1) A teoria de John Swales sobre análise de gêneros fornece subsídios para pesquisas sobre gêneros textuais no contexto acadêmico.
2) Swales define gênero como uma classe de eventos comunicativos que compartilham o mesmo propósito comunicativo.
3) Swales também desenvolveu o conceito de comunidade discursiva, que produz e compartilha gêneros textuais de acordo com convenções específicas.
1) A teoria de John Swales sobre análise de gêneros fornece subsídios para pesquisas sobre gêneros textuais no contexto acadêmico.
2) Swales define gênero como uma classe de eventos comunicativos que compartilham o mesmo propósito comunicativo.
3) Swales também desenvolveu o conceito de comunidade discursiva, que produz e compartilha gêneros textuais de acordo com convenções específicas.
1) A teoria de John Swales sobre análise de gêneros fornece subsídios para pesquisas sobre gêneros textuais no contexto acadêmico.
2) Swales define gênero como uma classe de eventos comunicativos que compartilham o mesmo propósito comunicativo.
3) Swales também desenvolveu o conceito de comunidade discursiva, que produz e compartilha gêneros textuais de acordo com convenções específicas.
As contribuições teórico-metodológicas de John Swales na área de
Análise de Gêneros oferecem subsídios para pesquisas voltadas à análise retórica de gêneros textuais no contexto acadêmico. A aplicação de sua teoria permite aos alunos e pesquisadores a identificação dos diferentes gêneros textuais e facilita a sua produção de acordo com seus propósitos comunicativos.
Swales parte do pressuposto de que apenas os elementos linguísticos não são
suficientes para o reconhecimento de um gênero, sendo o contexto um elemento fundamental nesse reconhecimento. Para melhor compreender o fenômeno, Swales elaborou uma série de características para definir o gênero, assim como desenvolveu os conceitos de comunidade discursiva e propósito comunicativo, que estão intrinsicamente ligados ao gênero.
Para formular sua definição de gênero, Swales se apoiou em quatro campos de
estudos. Primeiro, no campo dos estudos folclóricos encontrou a importância de fazer uma classificação de gêneros como ferramenta de pesquisa, agrupando exemplares pertencentes ao mesmo gênero. Esse campo também considera as formas, que podem sofrer mudanças no seu uso pela sociedade. Outra abordagem desse campo diz respeito ao valor sociocultural dos gêneros, uma vez que atendem a necessidades de grupos sociais.
No campos dos estudos literários, os teóricos destacam a instabilidade da forma.
Nesse campo evidencia-se a quebra das normas para imprimir originalidade à obra. Um outro campo de estudos que influenciou Swales é o da linguística, onde os linguistas que seguem uma base etnográfica vêm somar bastante nos estudos de gêneros.
(elaborar)
O quarto campo é o da retórica, que classifica os diversos tipos de discursos nas
categorias expressivo, persuasivo, literário e referencial. Citando Motta-Roth et al (2005, p. 112-113), Swales entende que um texto que ilustra um tipo de discurso é categorizado de acordo com o elemento que recebe maior destaque no processo comunicativo. Por exemplo, seo discurso estiver centrado no receptor (leitor), é classificado como persuasivo. No entanto, reconhecendo as falhas dessa classificação, Swales se alinha com os estudiosos que levam em consideração o contexto do discurso.
Inspirado nesses quatro campos de estudo, Swales elabora sua própria
definição de gênero com base em cinco características. A primeira é a ideia de classe, categoria na qual se encaixam os textos pertencentes ao mesmo gênero, sendo o gênero uma classe de eventos constituídos de discurso, participantes do discurso, função do discurso e ambiente onde o discurso é produzido e recebido. A linguagem verbal tem papel fundamental e indispensável nessa classe de eventos comunicativos.
A segunda característica diz respeito ao propósito comunicativo. Cada gênero
tem a função de realizar um objetivo ou objetivos.
Uma terceira característica é a prototipicidade. Um texto será considerado de
determinado gênero se possuir as características específicas que definem o gênero. O texto que possuir todas as características ou a maioria delas é considerado protótipo daquele gênero.
A razão ou lógica subjacente ao gênero é a quarta característica. Razão
subjacente significa a lógica do gênero. A partir dessa lógica, os membros da comunidade reconhecem o gênero. De acordo com seu entendimento do propósito comunicativo, os membros experientes utilizam convenções que realizam adequadamente o gênero de modo que cumpra com eficácia seu propósito comunicativo.
A quinta característica é a terminologia utilizada pela comunidade discursiva
para nomear os gêneros por ela produzidos. Os nomes atribuídos aos gêneros indicam como os membros mais experientes, que nomeiam os gêneros, entendem a ação retórica das classes de eventos comunicativos. Essas cinco características delimitadas por Swales levam a uma concepção de gênero proposta pelo autor:
Um gênero compreende uma classe de eventos comunicativos cujos
exemplares compartilham os mesmos propósitos comunicativos. Esses propósitos são reconhecidos pelos membros mais experientes da comunidade discursiva original e constituem a razão do gênero. A razão subjacente dá o contorno da estrutura esquemática do discurso e influencia e restringe as escolhas de conteúdo e estilo. O propósito comunicativo é o critério que é privilegiado e que faz com que o escopo do gênero se mantenha enfocado estreitamente em determinada ação retórica compatível com o gênero. Além do propósito, os exemplares do gênero demonstram padrões semelhantes, mas com variações em termos de estrutura, estilo, conteúdo e público-alvo. Se forem realizadas todas as expectativas em relação àquilo que é altamente provável para o gênero, o exemplar será visto pela comunidade discursiva original como um protótipo. Os gêneros têm nomes que são herdados e produzidos pelas comunidades discursivas e importados por outras comunidades. Esses nomes constituem uma comunicação etnográfica valiosa, porém tipicamente precisam de validação adicional. (Swales, 1990, p.58 apud Biasi-Rodrigues, Hemais e Araújo, 2009)
Por essa definição, percebe-se que a concepção de comunidade discursiva está
intrisicamente ligada à concepção de gênero. Para Swales (1990, apud Biasi- Rodrigues, Hemais e Araújo, 2009), as comunidades são verdadeiras redes sociorretóricas que atuam em torno de um conjunto de objetivos comuns , e os seus membros detêm uma familiridade com gêneros particulares que lhes permite usá-los em causas comunicativas para atender a certos objetivos. Ou seja, o gênero não é uma ação individual, mas sim uma prática de grupos sociais.
O conceito de comunidade discursiva:
Comunidade discursiva é um conceito intrinsicamente ligado ao conceito de
gênero. Swales (1990 apud Biasi- Rodrigues, Hemais e Araújo, 2009) destaca que a definição de comunidade discursiva está relacionada à produção de textos como uma atividade social que se realiza de acordo com convenções discursivas específicas e revela o comportamento social e o conhecimento dos membros do grupo. No entanto, não é fácil reconhecer uma comunidade discursiva e determinar quais critérios são válidos para identificá-la.
Conforme cita (Biasi-Rodrigues, Hemais e Araújo, 2009), uma comunidade
acadêmica, por exemplo, poderia ser reconhecida pelo objetivo das pesquisas da comunidade, pela metodologia de pesquisa, pela frequência de comunicação ou ainda pelas convenções discursivas compartilhadas.
Para melhor esclarecer o conceito de comunidade discursiva, Swales propôes
seis características que podem definir uma comunidade discursiva.
1. Uma CD apresenta um conjunto de objetivos comuns.
2. Os membros devem se comunicar e ter mecanismos próprios para essa
comunicação.
3. Esses mecanismos têm a finalidade de viabilizar a troca de informação e
facilitar a interação entre os membros.
4. Uma CD tem a capacidade de criar seu próprio elenco de gêneros.
5. Cada CD possui um lírico específico com termos que têm significados
específicos.
6. Uma CD possui membros mais experientes, que têm maior domínio do
discurso e do conteúdo usados pela comunidade. E possui os membros novatos que não possuem tanto domínio do discurso e do conteúdo, mas são estimulados a adquirir esse domínio para participarem plenamente das atividades da comunidade.
Posteriormente, esse conceiro foi revisado devido a alguns pontos fracos na
conceituação inicial enxergados a partir de ponderações de outros autores e do próprio Swales.
A revisão do conceito mostrou que um sujeito não pertence a uma única
comunidade, implicando em variadas práticas sociais e relacionamentos com outras comunidades. Já que é possível essa interação entre as comunidades, os mecanismos de participação na comunidade se abrem à possibildade de inserção do novo na comunidade.
Devido a essa possibildade de inovação, os gêneros também se diversificam,
sem descaracterizar a comunidade, mantendo os sistemas de crenças e de valores.