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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CAMPUS CIDADE DE GOIÁS
CURSO DE DIREITO

APOSTILA ADMINISTRATIVO 2:
Unidade 4 e 5

Profa: MARIA CAROLINA CARVALHO MOTTA


Monitora: JÚLIA CRISPIM FERREIRA BONACH

2023/02
UNIDADE 4 -
AGENTES PÚBLICOS

CONCEITO
Segundo Hely Lopes Meirelles, agentes públicos são pessoas físicas responsáveis,
seja de modo definitivo ou transitório, do exercício de alguma função estatal conferido a
órgão ou entidade da Administração Pública.
Ainda, a Lei nº 8.429 conceitua os agentes públicos em seu art. 2º como:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente
público o agente político, o servidor público e todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
Ademais, a Lei nº 8.112/90 os classifica como “a pessoa legalmente investida em
cargo público”. Dessa forma, nota-se que é por meio dos agentes que o Estado exerce suas
atividades e funções.

CLASSIFICAÇÃO

Os agentes públicos são classificados em:

 Políticos: é aquele investido em seu cargo por meio de eleição, nomeação ou


designação, cuja competência advém da própria Constituição, responsáveis
pela elaboração das diretrizes de atuação governamental. Exemplo:
presidente da república, deputados federais e estaduais, diplomatas, entre
outros.
IMPORTANTE!

STF – RECURSO ESPECIAL 228.977: Os magistrados enquadram-se na


espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições
constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de
suas funções,com prerrogativas próprias e legislação específica
 Servidor Público: são todos os que se vinculam ao Estado ou às suas
entidades autárquicas e fundacionais, mediante relação profissional. Estão
sujeitos à hierarquia e ao regime jurídico único da entidade a que servem.
Dentro da estrutura da administração pública, os agentes administrativos
podem vir a ocupar cargos, empregos ou funções públicas.

CARGO: é o lugar dentro da organização funcional da Administração e


de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por servidor público,
tem funções específicas e remuneração fixadas em lei ou diploma a ela
equivalente. Exemplo: professores, assessor de juiz, etc. Dentro dessa
classificação existem os cargos em comissão, vitalício e efetivo. O
primeiro possui caráter transitório, ou seja, sem estabilidade. O segundo
corresponde ao cargo cujo provimento é feito em caráter definitivo,
precedido ou não de concurso público em alguns casos, que oferece
maiores garantias aos seus ocupantes. O titular de cargo de provimento
vitalício, uma vez cumprido o estágio probatório de dois anos, só pode ser
demitido em razão de sentença judicial transitada em julgado. Por fim, o
terceiro é o cargo de nomeação que se reveste de permanência, precedida
de concurso público e destinado a adquirir estabilidade (relativa) nos
termos do art. 41, caput, ou seja, após três anos de efetivo exercício os
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público só podem perder o cargo se houver sentença judicial ou
processo administrativo.
EMPREGO: são exercidos por pessoas sujeitas à CLT, mas com a
característica de exercício no âmbito da administração pública. Exemplo:
agentes da Caixa Econômica Federal e Petrobras.
FUNÇÃO: denomina-se a partir de um critério residual, aqueles que não
ocupam um cargo, nem emprego, mas que exercem atividades vinculadas
a administração pública, exercem uma função pública. Possui um caráter
temporário. Exemplo: recenseadores do IBGE
 Honoríficos: são aqueles que apesar de não possuírem vínculo permanente
com o Estado, são designados para a prestação de um serviço público em
razão de características próprias. Assim, eles são requisitados por um
determinado período e como regra não recebem remuneração pela sua
atuação. Exemplo: mesários, jurados de um Tribunal do Juri.

 Credenciados: são os que recebem a incumbência da Administração para


representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica,
mediante remuneração do Poder Público credenciante. Exemplo: um
psicólogo que é designado para palestrar em um congresso internacional.

 Delegados: são particulares que recebem a incumbência da execução de


determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome
próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização do poder
delegante. Exemplo: leiloeiros, concessionários e permissionários dos
serviços públicos.

ATENÇÃO!!!
Todo cargo ou emprego público tem função, mas pode haver função sem cargo e
sem emprego.

PARA ESTUDAR!!!!

QUESTÕES
Ano: 2023; Banca: Escola Judicial do Amapá – EJAP; Prova: EJAP - TJ AP -
Residência Jurídica - 2023

O termo agentes públicos é um gênero que compreende uma diversidade de


categorias sujeitas a distintos regimes jurídicos. Dentre as várias espécies de agentes
públicos, é correto afirmar:

A - os que ocupam cargos públicos são considerados empregados celetistas, cujo


vínculo é pautado na legislação trabalhista, excluindo-se os servidores temporários.
B - os que ocupam empregos públicos são denominados servidores temporários,
contratados por tempo determinado, para atender a necessidades temporárias de
excepcional interesse público.
C - os particulares em colaboração com o Poder Público, por não manterem vínculo
empregatício, são denominados servidores efetivos desde que cumpram o estágio
probatório de 24 meses.
D - os que ocupam cargos públicos efetivos são os servidores temporários, excluindo-se
os empregados públicos, por não se submeterem a concurso público.
E - os que ocupam as funções de confiança são, exclusivamente, servidores de cargo
efetivo, e tais funções destinam-se às atribuições de chefia, direção e assessoramento.

Ano: 2023; Banca: Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial


Nacional – IDECAN; Prova: IDECAN - SEFAZ RR - Técnico de Tributos - 2023

Marcos está concluindo a sua colaboração de um ano como jurado no Fórum


Municipal. Já André, contador, não foi aprovado em nenhum concurso público, mas
acabou sendo indicado como perito judicial pelo juiz da Comarca. Nesse contexto, Marcos
e André são, respectivamente, agentes:

A - honorífico e credenciado.
B - delegado e credenciado.
C - credenciado e delegado.
D - político e jurídico.
E - políticos-jurídicos.

REGIME JURÍDICO

O regime jurídico constitui o conjunto de regras que disciplinam os direitos e as


obrigações de uma determinada categoria de agentes públicos. O regime jurídico
consubstancia os preceitos legais sobre a acessibilidade aos cargos públicos, a investidura
em cargo efetivo (por concurso público) e em comissão, as nomeações para funções de
confiança e os deveres e direitos dos servidores. Ademais, é importante ressaltar que a
Emenda Constitucional 19 de 1998 suprimiu a obrigatoriedade de um único regime jurídico
para todos os servidores públicos, como era anteriormente. Logo, o regime jurídico poderá
ser estatutário, celetista ou administrativo especial.
O Regime Jurídico Estatutário (servidores públicos), é estabelecido por meio de lei
de cada ente federativo. Na esfera federal, por exemplo, temos a Lei nº 8.112/90, que institui
o regime jurídico dos servidores públicos civis da União. Assim, conforme essa lei, são
agentes públicos aqueles detentores de cargo público, que possuem como principais
características: a estabilidade, o estágio probatório, o regime próprio de previdência e suas
respectivas licenças e adicionais.
Já o Regime Celetista vincula o agente público (empregado público) ao Estado por
meio da CLT. Assim, não gera estabilidade para o empregado público e é mais frequente na
administração pública indireta, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia
mista e empresas públicas, sendo obrigatório nestes dois últimos casos.
Além disso, é importante destacar a existência de disposições constitucionais acerca
dos agentes públicos, as quais serão destacadas a seguir.

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS

O art. 37 da Constituição Federal, estabelece critérios sobre os quais os brasileiros


natos ou naturalizados podem ocupar cargos públicos:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei;
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordocom a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na formaprevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;

Diante disso, nota-se que os brasileiros podem ocupar todos os cargos, empregos e
funções, desde que obedeçam aos requisitos previstos em lei. Enquanto isso, os estrangeiros
apenas podem ocupar cargos, empregos e funções quando houver lei expressamente
autorizando.
O objetivo do concurso público está fundamentado na vedação às contratações
pautadas em critérios subjetivos, tal como o apadrinhamento e a nomeação de pessoas em
troca de benefícios, garantindo e observando os princípios da impessoalidade, moralidade,
isonomia e legalidade.
Assim, o concurso público observa a existência de 4 critérios:

1. Objetividade de seleção
2. Validade de 2 anos, admitida uma prorrogação por igual período
3. Impessoalidade, moralidade e isonomia
4. Ampla publicidade ao edital

ATENÇÃO!!!
Quanto à observação do limite de idade, o STF possui o entendimento que tal
limitação só é válida quando for decorrente das necessidades do cargo.
Súmula n. 683, STF O limite de idade para a inscrição em concurso
público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF/88, quando possa
ser justificado pela natureza das atribuiçõesdo cargo a ser preenchido.
Súmula n. 684, STF É inconstitucional o veto não motivado à participação
de candidato a concurso público.
Ademais, o exame psicotécnico somente pode ser exigido do candidato se for
previsto em lei:
Súmula Vinculante n. 44: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico
a habilitação de candidato a cargo público.
Com a aprovação dentro do número de vagas, o candidato para a ter direito
subjetivo à nomeação:
Súmula n. 15, STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato
aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargofor preenchido sem
observância da classificação

REMUNERAÇÃO
O sistema remuneratório da administração pública é dotado de 3 formas: o subsídio,
os vencimentos e o salário.
O subsídio, caracteriza-se por ser a forma de pagamento realizada em parcela única,
sobre a qual é vedado o acréscimo de qualquer tipo de gratificação, adicional ou verba de
representação. Segundo a Constituição Federal, todas as classes de servidores podem
receber por meio de subsídio, desde que alterem a lei que regula a respectiva carreira
funcional.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão conselho de política de administração e
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados
pelos respectivos Poderes
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, X e XI.
Já vencimento é um conceito mais restrito, pois consiste na retribuição pecuniária
pelo exercício do cargo público, com valor fixado em lei, e por isso apresenta uma
possibilidade bem menor de variação.
Por fim, o salário é o valor pago aos empregados públicos, visto que são regidos pela
CLT.
A CF/88 estabeleceu o teto e alguns subtetos constitucionais, objetivando limitar as
remunerações atendidas com o erário público. Posteriormente, o texto original da
Constituição foi alterado pelas Emendas Constitucionais n° 19/1998 e 41/2003.
O teto remuneratório consiste em um valor máximo (um limite) estabelecido pela
CF/88 para as remunerações percebidas pelos agentes públicos. Por outro lado, a Carta
Magna também estabeleceu alguns subtetos, que variam de acordo com o ente federativo e
com o Poder ao qual se vincula o agente público. Dessa forma, existe um teto geral que deve
ser observado, além de subtetos para os Estados, DF e Municípios:

 Município – subteto do funcionalismo será o subsídio dos Prefeitos.


 Estados e DF – o subteto aplicável aos agentes públicos do Poder Executivo desses
âmbitos consiste no subsídio mensal em espécie do Governador. Para o Poder
Legislativo, o subteto consiste no subsídio mensal dos Deputados Estaduais e
Distritais; e no caso do Poder Judiciário, o subteto equivale ao subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça.

Portanto, quando se fala em limite remuneratório, é preciso observar que empresas


estatais que recebam recursos ou subvenções do Poder Público devem observar o limite
remuneratório constitucional, ao passo que empresas públicas que não recebem recursos ou
subvenções do Poder Público não precisam observar o limite remuneratório constitucional.

ACUMULAÇÃO

A acumulação é uma situação em que o servidor ocupa mais de um cargo, emprego


ou função pública ou, ainda, percebe proventos de inatividade simultaneamente com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública da administração direta ou indireta.
Em regra, esta prática é vedada, mas existem algumas exceções, que são:
1. dois cargos de professor;
2. um cargo de professor com outro técnico ou científico;
3. dois cargos privativos de profissionais da saúde, com profissões
regulamentadas;

Além da natureza dos cargos, para que a acumulação de cargos seja considerada legal
é necessário verificar a compatibilidade entre as jornadas exercidas, a qual não se verifica
apenas pela não sobreposição de horários dos dois vínculos, mas também pela verificação
de intervalos razoáveis para repouso, alimentação e percurso a ser percorrido entre os locais
de trabalho.
O parágrafo XVII do art. 37 da CF/1988 frisa que a proibição de acumular estende-
se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público. Ademais, ainda é considerada lícita a acumulação de:

1. Cargo de juiz com outro de magistério;


2. Cargo de membro do Ministério Público com outro de magistério;
3. Cargo eletivo de vereador com o cargo ocupante pelo servidor eleito.

PARA ESTUDAR!!!

QUESTÕES:

Ano: 2023; Banca: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ; Prova:
UFRRJ - UFRRJ - Auditor - 2023

Um servidor público estadual, ocupando o cargo de provimento efetivo de analista


judiciário, foi aprovado em concurso público para o cargo de procurador federal. Após
entrada em exercício neste novo cargo, requereu que fosse reconhecido o seu direito a
acumular ambos os cargos públicos, bem como que o tempo de contribuição
previdenciária estadual fosse computado na esfera federal. Segundo as regras dispostas
na Constituição Federal, o requerimento deste servidor deve ser

A - parcialmente rejeitado, pois ele pode acumular os cargos, mas não contar o tempo de
contribuição previdenciária em outro ente federativo.
B - rejeitado, pois não é possível acumular cargo público ou contar o tempo de
contribuição previdenciária em outro ente federativo.
C - parcialmente rejeitado, pois ele não pode acumular os cargos, mas pode contar o
tempo de contribuição previdenciária em outro ente federativo.
D - acolhido em sua totalidade, pois ele tanto pode acumular os cargos quanto contar o
tempo de contribuição previdenciária em outro ente federativo.
E - parcialmente rejeitado, pois ele somente poderia contar o tempo de contribuição
previdenciária no cargo estadual no período em que acumulasse o cargo federal.

Ano: 2023; Banca: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ;


Prova: UFRRJ - UFRRJ - Auditor - 2023

A regra é a vedação de acumulação de cargos na esfera pública, com determinadas


hipóteses permissivas. A hipótese de acumulação remunerada de cargos na Administração
Pública permitida é a de

A - três cargos de médicos.


B - dois cargos de professores.
C - dois cargos de profissionais da área de educação.
D - um cargo de médico com outro técnico ou científico.
E - um cargo de professor universitário com um cargo de médico.
DIREITO DE GREVE E DE ASSOCIAÇÃO SINDICAL

Conforme o art. 37 da CF, é garantido ao servidor público civil o direito à livre


associação sindical, o que não se extende a todos os agentes, somente aos públicos civis,
visto que, de acordo com o art. 142 da CF, aos militares são proibidas a sindicalização e a
greve.
Os servidores públicos possuem o direito de greve, todavia, nota-se que há uma
ressalva no que tange a certos serviços, que ão aqueles considerados essenciais. Assim,
serviços essenciais para a coletividade não podem ser objeto de paralisação coletiva,
buscando evitar danos à população.
Dessa forma, os agentes públicos que não podem fazer greve são: militares das
Forças Armadas, militares dos Estados, DF e Territórios e policiais civis.

APOSENTADORIA
Os servidores públicos, após entrarem em exercício, passam a ser regidos por um
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Todavia, essa aplicação não são válidas para
todos os agentes públicos, somente aos servidores públicos esfetivos. Ademais, os
servidores que ocupem exclusivamente cargo em comissão, os empregados públicos, os
agentes temporários e os titulares de mandato eletivo, são regidos pelas regras do Regime
Geral de Previdência Social.
Na realidade, existem vários Regimes Próprios de Previdência Social, pois além da
União, cada Estado ou Município deve possuir o seu próprio RPPS.
Importante destacar que algumas categorias de servidores públicos têm regras
diferenciadas de aposentadoria, como professores de ensino básico, agentes penitenciários,
servidores do Poder Legislativo e Policiais.

Conforme a Constituição Federal, o servidor público poderá se aposentar de forma:


1. Voluntária: o servidor não é obrigado a se aposentar, contudo, já cumpriu os
requisitos necessários para isso;
2. Compulsória: quando o agente é obrigado a se aposentar em razão da idade;
3. Por invalidez: quando o servidor fica total e permanentemente incapaz para o
trabalho;
4. Aposentadoria especial: é um benefício para os servidores públicos que trabalham
expostos a agentes nocivos à saúde.
Regra Geral: Idade mínima de 65 anos, se homem, e de 62 anos, se mulher; Tempo
mínimo de 25 anos de contribuição; Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no
serviço público; Tempo mínimo de 5 anos de efetivo exercício no cargo em que for
concedida a aposentadoria;
Professores: Idade mínima de 60 anos, se homem, e de 57 anos, se mulher; Tempo
mínimo de 25 anos de contribuição; Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no
serviço público; Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria;
Servidores da Segurança Pública: Idade mínima de 55 anos; Tempo mínimo de 30
anos de contribuição; Tempo mínimo de 25 anos de efetivo exercício em cargo dessas
carreiras
Servidores que desempenham atividades especiais: Idade mínima de 60 anos;
Tempo mínimo de 25 anos de efetiva exposição e contribuição; Tempo mínimo de 10 anos
de efetivo exercício de serviço público; Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que
for concedida a aposentadoria;
Servidores portadores de deficiência: Tempo mínimo de 10 anos de efetivoexercício
no serviço público; Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria. Demais regras serão estabelecidas em lei.
REGRAS SOBRE SERVIDORES PÚBLICOS (LEI 8.112/1990)

POSSE
A posse é o momento no qual o servidor aceita formalmente as atribuições do cargo,
emprego ou função que exercerá, mediante assinatura do termo de posse. A posse só existe
nos casos de provimento de cargo por nomeação e será efetivada pela assinatura do
respectivo termo, no qual deverão constar: as atribuições, os deveres, as responsabilidades
e os direitos inerentes ao cargo ocupado. Nenhum dos itens acima poderá sofrer alteração
unilateral, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei específica.
O prazo para a posse é de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.
A lei também admite posse por procuração, sendo que no ato da posse, o servidor
deverá: (i) apresentar declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e (ii)
apresentar declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função
pública. (iii) realizar prévia inspeção médica oficial e ser julgado apto física e mentalmente
para o exercício do cargo.
EXERCÍCIO
Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de
confiança. Inicia-se o exercício após o servidor ter apresentado ao órgão competente os
elementos necessários ao seu assentamento individual.

O prazo para o servidor entrar em exercício é de 15 (quinze) dias. No caso de


cargo de provimento efetivo, o prazo para o servidor entrar em exercício começa a contar
da data da posse. Por outro lado, no caso de função de confiança, a data de início para a
contagem do prazo para o servidor entrar em exercício é a data de publicação do ato de
designação (exceto quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro
motivo legal, hipótese em que começará a contar o prazo no primeiro dia útil após o término
do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação).
Caso o servidor, por algum motivo, não entrar em exercício, será exonerado, se o
cargo for efetivo, ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de
confiança, em casos de cargo em comissão.

PROVIMENTO ORIGINÁRIO E DERIVADO


O provimento é o ato administrativo de preenchimento de cargo público feito pela
autoridade competente de cada setor. As formas de provimento em cargo público podem ser
classificadas como: provimento originário e provimento derivado. O primeiro é o
preenchimento do cargo por servidor sem vínculo anterior com a administração pública,
sendo a nomeação a única forma de garantir o provimento. Já o provimento derivado refere-
se à ocupação de cargo público por servidor com vínculo anterior. Para essa segunda
classificação existem, além da nomeação, 6 categorias, que serão detalhadas a seguir.

Readaptação (Art. 24)


É a forma de provimento em cargo público no caso de limitação física ou mental
sofrida, de forma que o servidor se torna inapto para exercer funções do cargo que ocupa.
Porém, ainda é possível exercer função em outro cargo, já que sua invalidez não foi
considerada permanente. Por isso, é oportunizado ao servidor exercer atividades condizentes
com a limitação sofrida. A readaptação será efetivada: (i) em cargo de atribuições afins; (ii)
respeitada a habilitação exigida; (iii) respeitado o nível de escolaridade e; (iv) equivalência
de vencimentos.

Reversão (Art. 25)


Situação em que ocorre o retorno à atividade de servidor aposentado, sendo possível
a reversão de ofício e a reversão a pedido. No primeiro caso, a junta médica oficial deve
declarar que os motivos da aposentadoria por invalidez deixaram de existir. Se o cargo
estiver ocupado, deverá exercer suas atribuições como excedente até ocorrência de vaga. Já
na segunda situação, o aposentado voluntariamente solicita a reversão de aposentadoria.
Neste cenário, o servidor deve ser estável e o tempo entre a aposentadoria e a solicitação da
reversão não deve exceder cinco anos. Além disso, deve existir cargo vago, não sendo
possível exercer as atribuições como excedente.
Ainda, ressalta-se que não poderá ocorrer a reversão quando o aposentado já tiver
completado 70 (setenta) anos de idade.

Reintegração (Art. 28)


Ocorre quando sentença judicial ou administrativa invalida demissão do servidor
público. Em caso de cargo extinto, o servidor ficará em disponibilidade até o
aproveitamento. E se o cargo estiver ocupado por outro servidor, a preferência é do servidor
reintegrado, sendo o atual ocupante reconduzido ao cargo de origem ou aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade.

Recondução (Art. 29)


É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I -
inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior
ocupante. Observações: 1. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será
aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

Aproveitamento (Art. 30)


É o retorno à atividade de servidor colocado em disponibilidade. Logo, esse
aproveitamento deve ser a um cargo com atribuições e vencimentos compatíveis com o
anteriormente ocupado. Nos casos de extinção do cargo o servidor estável não poderá ser
demitido, então é colocado à disposição da administração pública para ocupar e realizar
atividades compatíveis com o cargo anterior. Ao servidor que estiver em disponibilidade,
será assegurado o recebimento da remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Promoção
É o movimento ascendente dentro da mesma carreira, com acréscimo de
vencimentos e responsabilidades (movimento vertical - cargo em carreira previsto em lei).
Atualmente, um dos requisitos para promoção é a participação em cursos de formação e
aperfeiçoamento.

Outros

Remoção (Art. 36) É o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito


do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Modalidades de remoção: 1. De ofício,
no interesse da Administração; 2. A pedido, a critério da Administração; 3. A pedido, para
outra localidade, independentemente do interesse da Administração: a) para acompanhar
cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse
da Administração; b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à
comprovação por junta médica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na
hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com
normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.
Redistribuição (Art. 37) É o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado
ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
1. Interesse da administração; 2. Equivalência de vencimentos; 3. Manutenção da essência
das atribuições do cargo; 4. Vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade
das atividades; 5. Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
6. Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou
entidade.

Substituição (Art. 38) São os substitutos dos servidores investidos em cargo ou


função de direção ou chefia e dos ocupantes de cargo de Natureza Especial, indicados no
regimento interno ou - no caso de omissão - previamente designados pelo dirigente máximo
do órgão ou entidade (inclusive os titulares de unidades administrativas organizadas em
nível de assessoria). Quando o substituto assumirá automática e cumulativamente, sem
prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de
Natureza Especial? 1. Afastamentos; 2. Impedimentos legais ou regulamentares do titular e
3. Vacância do cargo.
UNIDADE 5 - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

A responsabilidade civil se constitui como uma obrigação de reparar danos, sejam


eles patrimoniais ou morais, por atos comissivos, omissivos, ilícitos ou lícitos. No âmbito
da Administração Pública, muitas foram as teorias que abordaram esse instituto.

Teorias da Responsabilidade Civil:

1. Teoria da Irresponsabilidade: para esta teoria, o rei não podia errar, pois era o
próprio poder, a expressão do poder divino. Deste modo, também não poderia
equivocar-se na escolha de seus agentes, impossibilitando a responsabilização do
Estado;
2. Teoria da Responsabilidade Subjetiva: passou-se a admitir que o Estado fosse
obrigado a reparar eventuais danos causados. Entretanto, era necessário demonstrar
a intenção (culpa em sentido amplo) do agente em causar o dano;
3. Teoria Publicista / Teoria da Culpa Administrativa: para esta teoria, é
desnecessária a demonstração de culpa do agente, devendo o particular que sofreu o
dano comprovar a ocorrência de qualquer das seguintes hipóteses: serviço mal
prestado, serviço prestado de forma ineficiente ou serviço prestado com atraso;
4. Teoria do Risco Administrativo / Teoria Objetiva (adotada): para esta corrente,
não é necessária a comprovação de dolo ou culpa, visto que as atividades realizadas
pelo Estado possuem riscos próprios e inerentes que podem causar danos aos
particulares, os quais devem ser suportados por toda a coletividade, pois o Estado
age em função dela. Essa teoria encontra-se fundamentada no art. 37, § 6º da
Constituição:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

[...]

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

5. Teoria do Risco Integral: esta não admite exclusão da responsabilidade estatal,


sendo também de ordem objetiva. Ou seja, presentes o dano e o nexo causal, nasce
para o Estado o dever de indenizar o particular.
Assim, de acordo com a teoria adotada, devem existir três requisitos para que haja
responsabilização do Estado: Dano + Conduta + Nexo de Causalidade. O primeiro
elemento é o prejuízo causado ao particular, enquanto o segundo é a ação do Estado que
acarretou este prejuízo. Por fim, o nexo causal expressa a ligação entre a atividade do
Estado e o dano produzido ao administrado.
Além disso, a teoria do risco social especifica que o dano causado pelo Estado a
terceiro deve ser reparado por toda coletividade, dando origem à socialização dos riscos.
Por fim, a teoria do Risco Administrativo admite a existência de 3 excludentes, ou seja,
condições que tornam possível o afastamento da responsabilidade do Estado:

1. Culpa exclusiva da vítima

2. Ato exclusivo de terceiros

3. Caso fortuito / Força Maior

Segundo o artigo 37, parágrafo 6º da Constituição Federal, a responsabilidade do


Estado sempre será objetiva, independentemente de dolo ou culpa. Enquanto que a
responsabilidade do agente será subjetiva, ou seja, depende de dolo ou culpa do agente,
cabendo ação de regresso.

Além disso, as pessoas jurídicas de direito público, independentemente da


atividade exercida, serão objetivamente responsáveis, assim como as pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviço público. Destaca-se que a responsabilidade objetiva
das empresas não exploradoras de atividade econômica, segundo o STF, atingem
terceiros. Dessa forma, mesmo que o terceiro não estivesse usufruindo “diretamente” do
serviço, ele tem o direito de ser reparado objetivamente.

§6º do art. 37: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.”
Pessoas jurídicas de direito público: Entes Federativos, Administração Pública Direta
e Administração Pública Indireta (autarquias, fundações, Empresa Pública e Sociedade
de Economia Mista)

Pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos:


Concessionárias e Permissionárias do Serviço Público que mantenham com o Estado
um Contrato Administrativo para exercer o “múnus publico”

Dano: prejuízo que decorre da lesão a um direito

Indenização: recomposição de um prejuízo

Direito de regresso: O Estado constatando a culpa ou dolo do agente no evento danoso


terá o direito de cobrar do agente a indenização paga pelo Estado ao 3º.
(RESPONSABILIDADE SUBJETIVA)

Sobre a responsabilidade civil por omissão, vejamos o que diz o autor Celso
Antônio Bandeira de Mello:

Quando o dano foi possível em decorrência de uma omissão do


Estado (o serviço não funcionou, funcionou tardia ou ineficientemente) é
de aplicar-se a teoria da responsabilidade subjetiva. Com efeito, se o
Estado não agiu, não pode, logicamente, ser ele o autor do dano. E, se não
foi o autor, só cabe responsabilizá-lo caso esteja obrigado a impedir o
dano. Isto é: só faz sentido responsabilizá-lo se descumpriu dever legal que
lhe impunha obstar ao evento lesivo (MELLO, 2015, p. 1041).

Ademais, a responsabilidade ainda se divide em primária e subsidiária. Será


primária a responsabilidade civil do Estado quando o dano tiver sido causado por seus
agentes, e subsidiária se a pessoa jurídica que exercem suas atividades mediante relação
jurídica firmada com o Estado, como aquelas que compõem a Administração Pública
Indireta, não possuir força patrimonial para reparar o dano por ela causado.

Cabe ressaltar que a ação de reparação de terceiro em face da administração


pública pode ocorrerdo modo amigável (mediante acordo) ou judicial. Através da ação
de reparação, encontramos aquilo que se chama de “teoria da dupla garantia”, ou seja,
o terceiro não “processa”/exige a reparação diretamente do servidor. Apesar da ação
não ser dirigida diretamente ao agente, ele pode serresponsabilizado pela administração
por meio da ação de regresso, havendo comprovação de dolo ou culpa.
Ademais, quanto a reparação, o valor cobre: danos emergentes, lucros cessantes,
dano moral (se houver), e o prazo de prescrição é de 5 anos.

ATENÇÃO!!! Casos especiais:

1. Atos legislativos: em regra, não há responsabilização do Estado quando se cria


normas que contrariam interesses de indivíduos ou grupos, exceto no caso de
leis inconstitucionais (controle concentrado, prejuízos concretos) e leis
materiais (de efeitos concretos).

2. Atos judiciais: em regra, o Estado não responde, exceto quando se tratar de erro
judiciário e prisão além do tempo (não se aplica a prisão preventiva, nem prisão
temporária), quando o juiz agir com fraude/dolo ou não cumprir providência de
ofício ou requerimento da parte.

PARA ESTUDAR!!!

QUESTÕES
Ano: 2023; Banca: Instituto Consulplan; Prova: Instituto Consulplan - FEPAM -
Analista - Área: Advogado - 2023

No que tange à responsabilidade estatal, é correto afirmar que decorre


diretamente do Art. 37, § 6º da Constituição Federal a responsabilidade

A - subjetiva do Estado quanto aos atos comissivos ou omissivos praticados no


âmbito de Fundação Pública vinculada à sua administração pública indireta.
B - objetiva do agente público causador de dano ao particular, quando, por omissão,
deixar de expedir licença ambiental no prazo legalmente instituído.
C - subjetiva do particular que exerce atividade potencialmente poluidora de reparar
os prejuízos ambientais causados, independentemente de apuração de culpa em seu
modo de agir.
D - objetiva de Fundação Pública pela expedição indevida de licença ambiental, com
o intuito de propiciar ao particular exercer atividade potencialmente poluidora das
águas de um rio local.
E - objetiva do empregado público de uma Fundação Pública que, responde
diretamente pelo exercício de suas funções, podendo propor ação regressiva contra o
Estado quando condenado a indenizar o particular.

Ano: 2023; Banca: Instituto Americano de Desenvolvimento – IADES;


Prova: IADES - SEAGRI - DF - Analista de Desenvolvimento Agropecuária - Área
Administrador - 2023

No que tange à responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta.

A - As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros.
B - As pessoas jurídicas de direito público e todas as pessoas de direito privado
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
C - O direito de regresso contra o responsável apenas pode ser exercido nos casos de
dolo.
D - O servidor público responsável pelo dano responde por ele de forma objetiva e
tem direito de regresso contra o Estado.
E - As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos não
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

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