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Emprego público
É terminologia utilizada para identificar uma relação funcional de trabalho; é um núcleo de
encargo de trabalho permanente a ser preenchido por agente contratado para desempenhá-lo,
portanto também conta com um conjunto de atribuições e responsabilidades, distinguindo-se das
situações anteriores pelo regime adotado. O regime de emprego, independentemente de estar nas
pessoas jurídicas de direito público ou privado e em qualquer ordem política, federal, estadual ou
distrital, submete-se ao princípio da unicidade normativa, porque o conjunto das normas reguladoras
está previsto em um único diploma legal, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Assim, a
relação tem natureza contratual, o regime é o trabalhista (celetista) e submetesse às regras do art.
7 o da CF.
Cardoso (2011)1 estabelece as seguintes definições, emprego público -"passou a ser
utilizada, também para designar uma unidade de atribuições, distinguindo-se pelo tipo de vínculo
contratual, sob regência da CLT, enquanto o ocupante de cargo público tem vínculo estatutário, está
contido na lei que instituiu o regime jurídico único.". Cargo públicos -"são as mais simples e
indivisíveis unidades de competência a serem expressas por um agente, prevista em número certo,
com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei, salvo
os serviços auxiliares do legislativo." Função -"podemos verificar que corresponde ao conjunto de
atribuições as quais não corresponde nem a cargo nem a emprego, ou seja, trata-se de um conceito
residual. De acordo com a constituição, quando se trata de função, tem-se que ter em vista dois
tipos de situações: Função exercida por servidores contratados temporariamente, com base no
art. 37, IX da CF, contratado para exercer uma função pública sem que a ela se corresponda cargo
ou emprego, ou a função de confiança, na qual o servidor que ocupe cargo de provimento efetivo
exerce atribuições de direção, chefia e assessoramento."
Depreende-se, entretanto, que, para os empregos das pessoas jurídicas de direito público,
denominados empregos públicos, o regime ganha algumas normas do regime público, o que não
pode descaracterizar o regime da CLT. Para o âmbito federal, a União, com o objetivo de definir as
regras aplicáveis aos empregados públicos, editou a Lei no 9.962/00, que não exclui a aplicação da
1CARDOSO, Eliane Gomes de Bastos; PEDRO, Nívea Simone de Freitas. Servidores Públicos: Um breve estudo. In: Âmbito
Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 92, set 2011.
CLT e da CF. O diploma estabelece, dentre outras regras, que a escolha desses empregados deve
ser por meio de concurso público (art. 2 o), trata-se de um contrato com prazo indeterminado e a
sua resilição não pode ser unilateral (art. 3 o). Assim fica afastada a dispensa desses empregados
de forma imotivada, só sendo possível quando ocorrer: falta grave (art. 482, CLT); acumulação ilegal
de cargos, empregos e funções públicas; necessidade de redução de quadros por excesso de
despesa (art. 169, CF) e insuficiência de desempenho apurada em processo administrativo.
A criação e a extinção desses empregos públicos também devem ser feitos por meio de lei,
assim como estudado no tópico de cargo público, quando se tratar de pessoa jurídica de direito
público (art. 61, § 1 o , II, “a”, da CF).
Empregados públicos
Os empregados públicos são todos os titulares de emprego público (não de cargo público)
da Administração direta e indireta, sujeitos ao regime jurídico da CLT, daí serem chamados de
"celetistas". Não ocupam cargo público e sendo celetistas, não têm condição de adquirir a
estabilidade constitucional (CF, art. 41), nem podem ser submetidos ao regime de previdência
peculiar, como os titulares de cargo efetivo e os agentes políticos (...)[1]. (PROBST, [s. D] apud
MEIRELLES, 2002)2
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, escrevendo sobre os empregados públicos, “contratados sob
regime da legislação trabalhista, que é aplicável com as alterações decorrentes da Constituição
Federal”, também observa que “não podem Estados e Municípios derrogar outras normas da
legislação trabalhista, já que não têm competência para legislar sobre Direito do Trabalho, reservada
privativamente à União (art. 22, I, da CF/1988).”3
Ainda assim, cabe registrar o entendimento de que a “competência legislativa para instituir
normas sobre Direito do Trabalho é da União (competência privativa – art. 22, I, da CF/1988), sendo
que tais normas, via de regra, se estendem a todos os empregados celetistas, de modo que normas
editadas pelos Entes de Direito Público, tratando de questões trabalhistas aplicáveis aos seus
empregados, equivalem-se ao regulamento de empresa, obrigando apenas as partes ao seu
cumprimento, desde que não esbarrem no sistema jurídico normativo federal trabalhista”.4
Augusto Olympio Viveiros de Castro5, começa por advertir que "geralmente as palavras -
empregados públicos - designam não só a classe especial de agentes da administração, como
também todos os seus funcionários, diretos ou indiretos. "Assim também a palavra- funcionários - é
empregada algumas vezes para designar não só os que assim tecnicamente se denominam, corno
quaisquer empregados públicos; e a expressão - funções públicas - para indicar as atribuições e
actos dos cargos públicos de qualquer categoria. (...)" .
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 21ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
4 CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa; JORGE NETO, Francisco Ferreira. O emprega-
Na CF de 1988 designa todas as pessoas físicas que trabalham nos entes estatais de
qualquer poder. inclusive os detentores de cargos: e o mesmo sentido de locução "agentes
públicos". Antes da CF de I988. a doutrina atribuía tal nome àqueles que trabalhavam nos entes
estatais sem ocuparem cargos. p. ex., os contratados." 7
Há quem, como Pedro Nunes8 apresente ambos os termos como de idêntico significado:
6 ODETE MEDAUAR. Direito Administrativo :v1oderno. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo. 1996..
7 Idem. p. 296.
8 PEDRO !\'UNES. Dicionário de Tecnologia Jurídica. Biblioteca Jurídica Freitas Bastos, Rio de Janeiro. 1982. .
9 JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO. Direito Administrati\·o. Lumen Júris. Rio de Janeiro, 4" ed. 1999.
entendimento, Hely Lopes Meirelles10.
Processo seletivo de empregados públicos pode ser feito de forma mais "simplificada" do
que o que se aplica habitualmente aos servidores estatutários.
Portanto os empregados públicos têm um vínculo de trabalho com o Estado. Mas, diferente
do que acontece com os servidores, o vínculo pode ser efetivo (por concurso) ou em comissão. A
lei que rege estes cargos também é diferente, os empregados públicos estão sob a proteção da
CLT. Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos (ou funcionários públicos. Isso
é, pessoas selecionadas em concurso público, mas que não são regidas pelo regime estatutário12.
O empregado público, enquanto espécie de agente administrativo, pode ter duas acepções:
para escolher corretamente a ocupação pretendida. E o primeiro passo, passa por entender os regimes de contratação
disponíveis, sendo o regime estatutário um dos mais procurados e concorridos.
13 Lei nº 9.962/2000
União (art. 22, I da Constituição). Submetem-se concomitantemente às normas constitucionais para
investidura mediante concurso público, acumulação de cargos, vencimentos e as previstas no
Capítulo VII do Título III da Constituição e ao direito do trabalho. 14
Conclusão
Assim como qualquer outro cidadão, o empregado público também está submisso a lei,
neste caso, além das determinações gerais, o agente é regido por disposições específicas devido
à sua atuação estar vinculada a administração pública. Neste sentido, há previsão de
responsabilidade tanto na seara penal quanto na seara civil.
O Código penal tem disposições específicas para infrações praticadas pelo agente público
e pelo particular, sendo alcançado como agentes todos aqueles que de alguma forma atuam no
funcionalismo público, seja na investidura de cargo, função ou emprego, e que usem esta condição
para tirar proveito no cometimento do ato ilícito.
Se o servidor público atua em funções e órgãos da Administração Direta, o empregado
público é aquele locado em corporações associadas à Administração Indireta, como os correios e
agências estatais bancárias, por exemplo. O regime celetista é que se trata de uma relação
contratual, baseada nos princípios e benefícios da CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas) . Assim,
apesar de ter algumas semelhanças com o cargo público, com remunerações acima da média e
14 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 29. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
15 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
alguns benefícios específicos, mais raros no setor privado, trata-se de um tipo completamente
distinto de trabalho.
Os empregos públicos, podem ser demitidos tanto com ou sem justa causa, resultando no
pagamento das eventuais taxas de rescisão contratual e outros benefícios assegurados por lei por
parte da empresa.
Servidores públicos podem contar com outras vantagens adicionais como a licença prêmio
e reajustes salariais em períodos específicos. Já os empregados públicos são os únicos que contam
com o depósito mensal do FGTS, que pode fornecer uma segurança adicional em caso de
demissão.
Referências Bibliográficas