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Relação de

Causalidade
Nexo de causalidade
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• É o liame existente entre a conduta praticada


por um agente e o resultado por ela produzido.
É uma relação de causa e efeito.

Nexo
Conduta Resultado
causal
Nexo de causalidade

• Tem a função de garantir que ninguém será


responsabilizado por um ato que não tiver
dado causa.

• Art. 13 - O resultado, de que depende a


existência do crime, somente é imputável a quem
lhe deu causa (...)

• O resultado é naturalístico ou jurídico?


Resultado
• O resultado pode ser:

• Naturalístico: modificação no mundo exterior


proporcionada pela conduta. Caracteriza os crimes
de resultado.

• Jurídico/Normativo: lesão ou perigo de lesão ao


bem jurídico.

• O art. 13 refere-se ao resultado NATURALÍSTICO.


Somente analisa-se o nexo causal nos crimes
materiais!
Teorias sobre o nexo de
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causalidade
Teoria da Equivalência das condições.

• É a regra do CP, conforme consta no caput do


art. 13:
“Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual
o resultado não teria ocorrido”

• Comumente conhecida como teoria da conditio


sine qua non.
Teoria da equivalência das
condições
• Há equivalência entre a condição e a causa(soma das
condições).

• Não faz diferença se uma influiu mais na produção do


resultado do que a outra.

• Para se verificar se uma antecedente é causa do


resultado deve-se aplicar o juízo hipotético de
eliminação Thyrém.
Teoria da equivalência das
condições
Há dois caminhos possíveis:
• Excluindo-se mentalmente uma conduta e o
resultado permanece igual, do mesmo modo
e momento em que ocorreu.
Essa conduta não é uma causa!

• Caso excluamos mentalmente uma conduta


e o resultado se altere quanto ao modo ou
tempo de execução.
Essa conduta é uma causa!
Teoria da equivalência das
condições
• Exemplo:

1. Tício está imbuído do desejo de matar Mévio após


descobrir que este estaria tendo um caso amoroso
com a sua esposa. Para praticar tal crime ele compra
uma pistola. No meio da tarde, após almoçar, pega seu
carro e se dirige as redondezas da casa de Mévio, e lá
o espera enquanto fuma um charuto. Ao avistar Mévio
dispara 12 vezes contra ele, matando-o.

Quais dessas condutas são causas do resultado?


Teoria da equivalência das
condições
• Problemática:
A teoria pura da equivalência das condições levaria a um
regresso infinito para buscar as causas mais remotas.

• Solução:
As condutas relevantes como causa são as limitidas pelo
elemento subjetivo do tipo, ou seja: a conduta deve ser
ou dolosa ou culposa.
Teorias sobre o nexo de
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causalidade
Teoria da causalidade adequada.

• É a exceção do CP, apontada como uma teoria


limitaradora da Teoria da conditio sine qua non, está
presente no §1 art. 13 do diploma legal:

“§ 1º - A superveniência de causa relativamente


independente exclui a imputação quando, por si só,
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou.”
Teoria da causalidade
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adequada
• Para essa teoria, causa não é apenas o
antecedente necessário mas que aquela conduta
seja adequada a produção do resultado.

• Considera-se conduta adequada aquela que é


idônea a gerar o fato.

• Não basta contribuir para o resultado, a


contribuição tem que ser eficaz
Concausas
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• É a convergência de uma causa externa à


vontade do autor da conduta, influindo na
produção do resultado querido pelo agente, mas
posicionando-se paralelamente ao seu
comportamento.

• Causa dependente: emana da conduta do


agente, se insere no curso normal do
desenvolvimento. Não há exclusão do nexo
causal.
Concausas
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• Causa independente: foge da linha normal de


desdobramento da conduta.
Pode ser:

• Absoluta: Não se originam da conduta do


agente. Produzem por si só o resultado,
rompendo o nexo causal.

• Relativa: Originam-se da conduta praticada


pelo agente, não existiriam sem a conduta
criminosa dele.
Concausas
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• Tanto as causas relativamente independentes


quando as absolutamente independentes
dividem-se em:
• Preexistente(ou de estado anterior): É aquela
que existe anteriormente à conduta do agente

• Concomitante: Incide simultaneamente à


conduta do agente.

• Superveniente: Se concretiza posteriormente à


conduta do agente.
Esquema
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Causa

Dependente Independente

Desdobramento Novo fluxo Relativas ou


da conduta causal abosolutas

Superveniente Preexistente Concomitante


Causa absolutamente
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independente
• Rompe completamente o nexo causal.

• Só se imputa ao autor os atos que ele tiver


praticado e não o resultado naturalístico.

• Aplica-se a Teoria da equivalência das


condições, mesmo que a conduta do agente seja
excluída o resultado teria se produzido.
Causa absolutamente
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independente
• Exemplos:
• Preexistente:
Tício, querendo matar Mévio, dispara contra ele,
porém comprova-se posteriormente que Mévio
morreu pelo veneno ministrado por Caio antes
da chegada de Tício.

• Concomitante:
Tício dispara contra Mévio, com o fim de mata-
lo, no mesmo momento dos disparos ocorre uma
queda do teto de onde eles se encontram, Mévio
vem a morrer em razão do desabamento.
Causa absolutamente
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independente
• Superveniente:
Querendo a morte de Mévio, Tício subministra doses
letais de veneno a ele. Antes que o veneno faça
efeito Caio invade a sala onde eles se encontram e
realiza diversos disparos de arma de fogo contra
Mévio, matando-o.

• Nos casos acima Tício responde por homicídio


consumado ou tentativa de homicídio?
Causa relativamente
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independente
• Não rompe o nexo causal.

• Se atribuí o resultado naturalístico ao autor.

• Aplica-se a teoria da conditio sine qua non,


excluindo-se a conduta do agente o resultado
não teria ocorrido.

• Há uma exceção a tudo isso: Art. 13, §1°


Causa relativamente
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independente
• A causa relativamente independente
superveniente pode ser divida em:

• Que por si só produziu o resultado:

• Segue a regra geral da causa relativamente


independente.

• Não há exclusão do nexo de causalidade,


imputa-se o resultado naturalístico ao autor.

• Aplica-se a conditio sine qua non


Causa relativamente
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independente
• Que por si só não produz o resultado:

• É a exceção a teoria da equivalência das


condições.

• Aplica-se a Teoria da causalidade adequada

• Há exclusão do nexo de causalidade, imputa-


se ao autor apenas as condutas já praticadas.
Causa relativamente
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independente
• Exemplos:
• Preexistente:
Tício, querendo matar Mévio perfura-o com um
golpe de faca no braço. Mévio é hemofílico e
vem a óbito em razão dessa condição.

• Concomitante:
Tício e Caio, desejando a morte de Mévio,
disparam no mesmo momento contra ele, um
não estava ciente da prática do outro. Essas
condutas somadas provocam a morte de Mévio
Causa relativamente
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independente
• Exemplos:
• Que por si só não produziu o resultado:
Tício, querendo a morte de Mévio perfura-o
diversas vezes com um faca. Mévio é prontamente
socorrido e vem a falecer no hospital por imperícia
médica.

• Que por si só produziu o resultado:


Tício, com o escopo de matar Mévio agride-o com
uma chave de fenda, ferindo-o no crânio. Mévio,
ao ser transportado na ambulância falece em razão
de uma colisão inesperada com um caminhão.
Esquema
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Preexistente

Absolutamente
Concomitante
independente

Superveniente

Causa

Preexistente

Relativamente
Concomitante
independente
Que por si só
não produziu o
resultado.
Superveniente
Que por si só
produziu o
resultado
Exercícios
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A. José, um senhor de 70 anos está dirigindo o seu


fusca a 60 km/h em uma autopista onde a
velocidade máxima é de 100 km/h. Mário, jovem
de 20 anos, devido a lentidão de José resolve
ultrapassá-lo; para tanto aplica uma velocidade de
90 km/h. Mediante essa ultrapassagem uma massa
de ar desloca-se bruscamente em direção ao carro
de José, esse assusta-se e vem a falecer em razão
de um infarto.
O que dizer sobre a relação de causalidade?
Exercícios
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A. Essa conduta é um indiferente penal. A conduta


dele, pela teoria pura da Equivalência das
Condições é uma causa indispensável para a
produção do resultado, em tese, há o
estabelecimento de uma relação de causalidade
entre a conduta de Mário e a produção do
resultado morte.
Pela ausência de dolo ou culpa, limitador da
referida teoria, não há uma relevância causa.
Exercícios
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B. Mário é esfaqueado por Fabrício, sofrendo uma


grave lesão corporal e precisando ser internado.
Mário é orientado no hospital sobre os cuidados que
deve adotar. Porém, ele desobedece as prescrições
médicas e não adota os cuidados indispensáveis a
sua cura. Essa conduta gera uma infecção
generalizada em Mário, que gangrena e ocasiona a
morte dele.

O que dizer sobre a relação de causalidade?


Exercícios
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B. Há aqui, um caso de uma concausa relativamente


independente superveniente que por si só acarreta
a produção do resultado. É claro que se não
houvesse a conduta anterior do agente Mário não
teria morrido. Porém, a ausência deliberada de
cuidados básicos por parte deste fez com que o
desdobramento natural fosse rompido(e
consequentemente o nexo causal)
É um fato idôneo capaz de produzir o resultado.
Fabrício responde pela lesão corporal
Causalidade na omissão
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• Não há que se falar de nexo de causalidade nos


crimes omissivos próprios, não se exige a
verificação do resultado.

• O crime omissivo impróprio: o dever de agir é


para evitar um resultado! São crimes materiais.

• Ao não intervir o agente equipara-se a quem


causa o resultado. Isso é uma ficção jurídica.

• O que há é um nexo “de não impedimento”, esse


não impedimento é uma causa.

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