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FACULDADE DE ENGENHARIAS
CURSO DE DIREITO
Material de apoio de Direito Processual Penal; 4ᵒ Ano, 1º Semestre; Aula da data: 13/03/2023
A PRISÃO DO ARGUIDO
Tem como sujeito passivo, o arguido e tem como requisitos gerais para a sua aplicação, o
previsto no art.245 do CPP e especiais –art.243 do CPP.
São todas uma serie de circunstancias que se podem verificar independentemente uma das outras,
estes requisitos não são cumulativos: basta que se verifique um ou que haja a possibilidade de se
verificar um para que as medidas de coacção possam ser aplicadas.
É uma medida de natureza excepcional e tem também natureza subsidiaria, isto é, só se aplica se
os fins que com ele se pretendem atingir não poderem ser atingidos com a aplicação de outra
medida de coacção menos gravosa (art.254 nº1 e 4 em remissão ao art.253 nº3 do CPP).
-Pode-se invocar o habeas corpus (art.265 do CPP) nas situações de prisão ilegal. Verificada
qualquer das situações referidas no art.265, qualquer pessoa poderá impugnar esta situação de
b) Detenção – É uma figura próxima das medidas de coação, ate porque também ela se vai
prender com a limitação, embora temporária da liberdade do arguido (art.297 nº1 al. a) do
CPP).
A finalidade imediata da detenção é garantir que o arguido seja julgado no prazo máximo de 48h.
Ninguém pode estar detido mais de 48horas sob a apena da detenção se tornar ilegal. E tem que
distinguir na detenção: detenção em flagrante delito (art.298) e detenção fora de flagrante
delito (art.300 do CPP)
a) Quanto a sua natureza: A prisão preventiva é uma medida de coação processual mais
gravosa. A detenção é uma medida de natureza cautelar, que não pressupõe tao pouco a
existência de um processo.
c) Quanto a duração: A prisão preventiva poderá atingir um máximo e 3 anos (art.256 nº3
do CPP). Já a detenção nunca poderá ultrapassar as 48h (art.175 nº1 e 297 do CPP).
A liberdade provisoria mediante TIR é a primeira medida de coacção que se deve ter em
cota para aplicação de outras medidas de coacção e de garantia patrimonial. Só se se
verificar a ineficácia desta é que se pode aplicar as outras.
Esta medida pode ser aplicada pelo MP, logo na triagem apos o interrogatório sumario do
arguido, assim que se considere adequada para fins cautelares visados (art.235 nº1 1ª parte do
CPP).
O individuo que for aplicado esta medida esta sob uma liberdade provisoria, ficando sujeito a
certas obrigações, nomeadamente: provar a sua identidade, declarar a sua residência, comparecer
em juízo quando a lei exija ou quando seja devidamente notificado por ordem do magistrado
competente, não perturbar a instrução do processo, procurando ilicitamente impedir a
averiguação da verdade, não cometer novas infracções.
A identidade do arguido devera ser considerada provada, por atenção ao art.237 do CPP.
É uma das medidas cautelares que consiste em dar-se um valor patrimonial, como garantia
de cumprimento das obrigações inerentes `a qualidade de arguido em que o indiciado se
encontra. A caução visa essencialmente garantir a presença do arguido nos actos
processuais, assim como no pagamento de indeminizações a que as partes lesadas têm
direito e as despesas processuais.
A caução é arbitrada pelo JIC, ouvido o MP, tendo em cota a gravidade da infração, o dano
causado e a condição socioeconómica do arguido (vide o art.238 nº4 do CPP).
Em caso do MP não concordar com o valor que vir a ser arbitrado pelo juiz, pode interpor
recurso ao Tribunal imediatamente superior ao que tomou decisão.
O Professor Cavaleiro Ferreira, ensina que o montante a se arbitrar deve ser suficiente para
satisfazer os deveres processuais do arguido, substituindo eficazmente a prisão preventiva, mas
deve ser também de molde a não frustrar injustamente o direito que a lei quis conceder aos
arguidos de obter liberdade provisória.
Caução carceraria (art.238 do CPP) – Que tem por fim assegurar eficazmente a
comparência do arguido, a todos os termos do processo em que seja necessário e o
cumprimento das obrigações impostas pelo juiz.
Caução económica (art.269 do CPP) – Já como uma medida de garantia patrimonial,
destina-se a garantir o pagamento das multas e impostos de justiça, assim como
indeminizações por perdas e danos em que o arguido possa vir a ser condenado.
A caução pode ser prestada nos termos do art.247 nº1 do CPP. Assim o arguido tem a faculdade
de indicar o meio porque pretende presta-la e se não residir no distrito ou cidade ode correm os
autos, terá que designar uma pessoa residente na sede do distrito ou cidade que possa receber
notificações que hajam de ser feitas.
A liberdade provisoria mediante caução é aplicável aos arguidos, por crimes a que caiba pena de
prisão superior a 1 ano, vide art.238 nº2, em remissão ao art.239 do CPP.
Se o arguido, notificado para reforçar a caução não indicar bens para o reforço exigido ou novo e
idóneo fiador, ou subf-iador no prazo de 5 dias, ficara a caução sem efeito e o arguido será preso
em todos os casos em que é admissível ou não se prescindir de caução.
Em caso do arguido faltar as obrigações que lhe for imposto, será quebrada a caução (art.249 nº1
do CPP) e recolhido o arguido `a prisão e só poderá ser concedida de novo a liberdade provisoria
no despacho de pronúncia ou de decisão final.
O fiador ou sub-fiador podem ser exonerados da fiança, desde que o requeiram ao JIC. O arguido
será notificado desse requerimento e se não prestar caução no prazo de 5 dias, igualmente será
preso preventivamente e só poderá ser concedida de novo a liberdade provisoria nos termos do
paragrafo anterior.
Em Março de 2022, Diogo e Elvira, irmãos de Ana, descobriram a existência da vídeo cassete.
Diogo pretende prosseguir com a investigação criminal mas Elvira opõem-se por não querer ver
o nome da sua família no processo. Quid júris!