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Agentes Públicos (Questões Orais SP – 2018)

1. O policial civil tem uma lei específica que o rege, Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado
de São Paulo. Diante disso, como fica o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado?

2. O Delegado de Polícia é um servidor público?


O delegado de polícia é um agente público, pois possui um vínculo jurídico e válido com a
administração pública. A espécie de agente público que a autoridade policial se enquadra é
justamente servidor público.
3. Qual a natureza da relação jurídica dos funcionários públicos? Eles podem fazer greve?
Os funcionários públicos estabelecem uma relação de direito público com a administração. A
depender do tipo de agente público, o vínculo é diferente. Os servidores efetivos, por exemplo,
são estatutários. Eles podem fazer greve, mas devem seguir as normativas trazidas pela CLT até
que a lei específica seja criada. Cabe dizer, entretanto, que os agente da segurança pública não
podem fazer greve, como policiais civis, policiais militares, etc.
4. De acordo com a Lei 10.261/68, o que é reintegração e qual seu regime jurídico?
A reintegração ocorre quando o agente público volta à função administrativa e recebe todos os
valores que deixou de perceber durante seu afastamento.
5. De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado, o que seria classe?
Classe é o conjunto de cargos da mesma denominação.
6. O que quer dizer asseio?
Significa dizer que o agente público deve prezar pela conservação dos bens da instituição, por
exemplo.
7. No Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado, qual o instituto jurídico da
reversão?
A reversão ocorre quando o agente público aposentado por invalidez retorna à função pública,
pois o motivo que ensejou a aposentadoria não existe mais.
8. O que significa aproveitamento, de acordo com Art. 37 o Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado?
O aproveitamento é uma forma de provimento do servidor no cargo público. Ocorre quando o
servidor estava em disponibilidade depois que seu cargo foi extinto ou declarada sua
desnecessidade, então, ele fica aguardando até o momento em que poderá ser aproveitado.
O aproveitamento do servidor em disponibilidade é instituto relacionado à estabilidade, uma vez
que somente servidores estáveis podem ficar em disponibilidade e, conseqüentemente, serem
aproveitados a posteriori.
9. O que se entende por “ordem jurídica”, de acordo com a Lei Orgânica da Polícia Civil do
Estado de São Paulo?
A ordem jurídica é um conjunto de normas que orientam e limitam poderes, promovem e
protegem direitos fundamentais, bem como estabelecem como os agentes públicos devem atuar
no exercício da função pública.
10. Defina “ordem jurídica”: Ordem jurídica representa todo o sistema normativo que traz regras e
princípios responsáveis pela regulamentação da vida em sociedade. Logo, nenhuma norma pode
sere interpretada isoladamente.

11. Qual a diferença entre servidores e funcionários públicos?


Servidores são espécies de agentes públicos de direito, pois possuem vínculo jurídico e válido com
a administração. Eles estão submetidos a um estatuto e podem ser efetivo ou vitalício.
O termo funcionário público abrange àqueles que exercem a função administrativa.
12. Qual a natureza da relação jurídica dos funcionários públicos? Eles podem fazer greve?
Os funcionários públicos estabelecem uma relação de direito público com a administração. A
depender do tipo de agente público, o vínculo é diferente. Os servidores efetivos, por exemplo,
são estatutários. Eles podem fazer greve, mas devem seguir as normativas trazidas pela CLT até
que a lei específica seja criada. Cabe dizer, entretanto, que os agente da segurança pública não
podem fazer greve, como policiais civis, policiais militares, etc.
13. De acordo com a Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo, o que é
decadência, preclusão e prescrição?
A prescrição é a perda da pretensão que o poder público possui de apurar um fato e de,
eventualmente, responsabilizar o agente que o praticou. A administração possui um prazo para
atuar a partir do momento em que a conduta é praticada.
Decadência é a perda do direito potestativo, por sua vez, de modo que o particular não consegue
intervir na esfera jurídica alheia devido ao decurso do tempo.
Preclusão, por fim, é a estabilização de um fato devido a não manifestação da parte no processo.
14. Qual a diferença entre assiduidade e pontualidade?
A pontualidade alude à ideia de chegar no horário. A assuidade, por sua vez, está relacionada a
qualidade do serviço, a constância, etc.
15. Cite exemplos de “vida particular”, de acordo com a Lei Orgânica da Policia Civil do
Estado de São Paulo.
A LC 207/79 prevê alguns deveres que o agente público precisa observar no caso concreto, dentre
eles: manter uma conduta adequada na vida pública e privada. Vida privada é justamente aquele
espaço não aberto ao público, aquele lugar íntimo da pessoa.
16. De acordo com Art. 62, XIII da Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo,
quem é o patrono da polícia civil?
Tiradentes é o patrono da Polícia Civil, conforme o dispositivo em apreço.
17. Servidor Público subtrai bem da repartição, mas não tem facilidade maior por ser servidor. Por
qual crime ele responde? Se o funcionário público não tem facilidade maior por ser servidor ou
não se utilizar das facilidades que o cargo lhe proporciona para a subtração, incorrerá no crime de
furto.
18. Existe diferença entre servidores públicos e funcionários públicos?
O Regime Estatutário é aquele regido primariamente por leis, especialmente a famosa Lei nº
8.112/90 (Lei dos servidores públicos). Por meio dela já podemos encontrar um dos escopos que
abrange os servidores públicos: são trabalhadores investidos na carreira pública de maneira direta,
especificamente nos âmbitos da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Se o
servidor público atua em funções e órgãos da Administração Direta, o empregado público é aquele
locado em corporações associadas à Administração Indireta, como os correios e agências estatais
bancárias, por exemplo. A grande novidade do regime celetista é que se trata de uma relação
contratual, baseada nos princípios e benefícios da CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas). Assim,
apesar de ter algumas semelhanças com o cargo público, com remunerações acima da média e
alguns benefícios específicos, mais raros no setor privado, trata-se de um tipo completamente
distinto de trabalho. O regime celetista pode ser encontrado em cargos de entidades de direito
privado, fundações, empresas públicas ,autarquias e outras sociedades de economia mista.
19. O regime jurídico trabalhista do policial civil paulista é contratual?
O regime jurídico trabalhista do policial civil é o estatutário. O regime estatutário é composto de
regras que regem a relação dos Estados e dos servidores públicos com base no estatuto do ente
público. Assim, o servidor público que mantém vínculo com a União, obedece aos ditames da lei
federal 8.112/90. Enquanto os servidores estaduais têm seus direitos e deveres previstos nas
normas publicadas pelo Estado. Da mesma forma ocorre com os servidores municipais, que
regular-se-ão pelas leis municipais. O regime estatutário inclui o concurso público como forma de
provimento para selecionar os candidatos para os cargos vagos. Define também a possibilidade de
cargos de confiança e de cargos em comissão. Trata da forma de remunerar por subsídios alguns
cargos públicos. Além de falar da estabilidade e da forma como perder o cargo.
20. O Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo tem uma previsão no seu
Art. 8º sobre o termo “carreira”? Defina “carreira”.
Carreira é uma forma de organização de cargos públicos, pois denota o conjunto de cargos de
mesma natureza, com o mesmo conjunto de atribuições, que demandam idêntica preparação e
formação, estruturado de modo a prever graus ascendentes de responsabilidade e remuneração.
É este o sentido institucional ou objetivo de carreira.
* “Carreira é o conjunto de classes (que é o conjunto de cargos da mesma denominação)
escalonadas pelo nível de complexidade e responsabilidade.
20. O Delegado de Polícia pode fazer greve?
De acordo com recente julgado exarado pelo Supremo Tribunal Federal, a partir do informativo
860, O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais
civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
Ademais, é obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos
classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do Código de Processo Civil
(CPC), para vocalização dos interesses da categoria. A partir de uma interpretação teleológica dos
arts. 9º, 37, VII, e 144 da Constituição Federal (CF) veda a possibilidade do exercício de greve a
todas as carreiras policiais previstas no citado art. 144. Não seria necessário, ademais, utilizar de
analogia com o art. 142, § 3º, IV, da CF, relativamente à situação dos policiais militares. Frisa-se
que a Constituição tratou das carreiras policiais de forma diferenciada ao deixá-las de fora do
capítulo específico dos servidores públicos. Segundo o ministro, as carreiras policiais são carreiras
de Estado sem paralelo na atividade privada, visto que constituem o braço armado do Estado para
a segurança pública, assim como as Forças Armadas são o braço armado para a segurança
nacional. Diversamente do que ocorre com a educação e a saúde — que são essenciais para o
Estado, mas têm paralelo na iniciativa privada —, não há possibilidade de exercício de segurança
pública seja ostensiva pela Polícia Militar, seja de polícia judiciária pela Polícia Civil e pela Polícia
Federal, na União. Em outras palavras, não há possibilidade de nenhum outro órgão da iniciativa
privada suprir essa atividade, que, por si só, é importantíssima e, se paralisada, afeta ainda o
exercício do Ministério Público e do próprio Poder Judiciário. Por isso, imprescindível destacar que
a segurança pública, privativa do Estado, deve ser tratada de maneira diferenciada tanto para o
bônus quanto para o ônus. Observou, no ponto, que uma pessoa que opta pela carreira policial
sabe que ingressa num regime diferenciado, de hierarquia e disciplina, típico dos ramos policiais. É
um trabalho diferenciado, por escala, com aposentadoria especial, diverso das demais atividades
do serviço público. Os policiais andam armados 24 horas por dia e têm a obrigação legal de
intervenção e realização de toda e qualquer prisão em flagrante delito. Devem cuidar ainda da
própria segurança e de sua família, porque estão mais sujeitos à vingança da criminalidade
organizada do que qualquer outra autoridade pública. Justamente em razão dessas peculiaridades,
o ministro registrou a impossibilidade de os policiais participarem desarmados de reuniões,
manifestações ou passeatas.
Dito isso, resta claro a impossibilidade das forças policiais, incluído, assim, o Delegado de Polícia,
de realizar greves, pois representam o braço armado do Estado, são responsáveis por garantir a
segurança pública e a democracia.
21. O Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo fala do
“aproveitamento”. O que significa?
O aproveitamento é um tipo de provimento de cargo e está diretamente atrelado à
disponibilidade do servidor. De modo geral, ele se caracteriza pelo retorno à atividade do servidor
público colocado em disponibilidade em razão da extinção da função de origem. É importante
lembrar que este fato ocorre em razão de situações alheias à vontade do próprio empregado, haja
vista que a reorganização do quadro de pessoal se dá mediante a extinção de um órgão, cargo ou
da declaração de sua desnecessidade. Diante de tais circunstâncias, antes de ser reaproveitado, o
servidor passa por um processo de redistribuição e, sendo ela impraticável, poderá ele ser
aproveitado em cargo diferente, desde que os vencimentos sejam equivalentes às suas antigas
atribuições.
22. A Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo, no Art. 63, VI diz que são transgressões
disciplinares: negligenciar na execução e ordem legítima. Explique essa previsão normativa. Dê
um exemplo. Frisa-se, antes de tudo, que a Administração Pública é escalonada com a atribuição
das mais diversas funções aos servidores públicos, que são submetidos às normas e princípios que
buscam organizar e harmonizar o exercício das atividades públicas, dentre as quais se insere a
hierarquia. Tanto é assim, que o artigo 10, inciso II da Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São
Paulo estabelece a hierarquia e a disciplina no âmbito da Polícia. Dessa forma, entende-se como
transgressão disciplinar a negligência à execução de uma ordem legítima, como afronta direta à
noção de hierarquia existente nas carreiras da Polícia Civil de São Paulo. No que se refere a um
exemplo da referida conduta, pode-se citar o descumprimento, por parte de um escrivão de
polícia, de uma ordem, legítima do ponto de vista legal, de Delegado de Polícia, autoridade e
Presidente do Inquérito Policial.

23. De acordo com o Art. 63, XII da Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo diz
que são transgressões disciplinares: descurar da sua aparência física ou do asseio. O
que significa asseio?
Asseio, no sentido apresentado pela Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo significa o
descuido com sua higiene, limpeza, capricho.
24. A Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo, no Art. 63, XVI diz que “são
transgressões disciplinares utilizar para fins particulares, qualquer que seja o pretexto,
material pertencente ao Estado”. Delegado de Polícia que subtrai um clip da repartição
pública, para uso particular, configura essa hipótese do Art. 63? Comente.
No caso em apresso, de acordo com entendimento majoritário na doutrina, diante de condutas
com reduzido potencial ofensivo e preenchidos os requisitos exigidos pelo princípio da
insignificância, a Administração Pública pode deixar de aplicar uma penalidade ao servidor público.
Nesse sentido, é importante ressaltar que alguns princípios darão ensejo à aplicação do Princípio
da Insignificância no âmbito da administração pública, como o Princípio da Eficiência, da
Proporcionalidade e da Razoabilidade.
25. Extinto o cargo ou declarado sua desnecessidade, o que ocorrerá com o servidor
público estável? O que acontecerá com a remuneração de tal servidor?
Será colocado em disponibilidade, se estável e sua remuneração será proporcional ao tempo de
serviço até seu aproveitamento.
Se não for estável, será exonerado.
26. O que é o instituto da reintegração?
Tal instituto possibilita que o servidor demitido administrativamente reintegre ao cargo
anteriormente ocupado, por ordem judicial.
27. Como se faz o provimento inicial do cargo público?
O provimento inicial no cargo público é feito, como regra, pelo concurso público (regra geral
nos moldes da CR/88).
Excepcionalmente, pode ser por meio de nomeação sem concurso (mitigações à regra do
concurso público): cargos em comissão (de livre nomeação e exoneração por aquele o qual possui
atribuição) e servidores temporário (por lei + requisitos STF).
28. A instauração de apuração preliminar, pode ser causa para o afastamento preventivo
do policial civil?
Desde que a instauração preliminar encontre obstáculos colocados pelo policial civil se
valendo de suas funções, sim.
29. De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos, quais são as formas de
provimentos de cargos públicos?
Nomeação, transferência, reintegração, acesso, reversão, aproveitamento e readmissão.
30. O que se entende por acesso?
Acesso é a elevação do funcionário, dentro do respectivo quadro.
31. Quem são os particulares em colaboração com a Administração, quem são os agentes
públicos? Os permissionários e concessionários teriam uma denominação (uma
classificação) específica?
São as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado sem vínculo empregatício, com ou sem
remuneração. Os particulares em colaboração com o Poder Público podem ser classificados em:
particulares que receberam uma delegação do poder público; particulares em colaboração por
requisição, nomeação ou designação; gestores de negócios.
Os agentes públicos são quaisquer pessoas que sejam responsáveis, de forma definitiva ou
transitória, pelo desempenho de uma função pública. A nomenclatura “agentes públicos” é a mais
abrangente possível, assemelhando-se, inclusive, à prevista no art. 327, caput, CP.
32. Diferencie efetividade de estabilidade. A efetividade é condição da estabilidade?
A efetividade (é característica do cargo): relaciona-se ao ingresso por concurso público em cargos
efetivos. Servidor efetivo, pressupõe permanência. Designando o funcionário desde o instante da
nomeação.
A estabilidade (é atributo do servidor estatutário): que tenha sido nomeado em razão de concurso
público, garantindo-lhe o direito de permanecer no serviço público após o prazo de três anos de
efetivo exercício.
A efetividade é uma condição de estabilidade, na medida em que o servidor precisa de 3 anos de
efetivo exercício para adquirir a estabilidade.
33. A garantia de permanência no serviço público, do servidor estável, é absoluta?
Não, uma vez que o servidor público efetivo poderá perder o cargo através de sentença judicial
transitada em julgado e mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho.
34. A atual Constituição faz alguma remissão aos termos “servidor efetivo” e “cargo
efetivo”?
Sim, a constituição faz uma série de menções do termo cargo efetivo.
35. Como os Policiais Civis devem ser remunerados? Como os Policiais Civis são
remunerados? Como os Policiais Civis do Estado de São Paulo são remunerados?
Conforme o Art. 144, “caput” e §9º., da Constituição Federal, a remuneração dos policiais civis
deverá ser fixada nos moldes do Art. 39, §4º, da CRFB/88, ou seja, por meio de subsídio.
Diferentemente do que prescreve a Constituição Federal, os Policiais Civis do Estado de São Paulo
são remunerados por meio de vencimentos, nos moldes dos Arts. 41 e 42 da Lei Complementar
207/79.
36. A Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo prevê um tratamento específico
para aquele Policial Civil que vier a sofrer lesão no exercício de suas funções. O que
prevê a Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo nesse sentido?
Sim, de acordo com o Art. 47 da Lei Orgânica da Policia Civil, ao policial civil licenciado para
tratamento de saúde, em razão de moléstia profissional ou lesão recebida em serviço será
concedido transporte por conta do Estado para a instituição onde deva ser atendido.
37. Quais atribuições a Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo reservou ao
Conselho da Polícia Civil?
O Conselho da Polícia Civil do Estado de São Paulo detém competências consultivas.
Caberá, portanto:
I - propor a aprovação do Secretário da Segurança Pública: a) as diretrizes básicas dos concursos
de ingresso nas carreiras policiais civis especialmente no que se refere à composição de bancas
examinadoras e instruções especiais; b) as medidas que objetivem o aperfeiçoamento do serviço e
o bom conceito das carreiras policiais civis; c) a atribuição de prêmios, honrarias ou elogios aos
ocupantes de cargos das carreiras policiais civis; d) o seu Regimento Interno;
II - opinar sobre matéria relativa a: a) cursos de formação técnico-profissional; b) sindicâncias e
processos administrativos instaurados contra integrantes das carreiras policiais civis; c) pedidos de
reconsideração e recursos de ordem disciplinar interpostos ao Delegado Geral de Polícia; d)
pedidos de reintegração, readmissão, reversão, transferência e aproveitamento em cargos
policiais civis; e) outros assuntos que lhe forem submetidos pelo Secretário da Segurança Pública
ou pelo Delegado Geral de Polícia;
III participar da sessão solene do compromisso de posse dos Delegados de Polícia;
IV - processar os concursos de promoção da carreira de Delegado de Polícia.
O objetivo deste post é fornecer informações importantes aos Policiais Civis em relação à
estrutura e funcionamento dos Departamentos Policiais.
38. O servidor público concursado, depois de um determinado período, adquire a
vitaliciedade?Qual é a diferença entre estabilidade e vitaliciedade?
A Estabilidade é direcionada a Agentes Públicos da Administração direta, Autarquias e Fundações
Públicas de Direito Público, enquanto a Vitaliciedade é uma “estabilidade especial”, direcionada a
Membros do Judiciário (Magistrados, Ministros), do Ministério Público (Procuradores,
Promotores) e do Tribunal de Contas (Ministros).
Os cargos vitalícios são listados, taxativamente, na CF/88, sendo INCONSTITUCIONAL estender a
vitaliciedade a outras carreiras como Delegados e Defensores Públicos, por exemplo.
A perda do cargo diante dos agentes vitalícios se dá exclusivamente com sentença TJ.

39. Na Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo está previsto algum órgão
colegiado?

40. A Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo prevê o descumprimento dos
deveres e transgressões disciplinares. Existe diferença entre essas duas figuras?
A LOPCSP prevê em seu artigo 62 os deveres do policial civil e no artigo 63 as transgressões
disciplinares.
A transgressão disciplinar é toda ação contrária aos preceitos estatuídos no ordenamento jurídico
pátrio ofensiva à ética, aos deveres e às obrigações, mesmo na sua manifestação elementar e
simples, ou, ainda, que afete a honra pessoa e o decoro da classe.
41. Quando cabe a apuração preliminar nos ternos da Lei Orgânica da Polícia Civil do
Estado de São Paulo?
Artigo 85 da LOPCSP - A autoridade corregedora realizará apuração preliminar, de natureza
simplesmente investigativa, quando a infração não estiver suficientemente caracterizada ou
definida autoria.
42. Quais são as formas de vacância dos cargos públicos?
Exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria ou falecimento.
43. A exoneração tem caráter punitivo?
Não, trata-se de ato administrativo, sem caráter punitivo, podendo se dar por iniciativa do Poder
Público ou do agente, que também é apto a pedir a sua exoneração. Ou, ainda, se o agente não
entra em exercício no prazo legal.
44. Existe demissão a pedido?
A demissão do serviço público é uma penalidade em razão da prática de uma falta grave pelo
servidor público.
45. Adquirida a estabilidade qual a consequência imediata ao servidor público
Ele não pode perder o cargo público, salvo 4 situações: 1) decisão judicial transitada em julgado, 2)
decisão administrativa que observe a ampla defesa 3) avaliação periódica de desempenho que
também observe a ampla defesa 4) Corte de gastos com pessoal (LRF).
46. Cite três espécies de licença que o servidor paulista tem direito. A Lei 10.261 de 1968 traz
algumas espécies de licença que o servidor público do Estado de São Paulo possui, quais sejam,
licença para tratar de doença de pessoa da família (parente até o segundo grau), para tratar de
questões particulares e para prestar serviço militar.
47. O que é vacância de cargo?
A vacância ocorre quando o cargo fica “vazio”, “vago”, o que pode ocorrer em casos de
falecimento do servidor, exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, etc.
48. E para o servidor público paulista quais são as espécies de vacância?
A Lei 10.261 de 1968 traz como espécies de vacância: exoneração, demissão, aposentadoria,
falecimento. Há previsão expressa também da transferência e do acesso, contudo, essas hipóteses
são consideradas inconstitucionais pelos Tribunais Superiores, pois admitem que uma pessoa
exerça um cargo sem prévia aprovação em concurso público.
49. Segundo o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, o que
significa o instituto do reaproveitamento do servidor público?
O reaproveitamento ocorre quando o servidor que estava em disponibilidade devido a extinção de
seu cargo volta à função pública para exercer um cargo que seja compatível com o seu anterior.
50. O que significa dizer que o servidor público foi posto em disponibilidade?
A disponibilidade ocorre quando o servidor ESTÁVEL:
1. Teve seu cargo extinto.
2. Declarada sua desnecessidade.
Então, ele fica aguardando até o momento de seu reaproveitamento. Durante esse período, outro
cargo não pode ser criado e o servidor recebe proporcionalmente pelo período de trabalho
realizado.
51. De acordo com o Estatuto dos servidores públicos civis do Estado de São Paulo,
diferencie remuneração de vencimentos.
A remuneração é o valor que o agente público recebe e que abrange o vencimento (valor fixo
previsto em lei) com os acréscimos (adicionais, ajuda de custo, diárias, etc.)
52. Existe reintegração administrativa? (A própria Adm. Invalida o ato demissório?)
A LC 207/79 não faz menção expressa a essa nomenclatura. O artigo 65, parágrafo 2°, fala apenas
que o agente público volta ao cargo e recebe indenização pelo que deixou de perceber durante
seu afastamento quando demonstrado que ele não praticou o fato ou que o fato não existiu
53. O que se entende por estabilidade e como se dá?
Excelência, a estabilidade é uma prerrogativa constitucional prevista no artigo 41 da CF dos
servidores públicos ocupantes de cargos efetivos de permanência no serviço público, somente
podendo perder o cargo nas hipóteses previstas na CF e regulamentadas em lei. Possui o objetivo
de dar continuidade no serviço público, especialização e atuação dos servidores, garantindo
impessoalidade e atuação técnica.
A estabilidade alcança apenas servidores públicos estatutários. Os requisitos previstos na CF são
03 anos de efetivo exercício e avaliação especial de desempenho por comissão constituída com
esta finalidade.
54. Diferencie estabilidade de vitaliciedade.
Excelência, a vitaliciedade é uma garantia mais forte que a estabilidade, uma vez que há redução
das hipóteses de demissão do servidor. A vitaliciedade beneficia apenas os ocupantes de cargos
especificamente definidos na CF, quais sejam, ministros e conselheiros dos tribunais de contas,
magistrados e membros do MP, enquanto a estabilidade alcança servidores públicos efetivos
estatutários.
Enquanto o servidor vitalício somente pode perder o cargo em decorrência de sentença judicial
transitada em julgado, o servidor estável poderá perder o cargo em virtude de exoneração por
excesso de gastos orçamentários e demitido por sentença judicial transitada em julgado, por
processo administrativo disciplinar e por insuficiência de desempenho previsto em avaliação
periódica de desempenho.
Por fim, o prazo de estabilidade é de 03 anos de efetivo exercício juntamente com avaliação
especial de desempenho, enquanto a vitaliciedade se dá após o prazo definido pela CF de 02 anos
em procedimento semelhante ao estágio probatório.
55. Empregados públicos estão sujeitos ao estágio probatório?
Excelência, o estágio probatório é uma condição para que um servidor público efetivo adquira
estabilidade. Somente poderão adquirir estabilidade os ocupantes de cargo público efetivo
estatuários. Dessa forma, não podem alcançar a estabilidade e consequentemente a sujeição a
estágio probatório os ocupantes de cargos de provimento em comissão e os empregados públicos
em regra.
Contudo, existem duas exceções em que os empregados públicos podem adquirir estabilidade:
1. se em exercício há pelo menos 05 anos antes da promulgação da CF/88, ainda que admitidos
sem concurso público;
2. se completarem estágio probatório antes da entrada em vigor da emenda à CF nº 19/98 que
alterou o artigo 41 da CF, cujo prazo era de 02 anos.

56. O que caracteriza o abandono de cargo segundo a lei orgânica da policia civil?
Excelência, o abandono de cargo se configura quando o servidor público se ausenta
intencionalmente do serviço por período de 30 dias consecutivos. O abandono de cargo está
sujeito à pena de demissão.
Também é hipótese de demissão a ausência no serviço por 45 dias interpolados dentro do prazo
de 1 ano.
57. Em quais casos o servidor público deverá se afastar par cumprir mandato eletivo?
Excelência, consoante artigo 38 da CF, tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; se investido no mandato de Prefeito,
será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração e
investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma em relação ao Prefeito.
58. O que se entende por reversão?
R: Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público a pedido ou ex officio. A
reversão ex officio será feita quando insubsistentes as razões que determinaram a aposentadoria
por invalidez (artigo 35 da Lei nº 10261/68).
59. Qual a diferença entre exoneração e demissão?
A exoneração é o desligamento do servidor. Ela pode ocorrer a pedido do servidor público ou por
iniciativa da Administração.“A diferença é que exoneração não é uma punição. A pessoa é
exonerada ou porque ela pede para sair tanto do cargo efetivo ou do cargo em comissão, que é
aquele de livre nomeação e exoneração pela autoridade competente”.Outras situações que
também podem levar a exoneração são: quando não há interesse da Administração em manter
aquele servidor; por falta de limite orçamentário; quando após o estágio probatório o servidor não
é considerado habilitado para a função; e quando o servidor empossado em cargo público não
entra em exercício no prazo estabelecido.
Na demissão também ocorre o desligamento do servidor da Administração Pública, mas, neste
caso, o servidor é desligado do cargo que ocupa devido à prática de uma infração grave. A
demissão tem caráter de punição e poderá ocorrer, por exemplo, em casos de abandono de cargo,
inassiduidade habitual, crime contra a administração pública, dilapidação do patrimônio público.

60. De quem é a iniciativa para a exoneração?


A exoneração é o desligamento do servidor. Ela pode ocorrer a pedido do servidor público que não
pretende mais trabalhar naquele cargo da Administração, ou por iniciativa da Administração.
61. O titular de um cargo público pode acumular outros? E quem exerce cargo de
prefeito?
Em regra a Constituição Federal veda a acumulação de cargos públicos , nos termos do inciso XVI,
do artigo, exceto, quando houver compatibilidade de horários, e ainda observado, em qualquer
caso, o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b)a de um cargo de professor com
outro técnico ou cientifico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas; Em que tange ao cargo de prefeito, a Constituição Federal no art.
38,que o servidor investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
62. Agente público pode acumular dois cargos técnicos? E caso tenha se aposentado de um deles.
Em regra, é proibido o exercício simultâneo de mais de um cargo, emprego ou função na
administração pública; exceto dois cargos de professor; um cargo de professor com outro, técnico
ou cientifico; dois cargos privativos de profissionais da saúde, com profissões regulamentadas.
Portanto, o agente público não poderá acumular dois cargos técnicos, e essas regras também se
aplicam a aposentadoria.

63. O que é servidor estatutário estável? Ele pode ser exonerado?


É o servidor que tem a relação funcional regida por um estatuto (lei) do respectivo ente
federativo, o qual já superou a fase do estágio probatório, adquirindo a estabilidade; ao contrário
do celetista. A estabilidade do servidor público é adquirida após 3 anos de efetivo exercício, de
acordo com a Constituição Federal. A exoneração de servidor estável só pode ocorrer em casos
bem específicos: sentença judicial transitada em julgado; processo administrativo com
observância da ampla defesa; procedimento de avalição periódica de desempenho, na forma da
lei complementar e quando a despesa com pessoal exceder os limites.

64. O regime especial de trabalho policial caracteriza-se pela prestação de serviços em


condições precárias de segurança, cumprimento de horário irregular, sujeito a plantões
noturnos e a chamadas a qualquer hora; pela proibição do exercício de atividade
remunerada, exceto as de ensino e difusão cultural e as decorrentes de convênios; pelo
risco de o policial tornar-se vítima de crime no exercício ou em razão de suas atribuições.
Por condições precárias de segurança pode ser entendido que o trabalho policial é exercido em
locais que o risco do policial ser vítima de ataques é muito alto, além de ser um ambiente
insalubre, onde o policial está sujeito a contato direto com pessoas que estão gravemente
doentes.

Afastamento preventivo: o que é? Qual é a natureza dele na LOP? Pode em sede de apuração
preliminar? Quais autoridades competentes? O delegado de policia pode determinar
afastamento preventivo ao Governador?
O afastamento preventivo do policial civil é uma medida cautelar que pode acontecer quando da
instauração da sindicância ou processo administrativo (não sendo possível em sede de apuração
preliminar), ou, ainda, no curso, se houver conveniência para a instrução.
O delegado de Policia pode determinar esse afastamento sem prejuízo dos vencimentos ou
vantagens por até 180 dias, prorrogáveis uma vez por igual período, quando recomendar a
moralidade administrativa ou a repercussão do fato. Nesse caso, o delegado não poderia
determinar o afastamento preventivo do Governador.

8520) Todo servidor público possui estabilidade?


R: Excelência, não. A nomenclatura servidor público pode abranger agentes públicos em sentido
amplo: empregados públicos, agentes públicos por processo seletivo simplificado. Portanto,
empregados públicos não gozam de estabilidade no serviço público. Apesar de que segundo a
jurisprudência para que haja dispensa desses, deve-se motivar em ato formal a dispensa do
empregado público STF. Plenário. RE 589998 ED/PI, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
10/10/2018 (Info 919).
8521) O empregado público possui estabilidade?
R: Excelência, não. O empregado público não possui estabilidade. Mas, há garantia de que caso
seja dispensado tal dispensa seja motivado em ato formal. Como dito acima.
Cabe citar que ao lado da estabilidade ordinária, prevista no art. 41 da CRFB, existe a denominada
estabilidade extraordinária reconhecida pelo art. 19 do ADCT.
De acordo com a referida norma, são considerados estáveis (estabilização constitucional) os
servidores públicos civis federais, estaduais, distritais e municipais, da Administração direta, das
autarquias e das fundações públicas, em exercício há pelo menos cinco anos quando da
promulgação da Constituição e que não foram admitidos na forma do art. 37 da CRFB. De acordo
com o STF, o art. 19 do ADCT alcança apenas os servidores das pessoas jurídicas de direito público
e não se estende, portanto, aos empregados das pessoas jurídicas de direito privado. A
estabilização constitucional alcança os servidores públicos estatutários e celetistas que
preencheram o requisito temporal citado, mas não abrange os demais servidores que possuem
vínculo precário com a Administração, tais como os ocupantes de cargos em comissão, os
executores de funções confiança e outros cargos declarados por lei como de livre exoneração (art.
19, § 2.º, do ADCT).
8522) O que é estabilidade?
R: A estabilidade conseguida após três anos de efetivo exercício das funções públicas é uma
garantia constitucional ao agente público para que o mesmo não se sinta inquinado por pressões
políticas que lhe retirem a impessoalidade, moralidade de suas funções. Mas, ainda que pressões
políticas ocorram, para que o agente público seja exonerado do seu cargo por não corresponder
aos caprichos e paixões dos amigos da Corte, necessita-se de um processo administrativo ou
processo judicial em que lhe seja garantido o contraditório e ampla defesa.

 Segundo a Lei Orgânica da Polícia o que é sobrestamento?


O sobrestamento é a providência processual que suspende o processo disciplinar administrativo
até a decisão do procedimento judicial criminal correlato, com o fim de evitar a concorrência de
decisões conflitantes, notadamente quando se apuram os mesmos fatos em ambas as instâncias.
Por exemplo, no caso de servidor acusado da prática de um crime contra a administração pública.
Sendo assim, pode-se dizer que o sobrestamento do processo administrativo é um incidente
processual, tratando-se de uma medida excepcional e que deve ser motivada.

 Como fica o sobrestamento entre a instância penal e administrativa? Excelência, a questão


prejudicial no sistema processual penal é aquela cuja solução é obrigatória para que possa
enfrentar a questão principal. Nesse sentido, a norma processual penal prevê a suspensão do
processo, evitando-se decisões contraditórias.
No ambito administrativo, o sobrestamento uma vez decretado, impõe a suspensão do processo,
mas de forma alguma há relação de prejudicialidade. Isso porque, aplica-se o princípio da
independencia das instâncias, de modo que a solução na esfera criminal não é, necessariamente,
obrigatória para o enfrentamento da questão no âmbito administrativo. O que há, de fato, são
procedimentos correlatos sobre um mesmo fato, como por exemplo, na hipótese de um servidor
restar acusado da prática de crime, notadamente contra a Administração Pública. Nota-se que as
instâncias são independentes, mas em relação à delimitação da autoria e a própria existência do
crime (materialidade), uma vez decididas no juízo criminal, não poderão ser desconsideradas no
processo administrativo.
9098) Como fica a prescrição quando o processo está sobrestado?
Nos termos do art. 80, §4º da Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo, prescrição não corre
enquanto sobrestado o processo administrativo para aguardar decisão judicial, ou seja, junto com
a suspensão do processo suspende-se o curso do prazo prescricional, até que sobrevenha a
decisão do procedimento criminal.
9099) Absolvição criminal por falta de prova ou ausência de dolo exclui a punição administrativa
do policial?
Não. Sabe-se que o agente público que comete uma irregularidade no exercício de seu cargo, pode
ser processado e punido nas esferas administrativa, civil e penal. Em regra, essas três esferas são
independentes entre si: pela prática de uma mesma irregularidade, o agente pode ser punido em
uma esfera e absolvido em outra. Trata-se do chamado princípio da independência entre as
instâncias. Nesta perspectiva, deve-se entender que provas que não foram suficientes para uma
condenação penal, podem ser residualmente suficientes para a condenação na esfera
administrativa. É o que o STF nomeou de “resíduos administrativos”, a teor da súmula 18 do STF:
“Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição
administrativa do servidor público”.
PLUS: Cuidado com recente decisão da 6ª turma do STJ:
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM HABEAS CORPUS. AGRAVO EM
EXECUÇÃO. FALTA GRAVE. INDEPENDÊNCIA MITIGADA DAS INSTÂNCIAS. WRIT INDEFERIDO
LIMINARMENTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO.
1. A absolvição criminal só afasta a responsabilidade administrativa quando restar proclamada a
inexistência do fato ou de autoria.
2. Embora não se possa negar a independência entre as esferas - segundo a qual, em tese, admite-
se repercussão da absolvição penal nas demais instâncias apenas nos casos de inexistência
material ou de negativa de autoria -, não há como ser mantida a incoerência de se ter o mesmo
fato por não provado na esfera criminal e por provado na esfera administrativa. Precedente.
3. Em hipóteses como a dos autos, em que o único fato que motivou a penalidade administrativa
resultou em absolvição no âmbito criminal, ainda que por ausência de provas, a autonomia das
esferas há que ceder espaço à coerência que deve existir entre as decisões sancionatórias.
4. Agravo regimental provido a fim de determinar o cancelamento da falta grave apurada no
Procedimento Administrativo Disciplinar n.41/2017 (E-21/934137/2011) e de todos os efeitos dela
decorrentes.
(AgRg nos EDcl no HC 601.533/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado
em 21/09/2021, DJe 01/10/2021)
9100) Quando haverá alguma vinculação entre absolvição criminal com a administrativa?
Haverá comunicação das instâncias quando o agente for absolvido da seara penal por inexistência
do fato ou negativa de autoria. Nesse caso, o agente deverá ser absolvido em todas as instâncias.
CANDIDATO (A): FERNANDO DE MARCHI ETTRURI (PONTO 08)
9101) Como se dá a responsabilidade do servidor público?
Excelência, o servidor público que comete algum ilícito administrativo poderá responder pelo ato
nas instâncias civil, penal e administrativa. Essas responsabilidades possuem características
próprias, sofrendo gradações de acordo com as situações que podem se apresentar como
condutas irregulares ou ilícitas no exercício das atividades funcionais, possibilitando a aplicação de
diferentes penalidades, que variam de instância para instância. Dessa forma, o cometimento de
condutas administrativas irregulares ou o descumprimento de deveres funcionais dão margem à
responsabilidade administrativa; danos patrimoniais causados à Administração Pública ou a
terceiros ensejam a responsabilidade civil; e a prática de crimes e contravenções penais à
responsabilização penal.
9102) Como fica a responsabilidade nos atos de improbidade? É mais ampla essa
responsabilização?
Excelência, primeiramente, cumpre ressaltar que, improbidade administrativa, objeto da Lei nº.
8.429/92, significa o exercício de função, cargo, mandato ou emprego público sem observância
dos princípios administrativos da legalidade, da impessoalidade, da publicidade, da moralidade e
da eficiência. É o desvirtuamento do exercício público, que tem como fonte a má-fé.
Estão sujeitos às sanções por improbidade o agente público, o agente político, o servidor público e
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades da Administração Pública direta ou indireta, bem como os
agentes públicos que pratiquem atos de improbidade contra o patrimônio de entidade privada
que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou
governamentais; ou de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Essa lei também se aplica àquele
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de
improbidade. O ato de improbidade sujeita o agente, nos termos do artigo 37, § 4º, da
Constituição Federal, às sanções de suspensão dos direitos políticos, perda da função pública,
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei sem
prejuízo da ação penal cabível. A 8429/92 prevê como sanções a perda de bens e valores
ilicitamente acrescidos ao patrimônio; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos;
multa civil; e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios. Portanto, é possível afirmar que a responsabilização por improbidade
administrativa é uma responsabilização mais ampla, pois além de ensejar responsabilização em
vários aspectos pela própria lei de improbidade administrativa, a referida lei também dispõe que
poderá o agente ser submetido a sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e
administrativas previstas na legislação específica, independentemente da aplicação da lei de
improbidade administrativa.
9103) Como é a responsabilização dos agentes políticos?
Excelência, o servidor público que comete algum ilícito administrativo poderá responder pelo ato
nas instâncias civil, penal e administrativa. Essas responsabilidades possuem características
próprias, sofrendo gradações de acordo com as situações que podem se apresentar como
condutas irregulares ou ilícitas no exercício das atividades funcionais, possibilitando a aplicação de
diferentes penalidades, que variam de instância para instância. Dessa forma, o cometimento de
condutas administrativas irregulares ou o descumprimento de deveres funcionais dão margem à
responsabilidade administrativa; danos patrimoniais causados à Administração Pública ou a
terceiros ensejam a responsabilidade civil; e a prática de crimes e contravenções penais à
responsabilização penal.
9104) Qual a diferença entre responsabilidade civil e administrativa?
Excelência, a responsabilidade administrativa advém da obediência imposta ao servidor público às
regras de conduta necessárias ao regular andamento do serviço público. Nesse sentido, o
cometimento de infrações funcionais, por ação ou omissão praticada no desempenho das
atribuições do cargo ou função, ou que tenha relação com essas atribuições, gera a
responsabilidade administrativa, sujeitando o servidor faltoso à imposição de sanções
disciplinares.
Já a responsabilidade civil do servidor público consiste no ressarcimento dos prejuízos causados à
Administração Pública ou a terceiros em decorrência de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, no exercício de suas atribuições. A responsabilidade civil do servidor público perante a
Administração é subjetiva e depende da prova da existência de dano, de nexo de causalidade
entre a ação e o dano e também da culpa ou dolo de sua conduta, podendo ser este dano moral
ou material.
9554) A Administração pública pode reduzir o percentual de gratificação do servidor público,
constitucionalmente, vinculado à garantia da irredutibilidade do salário? A garantia da
irredutibilidade de salário deriva de qual direito ou princípio (qual é o fundamento da garantia
da irredutibilidade dos salários)? Salário é uma remuneração lícita?
Caso uma lei retire algum tipo de gratificação específica do salário levando a sua redução, o valor
bruto do rendimento salarial do servidor não pode ser reduzido, devendo ser matido o valor bruto
total sem aquela gratificação. A garantia constitucional da irredutibilidade dos vencimentos é
prevista na Constituição Federal, em seu art. 37, inciso XV, essa regra protege a renda do servidor
e evita que ele sofra redução salarial. Esse direito assegura que a remuneração do servidor público
é irredutível, portanto o valor da sua remuneração deve ser mantido, seja por pandemia, reforma
administrativa ou outros fatores. O fundamento de da irredutibilidade salarial é a proteção da
estabilidade financeira e a renda do servidor, funcionando como um instrumento que ajuda a
combater a corrupção e a garantir o andamento dos serviços públicos. Não entendi a pergunta
final. De qualquer forma vou trazer os conceitos: Salário é a contraprestação devida ao empregado
pela prestação de serviços, em decorrência do contrato de trabalho. Já a remuneração é a soma
do salário contratualmente estipulado (mensal, por hora, por tarefa etc.) com outras vantagens
percebidas na vigência do contrato de trabalho como horas extras, adicional noturno, adicional de
periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, gratificações, diárias para viagem entre
outras.
9555) A proposta de emenda constitucional que hoje tramita na Câmara dos Deputados, a qual
pretende mudar o sistema de previdência, poderia ter se iniciado no Senado Federal?
Não há previsão na Constituição de Casa Iniciadora obrigatória para a apresentação de uma PEC. A
tramitação de proposta de Emenda à Constituição pode ter início tanto na Câmara dos Deputados
quanto no Senado Federal, desde que a proposta seja de um terço, no mínimo, dos integrantes da
referida Casa.
9905) Servidor público de provimento efetivo vê seu cargo ser extinto, perderá seu vínculo com
a administração pública por conta dessa extinção?
R:Não, ele será redistribuído para outro órgão/entidade ou colocado em disponibilidade
Lei 8.112 art. 37   § 3o  Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o
cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e
31.         
9906) Aluno do curso de formação de delegado de polícia da ACADEPOL atropela culposamente
pessoa que veio visitar o museu da polícia, estará sujeita a alguma punição administrativa? Pela
lesão corporal culposa causada à vítima ele responderia por qual pena segundo a Lei Orgânica
da Polícia?
R:Não encontrada uma resposta mais adequada na LC 207.
Artigo 66 - A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo, que importe
prejuízo à Fazenda Pública ou a terceiros.
Parágrafo único - A importância da indenização será descontada dos vencimentos e vantagens e o
desconto não excederá à décima parte do valor destes.
Artigo 69 - Na aplicação das penas disciplinares serão considerados a natureza, a gravidade, os
motivos determinantes e a repercussão da infração, os danos causados, a personalidade e os
antecedentes do agente, a intensidade do dolo ou o grau de culpa.
9907) A instauração de sindicância exige apuração preliminar?
R:Como regra não, apenas quando a infração não estiver suficientemente caracterizada ou
definida autoria.
9908.1) O Governador pode punir por transgressão disciplinar?
R:Sim, ele pode punir em todas as penas elencadas no art. 67, e possui competência exclusiva para
a aplicação das penas de demissão, demissão a bem do serviço público e cassação de
aposentadoria ou disponibilidade

9908.2) Qual seria o procedimento de apuração da transgressão disciplinar?


R:A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou processo administrativo (art. 87, LC
207)
Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas
de advertência, repreensão, multa e suspensão. (art. 88, 207)
Artigo 89 - Será obrigatório o processo administrativo quando a falta disciplinar, por sua natureza,
possa determinar a pena de demissão, demissão a bem do serviço público, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade. .

9929) Nos termos do Estatuto dos Funcionário Públicos Civis do Estado de São Paulo, é possível a
readmissão a pedido?
R: a mencionada lei não dispõe explicitamente acerca da “readmissão a pedido”.
Artigo 39 - Readmissão é o ato pelo qual o ex-funcionário, demitido ou exonerado, reingressa no
serviço público, sem direito a ressarcimento de prejuízos, assegurada, apenas, a contagem de
tempo de serviço em cargos anteriores, para efeito de aposentadoria e disponibilidade.
§ 1º - A readmissão do ex-funcionário demitido será obrigatoriamente precedida de reexame do
respectivo processo administrativo, em que fique demonstrado não haver inconveniente, para o
serviço público, na decretação da medida.
§ 2º - Observado o disposto no parágrafo anterior, se a demissão tiver sido a bem do serviço
público, a readmissão não poderá ser decretada antes de decorridos 5 anos do ato demissório.
Artigo 40 - A readmissão será feita no cargo anteriormente exercido pelo ex-funcionário ou, se
transformado, no cargo resultante da transformação.
9930) É possível a reversão da aposentadoria por invalidez?
Há a previsão da reversão da aposentadoria por invalidez no Estatuto dos Funcionário Públicos
Civis do Estado de São Paulo?
R: Sim. Nos termos dos dispositivos dispostos abaixo.
Artigo 35 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público a pedido ou ex-
officio.
§ 1º - A reversão ex-officio será feita quando insubsistentes as razões que determinaram a
aposentadoria por invalidez.
§ 4º - A reversão só poderá efetivar-se quando, em inspeção médica, ficar comprovada a
capacidade para o exercício do cargo.
9931) De acordo com a Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo, policial civil, a quem
se atribui a pratica de constrangimento ilegal, estará sujeito a qual penalidade administrativo no
âmbito disciplinar?
R: Não há dispositivo específico acerca do crime de constrangimento ilegal. Porém a lei traz no rol
de trangressões dispostos no art. 63 a prática de ato definido em lei como abuso de poder no qual
o constrangimento ilegal pode ser inserido.
Artigo 63 - São transgressões disciplinares:
XLIX - praticar ato definido em lei como abuso de poder;
Quais são as autoridades competentes para aplicar essa penalidade?
R: A LC 207 dispõe um rol acerca das autoridades competentes para aplicar as penas disciplinares
de demissão, demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade.
As demais penalidades são: advertência, repreensão,multa e  suspensão.
Desta forma é de se inferir que no caso da prática de constrangimento ilegal caberia advertência e
repreensão uma vez que a pena de suspensão (pode ser convertida em multa) é aplicada nos
casos de descumprimento dos deveres e transgressão disciplinar, ocorrendo dolo ou má fé ou no
caso de de reincidência em falta já punida com repreensão.
O rol de autoridade disposto no art. 70 poderá aplicar tais penas.
Artigo 70 - Para a aplicação das penas previstas no artigo 67 são competentes: .
I - o Governador; .
II - o Secretário da Segurança Pública; .
III - o Delegado Geral de Polícia, até a de suspensão; .
IV - o Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, até a de suspensão limitada a 60 dias; .
V - os Delegados de Polícia Corregedores Auxiliares, até a de repreensão.
Observação: se o autor do Constrangimento Ilegal for Delegado de Polícia as autoridades
competentes serão àquelas autoridades enumeradas no art 70 , até o inciso III.
9932) Há alguma distinção ontológica entre a demissão e a demissão a bem do serviço público?
9933) O que é demissão atípica em Direito Administrativo?
R: no direito administrativo só existem atos típicos ou seja os atos precisam estar previstos em lei.
e o ato que não está previsto na lei não poderá de forma nenhuma ser praticado. Exemplo:
demissão atípica(o servidor é demitido pelo art. 132 da lei 8112/90 -forma típica). Entretanto, se
ele for demitido por se negar a passar por uma inspeção médica será esse ato configurado como
ilícito, visto que não há possibilidade de demissão expressa na lei. concluir se então, que no Direito
Administrativo todo o ato atípico é considerado ilícito
10600) O que é reintegração de acordo com o Estatuto dos Servidores Públicos Paulistas?
A reintegração é o reingresso do funcionário no serviço público, em virtude de decisão judicial
transitada em julgado.
10601) O que é readmissão?
Readmissão é o ato pelo qual o funcionário exonerado reingressa no serviço público, sem direito a
qualquer ressarcimento e sempre por conveniência da Administração.
A readmissão dependerá da existência de vaga e da observância das exigências legais quanto à
primeira investidura.
A readmissão dar-se-á de preferência no cargo anteriormente ocupado, podendo, no entanto,
verificar-se em outro de igual referência de vencimento, respeitada a habilitação profissional.
10602) Qual a diferença entre cargo, emprego e função pública?
Cargo público é aquele ocupado por servidor público;
Emprego público é aquele ocupado por empregado público que pode atuar em entidade privada
ou pública da Administração indireta;
Função é um conjunto de atribuições destinadas aos agentes públicos, abrangendo à
função temporária e a função de confiança.
10597) Conceitue processo administrativo disciplinar.
O processo administrativo disciplinar é um instrumento pelo qual a administração pública exerce
seu poder-dever para apurar as infrações funcionais e aplicar penalidades aos seus agentes
públicos e àqueles que possuem uma relação jurídica com a administração.
10598) Conceitue o princípio da oficialidade.
Este é o princípio que consiste na atribuição de impulso oficial à Administração, cabendo a ela a
função de conduzir o andamento do processo administrativo, adotando todas as medidas
necessárias à sua adequada instrução, visando a uma decisão final justa.
CANDIDATO (A): JOAO VITOR MARIA HEREDIA (PONTO 08)
10599) O que se entende por servidores públicos?
Servidor público são todos aqueles que mantêm vínculo de trabalho profissional com os órgãos e
entidades governamentais, integrados em cargos ou empregos da União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e suas respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia
mista.

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