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APOSTILA ADMINISTRATIVO 2:
Unidade 4 e 5
2023/02
UNIDADE 4 -
AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO
Segundo Hely Lopes Meirelles, agentes públicos são pessoas físicas responsáveis,
seja de modo definitivo ou transitório, do exercício de alguma função estatal conferido a
órgão ou entidade da Administração Pública.
Ainda, a Lei nº 8.429 conceitua os agentes públicos em seu art. 2º como:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente
público o agente político, o servidor público e todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
Ademais, a Lei nº 8.112/90 os classifica como “a pessoa legalmente investida em
cargo público”. Dessa forma, nota-se que é por meio dos agentes que o Estado exerce suas
atividades e funções.
CLASSIFICAÇÃO
ATENÇÃO!!!
Todo cargo ou emprego público tem função, mas pode haver função sem cargo e
sem emprego.
PARA ESTUDAR!!!!
QUESTÕES
Ano: 2023; Banca: Escola Judicial do Amapá – EJAP; Prova: EJAP - TJ AP -
Residência Jurídica - 2023
A - honorífico e credenciado.
B - delegado e credenciado.
C - credenciado e delegado.
D - político e jurídico.
E - políticos-jurídicos.
REGIME JURÍDICO
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
Diante disso, nota-se que os brasileiros podem ocupar todos os cargos, empregos e
funções, desde que obedeçam aos requisitos previstos em lei. Enquanto isso, os estrangeiros
apenas podem ocupar cargos, empregos e funções quando houver lei expressamente
autorizando.
O objetivo do concurso público está fundamentado na vedação às contratações
pautadas em critérios subjetivos, tal como o apadrinhamento e a nomeação de pessoas em
troca de benefícios, garantindo e observando os princípios da impessoalidade, moralidade,
isonomia e legalidade.
Assim, o concurso público observa a existência de 4 critérios:
1. Objetividade de seleção
2. Validade de 2 anos, admitida uma prorrogação por igual período
3. Impessoalidade, moralidade e isonomia
4. Ampla publicidade ao edital
ATENÇÃO!!!
Quanto à observação do limite de idade, o STF possui o entendimento que tal
limitação só é válida quando for decorrente das necessidades do cargo.
Súmula n. 683, STF O limite de idade para a inscrição em concurso
público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF/88, quando possa
ser justificado pela natureza das atribuiçõesdo cargo a ser preenchido.
Súmula n. 684, STF É inconstitucional o veto não motivado à participação
de candidato a concurso público.
Ademais, o exame psicotécnico somente pode ser exigido do candidato se for
previsto em lei:
Súmula Vinculante n. 44: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico
a habilitação de candidato a cargo público.
Com a aprovação dentro do número de vagas, o candidato para a ter direito
subjetivo à nomeação:
Súmula n. 15, STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato
aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargofor preenchido sem
observância da classificação
REMUNERAÇÃO
O sistema remuneratório da administração pública é dotado de 3 formas: o subsídio,
os vencimentos e o salário.
O subsídio, caracteriza-se por ser a forma de pagamento realizada em parcela única,
sobre a qual é vedado o acréscimo de qualquer tipo de gratificação, adicional ou verba de
representação. Segundo a Constituição Federal, todas as classes de servidores podem
receber por meio de subsídio, desde que alterem a lei que regula a respectiva carreira
funcional.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão conselho de política de administração e
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados
pelos respectivos Poderes
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, X e XI.
Já vencimento é um conceito mais restrito, pois consiste na retribuição pecuniária
pelo exercício do cargo público, com valor fixado em lei, e por isso apresenta uma
possibilidade bem menor de variação.
Por fim, o salário é o valor pago aos empregados públicos, visto que são regidos pela
CLT.
A CF/88 estabeleceu o teto e alguns subtetos constitucionais, objetivando limitar as
remunerações atendidas com o erário público. Posteriormente, o texto original da
Constituição foi alterado pelas Emendas Constitucionais n° 19/1998 e 41/2003.
O teto remuneratório consiste em um valor máximo (um limite) estabelecido pela
CF/88 para as remunerações percebidas pelos agentes públicos. Por outro lado, a Carta
Magna também estabeleceu alguns subtetos, que variam de acordo com o ente federativo e
com o Poder ao qual se vincula o agente público. Dessa forma, existe um teto geral que deve
ser observado, além de subtetos para os Estados, DF e Municípios:
ACUMULAÇÃO
Além da natureza dos cargos, para que a acumulação de cargos seja considerada legal
é necessário verificar a compatibilidade entre as jornadas exercidas, a qual não se verifica
apenas pela não sobreposição de horários dos dois vínculos, mas também pela verificação
de intervalos razoáveis para repouso, alimentação e percurso a ser percorrido entre os locais
de trabalho.
O parágrafo XVII do art. 37 da CF/1988 frisa que a proibição de acumular estende-
se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público. Ademais, ainda é considerada lícita a acumulação de:
PARA ESTUDAR!!!
QUESTÕES:
Ano: 2023; Banca: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ; Prova:
UFRRJ - UFRRJ - Auditor - 2023
A - parcialmente rejeitado, pois ele pode acumular os cargos, mas não contar o tempo de
contribuição previdenciária em outro ente federativo.
B - rejeitado, pois não é possível acumular cargo público ou contar o tempo de
contribuição previdenciária em outro ente federativo.
C - parcialmente rejeitado, pois ele não pode acumular os cargos, mas pode contar o
tempo de contribuição previdenciária em outro ente federativo.
D - acolhido em sua totalidade, pois ele tanto pode acumular os cargos quanto contar o
tempo de contribuição previdenciária em outro ente federativo.
E - parcialmente rejeitado, pois ele somente poderia contar o tempo de contribuição
previdenciária no cargo estadual no período em que acumulasse o cargo federal.
APOSENTADORIA
Os servidores públicos, após entrarem em exercício, passam a ser regidos por um
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Todavia, essa aplicação não são válidas para
todos os agentes públicos, somente aos servidores públicos esfetivos. Ademais, os
servidores que ocupem exclusivamente cargo em comissão, os empregados públicos, os
agentes temporários e os titulares de mandato eletivo, são regidos pelas regras do Regime
Geral de Previdência Social.
Na realidade, existem vários Regimes Próprios de Previdência Social, pois além da
União, cada Estado ou Município deve possuir o seu próprio RPPS.
Importante destacar que algumas categorias de servidores públicos têm regras
diferenciadas de aposentadoria, como professores de ensino básico, agentes penitenciários,
servidores do Poder Legislativo e Policiais.
POSSE
A posse é o momento no qual o servidor aceita formalmente as atribuições do cargo,
emprego ou função que exercerá, mediante assinatura do termo de posse. A posse só existe
nos casos de provimento de cargo por nomeação e será efetivada pela assinatura do
respectivo termo, no qual deverão constar: as atribuições, os deveres, as responsabilidades
e os direitos inerentes ao cargo ocupado. Nenhum dos itens acima poderá sofrer alteração
unilateral, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei específica.
O prazo para a posse é de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.
A lei também admite posse por procuração, sendo que no ato da posse, o servidor
deverá: (i) apresentar declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e (ii)
apresentar declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função
pública. (iii) realizar prévia inspeção médica oficial e ser julgado apto física e mentalmente
para o exercício do cargo.
EXERCÍCIO
Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de
confiança. Inicia-se o exercício após o servidor ter apresentado ao órgão competente os
elementos necessários ao seu assentamento individual.
Promoção
É o movimento ascendente dentro da mesma carreira, com acréscimo de
vencimentos e responsabilidades (movimento vertical - cargo em carreira previsto em lei).
Atualmente, um dos requisitos para promoção é a participação em cursos de formação e
aperfeiçoamento.
Outros
1. Teoria da Irresponsabilidade: para esta teoria, o rei não podia errar, pois era o
próprio poder, a expressão do poder divino. Deste modo, também não poderia
equivocar-se na escolha de seus agentes, impossibilitando a responsabilização do
Estado;
2. Teoria da Responsabilidade Subjetiva: passou-se a admitir que o Estado fosse
obrigado a reparar eventuais danos causados. Entretanto, era necessário demonstrar
a intenção (culpa em sentido amplo) do agente em causar o dano;
3. Teoria Publicista / Teoria da Culpa Administrativa: para esta teoria, é
desnecessária a demonstração de culpa do agente, devendo o particular que sofreu o
dano comprovar a ocorrência de qualquer das seguintes hipóteses: serviço mal
prestado, serviço prestado de forma ineficiente ou serviço prestado com atraso;
4. Teoria do Risco Administrativo / Teoria Objetiva (adotada): para esta corrente,
não é necessária a comprovação de dolo ou culpa, visto que as atividades realizadas
pelo Estado possuem riscos próprios e inerentes que podem causar danos aos
particulares, os quais devem ser suportados por toda a coletividade, pois o Estado
age em função dela. Essa teoria encontra-se fundamentada no art. 37, § 6º da
Constituição:
[...]
Sobre a responsabilidade civil por omissão, vejamos o que diz o autor Celso
Antônio Bandeira de Mello:
2. Atos judiciais: em regra, o Estado não responde, exceto quando se tratar de erro
judiciário e prisão além do tempo (não se aplica a prisão preventiva, nem prisão
temporária), quando o juiz agir com fraude/dolo ou não cumprir providência de
ofício ou requerimento da parte.
PARA ESTUDAR!!!
QUESTÕES
Ano: 2023; Banca: Instituto Consulplan; Prova: Instituto Consulplan - FEPAM -
Analista - Área: Advogado - 2023
A - As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros.
B - As pessoas jurídicas de direito público e todas as pessoas de direito privado
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
C - O direito de regresso contra o responsável apenas pode ser exercido nos casos de
dolo.
D - O servidor público responsável pelo dano responde por ele de forma objetiva e
tem direito de regresso contra o Estado.
E - As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos não
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.