECIP.

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NORMAS APLICÁVEIS
Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966 – Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros
Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras providências.

Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997 – Dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário,


institui a alienação fiduciária de coisa imóvel e dá outras providências.

Resolução CMN nº 4.676, de 31 de julho de 2018 – Dispõe sobre os integrantes do Sistema


Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e do
Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), as condições gerais e os critérios para contratação de
financiamento imobiliário pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil e disciplina o direcionamento dos recursos captados em
depósitos de poupança.

Resolução CNSP nº 205, de 2009 - Dispõe sobre o seguro habitacional e dá outras providências.

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