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Teoria geral da pena

-> PENAS: É a retribuição imposta pelo Estado em razão da prática de um ilícito penal e consiste
na privação ou restrição de bens jurídicos determinada pela lei, cuja finalidade é a readaptação do
condenado ao convívio social e a prevenção em relação à prática de novas infrações penais.
• Caráter preventivo: a) geral negativo, significando o poder intimidativo que ela representa a
toda a sociedade, destinatária da norma penal; b) geral positivo, demonstrando e
reafirmando a existência e eficiência do Direito Penal; c) especial negativo, significando a
intimidação ao autor do delito para que não torne a agir do mesmo modo, recolhendo-o ao
cárcere, quando necessário e evitando a prática de outras infrações penais; d) especial
positivo, que consiste na proposta de ressocialização do condenado, para que volte ao
convívio social, quando finalizada a pena ou quando, por benefícios, a liberdade seja
antecipada.
• Características: castigo + intimidação ou reafirmação do Direito Penal + recolhimento do
agente infrator e ressocialização.
• Espécies de penas admitidas na Constituição Federal:
1. privação ou restrição de liberdade; (privação de direito (de ir e vir, de liberdade). A limitação
de fim de semana, por sua vez, é exemplo de pena restritiva de liberdade (que, no Código
Penal, entretanto, integra o rol das penas denominadas restritivas de direitos)
2. perda de bens; consiste na reversão de pertences do condenado ao Fundo Penitenciário
Nacional
3. multa; consiste no pagamento de valores impostos na sentença. Afeta o patrimônio do
acusado
4. prestação social alternativa;
5. suspensão ou interdição de direitos; por exemplo, na proibição do exercício de profissão
ou de função pública, na suspensão da carteira de habilitação, na proibição de frequentar
certos locais etc.
• Espécies de penas vedadas pela Constituição Federal:
1. de morte, salvo em caso de guerra declarada;
2. de caráter perpétuo;
3. de trabalhos forçados;
4. de banimento;
5. cruéis.

*o cumprimento de penas privativas de liberdade não pode exceder 40 anos.


*a possibilidade de adoção da pena de morte como consequência de condenação criminal é nula
em razão da vedação constitucional já referida.

• Finalidades da pena:
1. Teoria absoluta ou da retribuição: a finalidade da pena é punir o infrator pelo mal causado à
vítima, aos seus familiares e à coletividade. Como o próprio nome diz, a pena é uma
retribuição.
2. Teoria relativa ou da prevenção: a finalidade da pena é a de intimidar, evitar que delitos sejam
cometidos.
3. Teoria mista ou conciliatória: a pena tem duas finalidades, ou seja, punir e prevenir.
• Fundamentos da pena:
1. Preventivo: a existência da norma penal incriminadora visa intimidar os cidadãos, no sentido
de não cometerem ilícitos penais, pois, ao tomarem ciência de que determinado infrator foi
condenado, tenderão a não realizar o mesmo tipo de conduta, pois a transgressão implicará
na sanção. Esta é a chamada prevenção geral.
2. Retributivo: a pena funciona como castigo ao transgressor de forma proporcional ao mal que
causou, dentro dos limites constitucionais. Ao autor de um homicídio não pode ser aplicada a
pena de morte, mas a pena privativa de liberdade a ele imposta deve ser maior do que a de
um estelionatário, por exemplo.
3. Retributivo: a pena funciona como castigo ao transgressor de forma proporcional ao mal que
causou, dentro dos limites constitucionais. Ao autor de um homicídio não pode ser aplicada a
pena de morte, mas a pena privativa de liberdade a ele imposta deve ser maior do que a de
um estelionatário, por exemplo.
4. Readaptação: busca-se também com a aplicação da pena a reeducação, a reabilitação do
criminoso ao convívio social, devendo ele receber estudo, orientação, possibilidade de
trabalho, lazer, aprendizado de novas formas laborativas etc. A concretização desses
objetivos, na prática, é rara, embora alcançados em alguns estabelecimentos penais tidos
como modelo.
• Princípios relacionados às penas:
1. Da legalidade e da anterioridade: “não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena
sem prévia cominação legal”. P. Legalidade é o que exige a tipificação das infrações penais
em uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, de acordo com as formalidades
constitucionais, e sancionada pelo Presidente da República. Um ilícito penal não pode ser
criado por meio de decreto, resolução, medida provisória etc. P. Anterioridade exige que lei
que incrimina certa conduta seja anterior ao fato delituoso que se pretende punir. Assim, é
inaceitável que, após a prática de certo fato não considerado criminoso, aprove-se uma lei
para punir o autor daquele fato pretérito.
2. Da humanização: São vedadas as penas cruéis, de morte, de trabalhos forçados, de
banimento ou perpétuas.
3. Da pessoalidade ou intranscendência: A pena não pode passar da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas até o limite do valor do
patrimônio transferido. Pena aplicada só pode ser cumprida pelo réu condenado, não
podendo ser transferida a um sucessor ou coautor do delito.
4. Da proporcionalidade: Deve haver correspondência entre a gravidade do ilícito praticado e a
sanção a ser aplicada.
5. Da individualização da pena: a lei deve regular a individualização da pena de acordo com a
culpabilidade e os méritos pessoais do acusado.
6. Da inderrogabilidade: O juiz não pode deixar de aplicar a pena ao réu considerado culpado,
bem como de determinar seu cumprimento, salvo exceções expressamente previstas em lei,
como, por exemplo, do perdão judicial em crimes como homicídio culposo, lesão corporal
culposa, receptação culposa etc.
* Princípios como os da fragmentariedade, da intervenção mínima, da insignificância ou da lesividade são
princípios gerais do Direito Penal e dizem respeito à existência ou não da infração penal, da possibilidade
ou não da tipificação de uma conduta, não sendo princípios específicos da aplicação da pena.

• Penas principais:
1. Penas privativas de liberdade: reclusão e detenção para os crimes (art. 33 do CP). Para as
contravenções penais, a espécie de pena privativa de liberdade prevista é a prisão simples
(art. 6º da Lei das Contravenções Penais — Decreto-lei n. 3.688/41).
2. Restritivas de direitos: prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços
à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de
semana (art. 43 do CP).
3. Multa (art. 49 do CP).
ART. 33 CP.: rt. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de
detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou
média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
rigoroso.
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios
previstos no art. 59 deste Código.
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento
da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com
os acréscimos legais.
ART 43. CP.: As penas restritivas de direitos são:
I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana.
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.
ART 49. CP.: A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença
e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-
multa.
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário-
mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária.

PENAS RESTRITIVAS DE LIBERDADE


➢ RECLUSÃO E DETENÇÃO: Penas que privam o condenado de seu direito de ir e vir.
• A reclusão é prevista para as infrações consideradas mais graves pelo legislador,
como, por exemplo, homicídio, lesão grave, furto, roubo, estelionato, apropriação
indébita, receptação, estupro, associação criminosa, falsificação de documento,
peculato, concussão, corrupção passiva e ativa, denunciação caluniosa, falso
testemunho, tráfico de drogas, tortura etc.
• A detenção costuma ser prevista nas infrações de menor gravidade, como, por
exemplo, nas lesões corporais leves, nos crimes contra a honra, constrangimento
ilegal, ameaça, violação de domicílio, dano, apropriação de coisa achada, ato
obsceno, prevaricação, desobediência, desacato, comunicação falsa de crime,
autoacusação falsa etc.
A reclusão tem regime mais severo do que a detenção.
➢ Diferenças:
•Regime inicial de cumprimento de pena nos delitos apenados com reclusão pode
ser o fechado, o semiaberto ou o aberto, enquanto naqueles apenados com
detenção o regime inicial só pode ser o aberto ou o semiaberto, salvo em casos de
regressão de pena, nos termos do art. 118 da Lei de Execuções Penais. OBS: Na
detenção: apenas o juiz das execuções, por intermédio da chamada regressão, é
que pode impor o regime fechado.
• Quanto aos efeitos secundários específicos da condenação, o juiz pode determinar,
nos crimes apenados com reclusão, a incapacitação para o exercício do poder
familiar, tutela ou curatela quando o delito tiver sido praticado contra “outrem
igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente
ou contra tutelado ou curatelado”
• A medida de segurança, aplicada aos inimputáveis ou semiimputáveis por doença
mental, deverá se dar em regime de internação se o crime praticado for apenado
com reclusão, podendo, entretanto, dar-se em sistema de tratamento ambulatorial
nos ilícitos apenados com detenção.
• A pena de reclusão, por ser mais grave, deve ser cumprida antes da pena detentiva,
de modo que, se o réu for condenado por dois crimes, um de cada espécie, deve
cumprir primeiro aquele apenado com reclusão.
➢ PRISÃO SIMPLES: É a modalidade de pena privativa de liberdade prevista para as
contravenções penais e, nos termos do art. 6º da Lei das Contravenções Penais, segue as
seguintes regras:
• o cumprimento da pena só é admitido nos regimes semiaberto e aberto, sendo,
portanto, vedada a regressão ao regime fechado sob qualquer fundamento;
• a pena deve ser cumprida sem rigor penitenciário;
• o sentenciado deve cumprir pena em separado daqueles que foram condenados
pela prática de crime;
• o trabalho é facultativo quando a pena aplicada não superar 15 dias.
-O prazo máximo de prisão simples é de 05 anos.
-Uma pessoa só será efetivamente condenada a cumprir pena de prisão simples se for reincidente
-É cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (pena alternativa)
supondo-se, obviamente, que o réu seja primário.
-Deve ser cumprida sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de
prisão comum, em regime semiaberto ou aberto.
➢ REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA: a eventual regressão para regime mais
severo serão determinadas pelo juiz das execuções criminais. Para a fixação do regime
inicial, a lei estabelece que o juiz deve levar em conta os seguintes fatores:
• se o crime é apenado com reclusão ou detenção;
• o montante de pena aplicado na sentença (de acordo com patamares estabelecidos
na própria lei penal);
• se o réu é primário ou reincidente;
• se as circunstâncias do art. 59 do Código Penal são favoráveis ou desfavoráveis ao
acusado (antecedentes, conduta social, personalidade e culpabilidade, motivos,
consequências e circunstâncias do crime);
• o tempo de prisão provisória.

➢ Crimes apenados com reclusão: nos crimes apenados com reclusão, o regime inicial poderá
ser o aberto, o semiaberto ou o fechado.
• se a pena fixada na sentença for superior a 8 anos, o regime inicial necessariamente
será o fechado;
• se a pena aplicada for superior a 4 anos e não superior a 8, o condenado poderá
iniciá-la em regime semiaberto, desde que não seja reincidente. Caso seja
reincidente, o regime inicial deverá ser o fechado;
• se a pena imposta for igual ou inferior a 4 anos, poderá o sentenciado iniciar a pena
em regime aberto, desde que não seja reincidente. Se o for, o regime inicial será o
semiaberto, se as circunstâncias judiciais lhe forem favoráveis, ou o fechado, caso
referidas circunstâncias sejam desfavoráveis.
-STJ: que assim dispõe: “é admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”. Devem ser
analisados (conduta social do acusado, seus antecedentes, culpabilidade, personalidade, além dos
motivos do crime, suas circunstâncias e consequência).
➢ Detração penal e regime inicial: (abatimento na pena) o tempo de prisão provisória, de prisão
administrativa ou de internação, no Brasil ou estrangeiro, deve ser computado para fim de
determinação do regime inicial.
➢ Crimes apenados com detenção: nos crimes apenados com detenção, o regime inicial só
pode ser o aberto ou o semiaberto.
• se a pena aplicada for superior a 4 anos ou se o condenado for reincidente (ainda
que a pena seja inferior a 4 anos), deve iniciar o cumprimento da pena no regime
semiaberto;
• se a pena aplicada for inferior a 4 anos e o réu não for reincidente, o regime inicial
deve ser o aberto.
➢ Crimes hediondos e equiparados: os condenados por crimes hediondos, tráfico ilícito de
entorpecentes, terrorismo e tortura devem necessariamente iniciar o cumprimento da pena
em regime fechado, ainda que a pena fixada na sentença seja inferior a 8 anos e o réu
primário.
-a inconstitucionalidade deste dispositivo por entender que a obrigatoriedade de regime inicial
fechado para crimes com pena não superior a 8 anos fere o princípio constitucional da
individualização da pena.
• Alteração do regime inicial pelo juízo das execuções: Mesmo que discorde dos
argumentos lançados pelo juiz sentenciante para a fixação do regime inicial, não
pode o juiz das execuções alterá-lo. Somente por razões supervenientes o regime
poderá ser modificado na Vara das Execuções: progressão ou regressão;
surgimento de nova condenação cuja soma das penas torne inviável o regime inicial
fixado na 1ª condenação.
• Omissão do juiz sentenciante em fixar o regime inicial: Se a sentença transitar em
julgado sem que as partes tenham interposto embargos de declaração para sanar
a omissão, a solução é o juiz da Vara das Execuções estabelecer o regime inicial.
➢ Cumprimento da pena em regime fechado: o regime fechado é cumprido em
estabelecimento de segurança máxima ou média. Nas chamadas penitenciárias, o
condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e
lavatório. Além disso, o ambiente deve ser saudável, com insolação, aeração e condições
térmicas adequadas à saúde humana, bem como possuir área mínima de seis metros
quadrados.
-Em se tratando de penitenciária feminina, deve haver ala para gestantes e parturientes, bem como
creche para abrigar crianças maiores de 6 meses e menores de 7 anos, com a finalidade de assistir
a criança desamparada cuja responsável estiver presa.
-A penitenciária destinada a homens deve ser construída em locais afastados dos centros urbanos,
porém a uma distância que não restrinja o direito de visita.
-O preso fica sujeito a trabalho interno no período diurno e isolamento durante o repouso noturno
(art. 34, § 1º). O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, nas conformidades das
aptidões anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena (art. 34, § 2º).
O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
• Permissões de saída: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
ascendente, descendente ou irmão ou para tratamento médico (art. 120 da LEP).
Esta permissão é dada pelo diretor do estabelecimento penitenciário pelo tempo
necessário à finalidade da saída (art. 120, §§ 1º e 2º, da LEP). Em caso de recusa
do diretor, considerada injusta pelo sentenciado, o pedido poderá ser feito ao juiz
das execuções.
-Regime disciplinar diferenciado: é uma espécie de regime de cumprimento de pena privativa da
liberdade cujas regras são mais rígidas que as do regime fechado. Duração Max: 2 anos.
Prorrogado sucessivamente por 1 ano.
➢ Cumprimento da pena em regime semiaberto: o regime semiaberto é cumprido em colônia
penal agrícola ou industrial, ou em estabelecimento similar.
-É facultativa a realização de exame criminológico ao preso que inicia a pena em regime semiaberto
para individualização da pena. Tal exame será determinado se a autoridade entender que ele é
necessário.
-O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno dentro da colônia penal.
É permitido o trabalho externo, bem como a frequência a cursos profissionalizantes, de instrução
de segundo grau ou superior.
• Saída temporária: O preso no regime semiaberto tem direito à saída temporária,
sem vigilância direta, mediante autorização judicial. I — visita à família; II —
frequência a curso profissionalizante, de segundo grau ou superior; III —
participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
-O benefício será concedido por prazo não superior a 7 dias e poderá ser renovado por mais quatro
vezes durante o ano (art. 124, caput), com distanciamento mínimo de 45 dias entre uma e outra.
-veda a saída temporária ao condenado que cumpre pena pela prática de crime hediondo com
resultado morte (latrocínio, homicídio qualificado etc.).
-ao conceder a saída tem algumas condições que o réu deve seguir (ex: não frequentar bares...)
-a autorização deve ser concedida: a) comportamento adequado; b) cumprimento de 1/6 da pena
se o réu for primário e 1/4 se reincidente; c) compatibilidade do benefício com os objetivos da pena
• Saída temporária e monitoramento eletrônico: passou a admitir o monitoramento
eletrônico de presos, normalmente feito por meio de pulseiras ou tornozeleiras
dotadas de localizador, que estejam de saída temporária ou em prisão domiciliar
(regime aberto).

:
➢ Cumprimento da pena em regime aberto: É feito em casa do albergado ou estabelecimento
adequado. Baseia-se na autodisciplina e no senso de responsabilidade do condenado (art.
36 do CP), que ficará fora do estabelecimento, e sem vigilância, para trabalhar ou frequentar
curso ou exercer outro tipo de atividade autorizada, devendo retornar à casa do albergado,
onde permanecerá durante o período noturno e nos dias de folga.
-a casa do albergado deve situar-se em centro urbano, separada de outros estabelecimentos
penais, e caracteriza-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
- trabalho do preso regime aberto (leis trabalhistas); regime fechado (lei das execuções).
-o condenado assina termo de compromisso aceitando as condições, o que dá início ao
cumprimento da pena em tal regime.
• Prisão albergue domiciliar: a) o condenado em regime aberto tem mais de 70 anos;
b) está acometido de doença grave; c) possui filho menor ou deficiente mental; d) a
condenada é gestante. O preso que se encontre em tais situações podem ser
dispensado do trabalho.
• Ausência de casa do albergado na comarca: não existe casa do albergado em
inúmeras comarcas. Por essa razão, o Superior Tribunal de Justiça passou a
determinar que os presos que devem iniciar sua pena em regime aberto ou que
progridem para tal regime podem obter o direito à prisão albergue domiciliar, quando
não existir casa do albergado na comarca.
• Prisão domiciliar e monitoramento eletrônico: passou a admitir o monitoramento
eletrônico de presos, normalmente feito por meio de pulseiras ou tornozeleiras
dotadas de localizador, que estejam de saída temporária ou em prisão domiciliar.
➢ Progressão de regime: as penas privativas de liberdade devem ser executadas de forma
progressiva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinado pelo juiz,
de acordo com o mérito do condenado.
• Progressão do regime fechado para o semiaberto: a) para condenados por crimes
comuns, o período era de 1/6; b) para pessoas primárias condenadas por crimes
hediondos, o período era de 2/5; c) para reincidentes condenados por crimes
hediondos, o período era de 3/5.
-para ter direito à progressão de regime, o condenado deve ter cumprido, ao menos:
I — 16% (dezesseis por cento) da pena, se for primário e o crime tiver sido cometido sem violência
à pessoa ou grave ameaça.
II- 20% (vinte por cento) da pena, se for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou
grave ameaça.
III — 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se for primário e o crime tiver sido cometido com
violência à pessoa ou grave ameaça
IV — 30% (trinta por cento) da pena, se for reincidente em crime cometido com violência à pessoa
ou grave ameaça
V — 40% (quarenta por cento) da pena, se for condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, se for primário
VI — 50% (cinquenta por cento) da pena, se for: a) condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional. B) condenado
por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática
de crime hediondo ou equiparado; ou c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia
privada.
VII — 60% (sessenta por cento) da pena, se for reincidente na prática de crime hediondo ou
equiparado.
VIII — 70% (setenta por cento) da pena, se for reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, vedado o livramento condicional.
-o condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa, ou por crime
praticado por meio de organização criminosa, não poderá progredir de regime de cumprimento de
pena ou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos
probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo, ou seja, que ainda integra a
organização. b) requisito subjetivo: que o réu ostente boa conduta carcerária comprovada pelo
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. Trata-se aqui do
mérito do condenado que, durante a execução da pena, demonstrou-se participativo, colaborou
com as atividades, exerceu atividade laborativa, não se envolveu em confusões etc.
• Progressão nos crimes contra a administração pública: a reparação do dano
causado ou a devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais
• Falta grave por parte de preso que está em regime fechado: falta grave fica sujeito
a regressão para regime mais rigoroso; a contagem do prazo para a progressão
deve reiniciar-se a contar da última falta grave cometida. O prazo, entretanto, deve
ser contado com base no tempo remanescente de pena, e não no tempo total
imposto na sentença.
-ausência de vagas semi-aberto; Assim, deve ser colocado em regime aberto (inclusive domiciliar
se, igualmente, não existir casa do albergado), até que surja a vaga na colônia penal.
• Progressão do regime semiaberto para o aberto: objetivo (cumprimento de parte
da pena) e subjetivo (bom comportamento).
-que o condenado aceite o programa do regime aberto e as condições impostas pelo juiz. A esse
respeito, ver item “cumprimento da pena em regime aberto”; b) que o condenado esteja trabalhando
ou comprove a possibilidade de obter emprego de imediato; c) que apresente, pelos seus
antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido fundados indícios de que irá
ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
- hediondos obrigatoriamente se inicia regime fechado (a progressão se dará com o cumprimento
mínimo de 2/5 da pena, se o sentenciado for primário, e de 3/5 se reincidente).
➢ PROGRESSÃO DE REGIME E EXECUÇÃO PROVISÓRIA: “admite-se a progressão de
regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo, antes do
trânsito em julgado da sentença condenatória”. “estabelece que “não impede a progressão
de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o
réu encontrar-se em prisão especial”
➢ REGRESSÃO DE REGIME: É a transferência do condenado para qualquer dos regimes mais
rigorosos, nas hipóteses previstas em lei (art. 118, caput, da Lei de Execuções). É possível,
de acordo com tal dispositivo, a regressão por salto, ou seja, que o condenado passe
diretamente do regime aberto para o fechado.
-Prática de fato definido como crime doloso; falta grave, Superveniência de condenação, por crime
anterior, cuja soma com as penas já em execução torne incabível o regime em curso.
➢ Direitos do preso: o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade,
impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.
➢ DETRAÇÃO DA PENA: detração é o cômputo, na pena privativa de liberdade e na medida
de segurança aplicadas na sentença, do tempo de prisão provisória cumprida no Brasil ou
no estrangeiro, de prisão administrativa425 e de internação em hospital de custódia ou
tratamento psiquiátrico; Se o sujeito foi condenado a 5 anos e 4 meses e havia ficado preso
por 4 meses durante o tramitar da ação, deverá cumprir apenas os 5 anos restantes. É
cabível para penas restritivas de direitos; para as de multa retirou a possibilidade.
➢ REMIÇÃO: A remição é o desconto no tempo restante da pena do período em que o
condenado trabalhou ou estudou durante a execução. o condenado que cumpre pena em
regime fechado ou semiaberto pode descontar 1 dia de pena para cada 3 trabalhados ou por
12 horas de frequência escolar.
- Remição e falta grave :consequência a revogação, pelo juiz das execuções, de até 1/3 do tempo
remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
-As penas restritivas de direitos, juntamente com a de multa, constituem as chamadas penas
alternativas, que têm por finalidade evitar a colocação do condenado na prisão, substituindo-a por
certas restrições (perda de bens, limitação de fim de semana, interdição de direitos) ou obrigações
(prestação pecuniária, prestação de serviços à comunidade).
-Algumas penas restritivas são genéricas, porque podem ser aplicadas a todas as espécies de
infração penal, desde que observadas as limitações legais (pena não superior a 4 anos, crime
cometido sem violência ou grave ameaça), enquanto outras são específicas, porque só cabíveis
quando a condenação disser respeito a delitos que se revestem de características especiais.
-Ex.: a proibição para o exercício de cargo, função ou atividade pública pressupõe a condenação
por crime cometido no exercício das atividades profissionais em que tenha havido violação aos
deveres inerentes a referido cargo ou função.
➢ ESPÉCIES: a) prestação pecuniária; b) perda de bens ou valores; c) prestação de serviços
à comunidade ou a entidades públicas; d) interdição temporária de direitos; e) limitação de
fim de semana.
➢ CARACTERÍSTICAS:
• Autonomia: tem por finalidade esclarecer que não se trata de pena acessória, que
possa ser cumulada com a pena privativa de liberdade.
• Substitutividade. ao contrário das penas privativas de liberdade e da multa. Por isso,
não podem ser aplicadas diretamente pelo juiz, que, deve, inicialmente, aplicar o
montante da pena privativa de liberdade e, em seguida, substituí-la por pena
restritiva de direitos, desde que preenchidos os requisitos legais.
• Precariedade. podem ser reconvertidas em privativa de liberdade no juízo das
execuções caso o sentenciado cometa alguma das transgressões previstas em lei.
➢ REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS:
• Que o crime seja culposo, qualquer que seja a pena aplicada, ou, se doloso, que a
pena estabelecida na sentença não seja superior a 4 anos. com capacidade
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência, o art. 312-B, do Código de Trânsito
Brasileiro, veda expressamente a substituição por penas restritivas de direitos
• Nos crimes dolosos, que não tenha havido emprego de violência contra pessoa ou
grave ameaça. Assim, se o réu for condenado, por exemplo, por crime de tentativa
de roubo cometido com emprego de faca a uma pena de 2 anos de reclusão, não
poderá obter o benefício, em razão da grave ameaça empregada no delito. Por sua
vez, se for condenado, também a pena de 2 anos, por furto qualificado pelo
arrombamento, poderá obter a substituição, na medida em que a violência nesse
crime não foi empregada contra pessoa, e sim contra coisa.
• Que o réu não seja reincidente em crime doloso; que a reincidência não se tenha
operado em virtude da prática do mesmo tipo de delito (reincidência específica).
• Que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime, indiquem que a
substituição é suficiente. São objetivos aqueles que se referem à modalidade de
crime (culposos ou dolosos cometidos sem violência ou grave ameaça) e ao
montante da pena (até 4 anos nos delitos dolosos); e subjetivos os que se referem
à primariedade, conduta social, personalidade do réu etc.
Proíbe a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos nos crimes de tráfico
de entorpecentes: princípio da individualização da pena, decretou a inconstitucionalidade;
permitindo, assim, a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos nos crimes
de tráfico privilegiado, desde que presentes os demais requisitos legais (pena não superior a 4 anos
etc.). -Réu primário, sem ligação com organização criminosa.
• Crimes Hediondos: crime tentado de estupro de vulnerável (relação sexual com mulher de
13 anos de idade que diz ter consentido para o ato; tal consentimento, contudo, não tem
validade)
• Infrações de menor potencial ofensivo cometidas com violência ou grave ameaça: como são
infrações de menor potencial ofensivo (pena máxima em abstrato não superior a 2 anos),
caracterizam-se pela possibilidade de o autor da infração obter pena restritiva de direitos ou
multa em audiência preliminar, antes mesmo do início da ação penal propriamente dita.
• nos crimes com violência física efetiva ou grave ameaça contra a mulher, abrangidos pela
Lei n. 11.340/2006, não se mostra cabível qualquer substituição por pena alternativa
➢ REGRAS PARA A SUBSTITUIÇÃO: É na sentença condenatória que o juiz deve verificar a
possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, de acordo
com os requisitos anteriormente estudados (limite de pena fixada, primariedade, ausência
de emprego de violência contra pessoa ou grave ameaça, circunstâncias judiciais
favoráveis).
• se a pena fixada na sentença for igual ou inferior a 1 ano, o juiz poderá substitui-la
por multa ou por uma pena restritiva de direitos;
• se a pena fixada for superior a 1 ano, o juiz deverá substitui-la por duas penas
restritivas de direitos, ou por uma pena restritiva e outra de multa.
➢ DURAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS: as penas restritivas têm a mesma duração da pena
privativa de liberdade aplicada na sentença.
➢ RECONVERSÃO EM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE:
• " Descumprimento injustificado da restrição imposta: prestação de serviços à
comunidade; não seja encontrado por estar em local incerto e não sabido e não
atender à intimação por edital para dar início ao cumprimento da pena; b) não
comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar o
serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço. limitação de fim de
semana, a reconversão ocorrerá quando o condenado: a) não comparecer ao
estabelecimento designado para cumprimento da pena; b) recusar-se a exercer
alguma atividade determinada pelo juiz; ou c) não for encontrado para iniciar a pena
por estar em local incerto; e interdição temporária de direitos, a reconversão será
decretada se o condenado: a) exercer, injustificadamente, o direito interditado; ou b)
não for encontrado para dar início ao cumprimento da pena por estar em local incerto;
perda de bens, o descumprimento ocorre se o condenado se desfaz do bem
declarado perdido pelo juiz antes da execução da sentença e, na hipótese de
prestação pecuniária, quando o sentenciado deixa de prestá-la injustificadamente.
• A prática de falta grave: haverá reconversão em pena privativa de liberdade
• Cumprimento da pena privativa de liberdade em caso de reconversão: deverá ser
descontado o tempo já cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o
cumprimento de, no mínimo, 30 dias de reclusão ou detenção
• " Detração penal e penas restritivas de direitos: a detração é cabível nas penas
restritivas de direitos que substituem as penas privativas de liberdade por período
equivalente, como a prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, a
interdição temporária de direitos e a limitação de fim de semana.
➢ PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO EM ESPÉCIE:
• Prestação Pecuniária: o juiz determina que o condenado efetue pagamento em dinheiro à
vítima, aos seus dependentes, ou à entidade pública ou privada com destinação social, em
montante não inferior a 1 salário mínimo e nem superior a 360 salários mínimos
-os valores só serão destinados aos dependentes se não puderem ser entregues à vítima (falecida,
por exemplo). Por sua vez, só poderão ser destinados a entidades públicas ou privadas na ausência
da vítima e dos dependentes
-Quando a prestação for paga à vítima ou aos seus dependentes, o valor pago será deduzido do
montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários (art.
45, § 1º). A prestação pecuniária não se confunde com a pena de multa. Os beneficiários são
diversos, pois os valores referentes à pena de multa são destinados ao Fundo Penitenciário.
• Perda de bens ou valores: Refere-se a bens ou valores (títulos, ações) pertencentes ao
condenado, que o juiz declara perdidos em favor do Fundo Penitenciário Nacional, tendo

como teto o que for maior: a) o montante do prejuízo causado; b) o provento obtido pelo
agente ou por terceiro em consequência da prática do crime.
• Prestação de serviços à comunidade: Consiste na atribuição ao condenado de tarefas
gratuitas em estabelecimentos assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou outros
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais (art. 46, §§ 1º e 2º,
do CP).
-O juiz só pode optar pela adoção da pena alternativa de prestação de serviços se a pena aplicada
na sentença for superior a 6 meses
-Os serviços devem ser prestados à razão de 1 hora de trabalho por dia de condenação, fixadas
de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho do condenado
-Se a pena aplicada na sentença for superior a 1 ano, é facultado ao condenado cumpri-la em
período menor, nunca inferior à metade da pena originariamente imposta, ou seja, o sentenciado
poderá cumprir a pena mais rapidamente, perfazendo um maior número de horas-tarefa em espaço
mais curto de tempo.
• Interdição temporária de direitos: Consiste na proibição do exercício de determinados
direitos pelo prazo correspondente ao da pena substituída. Algumas são específicas, porque
aplicáveis apenas aos crimes que o próprio Código menciona, e outras são genéricas,
porque passíveis de aplicação a qualquer infração penal.
1. Proibição do exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo
2. Proibição do exercício de atividade, profissão ou ofício que dependa de licença
especial ou autorização do poder público
3. Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo
4. Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos
Genérica: Qualquer que seja a espécie de delito cometido, o juiz pode substituir a pena privativa
de liberdade pela proibição de frequentar determinados lugares (art. 47, IV, do CP), tais como bares,
boates, lupanares, casas de jogos etc. Em geral, é aplicado justamente quando o crime foi cometido
nesses tipos de estabelecimento para evitar que o condenado volte a frequentá-los durante o tempo
de cumprimento da pena.
• Limitação de fim de semana: Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e
domingos, por 5 horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento adequado
(art. 48 do CP). Durante a permanência, poderão ser ministrados aos condenados cursos e
palestras ou atribuídas atividades educativas (art. 48, parágrafo único). A inexistência de
casa do albergado ou estabelecimentos similares em diversas comarcas tem levado os
juízes a fazer pouca utilização desta modalidade de pena restritiva de direitos, que, a bem
da verdade, é uma espécie de pena restritiva de liberdade (são 10 horas semanais de
recolhimento).
-Se o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para cumprimento da pena,
recusar-se a exercer alguma atividade determinada pelo juiz, ou não for encontrado para iniciar a
pena por estar em local incerto e não sabido, será determinado o cumprimento da pena privativa
de liberdade originariamente imposta na sentença (art. 181, § 2º, da LEP).

PENAS DE MULTA
-É uma modalidade de sanção de caráter patrimonial consistente na entrega de dinheiro ao fundo
penitenciário. Ao contrário do que ocorre com a pena restritiva consistente na perda de bens; cujos
valores, conforme o Código Penal, em seu art. 45, § 3º, são revertidos ao Fundo Penitenciário
Nacional (regulamentado pela Lei Complementar n. 79/94), em relação à pena de multa o art. 49
do mesmo Código refere-se genericamente a fundo penitenciário, possibilitando que os Estados
legislem sobre o tema, criando seus próprios fundos, a fim de obterem recursos para construção e
reforma de estabelecimentos prisionais, aquisição de equipamentos destinados a referidas
unidades etc. No Estado de São Paulo, por exemplo, existe o FUNPESP.
➢ ESPÉCIES DE MULTA:
• Originária: É aquela descrita em abstrato no próprio tipo penal incriminador, em
seu preceito secundário. Pode ser prevista de forma isolada, cumulativa ou
alternativa com pena privativa de liberdade.
• Substitutiva: É aquela aplicada em substituição a uma pena privativa de
liberdade fixada na sentença em montante não superior a 1 ano, e desde que o
réu não seja reincidente em crime doloso e as circunstâncias do art. 59 do
Código Penal indiquem que a substituição é suficiente (art. 44, § 2º, do CP). É
chamada de multa substitutiva ou vicariante.
-trate de crime cometido sem o emprego de violência contra pessoa ou grave ameaça
-o inadimplemento no pagamento da multa não gera a possibilidade de reconversão em pena
privativa de liberdade
-a consequência será a execução da multa (com penhora de bens do condenado que serão levados
a leilão), e nunca a reconversão na pena originária de 8 meses de detenção.
• Vigência ou revogação tácita do art. 60, § 2º, do Código Penal: permite a
substituição da pena privativa de liberdade por multa quando a pena fixada
na sentença não for superior a 6 meses, desde que o réu não seja reincidente
em crime doloso e que as circunstâncias do art. 59 do Código Penal lhe sejam
favoráveis. Tal dispositivo existe desde a aprovação da nova Parte Geral do
Código Penal.
• Violência doméstica ou familiar contra a mulher e proibição de conversão em
pena exclusiva de multa
• Violência doméstica ou familiar contra a criança e adolescente e proibição de
conversão em pena exclusiva de multa contra pessoa de 18 anos!!
➢ CÁLCULO DO VALOR DA MULTA: Quando se tratar de multa prevista em abstrato no próprio
tipo penal (originária), o juiz observará duas fases. Primeiro fixará o número de diasmulta e
depois o valor de cada um deles.
• a pena deverá ser de, no mínimo, 10 e, no máximo, 360 dias-multa; juiz deve
inicialmente fixar a pena-base de dias-multa com observância das
circunstâncias do art. 59 do Código Penal e, nas fases seguintes, aplicar as
agravantes e atenuantes genéricas, bem como causas de aumento e de
diminuição de pena
• " Fixação do valor de cada dia-multa: O valor de cada dia-multa atenderá ao
critério da situação econômica do réu (art. 60 do CP), não podendo ser inferior
a 1/30 do maior salário mínimo mensal e nem superior a 5 salários mínimos (art.
49, § 1º, do CP). Assim, para acusados menos favorecidos, o juiz aplicará valor
menor e para os mais abastados, um valor maior.
➢ CUMULAÇÃO DE MULTAS: Há dezenas de infrações penais em que a pena privativa de
liberdade é prevista em abstrato cumulativamente com a pena de multa, como, por exemplo,
os crimes de calúnia.
-Código Penal diz que o juiz deverá efetuar a substituição da pena privativa de liberdade por multa
quando esta se mostrar suficiente, de modo que, se o magistrado efetuou a substituição, é porque
entendeu que uma única multa já é suficiente.
➢ ATUALIZAÇÃO DO VALOR DA MULTA: o valor da multa deve ser atualizado de acordo com
os índices de correção monetária.
➢ PAGAMENTO DA MULTA: Transitada em julgado a sentença que impôs pena de multa, os
autos irão ao contador judicial para a atualização de seu valor. Em seguida, após ouvir o
Ministério Público, o juiz homologará o valor e determinará a notificação do condenado para
que, no prazo de 10 dias, efetue o pagamento. poderá o juiz permitir que o pagamento se
faça em parcelas mensais.
-que a cobrança seja efetuada mediante desconto no salário do condenado, se não prejudicar o
seu sustento e o de sua família, se a multa tiver sido aplicada isoladamente, cumulada com restritiva
de direitos, ou caso tenha havido aplicação de sursis em relação à pena privativa de liberdade
cumulativamente imposta. Efetuado o pagamento, o juízo decretará a extinção da pena.
➢ EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA: se o condenado não pagasse a pena de multa, o juiz
deveria convertê-la em detenção na proporção de um dia-multa por dia de prisão. para
consagrar em definitivo este último entendimento, ou seja, a nova redação deixa expresso
que a execução da multa deve ser feita no juízo das execuções penais. Tem, portanto,
caráter penal e só pode ser executada pelo Ministério Público.
➢ PRAZO PRESCRICIONAL, INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO: a
prescrição da ação para a cobrança do crédito tributário e, por conseguinte, da pena de
multa dá-se em 5 anos.
-a prescrição se interrompe pelo despacho do juiz que ordena a citação em execução fiscal.
Existem outras causas interruptivas, que, contudo, não guardam relação com a pena de multa,
como, por exemplo, o protesto. Por sua vez, o juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não
for localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis e, nesses casos, não correrá o prazo de
prescrição
-existe um prazo de 5 anos para que seja iniciado o processo de execução da multa no juízo das
execuções criminais
➢ " Suspensão da execução da multa Estabelece o art. 52 do Código Penal que é suspensa a
execução da multa se sobrevém doença mental ao acusado
➢ não pode passar da pessoa do condenado por força do art. 5º, XLV, da Constituição Federal.
➢ a suspensão condicional da pena (sursis- suspensão temporária da execução de uma pena)
não se estende à pena de multa. Assim, se o réu for condenado a uma pena privativa de
liberdade e também a pena de multa, caso o juiz aplique o sursis em relação à primeira,
continua o sentenciado obrigado a pagar a multa.
➢ PENA DE MULTA E CONCURSO DE CRIMES: concurso formal perfeito e crime continuado,
o juiz aplica somente uma pena privativa de liberdade aumentada, de um sexto até metade
em caso de concurso formal (art. 70 do CP), ou de um sexto a dois terços, em hipótese de
continuação delitiva.
-as penas de multa previstas cumulativamente em abstrato com a pena privativa de liberdade não
se submetem a tal sistema, devendo haver soma das penas pecuniárias
-se o acusado, por exemplo, tiver praticado cinco crimes em continuação, o juiz deve aplicar, no
mínimo, pena de 50 dias-multa (10 para cada delito), ainda que, em relação à pena privativa de
liberdade, tenha aplicado uma só aumentada de um sexto a dois terços
-é inaplicável quando se tratar de crime continuado com o argumento de que, por ficção, a lei
determina que seja o fato interpretado como crime único (e não como concurso de crimes)
➢ DETRAÇÃO E PENA DE MULTA: é taxativo e só faz menção à detração em relação à pena
privativa de liberdade e à medida de segurança.

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