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PRNCIPAIS FALÁCIAS FORMAIS

O que é uma falácia?

É um erro de raciocínio que, muitas vezes, passa despercebido. A divisão mais comum
distingue falácias formais – quando um mau argumento pretende ser um raciocínio
dedutivo válido, não o sendo, ou seja, quando a invalidade é percetível unicamente
com base na própria estrutura do argumento – e falácias informais (que incluem outro
tipo de erros argumentativos). As falácias formais não preservam a verdade, uma vez
que a estrutura do argumento não garante uma conclusão verdadeira a partir de
premissas verdadeiras.

Frequentemente, as regras do modus ponens e do modus tollens são indevidamente


aplicadas, incorrendo-se em erros de raciocínio conhecidos como falácia da afirmação
consequente e falácia da negação da antecedente.
PRNCIPAIS FALÁCIAS FORMAIS
Falácia da afirmação da consequente
Se A, então B. B. Logo, A.

A falácia reside na utilização incorreta do modus ponens, ou seja, no facto de se afirmar


a consequente e não a antecedente. Consideremos o exemplo:

Se estamos em março, o mês tem 31 dias.


O mês tem 31 dias.
Logo, estamos em março.

Atribua-se a P e Q a seguinte interpretação:


P: Estamos em março.
Q: O mês tem 31 dias.

Com este dicionário, podemos representar o argumento original do seguinte modo:


PRNCIPAIS FALÁCIAS FORMAIS
Falácia da afirmação da consequente
Se A, então B. B. Logo, A.

O argumento é inválido. Com este exemplo concreto, depressa percebemos que


extraímos incorretamente a conclusão «Estamos em março» da afirmação conjunta das
premissas: «Se estamos em março, então o mês tem 31 dias» e «O mês tem 31 dias».

As premissas, embora verdadeiras, não sustentam a conclusão. Poderemos estar num


mês com 31 dias e não ser março, mas maio, dezembro ou outros.
PRNCIPAIS FALÁCIAS FORMAIS
Falácia da negação da antecedente
Se A, então B. Não-A. Logo, não-B.

A falácia reside na utilização incorreta do modus tollens, ou seja, no facto de se ter


negado a antecedente e não a consequente. Retomemos o exemplo anterior:

Se estamos em março, então o mês tem 31 dias.


Não estamos em março.
Logo, o mês não tem 31 dias.

Atribua-se a P e Q a seguinte interpretação:


P: Estamos em março
Q: O mês tem 31 dias

Com este dicionário podemos representar o argumento original do seguinte modo:


PRNCIPAIS FALÁCIAS FORMAIS
Falácia da negação da antecedente
Se A, então B. Não-A. Logo, não-B.

O argumento é inválido. Extraímos incorretamente a conclusão «O mês não tem 31 dias»


das seguintes premissas: «Se estamos em março, então o mês tem 31 dias» e «Não
estamos em março».

Como é evidente, ao considerarmos este exemplo concreto, as premissas, mesmo que


verdadeiras, não sustentam a conclusão. Poderemos não estar em março e, mesmo
assim, o mês ter 31 dias.
PRNCIPAIS FALÁCIAS FORMAIS

Aplicar

1. Os argumentos que se seguem são válidos? Justifique a sua resposta.


a) Ninguém pode estudar e simultaneamente estar a conversar nas redes sociais.
O Pedro conversa nas redes sociais. Logo, não estuda.
b) Para tirar positiva no teste, bastaria ter estudado pelo menos uma tarde. Ora, tirei
positiva no teste. Portanto, estudei pelo menos uma tarde.
c) Ninguém pode estudar e simultaneamente estar a conversar nas redes sociais.
É certo que a Marta não está a conversar nas redes sociais. Portanto, estuda.
d) Para tirar positiva no teste, bastaria ter estudado pelo menos uma tarde. Tirei
negativa no teste. Logo, é certo que não estudei sequer uma tarde.

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