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AGENTES PUBLICOS

DIREITO ADMINISTRATIVO I

SERGIO PESSOA
AGENTE PUBICO

Vocês já pensaram por que, realmente, existem agentes públicos?

A resposta é relativamente simples.

O Estado tem atribuições a serem cumpridas. E tais atribuições não são


efetivamente desempenhadas pelo Estado, pois este é um ser, uma pessoa,
imaterial, ou seja, sem existência física, enfim, o Estado não tem pernas e
sequer braços.

Desse modo, é necessário que alguém “materialize” a atuação do Estado.


Nesse contexto, surgem os agentes públicos
AGENTE PUBLICO
CONCEITO:

Hely Lopes Meirelles, complementa este conceito afirmando que agentes


públicos são pessoas físicas responsáveis, seja de modo definitivo ou
transitório, do exercício de alguma função estatal conferido a órgão ou
entidade da Administração Pública.

“todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função”.

São todas as pessoas que exercem função pública.


AGENTE PUBICO
CONCEITO:
AGENTE PUBLICO

A Constituição Federal de 1988 tem duas seções especificamente dedicadas


ao tema dos agentes públicos: Seções I e II do Capítulo VII do Título III, tratando
respectivamente dos “servidores públicos civis” (arts. 37 e 38) e dos “militares
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios” (art. 42).
CLASSIFICANDO OS AGENTES PÚBLICOS

O gênero agentes públicos comporta diversas espécies:

a) agentes políticos;
b) ocupantes de cargos em comissão;
c) contratados temporários;
d)agentes militares;
e) servidores públicos estatutários;
f) empregados públicos;
g) particulares em colaboração com a Administração (agentes
honoríficos).
CLASSIFICANDO OS AGENTES PÚBLICOS

A) Agentes políticos

Os agentes políticos exercem uma função pública (munus publico) de alta direção
do Estado. Ingressam, em regra, por meio de eleições, desempenhando mandatos
fixos ao término dos quais sua relação com o Estado desaparece
automaticamente.

São aqueles que compõem os altos escalões do Poder Público, responsáveis pela
elaboração das diretrizes de atuação governamental, possuindo atribuições
próprias previstas na Constituição, desempenhando funções de direção,
orientação e supervisão geral da administração.
CLASSIFICANDO OS AGENTES PÚBLICOS

A) Agentes políticos

EX: Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeitos) e


seus auxiliares (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais),
membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados Federais e
Estaduais e Vereadores), Magistrados, Membros do Ministério Público
(Procuradores e Promotores), Membros dos Tribunais de Contas
CLASSIFICANDO OS AGENTES PÚBLICOS

B) Ocupantes de cargos em comissão:

Conhecidos popularmente como “cargos de confiança”, os cargos em comissão ou


comissionados estão reservados a atribuições de direção, chefia e assessoramento
(art. 37, V, da CF).

Tais cargos são acessíveis sem concurso público, mas providos por nomeação
política. De igual modo, a exoneração é ad nutum, podendo os comissionados ser
desligados do cargo imotivadamente, sem necessidade de garantir contraditório,
ampla defesa e direito ao devido processo legal.

Exemplos: cargos em comissão os de assessoria parlamentar e os subprefeitos


CLASSIFICANDO OS AGENTES PÚBLICOS

B) Ocupantes de cargos em comissão:

Não se deve confundir, porém, cargo de confiança (comissionado) com função de


confiança. As funções de confiança também se relacionam exclusivamente com
atribuições de direção, chefia e assessoramento (art. 37, V, da CF), mas só podem
ser exercidas por servidores de carreira. Pressupõem, portanto, que o indivíduo
que irá exercer a função de confiança pertença aos quadros de pessoal da
Administração.

Exemplo: a função de chefia na procuradoria do município só pode ser exercida


por um procurador concursado.
CLASSIFICANDO OS AGENTES PÚBLICOS
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C) CONTRATADOS TEMPORÁRIOS:

O art. 37, IX, da Constituição Federal prescreve que “a lei estabelecerá os casos
de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público”

Nos termos do art. 2º da Lei n. 8.745/93, considera-se necessidade temporária


de excepcional interesse público:
I – assistência a situações de calamidade pública;
II – assistência a emergências em saúde pública;
III- admissão de professor substituto e professor visitante;
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C) CONTRATADOS TEMPORÁRIOS:

Importante observar que o recrutamento para contratação temporária prescinde


de concurso público, mas deve ser feito por processo seletivo simplificado (art.
3º).

Entretanto, nos casos de calamidade pública ou emergência ambiental o processo


seletivo simplificado é dispensado.

O prazo máximo de duração da contratação temporária varia entre 6 meses a 4


anos, conforme o art. 2º da Lei n.8.745/93
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D) AGENTES MILITARES:

Os agentes militares formam uma categoria à parte entre os agentes públicos na


medida em que as instituições militares são organizadas com base na hierarquia e
na disciplina.

Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças militares possuem


vinculação estatutária, e não contratual, mas o regime jurídico é disciplinado por
legislação específica diversa da aplicável aos servidores civis.
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E) SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS:

O regime estatutário é regime comum de contratação de agentes públicos pela


Administração Direta, isto é, União, Estados, Distrito Federal e Municípios, assim
como pelas pessoas jurídicas de direito público da Administração Indireta, como
autarquias, fundações públicas e associação.

Os servidores estatutários são selecionados por concurso público para ocupar


cargos públicos, tendo vinculação de natureza estatutária não contratual, e
adquirem estabilidade após se sujeitarem a um estágio probatório.
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E) SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS:

A principal vantagem conferida aos estatutários é a estabilidade adquirida após o


estágio probatório.

Segundo o art. 41, § 1º, da Constituição Federal, o servidor estável só perderá o


cargo por:
a) sentença judicial transitada em julgado;
b) processo administrativo disciplinar;
c) avaliação periódica de desempenho.

Além dessas três formas, é possível ser decretada a perda do cargo também para
redução de despesas com pessoal.
CLASSIFICANDO OS AGENTES PÚBLICOS

E) SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS:

Há três cargos públicos vitalícios:

• magistrados,
• membros do Ministério Público e
• membros dos Tribunais de Contas

Adquirida a vitaliciedade, a perda do cargo somente pode ocorrer por sentença


judicial transitada em julgado.
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F) EMPREGADOS PÚBLICOS

Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar


empregos públicos, tendo uma vinculação contratual com o Estado regida pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Por isso, são conhecidos como
“celetistas”.

Os empregados públicos não têm a estabilidade típica do regime estatutário.


Entretanto, isso não quer dizer que o empregado público possa ser demitido
livremente, como um empregado comum.
Os empregados públicos somente podem sofrer demissão motivada e após
regular processo administrativo, observadas as garantias do contraditório e da
ampla defesa
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F) EMPREGADOS PÚBLICOS

Súmula 390:

“Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia


mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público,
não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988”
CLASSIFICANDO OS AGENTES PÚBLICOS

G) PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM A ADMINISTRAÇÃO


(AGENTES HONORÍFICOS)

Os particulares em colaboração com a Administração constituem uma


classe de agentes públicos, em regra, sem vinculação permanente e
remunerada com o Estado.

Os particulares em colaboração com a Administração, mesmo atuando


temporariamente e sem remuneração, podem praticar ato de
improbidade administrativa (art. 2º da Lei 8.429/92).

EX: mesários e convocados para o serviço militar


DIREFENÇA

Agentes administrativos: exercem uma atividade pública de natureza


profissional e remunerada, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico
próprio da entidade.

Os agentes administrativos são classificados em: servidores públicos,


empregados públicos e temporários.
DIREFENÇA

• Servidores públicos: são agentes administrativos que mantêm relação


funcional
com o Estado, de caráter estatutário, sendo titulares de cargos públicos de
provimento efetivo ou em comissão

Exemplos: analista previdenciário do INSS e fiscal do IBAMA.

• Empregados públicos: também mantêm relação funcional com Estado, porém


de caráter contratual trabalhista, sendo regidos basicamente pela CLT.

Exemplos: empregados do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobrás e


Correios.
DIREFENÇA

• Temporários:

São agentes contratados por tempo determinado para atender necessidade de


excepcional interesse público, como está previsto no art. 37, IX da CF.

Não possuem cargo, nem emprego público, apenas exercem uma função pública
remunerada temporária e o seu vínculo com administração pública é contratual.

Exemplos: professores substitutos em universidades federais e contratados para


auxiliar em casos de calamidade pública.
Estabilidade - Servidores Públicos gozam de estabilidade;

Art. 41 CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;


II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de
lei complementar, assegurada ampla defesa.
E os membros do Poder Judiciário? Estes são considerados Agentes Políticos?

O STF possui entendimento neste sentido:

EMENTA: - (...) Os magistrados enquadram-se na espécie agente político,


investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de
plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas
próprias e legislação específica. (...)
ACUMULAÇÃO DE FUNÇÃO

Acumulação é vedada, sendo proibida a acumulação remunerada ou não


remunerada de cargos e empregos públicos. A proibição alcança aos cargos
(efetivos ou em comissão), empregos e funções na administração direta e
indireta – art. 37, inciso XVII da Constituição Federal.

Contudo, a CF estabelece, de modo taxativo, os casos excepcionais em que a


acumulação é permitida, são eles:

• O caso de dois cargos de professor;


• O caso de um cargo de professor com outro de técnico ou científico;
• E o caso de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas.
ACUMULAÇÃO DE FUNÇÃO

Quando o servidor estiver em atividade e resolver assumir um mandato


eletivo, em regra esse não poderá acumular, só sendo possível no caso de
mandato eletivo de vereador quando o horário de trabalho dos dois cargos for
compatível, sendo essa a segunda hipótese em que acumulação é possível no
país.
Duvidas?
▪ @sepessoa
▪ sergio.pessoa@grupounibra.com

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