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826 DE 2003 –
1. CONCEITO INTRODUTÓRIOS;
2. SINARM x SIGMA;
3. POSSE;
4. PORTE;
CONCEITOS
INTRODUÓRIOS
OBJETOS MATERIAIS
DA LEI 10.826 DE 2003 –
São objetos materiais previstos no Estatuto do Desarmamento –
1. Armas de Fogo de uso permitido, restrito ou proibido;
2. Acessórios de uso permitido, restrito ou proibido;
3. Munição de uso permitido, restrito ou proibido;
4. Explosivo;
5. Incendiário;
Não são objetos materiais NÃO previstos no Estatuto do Desarmamento –
6. Armas de pressão;
7. Airsoft;
8. Gás de pimenta;
9. Taser;
10. Simulacro;
11. Arma de brinquedo;
12. Armas brancas;
DOS PRODUTOS CONTROLADOS –
Estatuto do Desarmamento – Classificação dos produtos controlados
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais
produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico
serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do
Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
2. Arma de uso restrito: arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algumas
instituições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo
Exército, de acordo com legislação específica;
a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a
República Federativa do Brasil seja signatária; ou
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;
SIMULACRO DE ARMA DE FOGO –
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas
e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos
anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível
esta autorização.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.
SIGMA – Do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas
III - obsoletas;
IV - das representações diplomáticas; e
V - importadas ou adquiridas no País com a finalidade de servir como instrumento para a
realização de testes e avaliações técnicas.
ANÁLISE DOS DISPOSITIVOS LEGAIS DO
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia
Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
2. Estatuto do Desarmamento – Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança
privada e de transporte de valores (...)
3. Estatuto do Desarmamento – Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores dos tribunais do Poder
Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados;
4. Estatuto do Desarmamento – Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o
território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de
segurança privada e de transporte de valores;
Responsabilidade da comunicação –
Art. 7º - § 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de
valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais
sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Art. 7º-A - § 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e
a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Omissão de Cautela –
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou
pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que
seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou
munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e
importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
Estatuto do Desarmamento –
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando
do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço
alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o
registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Do Registro de Arma de Fogo –
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército,
na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de
declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência
ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o
titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
(Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido
de autorização do Sinarm.
DO PORTE DE ARMA DE FOGO
Do Porte de Arma de Fogo –
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os
casos previstos em legislação própria e para:
Para poder portar a arma de fogo, são necessários dois requisitos formais:
4. Porte Particular - Art. 10 - Nesse caso, excepcionalmente a Polícia Federal poderá conceder porte de
arma de fogo desde que o requerente demonstre a sua efetiva necessidade por exercício de atividade
profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física, além de atender as demais exigências do art. 10 da
Lei 10.826/03.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é
de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial
limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de
ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro
no órgão competente.
5. Outras exceções previstas em legislação própria - Outras leis poderão prever a
autorização para o porte de arma de fogo, como, por exemplo, as Leis Orgânicas da
Magistratura e dos MPs.
PORTE FUNCIONAL
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
(Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios
com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)]
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000
(cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;
Art. 16, §1º - Condutas variadas Arma de fogo, acessório e munição de uso
PERMITIDO E RESTRITO;
Explosivo e incendiário
Art. 16, §2º - Posse ou porte ilegal de arma Arma de fogo, acessório e munição de uso
de fogo de uso proibido PROIBIDO;
Art. 17 - Comércio Arma de fogo, Reclusão, de 6 CRIME
ilegal de arma de acessório e (seis) a 12 (doze) HEDIONDO
fogo munição de uso anos, e multa.
PERMITIDO,
RESTRITO E
PROIBIDO;
Art. 18 - Tráfico Arma de fogo, Reclusão, de 8 (oito) CRIME
internacional de acessório e munição a 16 (dezesseis) HEDIONDO
arma de fogo de uso anos, e multa.
PERMITIDO,
RESTRITO E
PROIBIDO;
TIPO PENAL OBJETO MATERIAL PENA NATUREZA HEDIONDA
Art. 12 – Posse irregular de Arma de fogo, acessório e Detenção, de 1 (um) a 3 (três)
arma de fogo de uso permitido munição de uso PERMITIDO anos, e multa. NÃO É CRIME HEDIONDO
Art. 14 - Porte ilegal de arma de Arma de fogo, acessório e Reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
fogo de uso permitido munição de uso PERMITIDO anos, e multa. NÃO É CRIME HEDIONDO
Art. 16, Caput - Posse ou porte Arma de fogo, acessório e Reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
ilegal de arma de fogo de uso munição de uso RESTRITO anos, e multa. NÃO É CRIME HEDIONDO
restrito
Art. 16, §2º - Posse ou porte Arma de fogo, acessório e Reclusão, de 4 (quatro) a 12 CRIME HEDIONDO
ilegal de arma de fogo de uso munição de uso PROIBIDO; (doze) anos.
proibido
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
DOS CRIMES
1. Bem Jurídico protegido –
STF - De acordo com o STF, “o objeto jurídico tutelado não é a incolumidade física, mas a segurança
pública e a paz social (...).” (HC 104.206/RS, 1.ª Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 26/08/2010).
STJ - Informativo 570 - “bem jurídico denominado incolumidade pública que, segundo a doutrina,
compreende o complexo de bens e interesses relativos à vida, à integridade corpórea e à saúde de todos e
de cada um dos indivíduos que compõem a sociedade.”
3. Elemento subjetivo –
1. Dolo –
2. Culpa –
4. Competência – Justiça Estadual – Como os crimes previstos na Lei 10.826/03 não se encaixam em
nenhuma hipótese do art. 109, IX da CF/88, são de competência a Justiça Comum. Somente quando
ocorrer o crime de tráfico internacional (Art. 18), será de competência será da Justiça Federal, uma
vez que fere interesse da União Federal, por se tratar de fiscalização sobre a zona alfandegária.
11. Arma quebrada – “Demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo e das munições
apreendidas, deve ser reconhecida a atipicidade da conduta do agente que detinha a posse do referido
artefato e das aludidas munições de uso proibido, sem autorização e em desacordo com a determinação
legal/regulamentar. (EREsp 1.005.300-RS, DJe 19/12/2013).
ARMA DE FOGO QUEBRADA
CONFIGURA CRIME?
ARMA QUEBRADA –
1. TOTALMENTE INAPTA PARA EFETUAR DISPAROS – Não é crime. Fato Atípico. Configura
crime Impossível.
“Demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo e das munições apreendidas, deve ser
reconhecida a atipicidade da conduta do agente que detinha a posse do referido artefato e das aludidas
munições de uso proibido, sem autorização e em desacordo com a determinação legal/regulamentar.
(EREsp 1.005.300-RS, DJe 19/12/2013).
2. RELATIVAMENTE INAPTA PARA EFETUAR DISPAROS – É crime. Fato Típico. Não configura
crime Impossível.
POSSE IRREGULAR DE
ARMA DE FOGO DE
USO PERMITIDO (ART. 12)
POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE
USO PERMITIDO (ART. 12)
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta,
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou
empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
1. O que caracteriza o crime? Ausência do preenchimento dos requisitos do art. 4º do Estatuto do
Desarmamento.
2. Locais da prática do crime –
2.2. No seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento
ou empresa –
3. Sujeito ativo –
1. Comum –
2. Próprio –
PORTE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO DE USO PERMITIDO
(ART. 14)
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
1. O que caracteriza o crime? Ausência do preenchimento dos requisitos do art. 4º do Estatuto do
Desarmamento e ausência da autorização do porte de arma de fogo.
2. Arma enterrada no quintal de casa - Verbo ocultar – STJ – (HABEAS CORPUS Nº 72.035 - MS; 09 de
outubro de 2007)
3. Porte de arma de fogo sem munição – Informativo 699 do STF e 493 do STJ –
4. Porte (art. 14) de munição sem arma de fogo – (STJ)
RECEPTAÇÃO E PORTE DE ARMA DE FOGO
DE USO PERMITIDO – STJ –
“É inaplicável o princípio da consunção entre os delitos de receptação e porte ilegal de arma de fogo, por
ser diversa a natureza jurídica desses tipos penais.” (AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.621.499 - RS;
Brasília, 17 de abril de 2018(Data do Julgamento)
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – PORTE
DE ARMA DE FOGO
1. Porte de Arma de Fogo sem munição – Arma desmuniciada –
Art. 16, §1º - Condutas variadas Arma de fogo, acessório e munição de uso
PERMITIDO E RESTRITO;
Explosivo e incendiário
Art. 16, §2º - Posse ou porte ilegal de arma Arma de fogo, acessório e munição de uso
de fogo de uso proibido PROIBIDO;
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e
ECA – Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a
criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
STJ – O veículo utilizado profissionalmente não pode ser considerado local de trabalho para tipificar
a conduta como posse de arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei n. 10.826/2003). (...)
O Min. Relator registrou que a expressão local de trabalho contida no art. 12 indica um lugar
determinado, não móvel, conhecido, sem alteração de endereço. Dessa forma, a referida expressão
não pode abranger todo e qualquer espaço por onde o caminhão transitar, pois tal circunstância está
sim no âmbito da conduta prevista como porte de arma de fogo. Precedente citado: HC 116.052-MG,
DJe 9/12/2008. REsp 1.219.901-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012.
PROFESSOR,
E O TRALLER?
STJ – O Min. Relator registrou que a expressão local de trabalho contida no art. 12 indica um lugar
determinado, não móvel, conhecido, sem alteração de endereço. Dessa forma, a referida expressão
não pode abranger todo e qualquer espaço por onde o caminhão transitar, pois tal circunstância está
sim no âmbito da conduta prevista como porte de arma de fogo. Precedente citado: HC 116.052-MG,
DJe 9/12/2008. REsp 1.219.901-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/4/2012.
PROFESSOR,
E O CIRCO?
PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA –
1. Posse de 01 MUNIÇÃO uso permitido sem arma de fogo (RHC 143.449/MS, j. 26/09/2017) –
2. Posse de 08 MUNIÇÕES uso permitido sem arma de fogo (Recurso especial 1.735.871; Decisão de
12 de junho de 2018) –
3. Posse de munição de uso restrito sem arma de fogo ((HC 154390; Terça-feira, 17 de abril de 2018) –
4. Posse de arma sem munição –
ARMA DE FOGO
SEM REGISTRO OU COM
REGISTRO VENCIDO –
1. Posse de arma de fogo de uso permitido com registro vencido – (STJ. 5ªTurma. HC 294.078/SP,
Rei. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 26/08/2014.) - STF – 05/2016 - (HC 133468 / MG
- 24)
2. Posse de arma de fogo de uso permitido ou restrito sem registro – (RHC 70.141-RJ, Rel. Min.
Rogério Schietti Cruz, por unanimidade, julgado em 7/2/2017, DJe 16/2/2017.)
3. Porte de arma de fogo de uso permitido com registro vencido (Informativo N. 671 do STJ) –
4. Porte ou posse de arma de fogo de uso restrito com registro vencido (Informativo N. 671 do
STJ) – (AgRg no AREsp 885.281-ES, 05 de Junho de 2020)
PORTE OU POSSE DE
VÁRIAS ARMAS DE FOGO
01. Posse ou Porte simultâneo de duas armas de fogo do mesmo tipo (permitido, restrito ou proibido)
–
Fundamento: (AgRg no AgRg no REsp 1.547.489/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA
TURMA, Julgado em 28/06/2016, DJe 03/08/2016)
02. Posse ou Porte simultâneo de duas armas de fogo de tipos diferentes (permitido, restrito ou
proibido) –
Fundamento: (HC n. 211.834/SP, Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 18/9/2013). (AgRg no REsp
1497670/GO, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 30/03/2017, DJe
07/04/2017). 2. Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp 1664095/RS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO,
SEXTA TURMA, julgado em 19/04/2018, DJe 02/05/2018)
OMISSÃO DE CAUTELA
(ART. 13)
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou
pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que
seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Classificação do crime
1. Núcleos do tipo –
2. Objeto material – Arma de fogo
Art. 19. (...) § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil
réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição:
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou
pessoa inexperiente em manejá-la.
3. Sujeito passivo – Menor de 18 anos e deficiência mental;
Art. 13, Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.
ART. 13, CAPUT ART. 13, PARÁGRAFO ÚNICO
1. Núcleo do tipo –
2. Local do crime –
3. Elemento Subjetivo –
4. Crime subsidiário –
5. Crime de perigo abstrato – Dispensa a comprovação de que a coletividade foi exposta ao perigo em
razão dos disparos. Vale destacar que quando o legislador exige a comprovação da exposição ao perigo, ele
o faz de forma expressa, citando, por exemplo, a expressão “expondo a perigo”, “causando perigo de
dano...”. Nesse sentido, STJ.
“(...). É assente na jurisprudência desta Corte Superior que o crime de disparo de arma de fogo é de perigo
abstrato, ou seja, não exige a demonstração de lesão ao bem jurídico protegido.” STJ - AgRg no AREsp
1077607 MA 2017/0078433-4 (STJ); Data de publicação: 30/06/2017.
COMÉRCIO ILEGAL DE
ARMA DE FOGO (ART. 17)
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Classificação do crime –
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando
do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço
alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o
registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
2. Núcleo do tipo –
3. Objeto Material –
4. Elemento Subjetivo –
Agente policial disfarçado –
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
TRÁFICO INTERNACIONAL DE
ARMA DE FOGO (ART. 18)
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título,
de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército
autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de
armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo
de colecionadores, atiradores e caçadores.
2. Núcleo do tipo –
3. Objeto Material –
4. Princípio da especialidade – O crime de tráfico internacional de arma de fogo é crime especial em relação aos
crimes de contrabando (art. 334 - A, CP) e facilitação de contrabando (art. 318, CP).
6. Crime de contrabando e importação de colete à prova de balas - Configura crime de contrabando a importação
de colete à prova de balas sem prévia autorização do Comando do Exército.
7. Tráfico internacional de munição e princípio da insignificância –
A 1ª Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus em que se pretendia a aplicação do princípio da
insignificância para trancar ação penal instaurada contra o paciente, pela suposta prática do crime de
tráfico internacional de munição (Lei 10.826/2003, art. 18). HC 97.777/MS, rel. Min. Ricardo
Lewandowski, 26.10.2010. (HC-97777)
STJ: É típica a conduta de importar arma de fogo, acessório ou munição sem autorização da autoridade
competente, nos termos do art. 18 da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o réu detenha o porte legal da arma,
em razão do alto grau de reprovabilidade da conduta.
STJ: O crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, tipificado no art. 18 da Lei
n. 10.826/03, é de perigo abstrato ou de mera conduta e visa a proteger a segurança pública e a paz
social.
STJ: Compete à Justiça Federal o julgamento do crime de tráfico internacional de arma de fogo,
acessório ou munição, em razão do que dispõe o art. 109, inciso V, da Constituição Federal, haja vista
que este crime está inserido em tratado internacional de que o Brasil é signatário.
STJ: Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição não basta
apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessário que se comprove a internacionalidade da
ação.
AGENTE POLICIAL DISFARÇADO –
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório
ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a
agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ESPECÍFICA
PARA OS CRIMES DOS ART. 17 E 18 –
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo,
acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA PARA OS CRIMES
DOS ART. 14 E 18 –
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei;
ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Inconstitucional –
"Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18.
Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto magno não autoriza a prisão ex lege, em face dos
princípios da presunção de inocência e da obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de
prisão pela autoridade judiciária competente". (ADI 3112, DJe-131 25-10-2007)