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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

CADERNO DE QUESTÕES

Banca: FGV
Assuntos

Normas Processuais Civis. Normas Fundamentais e Aplicação das Normas Processuais. Normas Fundamentais do Processo
Civil. Aplicação das Normas Processuais. Função Jurisdicional. Jurisdição e ação. Limites da Jurisdição Nacional e da
Cooperação Internacional. Limites da Jurisdição Nacional. Cooperação Internacional: disposições gerais, auxílio direto, carta
rogatória. Competência Interna. Competência: disposições Gerais, modificação da competência, incompetência. Cooperação
Nacional.
01. FGV – 2019 – DPE-RJ – Técnico Superior Jurídico

Constitui uma exceção à característica inerte da jurisdição:

A. ação possessória tendo por objeto bem público;


B. habeas data;
C. restauração de autos;
D. ação popular;
E. mandado de injunção.

Comentários

Princípio da inércia da jurisdição: O Judiciário, só age, como regra, quando provocado pelas partes. Aplicação do art. 2º, CPC:

Art. 2º. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.

A jurisdição atua tipicamente por provocação. Portanto, essa jurisdição estatal não age de ofício. São as partes lesadas que devem
procurar o judiciário.

Excepcionalmente, um juiz pode instaurar um processo sem que alguém o tenha provocado. O art. 712 do CPC constitui uma exceção
à característica inerte da jurisdição:

Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério
Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.

Gabarito: C

02. FGV – 2019 – DPE-RJ – Técnico Médio de Defensoria Pública

Segundo o vigente Código de Processo Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias, bem como poderá, nas causas
que dispensem a fase instrutória, e independentemente de citação do réu, julgar liminarmente improcedente o pedido, se verificar,
desde logo, a ocorrência de prescrição ou decadência. Trata-se de regras processuais que encerram a aplicação do princípio
constitucional do(a):

A. livre acesso à justiça;


B. juiz natural;
C. isonomia;
D. ampla defesa;
E. duração razoável do processo.

Comentários

Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 45/2004 a efetiva prestação jurisdicional foi erigida a princípio fundamental, pois
foi acrescentado o inciso LXXVIII ao art. 5º da Carta Magna – o princípio da duração razoável do processo.

Constituição Federal de 1988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(…)

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação.

Gabarito: E

03. FGV – 2019 – DPE-RJ – Técnico Médio de Defensoria Pública

São condições genéricas para o regular exercício da ação:

A. partes capazes e demanda regularmente formulada;


B. pedido e causa de pedir;
C. legitimidade ad causam e interesse de agir;
D. juízo competente e capacidade postulatória;
E. capacidade para estar em juízo e representação processual.

Comentários

As condições da ação são, no direito processual, os requisitos necessários, que desde o momento inicial são exigidos que uma Ação
possua, para que o judiciário possa proferir uma decisão de mérito (ou seja, decidir sobre aquilo que se pede). São 2 as condições da
ação: legitimidade ad causam e interesse de agir.

Código de Processo Civil

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

Gabarito: C
04. FGV – 2018 – TJ-SC – Oficial da Infância e Juventude

São elementos da ação:

A. partes, juiz e demanda;


B. juiz, processo e demanda;
C. jurisdição, processo e pedido;
D. partes, pedido e causa de pedir;
E. jurisdição, causa de pedir e partes.

Comentários

São elementos da ação: parte, pedido e causa de pedir.

Gabarito: D

05. FGV – 2018 – TJ-SC – Técnico Judiciário Auxiliar

Define-se a prevenção do juízo para processar e julgar duas ações conexas, propostas perante órgãos jurisdicionais distintos, pela:

A. distribuição da petição inicial;


B. prolação do despacho liminar positivo;
C. prolação de qualquer despacho, ainda que se limite a determinar a emenda da petição inicial;
D. citação válida;
E. citação, ainda que inválida.

Comentários

Código de Processo Civil:

Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

06. FGV – 2018 – MPE-AL – Analista do Ministério Público – Área Jurídica

Sobre a competência no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta.

A. A reunião de ações conexas pode se dar a qualquer tempo, independentemente da prolação de sentença em algum dos processos.
B. As decisões do juízo absolutamente incompetente são nulas.
C. A cláusula de eleição de foro abusiva pode ser decretada ineficaz de ofício pelo juiz a qualquer tempo.
D. Quando houver continência, as ações serão necessariamente reunidas.
E. Serão reunidos, para julgamento conjunto, os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

Comentários

Código de Processo Civil:

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

(…)

§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

Gabarito: E

07. FGV – 2018 – TJ-AL – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador

Carlos, domiciliado na Comarca A, intentou, ali, ação de cobrança de uma obrigação contratual em face de Pedro, domiciliado na
Comarca B. Por entender que a demanda deveria tramitar no foro onde tem domicílio, Pedro deverá suscitar a matéria através de:

A. exceção de incompetência relativa;


B. exceção de incompetência absoluta;
C. preliminar em contestação;
D. reconvenção;
E. nenhuma via, devendo aguardar a apreciação judicial ex officio do tema.

Comentários

Código de Processo Civil:

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.

Gabarito: C
08. FGV – 2017 – TRT – 12ª Região (SC) - Analista Judiciário – Área Judiciária

Joaquim, que reside em Minas Gerais, pretende ajuizar uma ação postulando a reparação de danos causados por uma empresa
construtora, com sede localizada na cidade de São Paulo. Considerando que o ato causador do dano ocorreu na cidade de
Florianópolis, para a propositura dessa ação o foro competente é o:

A. do domicílio do autor;
B. do lugar da sede da empresa;
C. do lugar do fato ou ato;
D. do domicílio do autor ou do lugar da sede da empresa;
E. do domicílio do autor, do lugar da sede da empresa, ou do lugar do fato ou ato.

Comentários

O artigo 53, IV, a, é o denominado “fórum comissi delicti” para a ação de responsabilidade civil extracontratual: justifica-se a regra
como medida de economia processual, tendo em vista a possibilidade/facilidade de serem feitas perícias no local do dano, com menos
custos.

Código de Processo Civil:

Art. 53. É competente o foro:

(…)

IV – do lugar do ato ou fato para a ação:

a) de reparação de dano;

b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;

Gabarito: C

09. FGV – 2016 – COMPESA – Analista de Gestão – Advogado

A respeito das disposições sobre Função Jurisdicional, assinale a afirmativa incorreta.

A. A continência entre duas ou mais ações ocorre quando há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma,
por ser mais amplo, abrange o das demais.
B. Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
C. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes.
D. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de
direitos e obrigações, mas a cláusula de eleição de foro não vincula os herdeiros e sucessores.
E. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.

Comentários

Código de Processo Civil:

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de
direitos e obrigações.

§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.

§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a
remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.

§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.

Gabarito: D

10. FGV – 2016 – MPE-RJ – Técnico do Ministério Público – Notificações e Atos Intimatórios

São elementos identificadores da ação:

A. juízo, partes e pedido;


B. juízo competente, causa de pedir e demanda;
C. partes, causa de pedir e pedido;
D. partes, interesse processual e pedido;
E. causa de pedir, legitimidade e demanda.

Comentários

São elementos da ação: parte, pedido e causa de pedir.

Gabarito: C
11. FGV – 2016 – MPE-RJ – Técnico do Ministério Público – Notificações e Atos Intimatórios

No tocante à inércia, uma exceção a tal característica da jurisdição, de acordo com a legislação processual vigente, é a:

A. interdição;
B. reintegração de posse de imóvel público;
C. restauração de autos;
D. anulação de contrato administrativo;
E. nulidade de casamento.

Comentários

Princípio da inércia da jurisdição: O Judiciário, só age, como regra, quando provocado pelas partes. Aplicação do art. 2º, CPC:

Art. 2º. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.

A jurisdição atua tipicamente por provocação. Portanto, essa jurisdição estatal não age de ofício. São as partes lesadas que devem
procurar o judiciário.

Excepcionalmente, um juiz pode instaurar um processo sem que alguém o tenha provocado. O art. 712 do CPC constitui uma exceção
à característica inerte da jurisdição:

Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério
Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.

Gabarito: C

12. FGV – 2016 – MPE-RJ – Técnico do Ministério Público – Notificações e Atos Intimatórios

No que se refere à aferição da presença, ou não, das condições para o regular exercício da ação, a teoria aplicável é:

A. a asserção;
B. a substanciação;
C. a individuação;
D. a causa madura;
E. a concreta do direito de ação.

Comentários

Segundo a teoria da asserção ou prospettazione as condições da ação devem ser apreciadas de acordo com as alegações do autor
na petição inicial, ou seja, não dependem da correspondência entre tais afirmações e a realidade verificada a partir da dilação
probatória.

Gabarito: A

13. FGV – 2016 – MPE-RJ – Técnico do Ministério Público – Notificações e Atos Intimatórios

Diante do descumprimento de obrigação contratual, o credor ajuizou ação de cobrança em face do devedor. A petição inicial foi
distribuída à 1ª Vara Cível da Comarca da Capital no dia 22 de março de 2016, com juízo positivo de admissibilidade da demanda em
04 de abril e citação válida do réu em 19 de abril. Por seu turno, o devedor também propôs demanda, pleiteando a declaração de
nulidade do mesmo contrato, tendo a sua peça exordial sido distribuída à 9ª Vara Cível da mesma comarca, no dia 24 de março de
2016, com juízo positivo de admissibilidade da ação em 01 de abril e citação válida em 25 de abril. À luz da sistemática processual
vigente, os feitos:

A. não podem ser reunidos, devendo cada qual tramitar perante o juízo cível para onde a respectiva petição inicial foi distribuída;
B. devem ser reunidos, em razão do vínculo da continência, estando prevento o juízo da 1ª Vara Cível da Comarca da Capital;
C. devem ser reunidos, em razão do vínculo da continência, estando prevento o juízo da 9ª Vara Cível da Comarca da Capital;
D. devem ser reunidos, em razão do vínculo da conexão, estando prevento o juízo da 1ª Vara Cível da Comarca da Capital;
E. devem ser reunidos, em razão do vínculo da conexão, estando prevento o juízo da 9ª Vara Cível da Comarca da Capital.

Comentários

Código de Processo Civil:

Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção.

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.

(…)

§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o
pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será
proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.

Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente.

Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.

Gabarito: D

14. FGV – 2016 – MPE-RJ – Técnico do Ministério Público – Notificações e Atos Intimatórios

São condições para o regular exercício da ação:

A. legitimidade ad causam e demanda regularmente formulada;


B. interesse de agir e competência do juízo;
C. legitimidade ad processum e possibilidade jurídica do pedido;
D. possibilidade jurídica do pedido e competência do juízo;
E. legitimidade ad causam e interesse de agir.

Comentários

As condições da ação são, no direito processual, os requisitos necessários, que desde o momento inicial são exigidos que uma Ação
possua, para que o judiciário possa proferir uma decisão de mérito (ou seja, decidir sobre aquilo que se pede). São 2 as condições da
ação: legitimidade ad causam e interesse de agir.

Código de Processo Civil

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

Gabarito: E

15. FGV – 2016 – MPE-RJ – Técnico do Ministério Público – Notificações e Atos Intimatórios

A possibilidade de concessão, pelo juiz da causa, de tutela antecipatória do mérito, inaudita altera parte, em razão de requerimento
formulado nesse sentido pela parte autora em sua petição inicial, está diretamente relacionada ao princípio:

A. do juiz natural;
B. da inércia da jurisdição;
C. da inafastabilidade do controle jurisdicional;
D. do contraditório;
E. da motivação das decisões judiciais.

Comentários

A Constituição Federal de 1988 prevê, no artigo 5º, inciso XXXV, inserido no rol de direitos e garantias fundamentais, o princípio da
inafastabilidade da jurisdição, também chamado de cláusula do acesso à justiça, ou do direito de ação:

Constituição Federal de 1988

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(…)

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Já o Código de Processo Civil prevê, no artigo 3º, em seu caput, o mesmo princípio:

Código de Processo Civil

Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

Logo, o princípio da inafastabilidade da jurisdição é, a um só tempo, princípio constitucional e infraconstitucional do processo civil.

Gabarito: C

16. FGV – 2016 – MPE-RJ – Técnico do Ministério Público – Notificações e Atos Intimatórios

Pedro, proprietário de um bem imóvel situado na Comarca de Niterói, ao saber que o mesmo foi ocupado, sem a sua autorização, por
Luiz, intentou ação reivindicatória na Comarca do Rio de Janeiro, onde é domiciliado. De acordo com a sistemática processual vigente,
o réu:

A. deve alegar o vício de incompetência como preliminar de sua contestação, sem que o juiz possa conhecer ex officio da matéria;
B. deve alegar o vício de incompetência como preliminar de sua contestação, embora o juiz possa conhecer ex officio da matéria;
C. deve alegar o vício de incompetência pela via da exceção, sem que o juiz possa conhecer ex officio da matéria;
D. deve alegar o vício de incompetência pela via da exceção, embora o juiz possa conhecer ex officio da matéria;
E. não pode alegar o vício de incompetência, já que a possibilidade de o autor intentar a ação na comarca de seu domicílio
compatibiliza-se com a garantia constitucional do pleno acesso à jurisdição.
Comentários

Código de Processo Civil:

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.

§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade,
vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.

§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.

(…)

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.

§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.

§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.

§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.

§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.

Gabarito: B

17. FGV – 2018 – AL-RO – Advogado

Determinado credor ajuizou ação de cobrança em face do devedor, postulando a condenação deste ao pagamento da quantia de cem
mil reais, relativa ao crédito derivado de um contrato de mútuo. Na sessão de conciliação, as partes não obtiveram a autocomposição.
Transcorrido o prazo legal, o réu não apresentou contestação, o que lhe valeu o decreto de revelia. Na sequência, o devedor ajuizou,
em face do credor, ação declaratória de inexistência do contrato de mútuo. Nesse cenário, o feito correspondente à demanda
declaratória deve ser

A. reunido com o primeiro, em razão da conexão.


B. reunido com o primeiro, em razão da continência.
C. julgado extinto, sem resolução do mérito.
D. julgado extinto, com resolução do mérito.
E. regularmente processado, após ser submetido à livre distribuição.

Comentários

Teoria da identidade da relação jurídica

Apesar de as duas ações terem as mesmas partes, não podemos dizer que elas possuem os mesmos pedidos (cobrança vs.
declaração), ou a mesma causa de pedir (dívida devida vs. contrato nulo). Mas, mesmo assim, nós conseguimos perceber que, no
fundo, as duas ações tratam da mesma questão, sendo diferentes apenas por uma razão técnica. Para solucionar esse impasse foi
desenvolvida a teoria da identidade da relação jurídica. Muito mais do que comparar os elementos da relação jurídica de direito
processual, essa teoria compara os elementos da relação jurídica de direito material para aferir a identidade entre as duas demandas.
De acordo com ela, as duas demandas do enunciado, no fundo, seriam a mesma, uma vez que as duas são baseadas na mesma
relação jurídica (a obrigação de pagar entre o credor e o devedor).

Como as duas ações, em verdade, são a mesma, o que temos aqui é litispendência e, por isso, o feito correspondente à ação
declaratória deve ser julgado extinto, sem resolução do mérito, por força do art. 485, V.

Código de Processo Civil:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

(…)

V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;

Gabarito: C

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