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Jus puniendi
Poder de autolimitação
Princípios e outros institutos Ex prescrição e decadência.
Quanto ao modo
O direito de punir deve respeito aos direitos e garantias
fundamentais.
Direitos e Garantias fundamentais Interno
Direitos Humanos Internacional
Quanto ao espaço
Em regra, aplica-se a lei penal somente aos fatos praticados
apenas no território brasileiro, prova de nossa soberania.
Exceto crimes que podem ser punidos pela lei brasileira
mesmo sendo cometidos no exterior e alguns crimes cometidos no Brasil que
podem ser julgados pelo TPI.
Quanto ao tempo
O direito de punir é limitado no tempo pelo instituto da
prescrição.
Exceção crimes imprescritíveis: racismo e ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
democrático.
Sanção Penal
Medidas de Segurança
Pressuposto periculosidade
Destinatário inimputáveis e semi-imputáveis perigosos.
Essência tratamento.
Internação compulsória hospital de custódia.
Tratamento ambulatorial terapia, medicação, etc.
Prazo sem prazo determinado sine die.
Como não podem haver penas de caráter perpétuo, o STF/STF
impuseram a limitação de 40 anos para as medidas de segurança, tal qual as
penas restritivas de liberdade.
Penas
Pressuposto culpabilidade Dolo ou Culpa
Destinatário imputáveis e semi-imputáveis não perigosos.
Essência punição, ressocialização
Prazo determinado
O condenado sempre sabe quanto tempo ficará preso.
É espécie de sanção penal, pela qual o Estado priva ou restringe bens jurídicos
do condenado, em função do cometimento de infração penal, com as
finalidades de castigar o responsável, readaptando-o ao convívio em
comunidade e de intimidar a sociedade, evitando a prática de novos delitos.
Finalidades Principais
castigo,
socializar (no fundo é para deixar que o apenado volte a ser um custo
para a sociedade
Bens Jurídicos Sujeitos à Privação (subtipos)
Estimulo negativo.
Vale para o Direito Penal, mas NÃO para o Direito Processual Penal.
As regras de processo são aplicadas imediatamente, além de
retroagirem, tanto para beneficiar quanto para prejudicar o réu.
Leis Penais Criam, modificam, extinguem crimes e penas.
Leis Processuais modificam o procedimento e, por isso, não
alteram o jus puniendi.
Princípio da Proporcionalidade
adequação da pena à pessoa e ao crime.
a resposta penal deve ser justa e suficiente para cumprir o papel de
reprovação do ilícito” (STJ, HC 84.427/RJ, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
5ª Turma), além disso, deve servir para a prevenção de novas infrações penais.
Magistrado
Na dosimetria da pena (pena em concreto).
Individualização da pena
Analisa a conduta, circunstâncias do réu.
Pessoa do acusado e as circunstâncias do delito.
Uma pessoa que trafica um baseado não pode ser punido da mesma forma
que quem traz toneladas de cocaína da Colômbia.
Princípio da Individualização
foca na dosimetria.
Inclui a pena de multa.
deve ser eleita justa e adequada sanção penal, quanto ao montante, ao
perfil e aos efeitos pendentes sobre o sentenciado, tornando-o único e
distinto dos demais infratores, ainda que coautores ou mesmo corréu.
Três significados:
Teorias e Finalidades
Teoria Absoluta
Caráter retributivo (olho por olho).
Não tem finalidade prática.
Instrumento de vingança do Estado.
Teoria Relativa
Prevenção Geral
Diz respeito a sociedade como um todo
Negativa Intimidação.
Positiva Consciência geral pena abstrata.
Demonstrar a vigência da lei penal.
Certeza da sua aplicação.
Atenção
Paralelamente modalidades diferentes.
Ex Uma restritiva de liberdade ou pecuniária.
Alternativamente mesma modalidade, mas espécies diferentes.
Ex Detenção e reclusão, ambas restringem a liberdade.
Pena corporal viola a integridade física do condenado, tal como ocorre nas
penas de açoite, de mutilações e de marcas de ferro quente.
CF – Art. 5º XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Espécies de Penas
Privativa de liberdade
Reclusão
Detenção
Prisão simples
Contravenções penais.
Restritivas de direitos
Prestação Pecuniária
Perda de bens e valores
Prestação de serviço à comunidade ou entidade pública
Interdição temporária de direito
Limitação de fim de semana
Multa
Sistema dias/multa.
Pode variar entre 10 e 360.
Conforme circunstância do crime e pessoa do acusado.
Primeiro calcula quantos dias.
Depois aplica o valor do dia/multa.
Não vira prisão.
É um valor que deve para o governo.
Direcionadas ao Fundo Penitenciário (FunPen).
Depois é distribuído para os presídios.
Exceto crimes de drogas, que tem um fundo
específico.
Critério Constitucional
CF – Art. 5º – XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Reclusão
Regime fechado estabelecimento de segurança máxima
Regime semiaberto colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento
similar
Regime aberto casa de albergado ou estabelecimento
adequado
Detenção
Regime semiaberto
Regime aberto
(salvo casos de regressão de regime)
Políticas Penais
São 3 vertentes/escolas
Abolicionista
Minimalista
Maximalista
1 Abolicionista
Trabalha com a ideia de que o Direito Penal não funciona.
Alternativa outras áreas do direito.
2 Minimalista
Condutas menos graves serão regulamentadas por outras áreas do
Direito.
Afirma que não se pode usar o Direito Penal de forma desmedida.
Apenas para crimes graves.
Condutas lesivas para toda a sociedade.
O STF pende para essa escola.
3 Maximalista
Política de tolerância zero.
Teoria do Direito Penal do Inimigo.
Bases Filosóficas
Fichte “quien abandona el contrato ciudadano en un punto en
el que en el contrato se contaba con su prudencia, sea de modo voluntario o
por imprevisión, em sentido estricto pierde todos sus derechos como
ciudadano y como ser humano, y pasa a un estado de ausencia completa de
derechos”.
Rousseau O inimigo, ao infringir o contrato social, deixa de
ser membro do Estado, está em guerra contra ele; logo, deve morrer como tal.
Kant Aquele que ameaça constantemente a sociedade e o
Estado, quem não aceita o “estado comunitário-legal”, deve ser tratado como
inimigo.
Hobbes “Disso decorre que os rebeldes, traidores e todas as
outras pessoas condenadas por traição não são punidas pelo direito civil, mas
pelo natural: isto é, não como súditos civis, porém como inimigos ao governo
– não pelo direito de soberania e domínio, mas pelo de guerra”.
Locke Estou certo de uma coisa: seja quem for, governante ou
súdito, que tente pela força invadir os direitos do príncipe ou do povo e
determinar a base para a derrubada da constituição e da estrutura de
qualquer governo justo, ele é altamente culpado do maior crime de que um
homem é capaz, e deve responder por todos os males do sangue derramado,
da rapina e da desolação que o destroçamento de um governo traz para um
país. Aquele que age assim merece que a humanidade o considere como um
inimigo comum e como uma peste, e como tal deve ser tratado.
Formas de Implementação
Criar um aparato de proteção para punir sem amarras.
Prender qualquer um, a qualquer hora, mesmo que não esteja
cometendo um crime.
Garantismo Jurídico
Constitucionalismo Garantista
Constitucionalismo Principalista/
Constitucionalismo Garantista
Neoconstitucionalismos
Separação entre Direito e Moral. Conexão entre Direito e Moral.
Forte positividade. Normatividade Fraca.
Submissão de si mesmo ao próprio Direitos fundamentais como princípios
direito. morais ou valores, passíveis de
ponderação (metáfora do peso).
Funções Típicas.
Executar;
Legislar;
Julgar.
Funções Atípicas.
Julgamentos Administrativos;
Comissões Parlamentares de Inquérito;
Edição de Medidas Provisórias, etc.
Estado Legislativo
Avalorativa
Explicativa
Autopoiese
Estado como fim em si próprio.
Direito como meio reforçamento e conservação do Estado
Heteropoiese
Estado como Instrumento para a Realização dos Direitos Fundamentais
Direito como meio de defesa e efetivação dos Direitos Fundamentais
Garantismo
Coerência Heteropoiética.
O acusador que tem que provar que é culpado, e não o réu que tem
que provar que é inocente.
O sistema garantista - SG
Trata- se de um modelo-limite, apenas tendencialmente e jamais
perfeitamente satisfatível.” Ferrajoli
“(...) máximo grau de racionalidade e confiabilidade do juízo e,
portanto, de limitação do poder punitivo e de tutela da pessoa contra a
arbitrariedade.” Ferrajoli
Justiça Restaurativa
Forma alternativa ao Direito Penal.
Origem e Desenvolvimento
No campo da mediação penal nos EUA e Canadá, no início, a Justiça
Restaurativa era a Mediação e a Mediação era a Justiça Restaurativa.
Esta origem comum explica inúmeras semelhanças entre a Mediação e
a Justiça Restaurativa, mas a origem da Justiça Restaurativa em outros lugares
do mundo e seus desenvolvimentos locais ao longo do tempo, constituem a
Justiça Restaurativa como uma resolução alternativa de conflitos que vai além
da mediação vítima-ofensor.
Direito penal
Colaborativa Negocia, mas não diminui a pena “de graça”. Pede algo em
troca. Ex delação premiada.
Principais diferenças
Modelos de Justiça
Conceitos
Encontro, Reparação, Transformação
“É a aproximação que privilegia toda forma de (transform)ação, individual ou
coletiva, visando corrigir as consequências vivenciadas no âmbito de uma
infração, a resolução de um conflito ou a conciliação das partes”. (Riccardo
Cappi)
1º Grupo obrigatórios
Não-dominação
Empoderamento
Obedecer ou honrar
Escuta respeitosa
Preocupação igualitária
Accountability, appealability
Respeito aos Direitos Humanos
Mudanças Ensejadas
Retributiva Restaurativa
Culpa Responsabilidade
Perseguição Encontro
Imposição Diálogo
Castigo Reparação do dano
Coerção Coesão
Justiça Retributiva
A justiça determina a culpa e administra a pena mediante
procedimento contencioso entre o ofensor e o Estado, dirigido por regras
sistemáticas.
O crime é uma violação ao Estado, definida pelo descumprimento da
lei e pela culpabilidade.
Justiça Restaurativa
O crime é uma violação das pessoas e dos relacionamentos. Cria
obrigações para fazer as coisas bem feitas.
A Justiça envolve a vítima, o ofensor e a comunidade na busca de
soluções que promovem acordo, reconciliação e segurança.
Questões decisivas
Enfoque Retributivo
Qual lei foi violada?
Quem foi o culpado?
Que castigo ele merece.
Enfoque restaurativo
Quem foi prejudicado?
Quais suas necessidades
Quem deve reparar?
Fundamentação Legal
Responsabilização
Quem praticou o ato ofensivo deve assumir a responsabilidade pelo
que praticou, compreendendo as consequências para o outro e para si
mesmo, das escolhas que fez.
A responsabilidade pelas implicações do ato ofensivo não é apenas de
quem praticou o ato, mas de um conjunto de atores sociais, inclusive do Poder
Público e da comunidade
Não.
Por meio dos procedimentos restaurativos, quem praticou o ato de
desrespeito / violência deve assumir a responsabilidade pelo acontecido e
fazer algo que, aos olhos de quem foi ofendido /afetado, compense o dano
sofrido.
Como é a Justiça
Restaurativa na prática?
A Origem
James Q. Wilson e George L. Kelling escreveram um artigo na década
de 1980 entitulado “Broken Windows”.
Eles defendiam que uma estratégia de êxito para prevenir o
vandalismo seria resolver os problemas quando eles são pequenos.
“Repare as janelas quebradas rapidamente e será possível ver como os
vândalos terão menos probabilidade de estragar mais”.
Preservação e recuperação
de espaços públicos
Wilson, Kelling,
Giuliani, Bratton Repressão direta às
pequenas infrações penais,
prevenção geral.
Teoria das janelas
quebradas
Aula 4 – 08/03/2023
Espécies de Pena
No Código Penal
Art. 32 - As penas são:
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
Detenção média
Semiaberto
Aberto
Existem três tipos diferentes para poder pôr o condenado em níveis diferentes
de prisão, a depender do crime/circunstâncias/pessoa.
Críticas
“A pena de prisão é a espinha dorsal do sistema penal brasileiro, ainda
que sua falência seja reconhecida.”
Ferrajoli - “cárcere é uma instituição [...] lesiva para a dignidade das pessoas,
penosa e inutilmente aflitiva, motivo por que propõe sua abolição gradual,
bem como imediata redução da pena máxima para dez anos de prisão”.
Fragoso – “como instituição total, a pena necessariamente deforma a
personalidade, ajustando-se à subcultura da prisão (prisionização).”
Sistemas Prisionais
Antigamente, as penas eram meros castigos.
Sistema Auburniano
Sistema Progressivo
O sistema Progressivo (inglês ou irlandês) surgiu na Inglaterra, no
século XIX, atribuindo-se sua origem a um capitão da Marinha Real, Alexander
Maconochie.
Regimes Prisionais
Reclusão
admite regime inicial fechado.
Detenção
Não admite regime inicial fechado.
Prisão Simples
Não admite regime fechado em hipótese alguma.
Aula 5 – 15/03/2023
Na teoria
Fechado Cela individual.
Quando progride, celas coletivas socialização
Aberto
É mais brando.
Quase sem fiscalização.
Na prática, fica fora do presídio 24 h por dia.
Pode Regra
Sair do presídio
Trabalhar em qualquer lugar.
Não pode ir para qualquer lugar, só trabalho/casa/trabalho.
Se for pego fora do trabalho ou fora do trajeto, pode ser
que venha regredir de regime
Final do expediente e nos fins de semana volta para dormir.
Casa do Albergado
Presídios de segurança mínima.
Na prática, eles ficam em casa.
Em SC quase não existem Casas de Albergado.
Carta de condições
Diz o que não pode fazer.
Condições do Regime Aberto
Especiais determinadas pelo juiz
Gerais obrigatórias para todos
Permanecer no local que for designado, durante o repouso e
nos dias de folga O endereço que indicou.
Sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados.
Casa/trabalho/casa.
Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial
Apenas em casos extraordinários.
Comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas
atividades, quando for determinado.
Pad – Prisão Albergue Domiciliar
Excepcionalmente a LEP prevê o regime aberto domiciliar. Antes era:
Para idosos
Não precisam trabalhar.
Para pessoas com alguma doença que não pudesse ser tratada no
presídio.
Ex quem precisa de hemodiálise.
Não bastam laudos da defesa.
O juízo nomeia um perito.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato
motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e
fundamentado despacho do juiz competente.
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar
dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do
estabelecimento ou outra autoridade administrativa.
Requerimento detalhado.
Quase um inquérito.
Só o juiz da Execução Penal pode determinar.
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar
será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada
no prazo máximo de quinze dias.
Contraditório e ampla defesa.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta
grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas,
sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem
prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características:
Crime ou falta grava o suficiente para subverter a ordem.
Associação criminosa
Antiga quadrilha ou bando.
CP Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o
fim específico de cometer crimes.
Milícia Privada
Locais onde não há presença da polícia. Ex favelas.
Organização paramilitar.
Civis organizados segundo padrões militares.
Máfia
Esquadrão grupo de extermínio
CP Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear
organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a
finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código.
Organização Criminosa.
Lei 12.850/13 Art. 1º § 1º Considera-se organização criminosa a
associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a
prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro)
anos, ou que sejam de caráter transnacional.
Penas perpétuas
Estão definitivamente fora do sistema penal brasileiro, segundo a
CF/88.
É praticamente unânime o entendimento de que esse tipo de pena não
traz efeitos positivos para a sociedade e muito menos para os condenados.
Os reflexos são totalmente negativos, tais como a manutenção da
ociosidade e a transformação do condenado em pária social.
Hoje, a pena máxima é de 40 anos.
Obs. Para o cálculo da progressão de regime é em cima do
total da pena. Se a pena total é de 80 anos, esse cálculo será em cima desses
80, mesmo que “só” cumpra esse máximo de 40 anos.
Pena de Banimento
Desterro
“Consistia na expulsão do território nacional de quem atentasse contra
a ordem política interna ou a forma de governo estabelecida”. (Greco, 2019,
p. 91).
Sua vedação visa, pois, preservar o direito à nacionalidade e à
permanência no território nacional, ao teor do que prevê o artigo 5º, XV da CF.
Deve-se estar atento à diferença que existe entre o banimento e a
extradição, a deportação e a expulsão. Estas três últimas medidas recaem
sobre estrangeiros, enquanto que o primeiro sobre nacionais.
Brasileiro naturalizo poderá ser extraditado (art. 5º, LI, da CF/88).
Extradição
Entrega a pessoa para outro país.
Pode voltar.
Deportação
Manda embora, pois está em situação irregular.
Imigrante “ilegal”.
Pode voltar ao Brasil.
Expulsão
Estrangeiro, regular ou não, que cometeu crime.
Não pode voltar para o Brasil.
Penas Cruéis
São todas as penas que submetem o condenado a tratamento
desumano ou degradante ou a sofrimento excessivo, como, por exemplo,
mutilações, castração, tortura, humilhação, maus tratos, ou ainda, aquelas
que impossibilitem a sua reinserção social, a exemplo do isolamento por
período excessivo.
O art. 1º, III, da CF/88, está disposto que um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil é a dignidade da pessoa humana.
O art. 5º, III, veda a prática de tortura, já que, afinal, o delinquente não
deixa de pertencer ao gênero humano.
Aula 6 - 22/03/2023
Prestação Pecuniária
CP Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior,
procederse-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à
vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação
social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo
nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do
beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra
natureza.
Tem que ter acordo.
Ex dar um carro, um apartamento, etc.
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á,
ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e
seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou
do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática
do crime.
Prejuízo ≠ Lucro
Crime vago
Vítima indeterminada.
Ex Tráfico de drogas vítima é a sociedade.
Crimes ambientais vítima é o meio ambiente.
O valor da pena pecuniária vai para uma instituição da região
relacionada ao assunto do crime
O juiz da execução penal que escolhe onde, quando, como ele vai cumprir o
serviço comunitário.
Em RSL, após a conversão para serviços comunitários, o assistente
forense coordena tudo.
O assistente vê questões como aptidão, onde, quando, como.
Depois o juiz homologa.
A instituição é avisada via ofício, e vai uma ficha de controle de
horários, e controle, que é enviada à vara criminal uma vez por mês.
Condições Objetivas
Crimes Dolosos
Quando a pena aplicada não for superior a quatro anos,
excluídos os crimes cometidos com violência ou grave ameaça à
pessoa.
Crimes Culposos
Qualquer que seja a pena.
Condições Subjetivas
Não ser reincidente em crime doloso.
Se a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade
do condenado, bem como os motivos e circunstâncias do crime, indicarem
que essa substituição for suficiente.
Momento da Substituição
Na sentença condenatória
A pena restritiva não pode ser aplicada diretamente, isto é, sem
passar primeiro pela pena de prisão.
Cabe ao juiz quantificar a pena privativa de liberdade, nos termos
do art. 68 do CP (sistema trifásico). Somente depois de concluída essa
etapa é que cabe ao juiz verificar a possibilidade de substituição da prisão
por pena alternativa.
CP Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes,
à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias
e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
I- as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por
outra espécie de pena, se cabível.
Critérios de Substituição
Pena Possibilidade de Substituição
Até 6 meses Pena de Multa
(art. 60, § 2º do CP)
Pena de Multa ou Restritiva de Direitos
Até 1 ano
*Prestação de Serviços à Comunidade,
(art.44, § 2º do CP)
vedada para pena inferior a 6 meses.
Superior a 1 ano mas inferior a 4 Pena de Multa + Uma Pena Restritiva de
anos Direitos OU
(art. 44, § 2º do CP) DUAS Penas Restritivas de Direitos.
Ocorrer o descumprimento
Natureza Obrigatória 1
injustificado da restrição imposta.
1 Mais comum
2 Conforme a conveniência.
Natureza obrigatória
O juiz é obrigado a reconverter.
Incompatível
O 2º crime é em regime fechado.
O saldo do 1º prime é convertido em dias para
cumprir a pena privativa de liberdade. Aí soma os dois.
Lei 9.099/95.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do
Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável
civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a
possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
Vantagens
Pena menor
Continua primário
Aula 7 29/03/2023
Progressão
Iniciado o cumprimento da pena no regime estabelecido na sentença,
possibilita-se ao sentenciado, de acordo com o sistema progressivo, a
transferência para regime menos rigoroso.
Começa em um regime e depois vai afrouxando o rigor.
2 Requisitos
Mérito do condenado
Cumprimento de um percentual da pena no regime anterior.
Inclui-se
Remição
Estudo
Trabalho
Leitura
Detração
Cumprimento de tempo em prisão provisória.
Regime Inicial
CP Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,
semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em
forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes
critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a
cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro)
anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime
semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4
(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Exemplo
Estélio foi condenado a 6 anos por extorsão (art.158 caput), e por ser
reincidente começou a cumprir a pena no regime fechado.
Precisaria cumprir 30% da pena, por ser reincidente em crime
cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
Porém, após 12 meses de cumprimento da pena, Estélio cometeu falta
grave. Sendo assim, reiniciará do zero o período de tempo para obter a
progressão.
O prazo se reinicia a partir do cometimento da infração
disciplinar.
Logo, para que Estélio obtenha o direito à progressão, precisará
cumprir 30% do restante da pena período contado a partir da
data do cometimento da falta (30% de 5 anos).
Regime Aberto
LEP Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo
imediatamente;
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a
que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina
e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Critério subjetivo.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas
referidas no artigo 117 desta Lei.
Prisão Albergue Domiciliar.
Regressão
Por outro lado, instituiu-se também a regressão, ou seja, a transferência de
um regime para outro mais rigoroso.
Detração
Com a rubrica de “detração”, determina o art. 42 do CP: “Computam-
se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de
prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de
internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.”
Aula 8 05/04/2023
Livramento Condicional
O livramento condicional é a concessão, pelo poder
jurisdicional, da liberdade antecipada ao condenado, mediante a
inexistência de pressupostos, e condicionada a determinadas
exigências durante o restante da pena que deveria cumprir preso.
Poder jurisdicional juiz da execução penal.
Tempo na condicional às vezes conta como cadeia paga, às vezes
não.
Benefício ao condenado após ter cumprido parte da pena.
Requerimento do réu.
MP tem que ser ouvido.
Há outros requisitos.
Há condições para ficar na condicional.
Natureza Jurídica
Incidente da execução penal
Processo incidental criminal.
Fica atrelado ao processo de execução principal.
Direito subjetivo do condenado
Se cumpridos os requisitos, TEM que conceder.
Benefício legal
Pressupostos Objetivos
Natureza e quantidade de pena imposta.
Pena igual ou superior a 2 anos.
Ter o sentenciado cumprido mais de UM TERÇO da pena, se não
for reincidente em crime doloso, e mais da METADE se o for reincidente
em crime doloso.
Não vale para todo tipo de crime.
Quem cumpre pena menor que 2 anos, não tem direito.
Primariedade também influencia.
CP Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos,
desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em
crime doloso;
Crimes Hediondos e equiparados
Mais de DOIS TERÇOS da pena
Não seja reincidente específico em crimes dessa natureza.
Reincidente específico comete o mesmo crime.
Corrente ampliativa.
Não tenha havido morte (trazido pelo pacote anticrime).
Requisitos Objetivos
Exame Criminológico
Jurisprudência dos tribunais superiores
O juiz pode determinar a realização do exame, em
decisão fundamentada, sempre que entender que as
circunstâncias do caso concreto justificam a medida.
Procedimento
Requerimento
Próprio sentenciado
Seu cônjuge
Casado mesmo, mas há quem pense diferente.
Parente em linha reta
Diretor do estabelecimento
Conselho Penitenciário
MP
Defesa
Certidão carcerária
Para fazer o pedido, tem que pegar essa certidão.
É a ficha do detento.
Decisão
Concessões e Condições
A cumprir durante o livramento.
Obrigatórias
Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o
trabalho.
Trabalho imediato.
Juiz pode dar um prazo, se a circunstância requerer.
Não precisa de carteira assinada.
Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação;
Não mudar de território da Comarca do Juízo da execução, sem prévia
autorização deste.
Por causa do juízo da execução penal.
Facultativas
Depende do juiz aplicar ou não.
Não mudar de residência em comunicação ao juiz e à autoridade
incumbida de observação cautelar e de proteção;
Recolher-se à habitação em hora fixada;
Se houver necessidade de alteração desse horário, pode
requerer, e pode ser deferido.
Não frequentar determinados lugares.
Cerimônia de Concessão
LEP Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de
livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-
se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao
Conselho Penitenciário.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada
solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no
estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o
seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais
condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele
designado, ou, na falta, pelo Juiz;
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando
para as condições impostas na sentença de livramento;
III - o liberando declarará se aceita as condições.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por
quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não
souber ou não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á
entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma
caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre
que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-
conduto, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-
se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que
possam identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para
consignar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta
Lei.
Carta de livramento, com cópia integral da sentença em duas vias.
Cerimônia de concessão.
Data designada pelo Presidente do Conselho Penitenciário.
Leitura da sentença concessiva ao liberando, na presença dos
demais condenados.
Advertência acerca do cumprimento das condições.
Fiscalizadas, depois, por órgão da execução penal.
Questionamento sobre o aceite das condições.
Não aceita juiz torna sem efeito o benefício.
Aceita Colocado em liberdade, tendo início o período de
prova, que durará até o término da pena, salvo se houver revogação.
Aula 10 – 19/04/2023
Revogação
Juiz das execuções
É sempre medida judicial
De ofício
Requerimento do MP
Mais comum
MP tem que ser ouvido, caso não seja ele que peça.
Representação do Conselho Penitenciário
Oitiva do condenado
LEP Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do
Ministério Público, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de
ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
Revogação Obrigatória
É causa de revogação obrigatória do livramento condicional a
condenação à pena privativa de liberdade em sentença irrecorrível.
Por crime cometido durante a vigência do benefício.
Por crime anterior, observado o disposto no artigo 84.
Crime anterior ao livramento.
CP Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas
devem somar-se para efeito do livramento.
Extinção da Pena
Aplicação da Pena
Sistema Trifásico
Primeira Fase
Análise das circunstâncias judiciais
Circunstâncias constantes do art. 59 do CP.
Ao final da primeira fase é fixada a pena-base.
Parte do mínimo.
Nessa fase, há certa discricionariedade.
A lei não fala o quanto.
Jurisprudência 1/6, para mais ou menos.
Pena base não pode ser maior que o máximo ou menor que o
mínimo tipificado.
Agravantes
CP Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando
não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro
recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a
mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade
dos demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua
autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,
depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o
tenha condenado por crime anterior.
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido
período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da
suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
Atenuantes
Primeira Fase
Circunstâncias judiciais
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social,
à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra
espécie de pena, se cabível.
Situações possíveis
Circunstâncias judiciais são todas favoráveis ao agente, deve
fixar a pena-base no mínimo legal.
Circunstância judicial valorada desfavoravelmente ao
condenado.
Acréscimo de um quantum ao mínimo cominado no tipo
penal, sem extrapolar, jamais, a pena máxima in abstrato
Não podem ser valorados negativamente quando
integrar:
Definição típica
Quando caracterizar circunstância agravante
Causa especial de aumento de pena.
Culpabilidade
Antecedentes
Conduta social Só usa para aumentar
Personalidade
Motivos/circunstâncias/consequências
Comportamento da vítima Pode usar para diminuir
Aula 11 – 31/05/2023
Culpabilidade
Reprovabilidade do crime.
Dimensionar a culpabilidade pelo grau de intensidade da
reprovação penal.
Subjetividade
Particularidade das condições pessoais do réu.
Elementos da Culpabilidade
Potencial conhecimento da ilicitude.
Exigibilidade de conduta diversa.
Outros
Livramento condicional
Premeditação
Súmula 241 do STJ: A reincidência penal NÃO PODE ser considerada como
circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
Vedação ao bis in idem.
Ou usa como circunstância judicial ou usa para agravar.
Conduta social
Analisa a conduta do réu perante
Família
Trabalho
Comunidade
Personalidade
Motivos
Particularidade ou intensidade de fatores que direcionam a conduta.
Constituem a fonte propulsora da vontade criminosa.
Não se trata, portanto, de analisar a intensidade de dolo ou
culpa.
Ex Médico que facilita a morte do paciente, diante de seu desmedido e
incombatível sofrimento, possui motivo menos reprovável.
Ex Agente que mata o irmão, para que seja o único sucessor do patrimônio
do ascendente, motivo mais reprovável.
Ex Furto praticado pelo desejo de obtenção de lucro fácil, o Juiz deve
entender pelo não recrudescimento da pena em razão desta circunstância
judicial pois, frequentemente, este é o motivo dos crimes de furto.
Circunstâncias
Elementos do fato delitivo, acessórios ou acidentais, não definidos na
lei penal.
Franco o lugar do crime, o tempo de sua duração, o relacionamento
existente entre autor e vítima, a atitude assumida pelo delinquente no
decorrer da realização do fato criminoso.
Exemplos
Local Pessoa que entra na casa da vítima para matar.
Atitude Pessoa sai após o crime para beber e comemorar.
É mais censurável a conduta do agente que matou alguém na igreja ou
na casa da vítima do que aquele que a matou em sua própria casa.
É menos censurável o agente que se demonstrou sinceramente
arrependido da prática delitiva do que aquele que comemorou o evento
embriagando-se (desde que não configure arrependimento eficaz).
REVISÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE DROGAS. […] CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME.
PLEITO DE AFASTAMENTO DO INCREMENTO REALIZADO COM BASE NO ART.
42 DA LEI N. 11.343/06. TESE RECHAÇADA. NATUREZA E QUANTIDADE DA
DROGA APREENDIDA (905,87 GRAMAS DE CRACK) QUE JUSTIFICAM O
AUMENTO DA REPRIMENDA. REVISÃO CRIMINAL CONHECIDA E INDEFERIDA.
(TJSC, Revisão Criminal (Grupo Criminal) n. 5002491-80.2022.8.24.0000, do
Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. José Everaldo Silva, Primeiro Grupo
de Direito Criminal, j. 27-04-2022).
REVISÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE DROGAS PRIVILEGIADO, MAJORADO PELA
INTERESTADUALIDADE (ART. 33, CAPUT E § 4o, C/C O ART. 40, V, AMBOS DA
LEI N. 11.343/06). [...] CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. NATUREZA
ESPECIALMENTE DELETÉRIA DE PARTE DOS ENTORPECENTES (COCAÍNA E
ECSTASY) QUE PERMITE O RECRUDESCIMENTO DA PENA BASILAR. EXEGESE DO
ART. 42 DA LEI N. 11.343/06. ACONDICIONAMENTO DO MATERIAL ILÍCITO EM
FORRAÇÃO DE PORTA VEICULAR QUE REFORÇA A DESVALORAÇÃO DO
VETOR.[...] 3 "A forma utilizada para esconder a droga em compartimentos
ocultos de veículo autoriza a valoração negativa das circunstâncias do crime
de tráfico de entorpecentes" (STJ, AgRg no HC 637.676/MS, rel. Min. João
Otávio de Noronha, Quinta Turma, j. em 21/9/2021, DJe 24/9/2021).
REVISIONAL CONHECIDA EM PARTE E, NA EXTENSÃO, PARCIALMENTE
DEFERIDA. (TJSC, Revisão Criminal (Grupo Criminal) n. 5058845-
62.2021.8.24.0000, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Sidney Eloy
Dalabrida, Segundo Grupo de Direito Criminal, j. 27-04-2022).
A forma fundo falso no veículo.
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE ESTELIONATO CONTRA IDOSO (CP, ART. 171, §
4o). SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. RECURSO DO RÉU. […] DOSIMETRIA. 1.
PLEITO GENÉRICO DE FIXAÇÃO DA PENA NO MÍNIMO LEGAL. 1.1. PRIMEIRA
FASE. 1.1.1. CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. VETOR NEGATIVADO EM RAZÃO DO
CONCURSO DE PESSOAS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. AFASTAMENTO
INCABÍVEL. [...] (TJSC, Apelação Criminal n. 5002623-39.2020.8.24.0023, do
Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Antônio Zoldan da Veiga, Quinta
Câmara Criminal, j. 07-04-2022).
APELAÇÃO CRIMINAL. DELITO DE TRÁFICO DE DROGAS [...] CIRCUNSTÂNCIAS
DO CRIME. IMPOSSIBILIDADE. VETOR NEGATIVADO EM RAZÃO DA
QUANTIDADE DE DROGA APREENDIDA. ELEMENTO APTO A ELEVAR A PENA-
BASE. [...] (TJSC, Apelação Criminal n. 5038070-09.2021.8.24.0038, do Tribunal
de Justiça de Santa Catarina, rel. Antônio Zoldan da Veiga, Quinta Câmara
Criminal, j. 07-04-2022).
Do voto se extrai:
“No tocante as circunstâncias do crime, deve ser observado o modo de
execução do crime, os instrumentos empregados em sua prática, as condições
de tempo e local em que ocorreu o ilícito penal etc.
No caso, as circunstâncias merecem relevo, conquanto restou confirmado no
decorrer da instrução que Francisco provocou lesão grave na vítima com o
emprego de arma branca, instrumento apto a produzir ferimentos cortantes
ou perfurantes no combate a curta distância, bem como resulta em maior
sofrimento e dor à vítima, como ocorreu no caso. Dessa forma, não há dúvidas
de que a utilização deste instrumento excede à normalidade do tipo e,
portanto, é elemento hábil a exasperar a pena-base.”
Arma branca lâmina.
Consequências
Avaliação, do grau de intensidade da lesão jurídica causada à vítima ou
a seus familiares.
A maioria dos crimes gera uma vítima e, via de regra, ela sofre
consequências. Quando a consequência é mais grave que o “normal” para o
tipo do crime é que usa para valorar.
Muito embora o crime não possa de modo algum ser justificado, não
há dúvida de que em alguns casos a vítima, com o seu agir, contribui ou
facilita o agir criminoso.
Essa circunstância reflete favoravelmente ao agente. na dosimetria
da pena.
Prevalece o entendimento de que é uma circunstância neutra, que só
pode beneficiar o réu.
Algumas condutas da vítima
Vítima instiga, provoca, desafia ou facilita a conduta delitiva do agente.
Vítima provoca o réu, de alguma forma.
Segunda Fase
Circunstâncias Legais
Agravantes Aumentam 1/6
Atenuantes Diminui 1/6
Agravantes
Somente aquelas previstas nos arts. 61 e 62 do CP.
Segundo Guilherme de Souza Nucci:
O ideal é acrescentar ou diminuir 1/6 para cada circunstância
identificada. (STJ).
É cabível a compensação entre agravantes e atenuantes.
Não majora a pena acima do máximo legal.
Agravantes Nominadas
Reincidência
Aula 12 - 10/05/2023
+
Não reincidente e com bons
antecedentes.
Essa sentença só gera reincidência.
Se houvesse um 3º crime após o T
em J, aí seria reincidente, com bons
antecedentes.
Efeitos da Reincidência
1 Agrava a pena privativa de liberdade;
2 Impede a substituição da privativa por restritiva de direitos se reincidente
em crime doloso;
3 Impede a substituição da privativa por pena de multa;
4 Impede a concessão de sursis, quando por crime doloso;
5 Aumenta o prazo para obter o livramento condicional;
6 Impede o livramento condicional quando reincidência específica nos
hediondos;
7 Interrompe a prescrição da pretensão executória;
8 Aumenta o prazo da prescrição da pretensão executória;
9 Revogação obrigatória do sursis, se condenado por crime doloso;
10 Revoga o livramento em caso de condenação a pena privativa;
11 Revoga a reabilitação quando o agente é condenado a pena diversa de
multa;
12 Impede o privilégio no furto e estelionato;
13 Obriga o agente a iniciar no regime fechado (reclusão) e semiaberto
(detenção).
Reincidência Específica
1 Na Lei dos Crimes Hediondos ou equiparado.
Tem que ter praticado dois crimes hediondos (qualquer um deles).
2. No Código de Trânsito
Tem que ter praticado dois crimes do CTB (qualquer um deles).
3. No 44 do CP
Tem que ter praticado dois crimes idênticos.
Art. 44 § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude
da prática do mesmo crime.
4. Na Lei de Drogas
Tem que ter praticado dois crimes de tráfico.
Lei 11.343/2006
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar,
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer
drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto
químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que
outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de
drogas.
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto
químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo
com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender,
distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que
gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou
associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Exemplos
Preconceito.
Canibalismo.
Rituais macabros.
Motivação econômica.
Intenção de ocupar o cargo da vítima.
Matar por prazer.
Matar a esposa porque não quis manter relação sexual.
Morte de policiais por integrantes de facção criminosa.
Preso que mata outro porque integra facção criminosa adversária.
Cuidado
No crime de homicídio, por exemplo, o Art. 121 já traz a torpeza e a
futilidade já estão incluídas como qualificadoras.
Se o tipo já trouxer algum tipo de agravante como qualificadora, só
pode usar para qualificar. Não pode usar de novo para agravar.
Nesse caso pode usar a torpeza como qualificadora e a futilidade como
agravante.
Exemplos
Pai matou o filho porque este chorava.
Marido matou a esposa em razão de ter feito um almoço muito
simples em dia que iria receber amigos em casa.
Motorista matou o fiscal de trânsito em razão da multa aplicada.
Patrão matou o empregado por erro na prestação do serviço.
Homicídio contra dono de bar que se recusou a servir mais uma
dose de bebida, ou porque ouviu comentário jocoso em relação ao seu time
de futebol etc.
É um motivo “pequeno”.
Ex Ciúme, por exemplo, não é fútil, mas sim torpe.
Dificuldade ou
Quebra da Confiança Traição
Impossibilidade de defesa
Cuidado
Também qualifica o crime de furto.
Emboscada
Ato de preparar uma armadilha, uma cilada para alguém, esperar a
pessoa passar para atacá-la com a surpresa dificulta sua defesa.
“A emboscada ou tocaia requer que o agente, escondendo-se da
vítima, aguarde sua passagem por um determinado local para atingi-la de
surpresa. E inerente a esse recurso a premeditação.” (Colnago, Rodrigo).
Dissimulação
Quando o agente finge ser uma pessoa que realmente não é, apenas
para ganhar a confiança da vítima, engana a vítima, despistando sua vontade
hostil.
“Dissimular é ocultar a verdadeira intenção, agindo com hipocrisia.
Nesse caso, o agressor, fingindo amizade ou carinho, aproxima-se da vítima
com a meta de matá-la.” (NUCCI, Guilherme de Souza).
Insidioso
Os meios insidiosos são aqueles camuflados, que nem a vítima percebe
que está sendo atacada, quando se dá conta, já aconteceu. Dificulta a defesa
da vítima, deve ser analisado casuisticamente.
É um meio velado, uma armadilha, um meio fraudulento para atingir a
vítima sem que se perceba que está havendo um crime.
Normalmente é uma sabotagem ou fraude.
Exemplos
Sabotagens em geral (no freio de um veículo, no motor de um avião, na
mochila que leva o paraquedas da vítima etc.).
Trocar o medicamento necessário para manter alguém vivo por
comprimidos de farinha.
Cruéis
Os cruéis são aqueles que causam a vítima um sofrimento maior do
que o necessário, prolongam o tempo de sua agonia, etc.
São aqueles em que o ato executório é breve, embora provoquem
forte sofrimento físico na vítima.
Exemplos
Espancamento mediante socos e pontapés ou o pisoteamento;
Golpes no corpo da vítima com martelo, barra de ferro, pedaço de pau;
Apedrejamento;
Atropelamento intencional;
Jogar a vítima do alto de um prédio ou precipício;
Despejar grande quantidade de ácido sobre o corpo da vítima;
Choque elétrico de alta voltagem;
Arrastar a vítima em um carro ou cavalo em movimento;
Obrigar a vítima a ingerir rapidamente grande quantidade de bebida
alcoólica;
Colocar a vítima em uma jaula com feras.
Tortura não conta, pois o crime de tortura é cometido para conseguir
algo em troca ou por castigo. Já o meio cruel é desnecessário para atingir seu
objetivo.
Crueldade psicológica também conta.
Perigo Comum
Já o perigo comum, é quando aquela conduta além de causar dano a
vítima, poderia ter causado danos a terceiros, coloca em perigo várias
pessoas.
Nesses casos, além de causar a morte de quem pretendia, o meio
escolhido pelo agente tem o potencial de causar situação de risco à vida ou
integridade corporal de número elevado e indeterminado de pessoas.
Colocam a coletividade em risco.
A qualificadora se aperfeiçoa com a mera possibilidade de
o meio empregado causar risco a outras pessoas.
Não precisa que outras pessoas sejam atingidas, basta colocar
em perigo.
Exemplos
Provocação de um desabamento, incêndio, explosão.
Execução da vítima com disparos de arma de fogo em meio a uma
multidão (show, baile, festa de peão etc.).
Pessoa velha idoso ou pessoa idosa, de acordo com o Estatuto do Idoso, Lei
10.714/2003.
60 anos.
Algumas doutrinas consideram pessoa idosa aquela que está
debilitada, biologicamente falando, porém existem outras correntes que
consideram a idade cronológica, essa é a corrente mais utilizada nos dias de
hoje.
Essa agravante é nos casos que a situação não foi causada pelo agente,
porém, se aproveita da situação para cometer o delito, demonstrando total
desprezo com a sociedade e plena falta de solidariedade.
Outras Agravantes
Outra classe de agravantes, diferente das nominadas.
Além dessas agravantes do art. 61, existem ainda as agravantes
especificadas no caso de concurso de pessoas, as quais estão previstas no art.
62.
Só se aplicam no caso de concurso de pessoas, porém deve-se lembrar
que aplica-se também nos casos de autoria mediata, que não é um concurso
de pessoas propriamente dito e sim o intercurso de mais de uma pessoa.
Segunda Fase
Atenuantes
São aquelas previstas no art. 65 do CP, havendo ainda no art. 66 do CP
a previsão de uma atenuante genérica.
Não reduz a pena abaixo do mínimo legal
Valor quântico para cada circunstância:
Não há disposição legal
Jurisprudência
1/6 da pena mínima in abstrato
Circunstâncias Nominadas
Idade do Agente
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de
70 (setenta) anos, na data da sentença;
Maior de 18, mas menor de 21.
Personalidade ainda não 100% formada.
No momento da consumação do crime.
Maior de 70 anos Senilidade
No momento da prolação da sentença.
Pessoa já não possui a mesma lucidez
Aplica-se também na data do reexame feito pelo tribunal.
Reduz a prescrição pela metade.
Desconhecimento da Lei
Arrependimento.
Tentar minorar os efeitos.
Coação
Coação resistível.
Física ou moral.
Poderia não ter aceitado fazer, mas não conseguiu negar.
Se a coação fosse irresistível, seria uma exclusão de culpabilidade.
Cumprimento de ordem superior
Aplica-se essa atenuante porque sabe-se o quanto é difícil o
subordinado evitar o cumprimento de uma ordem superior, mesmo que ilícita.
Atenua e não isenta, pois se pediu para cometer um crime, não
poderia ter cumprido a ordem.
Violenta emoção
Violenta Emoção: A aplicação dessa atenuante não requer que seja logo após
a provocação e basta ser a influência dessa violenta emoção.
“Emoção violenta: refere-se à intensidade da emoção. É aquela que se
apresenta forte, provocando um verdadeiro choque emocional. Somente se
violenta autoriza o privilégio, de forma que, se o agente, diante de uma injusta
provocação, reage "a sangue frio", não terá direito à minorante; [...] (CAPEZ,
Fernando. Curso de Direito Penal, parte especial. 8. ed. 2 v., São Paulo: Saraiva,
2008. p. 37).
Arrependimento Espontâneo
Confissão Espontânea
Admitir contra si, voluntária e espontaneamente, diante de uma
autoridade competente a prática de algum ato delituoso.
Para delegado ou juiz.
Normalmente acontece no interrogatório, durante a audiência,
que é o último ato instrutório.
Muito comum.
Outras Observações
Terceira Fase
Causas de aumento ou diminuição da pena.
Código Penal ou na parte geral ou no tipo.
Em cima da pena intermediária, após a segunda fase.
Parte geral
Ex tentativa, concurso formal, crime continuado
Parte especial
Ex Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente
conhece tal circunstância.
[…]
São facilmente identificáveis
Sempre expressas por uma fração (aumenta-se da metade, diminui-se
de um a dois terços, etc).
Ordem de aplicação:
1 causas de aumento de pena.
2 causas de diminuição de pena.
A causa de diminuição de pena em razão da tentativa será sempre a
última a ser aplicada.
Art. 14 - Diz-se o crime:
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
terços.
Semi-imputabilidade
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o
agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Semi-imputável
Sem entendimento completo das suas ações, mas tem algum
discernimento.
Participação
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um sexto a um terço.
Aumento
Ex Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente,
se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.
Substituição da Pena
Exemplos
Agravante Atenuante
Reincidência Desconhecimento da lei
É preponderante não é preponderante
Agravante Atenuante
Reincidência Menoridade Relativa (< 21 anos)
É preponderante É MEGA preponderante
Prevalecerão
Personalidade do agente.
Motivos do crime.
Antecedentes.
Finalmente
Consequências do crime.
Comportamento da vítima.
Conflito entre Circunstâncias Judiciais e Legais
1ª e 2ª Fases
Não existe conflito, uma vez que as circunstâncias judiciais se
encontram na 1a fase e as agravantes e atenuantes na 2ª; logo, jamais haverá
conflito.
Sem conflito, pois fases diferentes.
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante
o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Só pode ser cometido pela mãe, por isso não incide a agravante
do Art. 61.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor
de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida.
Resumo
Verificar se o crime é simples ou qualificado;
iniciar a operação de dosagem, partindo sempre do limite mínimo;
Justificar a cada operação as circunstâncias que entendeu relevantes
na dosimetria da pena.
Aplicar, na 1ª fase, as circunstâncias judiciais, de acordo com os
critérios fixados no art. 59 do CP.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
Nesta fase, não será possível fixar a pena abaixo do mínimo,
ainda que todas as circunstâncias sejam favoráveis ao agente, nem
acima do máximo.
Na 2ª fase, aplicar as atenuantes e agravantes incidentes à espécie,
estabelecendo a quantidade de cada aumento ou redução, com a observância
de que, nesta fase, a pena também não pode sair dos limites legais, nem
aquém, nem além.
Na 3ª fase, proceder aos aumentos e diminuições previstos nas partes
geral e especial, podendo a pena ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo.
Concurso de agentes.
Vítima < de 14 anos.
Triplamente qualificado pelo:
Meio cruel
Utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima
Para garantir a ocultação de delito anterior…
Exemplo
1/4 e 1/6 são critérios discricionários do juiz.
3ª Fase
Terá como pena 20 anos para madrasta e 23 anos e 4 meses para o pai.
Exemplo
Está preestabelecido em lei – art. 121 CP.
Pena regime FECHADO
Praticaram o crime antes da Lei 13.964/2019 (pacote anticrime)
Progressão de regime:
Tiveram que cumprir 2/5 da pena para progredir para o regime
semiaberto porquê praticaram crime hediondo e não eram
reincidentes.
1ª Fase
Circunstâncias judiciais.
Pena base.
2ª Fase
Circunstâncias legais.
Pena Intermediária
Agravantes Arts. 61 e 62 do Código Penal.
Atenuantes Arts. 65 e 66 do Código Penal.
3ª Fase
Aumento e diminuição.
Pena definitiva.
No tipo ou na parte geral.
Concurso de Crimes
Espécies
Concurso material
1 ou + atos + de 1 crime.
Concurso formal
Apenas 1 ação + de 1 crime
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente,
se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código.
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o
triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste
Código.
Sistemas
No Brasil, só não se aplica o tipo C.
b Sistema da Absorção
A pena mais grave absorve a menos grave.
Princípio da Consunção
Quando um crime é essencial para a prática de outro. O crime
meio é absorvido pelo outro.
Prevalece o crime fim.
Concurso Material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as
penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada
pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais
será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código.
Revogado pelo §5º do Art. 44.
§2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o
condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e
sucessivamente as demais.
1 ou + atos + de 1 crime.
Somam-se as penas.
Se 1 crime for reclusão e o outro detenção, cumpre primeiro a
reclusão.
Em regra, não pode substituir a pena se o primeiro crime for pena
privativa de liberdade e o outro uma restritiva de direitos.
Caso seja possível cumprir as duas juntas, então pode.
Ex regime aberto + serviço comunitário.
Heterogêneo
Crimes diferentes.
Ex furto e estupro.
Consequência
As penas privativas de liberdade devem ser somadas, mas o
cumprimento da pena não pode ultrapassar 40 anos.
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de
liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos.
A pena pode ser maior que 40 anos, o cumprimento que não
pode.
Concurso Formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente,
se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste Código.
Conceito
O agente, mediante uma única ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes, idênticos (concurso formal homogêneo) ou não (concurso formal
heterogêneo).
Ex Um indivíduo que dirigindo seu veículo de forma imprudente, sobe
a calçada e atropela e fere várias pessoas.
“O fato da ação ser única não impede que haja uma pluralidade de
atos, que são os segmentos em que se divide a conduta. O que caracteriza o
crime formal e justifica o tratamento penal mais brando (cúmulo jurídico) não
é a unidade de conduta, mas a unidade do elemento subjetivo que impulsiona
a ação.”" (Paulo José da Costa Jr.).
Para a pena não ficar alta demais.
Dificultaria a questão da reabilitação.
Exemplos
O ladrão que no interior de um ônibus subtrai as carteiras dos
passageiros.
Uma pessoa que no interior de estádio de futebol xinga vários
torcedores.
O vizinho que subtrai a energia elétrica de seus confinantes.
Um indivíduo que dirigindo seu veículo de forma imprudente, sobe a
calçada e atropela e fere várias pessoas.
Heterogêneo
Delitos diversos.
O juiz aplica a pena do crime mais grave, aumentada de 1/6 até
1/2.
Ex Tício queria matar o pai, então ele oferece o chá envenenado ao pai que
toma e morre. Porém, a mãe de Tício, acidentalmente, toma o chá
envenenado e também morre.
Apenas um desígnio.
Concurso Formal Imperfeito / Impróprio
O agente atua com dolo direto em relação à todos os resultados, as
penas são somadas, como no concurso material.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente,
se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de
desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Ex Mévio quer matar os pais para ficar com a herança da família. Ele coloca
veneno no chá e oferece aos pais, que tomam e morrem por envenenamento.
Neste exemplo, Mévio queria matar a mãe e o pai para ficar com a
herança – desígnios autônomos –, portanto, aplica-se a soma das penas.
Crime Continuado
Crime continuado simples
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.
Conceito
O agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro.
+ de 1 ação + de 1 crime.
Crimes de mesma espécie.
Tempo
Lugar
Maneira de execução
Outras semelhantes
Trata-se de ficção jurídica em que o legislador, para beneficiar o réu,
presume a existência de um só crime.
Agente tem desígnio autônomo para ambos os crimes.
Requisitos Cumulativos
Mais de uma ação (ou omissão) pluralidade de desígnios.
Praticar dois ou mais crimes.
Mesma espécie: previsto no mesmo tipo penal.
Abrange as formas simples, privilegiadas e qualificadas,
tentadas ou consumadas
Semelhantes condições.
Tempo, Lugar, Maneira de Execução e Outras Semelhantes.
Jurisprudência
Limite temporal de 30 dias.
Cidades próximas.
Condição de tempo
Deve haver um aspecto cronológico, ou seja, uma conexão
temporal entre as condutas praticadas (30 dias).
Condição de lugar
Não é necessário que seja sempre no mesmo lugar, mas a
diversidade de lugares pode ser tal que se torne incompatível com a
ideia de uma série continuada de ações para realizar um só crime.
Maneira de execução
A lei exige semelhança e não identidade.
Ex Escaladas, Fraude, Noite
Ex Empregada que furta toda semana da carteira da patroa R$
100,00.
Consequência
Aplica a pena mais grave, aumentada de 1/6 a 2/3.
Espécies
Homogêneo
Dois ou mais crimes idênticos.
Aplica-se a uma só pena, aumentada de 1/6 a 2/3.
Heterogêneo
Dois ou mais crimes diversos, mas objetividade jurídica
idêntica.
Aplica-se a pena mais grave, aumentada de 1/6 a 2/3.
Concurso de Infrações
Crime x Contravenção.
Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena
mais grave.
Esse dispositivo se refere ao concurso entre crime e contravenção
penal em que as penas de reclusão ou detenção devem ser executadas antes
da pena de prisão simples referente à contravenção.
Resumo
O agente ou grupo de agentes cometeu dois ou mais crimes, mediante
a prática de uma ou mais ações.
Dentro da mesma dinâmica há prática de vários crimes
Efeitos da Condenação
Condenação é o ato do juiz através do qual impõe uma sanção penal
ao sujeito ativo de uma infração.
Produz ela, como efeito principal, a imposição de penas para os
imputáveis, ou, eventualmente, medida de segurança para os semi-imputáveis
e, como efeitos secundários, consequências de natureza penal ou extrapenal.
Entre estas há efeitos civis, administrativos, políticos e trabalhistas.
Pressuposto
Trânsito em Julgado da Sentença.
Não atinge os presos provisórios.
Conceitos
Efeitos que, direita ou indiretamente, atingem a vida do condenado
por sentença penal irrecorrível.
Não se cingem à esfera penal, incidindo, conforme o caso, no âmbito
extrapenal (cível, administrativo, político, trabalhista).
A condenação IRRECORRÍVEL produz efeitos
Principais
Imposição da pena privativa de liberdade, restritiva de direitos,
de multa ou de medida de segurança.
Cumprimento da pena.
Secundários
Possuem natureza penal e extrapenal.
Resuminho
Efeitos
Principal
Secundário
Natureza Penal
Natureza Extrapenal
Genéricos
Específicos
Fora do Código Penal
Efeitos Principais
São a imposição das penas:
Privativas de liberdade,
Restritivas de direitos,
Pecuniárias,
Medidas de segurança.
Efeitos Secundários
Penais
Caracterização da reincidência, se posteriormente for praticado
novo crime.
CP Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo
crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido
período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da
suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
Revogação Obrigatória
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a
pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
Revogação Facultativa
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado
deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for
irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade.
Extrapenais Genéricos
Certeza da obrigação de indenizar
Súmula 18 (STJ)
Sentença que concede perdão judicial não é
condenatória.
“A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória
da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito
condenatório.”
Extrapenais Específicos
Perda de cargo, função ou mandato
Art. 92 - São também efeitos da condenação:
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou
superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de
dever para com a Administração Pública;
Usa cargo para o crime.
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior
a 4 (quatro) anos nos demais casos.
Crime não relacionado ao cargo.
Lei de Licitações
Art. 83 da Lei 8.666/93
Art. 83.Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente
tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das
sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Crimes referentes a licitações e contratos da Administração Pública.
Sujeitam seus autores, quando servidores públicos, à perda do cargo,
emprego, função ou mandato eletivo.
Depende de fundamentação expressa na sentença
condenatória.
Se autor for particular, este fica vedado de licitar.
Em caso de condenação
Perda do cargo ou função pública.
Se servidor público
Perda do cargo ou função pública.
Se cometido em estabelecimento comercial
Suspensão do funcionamento do estabelecimento particular
por prazo não superior a 3 meses.
Raro ser aplicado.
Efeitos não são automáticos
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não
são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores Lei 9.613/98
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores
relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei,
inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do
lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer
natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de
gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9o, pelo dobro do tempo da
pena privativa de liberdade aplicada.
O efeito do inciso I é automático, e do inciso II é não automático.
Da Reabilitação
Após a condenação, vai para o rol de culpados.
Para tirar o nome do rol
Voltar a ser primário.
Concessão de reabilitação criminal.
Código Penal
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu
processo e condenação.
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da
condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na
situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.
Art. 94 – A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos
do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua
execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento
condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:
I – tenha tido domicílio no País no prazo acima referido
II – tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante
de bom comportamento público e privado;
III – tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a
absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento
que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a
qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos
comprobatórios dos requisitos necessários.
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do
Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por
decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
Observações
É proposta perante o juízo da condenação.
Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o
decurso de quatro ou oito anos, pelo menos, conforme se trate de condenado
ou reincidente, contados do dia em que houver terminado a execução da pena
principal ou da medida de segurança detentiva, devendo o requerente indicar
as comarcas em que haja residido durante aquele tempo.
A reincidência não é apagada pela reabilitação, pois só desaparece
após o decurso de mais de 5 anos entre a extinção da pena e a prática do
novo crime (prescrição da reincidência).
Negada a reabilitação, poderá ser requerida novamente a
qualquer tempo, desde que com novos elementos.
CP Art. 94 Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos
elementos comprobatórios dos requisitos necessários.
Efeitos
Não impede que o agente exerça nova função pública ou ocupe outro
cargo.
Também não impossibilita que o agente exerça o poder familiar em
relação a outros filhos, ou assuma a tutela e curatela de outras pessoas.
Critérios
Objetivos
T em J
Cumprimento total da pena.
Reparação dos danos.
Subjetivos
Viver no Brasil nos dois anos após fim da condenação.
Bom comportamento.
Pressupostos
Trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Requisitos Objetivos
Tempo de cumprimento da pena:
Transcorrido o período de 2 anos do dia em que tiver sido
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar a sua execução;
Computa-se o período de prova do sursis e do
livramento condicional, se não sobrevier revogação (termo inicial é
a audiência admonitória).
O prazo é o mesmo, seja o condenado primário ou reincidente.
Na pena de multa, o prazo se inicia com o pagamento.
Se o agente ostentar diversas condenações, o pedido de
reabilitação deve ser formulado no tocante a todas elas.
Reparação do dano
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos
do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua
execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento
condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a
absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento
que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.
Domicílio no país
No prazo de 2 anos após a extinção da pena.
Se for morar fora.
2 anos após retorno ao Brasil.
Pedido de Reabilitação
A legitimidade para formular o pedido é privativa do condenado.
Ato pessoal e intransferível personalíssimo.
Não há parte contrária Ação de jurisdição voluntária.
Inexiste reabilitação em prol da memória do falecido.
Pedido deve ser endereçado ao juízo de primeiro grau em que
tramitou a ação penal.
O Ministério Público deve ser ouvido.
Fiscaliza se preenche o Art. 93 a 95 do CP.
Da sentença que concede ou nega a reabilitação cabe apelação.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por
juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;
Revogação
Pode ser decretada de ofício ou a requerimento do MP.
Reabilitação não é para sempre.
Ocorre com a condenação do reabilitado, como reincidente, por
sentença transitada em julgado, a pena que não seja de multa.
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do
Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por
decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
Decorrido o prazo de cinco anos contados a partir do cumprimento ou
da extinção da pena do crime anterior:
A nova condenação, por não caracterizar a reincidência, não
acarreta a revogação.
Medidas de Segurança
Sanção
Pena imputável ou semi
Medida inimputável
Conceito
É uma sanção penal que tem finalidade exclusivamente preventiva e é
aplicada no intuito de submeter a tratamento o autor de um fato típico e
ilícito que demonstrou ser portador de periculosidade (Capez).
Internação
Medida de segurança detentiva
Art. 96. As medidas de segurança são:
I - Internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento
adequado;
Natureza Jurídica
É uma sanção penal (Damásio).
A medida de segurança não deixa de ser uma sanção penal, mantém
semelhança com a pena, pois diminui um bem jurídico.
Visa precipuamente à prevenção, no sentido de preservar a sociedade
da ação de delinquentes temíveis e de recuperá-los com tratamento curativo
(Mirabete).
Como o agente não sabe o que está fazendo, não tem como
ressocializar.
Não existe culpabilidade, mas sim periculosidade
Prazo indeterminado, mas vale a regra dos 40 anos.
Quanto ao fundamento
Pena culpabilidade.
Medida de segurança periculosidade.
Quanto ao limite
Pena Limitada pela gravidade do delito
Injusto e culpabilidade.
Medida de segurança Limitada pela intensidade da
periculosidade evidenciada e por sua persistência.
Condição nem sempre é permanente.
Quanto ao sujeito
Pena imputáveis e semi-imputáveis.
Medida de segurança inimputáveis e semi-imputáveis
Necessitados de especial tratamento curativo.
Quanto ao objetivo
Pena busca a reafirmação do ordenamento jurídico e o
atendimento de exigências de prevenção geral e especial.
Medida de segurança atende a fins preventivos especiais.
Periculosidade
Consiste na perturbação mental, compreendendo a doença mental, o
desenvolvimento mental incompleto e a dependência.
Enquanto for perigoso, permanece sob tutela estatal.
Pode ser:
a Presumida
Ocorre na hipótese do inimputável.
O inimputável que pratica infração penal é sempre considerado
perigoso e, por esse motivo, sempre receberá medida de segurança.
Essa presunção é absoluta (iuris et de iure).
b Real
Ocorre na hipótese do semi-imputável.
É aquela que precisa ser demonstrada e comprovada no caso
concreto.
Exames feitos por peritos.
Sistemas
a Dualista pena e medida de segurança sucessiva.
Depois de cumprir no presídio, é internado.
b Monista conjuga três tendências de unificação.
Absorção da pena pela medida de segurança.
Absorção da medida pela pena e 3ª via.
c Vicariante pena ou medida de segurança.
No Brasil é adotado o sistema vicariante ou unitário, em substituição
ao sistema duplo binário ou dualista ou de dupla via ou de dois trilhos
(aplicação da pena e da medida de segurança).
Princípios
Pressupostos
Prática de fato punível.
Periculosidade do agente;
Ausência de imputabilidade plena.
Espécies
Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico;
Sujeição a tratamento ambulatorial.
Não cessou?
Novo exame em 1 ano.
Semi-imputabilidade
Na hipótese do parágrafo único do artigo 26, e necessitando o
condenado de especial tratamento curativo, admite-se a substituição da pena
privativa de liberdade pela medida de segurança.
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e
necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa
de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento
ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do
artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
Art. 26 Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Resumo
Espécie
Detentiva
Internação dos envolvidos em crimes apenados
com reclusão em hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico ou, à falta deste, de outro
estabelecimento adequado.
Restritiva
Sujeição dos envolvidos em crimes apenados com
detenção a tratamento ambulatorial (cuidados
médicos sem internação)
Requisitos
Prática de fato definido como crime ou contravenção
Periculosidade do agente
Que não tenha ocorrido a extinção da punibilidade
Prazos
Mínimo
Entre 1 a 3 anos (realização do exame
de cessação de periculosidade)
Máximo
Indeterminado.
Sentença
Para Inimputáveis
Absolutória com Medida de Segurança.
Sentença Absolutória Imprópria.
Para Semi-imputáveis
Condenatória com pena reduzida ou substituição por Medida
de Segurança.
Extinção da Punibilidade
Conceito
São aquelas que extinguem o direito de punir do Estado.
“Originado o jus puniendi, concretizado com a prática do crime,
podem ocorrer causas que obstem a aplicação das sanções penais pela
renúncia do Estado em punir o autor do delito, falando-se, então, em causas
de extinção da punibilidade.”" (Mirabete).
Morte do Agente
Com a morte cessa toda a atividade destinada à punição do crime:
com o processo penal em curso encerra-se ou impede-se que ele seja
indiciado e a pena cominada ou execução deixa de existir.
Consequência do Princípio da Personalidade da pena.
CF Art. 5º XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Constituição Federal
Art. 21. Compete à União:
XVII - conceder anistia;
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da
República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52,
dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre:
VIII - concessão de anistia;
Formas de Anistia
Própria
Concedida antes da condenação, porque é constante com a sua
finalidade de esquecer o delito cometido.
Imprópria
Concedida depois da condenação, pois recai sobre a pena.
Geral ou Plena
Cita fatos e atinge todos os criminosos
Parcial ou Restrita
Cita fatos, exigindo uma condição pessoal
Incondicionada
A lei não determina qualquer requisito para a sua concessão
Condicionada
A lei exige qualquer requisito para a sua concessão.
Abolitio Criminis
Toda lei nova que descriminalizar o fato praticado pelo agente extingue
o próprio crime.
A conduta deixa de ser crime.
Se condenado o réu, rescinde a sentença, não subsistindo nenhum
efeito penal, nem mesmo a reincidência.
Prescrição
É a perda da pretensão punitiva pelo Estado em face de sua inércia em
satisfazê-la dentro dos prazos legais.
Natureza Jurídica
É um instituto do direito material. É uma causa de extinção da
punibilidade.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
A extinção do processo é mera consequência.
Decadência
É a perda do direito de ação privada ou do direito de representação,
em razão de não ter sido exercido dentro do prazo legalmente previsto.
Perda do direito por inércia da vítima.
Prazo
O ofendido, ou seu representante legal, decairá do direito de queixa ou
representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contando
do dia em que vier a saber quem é o autor do crime.
CPP Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu
representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não
o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber
quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o
prazo para o oferecimento da denúncia.
CP Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido
decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do
prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor
do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se
esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
Perempção
É uma sanção processual ao querelante desidioso, que deixa de dar
andamento normal à ação penal exclusivamente privada.
É uma pena ao ofendido pelo mau uso da faculdade, que o poder
público lhe outorgou, de agir preferentemente na punição de certos crimes.
Cabimento
Só é cabível na ação penal exclusivamente privada, sendo
inadmissível na ação penal privada subsidiária da pública, pois esta não perde
sua natureza de pública.
Extinção da Punibilidade Relacionada com Ação Penal
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
Decadência
Natureza
Causa extintiva da punibilidade.
Perda do direito de ação ou representação, por não ter sido exercido
no prazo legal.
Cabimento
Ação penal pública condicionada à representação do ofendido.
Ação penal exclusivamente privada.
Ação penal privada subsidiária.
Não acarreta extinção da punibilidade, mas só do direito de
ação que é retomada pelo MP.
CPP Art.38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu
representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não
o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber
quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o
prazo para o oferecimento da denúncia.
CPP Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública,
se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar
a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os
termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal.
Momento
Antes do exercício do direito de ação.
Prazo
6 meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime.
Perempção
Natureza
Causa extintiva da punibilidade.
Extinção do direito de ação pelo desinteresse ou negligência do
querelante em prosseguir na ação.
Cabimento e Hipóteses
Ação penal exclusivamente privada.
CPP Art. 60.Nos casos em que somente se procede mediante queixa,
considerar-se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o
andamento do processo durante 30 dias seguidos;
Ex Vítima deixa de informar endereço do agressor.
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade,
não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
Sucessão processual.
Art. 36.Se comparecer mais de uma pessoa com direito de
queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais
próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo,
entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante
desista da instância ou a abandone.
Art. 31 No caso de morte do ofendido ou quando declarado
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir
na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Hipóteses de perempção
Omissão em dar andamento ao processo por 30 dias
Ausência de substituição no polo ativo em 60 dias a contar da morte
do querelante
Ausência injustificada a ato a que deva estar presente
Ausência de pedido de condenação nas alegações finais
Extinção da pessoa jurídica sem deixar sucessor
Concurso
Em caso de concurso de pessoas, a renúncia em relação a um se
estenderá a todos, em decorrência do Princípio da Indivisibilidade que faz
com que a ação penal seja proposta contra todos os participantes da conduta
típica.
Renúncia irradia para os demais réus.
Cabimento
Só cabe na ação penal exclusivamente privada, sendo inaceitável na
ação privada subsidiária da pública, pois esta tem natureza de ação pública.
Formas
Expressa
Declaração escrita assinada pelo ofendido ou por seu
representante legal ou, ainda, por procurador com poderes especiais.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo
ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver
completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a
renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Tácita
Prática de ato incompatível com a vontade de dar inicio a ação
penal privada .
Ex Ofendido vai jantar na casa de seu ofensor, após a ofensa.
Vítima e agressor começam a namorar.
Perdão do Ofendido
É o ato pelo qual, iniciada a ação penal privada, o ofendido ou seu
representante legal desiste de seu prosseguimento.
Somente Ação Penal Privada.
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se
procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação.
Distinção
A renúncia é anterior e o perdão é posterior à propositura da ação
penal privada.
Cabimento
Só cabe na ação penal exclusivamente privada, sendo inadmissível na
ação penal privada subsidiária da pública, já que esta mantém sua natureza de
ação pública.
Oportunidade
Só é possível depois de iniciada a ação penal privada, com o
oferecimento da queixa e até o trânsito em julgado da sentença .
CP Art. 106 § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em
julgado a sentença condenatória.
Irradia para todos os réus.
Formas
Processual concedido nos autos da ação penal.
Sempre expresso.
Extraprocessual concedido fora dos autos da ação penal.
Pode ser expresso ou tácito.
Expresso
Declaração escrita, assinada pelo ofendido, seu representante
legal ou procurador com poderes especiais.
Tácito
Resulta da prática de ato incompatível com a vontade
de prosseguir na ação penal (sempre extraprocessual).
Retratação do Agente
Retratar-se é desdizer-se, retirar o que disse nos casos
em que a lei permite.
A retratação é admitida nos crimes contra a honra, mas apenas nos
casos de calúnia e difamação, sendo inadmissível na injúria.
CP Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Antes da sentença.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a
calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação
dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou
a ofensa.
O fato deixa de ser punível se o agente (testemunha, perito, tradutor
ou interprete) se retrata ou declara a verdade.
CP Art. 342 §2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Oportunidade
Até a sentença de primeira instância do processo em que ocorreu o
falso. Se o crime for da competência do júri, até a sentença condenatória e
não até a sentença de pronúncia.
A retratação de que trata o art. 143 é pessoal, não se comunicando aos
demais ofensores, já a do art. 342, §2° é comunicável, uma vez que a lei diz
que “o fato deixa de ser punível” (e não apenas o agente), ao contrário do art.
143, que diz ficar “o querelado isento de pena” (só o querelado fica isento de
pena).
Perdão Judicial
Causa extintiva da punibilidade consistente em uma faculdade do Juiz
de, nos casos previstos em lei, deixar de aplicar a pena, em face de
justificadas circunstâncias excepcionais.
Faculdade
É direito penal subjetivo público do acusado, logo presentes as
circunstâncias exigidas não pode o Juiz negar a aplicação do privilégio.
Extensão
A extinção da punibilidade não atinge apenas o crime no qual se
verificou a circunstância excepcional, mas todos os crimes praticados no
mesmo contexto.
Ex o agente provoca um acidente, no qual morrem sua esposa, seu
filho e um desconhecido.
Súmula 18 (STJ)
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória de extinção da
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
Perde o direito de retratação
Fim do prazo.
Oferecimento da denúncia.
Perdão Judicial
Causa extintiva da punibilidade consistente em uma faculdade do Juiz
de, nos casos previstos em lei, deixar de aplicar a pena, em face de
justificadas circunstâncias excepcionais.
Faculdade
É direito penal subjetivo público do acusado, logo presentes as
circunstâncias exigidas não pode o Juiz negar a aplicação do privilégio.
Extensão
A extinção da punibilidade não atinge apenas o crime no qual se
verificou a circunstância excepcional, mas todos os crimes praticados no
mesmo contexto.
Ex o agente provoca um acidente, no qual morrem sua esposa, seu
filho e um desconhecido.
Súmula 18 (STJ)
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória de extinção da
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
Aula 18 – 14/06/2023
Ação Penal
Pública
Incondicionada
Condicionada
À representação
À requisição do Ministro da Justiça
Privada
Exclusiva
Personalíssima
Subsidiária da Pública
APPr – Exclusiva
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a
ação privada.
APPr – Personalíssima
CP Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente,
ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
A ação pública rege-se por três princípios que lhe são específicos:
Obrigatoriedade
Promotor Se chega no MP prova e materialidade, ele tem a
obrigação de oferecer a denúncia.
Indisponibilidade
Não pode desistir no meio do caminho.
Oficialidade
Perpetrada por órgão oficial MP.
APPI – Incondicionada
Princípios da APPI
Principio da Oficialidade
A ação penal pública é promovida pelo MP, órgão oficial do Estado, daí
falar em Principio da Oficialidade, ou seja, a investigação preparatória da ação
penal, em regra é feita pela polícia judiciária, que é órgão do Estado. Polícia
Judiciária e MP são os órgãos do Estado.
Princípio da Indivisibilidade:
A ação penal deve ser promovida contra todos os autores do crime, a
acusação deve abranger todos aqueles que concorreram para a prática da
infração penal, ou seja, o MP deve oferecer a denúncia contra todos os
autores, coautores e eventuais partícipes do crime.
Ex Um deles pode fazer uma transação.
Princípio da Indisponibilidade:
Também denominada de Principio da Indesistibilidade, pelo qual, é
vedado ao MP desistir da ação penal.
O Princípio da Indisponibilidade alcança, inclusive, a fase recursal,
sendo assim o MP não pode desistir da ação penal, ou tampouco, de recurso
que haja interposto.
Tem que ir até o final.
Exceção pode pedir a absolvição do réu.
Direito do réu ter uma sentença.
Vale para recursos também.
Princípio da Intranscendência:
É comum a ambas as espécies de ação penal, sendo assim aplica-se a
ação penal pública e a ação penal privada, e constitui um consectário lógico e
inafastável do Princípio Constitucional da Intranscendência da Pena,
consagrado pelo art. 5º, XLV, ora se a pena não pode transcender a pessoa do
condenado, a ação penal condenatória, não pode ultrapassar a pessoa do
autor do crime.
CF 5º XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
APPC – Condicionada
Representação
Representação é um pedido autorizador feito pela vítima ou por seu
representante legal.
Vontade da vítima, externalizada em documento, para ver o
agressor processado.
Retratação
Enquanto não oferecida a denúncia, a vítima pode retratar-se da
representação, inibindo o início do processo.
Dentro dos 6 meses.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Características
Conceito
Manifestação de vontade solicitando a instauração da investigação e
autorizando o Ministério Público a propor a ação penal contra os autores da
infração.
Natureza jurídica
Condição de procedibilidade.
Prazo
6 meses a contar do descobrimento da autoria.
Consequência da não representação no prazo legal
Decadência do direito e extinção da punibilidade do infrator.
Destinatários
Autoridade policial, Ministério Público ou o Juiz.
Retratação
É possível até o oferecimento da denúncia. É também possível a
retratação da retratação dentro do prazo decadencial.
Aspectos formais
A representação não exige formalismo. Pode ser apresentada
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais.
Destinatário
Ministério Público
Procurador-Geral
Prazos para oferecimento
A qualquer tempo e enquanto a infração não estiver prescrita.
Sem decadência, apenas prescrição.
Ex Vítima é o presidente.
Ministro da Justiça tem que requisitar (e não representar).
Oferecimento da Denúncia
Seria a PI do MP.
Noções Gerais
Prevalência do interesse privado sobre o público.
Legitimidade do ofendido.
MP atua como custos legis.
Ex Calúnia, injúria e difamação.
Princípios
Oportunidade
Juízo de conveniência do ofendido que, mesmo se convencendo
da existência do crime e de indícios de autoria, poderá optar por não exercer o
direito de ação.
Decadência e renúncia.
Vítima processa se quiser.
Disponibilidade
Possibilidade de dispor da ação já exercida e, em consequência,
extinguir o direito de punir:
Perdão e Perempção.
Se já tiver processo, arquiva.
Indivisibilidade
Optando por exercer o direito de queixa, deverá fazê-lo contra
todos os autores ou partícipes do crime.
Não tem meio termo. Se fizer queixa contra 1 agressor, tem que
fazer contra todos. Se perdoa 1, tem que perdoar todos.
Pública
Obrigatoriedade
Indisponibilidade
Oficialidade
Privada
Oportunidade
Disponibilidade
A hora que quiser.
Indivisibilidade
Espécies
Exclusiva
Exercida por queixa, pelo ofendido ou seu representante legal, ou
sucessor.
Não é exclusiva, mas preferencial.
Em caso de morte ou declaração de ausência.
Poderá ser intentada, por seu cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
Tal qual APPC.
Personalíssima
Legitimidade exclusiva da vítima, não transferível sequer ao
representante legal.
Nesse caso não há intervenção de eventual representante legal, de
curador especial, nem tampouco haverá sucessão processual no caso de
morte ou ausência da vítima.
O direito de ação morre com a vítima.
CP Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro
contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e
não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por
motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Único crime de ação personalíssima, hoje, no Brasil.
Subsidiária da Pública
Exceção à APP.
É transmissível.
Vítima e MP podem protocolar.
Quem protocolar primeiro, será o titular da ação.
CF Art. 5º LIX será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
esta não for intentada no prazo legal.
Após 6 meses, decai, mas o MP continua com a legitimidade.
CP Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a
declara privativa do ofendido.
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação
pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-
la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal.
Forma de fiscalização do exercício da ação penal pública pelo MP.
O pressuposto para o exercício desse direito é a desídia do Ministério
Público, ou seja, a ausência de manifestação tempestiva.
A ação é regida pelos princípios da obrigatoriedade e da
indisponibilidade.
Vigora a discricionariedade do ofendido.
Está sujeita ao prazo decadencial de 6 meses, contados a partir do dia
em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Art. 38.Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu
representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se
não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a
saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se
esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
A decadência não produz a extinção da punibilidade.
Queixa
PI da vítima.
Queixa-crime.
Natureza
Ato por meio do qual há o exercício do direito de ação.
Forma
Em regra, escrita.
Só nos JECrim poderá ser oral.
Lei 9.099/95 Art. 77 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido
poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade
e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas
no parágrafo único do art. 66 desta Lei. Lei 9.099/95, art. 77, § 3).
Prazo
Decadencial de 6 meses.
Legitimado
Ofendido
Quando tiver capacidade de estar em juízo.
Representante legal
Pai, mãe, tutor e curador
Curador Especial
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente
enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem
os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido
por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério
Público, pelo juiz competente para o processo penal.
Renúncia e Perdão
Semelhanças
Diferenças
Renúncia Perdão
Antes da ação penal. Posterior ao oferecimento da queixa,
podendo ser concedido até antes do
trânsito em julgado da sentença
condenatória1.
Independe da aceitação Depende da aceitação do querelado
1 CP Art. 106 - §2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a
sentença condenatória.
Decadência
Natureza
Causa extintiva da punibilidade
Perda do direito de ação ou representação, por não ter sido exercido
no prazo legal.
Cabimento
Ação penal pública condicionada à representação do ofendido.
Ação penal exclusivamente privada.
Ação penal privada subsidiária
Não acarreta extinção da punibilidade, mas só do direito de
ação que é retomada pelo MP.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal,
decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de
seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso
do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-
la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal.
Momento
Antes do exercício do direito de ação.
Prazo
6 meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime.
Perempção
Vítima deixa de fazer um ato que era obrigatório.
Natureza
Causa extintiva da punibilidade
Extinção do direito de ação pelo desinteresse ou negligência do
querelante em prosseguir na ação.
Cabimento
Ação penal exclusivamente privada.
Momento
Após o oferecimento da queixa até o trânsito em julgado.
Hipóteses
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-
se-á perempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido
de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
Hipóteses de Perempção
Omissão em dar andamento ao processo por 30 dias.
Ausência de substituição no polo ativo em 60 dias a contar da morte
do querelante.
Ausência injustificada a ato a que deva estar presente.
Ausência de pedido de condenação nas alegações finais.
Extinção da pessoa jurídica sem deixar sucessor.
Renúncia
CP Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de
ação privada;
Natureza
Causa extintiva da punibilidade
Ato de clemência do querelante, aceito pelo querelado.
Cabimento
Ação penal exclusivamente privada.
Momento
Após o oferecimento da queixa.
Já com a AP andando.
Até o trânsito em julgado.
CP Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede
mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação.
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a
vontade de prosseguir na ação.
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença
condenatória.
Forma
Expressa: declaração assinada.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido,
por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver
completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia
do último excluirá o direito do primeiro.
Tácita
Prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na
queixa.
CP Art. 106 § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato
incompatível com a vontade de prosseguir na ação.
Aceitação
Bilateral
Só produz efeitos se aceito pelo querelado.
Mais de um perdoado
Aceitação do perdão por um dos querelados, não impede a
recusa por outro.
Origem e desenvolvimento
Séc. XIX
Estados Unidos- Massachusetts- 1846
França em 1884
Bélgica 1888
Portugal- 1893
Teorias
Anglo saxã
Suspender não a execução da pena, mas a ação penal, no qual o
indivíduo fica sujeito a observância de determinadas regras.
Franco – Belga
Ocorre após a sentença, que será suspensa por determinado tempo.
Alemão
O réu não é condenado, o juiz fixa a pena, mas não haverá condenação
se ele respeitar as regras impostas.
Brasil
Franco – Belga.
Após sentença/dosimetria.
Finalidade
Evitar a prisão de curta duração, evitando, assim, os efeitos deletérios
do estabelecimento carcerário e facilitando a reintegração social.
Evitar que criminosos não muito perigosos fiquem presos. Não deixar o
preso de 1ª viagem se contaminar pelos males do presídio.
Classificação
Sursis simples
Pena < 2 anos.
Se couber o Art. 44, não caberá a sursis simples.
Congela por 2 a 4 anos.
Não pode se for reincidente em crime doloso.
Requisitos Cumulativos
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois)
anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código.
Sursis etário
Idade no momento da sentença.
> de 70 anos NÃO é o idoso.
Pena < 4 anos.
Congela por 4 a 6 anos.
Sursis humanitário
Razões de saúde e não pode ser tratado no presídio.
Independe da idade.
Natureza Jurídica
Não há consenso.
Substitutivo Penal
Meio autônomo de reação jurídico-penal que tem várias possibilidades
de eficácia.
Maioria brasileira
Um direito público subjetivo do condenado.
Sursis Simples
CP Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2
(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no
art. 44 deste Código.
§1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício.
Observações
Período de Prova
Prazo fixado na sentença em que a execução da pena ficará suspensa e
o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições
estabelecidas pelo juiz.
Sursis Simples
De 02 a 04 anos;
Sursis Etário ou Humanitário
De 04 a 06 anos, desde que a pena suspensa seja superior a 02 e não
exceda a 04 anos.
Se a pena for de até 02 anos o período de prova poderá ser
fixado de 02 a 04 anos (doutrina).
Condições do Sursis
Condições Legais
CP Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à
observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
§1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).
Ex Serviço comunitário e limitação de fim de semana.
Condições judiciais
Outras que o juiz julgue convenientes.
Revogação do Sursis
Facultativas
A facultativa o Juiz pode revogar o sursis, ou optar por outra
medida, como prorrogar até o máximo o período de prova.
Observação
A revogação do sursis faz retomar a integralidade da pena suspensa.
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma
prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de
liberdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se,
motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica
sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da audiência prevista
no artigo 160 desta Lei.
§1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado,
devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou
limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal.
§2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as condições e
regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.
§3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados,
Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço social
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição beneficiada com a
prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério
Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas
supletivas.
§4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora,
para comprovar a observância das condições a que está sujeito, comunicará,
também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.
§5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de
inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação do
benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.
§6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao Juiz
e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primeiro deverá
apresentar-se imediatamente.
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tribunal,
a este caberá estabelecer as condições do benefício.
§1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condições
estabelecidas na sentença recorrida.
§2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá,
todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condições do
benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao
condenado, em audiência, advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e
do descumprimento das condições impostas.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte)
dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão
ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do
período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código
Penal.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão
em livro especial do Juízo a que couber a execução da pena.
§1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem
do registro.
§2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações
requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo
penal.
Lei 9.099/95 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual
ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer
a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde
que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da
pena (art. 77 do Código Penal).
O MP é o proponente do sursis processual em face da presença dos
seus requisitos legais.
Se MP não propor, pode fazer recurso interno.
Cabe sursis processual no bojo da ação penal privada por analogia.
Revogação
Obrigatória
Art. 89 §3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário
vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.
Facultativa
Art. 89 §4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser
processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
Extinção da Punibilidade
Art. 89 §5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a
punibilidade.
§6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.
Aula 19 – 21/06/2023
Prescrição
É a perda, em face do decurso do tempo, do direito de o Estado unir ou
executar a punição já imposta.
Crimes Imprescritíveis
Crimes de RACISMO definidos na Lei n. 7.716/89.
Os praticados por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático, previstos na Lei n. 7.170/83 (Lei
de Segurança Nacional),
Fundamentos da Prescrição
Em resumo o tempo faz desaparecer o interesse social de punir.
1 O decurso do tempo leva ao esquecimento do fato.
Estado demora para julgar e/ou punir.
2 O decurso do tempo recupera naturalmente o criminoso.
3 O decurso do tempo enfraquece o suporte probatório.
Prescrição
CPP Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz,. Se reconhecer extinta a punibilidade,
deverá declará-lo de ofício [...].
A Prescrição da Pretensão Punitiva afastará todos os efeitos da
condenação principais e secundários, penais e extrapenais.
Inclui casos quem pendem de T em J.
Já na Prescrição da Pretensão Executória, os efeitos primários são
afastados, mas os secundários, não.
Prescrição x Decadência
Decadência perda do direito de ajuizar ação pelo decurso do tempo.
Somente nos crimes
Ação penal privada.
Ação penal pública condicionada à representação.
Decurso in albis do prazo para ajuizamento da queixa-crime ou
oferecimento da representação.
Somente pode ocorrer a decadência antes do início da ação
penal.
Espécies de Prescrição
Prescrição da Pretensão Punitiva Prescrição da Pretensão Executória
(PPP) (PPE)
Perda do direito de punir. Perda do direito de executar a punição
já imposta.
Ocorre ANTES do trânsito em julgado. Ocorre APÓS o trânsito em julgado.
Impede qualquer efeito de eventual Impede somente a execução da pena
condenação (penal ou extrapenal). (os demais efeitos permanecem).
Divide-se em 4 espécies: Ex a sentença continua servindo como
a Em abstrato (P.P.P.A.) título executivo judicial, gera
b Retroativa (P.P.P.R.) reincidência etc.
c Superveniente (P.P.P.S.)
d Virtual (P.P.P.V.)
Prescrição
Consequências
Cálculo
1ª Fase Circunstâncias Judiciais Não Influenciam no cálculo da prescrição.
2ª Fase Agravantes Não Interferem no cálculo da prescrição
Pretensão Punitiva.
Reincidência + 1/3 no prazo da prescrição
da Pr. Executória
Atenuantes Não Interferem no cálculo da prescrição
Pretensão Punitiva.
Menor de 21 ou maior de 70 anos:
Redução pela Metade do prazo da
Prescrição.
3ª Fase Causas de Aumento Influenciam no cálculo da prescrição.
Usar a que mais aumente a pena.
Causas de Diminuição Influenciam no cálculo da prescrição.
Usar a que menos diminua a pena.
Art. 111 . II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa (do último
ato executório).
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência.
Ex sequestro - a prescrição só ocorre quando cessada a privação da
liberdade da vítima).
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil,
da data em que o fato se tornou conhecido.
São crimes que demoram para serem descobertos.
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste
código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos,
salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.
Observações
Abrange crimes contra a dignidade sexual também previstos em
legislação extravagante (ex.: Código Penal Militar e ECA).
Não se trata de imprescritibilidade, mas sim de termo inicial
diferenciado de prescrição.
Crime de Calúnia
Pena Máxima é de 2 anos.
Prazo Prescricional 4 anos
Crime PPP em
Consumou-se 02/04/2006
em 03/4/2002
Concurso de Crimes
CP Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá
sobre a pena de cada um, isoladamente.
Não se aplicam as frações.
Deve-se contar o ATENÇÃO: embora a regra para o crime continuado seja aumento
prazo de 1/6 a 2/3, para contarmos a prescrição DESPREZA-SE o aumento.
prescrição para
cada data de
consumação.
1º Homicídio PPP em
02/01/2013 01/01/2021
2º Homicídio PPP em
02/06-2013 01/06/2021
Crime Habitual
É aquele que exige reiteração de atos para a sua tipificação.
Ex casa de prostituição, exercício ilegal da medicina, curandeirismo.
STF deve ser aplicado o espírito do art. 111, III, CP, leia-se, quando
cessada a habitualidade.
CP Art. 111, CP: A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,
começa a correr:
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
Causas Suspensivas e Interruptivas
Iniciado o prazo prescricional é possível sua suspensão e interrupção.
Causas Suspensivas
Param o cronômetro, continua de onde parou.
Interruptivas
Zeram o cronômetro, e começa do começo.
Decorridos
4 anos
1 2 3 4 5 6 7
ano anos anos anos anos anos anos
Reinicia
na íntegra
o prazo
de 16
anos
Suspensivas
Durante o tempo que durar a sustação de processo que apura infração penal
cometida por deputado ou senador, por crime ocorrido após a diplomação
CF Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após
a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
Decorridos
4 anos
1 2 3 4 5 6 7
ano anos anos anos anos anos anos
Reinicia a 12 anos prazo
contagem do prescricional
prazo
considerando
o tempo
anterior
Prescrição da Pretensão Punitiva Retroativa (PPPR)
T em J para a acusação.
Pena não vai piorar.
Não conta prazo entre crime e denúncia.
Observam-se os marcos interruptivos.
Prazo baseado na pena aplicada.
Características
a Pressupõe sentença ou acórdão penal condenatórios.
b Pressupõe trânsito em julgado da pena para a acusação, no que se
relaciona com a pena.
c Tem como norte a pena aplicada na sentença.
d Os prazos prescricionais estão no art. 109 CP.
e O termo inicial conta-se da publicação da condenação até o
recebimento da inicial (contagem retroativa).
Atenção Sendo espécie de prescrição da pretensão punitiva, os seus
efeitos são os mesmos da P.P.P.A.
Denúncia
Diferença
P.P.P.R. conta-se da publicação da condenação para TRÁS.
P.P.P.S. conta-se da publicação da condenação para FRENTE.
Consequências
Extingue-se os efeitos principais prisão.
Mantêm-se os efeitos secundários.
Porte De Entorpecentes
Pena máxima de 02 Anos A prescrição 04 Anos
Transcorrido 2 anos e 3 meses – logo já havia operado a
P.P.E.
PPP x PPE
P.P.P P.P.P.A P.P.E
(Sem T em J P.P.P.R (Com T em J para a defesa)
para a defesa) P.P.P.S
Ocorre antes do trânsito em julgado Pressupõe condenação para ambas as
para ambas as partes. partes.
Rescinde eventual condenação. Não rescinde eventual condenação.
Impede qualquer efeito. Extingue a pena, mas permanecem
Observação
De acordo com a súmula 338 STJ, é aplicável o instituto da prescrição
aos atos infracionais.
Súmula 338 (STJ)
A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas.
Multa cominada em
abstrato. Ex crime de rixa, cuja
Alternativamente com pena é de detenção de 15
pena privativa de dias a 2 meses, ou multa.
Prazo igual ao cominado
liberdade.
para a prescrição da pena
Multa cominada em privativa de liberdade.
abstrato. Ex furto simples , cuja
Cumulativamente com pena é de reclusão de 1 a
pena privativa de 4 anos, e multa.
liberdade
Ex Recusar-se a receber,
moeda de curso legal no
Multa for a única Prescrição em 2 anos.
país, cuja pena é multa,
cominada ou aplicada.
de duzentos mil réis a
dois contos.