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LEGÍTIMA DEFESA
Art. 25/CP - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também
em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a
vítima mantida refém durante a prática de crimes.” (NR)
Os órgãos responsáveis, que trabalham para a garantia da Segurança Pública, são: Polícia
Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; Polícias Civis; Polícias Militares e
Corpos de Bombeiros Militares.
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Art. 51/CP - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da
execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
A Lei de Execução Penal, por sua vez, cuida do tema em seu artigo 164:
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como
título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do
condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância,
proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei
processual civil.
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A alteração era esperada por vários penalistas, dada a alteração na própria expectativa de vida
desde a fixação do limite de 30 anos, não havendo que se falar em violação da vedação a
penas perpétuas. Cuida-se de adaptação da norma, dada a modificação da realidade social,
dentro dos limites permitidos pela Constituição.
Portanto, com a modificação legislativa, o limite fixado pela lei passou a ser de 40 anos para
as penas de reclusão e de detenção, sendo que, se houver a fixação de penas em montante
superior ao máximo, elas devem ser unificadas pelo juiz da execução, adequando-as ao teto.
Entretanto, as penas devem ser consideradas no todo, sem o corte do teto de 40 anos, para a
finalidade de cômputo dos benefícios da execução penal, como a progressão de regime, as
saídas temporárias, o indulto, a comutação (indulto parcial) e o livramento condicional.
Cumpre mencionar que o limite modificado só pode ser aplicado para os crimes cometidos
após o início de vigência da Lei 13.964/2019, por se tratar de lei penal posterior que prejudica
o réu.
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DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Requisitos do livramento condicional
Art. 83/CP - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
III - comprovado:
a) bom comportamento durante a execução da pena;
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
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O legislador restringiu a aplicação dos regramentos incluídos pela Lei 13.964/2019 aos crimes
cuja pena máxima seja superior a 6 anos de reclusão. Portanto, não cabe a decretação da
perda de bens, com base no artigo 91-A do CP, em todos os delitos.
Consideram-se, ainda, como patrimônio do agente aqueles que forem transferidos a terceiros
a título gratuito (como uma doação) ou mediante uma contraprestação irrisória (como um
negócio de compra e venda simulado, em que o preço só serve para ocultar a natureza gratuita
da alienação), a partir do início da atividade criminal. Entendo que, neste ponto, devemos
considerar o início dos atos executórios, quando o agente já pode ser punido pela prática do
delito, a título de tentativa.
A lei exige o pedido expresso do Ministério Público, que deve ser feito por ocasião da denúncia,
inclusive com a indicação da diferença apurada entre o patrimônio que o condenado possui e
o que seria compatível com sua atividade profissional e/ou econômica lícita.
Por fim, o parágrafo quinto do artigo 91-A do Código prevê uma regra específica para os
instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias. Nestes
casos, serão declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça
onde tramita a ação penal. Ainda se especifica que deve haver a perda ainda que tais
instrumentos não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública,
nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes.
Apesar de não haver menção a ser esse efeito automático ou não, a redação indica a
necessidade de decretação judicial (“deverão ser declarados perdidos”), além de sua previsão
estar em um artigo que menciona a necessidade de determinação na sentença. Deste modo,
entendo ser também um caso de efeito não automático, que deve ser decretado pelo juiz de
forma expressa.
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DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116/CP – Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da
existência do crime;
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando
inadmissíveis; e
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal.
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre
durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.
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A prescrição possui causas suspensivas. A suspensão determina que o prazo deixe de fluir,
ficando paralisado. Com o fim da suspensão, a prescrição volta a correr de onde parou.
Deste modo, se o prazo prescricional é de 10 anos e, ao completar 4 anos do prazo, sobrevém
uma causa suspensiva, o prazo ficará congelado nos 4 anos já corridos. Cessada a causa de
suspensão do prazo, este voltará a fluir, reiniciando-se nos 4 anos em que havia sido suspenso
e correndo pelos 6 anos restantes.
As modificações só podem ser aplicadas para os crimes cometidos após o início da vigência
da Lei, já que a prescrição tem natureza penal, por limitar o poder de punir. Dest e modo, as
hipóteses dos incisos III e IV do artigo 116 só podem ser aplicadas aos crimes cometidos a
partir de 23 da janeiro de 2020. Vale mencionar que o inciso II só teve sua redação modificada,
sem alteração de conteúdo da norma que dele se extrai.
Da leitura do dispositivo, percebe-se que a prescrição não corre enquanto, em outro processo,
não for resolvida questão de que depende a existência do crime. Também há suspensão do
prazo prescricional no caso de o agente estar cumprindo pena no exterior.
Por fim, a prisão do indivíduo, por outro motivo, é uma causa suspensiva da prescrição.
Enquanto o agente estiver preso por delito diverso, a prescrição não corre. Só voltará a correr
quando ele for posto em liberdade, enfatizando que ele deveria estar preso por motivo diverso,
ou seja, não em razão do delito cujo prazo prescricional estava suspenso.
Deste modo, superado o tempo que corresponda ao máximo da pena cominada, o prazo
prescricional deve voltar a fluir, estando ou não superada a causa suspensiva. Isto porque o
STJ pacificou o entendimento de que a suspensão do prazo prescricional não é ilimitada,
devendo ter como limite de duração a própria pena em abstrato cominada ao delito, em seu
máximo.
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DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo
Art. 157/CP – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa
para si ou para terceiro.
§ 2º - A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade
I – REVOGADO
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado
ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
§ 2º-A - A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum.
§ 2º-B - Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de
uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multaII –
morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
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A Lei 13.964/2019 passou a prever mais uma majorante, que incide no caso de emprego de
arma branca.
Vale recordar que o emprego de arma de fogo faz incidir a majorante do artigo 157, § 2º -A,
com fração de 2/3.
No caso da arma branca, a causa de aumento será de um terço até metade. A alteração só
vale para os crimes cometidos a partir do início da vigência da Lei 13.964/2019, definido para
30 dias após a sua publicação. Não se deve considerar a arma de brinquedo para a
incidência do dispositivo, já que não se trata propriamente de arma, mas apenas de um
objeto que pode enganar a vítima, configurando a grave ameaça, elementar do tipo penal.
Apenas como referencial doutrinário, vamos analisar a legislação portuguesa (Lei 5/2006,
artigo 2º, I, m) que trata do regime jurídico das armas e munições. Referido texto define arma
branca como “todo o objeto ou instrumento portátil dotado de uma lâmina ou outra superfície
cortante, perfurante ou corto-contundente, de comprimento superior a 10 cm, as facas
borboleta, as facas de abertura automática ou de ponta e mola, as facas de arremesso, as
estrelas de lançar ou equiparadas, os cardsharp ou cartões com lâmina dissimulada, os
estiletes e todos os objetos destinados a lançar lâminas, flechas ou virotões”.
Deste modo, entendo que as armas impróprias, que antes da Lei 13.654/2018 tornavam o delito
majorado, não permitem a incidência da majorante do artigo 157, § 2º, VII. Só há causa de
aumento de pena no caso de emprego de arma branca, ou seja, de objetos fabricados para
utilização como arma, como um punhal ou canivete, ou, pelo menos, que tenham lâmina
ou superfície cortante, como uma faca de cozinha. De todo modo, será necessário
acompanhar a interpretação a ser dada pelo Judiciário.
A partir de 23 de janeiro de 2020, com o início de vigência da Lei 13.964/2019, passa a ser
majorado o crime cometido com emprego de arma branca. Anteriormente, o crime deve ser
considerado simples, seja por ter sido cometido no intervalo entre o advento da Lei 13.654/2018
ao início de vigência da Lei 13.964/2019, seja por ter a Lei 13.654/2018 retroagido para
beneficiar os crimes cometidos anteriormente. É porque neste interstício só havia previsão de
majorante para o emprego de arma de fogo, mas não de arma branca.
Ademais, o parágrafo 2º-B do artigo 157, do Código Penal, foi introduzido pela Lei 13.964/2019:
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
Portanto, só pode ser aplicado o dispositivo para os delitos cometidos a partir do início de sua
vigência.
A pena do caput, de reclusão, de quatro a dez anos, e multa, deve ser aplicada em dobro , ou
seja, passa a ser de 8 a 20 anos de reclusão, se houver emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido. Cuida-se de norma penal em branco, de modo a depender da definição
dada atualmente pelo Decreto 9.847/2019, que regulamenta o Estatuto do Desarmamento.
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§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme
o disposto no art. 155, § 2º.
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Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
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