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DIREITO PENAL III

08/02/2023

Teoria da Pena.

Há várias correntes ideológicas.

- A pena seria uma vingança, uma resposta há um ato criminoso sendo uma
visão privada, quem é lesado se vinga de quem o lesou.

- Neste caso, nem sempre a vingança recai sofre o ofensor, pode recair a sua
família ou grupo.

 Se identifica dois momentos: A vingança pública, passa se concentrar na


esfera pública o poder reivindicatório.

 Busca-se proporcionalidade a ofensa, lei de Talião, olho por olho dente


por dente.

 Chega-se a visão de retribuição, a pena é um mal em retribuição a um


mal cometido- Kant traz a ideia retribuitiva. Não tem a ideia de
ressocialização.

Teorias absolutas- estão pautadas na retribuição ao mal cometido pelo


individuo

Teoria relativas- estão pautadas na prevenção para que o indivíduo não


chegue a cometer o crime.
Se subdivide em:

Prevenção Geral- se volta a sociedade.

1. Negativa- Função intimidatória da pena/ quero matar minha sogra,


porém ao ver a pena imposta para o homicídio eu desisto, me sinto
intimidado.

Aqui a lei não intima uma pessoa em si, mas a todos em que é dirigido.

Não se cumpre 100% pois nem todo se sentem intimidados, pois ainda há
crime.

2. Positiva- Função exemplificadora da pena, o indivíduo comete o crime e


lhe é imputado pena, desta forma é dado um exemplo a sociedade, qual
quem cometer o mesmo crime será punido.

Desta forma reafirma a validade da norma.

Prevenção Especial- se volta ao indivíduo.

1. Negativa- O indivíduo comete o crime, e é retirado da


sociedade/contexto social, evitando a pratica de mais crimes.
2. Positiva- Se pune o indivíduo que comete o crime, afim de reeducá-lo e
ressocializar.
 Programa mínimo- deve ser feita a ressocialização de forma a
impedir a reincidência.

 Programa máximo- busca projetar valores éticos/morais ao


indivíduo, o Estado vem buscar colocar esses valores no
indivíduo.

É altamente criticado pois não é função do Estado projetar valor algum, ele é
laico.

Teorias ecléticas- Terá função retribuitiva e preventiva.

Ainda se traz o abolicionismo penal- qual a pena não devia existir, se pauta no
materialismo histórico.

Artigo 59 CP- O juiz em analise a todos elementos pautados no crime, como


comportamento do autor/vítima etc. Estabelecera a pena como forma de
retribuir/prevenção. ADOTA TEORIA ECLÉTICA.

Lei de Execução Penal 7.210/84-Art 1º tem por objetivo de proporcionar


condições de ressocializar o indivíduo em sociedade.

15/02/2023

Princípios constitucionais que regem as penas.


Instrancendência.

A pena não pode passar da pessoa do culpado, a responsabilidade é individual


ou personalíssima.

Artigo 5º inciso 45/XLV

 Se for pena de multa- não responde na herança, pois não pode


ultrapassar a pessoa quem foi condenada. Herança é patrimônio dos
filhos.
 Já a indenização é efeito da condenação, então pode responder até o
limite da herança, sendo efeito civil não penal.

Princípio da Individualização da Pena.

A pena deve ser aplicada e prevista de modo a completar a responsabilidade


criminal do indivíduo.

A pena deve ser ajustada a gravidade do crime cometido.

Há três níveis da individualização:

-Legislativo/ O legislador faz a graduação da pena em abstrato.

 Se leva em conta a importância do bem jurídico (critério axiológico);


 Se leva em conta a lesividade do bem jurídico.

-Gravidade da conduta/ Varia segundo o elemento objetivo ou subjetivo e se


causa dano ou coloca em perigo o bem jurídico.

-Judiciaria/ o que está previsto em abstrato se torna concreta para


individualizar o indivíduo, o juiz vai analisar o grau de reprovação/culpa do
indivíduo.

 Traz a dosimetria da pena.


 No brasil a execução é administrativa e judiciaria, em que atua o diretor
do presidio e o juiz também.
 Artigo 5º inciso 46. XLVI

Princípio da proibição do excesso// coloca uma pena muito alta a um crime


em que o bem jurídico não necessita de tanta proteção assim.

 PROPORCIONALIDADE ENTRE OS DOIS PRINCIPIOS.

Princípio da proibição da proteção deficiente// se estabelecer penas muito


baixas gera uma deficiência em proteção ao bem jurídico.
28/02/23

DAS PENAS PROIBIDAS (ART. 5° DA CF, XLVII)

Existem penas que são vedadas pela CF, ou seja, como estamos diante
de direitos e garantias individuais, estas vedações não podem ser removidas
da CF, mesmo por emenda (cláusula pétrea- art.6, §4°, IV).

“Art. 5°, XLVII - não haverá penas:

a) De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos


termos do art. 84, XIX;

Pena de morte reclama crime militar próprio: Crimes previstos


unicamente no código penal militar (ex: deserção).

Os tratados internacionais de direitos humanos recomendam aos


designatórios que promovam a abolição de pena de morte. Inclusive, o tratado
de romã (que criou o Tribunal Penal internacional que se ocupa de crimes
gravíssimos), não permite pena de morte, sendo a pena máxima a prisão
perpétua.

Razões para não se admitir pena de morte:

- Motivo filosófico: Não se sabe se a imposição da morte é um mal ou um


bem, então não se pode dizer que é uma pena.

- Motivo de Ordem Moral: A morte da pessoa não traria a função de


ressocialização, mas sim uma função exemplificadora. Portanto, transformaria
a pessoa em um objeto, contraria as noções de dignidade da pessoa humana.

- Motivo Sociológico: O contrato social tem uma cláusula suposta que no


estado de natureza, o home tudo podia, mas este percebeu que se ele tudo
pode, os outros também poderiam, o que trouxe uma noção de insegurança,
ante a plena liberdade. Por isso, os homens pactuam liberdades a liberdade em
troca de segurança, deixando está em ordem do estado, mas sem abrir o
direito a vida, porque uma vez dado isso a ele, o estado solapará toda a fonte
de segurança que deveria conferir a sociedade.

- Legitimidade e credibilidade das ações e atos estatais, Motivo prático:


Vimos que uma das funções da pena é a reintegração social do criminoso, por
isso, ao estado cabe identificar os delinquentes e puni-los. Se o estado o mata
direito, ao estado se presume um sistema falho, incompetente, porque é como
se ele estivesse admitindo que ele não tem poderes de conseguir reintegrar e
regenerar aquele indivíduo. Com isso ele perde credibilidade.

-Motivo puramente pragmático: Estudo forma realizados em países que


adotaram ou adotam pena de morte e compararam os índices de criminalidade
destes e de países que não adotam. Chegaram na conclusão que a adoção da
pena de morte não reduz a criminalidade do país/ região/ estado que os
adotaram. Por isso, está prática não preveni a prática geral dos crimes.

Em tese, o indivíduo que se dispõe a cometer o crime não se importa


pela quantidade de pana, mas o que o inibi é a certeza de que será punido por
aquela prática. Por isso, se o sistema punitivo não funcionar adequadamente,
traz ao contexto social uma percepção de impunidade.

-Motivo pelos direitos humanos: Os tratados recomendam a abolição da


pena de morte.

- Motivo da falibilidade do sistema da justiça- se o judiciário erra a


aplicação desta pena, não há nada a se fazer.

b) De caráter perpétuo;

O direito brasileiro veda esse tipo de pena porque creem que tira a
esperança destes de saíram da prisão. Por isso, o preso não vai se esforçar
para ter um bom comportamento, porque não tem nada a perder, inibindo a
colaboração deste para com os funcionários.
c) De trabalhos forçados;

Diferente de trabalho obrigatório.

A nossa legislação fala em trabalho obrigatório, mas veda o trabalho forçado.

d) De banimento;

É a proibição de que o criminoso resida no seu país. É muito gravoso


porque possui caráter perpétuo e proibi que o indivíduo se ligue a sua cultura.

e) Cruéis; ”

A crueldade é a imposição de um sofrimento físico ou psicológico


excessivo/ desproporcional.

TRABALHO DO PRESO NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL

“Art. 28, da lei de execução penal. O trabalho do


condenado, como dever social e condição de dignidade
humana, terá finalidade educativa e produtiva.

O trabalho não é só educação, terá como objetivo, também, a produção.

§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho


as precauções relativas à segurança e à higiene.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da


Consolidação das Leis do Trabalho”

“Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante


prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos)
do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
atender:

a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde


que determinados judicialmente e não reparados por
outros meios;

b) à assistência à família;

c) a pequenas despesas pessoais;

d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas


com a manutenção do condenado, em proporção a ser
fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras
anteriores.

§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será


depositada a parte restante para constituição do pecúlio,
em Caderneta de Poupança, que será entregue ao
condenado quando posto em liberdade. ”

“Art. 30. As tarefas executadas como prestação de


serviço à comunidade não serão remuneradas. ”

Não é remunerada com a prestação de serviço à comunidade é pena.

Do Trabalho Interno

“Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está


obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e
capacidade.

O trabalho é obrigatório.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não
é obrigatório e só poderá ser executado no interior do
estabelecimento.”

“Art. 41 - Constituem direitos do preso:

II - Atribuição de trabalho e sua remuneração;

VI - Exercício das atividades profissionais, intelectuais,


artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis
com a execução da pena; ”

O trabalho tem uma natureza dúplice, uma vez que este é dever e direito.

É direito porque com o trabalho pode alcançar remissão da pena (abatimento).

07/03/23

39 LEP 41

Prática de falta grave- traz regressão de regime, estava no semiaberto vai para
o fechado etc.

Tempo remido- se desconta pelo trabalho e estudo.

O trabalho pode se dar de duas formas:

Externo-

Interno-

Autorizações de saída.

Art. 120 ss LEP.

É um gênero e se subdivide:

Permissão de saída- Sob escolta, pode pedir quando há falecimento ou


doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão.
Inciso II art. 120.

É concedida pelo Diretor do estabelecimento policial.


Regime fechado ou semiaberto 

Saída temporária- Pode pedir a permissão para, visita à família; frequência a


curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou
superior, na Comarca do Juízo da Execução, participação em atividades que
concorram para o retorno ao convívio social.

 Não é indulto, quando o preso tem uma pena restante e recebe um


perdão e pode cumprir no regime aberto, se não fugir!

08/03/23

Saída temporária.

§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de


equipamento de monitoração eletrônica (tornozeleira) pelo condenado,
quando assim determinar o juiz da execução.

§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste


artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com
resultado morte. 

 A saída temporária é autorizada pelo juiz que ouve o MP, diferente da


permissão de saída que é pelo diretor do estabelecimento policial.

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução,
ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da
satisfação dos requisitos.

Principais datas-Dia dos pais/mães, páscoa e natal.

Remição.

Se pede uma contraprestação.

Art. 126 LEP.


 O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto
poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução
da pena.

§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho


e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. Pode trabalhar e
estudar e remir 2 dias de pena por semana.

§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que


usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino
regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou
do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1 o deste
artigo.  NÃO PODE TRABALHAR MAS PODE REMIR COM ESTUDO.

Art. 127.  Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (40 dias) do
tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a
partir da data da infração disciplinar. 

Art. 5º inciso 46. XLVI.

 Rol exemplificativo.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as


seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos

 Penas adotas no CP.

  Art. 32 - As penas são: 


        I - Privativas de liberdade;

        II - Restritivas de direitos;

        III - de multa.

Diferença entre privativa e restritiva de liberdade:

Privativa- Priva a liberdade de locomoção, direito de ir vir e ficar, é plenamente


reduzida. Se divide em:

1. Prisão simples- Tem previsão no decreto-lei das contravenções penais,


não no CP. Art. 6º 3688/41
 Cabe regime aberto ou semiaberto, sem rigor penitenciário (não precisa
acordar em certos horários, não precisa cumprir certas regras) e em
estabelecimento especial (cela sozinho)

2. Detenção-

3. Reclusão-

Restritiva- Priva a liberdade de locomoção, direito de ir vir e ficar, tem menos


redução do que a privativa.

Restritiva de direitos- Vai restringir direitos sem ser o direito à liberdade.

15/03/23

Reclusão e detenção.

Penas que tenham como reclusão, podem ter início com regime fechado,
semiaberto ou aberto.

Penas que tenham como detenção, podem ter início no semiaberto ou aberto.

 Nunca terá início no fechado.


 Juiz não pode somar pena de detenção com reclusão, condena por
crime de ameaça que é detenção e também condenou por furto que é
reclusão, não poderá somar, começara a cumprir a pena de reclusão e
depois de detenção.

Art. 33 CP.

Regimes.

Art. 33 parágrafo1 º.

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança


máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou
estabelecimento adequado.

Art. 34 CP. O exame criminológico que avalia a periculosidade, serve para


avaliar e levar a um tratamento especifico para o preso.

Art. 87. LEP. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em


regime fechado.
 Não há presos provisórios, somente para preso condenado com
sentença transitado em julgado e para quem está no regime fechado.

Se não houver vaga para ir ao semiaberto, o preso do semiaberto vai para o


aberto e cede vaga, ou o juiz coloca no semiaberto, mas faticamente está no
aberto.
Ou continua no fechado.

Regime aberto.
Art. 36 CP.
Art. 33 CP. Parágrafo 1º alínea C.

Prisão domiciliar
 Não se confunde com o regime aberto, pois quem está no regime aberto
foi condenado e a sentença transitou em julgado, ele cumpre PENA.
Art. 317 CPP- Na prisão domiciliar a pessoa não foi condenada, está
respondendo a inquérito ou está sendo processado.

Art. 318 CPP-Pode se converter prisão preventiva em domiciliar nas hipóteses


desse artigo.

22/03/23

Progressão e regressão de regime.

Atende a perspectiva de ressocialização do preso.

É preparado ao retorno do convívio social através da progressão de regime.

112 da LEP

Há dois requisitos para a progressão:

Temporal- deve ter cumprido uma parte da pena no regime anterior.

Bom comportamento carcerário- não ter cometido faltas graves dentro do

estabelecimento prisional Art. 50 LEP.

 Se não preencher os 2 requisitos não há progressão.

O documento que prova o bom comportamento é dado pelo Diretor do

estabelecimento prisional.

Tempos de progressão-Art. 112 LEP

 Se a lei processual penal altera a progressão e a torna mais rigorosa,

altera a qualidade da pena, se tornando uma lei heterotopica, ou seja,

efeito material, que não pode retroagir para prejudicar. Crimes

cometidos antes do pacote anticrime, seguem a progressão anterior, não

a nova.

28/03/23

Continuação de progressão de regime.


Art. 113 LEP-Programa de regime aberto, regras para seguir e aceitar para

ingressar no regime aberto.

Art. 114 LEP- precisa trabalhar ou apresentar uma proposta de emprego,

porém atualmente o magistrado aceita mesmo que não apresente proposta.

Art. 117 LEP- A ideia é que o condenado esteja no albergado, mas na

realidade é em sua própria residência, se aplica nessa realidade não no

albergado.

Regressão de regime.
Art. 118 LEP- A regressão pode ser feita por salto, do aberto para o fechado
por exemplo.

I - Praticar fato definido como crime doloso ou falta grave (art. 50);

II - Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da


pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).

A falta grave se analisa administrativamente pelo diretor do estabelecimento


prisional.

Se prossegue para avaliação judicial com contraditório, com defesa etc.

Se já estiver no regime fechado, a falta grave fara com que perca dias remidos
da pena.

Art. 111 LEP-Quando a vários crimes e chegam ao juízo das execuções, a


unificação é a exasperação da pena, aumenta até 2/3 da pena mais grave em
crimes continuados. Isso se não for feito pelo juiz da causa, pois normalmente
ele mesmo aprecia.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo
processo ou em processos distintos, a determinação do regime de
cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas,
observada, quando for o caso, a detração ou remição.

05/04/23
Fixação do regime inicial de cumprimento de pena.

O juiz na sentença condenatória deve estabelecer o regime inicial da pena.

Condenado a X anos e deve começar seu cumprimento em regime fechado


etc.

Art. 59 inciso 3.
Critérios a ser observado:

Quantidade da pena- Art. 33 § 2º. CP

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em


regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e
não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-
aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

Igual ou menor que 4, será aberto, maior que 4 e menor que 8 semiaberto e
maior que 8 fechado.

Reincidência- Interfere na fixação de regime e combina-se com a quantidade


de pena.

Se maior que 8, não considera reincidência, será no fechado o início do


cumprimento,
Se não for reincidente e igual ou menor que 4 e que não exceda 8, será no
regime semiaberto.

E se for menor que 4, começara no aberto.

Circunstâncias judiciais- Art. 33 § 3º. CP e Art. 59 CP.

O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à


personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.

Detração- Art. 387 § 2º CPP.

Tem previsão no artigo 42 do CP.

Significa subtrair/diminuir.

O indivíduo preso temporariamente, não há cumprimento de pena pois não foi


condenado ainda.

O que cumprir na prisão provisória será detraído da pena da condenação com


sentença transitada em julgado.

1- Há uma relação processual em que se tem prisão provisória e depois


condenação, será detraído da pena da condenação o tempo que
cumpriu na provisória.

2- Há uma relação processual qual teve prisão preventiva e chega ao final


do processo é absolvido.
Não dá direito a indenização, pois na CF cumprir PENA além do
estabelecido o Estado deverá ressarcir e também quando o réu é
condenado e é pedido revisão criminal e se constata erro, também será
ressarcido.

Artigo 5º LXXV

A prisão preventiva é garantia processual e não pena, então não se


encaixa nesta natureza.

Porém se houver culpa GRAVE ou dolo do juiz e promotor de justiça,


terá indenização, há poucos acórdãos no assunto.

Se ao mesmo tempo, que estiver na prisão provisória tiver uma


condenação por outro crime, a jurisprudência entende que pode detrair o
tempo de provisória do crime que foi condenado, mas não é unânime
esse entendimento.

Mesmo que o crime seja de natureza diferente.

12/04/23

Regime inicial.

São critérios do regime inicial:

1-Quantidade da pena. Art. 33 § 2º.

2-Reinicidência.

3-Circunstâncias judiciais. Art. 59 CP.

4-Detração. Art. 387 §2º CPP.


Dosimetria.

Fase da individualização da pena judicial.

A identificação do tipo penal se dá por elementos, que se dividem em:

Elementares- Elemento essencial ao crime, e caso falta tornará a conduta


atípica ou a desclassifica.

Violência e grave ameaça são essenciais ao roubo, sem isso torna furto, ou
seja, desclassifica.

Circunstâncias- É um elemento acidental ao tipo penal que pode existir ou


não, e tipo continua o mesmo.

Qualificadoras são um exemplo de circunstâncias.

A dosimetria se concentra nas circunstâncias. De forma que a circunstância


pode ser de diversas maneiras.

Sendo o legislador que escolhe o tipo de circunstância.

Irá se distinguir as qualificadoras através do sistema trifásico:

1- Pena-base- Pode estar igual ou menor que o mínimo ou maior ou menor


que o máximo estabelecido.

O juiz não pode se afastar pois o legislador determinou dessa forma

Uma circunstância favorável diminui 1/6 e desfavorável aumenta 1/6

Entende que se o réu não houver circunstância favorável ou desfavorável, será


fixada pena mínima a ele.

Mesmo que haja altas circunstâncias altamente favoráveis, não passará do


mínimo.
Já a OAB entende que se houver circunstancias favoráveis, deveria se diminuir
além do mínimo.

Se houver duas circunstancias para diminuição, em um caso que se suponha


uma pena de mínimo de 4 anos e 10 anos de máximo.

Tenho personalidade criminogena ¼ - 1

Tenho conduta social reprovável ¼ -1

1/6 é um entendimento jurisprudencial.

A circunstancia judicial é considerada na 1ª fase da dosimetria

A lei não estabelece o quantum de aumento ou diminuição, o juiz estabelece


em frente ao caso concreto.

A pena base não pode ficar abaixo do mínimo e nem acima do máximo.

2- Pena intermediaria-

3- Pena final-

O juiz levará em conta as circunstâncias judiciais.

Próxima aula pena intermediaria e pena final.

19/04/23

Dosimetria da pena.

Critério trifásico.
Pena intermediária- É considerado agravantes/ Art. 61 e 62 CP e atenuantes/
Art. 65 e 66 CP.

Motivo pode ser considerado uma circunstância judicial, porém se for torpe/fútil,
será considerado agravante.

Para ambas, o CP não traz o quanto agrava e atenua da pena.

Para a jurisprudência também se considera 1/6.

Pena final- Aqui se toma a pena intermediária e se chega a pena definitiva


com base nas causas de aumento e diminuição.

Art. 121 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

 Homicídio com causa de diminuição de pena, não é um homicídio


privilegiado.

Ambas possuem o quanto se aumenta e diminui no CP.

Podendo ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo, pois o próprio legislador


traz que pode ao estabelecer os valores.

Art. 155 § 1º CP.

Qualificadoras e privilegiadoras.

As qualificadoras trazem para o crime um patamar de punição mais elevado em


relação ao tipo penal básico.

Muda a pena base e mínima.


As qualificadoras partem antes da primeira fase, pois é dela que se partem a
pena mínima e base, que irá se aumentar e diminuir com as circunstâncias
judiciais.

Homicídio simples começa com 6 a 20 anos, se qualificado 12 a 30, se


qualificado irei para a primeira fase com 12 a 30 para aplicar as circunstancias
judiciais.

Já as privilegiadoras trazem um patamar mais brando ao tipo penal básico.

Furto de objetos de pequeno valor, ao invés de ter pena tem multa, ou seja,
mais brando.

03/05/23

Circunstancias judiciais.

Art. 59 CP.

Por jurisprudência se aumenta/diminui 1/6, somente um parâmetro juiz não é

obrigado a seguir.

-Culpabilidade: No art. 59 a culpabilidade não é parte integrante do crime.

Também há acepção de responsabilidade objetiva-que seria do artigo 5º da

CF, sendo a responsabilidade criminal subjetiva, não objetiva.

Sua terceira acepção é a aplicada pelo art. 59, sendo grau de reprovação da

conduta ou intensidade da reprovação da conduta/dolo.

Se faz uma análise do crime, por exemplo um médico que foi operar bêbado,

isso é altamente reprovável.

Ou de uma faxineira que esquece um vaso de flor na sacada e cai na cabeça

de alguém que morre, não é tão reprovável pois é um lapso.

-Conduta social: O juiz deve analisar o papel que o indivíduo exerce na

sociedade, como se comporta em família, na sociedade, trabalho etc.


Necessita de elementos para justificar o uso da conduta social, não somente

colocá-lo.

-Personalidade do agente: É demonstrar características do réu, de forma a

demonstrar sua personalidade em um geral.

-Motivo do crime: Motivo é o porquê do crime, sendo a motivação é o impulso

que leva o indivíduo a agir.

Não motivo torpe ou fútil.

Se classificam em:

-Social/ tem aceitação pela sociedade e consegue compreender a motivação

-Antissocial/ A sociedade não aceita, não entende o motivo.

-Relevante valor moral: É um motivo socialmente aceito, sendo uma

atenuante considerada na 2ª fase.

-Circunstâncias e consequências do crime: Consequência é o que resulta

do crime, deixar uma família desamparada etc. Já circunstâncias do crime são

elementos que levam a crime.

-Comportamento da vítima: Analisa o comportamento da vítima e de que

forma contribui para o cometimento do crime, desde um comportamento que

pouco contribui até o nível que a vítima contribui de forma efetiva para o

cometimento do crime.

-Antecedentes: É ligado ao conceito de reincidência que é uma agravante

considerada na 2ª fase.

Art. 61 inciso I. Art. 63 e 64 ambos do CP.

O crime para ser considerado na reincidência deve ter sido condenado com

sentença transitado em julgado.

09/05/23
Antecedentes.

Continuidade.

Inquéritos policiais em andamento não são considerados maus antecedentes,

mesmo que os crimes investigados sejam graves.

Como também processos em andamento, esses não também não contam.

Inquéritos arquivados e ações penais arquivadas por falta de provas de autoria

e materialidade.

Tudo isso resume ao princípio de inocência, que culpado somente após

sentença transitado em julgado.

Sendo conceito ligado umbilicalmente ao conceito de reincidência.

Segundo o CP, a reincidência está prevista nos artigos 61, I e 63, 64 CP.

Sendo considerada na 2ª fase, porém está ligada aos antecedentes que se

consideram na 1ª fase.

 Indivíduo comete um crime diverso de uma contravenção penal, na data

X e haverá uma investigação/inquérito, seguido da ação penal/processo

judicial e chega a condenação/sentença condenatória.

 Transitou em julgado, e se após isso cometer um crime na data Y e

correr os mesmos procedimentos anteriores, quando chegar na

condenação ai sim o réu será considerado reincidente.

A reincidência especifica é quando ocorre um segundo do mesmo tipo do

primeiro. Mas é somente em casos específicos.

10/05/23

Reincidência.

Continuação.

Artigo 63 CP.
Verifica a reincidência após cometimento de outro
crime em face a um anterior seja ele cometido no
exterior ou no Brasil e com condenação com
trânsito em julgado.

 Não é necessário homologação da sentença


condenatória estrangeira.

Art. 64 II- não se considera crimes militares próprios


e políticos para reincidência.

O crime militar próprio é o que tem previsão


exclusiva no código penal militar, pois podem ter
crimes dessa natureza no CP ou leis esparsas,
estes são os crimes militares impróprios.

Art. 64 I- Apesar de haver trânsito em julgado

Anterior, não haverá reincidência, sendo neste caso:


o indivíduo está cumprindo a pena do crime X e há
o término da pena, contado 5 anos do término se
cometer um crime em relação ao crime X, não
haverá reincidência.

No “sursis” o juiz pode suspender a execução da


pena, chamado período de prova e se o condenado
cumprir as condições passado um tempo, a pena
será extinta.

Além de ter a pena extinta, diminuirá o tempo de


prescrição.

Se ficar de observação em 2 anos, é extinta a pena


aí passado os dois anos e extinta aquela pena é
abatido do tempo de 5 anos de prescrição, ou seja,
a prescrição será de 3 anos contados a partir da
extinção da pena.

No livramento condicional também é concedido na


execução da pena, na etapa final do cumprimento
da pena é posto em liberdade seguindo condições,
trazendo o mesmo abatimento do “sursis” .

Ligação do conceito de reincidência com


antecedentes.

Indivíduo cometeu crime A e há trânsito em julgado


em relação a esse, e comete o crime B antes do
trânsito em julgado de A, e vem o trânsito em
julgado do crime B, na data anterior ao trânsito em
julgado dos dois crimes, comete o crime C será
reincidente em relação a A e B.

No crime A será considerado agravante na segunda


fase da dosimetria. Agravante

E o crime B será considerado na primeira fase como


circunstância judicial. Mal antecedentes.

O que não posso é considerar o “bisi idem” (o fato ter


dois reflexos penais) não dá para considerar o crime
A e B da mesma forma, ou seja, na mesma fase da
dosimetria.

Multireincidencia- 1ª é reincidência em face aos outros maus


antecedentes.

Indivíduo primeiro com maus antecedentes, aquela


que teve crime prescrito mas ele conta para maus
antecedentes.

Então o indivíduo pode ser primário e pode ter maus


antecedentes.

O indivíduo pode ser reincidente (com trânsito em julgado) e ter bons


antecedentes.

OAB tem duas linhas, a radical é a que não pode


haver reincidência pois cumpriu a pena e levar isso
como mau antecedentes é prejudicar por algo que
Você já cumpriu e continua surtindo efeitos.

Já a segunda- ele não terminou e parou aqui.

16/05/23

Reforçou matéria da semana passada.

Maus antecedentes.

Trânsito em julgado por crime anterior verificado antes da condenação

por crime posterior

Ocorre o crime A em tempo 1, crime B ocorrido depois tempo 2, não há uma

sequência de julgamento entre eles.

No crime A ocorre inquérito seguido do processo depois condenação, fase

recursal e chega ao trânsito em julgado.

O crime B ocorreu durante o processo do crime A, ou seja, não é considerado

reincidência em relação a B porque não houve trânsito em julgado.


No crime B ocorre a mesma sequência do A e chega a condenação, quando o

juiz for condenar este réu pelo crime B, já haverá transito em julgado do crime

A, pode considerar o crime A como maus antecedentes, mas não reincidência.

**Só se prescreve a reincidência, não os maus antecedentes.

17/05/23

Agravantes e atenuantes.

Consideradas na 2ª fase da dosimetria.


Onde se estabelece a pena intermediaria, a pena não pode ficar abaixo do

mínimo nem acima do máximo.

Arts. 61 e 62 são considerados rol de agravantes e atenuantes.

Pode ser aplicado esse rol a legislação extravagante.

São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou

qualificam o crime- Se constituir ocorre o “non bis in idem”

Por exemplo o artigo 123 do CP em sua elementar, não deixaria aplicar a

agravante da alínea H do art. 61 CP, porque ocorreria o “non bis in idem”.

Art. 61 II

a) Motivo fútil- é o motivo não importante, no nada, mas não significa que

não haja motivo, só não se conhece.

Motivo torpe- é o motivo que causa maior rejeição/repulsa na sociedade de

forma acentuada.

b) Não se fala do para que se cometeu e sim o porquê, procura a

finalidade.

Lista as finalidades.

Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem

de outro crime;

Há um vínculo teleológico, vinculo de finalidade entre dois crimes, sendo que

um é cometido porque tem uma finalidade em relação a outro crime.

Na ocultação de outro crime se pretende que o crime não seja descoberto,

então se pratica um crime para esconder outro.

Garantir a impunidade de outro crime se pretende que não seja conhecida a

autoria, mesmo que o crime seja descoberto.

24/05/23
Agravantes e atenuantes.

Continuação.

Artigo 61 inciso II.

C) Aqui de trata dos modos execução do crime que dificultam a reação

defensiva do ofendido. Pode ser de tal maneira, que torna impossível se

defender.

No homicídio essas situações são agravantes.

Traição- Pode ser física ou moral, já a física seria o ato de traição que se faz

pelas costas do indivíduo, não seria nas “costas” no sentido literal, sim que o

indivíduo não sabe de onde vem o movimento do golpe/agressão.

Já a moral o agressor finge uma situação de amizade para se aproveitar do

individuo

Traição é um MODO.

*O indivíduo deve criar a situação do modo de ataque.

Emboscada-

Dissimulação- Se parece com a traição moral, porém aqui o agressor usa

elementos para encenação.

Como um uniforme de policial para se fingir por um etc.

D) Dizem a respeito do meio empregado para a prática do crime e o tipo de

meio, sendo insidioso aquele que o propósito é oculto (veneno), já fogo

e explosivo podem ser cruéis e trazem perigo em comum.

Já o cruel, é quando o agente traz um meio que ao invés de causar uma

“rápida” agressão, faz de forma a demorar e causar mais dano/dor a

vítima, ele ESCOLHE trazer maior sofrimento.

Na tortura se encaixa perfeitamente o meio cruel.


Alíneas tratam:

A-Motivo

B-Finalidade

C-Modo

D-Meio

E) Cometer o crime contra a família em seus graus.

Não pode se fazer essa equiparação em situações de companheirismo

conforme a CF.

F) Trata de relações privadas, na domestica a relação se estabelece em

casa, como empregados domésticos, já coabitar seria uma relação

continua de convívio e na hospitalidade é passageira e logo irá embora.

Diz respeito a lei maria da penha, mas não é simplesmente porque é

mulher, sim porque está no contexto de violência doméstica, não só

agressão em si.

G) Trata de crimes no meio de labor, mas pode ocorrer crime de abuso de

autoridade, que seria elementar então não se aplica.

H) Trata de criança conforme o estatuto da criança e adolescente, contra

idosos porque também possui resistência menor e enfermo/ mulher

gravida também segue a mesma temática, mas no caso da mulher tem

que saber que estava grávida.

I) Autoridade pública que comete.

J) Devido a situação de incêndio, torna fácil cometer o crime sendo uma

facilitadora.

L falta ela. Próxima aula.

30/05/23
Agravantes no concurso de pessoas.

Art. 62.

I-Lider da organização criminosa, ou que lidera os atos para cometer o crime.

II-Coator ou que induz a alguém cometer o crime.

III-Usa de um menor, pessoa deficiente etc. Para cometer o crime.

IV-Aquele que paga responde por motivo torpe e quem recebe e executa por

esse inciso.

Atenuantes.

Art. 65.

Súmula 331 STJ- Se houver só atenuante não fará com que a pena fique

abaixo do mínimo.

I- Se na data do FATO possuir 21 anos atenua e tiver MAIS de 70 anos na data

da SENTENÇA.

II-O desconhecimento da lei não é escusa art. 21 CP, ele responde pelo crime

mas gera uma atenuante.

III-

A). Aqui tem acolhimento/compreensão social, sendo o relevante valor social é

uma conduta que é compreendida pela sociedade (matar o estuprador do

bairro) moral seria uma conduta que a sociedade se identifica (pai que mata o

estuprador do filho).

B). Não se confunde com o art. 15 CP (arrependimento eficaz) aqui não tenta

impedir o resultado e tentar tornar as consequências menos graves.

C). Coação irresistível gera excludente de CULPABILIDADE já se for resistível

é uma atenuante, se a ordem não for manifestamente ilegal também é

excludente, mas se for ilegal, mas de um superior hierárquico é atenuante.


Aqui há provocação, não legitima defesa, mas é atenuado porque gera um

agravamento da saúde psíquica.

D). Confissão espontânea, uma parte entende que não se considera, pois,

confissão qualificada, aquela que diz que fez mas apresenta excludente de

ilicitude, não seria uma confissão em si, e outros entendem que sim, mas que

gera atenuante.

E). Cometer o crime pelo calor das emoções da multidão.

Art. 66 CP- Entendimento do juiz pode atenuar.

Art. 67 CP.

O motivo do crime deve prevalecer sobre a atenuante e a agravante, se

cometeu um crime por motivo torpe e confessou, gera agravante do motivo

torpe e ao mesmo tempo uma atenuante pela confissão. Nesse caso, se

considera o que houver peso maior, no caso o motivo torpe.

Isso se segue na ordem de importância demonstrada no artigo.

Art. 68 CP.

Próxima aula 68

31/05/23

Concurso em causas de aumento e diminuição pena.

Art. 67. CP

Deve seguir a ordem de importância para preponderar uma agravante sobre

uma atenuante.

-Motivo do crime;

-Personalidade;

-Reincidência.
Isso no campo da pena intermediaria e agora vamos tratar das causas de

aumento e diminuição.

Art. 68. CP

Se houver duas causas de aumento ou diminuição de pena, pode se utilizar

das duas.

Entretanto, o parágrafo único traz uma faculdade ao juiz por optar de aplicar só

uma, mas deverá usar a que mais aumenta ou que mais diminui a pena.

Isso só pode ocorrer se estas causas estiverem na parte especial do código,

pois na parte geral tem causas de diminuição como tentativa etc. e elas são

obrigatórias de aplicação, não pode optar.

Exemplo-Art. 121 § 1º e art. 16 CP.

E na terceira fase da dosimetria, posso extrapolar o mínimo e o máximo da

pena em abstrato na lei.

Isso serve tanto para causas de diminuição como aumento de pena.

Após fixação da pena e dado o regime inicial, o juiz vai realizar uma análise

para verificar se é possível sair de uma pena restritiva de liberdade por uma

pena restritiva de direitos.

Pena restritiva de direitos.

Art. 43 ao 48. CP

Funcionam como substitutivas das penas restritivas de liberdade ou multa.

Ela é prevista no artigo 44 do CP que traz suas regras de aplicação e pode

estar prevista como pena no código de trânsito.

Art. 43 estipula as penas restritivas de direito, sendo um rol. Entretanto, nem

todas são consideradas penas restritivas de direito, mas o legislador as colocou

como se assim fossem.


I-É considerado como multa;

II-Tem natureza pecuniária, não sendo multa;

III- essa sim é uma pena restritiva de direitos, pois perde seu tempo livre;

IV- Esta é uma genuína pena restritiva de direitos;

V-Essa também;

VI- Também.

Art. 44 CP- ele traz os critérios de substituição, sendo o mais importante dentre

todos.

II-A reicidencia em crime doloso não afasta se entendido em conjunto com o

§ 3º o juiz poderá aplicar em sua análise subjetiva, o que veda não é a

reincidência em si, mas a reincidência especifica pelo MESMO crime, ou seja,

crime de mesma espécie. Estelionato e depois um furto, será considerado

reincidente.

§ 4º-

05/05/23

Conversão das penas privativa de liberdade por de direitos.

Art. 45 CP.

§1º-Prestação pecuniária não é multa nem indenização, pois é deduzida de

eventual indenização a vítima, não se confunde.

§2º-A prestação pecuniária pode ser substituída por outra prestação-Picho o

muro e ao invés de pagar para pintar, vou lá e pinto ou derrubo a porta para

roubar e ao invés de pagar vou lá e conserto.

§3º-Vai perder bens que possam valer dinheiro num futuro, e não irá lucrar com

o crime pois se o que ele obteve for de valor considerável irá devolver, caso o

valor do prejuízo seja menor do que se obteve com o crime.


§4º-Tem que ser no mínimo uma pena final superior a 6 meses, em crime

culposo aí sim posso substituir em qualquer momento.

Art. 46 complementa o §4º.

§3º-Cada hora trabalhada equivale a 1 dia de prestação, mas não posso

cumprir tudo em 3 dias e sim ao longo de no mínimo 9 meses se for maior de 1

ano.

Interdição temporária de direitos.

Art. 47.

O inciso I e III é altamente prejudicial, pois dá prejuízo econômico e

profissional.

É de rara aplicação.

Isso é aplicado em quanto durar a pena.

Art. 48. Restrição do fds.

Pena de multa.

Arts. 121, 123, 155, 157 e 158. CP.

Comparar com o art. 33 lei de drogas.

No CP nos crimes que a prisão de multa, só se escreve multa e na lei de

drogas há parâmetros de máximo e mínimo variando conforme o crime.

Vai variar de 10 a 360 de dias multas, entretanto no CP será para todos os

crimes que houver previsão de multa e na Lei de drogas varia conforme o

crime.

Dia multa- O indivíduo paga por dia multa o quanto ele recebe de valor por dia

trabalhado ou pelos recebimentos que tenha, sempre baseado no que ela

ganha dando diferença entre ricos e pobres, porém proporcional a renda de

cada um.
Embora varie conforme a renda de cada indivíduo, se for converter em prisão

os dias serão diferentes por isso se traz o dia multa, porque ambos

condenados a 10 dias multa irão pagar 10 dias de pena.

Mas não é aceito porque o pobre não pagaria e seria preso e o rico pagaria e

não seria preso, traz desigualdade.

1-Número de dias multas que variam de 10 a 360 dias.

**Se vale dos critérios usados nas contas da dosimetria da pena.

Não importa a condição econômica.

2-Valor do dia multa 1/30 S.M. a 5 S.M.

Aqui se vale a condição econômica.

Se multiplica o valor do dia multa estabelecido pela quantidade condenada de

dias multa.

Art. 49. CP.

06/06/23

Pena de multa.

Se faz a leitura do artigo 49 com o artigo 60 para compreensão do tema.

Art. 60 CP.

§1º-É o caso de pessoas extremamente ricas em que o efeito pedagógico a

quantidade máxima do dia multa não traz medo, então o juiz pode triplicar se

entender diante da situação de dosimetria, porque nessa fase não se considera

questões socioeconômicas.

Art. 50 CP.

§1º-traz que a multa pode ser parcelada para pagar, o que na prática o custo

da cobrança acaba por ser maior do que a multa em si.


Art. 51 CP-traz que a multa será executada pelo juiz penal e terá natureza

penal, o que antigamente não havia pois era executada na fazenda pública

dando a sensação de pagar um tributo. Entretanto, as regras quanto as dívidas

em si seguem as regras da FP.

Art. 52 CP- Não se cobra a multa se depois da condenação sobrevier uma

doença mental, pois ele não vai entender o porquê está pagando, então

suspende até uma melhora clínica.

Suspensão condicional da pena.

Aqui é tratado do “Sursis” no qual o indivíduo foi condenado e na sentença

condenatória verifica se a pena tem curta duração e outros requisitos, fica de

observação e a suspende a pena e se cumprido, será extinta apena.

Não se deve confundir com a suspensão condicional do processo, Art. 89 da

Lei 9.099/95, que é o “Sursis” processual.

Art. 77 ao 82 CP.

07/06/23

“Sursis”.

Art. 77 CP.

Pena não pode ter pena aplicada maior que 2 anos, pode aplicar para crimes

que tenham violência e grave ameaça;

Se for reincidente em crime culposo ou contravenção, não impede o benefício;

Deve ter circunstancias judiciais favoráveis;

Se não for possível a aplicação do artigo 44, aí sim cabe o “sursis”, ou seja,

pena restritiva de liberdade por de direitos;

*O juiz deve preferir a substituição ao invés do “sursis” pois se perder o “sursis”

não se aproveita o tempo gasto no período de prova, já na substituição sim.


§ 2ª- Traz três espécies de “Sursis”:

-Simples CAPUT DO 77: que a pena aplicada não seja maior que 2 anos, e o

período de prova seja de 2 a 4 anos;

-Etário PRIMEIRA PARTE DO §2º: Pena aplicada até 4 anos período de prova

de 4 a 6 anos e na época da sentença o réu ter completado 70 anos;

-Humanitário: Pena aplicada até 4 anos e período de prova de 4 a 6 anos

devido ao estado de saúde, se melhorar não revoga porque é dado em

sentença.

Art. 78 CP- condições a ser observadas no período de prova.

§1º- vai ter que trabalhar 365 horas de serviço comunitário e terá restrições aos

finais de semana;

§2º- Se houver boas circunstancias judiciais pode substituir a aplicação do § 1º

por:

a) proibição de frequentar determinados lugares;

b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e

justificar suas atividades.

Revogação.

Art. 81 CP

Se tem dois tipos:

Obrigatória- Incisos I, II e III.

Facultativa- §1º O juiz ou revoga ou prorroga o período de prova, revoga se

descumprir qualquer imposição imposta nos incisos I, II e III.

Prorrogação do período de prova.

§ 2º.
Se não houver prorrogação ou revogação, será extinta a pena, porém será

sempre reincidente pois foi condenado. Art. 82 CP.

Reabilitação.

Condenações criminais constam de registros, atrapalhando e dificultando a

vida do indivíduo.

Réu foi condenado e cumpriu a pena, passados 2 anos disso antes mesmo da

prescrição em 5 anos, o réu poderá ser reabilitado.

Não constará em certidão para fins cíveis, sua condenação.

Pode ser reincidente e reabilitado.

Art. 95 CP.

Se for condenado por reincidência, deixa de ser reabilitado.

Art. 93 CP- atinge qualquer tipo de pena, garantindo sigilo ao processo que

respondeu e possível condenação.

Art. 94 CP-requisitos da reabilitação.

Pedido de reabilitação é feito no juízo da condenação.

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