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Curso de Direito
Direito Processual Civil
Prof. Tizzo
TUTELA PROVISÓRIA
- CPC-73 e antes de 94: havia apenas a tutela cautelar, que poderia ser dado
em processo autônomo ou sem processo autônomo.
Mesmo na sistemática antes de 94, já havia tutela antecipada, mas não
estava prevista em dispositivo específico. Havia diversas antecipações, mas o
CPC não reconhecia como tal.
Se o recurso ainda não foi distribuído no tribunal, mesmo que ainda esteja
com o juiz, é possível distribuir no tribunal o pedido autônomo de efeito
suspensivo.
*Apesar dessa previsão, as súmulas mantêm-se válidas e aplicáveis,
conforme entendimento do STF:
“Conforme já assentado na decisão recorrida, o ajuizamento perante esta Corte
de ação cautelar para que se conceda efeito suspensivo a recurso extraordinário
apenas é cabível nos casos em que tal insurgência tenha tido juízo positivo de
admissibilidade na origem. In casu, não se verifica a ocorrência desse requisito,
pelo que se mostra manifestamente incabível a presente ação. Incidem,
portanto, as Súmulas 634 e 635 do STF, as quais assim dispõem: (...) Outrossim,
anoto que tal providência resta mantida também sob a vigência do CPC/2015,
cujo art. 1.029, § 5º, I, prevê que 'O pedido de concessão de efeito suspensivo a
recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por
requerimento dirigido [...] ao tribunal superior respectivo, no período
compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo'.”
(AC 4204 AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgamento em
2.5.2017, DJe de 17.5.2017)
TJ-DF: com a atenção voltada para a teoria geral do processo, tendo como certo
que o ordenamento jurídico brasileiro garante o direito de ação
independentemente do direito à sentença favorável....
Obs.: há na doutrina quem critique isso. Afirma que não há provisoriedade. Diz-
se que elas não são provisórias e sim temporárias, porque os seus efeitos
práticos são temporários, mas a decisão é definitiva.
3.6. REQUISITOS
✓ Autor.
✓ Reconvenção e ações dúplices: é possível requerer tutela antecipada.
- Requisitos alternativos:
• Periculum in mora: seria um requisito alternativo. É necessário quando
se trata de tutela de urgência.
• Abuso do direito de defesa ou defesa meramente protelatória: nem
era necessário trazer a hipótese de defesa protelatória, porque isso já se
enquadra no abuso de direito. Abuso de direito é um desvio de finalidade,
ou seja, a pessoa se utiliza do direito para obter um fim não desejado pelo
ordenamento jurídico.
• Pedido incontroverso ou parte incontroversa do pedido: está previsto
no art. 273, §6º, CPC-73. Pode se dar por duas situações: pelo
reconhecimento ou pela ausência de impugnação. É o caso de demanda
na qual se requer R$1000 e o réu afirma que sua dívida é de R$500. Os
R$500 é a parte incontroversa da demanda.
Obs.: para parte da doutrina a decisão que concede a parte incontroversa
é apenas uma decisão interlocutória. Para outra parte da doutrina, não
seria apenas uma decisão interlocutória. Seria uma sentença parcial de
mérito. Haveria duas sentenças: uma para matéria incontroversa e a outra
para a matéria controvertida, a qual seria julgada mais adiante por outra
sentença.
Defende-se que em relação á matéria incontroversa, a cognição é
exauriente. Não existe mais prova a produzir. Como a cognição é
exauriente é sentença e não interlocutório, não obstante a lei definir como
interlocutória.
Obs2: o juiz agora pode exigir uma caução para conceder antecipada ou
cautelar. A jurisprudência já admitia isso, mas agora o NCPC traz isso
expressamente.
De acordo com a sistemática do NCPC o juiz não pode decidir sem ouvir
as partes. O NCPC é vocacionado ao contraditório, de maneira que, em regra, o
juiz, para decidir, deve ouvir previamente as partes, até para as matérias que
podem ser cognoscíveis de ofício.
O NCPC faz isso porque nele prevalecem dois princípios muito
importantes. O contraditório substancial e também do princípio da cooperação.
Questiona-se se essa regra também se aplica às tutelas de urgência. A
resposta é não. Então, embora o NCPC fale que é necessário ouvir as partes
antes de decidir, para tutelas de urgência é possível conceder a cautelar sem
ouvir a outra parte.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à
tutela provisória de urgência;
Obs: isso já era previsto em relação ao CPC-73. Então tanto no NCPC como no
de 73 era possível conceder a tutelar sem ouvir a outra parte
- FASE PRELIMINAR
a) Petição inicial: com indicação da causa de pedir e do pedido principais.
(O NCPC utiliza os termos lide e seus fundamentos), o fumus boni iuris e
o periculum in mora¸ indicação do valor da causa para o cálculo das
custas, conforme o pedido principal.
b) Réu citado: para contestar em 5 dias, já indicando as provas que
pretende produzir. Se houver revelia haverá confissão ficta e o juiz
decidirá em 5 dias. Se, no entanto, o réu contestar, segue-se o
procedimento comum.
- FASE PRINCIPAL
a) Efetivada a medida cautelar, o autor deve formular o pedido principal no
prazo de 30 dias, podendo aditar a causa de pedir (sem novas custas,
porque não se trata de um novo processo).
Obs2: surgiu a dúvida se, quando o autor não formula a ação principal no
prazo de 30 dias, o processo é extinto.
Para resolver, o STJ editou a S. 482: a falta de ajuizamento da ação
principal no prazo do art. 806, CPC acarreta a perda da eficácia da liminar
deferida e a extinção do processo cautelar.
- FASE PRELIMINAR
a) Petição inicial simples
- Dizer que pretende valer-se do benefício dessa petição. (Informa que é
uma petição simples e que depois será completada).
- Requerer a tutela antecipada.
- O autor deve indicar a causa de pedir e o pedido principais. (Indicação
simples, mera referência a estes).
- Apresentar o fumus boni iuris e o periculum in mora.
- Indicar o valor da causa, conforme o pedido principal.
- FASE PRINCIPAL
a) Concedida a tutela, o autor aditará a petição em 15 dias, ou prazo maior
fixado pelo juiz, a depender da complexidade da causa, complementando
a causa de pedir, confirmando o pedido e juntando documentos, sem
novas custas.
Obs: se não houver o aditamento, o processo será extinto sem resolução
de mérito.
b) O réu será citado para a audiência de conciliação ou mediação. Se não
houver autocomposição, abre-se o prazo de 15 dias para a contestação,
na forma do art. 335, NCPC.
c) Indeferida a tutela, o juiz determinará a emenda da inicial em até 5 dias.
se não houver a emenda, o processo será extinto sem resolução do
mérito.
Obs.: o NCPC diz que ocorre aqui apenas a estabilização, mas que não cria
coisa julgada material. A tutela debate isso. Questiona-se como se faz para
recorrer da decisão de tutela antecipada.
Para tanto, caberá uma ação revisional para rever, reformar ou invalidar
a tutela antecipada.
#Atenção: não é ação rescisória, é revisional, pelo rito comum. Não poderia ser
rescisória, porque não há coisa julgada.
1ª Corrente: não faz coisa julgada e, portanto, não cabe rescisória (sempre cabe
revisional).
2ª Corrente: faz coisa julgada e não cabe rescisória (só ação revisional no prazo
de 2 anos).
3ª Corrente: faz coisa julgada e cabe ação rescisória após o prazo de 2 anos da
revisional.
Para fins de prova, ater-se à letra da lei: direito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos,
contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.
- EVIDÊNCIA
4.3. COGNIÇÃO
4.4. IRREVERSIBILIDADE
- Art. 9º, §único, II, NCPC: prevê quais são as situações em que se pode
conceder a tutela de evidência sem ouvir a outra parte e quando isso não é
possível.
II – alegações de fato provadas documentalmente e súmula vinculante ou tese
em julgamento de casos repetitivos
III – Ação de depósito: pedido reipersecutório fundado em prova documental de
contrato de depósito.
- Não pode ser concedida sem a oitiva da outra parte
I – Abuso de direito de defesa
IV – prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que
o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
5.1. COMPETÊNCIA
# OBS.: A tutela de evidência não pode ser concedida sem a oitiva da parte
contrária em dois casos: I) em caso de abuso de direito de defesa; II) prova
documental dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha
prova capaz de gerar dúvida razoável.
5.5. RECURSOS E TUTELA PROVISÓRIA
- O Novo CPC disciplina esse assunto no Art. 1.059, Novo CPC. E todas as leis
continuam em vigor, embora o Novo CPC não fale expressamente da Lei 9.492.
- A doutrina majoritária entende que essas leis são inconstitucionais, porque elas
violariam o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.
- Entretanto, o STF entende que essas leis são constitucionais (ADC 4 MC/DF).
- Súmula 729, STF:A decisão da ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela
em causa de natureza previdenciária. Ou seja, pode conceder a tutela provisória
contra a Fazenda Pública em matéria previdenciária – não há restrições.
- Redação Original:
Art. 988 – (…)
III – garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal em
controle concentrado de constitucionalidade;
IV – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de
precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente
de assunção de competência.
§ 5o É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da
decisão.
→ O Novo CPC não trata mais esse assunto como espécie de tutela antecipada
– agora trata separadamente da tutela provisória.
- No CPC/73 esse tema estava no art. 273, parágrafo 6o. O CPC autorizava uma
antecipação da tutela.
- No Novo CPC, esse tema está no art. 356.